Jornal da Praia | 0539 | 22.02.2019

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QUINZENA

22.02 A 07.03.2019 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 539 | Ano: XXXVI | 2019.02.22 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

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IRMÃS LUSODESCENDENTES ATUAM NO CARNAVAL DA TERCEIRA CARNAVAL| P. 9

ALUNOS DA ESVN

ESTE ANO

DESENVOLVEM PROJETO “CUIDA-TE +”

FRANCISCO LIMA COMEMORA CINQUENTA ANOS COMISSÃO ESTUDA COMPETITIVIDADE DE CARNAVAL DO PORTO DA PRAIA EDUCAÇÃO | P. 5

CARNAVAL | P. 8 PUB

ECONOMIA | P. 7


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CANTO DO TEREZINHA / CONTO | JP

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AFINAL O DIABO JÁ CHEGOU Está estabelecido na nossa cabeça que os governantes provenientes do Partido Socialista deixam o país endividado. É difícil contrariar essa convicção porque ainda não esquecemos os governos de Mário Soares e de José Sousa, mais conhecido por Sócrates. Mas, se baixarmos ao nível autárquico, podemos encontrar casos iguais de endividamento por parte de dirigentes do PSD. Canto do Terezinha conhece a situação de um município do território nacional na

península ibérica que presentemente está sob a ‘pata’ de uma ‘troika’ que. em virtude da enorme dívida contraída pelo executivo anterior (da mesma cor partidária), controla com mão dura a execução do orçamento camarário. Isto quer dizer que o ‘Diabo’, cuja chegada está constantemente a ser anunciada pelo PSD, já chegou efetivamente à sua própria casa. O autarca que, por ter atingido o número máximo de mandatos, não se pôde recandidatar e foi exercer política noutro

município vizinho onde não terá a oportunidade de repetir a façanha. É pessoa que muito gosta de dar nas vistas e também nos ouvidos, visto que, tendo virado cantor de música ligeira, já gravou um disco e prepara-se para um outro, a ser gravado em Cuba, em cuja capital, Havana, é já conhecido carinhosamente por ‘Luizito’. Este interessante personagem é conhecido por alguns colegas açorianos do seu partido.

ROTUNDA CITY É verdadeiramente impressionante a forma como a cidade da Praia da Vitória tem vindo a colocar-se no pelotão da frente das cidades do futuro, batendo recordes, atrás de recordes.

E mais impressionante ainda é tenacidade dos seus governantes – responsáveis por tão prestigiantes marcas – que tudo fazem para não serem ultrapassados por uma “cidadezeca” qualquer.

E assim, apesar da Praia da Vitória ser a cidade do mundo com mais rotundas por m², não há que descansar e, por isso, há que prevenir para não remediar. Pumba! Nova circulação de trânsito traz mais uma rotunda. •

CONTO DO MARQUÊS DE NADA E DE COISA NENHUMA

O ILUSTRE PARRECAS

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chegada do professor era a chamada para a entrada na sala de aula. Como que em rebanho, toda a turma entrara em engarrafamento, instalando-se nos seus devidos lugares. Este ritual vinha acompanhado por risinhos e barulhinhos, já que o professor de português não tinha a capacidade de disciplina e ordem. O Parrecas detestava a bondade e a ingenuidade do professor, que fingia não ver os telemóveis a serem usados pelos alunos enquanto a aula era dada. As produções escritas começaram a ser distribuídas pelos alunos e o Parrecas fingia a sua segurança. Foi nesse momento que lhe foi entregue a sua obra prima, com quinze valores escrito no topo. Não podia acreditar. Ou o professor enganara-se no teste ou não sabia dar notas justas. Não podia acreditar na injustiça que lhe chegara às mãos. Concluíra, então, que o professor não conseguia compreender o seu génio e a sua escrita revolucionária. O grande entrave na sua carreira seriam estes professores incultos, que desvalorizavam os alunos grandiosos como o Parrecas. Assim, decidiria protestar e reclamar de tal calúnia disparatada. – Professor! Creio que se equivocou na correção da minha prova!- começara o Parrecas.

Parte: IV (Continuação da edição anterior)

– O que se passa, afinal? – Você classificou-me apenas com quinze valores, o que acho um erro tremendo. – Existem aí algumas gralhas e falhas que não pude ignorar. Segundo os meus critérios, é essa a tua nota. Mas tens alguma questão em específico? – respondera o professor, já habituado aos alaridos do jovem. – Não sei se sabe, meu caro, mas está na presença de um jovem prodígio. A minha escrita é inovadora e revolucionária. Eu, o brilhante Parrecas, escrevo como um Eça ou como um Camões. Ou seja, a revisão deste teste é de extrema urgência. – argumentara o aluno que, enquanto discursara, toda a turma se admirara com o seu rico vocabulário, digno de um poeta. – Vamos lá falar como deve de ser. Tens alguma dúvida, em concreto, da correção? Somei mal os pontos? Achas que foste devidamente coerente com o tema? – Não percebo a sua leiguice, professor. Exijo uma revisão imediata desta obra-prima! – completara o Parrecas. Assim, o brilhante Parrecas ia ganhando a confiança e a admiração dos colegas. Todos lhe prestavam vassalagem, visto estarem na presença de um génio, de um sábio, de

um culto, de um mestre. Na verdade, nunca ninguém chegara a ler a sua produção escrita, porém, a sua eloquência e persuasão cativava tudo e todos. Quando este génio tomava a palavra, a turma ficava perplexa. O conhecimento era algo pouco procurado naqueles alunos, logo, o extremo da intelectualidade era o Parrecas. Não eram só os alunos que se deixavam levar pelo génio deste adolescente, os professores também o idolatravam. Aliás, os docentes não tinham outro remédio senão resignar-se à tirania do Parrecas. Muitos ignoravam-no e outros tentavam compreender as suas ordens. Em suma, a classificação da composição foi alterada, tal como muitas outras avaliações. O problema da nota de português estava resolvido, contudo, o teste de Filosofia era um problema para o jovem. Quando começaram a resolver a prova, todos escreviam aceleradamente com um olho no relógio. O Parrecas parecia não acreditar: não sabia nada do que aquela folha de papel lhe questionava. Respondeu a tudo, arranjou argumentos e conseguiu safar-se. Assim como o teste anterior, este também foi salvo pela escrita queirosiana do adolescente. Não havia professor que tivesse co-

ragem de confrontar tais nobres atitudes. A escola estava a terminar e a média do Parrecas era promissora. Convencera todos os professores e estava seguro de que uma prestigiada universidade era já uma hipótese válida. Tinha mais um ano de aulas e exames até lá, mas o seu currículo não apresentava mais do que excelentes notas. Não fizera voluntariado, não trabalhara durante as férias e não fora presidente da associação de estudantes. Isso sim! O genial Parrecas seria o próximo presidente da associação de estudantes! Que cargo tão digno de um jovem tão digno. Iria ser fácil convencer os colegas a votarem nele. Manipulá-los-ia de tal forma que a maioria absoluta estava garantida. Aliás, nem precisava de se esforçar muito: não havia colega que perdesse um dos seus discursos. Toda a escola venerava os seus ideais. E para além do mais, sabia que os seus colegas não tinham por hábito pensarem pela sua própria cabeça: não se informavam, não se atualizavam, não debatiam nem procuravam conhecimento. Ou seja, persuadir alguém que só fala de futebol ou de maquilhagem seria acessível, muito simples para os padrões de um génio. (Continua na próxima edição)•

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Rui Marques; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho SECRETARIADO: Eulália Leal LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO / CANTO DO TEREZINHA

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ARQUIVO MUNICIPAL COM NOVO REGULAMENTO

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oi a 06 de fevereiro, publicado em Diário da República, o novo Regulamento do Arquivo Municipal da Praia da Vitória. Segunda explica a Autarquia em nota de Imprensa, o novo regulamento visa “simplificar a capacidade de ação do Arquivo Municipal, concretamente nas atividades que realiza ao nível da recolha, seleção, tratamento arquivístico, conservação, eliminação e acessibilidade de documentação”. O Regulamento do Arquivo do Mu-

nicípio da Praia da Vitória foi aprovado na sessão da Assembleia Municipal de 28 de dezembro de 2018, sob proposta da Câmara, aprovada em reunião de 03 de dezembro do mesmo ano. Para o vice-presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), Carlos Armando Costa, “este regulamento vem estabelecer oficialmente as regras de funcionamento do Arquivo no que concerne à capacidade de ação desta entidade afeta à

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Foto: GP-MPV

CMPV, reforçando assim a agilização dos procedimentos inerentes ao seu funcionamento. Esta era um dos objetivos do Município, a formalização e, consequente, agilização das condutas a adotar pelo mesmo”. “A partir da sua publicação em Diário da República, e de forma oficial, será possível reforçar a valorização do acervo documental, algo muito importante no registo histórico deste Município. O Arquivo detém funções fundamentais ao nível da gestão e consulta de toda a documentação dos diferentes órgãos e serviços, assim como os resultados de toda a atividade camarária, o que implica uma grande responsabilidade”, acrescentou.

O Arquivo realiza um conjunto de ações que envolvem a organização, classificação e arrumação de documentos; o arquivo de processos que tenham sido objeto de decisão final; registo de avisos, editais, anúncios, posturas, regulamentos e ordens de serviço; apoio à Assembleia Municipal; referência à inutilização de documentos (após decorridos os prazos estipulados por lei); e análise do conteúdo do Diário da República a fim de informar os elementos de interesse municipal. Este regulamento pode ser consultado na íntegra, acedendo ao portal do Município (www.cmpv.pt) na opção “Informação Regulamentar” e clicando em “Regulamentos e Tarifários”. GP-MPV/JP•

MEDIDORES DE CAUDAL

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empresa municipal Praia Ambiente instalou ao abrigo do Programa de Apoio à Aquisição de Medidores de Caudal, lançado pela ERSARA (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores), através da Portaria n.º 66/2017, de 24 de agosto, 18 medidores de caudal na sua rede de abastecimento de água, o qual resultou de duas candidaturas em montante superior a 54 mil euros e comparticipa-

da em cerca de 20 mil euros. A Praia da Vitória é assim, o concelho dos Açores com maior número de medidores instalados, para um total de 35 medidores de caudal instalados na Região. Os medidores de caudal possibilitam a medição dos valores exatos do consumo e das perdas de água durante todo ano, constituindo um auxiliar determinante na execução de políticas de sustentabilidade dos recursos hídricos. JP•

CANTO DO TEREZINHA

SE FOSSE EU QUE MANDASSE... … mandava suprimir da língua portuguesa todos os adjetivos, essas palavras que usamos para, por exemplo, chamar nomes aos amigos, a alguns dos nossos familiares, aos políticos, etc.

temperatura do ar seria simplesmente temperatura. Os amigos nunca seriam falsos nem bons e o presidente da República deixaria de ser o supremo magistrado da nação para ser apenas mais um magistrado.

Explico-me: podíamos ter ‘corrupção’ mas ninguém podia ser acusado de corrupto’; podia haver muita ‘ladroagem’, mas não havia ‘ladrões’; podia um árbitro ter-se enganado de propósito, mas a mãe dele nunca seria considerada uma mulher ‘pública’; e assim por diante. As casas não seriam altas ou baixas, a cilindrada dos automóveis seria apenas cilindrada, nem alta nem baixa, o salário mínimo nunca seria miserável, até a

Uma outra coisa que eu mudava era a lei da gravidade. Promulgaria um decreto a baixar-lhe o valor e a incidência pelo menos às pessoas com mais idade, talvez mesmo em função do número de anos. Quem não ia gostar eram os fabricantes e vendedores de bengalas e canadianas, já que se registariam menos quedas. Ai se fosse eu que mandasse...


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EFEMÉRIDE | JP

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A CAPITANIA-DONATARIA DA TERCEIRA HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

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á exatos 569 anos, a 2 de março de 1450, o Infante D. Henrique doava a capitania da Terceira (na época Ilha de Jesus Cristo) a Jácome de Bruges (em flamengo Jacob van Brugge), que se tornou no primeiro Capitão-Donatário da Ilha. Era o início do povoamento da Terceira. O Infante D. Henrique, Governador e Mestre da Ordem de Cristo, doou, a partir de Silves, a Jácome de Bruges, seu servidor, a capitania da Ilha de Jesus Cristo. Na Carta de Doação de 2 de março de 1450, o Infante outorgava a capitania a Jácome de Bruges para que “ele a povoe de qualquer gente que lhe aprouver, que seja de fé católica e santa de N. S. Jesus Cristo”. Em janeiro de 1451, 10 meses depois da doação, o Capitão Jácome de Bruges partia para a Terceira com dois navios, transportando vacas, porcos, ovelhas e cabras, que depois lançou nas terras recém-povoadas. Já anteriormente Gonçalo Velho Cabral tinha começado a lançar animais pela Ilha a mando do Infante D. Henrique, tentando torná-la mais atrativa para seu povoamento. Existem várias teorias sobre por onde Jácome terá desembarcado, para uns nas Quatro Ribeiras, para outros no Porto Judeu, mas o que se pode concluir das fontes foi que Jácome e os seus homens exploraram as Quatro Ribeiras, depois um punhado deles desembarcou aí, Jácome e os restantes seguiram viagem, vendo as possibilidades do porto e terreno da Praia e da Baía das Mós, e finalmente entrado na Ilha pelo Porto Judeu. Houve assim 2 sítios de desembarque. Jácome de Bruges voltou ao Continente para aí procurar famílias para o povoamento da sua capitania. Vieram sobretudo gentes de Guimarães, de Aveiro, de Lagos, do concelho de Vieira e do Porto. Acompanharam ainda o Capitão Bruges alguns frades franciscanos, como Frei João da Ribeira, trabalhadores e artífices, que, acampando no Vale do Paul ou Planície dos 5 picos (São Sebastião), chamaram a este sítio Sant’Ana da Porta Alegre ou do Porto Alegre, onde edificaram os primeiros abrigos e erigiram o 1º templo (1454) com a imagem de Sant’Ana que os acompanhara ao longo da viagem. O povoamento ter-se-á alargado para outro local mais junto da costa, com mais abundância de água e de terreno fértil onde se começou a cultivar o pastel. Chamaram-lhe Ribeira de Frei João ou Lugar de Frei João,

em homenagem ao Frei que desembarcou na Ilha, e aqui surgiu a Igreja de São Sebastião a partir de 1455. Depois este Frei acabou por estar muito ligado à construção da Ermida da Senhora da Graça, a qual se encontra envolta em várias lendas. Segundo uma dessas lendas, há muitos séculos atrás, alguns marinheiros castelhanos vindos duma das suas atribuladas viagens, desembarcaram pelo Porto Martins, precisavam de mantimentos. Estavam desejosos de encontrar alimentos e água que os pudesse saciar. Estavam esgotados. Ao chegarem à Terceira, começaram logo à procura de comida e de água para matarem a sede. Mas não a encontraram e, ao verem um campo semeado de tremoço com as vagens verdes e tenras, começaram a apanhá-las e a comê-las rapidamente, tal era a fome e a sede. Um deles, estranhando o gosto, exclamou: — Oh! Bela favita, mas ela é um pouco amarguita! - Estavam no Arrabalde, em S. Sebastião. Embora já tivessem comido algumas vagens de tremoço, continuavam com sede. Olharam em volta e não encontraram poço nenhum. Desesperados, ergueram as mãos aos céus e pediram então a Nossa Senhora que lhes deparasse uma fonte, prometendo que haviam de construir uma ermida a Nossa Senhora das Graças em louvor pela “graça” alcançada. Imediatamente a água começou a brotar e os marinheiros mataram a sede e curaram-se de muitas doenças. E como prometeram, ali se levantou, anos mais tarde, uma ermida. Outra das lendas, a mais conhecida, e aquela que terá mais fundo de verdade histórica, diz que após o desembarque nas imediações do Porto Novo, por ali haver uma pequena ribeira e vindo nesta expedição o conhecido frei João de Deus, fora ele que achara a fonte da Graça, a água que matava a sede dos marinheiros. Estávamos a 2 de fevereiro, Dia da Nossa Senhora da Graça. E assim Frei João passou a ser Frei João da Ribeira e a Ribeira passou a chamar-se de Frei João. E por este rico presente que lhe fizera a Mãe de Deus, Frei João celebrara ali a 1ª missa. E naquele lugar que passou a ser de veneração religiosa, construiu-se a Ermida da Senhora da Graça, a Virgem Maria que lhes tinha concedido a graça, a Senhora da Graça, que já era de grande veneração naquele tempo. Regressando à estórias da História, os primeiros povoadores começaram os trabalhos agrícolas, preparando-se para a cultura dos cereais e do pastel, o qual desde foi logo semeado, o melhor que pudesse ser, para mandar a Flandres. Nesta altura a Duquesa de Borgonha, que tinha a Flandres como capital, era portuguesa, D. Isabel de Portugal, irmão do Infante D. Henrique. D. Isabel casou-se com Filipe, O Bom, Duque da Borgonha e Conde da Flandres, com quem foi feliz. Já em Flandres, quando soube que se

preparava a colonização dos Açores, D. Isabel insistiu com os irmãos para que aceitassem colonos flamengos. Tratou diretamente da escolha de colonos. Tornou-se assim responsável pelo povoamento das ilhas. Jácome de Bruges foi escolhido por ela e o pastel era algo que eles compravam e precisavam e assim começou a produzir-se este tipo de planta tintureira para exportar. Era preciso fazer o dinheiro entrar na Ilha. Bruges foi responsável pela criação, no atual lugar do Canto da Câmara, no Porto Martins, da 1ª Câmara da Ilha. Estes primeiros tempos foram marcados pela distribuição de terras e da exploração destas, que na região da Praia, eram mais produtivas. Em presença de tão prósperos resultados da cultura das terras, do clima, das providências governativas que permitiam a ocupação de terras e os crescentes lucros do comércio, começaram a concorrer povoadores de diferentes partes. Entre 1456 e 1474, o lugar da Praia era a sede da capitania da Terceira. Bruges tomou para si a planície do paul, bem como dos terrenos junto à Serra, a que chamou de São Tiago e dividiu alguns com seu loco-tenente, Diogo de Teive (situação que depois levaria a uma “guerra” entre os herdeiros de Jácome e de Teive pela posse das terra). Foi o responsável, entre outras obras, pela construção da Igreja de Santa Cruz, a Matriz da Praia. Álvaro Martins Homem, o 2º capitão donatário da Ilha, depois de ter

fundado a Vila de Angra deu início a várias construções e obras, impulsionando o seu desenvolvimento. Devido a constantes desavenças internas, a Ilha foi dividida, em 1474, em duas capitanias, a de Angra, entregue a João Vaz Corte Real, e a da Praia, ao anterior Capitão-Donatário da Ilha, Álvaro Martins Homem. Este perdeu as benfeitorias de Angra (casa, moinhos e terras), mas recebeu, por esse dano, uma indemnização do novo Capitão de Angra e, com isso, apostou no desenvolvimento da Praia, que acabou elevada a Vila em 1480. Angra fora elevada a Vila, 2 anos antes, em 1478. Foi na Terceira, em Angra, que se estabeleceu a primeira cidade dos Açores e a sede da Diocese açoriana, com a criação do Bispado de Angra e Ilha dos Açores, em 1534. Devido à sua angra natural, a Ilha foi, desde os primeiros tempos, um importante porto de escala do Atlântico Norte, depois obrigatório, por mais de 3 séculos, desempenhando um papel importante na afirmação do Império Português. É este sangue aventureiro e guerreiro dos nossos primeiros povoadores que tem faltado atualmente aos nossos cidadãos, que tem-se esquecido das suas obrigações e que, queixando-se dos problemas, nada fazem para os resolver, parece que falta a força do sangue dos nossos antepassados. É tempo de metermos mãos à obra e de defendermos a nossa terra e de procurarmos soluções para um futuro melhor e mais digno. •

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JP | EDUCAÇÃO

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“CUIDA-TE+”

PROJETO DE ALUNOS PARA ALUNOS

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ma quinzena de alunos do terceiro ano do Curso de Animador Sociocultural da Escola Secundária Vitorino Nemésio, orientados pelo professor Augusto Vilela, desenvolveram no âmbito da componente de formação tecnológica um projeto na área da Educação para a Saúde, caracterizado por uma forte componente lúdica. PUB

A ação decorreu nos dias 23 e 25 do passado mês de janeiro, na Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drumond, em Angra do Heroísmo, envolvendo 92 alunos dos quintos e sextos anos de escolaridade, consistindo na dinamização de cinco ateliers temáticos: “Descansar Dá Trabalho” – reflexão sobre a importância do sono; “Açúcares Amargos” – reflexão sobre o consumo de bebidas excessivamen-

te açucaradas; “Hábitos Gordos” – reflexão sobre o consumo de alimentos demasiado gordurosos; “Fumar NÃO é fixe” – reflexão sobre o consumo de tabaco e “Não Se Drinka” – reflexão sobre o consumo de álcool, que pretenderam favorecer a adoção de estilos de vida saudáveis. Inspirando-se globalmente na teoria da “motivação da proteção” – a

motivação para nos protegermos contra o perigo depende de reconhecermos que a ameaça é séria, de pensarmos que somos vulneráveis e de acreditarmos que podemos fazer algo de eficaz sobre isso – e assentando em atividades de descoberta, de aplicação de conhecimentos, de reflexão crítica sobre comportamentos e suas consequências e de definição de critérios de ação, os futuros animadores socioculturais demonstraram um significativo domínio de técnicas pedagógicas, tendo colaborado para a efetiva consciencialização dos mais novos. Dessa forma e considerando a área de formação profissional que frequentam, o projeto também foi uma oportunidade para desenvolverem e/ou reforçarem múltiplas competências técnicas, pessoais, emocionais e sociais muito significativas para o seu futuro profissional. De referir ainda que, sendo o resultado de um longo processo pedagógico assente na metodologia do aprender fazendo, contou com a preciosa colaboração de alguns parceiros: Gabinete de Educação para a Saúde da EBI Francisco Ferreira Drummond, Setor da Saúde Escolar do Centro de Saúde da Praia da Vitória e Câmara Municipal da Praia da Vitória. Para abril, está previsto o projeto “Colónia de Férias da Páscoa” em parceria com o Departamento de Educação e Reabilitação na Comunidade da Cooperativa Praia Cultural que versará também questões relacionados com a Educação para a Saúde. AV/JP•


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SAÚDE | JP

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o Cantinho do Psicólogo 205

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á sessenta anos atrás não se conheciam. Hoje primam pelos laços de amizade e camaradagem que mantêm uns para com os outros. E Aurélio Pamplona embora ao longo (a.pamplona@sapo.pt) da vida tenham sido sujeitos a situações graves de stress acredita-se que a facilidade com que muitos as ultrapassaram se deve em grande parte à preparação com que iniciaram a sua carreira, em paralelo com a adopção de medidas habitualmente recomendadas para lidar com essas situações. Entre estas destacam-se aquelas que permitem a criação de condições facilitadoras precisamente do controlo de stress. Vejamos pois algumas dessas condições a garantir sempre que possível: (1) um bom descanso; (2) justiça na atribuição de tarefas ou de funções; (3) circulação de informação entre todos os intervenientes; (4) coesão através de uma compartilha de experiências; (5) interiorização da “combinação vencedora” da confiança no chefe ou coordenador, nos outros, em si próprio, no equipamento e no ensino; (6) possibilidade de recorrência ao paralelismo das tarefas, ou seja, atribuição da mesma tarefa a duas pessoas, a executar ao mesmo tempo; (7) estabelecimento do treino cruzado, em que cada indivíduo é instruído em fainas que pertencem a outra secção ou área; (8) programa sistemático de lidar com o stress, próximo da zona atribulada em cada unidade ou simples órgão; (9) boa liderança das chefias; e (10) treino PUB

A Partilha adequado. Estas condições dão-nos poder. No entanto não podemos esquecer o que escreveu Reyes (2003): «por muito poder que julguemos ter, por muita responsabilidade que levemos às costas, por muito potencial que possuamos, por favor, não esqueçamos que somos pessoas! E como tal, limitadas; pessoas que muitas vezes se sentem incapazes de solucionar factos opressivos ou circunstâncias doloro-

sas, mas pessoas que podem colocar os pensamentos a seu favor e deixar de sofrer inutilmente» Acresce que frequentemente esquecemos que o stress é susceptível de influenciar pelo menos quatro componentes do nosso bem-estar (Seaward, 1997): o mental (ou intelectual), a nossa capacidade para reunir, processar, recordar e trocar informação, em que a exposição ao stress tende a sobrecarregar o circuito cognitivo, diminuindo as capacidades necessárias

para tomar decisões importantes; (b) o físico, o funcionamento óptimo dos maiores sistemas fisiológicos do corpo, em que a incapacidade para voltar à homeostase pode ser fatal para os vários tecidos do organismo e eventualmente para todo o corpo; (c) o emocional, a capacidade para sentir e exprimir a gama completa de emoções humanas e controlá-las, em vez de ser controlado por elas, e em que a ira e o medo constituem os aspectos influenciadores que podem

mais sobrecarregar o circuito emocional, conduzindo à paralisia mental ou aos estados de depressão; e (d) o espiritual correspondente ao amadurecimento da consciência superior através da estimulação das relações entre a pessoa e os outros, o desenvolvimento de um forte sistema de valores pessoais, a par de uma significativa finalidade da vida. Referiu ainda que os eruditos haviam ainda acrescentado o bem-

-estar social e o ambiental, componentes adicionais do paradigma do bem-estar. Para lidar eficazmente com o stress, é necessário visar e estimular igualmente todas estas áreas, visto que o todo é maior do que a soma das partes. Quando as técnicas se dirigem só a uma das componentes, como a física, não se aliviam os outros elementos do stress, as componentes mental, emocional, espiritual, social e ambiental, e vice - versa, o que é susceptível de permitir a ocorrência de recaídas. Importa pois considerar todos os aspectos do bem-estar em termos de equilíbrio e integração, porque se apresentam muito ligados e entrelaçados. Esclarece ainda que o manejo de stress implica: (1) sólido conhecimento da reacção corporal ao stress percebido; (2) conhecimento significativo dos factores mentais, físicos, emocionais e espirituais associados; (3) utilização de várias técnicas de lidar com o stress visando a resolução das suas causas; (4) prática regular das técnicas de relaxação para manter o equilíbrio homeostático do corpo; e (5) avaliação periódica da eficácia das técnicas de relaxação e de enfrentar e lidar com o stress. Um programa saudável de manejo de stress implica pois geri-lo eficazmente. Referências: Reyes, M. J. A (2003). A Inutilidade do sofrimento; Conselhos para aprender a viver de maneira positiva. Lisboa: a Esfera dos Livros. Seaward B. L. (1997): Managing stress: Principles and strategies for health and wellbeing: Boston Jones and Bartlett Publishers. Foto: Autor Desconhecido•


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COMISSÃO VAI ANALISAR

TARIFAS APLICADAS NO PORTO DA PRAIA DA VITÓRIA Pretende-se aferir competitividade regional.

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ma Comissão composta por José António Azevedo, presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira, Rodrigo Rodrigues, presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo e Luís Brasil, da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, irá analisar as tarifas aplicadas por empresas privadas no porto comercial da Praia da Vitória. A comissão saiu do último Conselho de Ilha que se realizou a 31 de janeiro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, e advêm da necessidade de aferir a competitividade do porto da Praia da Vitória em termos regionais. Neste sentido, o Conselho de Ilha solicitou também ao Governo dos Açores, toda a legislação que regula a aplicação de taxas portuárias nos portos dos Açores. Este será mais um elemento de trabalho a analisar pela Comissão que está mandatada para apresentar as suas conclusões no próximo Conselho de Ilha agendado para maio. Debruçando-se sobre os transportes aéreos para e da Ilha Terceira, o Conselho de Ilha manifestou o seu agrado com a decisão da pernoita de um avião da TAP no Aeroporto das Lajes no próximo verão IATA e defendeu a urgência de ligações aéreas diretas entre as Lajes, Toronto e a Alemanha, no sentido do reforço da sustentabilidade e diversificação da oferta turística na ilha. No que diz respeito à operação do Grupo SATA, o Conselho de Ilha

encarregou a Mesa de analisar a possibilidade de convidar, para uma próxima reunião, um membro do Conselho de Administração da transportadora para “in loco” esclarecer várias questões dos conselheiros sobre esta matéria. Da reunião saiu também a nova Mesa do Conselho para mais um ano de mandato. Paulo Messias, presidente da Assembleia Municipal da Praia da Vitória foi reeleito no cargo de presidente da Mesa. Também reeleito foi o vice-presidente, Ricardo Barros, presidente da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo. Para secretários da Mesa, foi eleito

José António Azevedo, presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira e Rodrigo Rodrigues, presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo. São atribuições e competências genéricas do Conselho de Ilha: Formular recomendações aos órgãos das autarquias sobre assuntos das respetivas atribuições; Fomentar a uniformização e harmonização das posturas e regulamentos das diversas autarquias; Incentivar formas de cooperação e colaboração entre as diversas autarquias e os respetivos órgãos e serviços; Apreciar, numa perspetiva de integração e comple-

mentaridade, os planos da atividade dos diversos municípios; Emitir os pareceres que lhe sejam solicitados pela Assembleia Legislativa Regional dos Açores ou pelo Governo Regional dos Açores sobre quaisquer matérias de interesse para a Ilha; Dar parecer sobre o Plano Regional, designadamente numa perspetiva de ilha; Pronunciar-se, por iniciativa própria, sobre interesses específicos da ilha. Ordinariamente o Conselho de Ilha reúne 3 vezes por ano (janeiro, maio e outubro) sendo as reuniões públicas. JP•

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CARNAVAL | JP

2019.02.22

FRANCISCO LIMA

MEIO SÉCULO A FOMENTAR O CARNAVAL Estreou-se aos 6 anos. Desde então nunca mais parou. Este ano, comemora 50 anos de Carnaval.

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rancisco Lima, nasceu na freguesia da Vila Nova há 56 anos. Com apenas 6, atua pela primeira vez numa dança de carnaval e desde então nunca mais deixou de subir aos palcos, já lá vão 50 Carnavais. Filho de um violinista responsável pela organização das tradicionais danças de Carnaval, Francisco Lima, desde sempre se lembra das danças de Carnaval. “Assistia aos ensaios em casa dos meus pais e sabia as ‘falas’ de cada uma das personagens. Se faltava alguém, então eu substituía”, conta à nossa reportagem. Hoje praticamente desaparecida, no final da década de 60, a personagem de “Ratão” assumia um papel determinante e de grande destaque nos assuntos das danças. Assim, com mais jeito para a representação do que para a dança ou para a música, foi com naturalidade que Francisco Lima iniciou a sua participação nas danças de carnaval fazendo de “Ratão” e ao longo de vários anos encarnou esta carismática personagem. Segundo diz, a personagem de “Ratão” dava “grande vivacidade às danças, com falas repentinas e contextuais, muitas vezes fora do assunto, mas fazendo rir as pessoas, além da sua própria essência, que consistia em rematar com graça cada cena”. Entretanto, o “Ratão” foi caindo em desuso e praticamente despareceu nos últimos 30 anos. Francisco Lima encara esta situação com absoluta naturalidade naquilo que diz corresponder “a uma evolução e adaptação aos tempos das

danças de Carnaval que tornaram-se mais cómicas, não sendo necessário o ‘Ratão’ para lhes dar piada”. Francisco Lima participou durante muitos anos em danças, todavia nos últimos, tem vindo a subir aos palcos para apresentar comédias. “O grupo em que eu costumava sair desfez-se e deixou de participar no Carnaval, então para continuar a participar formei o meu próprio grupo e optei por comédias”, explica. Ao longo de todos estes anos de representação, interpretou textos de vários autores: Maria Angelina Trulu, Abel do Raminho, Hélio Costa, entre muitos outros, mas nos últimos 14, é a esposa, Ana Maria Lima, quem lhe vêm escrevendo os textos, a qual, a partir de 2014, começou a acompanhá-lo no palco. Como um dos mais antigos participantes do Carnaval, Francisco Lima recorda com saudade e nostalgia o Carnaval de há 50 anos, sublinhando que hoje o Carnaval “faz muita diferença”. Segundo sustenta, perdeu genuinidade mas ganhou dimensão. “Há 50 anos o Carnaval era muito simples. Dava-se muito mais valor ao assunto, à crítica social e não se ligava tanto à indumentária, que era muito simples e deste ponto vista mais ecológica. Hoje, temos uma indumentária muito mais rica e até luxuosa, repleta de um vasto conjunto de adereços. A nível do instrumental registou-se um enorme crescimento, com cada vez mais instrumentos e melhores executantes. Por outro

lado, antigamente, ia-se a pé fazer as atuações e por isso as atuações eram limitadas, nove a dez atuações em locais que abriam portas para o efeito. Hoje, com os carros, damos a volta à ilha e somos muito bem recebidos nas sociedades e casas do povo espalhadas por toda a ilha”, diz.

em casas particulares, para grande alegria e emoção dos donos, que os brindam com uma mesa repleta de iguarias da época: bolachas, água-ardente e filhoses.

Francisco Lima vê o futuro do Carnaval da Terceira completamente assegurado, apesar de lembrar que ao longo destes 50 anos “já faleceram tantas pessoas que acompanhavam o Carnaval que daria para fazer duas danças de espada”.

Outra das particularidades do casal Lima está relacionada com a forma como vivem o ensaio geral. Neste dia, convidam familiares e amigos para assistir e ensaiam vestindo o guarda-roupa que utilizarão nas atuações, não esquecendo-se de preparar uma farta mesa para os bem receber, como é apanágio desta ilha de Jesus Cristo.

Francisco Lima, acompanhado pela esposa, Ana Maria Lima, vivem o Carnaval de forma intensa e solidária, não esquecendo todos aqueles que por vicissitudes diversas não se podem deslocar aos salões ao redor da ilha e, neste sentido, promovem o que designam de “Carnaval ao Domicílio”, deslocando-se e atuando

Este ano Francisco Lima sobe ao palco com a comédia “50 anos de Carnaval”, onde com a graça que lhe é característica faz uma retrospetiva de uma vida dedicada ao Carnaval da Terceira, que constitui sem margem para dúvida, a maior manifestação de teatro popular de todo o território nacional. JP•

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JP | CARNAVAL

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BAILINHO DE SANTA CRUZ REALIZA SONHO DE

DUAS JOVENS LUSODESCENDENTES Nascidas nos Estados Unidos, as irmãs Brittni e Breana Várgas há muito que sonhavam participar no Carnaval da Terceira. Este ano, percorrerão os salões da ilha no bailinho de Santa Cruz.

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rittni e Breana Várgas, 24 e 23 anos respetivamente, são duas jovens lusodescendentes que vivem com enorme intensidade o tradicional Carnaval da ilha Terceira, apesar do imenso oceano que separa a grande América onde nasceram e residem desta pequena ilha no meio do atlântico. Filhas de açorianos – o pai faialense da Praia do Almoxarife e a mãe terceirense de São Sebastião – aos 3 e 2 anos integraram o “Grupo de Carnaval Cultural Português de São José”, na Califórnia, desenvolvendo desde logo um enorme gosto e paixão pela tradição carnavalesca terceirense, acalentando o sonho de um dia percorrer os muitos salões da ilha integrando um bailinho de Carnaval. Estudantes universitárias, Brittni Direito e Breana Medicina, estiveram na ilha Terceira em 2008 e 2015. Esta última, ao abrigo do projeto “Sutdy Abroad” que leva jovens de vários países a estudar em estabelecimentos de ensino no estrangeiro, tendo passado pela Universidade de Lisboa e pela Universidade dos Açores. Hélio Costa, prestigiado autor de enredes do Carnaval da Terceira é desde há muito amigo da família Várgas e em conversa com Jaime Silva – responsável pela organização do conhecido Bailinho de Santa Cruz – revelou o grande sonho das duas irmãs californianas. Vá daí, estabeleceram-se os contatos e Britnni e Breana desembarcaram ontem, no Aeroporto das Lajes para integrarem o Bailinho de Santa Cruz e desta forma concretizarem o seu grande sonho. Esta será concerteza uma expePUB

riência única, graticiante e memorável para as duas irmâs Várgas que naturalmente a aguardam com muita expetativa não obstante a sua já longa experiência de participações em Bailinhos de Carnaval. Até 2017 integrando o “Grupo de Carnaval Cultural Português de São José” e a partir do ano passado com o seu proprio grupo denominado “Do Carnaval Ao Céu - Grupo Carnavalesco das Várgas”, criado em memória dos seus grandes amigos e também entusiatas do Carnaval terceirense Andrew Borba e Michael Sousa que faleceram com 19 e 24 anos respetivamente. Este ano, por força da deslocação à ilha Terceira o grupo fará uma pausa, regressando ao Carnaval da Califórnia em 2020. No ano passado, o grupo atuou com o bailinho “Os portugueses Em Paris”, no qual as duas irmãs para além de puxadoras foram responsáveis pelos ensaios e pela coreografia. A letra e o assunto foi escrito pelo lajense Ricardo Martins, enquanto os arranjos musicais estiveram a cargo de Alcides Machado. As duas irmãs vêm preparando a sua presença no Bailinho de Santa Cruz há já algum tempo, socorrendo-se para o efeito das novas tecnologias nas suas mais variadas vertentes: correio eletrónico, redes sociais, chamadas de vídeo e naturalmente chamadas de voz. Os ajustes finais irão decorrer agora nos ensaios presenciais. Segundo adianta Jaime Silva ao Jornal da Praia, o bailinho de Santa Cruz preparou ao mais ínfimo pormenor a integração das duas lusodescendentes. Segundo revelou, “as

Brittni

Breana

irmãs cantarão em três momentos distintos: na saudação, no meio da atuação e na despedida” além de incorporarem totalmente o bailinho, fazendo coro, dançando e usando a mesma indumentária dos restantes elementos.

mentos (21 + 2), o bailinho de Santa Cruz deste ano tem como assunto “Ao ritmo das bandarilhas” e foi escrito por Hélio Costa. Os arranjos musicais são de Evandro Machado enquanto as letras das canções são da responsabilidade do do poeta Álamo de Oliveira.

Constituído por um total de 23 ele-

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DESPORTO | JP

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DE 18 A 21 DE ABRIL

XII RAMO GRANDE AZORES CUP Participam mais de quatro centenas de jovens vindos de 26 clubes.

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Ramo Grande Azores Cup decorrerá na Praia da Vitória, de 18 a 21 de abril de 2019, no Campo Municipal Manuel Linhares de Lima, na Vila das Lajes. Esta 12ª edição conta com a participação de cerca de 420 jovens atletas, oriundos de 26 equipas de clubes regionais, nacionais e internacionais que irão participar naquela que é considerada a maior Festa do Futebol de Formação dos Açores. Clubes como o Sporting Clube de Portugal; Sporting Clube de Braga; Dragon Force Braga; Clube Oriental de Lisboa; A.D.R.C Os Xavelhas; Clube Desportivo Santa Clara; Águia Clube Desportivo; Grupo Desportivo das Fontinhas; Sport Clube Lusitânia; Sport Clube Angrense; Sport Clube Praiense; Sport Clube Vilanovense; Boavista Clube Ribeirinha; Sport Clube Barreiro; AC Connecticut; UC Montecchio Maggiore e o anfitrião, Juventude Desportiva Lajense, irão a jogo no Campo Manuel Linhares, na Vila das Lajes, com os seus jovens atletas das camadas de formação sub-11 e sub-13.

já de “uma referência desportiva e turística do nosso Concelho, da Ilha Terceira e dos Açores, albergando um grande peso para a dinamização económica, social e do desporto de formação”.

Segundo o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Tibério Dinis, “uma prova desportiva como esta é um importante contributo para o crescimento do fluxo turístico que se verifica na Praia da Vitória na altura da Páscoa”, tratando-se

O edil praiense evidencia ainda “o meritório trabalho desenvolvido pelo Juventude Desportiva Lajense junto das camadas de jovens” contribuindo para “que além da formação de bons atletas, se construam também indivíduos com carácter e com

Foto: GP-MPV

bons valores sociais”. O presidente da Câmara Municipal recebeu na passada segunda-feira, 04 de fevereiro, no Salão Nobre dos Paços de Concelho, junto com o vereador com o pelouro do Desporto, Tiago Ormonde, os responsáveis pela coordenação do Torneio Ramo Grande Azores Cup. Recorde-se que o Ramo Grande Azores Cup tem sido um dos pontos de atração turística que a autarquia

tem vindo a apoiar, tendo sido inclusive apresentado na edição passada da Bolsa de Turismo de Lisboa, ação que contribuiu, a par da divulgação pela instituição, para a sua visibilidade regional, nacional e internacional. O XII Ramo Grande Azores Cup conta com o apoio logístico e financeiro da Câmara Municipal da Praia da Vitória e com a colaboração do Governo Regional dos Açores. GP-MPV/JP•

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FUTEBOL: NO ESCALÃO DE JUNIORES B

SC PRAIENSE CAMPEÃO DA AFAH

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equipa de Juniores B (juvenis) masculinos do Sport Club Praiense sagrou-se a 02 de fevereiro, Campeão da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo (AFAH) depois de vencer o Torneio de Apuramento de Campeão que decorreu no primeiro fim de semana de fevereiro, no Campo Municipal da Luz, na ilha da Graciosa.

CASA DA RIBEIRA CAMPEÃO DE ILHA A Associação Desportiva Recreativa e Cultural da Casa da Ribeira sagrou-se a 02 de fevereiro, campeão da ilha Terceira na modalidade de Futsal, no escalão de juniores A masculinos. Este é o 4.º título que os jovens da Casa da Ribeira conquistam nos últimos 5 anos.

A prova disputou-se no sistema de todos contra todos, a uma só volta e participaram para além do grémio da Praia da Vitória, em representação da ilha lilás, o Graciosa Futebol Clube da ilha branca, e o Futebol Clube da Calheta da ilha castanha. Na ronda inaugural, a 01 de fevereiro, o SC Praiense venceu o Graciosa FC por oito golos sem resposta. No dia seguinte, 02, nova vitória, desta feita por cinco bolas a zero frente ao FC Calheta. No terceiro e último jogo do torneio, o Graciosa FC perdeu com o FC Calheta por duas bolas a zero.

3 pontos, com 2 golos marcados e 5 sofridos, e na terceira e última posição, posicionou-se o Graciosa FC sem pontuar nem marcar, tendo sofrido um total de 10 golos.

Na tabela classificativa o SC Praiense ficou em primeiro lugar com 6 pontos, tendo marcado um total de 13 golos sem que tenha sofrido qualquer um. A segunda posição, foi ocupada pelo FC da Calheta com

Com esta vitória a equipa da Praia da Vitória assegurou a presença no Campeonato Regional Inter Clubes de Juniores B, onde medirá forças com o representante da Associação de Futebol de Ponta Delgada (GD

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Santa Clara) e com o representante da Associação de Futebol da Horta (FC Flamengos). Aguardando comunicação oficial à altura de redação deste articulado estão provisoriamente agendadas as seguintes partidas: a 15 de fevereiro FCF/GDSC; 17, SCP/GDSC; 22, SCP/ FCF; 24, GDSC/FCF; 01 março, GDSC/ SCP; e 03, FCF/SCP. JP•

No play-off de apuramento de campeão, frente ao Posto Santo disputado a duas mãos, a Casa da Ribeira venceu ambos os jogos, em casa por 8-3 e fora por 1-3. A equipa orientada por Bruno Silva concluiu a prova sem sofrer derrotas, ganhando acesso direto ao Campeonato Regional Inter Clubes. Pela frente os rapazes da Casa da Ribeira irão enfrentar o CD São João (Horta) e o GDCP do Livramento (Ponta Delgada).

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E DITORIAL A produção de leite biológico

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EDITORIAL / OPINIÃO | JP

2019.02.22

leite é uma das principais fontes de proteína utilizada na alimentação da população mundial “e cada vez mais o mercado consumidor vem aumentando a pressão para se produzir de forma sustentável e eficaz” e o futuro está na produção de leite biológico. Na produção de produtos de origem animal, biológicos e ou verdes, nomeadamente leite e seus derivados e também carne é importantíssimo ter sempre em consideração o controlo e qualidade dos alimentos que servem de base à alimentação do gado bovino. O nosso desenvolvimento no sector da produção leiteira não se deve basear em termos abstratos e em teorias vãs, mas na analogia no melhor que se faz com bases sólidas neste mundo, analisando, estudando e mesmo imitando a produção de leite biológico, por exemplo o que sucede na Nova Zelândia que dá cartas neste assunto, e assim seguindo-se os passos já dados no sector de forma sábia e eficaz, como são os casos das fazendas da Nova Zelândia. A economia açoreana no sector do leite terá que se adaptar aos novos tempos, às novas estratégias, aproveitando a criatividade e a inovação que hoje, mais do que nunca são fundamentais e estratégicas para o desenvolvimento e competitividade das empresas agrícolas, nomeadamente de produção de leite, estamos convencidos, ao invés do que tem sido vaticinado por muitos Velhos do Restelo, o ciclo da vaca, do leite e da carne não tem os seus dias contados, pois já estamos a assistir aos primeiros passos, embora ténues no sector da produção de leite biológico e os jovens agricultores estão pouco a pouco a aperceberem-se “dos termos da eficácia produtiva, gestão de recursos naturais e gestão de pessoas devem estar alinhados, buscando maximizar os ganhos para quem produz, para quem trabalha, para quem processa e para quem consome esse nobre alimento tão importante nas nossas vidas”, a saída está sem dúvida na produção de leite biológico. Não é por acaso que a Nova Zelândia é o maior exportador de derivados do leite em todo o mundo, produzindo 3% de todo o leite da terra, mas para os Neozelandeses o bem estar animal é prioritário, a alimentação do gado é à base de produtos naturais devidamente controlados, procurando-se uma alimentação mais natural possível, evitando-se a alimentação do gado com base em produtos químicos e sintéticos prejudiciais à saúde publica. É importante mudar para a produção do leite biológico, tornando a nossa produção leiteira atractiva e a industria que a suporta altamente desenvolvida, fazendo que os jovens se interessem por ela “todos compartilhando o sonho de desenvolver uma carreira digna, um salário justo e uma perspectiva clara de crescimento”, portanto o futuro aproxima-se há que agarra-lo com as novas metodologias, porque o regime tradicional e muitas vezes familiar de produção de leite está caduque, pois hoje quem “não inovar vai perecer muito mais rapidamente”. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com •

RESQUÍCIOS… DE UMA REFLEXÃO “A liberdade da alma e dos pensamentos só existe quando você corta as amarras que lhe prendem à submissão seja ela qual for” (Sílvio César Oliveira)

José Ventura*

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rre que é burro! (teimoso)… dirão os nossos leitores. (se alguns ainda existem) à invocação da palavra “Reflexão” inserida no nosso último artigo de Opinião. “Resquícios” da mesma… são como vestígios, estilhaços, fragmentos, dos sentimentos de “raiva, de medos, e de ira” que, sentimos como quando se lança uma “granada defensiva” que tem um maior raio de alcance do que a “ofensiva”, ou seja, de 30 mts. contra 5 mts (resquícios de uma instrução militar recebida aquando ao serviço do exército português). Por favor, não levem a nenhum acto de subversão a referência bélica mas, fazemo-lo a título exemplificativa de quem se sente revoltado, triste, envergonhado de viver num país onde a “BALANÇA” que escolhemos como “reprodução” do Estado Português, como a presença do equilíbrio e da ponderação da governação, no seu amplo sentido, na justiça, no direito, no equilíbrio, na

prudência e no comportamento correcto na sociedade humana. sem os seus pratos devidamente equilibrados, oscila mais para o lado negativo do que para o positivo. Exemplos há “qb”. Enumerá-los seria fastidioso seria o mesmo “que chorar sobre leite derramado”. O remédio… queira-o S.Exa. o Presidente da República, está no despedimento colectivo do poder instalado, começando pela destituição da AR onde, um dos desafores mais recentes, foi a ausência de uns quantos deputados que abandonaram os trabalhos da mesma, para irem a um conselho nacional do seu Partido, para resolver uma quezília de mal-casados, bem assim outros abusos, como falsificação de presenças, reembolsos duvidosos etc. etc. Do estado da Nação, temos em termos gerais um autêntico cortejo em que o “rei vai nú”. De uma revisão constitucional, urgente e verdadeiramente democrática. Lembramos uma atenção especial no que diz respeito ao capítulo das chamadas “Regiões Autónomas”. Tenham em conta que os Açores são o “lugar” onde vive um “Povo chamado de Açoriano. Possuidor de uma situação estratégica mundialmente privilegiada. Com uma sua superfície marítima é de 954 496 km2 uma das maiores zonas económicas exclusivas da União Europeia. Um mar vasto e profundo onde a riqueza transborda em quantidade. Um corredor aéreo numa vasta área do Oceano Atlântico, incluindo o nosso Arquipélago e se estende, para Sul

até à região de informação de vôo de Cabo Verde e a Oeste à de Nova Iorque”. Referimos no nosso último trabalho que 2019, será para o Mundo, para Portugal e para os Açores uma “Caixa de Pandora”. Parece-nos não ter errado. Algo, que a nós açorianos diz respeito, são as próximas eleições para o Parlamento Europeu às quais, mais uma vez não será possível como há muito ambicionamos, concorrer através de um Círculo Eleitoral Próprio, sujeitando-nos às directrizes e ao querer dos centralistas de Lisboa e DDT. Leis como a nº 39/80 de 5 de Agosto que nos reduz (aos Açores como uma pessoa colectiva territorial) estamos “ferrados” para não escrever outra palavra mais assertiva e que nos até apetecia empregar… mas, para bons entendedores, meia palavra basta. Neste concernente, parece-nos que nem Mota Amaral, depois do acto de beija-mão a Rui Rio, no último conselho do PSD (português) não terá assento em Estrasburgo. Aqui estaremos nas próximas semanas se assim nos permitirem, para continuar a considerar os temas que, mais nos sensibilizaram na nossa dita “Reflexão”. (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. •

OS CÃES SENTEM, PENSEM E TÊM ALMA?

Joana Leal

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epois de ver a notícia “Todos os cães merecem o céu” que, ao que parece, foi uma frase dita pelo Papa Francisco a uma criança que estava de luto pela morte do seu cão, senti instintivamente vontade de escrever sobre o assunto. Para o explorar, irei refletir sobre alguns aspetos que me parecem importantes e que acabam por estar relacionados, espiritual (alma) e cientificamente (emoções e pensamento). Há pouco tempo, li o livro Os animais têm alma? (Ernesto Bozzano, 2015) e nesta obra, as páginas estavam repletas de misticismo e estórias. Viajei por entre os casos abordados, encarando o fenómeno da transmissão telepática direta (sob a forma de sonho, impressão ou intui-

ção) entre animais e os seus humanos. Dei por mim perante o envio telepático de mensagens de socorro de animais para os seus donos. Recordo uma situação na qual, de repente, o autor sentiu-se invadido pela ideia de que a sua gata, à qual estava muito ligado, precisava dele. Foi procurá-la, chamou-a e encontrou-a, com miados tímidos, presa numa cerca. Acredito que quem já teve o privilégio de construir uma relação assim com algum animal, consegue ver para além da lógica e da razão e é capaz de ler nas entrelinhas o que relatei…Perceber que quando a relação existe há lugar para toda uma sensação de compreensão, aceitação e sentimento de sobrevivência. Falamos de algo transversal ao humano e ao animal, tão transparente e natural. Na psicologia, esta ligação é chamada de “vinculação” quando falamos dos animais humanos; na etologia, para os animais não humanos, denomina-se de “apego”. Vendo bem, não são conceitos assim tão diferentes, sobretudo no que diz respeito ao seu significado. Voltando às interrogações lançadas no título deste artigo, conside-

ro que o tema é complexo e subjetivo, no que respeita à presença de “alma”, tal como é esperado quando o assunto envolve uma certa controvérsia. Porém, acredito que sim, que os cães são seres muito capazes de resolver problemas cognitivamente, são híper sensíveis (têm um olfacto apuradíssimo!), são sociáveis e emotivos. Na verdade, um cão é capaz de ler as emoções das pessoas de forma sublimar, daí tantas vezes conseguir antecipar um castigo (não porque “adivinhou que se portou mal”, como às vezes se ouve, mas porque é exímio em interpretar os sinais não verbais de “zanga” fornecidos pelo corpo do humano). Existem vários estudos que comprovam que os cães pensam, sentem e ajudam o humano na deteção de doenças. Paralelamente, os cães têm sido treinados para serviços de emergência (ajudando militares, polícias e bombeiros) e para assistência (ajudando os humanos que não conseguem ver ou ouvir). Em conclusão, os caninos evoluíram com os humanos e nessa interação aprendem novos comportamentos. De facto, o treino positivo de (Continua na página seguinte)


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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XLVI)

RADIOTERAPIA NA TERCEIRA: QUANDO A HISTÓRIA SE REPETE para assinalar o Dia Mundial de Luta Contra o Cancro.

António Neves Leal

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saga do Centro de Radioterapia da Terceira voltou a estar na berra como tema de conversa entre muitos terceirenses e açorianos das ilhas a que ele iria (irá) servir, na sequência de declarações vindas a público por parte do PSD da Ilha Terceira, nos últimos dias. Nos meus dois internamentos hospitalares mais recentes, recorrentemente ouvi conversas sobre o atraso da inauguração daquele Centro cuja construção e equipamentos já instalados faziam prever a sua iminente abertura no Hospital de Santo Espírito. Refira-se que essa entrada em funcionamento já foi noticiada pelo jornal micaelense Açoriano Oriental, em 4 de Fevereiro de 2017, isto é, há dois anos completados no dia 4.02.2019. Nela, o Secretário Regional da Saúde afirmava que a abertura do Centro de Radioterapia seria uma realidade um mês depois (leia-se Março de 2017). Mas o melhor é transcrever o que o jornal publicou. «O secretário regional da Saúde dos Açores anunciou hoje que o centro de radioncologia da ilha Terceira deverá estar a funcionar dentro de um mês, destacando a importância do investimento». «Imagino que dentro de um mês sensivelmente devemos ter a clínica a funcionar», afirmou Rui Luís, à margem da conferência sobre o percurso da oncologia nos Açores, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel,

Segundo o governante, o Governo Regional está “só à espera que a entidade em causa, a empresa Joaquim Chaves [que vai gerir a estrutura], termine as questões de licenciamento”, adiantando que a Direção-geral da Saúde “já emitiu a licença provisória”. Rui Luís salientou que o executivo açoriano apostou na realização dos tratamentos de radioterapia na região, “para permitir que as pessoas nesta fase importante da luta contra essa doença possam estar junto da família, próximas de sua casa”. A este propósito referiu que há um ano está a funcionar em Ponta Delgada uma clínica de tratamentos de radioterapia, insistindo que “muito em breve” estará a funcionar outra na ilha Terceira. “Será um avanço significativo para que o tratamento seja feito com um nível de proximidade muito maior”, realçou. O centro de radioncologia da ilha Terceira, localizado em Angra do Heroísmo, vai servir utentes das ilhas do grupo central do arquipélago, que inclui ainda Pico, Faial, Graciosa e São Jorge. Trata-se de um investimento até dois milhões de euros. E como a História é mestra da vida, embora alguns gostem de tripudiar, encobrir ou falsificar os seus ensinamentos, o que se está a passar com o C.R.T. não é novo como se verá. A criação do «Centro Anticanceroso», em Angra do Heroísmo remonta aos anos 1942-43. Ele seria um polo ou dependência do «Instituto Português do Oncologia» (I.P.O), funcionando como delegação da «Liga Portuguesa Contra o Cancro». O seu primeiro director foi o Dr. Cândido Pamplona Forjaz.

Com o seu grande entusiasmo e os do Dr. José Conde e Profs. Gentil Martins e Lima Basto, o processo avançaria rapidamente. Logo se tratou da angariar fundos para a instalação da sede do referido serviço. Mas o infausto falecimento do Prof. Lima Basto a quem a Delegação da L.P.C.C. tanto devia, veio retardar por algum tempo a nomeação do novo presidente da Liga. Prosseguiram as negociações e o prédio acabou por ser adquirido por alguns milhares de contos. E citando, com a devida vénia, o Dr. Cândido Forjaz, «Um técnico da Liga veio fazer o projecto de adaptação do edifício e, concluído ele, tratou-se de o apetrechar para a sua missão com a aparelhagem indicada pela Liga e pelo I.P.O. Deliberou-se recorrer a Fundação C. Gulbenkian a que a nossa secretária, D. Zita Lima, se dirigiu exibindo o plano e orçamentos de casas especializadas. Bem acolhido o pedido—foi ele, súbita e inexplicavelmente, repudiado sem que nunca tivéssemos conseguido saber as razões de tão estranha atitude». Registe-se neste contexto, a dedicação e o particular interesse de D. Fátima Oliveira, então, Secretária dos Assuntos Sociais, a qual concedeu uma verba de 6000 contos para o «Centro Anticanceroso». Este, a partir daí, passou a designar-se «Centro Anticanceroso dos Açores», para evitar uma tentativa de desdobramento que se chegou a esboçar, mas inadmissível em instituição destinada a servir uma população tão diminuta como a do Arquipélago, e além disso de instalação e manutenção tão dispendiosa» (Memórias, pág. 102.). Mais tarde, passou a chamar-se «Centro de Oncologia dos Açores», a actual designação. A delegação local foi sempre apoiada pela Liga e pelo Governo Regional e nunca mais interrompeu a sua ac-

tividade, mesmo depois do sismo de 1980, e assim o seu director, como escreveu nas suas «Memórias», teve «o sumo prazer de o ver inaugurado (o referido Centro) solenemente, em 13 de Junho de 1982 na presença do Sr. Ministro da República e de altos representantes do Governo, do I.P.O. (Prof. José Conde e Dr. Gentil Martins) e dos representantes dos «Centros Anticancerosos do Norte e do Centro», incluindo a representação deste último o distinto médico terceirense Gabriel da Rocha Alves. Do Governo Regional apenas compareceram os Secretários Regionais da ilha. «Aversão à Terceira!», como escrevia o «Jornal da Praia». (nº 5, p.3, de 29.06.1982). Apesar da solenidade e importância de um tal acto, a RTP-A, também, primou pela ausência, o que era recorrente, e continua a acontecer, em relação à nossa ilha. No caso vertente, o território em que a população tem sido mais fustigada pela poluição sonora e pela contaminação dos aquíferos e solos, desde há 75 vários anos. Isto está bem patente pelo conhecimento directo das pessoas falecidas de cancro, sem ser preciso recorrer às estatísticas oficiais. Assim, terminava uma saga que durou cerca de quarenta anos, graças à abnegação das pessoas mencionadas, com destaque para o Dr. Mário Lima, um amigo que jamais esqueceremos, e que merece ser evocado, como exemplo, neste momento crucial, em que a História, mais uma vez nos põe à prova e reclama diversos alertas para os novos desafios e as novas batalhas pela defesa da nossa terra, tão esvaziada do muito que já fomos e fizemos e do pouco que, ainda hoje, nos querem tirar. É urgente gritar em uníssono: Basta! Basta! Já chega de humilhação e despautérios, de manigâncias centralistas, de promessas adiadas e outras por cumprir.

OS CÃES SENTEM, PENSEM E TÊM ALMA? (Conclusão da página anterior)

animais de companhia, em particular do cão, tem sido, nos últimos anos, muito divulgado e a população em geral parece estar “mais aberta” a esta temática. Infelizmente ainda há quem acredite que os animais são seres inferiores ao homem, não posPUB

suem capacidade cognitiva nem merecem respeito. Muitos destes preconceitos são veiculados por visões conservadoras. Para mim, os animais têm necessidades próprias e possuem cinco liberdades essenciais, que passo a enumerar para que não as esqueça-

mos: não passar fome ou sede; não sentir desconforto; não sentir dor, ferimentos ou doença; expressar um comportamento adequado à espécie; não sentir medo e angústia. O Papa não cometeu blasfémia ao dizer que todos os cães merecem o céu. Não diminuiu a raça humana,

mas pôs-nos a pensar sobre algo bonito...Será errado assumir que os cães têm alma? Não é suposto o Papa representar o amor, a paz, a justiça? Penso que foi o que fez. Um segundo de beleza e justiça por tudo o que, todos os dias, os cães fazem por nós humanos!


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MARÉ DE POESIA | JP

2019.02.22

S

er poeta/poetisa, vivendo numa ilha reflete o acto de escrita. A saudade, a nostalgia, o mar, o verde, as pessoas, as festividades e a religiosidade são temas comuns.

“Ser poeta ilhéu” foi o mote para esta edição de Maré de Poesia, que em diferentes registos de poesia permitiu enaltecer este espaço do nosso Jornal da Praia.

Ser Poeta Ilhéu Fernando Mendonça Nada há, que mais nos encha A vontade de aqui estar e de ficar… Do que ser poeta nesta concha Embalada pelas ondas deste mar! Acordar pela manhã, subir a serra Fixar de olhos postos o horizonte, Colorido pelo sol que abraça a terra E se espelha por tudo o que está defronte! Caminhar por qualquer canto desta Ilha Feita manta de retalhos… Maravilha! Que só vista neste cantinho do céu… Desde o verde, à vulcânica rocha negra São a fonte do poema que se integra No poeta, que se honra de ser ilhéu!...

Ser Ilhéu Lurdes Branco E ser-se ilhéu é ser assim, sentir fervilhar o magma incandescente. vibrar ao som dos vulcões adormecidos, sonhar com mundos desconhecidos, escondidos no horizonte eternamente, e ter esta tristeza sem fim … E é amar a terra odiada, voar nas asas do sonho, e adormecer a ouvir o mar… E é sentir o desejo de chegar além de toda a esperança que ponho no amor pela terra desejada… Ser-se ilhéu é ficar partindo, Sentir como ninguém a solidão, Cantar charambas nos terreiros E ter sonhos, que são os primeiros Destas gentes da terra da mansidão, Que na vida choram, rindo …

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO: Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Ana Maria Lima; Fernando Mendonça; Jorge Morais; Lurdes Branco; Orlando Diniz C. Gomes; Sandra Fernandes; Vallda. PAGINAÇÃO: JP As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetias. Para participar envie o seu poema para maredepoesia@jornaldapraia.com. PUB

Ser Poeta Ilhéu Vallda Pudesse eu realçar mais o quão lépida sou na ilha, mas realçar, só porque sim, porque sempre foi de mim que se brotou essa fragância. Porém, realçar com a alma a negra essência do basalto. Pudesse eu desejar mais a açorianidade que me alarde mas desejar, só porque sim, porque sempre foi de mim que o azul, puro ou incolor de mar, paz e de amor nas gaivotas e garajaus saiu-me por entre os dedos. Pudesse eu sentir mais este coração ilhéu de fúria mas sentir, só porque sim, porque sempre foi de mim que envolta pelo mar nesta vil fome insular de Nemésio, filha pródiga, que me libertei esvoaçada feita açor de asas pérvias! Deixo-me ficar! E a escrever, escrever, escrever no sol e no sal, com tinta de maresia palavrinhas e palavrões de poesia. E só porque sim... Aqui o mar é um céu na torrente inquieta porque aqui... Oh! Só aqui sou ilhéu e não neguei ser poeta!

POETA ILHÉU Orlando Diniz C. Gomes Poeta ilhéu esculpido Em perfeita harmonia Pelo vento foi trazido Nas ondas da maresia Subiu à serra estremeceu Em sismos plenos de empatia Aqui e além, então sorveu Amizade e simpatia Bailou ao toque do pézinho Chamarrita e samacaio De repente e com jeitinho Cantou como um papagaio Mas um dia de nevoeiro Quis ir ver uma tourada Fitou um olhar brejeiro Apanhou uma marrada

Que seja... Jorge Morais seja de mina chamado este ilhéu colocado em S. Sebastião lugar por demais idolatrado ou não fosse mais acima colocado um espaço de devoção de nome maria vieira mártire por imposição que do cimo vê rasgado no mar azul bordado outra ilha de eleição sejam rasgos de céus que com névoas tecem véus em lugares de oração

Poeta Ilhéu Ana Maria Lima O ser poeta ilhéu É olhar o céu Ó Deus mas que bom, E gostar de escrever E já ao nascer Trazer este dom Já se nasce a gostar E a poesia a amar Com o coração, Poesia palavra segredo Escrita sem medo É lava e vulcão Ser poeta ilhéu Nevoeiro e véu Que envolve o coração É olhar a natureza E ter a certeza Que encontra inspiração Ser poeta ilhéu É erguer o troféu Bailar a chamarita, Estar rodeado de mar E o pézinho cantar Na Terceira bonita.

Ser Poeta Ilhéu Sandra Fernandes Há nas veias mais sal e bruma No olhar, ilhas no horizonte Os cabelos têm bordados de espuma E o Sol deixa raios pelo monte. Há poesia nos retalhos do solo E o ar tem aroma de flor A ilha é mãe dando colo É abraço infinito de amor! O poeta (em) ser ilhéu Faz do sentir sua arte É Açor decorando o céu Que voa da ilha mas, nunca parte…


JP | INFORMAÇÃO

2019.02.22

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MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

SÁBADOS

FUTEBOL CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

23.ª JORNADA | 24.02.2019 VG Vidigueira

-

Ferreiras

Louletano

-

Amora FC

Real

-

Moura

Sacavenense

-

Sp. Ideal

Olímpico Montijo

-

Redondense

Oriental

-

Armacenenses

Pinhalnovense

-

1.º Dezembro

SC Praiense

-

Olhanense

Angrense

-

Casa Pia

24.ª JORNADA | 03.03.2019 Louletano

-

Pinhalnovense

1º Dezembro

-

Olímpico Montijo

Redondense

-

Oriental

Olhanense

-

Angrense

Amora FC

-

Real

Armacenenses

-

Sacavenense

Casa Pia

-

VG Vidigueira

Moura

-

SC Praiense

Sp. Ideal

-

Ferreiras

FUTSAL NACIONAL DA II DIVISÃO SÉRIE AÇORES Seniores Masculinos

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 - Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2); 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 - Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 - Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoitos - São Pedro (4)

HOJE (22/02)

SÁBADO (23/02)

-

SC Lusitânia

SC Barbarense

-

Posto Santo

Ladeira Grande

-

Casa da Ribeira

Cedrense

-

Santa Clara

VOLEIBOL NACIONAL DA II DIVISÃO ZONA AÇORES Seniores Femininos

19.ª JORNADA | 23.02.2019 AJF Bastardo

-

Santa Cruz SC

C. Kairos - B

-

CDE Topo

FC Calheta

-

ADRE Praiense

20.ª JORNADA | 24.02.2019 AJF Bastardo

-

Santa Cruz SC

C. Kairos - B

-

CDE Topo

FC Calheta

-

ADRE Praiense

SÁBADO (23/02)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGO (24/02)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEGUNDA (25/02)

Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGOS

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

(1)

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 - Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 - Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 - Matriz Sta. Cruz (4))

Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro (1)

TERÇA (26/02)

QUARTA (27/02)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUINTA (28/02) WORKSHOP/ FORMAÇÃO BIODANZA Local: Museu de angra do Heroísmo Horário: 10:00-13:00 e das 14:30-17:30 Devem trazer roupa confortável, meias e água. A BIODANZA é “um sistema de integração humana, renovação orgânica, reeducação afetiva e reaprendizagem das funções originárias da vida. A sua metodologia consiste em induzir vivências integradoras através da música, do movimento e de situações de encontro em grupo”.

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SEXTA (01/03)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SÁBADO (02/03)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (03/03)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SEGUNDA (04/03)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

14.ª JORNADA | 24.02.2018 Santa Bárbara

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TERÇA (05/03)

JP | ASSINATURA

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

15,00 EUR

QUARTA (06/03)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Regularize a sua assinatura anual através de transferencia bancária para o IBAN:

QUINTA (07/03)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

PT50 0059 0004 22036300048 24 Jornal da Praia Grupo de Amigos da Praia da Vitória

Envio o comprovativo de transferência para: assinaturas@jornaldapraia.com indicando o seu número de assinante Número a negrito na parte superior da etiqueta de envio postal

www.jornaldapraia.com notícias atualizadas diariamente

BISCOITOS LITERATURA CONTADORES DE PALMO E MEIO Local: Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro Hora: 18:00 A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro inaugura, a partir do próximo dia 23 de fevereiro, às 18h00, uma Hora do Conto a cargo de crianças contadoras de histórias, numa perspetiva de consolidação das competências de comunicação e autoestima dos pequenos narradores que tenham entre 8 e 15 anos. Participação mediante inscrição prévia

NOTA: Esteja na nossa Agenda Cultural geral@jornaldapraia.com •

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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