Jornal da Praia | 0540 | 08.03.2019

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QUINZENA

08 A 21.03.2019 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 540 | Ano: XXXVI | 2019.03.08 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

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TERCEIRA TECH ISLAND COM NOVA APOSTA

LUÍS CAMPOS, CEO DA ITUP, REVELA AS VANTAGENS DA TECNOLOGIA OUTSYSTEMS DESTAQUE | P. 8 E 9

PAULA RAMOS RENUNCIA A MANDATO DE VEREADORA DA CÂMARA DA PRAIA NO CONCELHO | P. 3

TRANSPORTE ESCOLAR NA TERCEIRA

VALÊNCIAS EDUCATIVAS DA SCMPV

BE/AÇORES COM PROJETO QUER APURAR DE SENSIBILIZAÇÃO RESPONSABILIDADES AMBIENTAL TRANSPORTES | P. 5 PUB

AMBIENTE | P. 7

PARTICIPAR NO NOSSO FUTURO Por: António Neves Leal OPINIÃO | P. 13


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CANTO DO TEREZINHA / CONTO | JP

2019.03.08

FUI-ME CONFESSAR Fui-me confessar. Ou melhor, tive que ir à Confissão. Eu acho que não cometi nenhum pecado, mas, ainda assim, senti que devia ir confessar-me. – Então, porque é que vens confessar-te? – Porque acho que cometi um pecado, senhor padre. – Achas ou cometeste mesmo? É que se só achas, então, não cometeste nenhum pecado. – Eu acho... – Então, se achas, vai-te embora em paz. Há mais pessoas que se querem confessar. – Ó senhor padre, eu não fico descansado. – Vá lá, então. Sê breve. – Eu sonhei ... – Ah! Foi um sonho? Ó homem, tem juízo. – Ó senhor padre, deixe-me acabar. O senhor está pior que os médicos quando vamos à consulta. É sempre a despachar.

Eu sonhei que Deus Nosso Senhor estava a falar com o seu Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra, etc, como a gente diz no Credo... – Anda lá com essa história p´rá frente, criatura de Deus. – ...e eles estavam a pensar que quando criaram o mundo, ou seja, todas as coisas visíveis e não visíveis, se teriam podido enganar ou esquecido de algum pormenor. Estavam a matutar nisto quando, num repente, o Filho disse: já sei mê Pai. E Este perguntou: o que foi que a Gente se esqueceu? E Aquele respondeu: nã fizemos uma distribuição como é dado do petróleo, umas nações ficaram com muito e outras com pouco ou quase nada; foi um grande escasso. Foi neste momento da conversa celestial que eu acordei todo ensopado em suar e o coração aos pulos. É que eu sei que Deus, isto é, a Santíssima Trindade

não se pode ter enganado porque é Omnisciente. E eu fiquei a pensar que, mesmo a sonhar, isto podia ser um pecado. O que é que o senhor padre acha? – Acho que tu não tens estado a prestar atenção às minha homilias e isso é que, não sendo pecado, é uma falta grave. Estou farto de explicar que são as humanas criaturas de Deus quem faz mau uso da Criação Divina. Se umas nações ficaram com muito petróleo têm a obrigação de o distribuir pelas demais nações, não podem ficar com tudo só para si. Isso, sim, é pecado. E pior: é que são nações que se dizem muito crente em Deus. E quanto a ti, vou-te dar uma penitência: a partir de Domingo que vem, quero-te ver sempre lá na primeira fila, bem diante de mim, para eu ter a certeza que estás a prestar atenção ao que digo. E desaparece.

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CONTO DO MARQUÊS DE NADA E DE COISA NENHUMA

O ILUSTRE PARRECAS

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stava convencido de que se apresentasse candidatura não haveria lista adversária. Estava decidido! O jovem Parrecas candidatar-se-ia para o cargo. Durante o verão ia procurar colaboradores e possíveis membros. Não haveria alguém disposto a negar semelhante oferta. Afinal, não é todos os dias que se é convidado por um intelectual do ensino secundário. Ser presidente deste órgão podia ser bom para o futuro, refletiu. Seria como um treino para a atividade política. Seria como um treino para primeiro-ministro! Caso ganhasse as eleições, provaria finalmente aos pais do que era capaz! Mover e convencer rebanhos era a sua especialidade. Não queria ser médico ou enfermeiro, queria governar um país. Queria governar alguma coisa, nem que fosse a escola ou o lar de idosos. Deixou-se de pensamentos triunfantes. Estava na paragem de autocarros da escola e tentava avistar o seu, que se aproximava ao longe, qual caracol adormecido. Aquele lugar era decadente: os adolescentes, sem perspectivas de futuro, que fumavam para parecerem adultos aos olhos de todos, os namorados, sem perspectivas de futuro, que se beijavam porque não conseguiam controlar a ânsia de satisfazer o seu apetite e os grupinhos de amigos, sem perspectivas de futuro, com temas de conversa entediantes e ignorantes. Toda aquela

Parte: V (Continuação da edição anterior)

gente podia desfrutar e vislumbrar da presença do jovem Parrecas, contudo, preferiam ignorar o futuro primeiro -ministro de uma nação. Quando chegara a casa estava destinado a seguir direitinho para a ordenha da tarde. Empolgava-lhe o facto de ver crescer, viver e morrer uma vaca, era um ciclo interessante. Gostava de acompanhar o quotidiano dos animais. Nem todos tinham aquela sorte e felicitou-se por ter uma família com gado. Gostava do ambiente da profissão e reconhecia o esforço do pai. Todos os lavradores eram, regra geral, bondosos e educados: gritavam em vez de falar, esbracejavam enquanto conversavam, não tinham modos à mesa e eram ferozes contra tudo o que se lhes opunha. Esta classe tivera um grande poder e influência na aldeia, chegando ao ponto de censurar, reprimir e condenar atividades dos partidos políticos que se diferenciavam das suas ideologias. Nos dias de hoje, muitos lavradores viviam limitados na sua mentalidade retrógrada, incapazes de reconhecerem a sua ignorância e conservadorismo que, por vezes, até se orgulhavam. Incapazes de reconhecerem os progressos, o racionalismo e o conhecimento. Viviam cegos por um pensamento teocêntrico e incoerente, deturpando a lógica: intitulavam a ignorância de bondade de espírito, denominavam a pobreza de

humildade e apelidavam o conhecimento de insolência. Negavam abdicar das suas origens, muitas vezes incorretas, afirmando serem tradições, por muito mais estúpidas que fossem. Recusavam o mundo urbano e orgulhavam-se intensamente das suas vivências. De facto, eram criaturas que ferviam em pouca água, aborreciam-se com tudo e ficavam vermelhos e a fumegar por tudo e por nada. Isto é, eram pessoas benevolentes, piedosas e generosas. Não havia melhor gente! A ordenha estava para terminar e o Parrecas sensibilizou-se, mais uma vez, com o espaço que o rodeava. Uma leve brisa fria corria no ar, contrariando o sol radiante da manhã. De facto, um dos preços a pagar por viver na insularidade são as instáveis condições atmosféricas. A temperatura, o sol, as nuvens, o calor e o frio variavam ao longo do dia, e também consoante o local. Era um preço a que o jovem já se habituara, na verdade, não fazia sentido viver no paraíso sem um único senão. Ao longe, via o Atlântico um pouco revoltado para a estação. Com o dia a terminar, os pequenos montes iam desenhando a sua sombra na aldeia. As vacas começaram a deitar-se, uma a uma, nas maiores calmas que um animal irracional pode ter. Para além da brisa fresca, juntava-se um aroma a estrume, a erva ensilada e a terra. Ao olhar para as suas botas pre-

tas de borracha de cano alto, constatou que se encontravam completamente imundas. Não se preocupando muito com a limpeza, o jovem enfiou-se na carrinha, sabendo que o pai não se importaria com a sujidade. Regressavam a casa, completando assim, mais um dia de rotina. O pai do Parrecas segurava o volante com pouca firmeza, distraindo-se, por vezes, com o cigarro que levava na boca. A descrição da figura paterna sempre estivera na memória do Parrecas como alguém revoltado e perturbado. O seu rosto estava como sempre: encarnado e abrasador. Agora mais do que nunca, o pai encontrava-se com um corpo roliço e volumoso. Estava mesmo gordo. Tão gordo que o assento da carrinha ficava facilmente preenchido. O seu peso deixava uma marca tão funda no assento que quase abria buraco. A gordura era visível na cara que se dobrava no queixo e no pescoço, formando ondas; era visível nas pernas roliças; era obviamente visível na barriga descaída e descuidada, como também nas mãos que faziam parecer os dedos pequenos. Contudo, ninguém da aldeia via a sua corpulência com maus olhos. Ou melhor, todos viam a sua corpulência como sinal de saúde, de riqueza e de boa alimentação, confirmando o antigo ditado: “Gordura é formusura”. (Continua na próxima edição) n

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Rui Marques; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho SECRETARIADO: Eulália Leal LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO

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PAULA RAMOS RENUNCIA MANDATO DE VEREADORA

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Paula Cristina Pereira de Azevedo Pamplona Ramos foi eleita vereadora à Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV) pelo Partido Socialista nas últimas eleições autárquicas, realizadas a 01 de outubro de 2017. Desde então e até 21 de setembro de 2018, exerceu as funções de vereadora a tempo inteiro com responsabilidade pelas pastas municipais da Solidariedade Social; Modernização Administrativa; Serviços Jurídicos e Fiscalização; Ordenamento do Território,

Urbanismo e Regeneração Urbana; e Ambiente. Representava também a CMPV na empresa municipal Praia Ambiente, EM e na empresa intermunicipal TERAMB. No âmbito da última remodelação do Governo dos Açores (setembro de 2018) foi nomeada presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Segurança Social, passando a vereadora sem pelouro. As exigências das suas novas funções, contudo, não lhe tem permi-

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Foto: GP-MPV

tido dar nos últimos tempos o contributo ao Município que gostaria, levando-a a faltar recorrentemente às reuniões quinzenais da Câmara. Assim, para não estar a ocupar um cargo para o qual não têm tido disponibilidade, apresentou no passado dia 18 de janeiro renúncia de mandato, permitindo que o cargo possa vir a ser ocupado por alguém com maior disponibilidade. Em consequência, tomou posse como vereador sem pelouro, na reunião camarária de 28 de janeiro, realizada na freguesia da Agualva, no âmbito da “Presidências Aberta Nas

Freguesias”, Rui Fernandes Nobre Castro, por corresponder ao cidadão imediatamente a seguir na ordem da lista de candidatos do PS à CMPV nas últimas eleições autárquicas. Paula Ramos chegou à CMPV em março de 2000, então, na qualidade de adjunta do Gabinete de Apoio Pessoal do Presidente. Em 2005, concorre na lista do PS, encabeçada por Roberto Monteiro, sendo eleita e vindo a exercer as funções de vereadora a tempo de inteiro. De 2013 a 2017, ainda com Roberto Monteiro na presidência exerceu as funções de vice-presidente. JP n

EBI PRAIA DA VITÓRIA DISPONIBILIZA

CARREGAMENTO REMOTO

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Escola Básica Integrada da Praia da Vitória, através da sua página na “World Wide Web”, disponibiliza desde 21 de fevereiro, aos pais e encarregados de educação a possibilidade de procederem ao carregamento remoto do cartão escolar SIGE dos seus educandos. Para tal, os interessados deverão apontar o “browser” para http://srec. azores.gov.pt/dre/sd/115132020201/ selecionar o botão “Portal SIGE 3”, proceder à respetiva autenticação, selecionar a função de carregamento e seguir as indicações fornecidos pelo sistema. Para além da possibilidade de carregamentos, a plataforma também permite, para os cartões com saldo, selecionar as refeições para a semana ou dia. A autenticação no sistema faz-se para os alunos através da introdução do n.º de cartão de aluno e do respetivo PIN. Já para os pais, esta faz-se pela introdução do n.º de processo, ao qual, também se encontra associado um PIN. Assim, antes da primeira utilização, os encarregados de educação deverão proceder, presencialmente na secretaria da escola, ao seu registo na plataforma. Também recentemente, a secretaria da EBI da Praia da Vitória foi equipada com um terminal Multibanco

(MB), permitindo desse modo o pagamento através deste popular cartão de débito. Para Rodolfo Paulo Franca, presidente do Conselho Executivo da EBI da Praia da Vitória, as funcionalidades agora disponibilizadas, vem no seguimento da “constante procura de melhoria dos nossos serviços, permitindo que comodamente, os encarregados de educação possam carregar os cartões dos seus educandos, assim como, escolher as refeições pretendidas, sem necessidade de se deslocar ao nosso estabelecimento de ensino”. JP n


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EFEMÉRIDE | JP

2019.03.08

ALFREDO LUÍS CAMPOS, O DRAMATURGO HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

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á exatos 163 anos, a 19 de março de 1856, nascia o terceirense Alfredo Luís Campos, um professor, escritor e jornalista reconhecido, que teve uma carreira impressionante como dramaturgo. Alfredo Luís Campos nasceu em Angra do Heroísmo, filho natural de Frederico Ferreira Campos e de Maria Carlota Martins. Foi colocado na roda dos expostos, sendo apenas legitimado em 1859. O pai, Frederico Ferreira Campos, foi um importante político que fez carreira em Angra do Heroísmo. Frederico Ferreira Campos, um liberal de convicções, foi para a Terceira com o posto de alferes conferido por D. Pedro (IV) em nome de sua filha, a rainha D. Maria II. Esteve sob o comando do Duque da Terceira, D. António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha, tendo estado ao lado de D. Pedro na Guerra Civil (1832/1834). Participou num dos corpos nacionais do exército comandado pelo Duque da Terceira que, a 24 de julho de 1833, “libertou” Lisboa do Miguelismo/Absolutismo. Ferreira Campos foi agraciado com a medalha nº 2 das Campanhas da Liberdade. Depois do fim das lutas liberais, Ferreira Campos regressou a Angra, onde fez carreira, primeiro como delegado da Real Companhia dos Tabacos, depois como político ativo, sendo então Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e, posteriormente, Governador interino do Distrito de Angra do Heroísmo (1 a 26 de junho de 1891), substituindo António da Fonseca Carvão Paim da Câmara, barão do Ramalho. Foi durante estes anos que Ferreira Campos conheceu Maria Carlota Martins, com quem teve o filho Alfredo Luís Campos. Frederico Ferreira Campos faleceu em Angra do Heroísmo, terra que adotara como sua, a 9 de dezembro de 1892, já o seu filho se distinguia na Cultura açoriana. Alfredo Luís Campos teve uma educação voltada para os valores do Liberalismo, que o pai sempre defendera. Todos estes valores vão marcar para sempre a personalidade de Ferreira Campos. Preocupado não só com a Cultura, mas também com a Educação, Alfredo Luís Campos foi

Professor de Português na Escola de Desenho Industrial do Distrito de Angra do Heroísmo. Em termos políticos, Alfredo Luís Campos foi vogal da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, sendo um forte apoiante de Teotónio de Ornelas Bruges Paim da Câmara e do seu filho Jácome de Ornelas Bruges de Ávila Paim da Câmara, respetivamente o 1º e o 2º Condes da Praia. O lado jornalístico de Alfredo Luís Campos foi desenvolvido ao longo dos anos, com a fundação de jornais como O Heroísmo (2ª versão), ao lado de Alfredo Pamplona Machado Corte Real, O Lutador, conjuntamente com Casimiro Mourato e João José de Aguiar, O Industrial e depois o Ateneu, ambos com o apoio de vários jornalistas. Dirigiu, em substituição de José da Fonseca Abreu Castelo Branco, o jornal Angrense. Teve importantes colaborações em variados jornais locais: Artista; Voz do Artista; Luís de Camões; União; Gazeta de Notícias; Terceira; Imparcial e Liberal, além de ter escrito para o jornal micaelense Diário dos Açores. Foi diretor do semanário São Miguel e Terceira, em 1895, ano em que se comemorava a Confraternização da Autonomia proclamada pelo governo do açoriano Hintze Ribeiro, procurava-se assim aproximar os habitantes das diferentes Ilhas dos Açores e consequentemente incentivar a fraternidade entre açorianos. Alfredo Luís Campos notabilizou-se, indelevelmente, como dramaturgo, um nome essencial no Teatro terceirense, com uma longa obra, da qual destacamos apenas alguns títulos (embora haja muitos mais e outros que nem foram editados): Fidalgos e Plebeus (1892), uma comédia-drama em quatro atos; Cenas da Vida (1917), comédia-drama em quatro atos; Alda, a Filha do Sargento (1897), comédia-drama em quatro atos; O Segredo de Albertina, comédia ornada de música com versos do jornalista e poeta António Casimiro Mourato, com quem trabalhou no periódico O Lutador; Em Família, comédia em um ato, ornada de música com versos de Azevedo Cabral; Um Quarteto de Amor (1928), comédia em um ato; O Dominó Vermelho, comédia em um ato. Há um título na obra de Alfredo Luís Campos que é essencial a quem quiser estudar a História dos Açores, o livro Memória da Visita Régia à Ilha Terceira de 1903, pois além de contar os episódios da visita régia do rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia à Terceira em julho de 1901, faz uma excelente síntese da História do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo (ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge). Alfredo Luís Campos foi

também um membro ativo de várias associações e da preparação de vários festejos locais, sendo, por isso, um dos organizadores da visita dos Reis de Portugal à Ilha, que contou, entre vários momentos, com a realização duma feira agropecuária no Paúl, na Praia da Vitória e a participação dos Reis em uma tourada à corda, em Angra do Heroísmo, na zona de São João de Deus, onde as ruas se encheram de gentes, vestidas a rigor, com os seus trajes domingueiros, procurando mostrar a popularidade das touradas à corda na Ilha. No ano seguinte, foi um dos organizadores das festas liberais realizadas a 22 de junho de 1902 com o objetivo da perpetuação da Memória Liberal da luta contra o absolutismo na Ilha, celebrando a revolta liberal de 22 de junho de 1828. Segundo Gervásio Lima, Alfredo Luís Campos fundou um Museu regional, que os seus inimigos políticos acabariam por destruir e apagar da memória local, para que o seu feito em prol da Cultura fosse esquecido. Apesar da indicação de Gervásio

Lima, não encontrei mais nenhuma informação sobre este Museu. Algo a estudar e a investigar mais a fundo, mas é possível que tal tenha acontecido, pois os traços e a vida de Alfredo Luís Campos foram de alguém que sempre defendeu as suas convicções. Alfredo Luís campos foi casado com Carlota Augusta de Sousa Pinto. Morreu na sua terra natal a 13 de janeiro de 1931. São as Histórias de vida de homens como Alfredo Luís Campos que nos dão a certeza que lutar pelo que acreditamos é essencial, que mesmo que se caía ao primeiro obstáculo, se tivermos força, aprendermos com a queda, conseguimos arranjar forma de ultrapassar o obstáculo. Os terceirenses têm de continuar a ter a garra, o ADN de bravos, que sempre marcou os nossos egrégios avós e que é um traço da personalidade de todos nós. Não nos esqueçamos disso. Defender o que acreditamos, mesmo que se navegue contra a mar é. n

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JP | TRANSPORTES / OPINIÃO

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INICIATIVA DO BE, VISA AVERIGUAR

SEGURANÇA DO TRANSPORTE ESCOLAR NA ILHA TERCEIRA

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ecentemente um acidente de viação, que ocorreu na vila das Lajes, envolvendo uma aluna transportada, veio colocar na ordem do dia, a falta de segurança com que os alunos do concelho são transportados para as escolas da Praia da Vitória pela Empresa de Viação Terceirense (EVT). Segundo Ricardo Rosa, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola 1,2,3/JI Francisco Ornelas da Câmara da EBI da Praia da Vitória, a falta de condições nos transportes escolares não é propriamente uma novidade e remonta

a novembro 2016, altura em que foi presente ao Conselho Municipal de Segurança, sem que até à data, seja conhecido qualquer iniciativa no sentido de resolver a questão. A falta de condições de segurança oferecidas pelo transporte escolar, não se limita ao concelho praiense. Em julho de 2015, deu entrada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, uma petição sobre esta temática, promovida por pais e encarregados de educação da EBS Tomás de Borba, em Angra do Heroísmo, a qual baixou a Comissão na última legislatura e encontra-se em

plenário na presente. No sentido de ver esclarecidas quais as responsabilidades inerentes a cada um dos intervenientes no transporte coletivo de crianças para as escolas na ilha Terceira, o Bloco de Esquerda (BE) propôs em requerimento, enviado à presidente da Comissão de Economia, no passado dia 20 de fevereiro, a audição, no parlamento, do secretário regional da Educação e Cultura, do representante legal da EVT e do presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Francisco Ornelas da Câmara da Praia da Vitória.

“O transporte escolar, assegurado na ilha Terceira pela Empresa de Viação Terceirense, obedece às condições estipuladas na Resolução n.º 127/2002, de 1 de agosto, e consubstancia-se nos vários contratos estabelecidos, por ajuste direto, com as várias escolas da ilha Terceira. Interessa esclarecer as responsabilidades inerentes a cada uma das partes (tutela e empresa prestadora de serviços) perante um serviço que tem vindo a oferecer cada vez mais dúvidas quanto às obrigações atribuídas à empresa”, lê-se no requerimento.

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O MEU NOKIA 3310

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Joana Leal oje escrevo-vos sobre um assunto que me deixa curiosa e ao mesmo tempo assustada. Refiro-me ao uso das tecnologias, mais especificamente dos telemóveis atuais, aqueles que têm de tudo incorporado, desde jogos, redes sociais, máquina fotográfica, GPS, e tanto mais que me escapa. O meu primeiro telemóvel foi um sagem, daqueles cinzentos escuros, pequenos e gordinhos, com uma antena que parecia uma crisálida de bicho da seda. Tinha 14 anos e andava no 9º ano de escolaridade. Fiquei PUB

tão feliz com o meu 1º telemóvel que andei com fita cola envolta do seu corpinho quando tudo e todos me diziam que ele já não estava capaz, tentando, com essa roupagem diferente, uma ténue esperança de que funcionasse mais uns anos. Não recordo quanto, mas ainda andei assim com ele, e ele comigo, durante uns tempos e ele resistiu a algumas intempéries, até que o suspiro final sempre chegou. Depois desse, tive um nokia azul 3310 e depois a saga continuou, porque depois de ter o primeiro não sabemos viver sem o próximo. Atualmente, o meu telemóvel é um bonito nokia 3310, amarelo, leve, estreito e, para onde quer que vá, é um divertimento. Não só porque toda a gente interage comigo por causa dele (desde colegas de trabalho, amigos e até um vendedor da Fnac, em Lisboa, que pediu logo para pegar nele ao colo e dar-lhe festinhas).

Sim, é mais ou menos esta a analogia, o meu nokia atrai as pessoas, o seu melhor, os sorrisos, o instinto maternal e paternal. É um simples telemóvel, tal como todos os outros que tive até hoje. Simples, leves e funcionais. Para mim, a funcionalidade resume-se a fazer e receber chamadas, conseguir tirar umas fotos em determinadas situações em que não tenha a máquina fotográfica comigo, ouvir umas músicas em viagens longas, ter uma calculadora e um cronómetro (muito importantes para uma determinada função do meu trabalho que implica avaliação e cotação) e um despertador para acordar de manhã ou para me alertar para alguma situação imprevisível (que fuja da minha rotina e que a tendência ao esquecimento seja provável). O meu nokia 3310, respeita a minha espécie animal, não me vicia de modo a estar numa mesa rodeada de

pessoas agarrada ao facebook ou ao youtube ou a tirar fotos com efeitos e máscaras…O meu telemóvel normalmente está em silêncio porque efetivamente eu prezo muito o anonimato. Não gosto de estar a fazer algo ou estar com alguém e de repente ser interrompida pelos gritos histéricos de uma máquina. Estamos sempre ligados às máquinas… Os telemóveis são obsoletos e estão sempre em evolução. O problema, para mim, é que nessa evolução as relações interpessoais tornam-se cada vez artificiais, superficiais e distantes. As pessoas falam mais dos eventos e das fotos do facebook (e de outras redes sociais da internet) do que umas com as outras. Já não há convites presenciais, mas sim digitais. Acho muito bem que se reduza no papel e que se use os benefícios da internet, mas acho um exagero a vida humana se cingir à volta de uma máquina, que conforme ironizei anteriormente, não deve ser sobrevalorizada, não deve ditar os nossos momentos e não deve confundir as nossas escolhas. Estamos a educar as nossas crianças neste sistema e o exemplo que lhes damos é o de facilitismo (está tudo no google, na internet, todas as dúvidas e anseios têm solução no mundo virtual), egoísmo e automatismo. Esquecemo-nos de ser mais emocionais, de contar as histórias das nossas gentes, de dar o nosso exemplo pessoal. Somos negligentes, permitindo o acesso a jogos como o GTA, sem supervisão; o navegar em sites de pornografia, violência e o recorrer a jogos de suicídio coletivo (ex. Baleia Azul). Confesso-vos que fico triste quando vejo famílias à mesa, na hora da refeição (sempre ouvi dizer que a hora da refeição é sagrada), como se fossem robôs. Cada um acompanhado do seu viciozinho: o tablet, no caso das crianças, e telemóveis smartphones nas mãos dos pais. Cada um no seu ecrã, isolados do mundo real que é o estarmos aqui e agora. Amanhã, quiçá… n


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SAÚDE | JP

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o Cantinho do Psicólogo 206

As Pedras da Calçada

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orque existem perspectivas diversas a considerar quando se fala de stress julgou-se importante dar um passeio por diferentes terras Aurélio Pamplona portuguesas para (a.pamplona@sapo.pt) sublinhar, face à visibilidade das diferentes pedras da calçada, os acontecimentos normais e extraordinários que infernizam a vida de cada um, e que se somam ao longo do tempo. Ou seja, o stress é aditivo, na medida que se desenvolve a cada passo, em paralelo com o progresso na vida e com a passagem do tempo. O resultado é semelhante ao desgaste e possível rotura que pode acontecer às solas dos sapatos que usamos como proteccão das irregularidades de algumas dessas pedras. Torna-se pois importante que cada um seja capaz de compreender o impacto que o stress tem ao longo do tempo, e até ser capaz de avaliar o seu nível, de forma a se tomarem medidas que evitem ou minimizem o desenvolvimento de problemas ou doenças de natureza física ou psicológica, ou mesmo a ruptura da capacidade de agir. A recorrência à escala de Holmes & Rahe (1967), respeitantes a acontecimentos stressantes extraordinários, susceptíveis de produzir fortes mudanças nas nossas vidas pode ajudar à sensibilização de cada um de nós para o seu nível de stress com vista a tomar as medidas mais adequadas para o enfrentar. Na escala, os números representam PUB

a importância subjectiva que cada acontecimento tem para a pessoa. Para se fazer uma ideia destes números citam-se oito exemplos dos 43 acontecimentos constantes da escala: (1) morte de cônjuge - 100; (2) separação ou divórcio - 73; (3) prisão - 63; (4) acidente ou doença grave 53; (5) reforma – 45; (6) mudança de área de actuação profissional - 36; (7) alteração significativa nas condições de vida – 25; (8) mudança con-

das com certa eficácia. Seguem-se alguns exemplos dessas medidas: (a) manter-se a si e aos outros activos; (b) permanecer em contacto com os seus pares e dirigentes; (c) obter informação actualizada; (d) pensar positivamente, ou no que deve fazer de bom; (e) conservar-se motivado e confiante; (f) falar das experiências vividas, com a família e colegas, ou até escrever cartas; (g) usar o bom humor; (h) ter bons hábitos de vida

mão das diferentes técnicas para lidar com o stress, em si próprio e nos outros, de que se espera continuar a apresentar alguns exemplos. Mas para além dos acontecimentos constantes da escala acima existem os pequenos aborrecimentos, ou contrariedades do dia-a-dia, baseados frequentemente em expectativas inesperadas, e que originam irritação, ou se mostram negativos, e que Taylor (1992) exemplifica com: o não dormir bem, a insatisfação com o trabalho, o uso do álcool, a imprudência em relação ao tabaco, os problemas de saúde de um familiar, a falta de dinheiro para comprar roupa, as preocupações com as dívidas, ou com o peso, e o medo de rejeição. Necessita-se, por isso, de equilibrar as emoções, crenças e recções negativas com comportamentos e modos de enfrentar que nos levem a: (1) viver mais feliz; (2) esquecer o passado e viver no presente: (3) responder de forma mais positiva ao meio ambiente; (4) a controlar a vida; e (5) não se deixar arrastar por memórias desapropriadas e não processadas.

siderável nos hábitos de sono – 16. Se consultar um psicólogo, e pedir para ser avaliado, poderá obter um dos seguintes resultados de risco de ficar doente: elevado ou muito alto; moderado ou baixo. A percepção destes sinais de stress constitui um alerta para a necessidade de se tomar medidas de auto ou hetero-ajuda, que embora simples e de aplicação fácil, podem ser utiliza-

(alimentação, higiene, e descanso); (i) dar apoio aos colegas, e (j) participar em actividades de grupo. Se as medidas referidas não forem suficientes para eliminar os sinais de stress há necessidade de recorrer aos técnicos do Serviço de Saúde, tão cedo quanto possível. Adicionalmente, e com vantagem para quem tenha recebido alguma preparação, há a possibilidade de continuar a lançar

A questão que fica é como realizar o equilíbrio de todas estas áreas. A resposta é simples: continue a seguir estes Cantinhos e transforme a sua vida. Referências: Holmes, T. H. & Rahe, R. (1967). Journal of Psychosomatic Research, vol. 11, pp.213218 Taylor, S, (1992). Health Psychology. New York: McGraw-Hill. Foto: A. Pamplona n


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VALÊNCIAS EDUCATIVAS DA SCMPV

LANÇAM PROJETO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL Focalizado no Mar, projeto pretende educar para a redução do uso de plástico.

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s valências educativas da Santa Casa da Misericórdia de Praia da Vitória (SCMPV), Creches e Jardins de Infância de São Lázaro e do Centro Social de Santa Rita, no âmbito do projeto educativo para o triénio de 2018-2021, pretendem levar a cabo uma série de iniciativas que visam sensibilizar as crianças e famílias para a proteção e defesa do ambiente, em particular do Mar, adotando uma política de redução do uso do plástico, através de atividades realizadas nas salas a partir dos dois anos, para além de distribuição de cartazes pela comunidade local, limpezas das praias em família (aos fins de semana), formação para pais, cuidadores e crianças em parceria com a Associação Ambiental Azulinvade e assinalar efemérides relacionadas com o tema: Dia Mundial dos Oceanos, Dia do Pescador e Dia Mundial da Água. Futuramente pretendem realizar campanhas a fim de reduzir o plástico nas festas do

concelho da Praia da Vitória. A 16 de Março, entre as 14h30 e as 17h30, no Etis Bar – Rua de Jesus, levam a cabo o IV Encontro para pais e cuidadores que contará com a participação dos seguintes oradores e temas: “A importância das atividades ao ar livre para o desenvolvimento motor” – Técnica de Psicomotrici-

dade, Dra. Márcia Canha. “Alimentação Saudável nos primeiros anos de vida” – Enfermeira Graça Pires. “Questões Ambientais Atuais – Educar para prevenir” – Associação Ambiental Azulinvade. O evento é aberto à comunidade, gratuito e apenas terão de realizar inscrição via email ou facebook. Será entregue um certificado de participação a todos/as

presentes.

Contudo e decorrente do entendimento de suas vivências, as Irmãs açorianas jamais ousariam afirmar (por exemplo e em contexto parlamentar, como aconteceu com uma das Irmãs Mortágua) que o salário mínimo em Portugal é um dos mais baixos da União Europeia, olvidando de forma quiçá consciente que (apenas a título de exemplo) na Hungria o mesmo é de 464,20 € e na Bulgária 286,33 € (valor médio mensalizado - vide PORDATA)! Claro que para as Mortágua convém estabelecer com-

parativos com os salários mínimos dos mais elevados, como na Alemanha (1.557 €) ou na França (1.521,22 €), pois «o que é preciso é avisar/enganar a malta»! E também não lhes interessa relevar que o trabalhador português integra maioritariamente os sectores primário (áreas agrícola, silvícola e pescas, por exemplo) e terciário (comércio de mercadorias, transportes, atividades financeiras e imobiliárias, serviços a empresas ou a pessoas...), ao invés dos seus con-

A escolha dos temas vem de encontro às problemáticas identificadas aquando da elaboração do projeto educativo da Instituição, o qual pretende ser um instrumento dinâmico de envolvimento comunitária, permitindo à criança aprender através da ação. SCMPV/JP n

AS IRMÃS E O SALÁRIO MÍNIMO

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omecemos pelas Irmãs Mortágua, ambas deputadas, pelo Bloco de Esquerda, na nossa Assembleia da República. Concretizando, falamos das gémeas Joana e Mariana Mortágua, naturais da vila do Alvito, distrito de Beja, sendo a primeira licenciada em Relações Internacionais, com especialização na América Latina, e a segunda licenciada e mestre em Economia. Passemos agora à apresentação de outras duas Irmãs anónimas (não

gémeas), nascidas nos Açores, também licenciadas, uma em História de Arte Contemporânea e a outra em Relações Internacionais, com especialização nos Estados Unidos. Diferentemente das Irmãs Mortágua, as dos Açores não seguiram os caminhos da Política e vivem em espaços geográficos distintos: uma em Paris, envolta nas Artes; a outra em Lisboa, laborando no sector terciário (imobiliária).

(Continua na página 13)

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DESTAQUE | JP

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PROJETO “TERCEIRA TECH ISLAND”

REFORÇA ATRATIVIDADE COM FORMAÇÃO Formação inicia-se a 25 de março, ministrada pelo novo parceiro “ITUp”. Perspetiva-se a criação de 60 novos postos de trabalho, com um volume salarial anual superior a 1 milhão de euros.

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projeto “Terceira Tech Island” do Governo dos Açores, que visa criar um “hub” tecnológico na Praia da Vitória tem um novo parceiro. Chama-se “ITUp – Information Techonology Up” e corresponde a uma “startup” especializada em serviços de formação projetados para criar profissionais de desenvolvimento altamente qualificados na plataforma “OutSystems”, dando resposta a uma procura cada vez maior destes profissionais em todo o mundo. A empresa foi criada em 2016 por Luís Campos – CEO – contando nos seus quadros com 3 “Most Value Professionals” do “OutSystems” e mais de 20 “Certified OutSystems Professionals”, incluindo 4 “Expert Developers” e 3 “Support Engineers”. A “ITUp” adota na sua formação todos os valores da originária “OutSystems” e tem uma taxa de certificação superior a 90 por cento. A “ITUp” não só fornece uma formação rápida e de qualidade, do nível básico ao avançado, como também desafia os seus clientes a serem os melhores no que fazem como profissionais da “OutSystems”. Dos 220 programadores a formar este ano no âmbito do “Terceira Tech Island”, 60, serão em tecnologia “OutSystems”, prevendo-se a criação de 6 dezenas de novos postos de trabalho, gerando um aumento salarial anual potencial superior a 1 milhão de euros, num investimento do Governo dos Açores de 300 mil euros.

Designado “Turn Up Bootcamp”, a formação nesta plataforma emergente arranca no próximo dia 25 de março, decorrendo até à próxima segunda-feira, 11, o prazo limite para inscrições, que poderão ser efetuadas neste enderenço: https://academy.itup.pt/turn-up-terceira-tech-island/. Luís Campos esteve recentemente na Praia da Vitória a preparar o novo “bootcamp”, que decorrerá no edifício vulgarmente conhecido por “casa do Dr. Eugénio”, na Praça Francisco Ornelas da Câmara. À conversa com o JP, Luís Campos, caracteriza o ambiente de desenvolvimento e perspetiva aquilo que é uma carreira como programador “OutSystems”. Jornal da Praia (JP) – Como surgiu esta parceria entre o Governo dos Açores e a “ITUp”? Luís Campos (LC) – Tudo isto começou com um contato inicial da “ITUp” com o Governo dos Açores. Desde logo houve um “match” e tudo seguiu muito rápido. Tivemos a primeira reunião em outubro do ano passado e a parceria começou a ser trabalhado desde daí. O que vamos fazer aqui, já fazemos no continente desde 2016, um “bootcamp” de formação que designamos de “Turn Up”. O “Terceira Tech Island” é muito mais abrangente, propondo-se a trazer empresas tecnológicas para cá. Já existe um parceiro de formação e para o Governo dos Açores revelou-se interessante haver mais parceiros de formação numa nova tecnologia. A “Outsystems” é uma tecnologia que está com muita procura, a taxa

LUÍS CAMPOS fundou a “ITUp” em 2016, depois de ter trabalhado 10 a tems” e tem uma taxa de certificação superior a 90 por cento. A “Out de empregabilidade é muito alta, então cá estamos nós, na qualidade de principal parceiro de formação em “Outsystems”. A Outsystems é uma empresa nacional. Nasceu em Portugal e tem toda a sua engenharia no nosso país, em Aveiro e Braga. Durante 10 anos trabalhei na “OutSystems” donde saí e fundei a “ITUp”. A “Outsystems” está espalhada pelo mundo inteiro,

tem escritórios desde dos Estados Unidos à Austrália. É uma das três empresas tecnológicas nacionais designadas por unicórnio, ou seja, está valorizada em mil milhões de euros – “one bilion dollars” – e continua a crescer bastante. O ano passado cresceu 60% em relação ao ano anterior. JP – Genericamente como se pro-

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DE PROGRAMADORES EM “OUTSYSTEMS” to mais rápido de aprender é muito interessante para este projeto. JP – Poderá dizer-se que o foco está na solução e não tanto no código por detrás… LC – Exatamente! Com o desenvolvimento em “OutSystems” o programador focaliza-se muito mais em resolver o problema do negócio do cliente, no projeto que está a fazer, do que estar focada em resolver questões tecnológicas, daí procurarmos pessoas com raciocínio lógico… JP – A propósito, quais os requisitos para frequentar esta ação de formação? LC – Só há dois requisitos. Os interessados têm que ter mais de 18 anos e têm que ser residentes nos Açores, em qualquer ilha dos Açores. Não precisam ser da Terceira, poderão ser de outra ilha qualquer. Durante a formação o Governo Regional garante o alojamento na ilha Terceira.

anos na “OutSystems”. A empresa adota todos os valores da “OutSystSystems”é uma tecnologia com elevada procura e empregabilidade. grama em “OutSystems” e que vantagens apresenta em relação às linguagens tradicionais? LC – A plataforma “OutSystems” é uma plataforma de desenvolvimento “low code”. O que é que isto quer dizer? – “low code” é pouco código, é fazer mais com menos código. É uma programação muito visual. A plataforma tem uma série de aceleradores que permite aos “developers” serem muito mais eficientes e permite também algo que é muito interessante para o projeto “TerceiPUB

ra Tech Island”. É muito mais fácil aprender numa plataforma como a “OutSystems” do que aprender uma linguagem de programação convencional como por exemplo “.NET” ou “Java”. Então como o nosso “target” é fazer a reconversão de pessoas que não precisam viver da informática e que são engenheiros de outras áreas, que vem dum curso tecnológico, que vem de biologia, de arquitetura, psicólogos – nós já treinamos pessoas com estes perfis no continente – a vantagem de ser mui-

JP – E em termos de qualificações? LC – Não existem qualificações mínimas, porém, se nos perguntarem qual o perfil que mais sentido faz, nós diremos que são engenheiros de outras áreas com matemática porque a taxa de sucesso será muito maior. Mas nós já treinamos pessoas desde biólogos, arquitetos, psicólogos, pessoas com cursos superiores, pessoas com tecno-profissionais, o que nós precisamos é de massa cinzenta, no fundo, pessoas que saibam pensar e depois nós trabalhamos em cima disso. Por vezes é muito mais importante ter um perfil interessante em termos de “Soft Skills”, ter o “commitment” certo, ter o empenho certo, porque a parte técnica nós ensinamos. Ensinar a parte técnica é fácil, ensinar a parte comportamental é muito mais complicado. Portanto, nós olhamos muito mais para a parte comportamental, para a vontade das pessoas fazerem isto do

que para a questão técnica, porque para a parte técnica nós temos 12 semanas para os ensinar. JP – Que expetativas podem ter os formandos depois de concluírem a formação? LC – Até à data e da experiência que resulta do continente temos uma taxa de empregabilidade de 98,8 %. Das cerca de 180 pessoas que já passaram pela nossa formação, nestes moldes – já treinamos mais de 1200 pessoas – mas neste modelo de fazer academias para depois as pessoas se empregarem já treinamos mais de 180 pessoas, com uma taxa de empregabilidade de 98,8%. Estamos à espera de ter uma taxa semelhante aqui na Região e o objetivo é que essas pessoas vão trabalhar nas empresas que estão a ser convidadas para estar no projeto “Terceira Tech Island”. Um dos objetivos que o Governo Regional nos propôs, foi ajudar a trazer empresas para o projeto. Nós temos uma série de clientes e parceiros no continente que estarão interessados em vir para cá. JP – O “Terceira Tech Island” visa fixar tecnológicas na Praia da Vitória. Esta parceria com a “ITUp” com formação em “OutSystems” vem reforçar a atratividade deste projeto? LC – Claro que sim, porque abre o leque às pessoas que queiram fazer formação, permitindo-lhes escolher entre duas entidades com tecnologias diferentes e perfis diferentes, porque um programador de “Java” é diferente de um programador de “OutSystems”. Há pessoas que são muito bons programadores de “Java” que não querem ser programadores de “OutSystems”, e, há muitos bons programadores de “OutSystems” que não querem ser programadores de “Java”. Então, vai permitir abraçar mais empresas que tenham o foco na tecnologia (Continua na página seguinte)


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ENTREVISTA

LUÍS CAMPOS, CEO DA “ITUP” (Conclusão da página anterior)

“OutSystems”, num mercado que tem vindo a crescer exponencialmente. JP – Como vê esta aposta do Governo dos Açores de tentar fixar tecnológicos na Praia da Vitória e por conseguinte na Região? LC – Penso tratar-se de uma decisão muito acertada a de criar um polo aqui nos Açores. As empresas estão a criar polos de desenvolvimento remoto. As empresas tecnológicas no continente andam à procura de talento por este mundo fora e se houver talento aqui nos Açores as empresas vão se sediar cá, grande parte das empresas portuguesas estão a trabalhar com talentos fora de Portugal, portanto esta noção de estar a trabalhar de forma remota já existe e ter um polo nos Açores é muito interessante e poderá ser estratégico para uma série de empresas para atacar o mercado dos Estados Unidos. Estando aqui nos Açores estamos em termos de fuso horário uma hora mais perto dos Estados Unidos do que estaríamos no continente. Estamos a um terço do caminho sempre que precisarmos de nos deslocar aos Estados Unidos, porque de tempos a tempos, é sempre preciso ir ao cliente e eu acredito principalmente aqui na Terceira que existe uma afinidade muito grande entre o povo da Terceira e os açorianos em geral e o povo dos Estados Unidos, parece-me uma decisão muitíssimo acertada. JP – Que mensagem deixaria aos potenciais formandos? LC – Gostaria de salientar que uma

carreira de programador de “OutSystems”, por um lado, é uma carreira bem paga com vencimentos muito acima da média – segundo o “Salary Survey 2019”, levado a cabo pela consultora Robert Walters, um programador “OutSystems”, com 2 a 5 anos de experiência, aufere em média, entre 25 e 40 mil euros anuais – e, por outro lado, a carreira de um programador “OutSystems” tem uma grande diferença em relação a uma carreira de um outro programador. Não quero dizer que um programador júnior ou um programador sénior recebam mais do que um programador júnior ou sénior de “Java” ou “.NET”, eles recebem mais ou menos a mesma coisa, mas só que há aqui uma grande diferença – é a velocidade com que se vai progredindo na carreira – porque chegar a sénior ou a “team leader” de “java” ou “.NET” demora entre 5 a 8 anos, em “OutSystems”, nós temos casos com pessoas com 1, 2 anos, após fazerem a nossa formação e já são líderes de equipas. E isso acontece porquê? – Basicamente por dois motivos: 1.º, porque a plataforma é muito mais fácil de aprender, 2.º, o mercado, existe muita necessidade, portanto as pessoas têm muito mais oportunidades e conseguem crescer muito mais rápido do que numa linguagem tradicional. Não podemos dizer que um programador de “OutSystems” recebe muito mais do que um programador de outra linguagem, o que consegue é recebê-lo muito mais cedo, o que na realidade significa que recebe mais, porque recebe com menos anos de experiência, mas depois vão ser equiparados em termos de cargos, são os dois seniores e recebem mais ou menos a mesma coisa,

Foto: ITUp

são os dois “team leaders” e recebem mais ou menos a mesma coisa. Termino dizendo que se querem mudar de carreira, se querem ter um crescimento rápido a plataforma “OutSystems” e esta formação é o indicado para eles. Obviamente que

vão ter muito trabalho no início, são 12 semanas muito duras, terminar a formação com sucesso é duro, mas depois vem a compensação. Vão continuar a trabalhar no duro, mas com uma alta remuneração.

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FORTE DE SANTA CATARINA DA PRAIA DA VITÓRIA Por: Francisco Medeiros

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o centro da Baia das Lages na Ilha do Pico há uma fortificação “Forte de Santa Catarina” que por coincidência ou não, tem o mesmo nome, do único forte existente na Baia da Praia da Vitoria, já restaurado e aberto ao público. O Forte de Santa Catarina das Lajes do Pico, é o único que resta de algumas fortificações que existiram em volta da Ilha do Pico, há conhecimento da existência de uma bateria equipada com canhões próximo do Pontinho da Prainha do Norte, cujas ruínas ainda existiam em 1926. Há alguns anos, nos varadouros dos portos, a servir de “cabeços” para fixação de cadernais para varar embarcações de maior porte, havia algumas peças de artilharia. No varadouro da Prainha havia dois, em Santo Amaro dois, na rampa da baleia no Cais do Pico cinco, duas no Porto da Madalena onde eram passados os cabos das lanchas do Pico e também havia duas na casa de veraneio da família Lima na Areia Larga que os tinham como adorno. Há alguns anos visitei o Forte existente na Praia da Vitória e verifiquei ser uma estrutura maior do que o forte de Santa Catarina das Lages do Pico, só que o estado de degradação PUB

a contar do Sul, de 9 fortes e baterias, construídos ao longo da Baia de Praia da Vitoria, para defesa das investidas de armadas espanholas. Está localizado a pouco mais de 50 metros da raiz do molhe do porto Oceânico da Praia da Vitória, na zona da freguesia do Cabo da Praia.

deste não permite, avaliar as suas dimensões, no entanto no terraço, tem uma única vigia e casa de armas em ruínas. Não conheço nada da sua história, mas naquele concelho deverá haver documentação, que possa dar orientação, a quem de direito pretenda preservar aquele monumento de história viva do nosso património cultural. A Câmara Municipal das Lajes do Pico. procedeu, a restauros, mas julgo que não existe documentação, do esquema do forte? O Forte de Santa Catarina na Praia da Vitória foi construído na segunda metade do século XVI por volta de 1580, pelo menos é data que se encontra afixada no lintel de entrada. É o único existente e o primeiro

O acesso ao forte é feito por um único portão, situando-se à esquerda a casa de armas com 8 frestas de defesa para o exterior. Em frente há uma rampa que dá acesso à praça de armas com 9 ameias onde estão colocadas 5 peças de artilharia duas das quais em bronze, de origem Francesa e Inglesa. Tem uma única guarita para vigia e um pequeno abrigo de apoio. Segundo nos informaram por baixo da praça havia uma casamata que não foi recuperada em virtude do estado adiantado de degradação. O Forte foi entregue ao Museu da Terceira que tem afixado em expositores, um repositório de fotografias de antes e depois da sua recuperação, reproduções de cartas das baia da Praia com a localização de fortes e baterias e alguns textos com resumos históricos. Este forte de Santa

Catarina, está ligado à memorável batalha de 11 de Agosto de 1829 entre absolutistas e liberais, façanha que mereceu por carta regia de 12 de Janeiro de 1837, que a Vila da Praia passasse a chamar-se “Mui Notável Vila da Praia da Vitória.” Foi ali na Praia da Vitória que se constituiu uma armada, que partiu para Pampelido a 8 de Julho de 1832 levando a seu bordo os Bravos do Mindelo. Desta armada constavam três naus, construídas na Ilha do Faial no Arsenal” sobranceiro ao Cais de Santa Cruz, no local onde foi construída uma unidade hoteleira, a que deram o nome de Hotel do Canal, em vez de lhe terem, em minha opinião, dado o nome de Hotel do Arsenal. Da Ilha de Nosso senhor Jesus Cristo.

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EDITORIAL / OPINIÃO | JP

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PELOS AÇORES… TER RAZÂO! A FORÇA DA VERDADE…

E DITORIAL O Entrudo da Ilha Terceira

O sonho de Abril continua a cantar no pio do milhafre que saltou do seu ninho para o explendor da luz nessa aurora em que, finalmente, pudemos gritar a plenos pulmões: “Somos livres de voar!”

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Carnaval – carnelevarium do Latim – significa a véspera da quarta-feira de cinzas, quando principia a Quaresma e abstinência de carne, que a Igreja Católica Apostólica Romana proibia os fieis de ingerirem carne durante a Quaresma, e tornou-se num conjunto “de festividades populares que ocorrem em diversos países e regiões católicas”, espalhadas pelo mundo, onde a música, a dança e a folia vibram entre o povo.

As festas do Carnaval na nossa ilha ocupam um lugar de prestígio nas festividades populares para as nossas gentes, e é sem dúvida uma das maiores festas populares da Ilha Terceira e dos Açores, alastrando-se às nossas comunidades de emigrantes espalhadas pelo mundo, onde existem Terceirenses celebra-se o Carnaval.

As características do Carnaval Terceirense são únicas no país e têm longa tradição, as danças e os bailinhos são representações teatrais de carisma popular “de coreografias simples e pouco variadas, que também actua como coro cantado, e acompanhada por músicos (tocadores) de cordas e de instrumentos de sopro” sob a direcção do mestre e ou puxador, onde a sátira politica, social e religiosa é uma constante dos assuntos apresentados ao público após vários períodos de ensaio.

Este ano durante o período carnavalesco participaram 60 grupos, em quarenta palcos, espalhados por esta Ilha de Jesus. Norberto Messias, tem defendido muito bem, e por isso deve ser apoiado, a necessidade de se estudar uma candidatura do Carnaval da Ilha Terceira ao Guinness, e se tal suceder, serão imensos os reflexos positivos para o turismo da nossa terra.

O Carnaval Terceirense é um verdadeiro teatro popular celebrado espontaneamente pelo povo e para o povo, e que mantém a sua essência primária, apesar de ter atravessado algumas vicissitudes ao longo dos tempos, esta forma de teatro popular não é estática, tem evoluído eficazmente, ganhando raízes profundas para a sua sustentabilidade no tempo.

Em suma, deve dizer-se que inequivocamente cabe a todos os Terceirenses a defesa da especificidade do seu Carnaval, na verdade já defendia José Noronha Bretão, um dos maiores estudiosos destes assuntos, que as danças de Carnaval da Ilha Terceira são “ o maior festival de teatro popular do mundo”.

O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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seres humanos deve ser sempre a busca pela “verdade” destingir o verdadeiro do falso. Não nos esqueçamos que a procura por ela, surgiu logo na infância com os “porquês” e que, hoje, numa sociedade onde numa das partes importantes da sua pirâmide onde instalado o poder político-económico-financeiro, estão os mais competentes malabaristas da “mentira concertada”.

José Ventura*

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erminamos o nosso último texto de “Opinião” em referência aos “Resquícios de uma Reflexão” também matéria de “opinião”, prometendo considerar a partir do presente, os diversos temas que descobrimos nas matérias que reflectimos e que não deixarão de, durante este 2019 ter fortes repercussões sociais e políticas nos Açores. Temos as próximas Eleições para o Parlamento Europeu, para a Assembleia Legislativa Portuguesa, bem assim os temas escaldantes que se têm vindo a apreciar com a exploração dos Açores no seu todo como uma Região Atlântica quase isolada dos Continentes que constituem o planeta “Terra” mas, que tem sido cobiçada por diversos “senhores” que com o concluo do governo centralista de Lisboa tal “bolsa de negócios”, têm vindo durante os últimos tempos descobrindo o “Quanto Valem os Açores”. É vê-los na azáfama no “lufa-lufa, no corre-corre” dos DDT, Primeiro-Ministro. Ministra do Mar e outras quejandos fazendo-nos lembrar os “caixeiros viajantes” de anos passados.

“Razão” a razão pode significar a causa ou o motivo de uma acção, de uma atitude da defesa de um ponto de vista. Para muitos filósofos, a razão é a capacidade moral e intelectual dos seres humanos e também a propriedade ou qualidade primordial das próprias coisas. Do filósofo Blaise Pascal recordamos a frase “O coração tem razões que a própria razão desconhece”, dizem-nos as enciclopédias que a palavra “razão” tem dois significados, enquanto “razões” são as emoções do coração, “razão” é a consciência intelectual e moral da percepção das coisas. Daí “pelos Açores… ter Razão”. Aqui Açores para nós é igual a Povo. Este Povo que tem emoções… que tem um grande coração. Mas que, ainda não trouxe à acção de cidadania activa, a “Força da Verdade” traduzido na faculdade de operar, de executar, de mover, o exercício da “Verdade” no desejo da investigação do seu verdadeiro significado. Esquecemo-nos uma das nossas características como

Um dos acontecimentos políticos de grande importância no Continente Europeu, serão as eleições para o Parlamento de seu nome, participando 27 Estados membros a realizar em Portugal no próximo dia 26 de Maio em 27 Estados membros (já sem a participação do Reino Unido) para o qual, serão eleitos 705 deputados mantendo Portugal os 21 assentos que tem na actual legislatura. Entretanto, registe-se: De conformidade com a Comissão Nacional de Eleições, no que toca ao sistema eleitoral, para as Eleições em questão, são aplicáveis, com algumas adaptações, as regras definidas para a Assembleia da República, destacando-se 4 pontos 1. todo o território nacional constitui um único círculo eleitoral; 2. refere o nº de deputados a eleger 3. a extensão da capacidade eleitoral activa aos cidadãos da União Europeia residentes em território nacional …….. 4. do recenseamento eleitoral português, residentes fora doterritório nacional,…. É do primeiro que nos apraz refilar porque, tira toda a possibilidade de nós açorianos realizarmo-nos como pessoas livres de escolher os nossos representantes e isto porque ainda não conseguimos libertar-nos de uma tutela “criminosa” no que concerne à criação de partidos açorianos e madeirenses (Regionais, Independentistas, Separatistas) ou como os queiram denominar, porque sujeitos a uma Constituição que não respeita o que chamam de Estado Democrático e subscritor dos Direitos Humanos. Preparemo-nos para assistir a uns shows, onde os senhores se dizem donos absolutos da “verdade” política, farão de autênticas “primas-donas” de uma “ópera bufa” aplaudida por um público composto por indigentes que, de mão estendida, espera receber umas “prebendas” futuras. Ao coro dos já conhecidos arenga-

dores de promessas, teremos mais um que ainda mal conhecemos de nome “aliança”, cujo maestro demagogicamente diz, que se morasse no bairro da Jamaica também não gostava. A “Força da Verdade”, está no exemplo dos “Coletes Amarelos” que em menos de três meses, apresentaram uma lista às eleições europeias de Maio próximo denominada “Reunião de Iniciativa Cidadã” “Queremos deixar de sofrer as decisões das instâncias europeias e os ‘diktats’ * das castas de financeiros e tecnocratas que se esqueceram do principal: o humano, a solidariedade, o planeta”,*Exigência absoluta imposta pelo mais forte, sem outra justificação que a força.) Enquanto se assiste em França a rápida organização de uma lista para concorrer ao PE com o apoio de cerca de 74% dos franceses, bem assim de governos como o Italiano e …. vamos esperar para ver, quantos mais, nos Açores esperamos de braços cruzados por uma revisão constitucional que se encontra emperrada pelos partidos portugueses e, pelo próprio presidente da República, que diz não haver necessidade de se mexer na mesma. É de bradar aos céus, usando a expressão popular quando ouvimos e lemos declarações de responsáveis políticos ditos açorianos que defendem a criação de partidos de índole açoriana, proibidos na Constituição de Abril, que dizem defender um círculo eleitoral próprio para o Parlamento Europeu, mas continuam num acto de subjugação. De humilhação que não é condizente com o passado dos nossos “maiores”. Tenham “Coragem” de uma vez por todas dizerem em “Verdade” o que a “Razão de se ser Açoriano” O sonho de Abril continua a cantar no pio do milhafre que saltou do seu ninho para o explendor da luz nessa aurora em que, finalmente, pudemos gritar a plenos pulmões: “Somos livres de voar!”

PS. Estamos desiludidos com a notícia de alguém que, batendo no peito pelos Açores embora já os tivesse traído noutras circunstâncias, se preste a servir o interesse de um Estado centralista que muitas vezes ouvimo-lo criticar. (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. n

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JP | OPINIÃO

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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XLVII)

PARTICIPAR NO NOSSO FUTURO Ninguém cometeu erro maior do que aquele que nada fez, porque era muito pouco aquilo que podia fazer (Edmundo Burke--século XVIII) nascido já génios sapientíssimos, e a evolução, o progresso e os seus talentos fossem apanágio deles, os únicos a merecer reinar à superfície do planeta.

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António Neves Leal

uitas têm sido as ocasiões em que apetece-nos vestir um gibão de misantropo e fugir desta luta existencial, tantas vezes inglória. E isto porque a mediocridade, as invejas, a mesquinhez, presunção e ignorância de alguns levam ao cepticismo e ao desânimo aqueles que agem com palavras e actos, ou criticam com autoridade e pertinência. As nossas ilhas têm sido alfobre de grandes espíritos e são estes que honram e universalizam os nossos valores, as nossas tradições e toda a cultura e história de um povo. Os detractores, os zoilos, os despeitados, os frustrados e os presumidos carcomidos pelas vaidades, que ostentam títulos ou diplomas falsos abundam entre nós. Em vez de se cultivarem para não dizerem tantas asneiras, preferem vir mordiscar em pequenas reuniões aqueles que pretendem apenas exercer a cidadania e valorizar a sua terra, trabalhando em paz, não aceitando lições de gente com deficiente informação sobre a nossa realidade, mas querendo vir passar atestados de menoridade ou incompetência aos que optaram por permanecer ou voltar às origens com prejuízos pessoais. Os Açores, hoje, não precisam do paternalismo de espíritos ávidos só de ambição e de protagonismo infantil para conseguirem um lugar ao Sol por estas e outras bandas, chegando ao cúmulo do desplante de marginalizarem os que aqui lhe deram guarida, em tempos idos, e aqui trabalham pela nossa terra. Como se eles tivessem

O ostracismo de há décadas e o atraso vão sendo combatidos, graças ao pertinaz e constante empenhamento dos que aqui dão a cara, pagando não poucas vezes uma pesada factura de arrelias e incompreensões. Por isso, não permitimos que nos venham tutelar ou ocupar lugares ou posições dirigistas, como se ainda estivéssemos no tempo do miserabilismo saudosista e pelintra das décadas do pé descalço, que os mais velhos conheceram. O arquipélago açoriano tem sido sacudido por ventos benfazejos. Poderíamos enumerar alguns: crescimento do número de publicações regionais, nacionais e estrangeiras entre nós; intercâmbios artísticos, histórico-culturais, científicos, sobretudo da Universidade dos Açores; a existência de múltiplos canais de comunicação de rádio, televisão, internet, e as inúmeras plataformas digitais fazem-nos sentir mais perto como cidadãos do mundo e do futuro que aí vem. Contudo, isso que está a acontecer não nos deve impedir do necessário trabalho de manutenção e reabilitação da nossa identidade, dos nossos padrões culturais enraizados, há seis séculos, nestes rochedos atlânticos, e que constituem a génese da nossa identidade. Se não o fizermos, ficaremos com registo de umas pequenas notas de rodapé numa página da história do nosso tempo. É o que já se faz já há vários anos no ensino com projectos da área- escola, visando inserir realidades do meio físico e social numa reflexão constante com a aprendizagem de diversas disciplinas do saber. Esta nova estruturação exige uma enriquecedora interdisciplinaridade e uma nova mentalidade em que todos se sintam felizes, úteis. As reformas

não serão viáveis se não houver uma adesão, entusiasmo e criatividade dos diferentes agentes sociais. A participação tem de ser de todos com a consequente distribuição de tarefas e responsabilidades. Os jovens de muitas escolas estão, felizmente, a dar lições aos adultos. Esta sementeira é ainda problemática, se não forem resolvidas com urgência problemas como a revalorização dos cursos, a formação dos docentes, a dignificação das suas condições de trabalho e salariais, o estreitamento das relações entre as escolas e as empresas e demais actividades do mundo laboral, a necessária orientação profissional de acordo com as apetências dos jovens, e não arrastados para escolas profissionais não adequadas, devido a incapacidades das universidades e institutos, por vezes agravadas por um complexo de novo-riquismo de todos serem «doutores» e «engenheiros». Fala-se muito em mudar a face das ilhas, quase todas em crescente processo de desertificação, mas é preciso rendibilizar os enormes investimentos das importantes infraestruturas da fase inicial da autonomia das ilhas. Só que isto não pode ser exclusivo de uma ilha, com está a ver-se, cada vez mais, o que não augura nada de bom para o nosso futuro. Todos os açorianos residentes são poucos para se darem ao luxo de cruzarem os braços ou deixarem a resolução dos nossos problemas e dos nossos destinos aos tecnocratas da União Europeia ou aos saudosistas nacionais do passado. Isto é muito grave e não pode ficar à mercê apenas dos partidos. Ninguém pode eximir-se aos deveres de cidadão responsável e de participação actuante. Cada um no seu posto terá de dar o seu melhor para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e feliz nesta zona do Atlântico, contrariando o rumo se-

guido, numa visível traição aos ideais de Abril de 1974 e à Autonomia, que a democracia nos trouxe e seduziu nos seus primórdios. Bastará consultar os jornais e os livros que foram publicados sobre esta temática. É o que venho fazendo aqui neste quinzenário desde 1990, e no meu livro «Varanda de Paris», que retrata a saga da nossa autonomia (então já escrita com minúscula), como bem sabem os que já leram o livro. Os Açorianos, com maiúscula, precisam de interessar-se, sair do seu comodismo e da sua apatia, dando uma lição de cidadania e de maturidade política. Essa lição chama-se exigência inteligente, o que implica atenção, reflexão e o contributo activo de cada um e de todos os eleitores. Estes como mandatários dos eleitos ficam sujeitos às decisões destes, assumindo enormes responsabilidades individuais na escolha dos deputados e, simultaneamente, na gestão do nosso futuro colectivo. Sem uma adequada informação não se pode participar, conscientemente, na vida da comunidade, nem ficar a leste dos problemas que enfrentamos. Com tal atitude perdemos toda a razão de contestar ou reclamar, e damos força ao «statu quo» vigente, pactuando com eventuais directrizes que não nos interessa prosseguir em prol do desenvolvimento de todas as ilhas. Não sendo possível mudar subitamente as mentalidades, acabe-se com os embustes e os sistemáticos ataques a esta anémica autonomia, e preparemo-nos para novos tempos de mudança. O nosso voto deve ser dado a quem o merece. Em caso de dúvida, vote-se em branco. É mais sensato. Não se deixe o eleitor levar pelos caciques locais e pelo «voto útil» uma grosseira forma de prostituir as consciências e que contraria um acto que deve ser sério e secreto, como impõe a lei.

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AS IRMÃS E O SALÁRIO MÍNIMO (Conclusão da página 13)

géneres alemão e francês que laboram sobremaneira no secundário, ou seja, indústrias na área aeroespacial, aeronáutica, automobilística, naval, energia, tecnologia avançada, etc. etc.. E isto sem entrarmos em outros itens, como o da produtividade, que, segundo as estatísticas conhecidas, em Portugal são patenteados índices muito baixos no contexto europeu (68% da média). Também convictamente, as Irmãs insulares acrescentariam outra coisa bem mais racional do que as Irmãs alentejanas: é que, por exemplo, a Irmã de Paris paga 1300 € de renda de casa (um T2) por mês, contra apenas 600 € da de sua Irmã que reside em Lisboa (um T2+1)! Já agora, mais

um exemplo: no período de inverno, a Irmã de Paris vê a conta da luz, por via sobretudo do aquecimento interior da casa, chegar aos 300 euros/mês, em contraponto com a de Lisboa que fica pelos 80 € por igual período. No que se refere aos custos com a alimentação, remeto o eventual leitor para o constante no post-scriptum. Deste modo, imperativo se torna interiorizar a relatividade inerente ao valor do salário mínimo, que não só está indubitavelmente associado ao PIB de cada país ou região, como à capacitação intrínseca de cada indivíduo; logo, não é, não deve ser uma fatalidade, nem uma sina, jamais um sortilégio. Para quem quer fugir à situação social e material fragilizante decorrente da dependência do sa-

lário mínimo, encontrará respaldo desde logo na sua formação e subsequente qualificação - no saber, em suma -, embora tendo em linha de conta que isso exige muito querer e também sacrifício, por vezes. Só então se poderão exibir níveis de performance elevados na sociedade onde nos inserimos, e, claro, obter o respectivo retorno financeiro; nunca por nunca na vindicta estéril nem na comparação torpe do incomparável. É assim no Mundo Ocidental, onde as Irmãs Mortágua vivem e gostarão por certo de continuar a viver! Reforçando o atrás exposto, basta termos presente as causas subjacentes às manifestações (lamentavelmente violentas e, portanto, à margem da lei) levadas a cabo pelos designados “coletes amarelos”, que

ocorrem pelas ruas de Paris e de outras cidades francesas mais significativas, para concluirmos que o status quo não é “made in Portugal”, mas “made in Universo”! P.S. - Segue-se uma pequena lista de preços (por defeito, sublinhe-se) de bens alimentares primários à venda na rede de Supermercados MONOPRIX.fr., em Paris e outras cidades de França: Água mineral, pack 6 lt. 3 €; leite meio-gordo, pack 6 lt. 7 €; ovos (dúzia) 6 €; manteiga 11 € / kg; tomate cereja 9 € / kg; abóbora 7 € / kg; cuvete 4 salsichas Frankfurt gr. 4,50 €; almôndegas carne vaca 27 € / kg; camarão c/ casca 50 € / kg; presunto fatiado 23 € / kg; carne vaca moída 20 € / kg; peito de frango 18 € / kg; salmão fumado 45 € / Kg. Francisco Silva n


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MARÉ DE POESIA | JP

2019.03.08

A

celebração do Dia Internacional da Mulher a 8 de março, foi instituída pelas Nações Unidas, em 1975. A afirmação da Mulher ao longo dos tempos, tem vindo a se sentir em diferentes domínios e a escrita não é exceção. Nos dias de hoje as Mulheres afirmam-se na poesia, não apenas como musas inspiradoras,

mas como escritoras deste género literário. Nesta edição, inauguramos a participação da poetisa Catarina Valadão, que conjuntamente com as poetisas habituais: Angélica Borges, Carla Félix, Carina Fortuna, Carla Valadão e Sandra Fernandes evocam a Mulher nas linhas que escrevem.

n

QUE EU SAIA Sandra Fernandes Que eu saia de casa sem perfume mas jamais sem meu aroma natural feminino. Que eu saia de casa sem trajos ricos mas jamais sem meu sorriso encantador. Que eu saia de casa sem caras joias mas jamais sem meu pensamento criativo. Que eu saia de casa caminhando mas jamais sem meu coração carregado de amor. Que eu saia de casa para trabalhar dignamente mas jamais sem a minha personalidade. Que eu saia de casa até mesmo sem comer mas jamais saia, sem meus filhos alimentar. Que eu saia de casa sempre de cabeça erguida mas jamais, sem no bolso, levar minha honestidade. Que eu saia de casa cheia de dúvidas mas jamais desmotivada, vazia e a chorar. Que eu saia de casa carregando meus problemas mas jamais sem os meus sonhos e a minha verdade. Que eu saia de casa desacompanhada mas jamais conduzida por enganos e patranhas. Que eu saia de casa colhendo, com o olhar, o dia mas jamais contando os dias, negando a idade. Que eu saia de casa para ver no céu a lua prateada mas jamais saia, sem o calor do sol, me alimentando as entranhas.

BASTA Carina Fortuna Não entendo… Não percebi como, quando, tudo mudou Só senti a dor A alojar-se no meu peito Quando o meu corpo Vestia o negro das tuas mãos A lua despiu a luz E o brilho...só o das minha lágrimas Hoje, eu digo BASTA! Não entendo e já não quero entender

Não quero quem me faz sofrer. Quero ir… Procuro as casas pintadas de paz Quero sorrisos Procuro pessoas luz Exijo respeito E flores no peito Sou guerreira E a minha vitória faz-se de lutas Onde me visto de coragem!

É mulher! Vallda Chamar-se-ia guerreira. se não fosse a natureza! E podia ser a primeira a revelar sua grandeza... É mulher emancipada não há outro como ela que por vezes maltratada não deixa de ser donzela! É mulher, imensidão! é fortaleza do lar é poema e é canção que poucos sabem cantar... Porque é hino de uma luta que parece, nunca finda a vítima de uma conduta que não foi vetada ainda! É mulher! Da gestação do carinho e do afeto e por ser do coração não pode ser objeto!

Angélica Borges Mulher em teu ventre aconchegante Geras teu menino no seu cálido ninho Menino este que um dia ganhará asas E aprenderá a voar como um passarinho Mulher saberás o que é de veras amar Quando deres a luz o próprio amor Teu filho amarás mais que a ti mesma A Deus entregarás todo o teu louvor Mulher teu corpo uma roseira Que acalenta as Cândidas rosas Imaculados os teus rebentos Teus filhos tuas flores preciosas Mulher em teu ventre abriga-se o futuro Alastra o manto imenso da humanidade Agasalhado todos os cantos do mundo Teus filhos são uma grande comunidade

08.03 - DIA INTERNACIONAL DA MULHER FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO: Carla Félix

Poesia Carla Félix Vive em mim Tatuada na pele da alma Rompe os pedaços de carne Entra profundamente Nos silêncios escondidos Arranca palavras Sufoca acordes Arrasta o corpo Levita-o Em balanço Toca na vida Com penas de gaivota Marca um tempo De mulher com asas Subindo pelos versos No amor da poesia

Boneca de papel Catarina Valadão Frágil ao toque e ao tempo... És uma boneca desenhada, Numa folha transparente, Com uma vida, toda ela, pela frente! Boneca, leve boneca, Feita de uma folha ao vento... Deixa que te seja a liberdade a guiar E pára apenas onde quiseres ficar! Boneca, frágil boneca, Até onde elevas esse alento? Onde descansas as asas Do sonho que carregas? Onde descalças os pés Desse fardo sempre iminente? Leve, boneca! Frágil, boneca! A força foi escrita entre as linhas que te cosem, E o peso foi solto pelos desejos que te trazem! Boneca, não há labirinto que te faça perder... A tua força vem da vontade E o destino do teu humilde ser! Boneca de papel, Boneca feita de saudade, Tens em ti toda a verdade do mundo! Nunca deixes de ser, Nunca deixes de querer, Nunca deixes, boneca, de viver!

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Angélica Borges; Carla Félix; Carina Fortuna; Catarina Valadão; Sandra Fernandes; Vallda PAGINAÇÃO: JP As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetias. Para participar envie o seu poema para maredepoesia@jornaldapraia.com. PUB


JP | INFORMAÇÃO

2019.03.08

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MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

SÁBADOS

FUTEBOL CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

25.ª JORNADA | 10.03.2019 Pinhalnovense

-

Moura

Olímpico Montijo

-

Amora FC

Sacavenense

-

Olhanense

Oriental

-

Casa Pia

Real

-

Louletano

VG Vidigueira

-

Sp. Ideal

Ferreiras

-

Armacenenses

SC Praiense

-

Redondense

Angrense

-

1.º Dezembro

26.ª JORNADA | 17.03.2019 Real

-

Pinhalnovense

Moura

-

Olímpico Montijo

Olhanense

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Oriental

Amora FC

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Angrense

Casa Pia

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Ferreiras

Redondense

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Sacavenense

1º Dezembro

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VG Vidigueira

Louletano

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SC Praiense

Sp. Ideal

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Armacenenses

CAMPEONATO DOS AÇORES SEGUNDA FASE PROMOÇÃO

1.ª JORNADA | 10.03.2019 CD Rabo Peixe

-

Marítimo GRA

GD Fontinhas

-

SC Lusitânia

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 - Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2); 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 - Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 - Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoitos - São Pedro (4)

Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados

HOJE (08/03) Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADO (09/03)

SÁBADO (09/03)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (10/03)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA (11/03)

(1)

DOMINGOS

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 - Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 - Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 - Matriz Sta. Cruz (4))

TEATRO A REVIRAVOLTA DOS BRINQQUEDOS - O REGRESSO GRUPO DE TEATRO “A SALA” Local: Auditório do Ramo Grande Hora: 16:00 Gratuita para crianças até aos doze anos.

DOMINGO (10/03)

-

C Operário D

Marítimo GRA

-

GD Fontinhas

MANUTENÇÃO

1.ª JORNADA | 10.03.2019 Águia CD

-

SC Guadalupe

Graciosa FC

-

CD Cedrense

2.ª JORNADA | 17.03.2019 SC Guadalupe

-

Graciosa FC

CD Cedrense

-

Vitória FC

CAMPEONATO ILHA TERCEIRA

14.ª JORNADA | 10.03.2019 NSIT - Terauto

-

JD Lajense

Boavista CR

-

SC Barreiro

15.ª JORNADA | 17.03.2019 SC Barreiro

-

SC Vilanovense

JD Lajense

-

Boavista CR

TERÇA (12/03)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUARTA (13/03)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (14/03)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA (15/03)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (16/03)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGO (17/03)

Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

(1)

SEGUNDA (18/03)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

2.ª JORNADA | 17.03.2019 SC Lusitânia

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

JP | ASSINATURA 15,00 EUR Regularize a sua assinatura anual através de transferencia bancária para o IBAN:

TERÇA (19/03)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

CINEMA IMAGENS PROIBIDAS” Local: Recreio dos Artistas Hora: 18:00 Classificação: M/12

QUARTA (20/03)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA (15/03)

QUINTA (21/03)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

PT50 0059 0004 22036300048 24 Jornal da Praia Grupo de Amigos da Praia da Vitória

Envio o comprovativo de transferência para: assinaturas@jornaldapraia.com indicando o seu número de assinante Número a negrito na parte superior da etiqueta de envio postal

www.jornaldapraia.com notícias atualizadas diariamente

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES CONCERTO THE GIFT Local: Centro Cultural e de Congressos Angra do Heroísmo Hora: 21:30

Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

SÁBADO (16/03)

VILA NOVA

TEATRO

Farmácia Andrade

DA SALA PARA O CABARET GRUPO DE TEATRO “A SALA” Local: Auditório do Ramo Grande Hora: 21:30

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

NOTA: Esteja na nossa Agenda Cultural geral@jornaldapraia.com

n

Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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