Jornal da Praia | 0537 | 25.01.2019

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QUINZENA

25.01 A 07.02.2019 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 537 | Ano: XXXVI | 2019.01.25 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

www.jornaldapraia.com

PRAIA DA VITÓRIA

ALTERAÇÕES AO TRÂNSITO A PARTIR DA PÁSCOA Novo regulamento de “Trânsito, Mobilidade e Estacionamento” no centro da cidade entra em vigor no fim de semana de Páscoa. Autarquia está convencida que entrar, sair e circular de carro no centro histórico da cidade vai passar a ser mais fácil. DESTAQUE | P. 8 E 9

PRAIENSE SAD Proposta da Direção recebeu aprovação massiva dos sócios. I Liga é objetivo a alcançar nos próximos 5 anos. Sociedade Anónima Desportiva deverá ser formalmente criada em fevereiro.

PROJETO

LIFE CWR ASSEGURADO NO CONCELHO | P. 3

DESPORTO | P. 11 Fotografia: MPV PUB


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OPINIÃO / CONTO | JP

2019.01.25

VOTAR EM QUEM?

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leitura de um artigo do grande pensador que foi Manuel Antunes devia ser frequentemente recomendada, sobretudo nos momentos que antecedem os atos eleitorais. A profunda análise que faz sobre as diversas posturas de cada candidato ao exercício do poder é um excelente guia para fundamentar as escolhas dos eleitores.

Este ano de 2019 oferece aos eleitores portugueses residentes na Região Autónoma dos Açores duas ocasiões para o exercício do direito e dever de votar: em 26 de maio, eleição dos deputados ao Parlamento Europeu, e em 6 de outubro, eleição da Assembleia da República.

Que impele tantos homens a entrar na política? É essa a pergunta que o professor M. Antunes formula.

Temos, portanto, que votar. Mas votar em quem? Eis a importância das reflexões do professor Antunes, pois que enumera e caracteriza uma meia dúzia de motivações do poder.

O artigo Reflexões sobre o Poder surgiu na revista Brotéria de abril de 1976. Já tem, portanto, uma veneranda idade, e foi escrito nas vésperas do ato eleitoral que haveria de eleger o primeiro presidente da República depois de 1974. É claramente um texto pedagógico destinado a esclarecer o impreparado eleitorado português em face ao exercício do seu direito e dever de cidadão.

Vem em primeiro lugar • o candidato movido pelo desejo de glória e imortalidade; • a que se segue aquele que busca, ao deter o poder, um meio de se sentir acompanhado e seguro; • a caracterização prossegue para o candidato que procura a compensação para os seus fracassos,

falhanços e frustrações; • a consciência de uma missão a cumprir também pode motivar algum candidato ao poder; • há muitos candidatos motivados pela simples necessidade de ter um emprego na vida; • certo tipo de candidato que gosta de jogar na política, fazendo e desfazendo combinações... passando e voltando a passar por todas as câmaras e ante-câmaras do poder; • também é possível encontrar um candidato movido apenas pelo desejo desinteressado de servir. Todas estas manifestações, porém, nem sempre se encontram em estado puro. Ao revés. Com frequência elas se misturam e se combinam, chegando a produzir estranhos resultados: de astúcia, de delírio, de exibicionismo, ou, pelo contrário, de equilíbrio, de sensatez, de heroísmo saudável. De facto se há os doentes do poder, muito mais perigosos que os doentes do futebol ou da droga,

há também os sãos do poder, aqueles que, conhecendo-se na estreiteza dos próprios limites e, porventura, em certa impureza das próprias motivações, assumem o poder como função social de serviço à comunidade, como dever, nem sempre grato, a cumprir, como tarefa necessária que alguém terá de exercer. Estas reflexões só podem ser úteis se os cidadãos eleitores se interessarem e acompanharem o dia a dia político da nação e da localidade onde residam, dedicando-se a observar o perfil dos vários candidatos com vista a procurar soluções e a debater propostas. Lamentável é que, na maior parte das situações, os candidatos são propostos pelos diretórios dos partidos com base em critérios duvidosos. Seja como for, a responsabilidade primária do resultado das eleições é sempre de cada eleitor, quer pela via ativa – votando – quer pela passiva – abstendo-se. João O. Rego•

CONTO DO MARQUÊS DE NADA E DE COISA NENHUMA

O ILUSTRE PARRECAS

N

a verdade, o Parrecas não queria ser médico como o pai e a mãe tanto lhe imploravam. Ele queria ser mais. Ele queria ser primeiro-ministro! Isso sim seria um cargo digno do seu intelecto. Já se imaginava a governar o país. Uma das principais reformas seria incentivar agricultores e lavradores e desvalorizar a cultura. De facto, o Parrecas nunca percebera o sentido da cultura, principalmente o da arte. Mas afinal qual era a utilidade da arte? Nenhuma! Para que serve uma pintura? Para nada! O Parrecas nunca entendera para que fim o Estado comprava obras de arte. Por isso, quando fosse primeiro-ministro iria ser pragmático e racional. Só assim Portugal evoluiria. Então, o Parrecas seria reconhecido por todos e chamar-lhe-iam “O ilustre Parrecas”! - Tens teste esta semana, Parrecas? - Tenho, mãe. Teste de Filosofia. A pior das disciplinas. Uma disciplina que não faz sentido, que dá dores de cabeça. É pior que Matemática. – confessara o Parrecas. - Mas afinal, o que é que fazes em Filosofia? - Nada! Estamos sempre a fazer perguntas estúpidas e a estudar teorias estúpidas. Lembro-me quando estudámos os vários argumentos sobre a existência de Deus. Lembro-me de estudar um comunista que duvidava da presença do Nosso Salvador! – contava o Parrecas.

Parte: II (Continuação da edição anterior)

- Isso não, meu filho! Isso não! Comunismo é uma doença! Nunca te deixes levar por esses homens! Isso não! – a mãe abominava política, sobretudo quando falavam de esquerda. Esse ódio tinha como principal origem o medo. O medo de perder terrenos e propriedades para a esquerda. Ou seja, todos eram fortes apoiantes do partido conservador, que se dizia centrista. Depois do almoço, a família fizera a sua habitual sesta da tarde. Deitavam – se nos sofás ao som de um programa qualquer que dava na televisão. A vontade de dormir nunca fora muito amiga do Parrecas e, portanto, o jovem ficava na cozinha a venerar e a rezar para um bocado de cerâmica, que diziam ser Nossa Senhora de Fátima. A religião sempre estivera muito enraizada no modo de viver da família do Parrecas. Aliás, a religião estava presente em todas as casas da aldeia. E era assim que devia ser, concluíra o Parrecas. Nunca houvera ninguém que se atrevera a questionar a vontade de Deus. Em suma, a aldeia vivia na Idade Média, mas era um paraíso. Uma terra divina com gente como Maria Dolores e Maria Desgraça. Após as orações, as sestas e os estudos de Filosofia, a família Parrecas caminhava para a igreja da aldeia. A distância entre a igreja e a casa dos Parrecas não era muito longa, e era possível ver o edifício religioso em qualquer parte da

aldeia. Quando lá chegaram, estava um pequeno grupo de velhos no nártex a discutir política e futebol, enquanto que as suas senhoras já se encontravam no interior, sentadas a rezar pela alma de um Joaquim Machado qualquer. Já era tempo de usar manga curta, mas a lei obrigava as velhas viúvas a taparem – se de preto dos pés à cabeça. Mal entrara na igreja, o Parrecas ficara, mais uma vez, fascinado com o portal. Que magnífico portal, pensara. O portal era tão lindo que mal se identificava o estilo a que pertencia. As arquivoltas e os colunelos eram tão mal esculpidos que não se percebia se tinham motivos vegetalistas ou figuras antropomórficas. Agora no interior da igreja, o fascínio do Parrecas crescia de segundo a segundo. Os olhos do jovem observavam a imensidão daquela minúscula nave principal. A igreja era tão ricamente decorada que até havia uns nichos sem esculturas. Esta era a igreja ideal para o Parrecas. Para ele, era uma verdadeira catedral, um modelo a seguir. Mas afinal, onde estavam os arcos ogivais? E as abóbadas de berço? E as cinco naves? Sim, o intelecto do Parrecas dizia que aquilo era um modelo a seguir. Mas se alguém pensara que a igreja da aldeia se reduzira a isto, está enganado. Aliás, a riqueza da aldeia confirmava – se no ouro de Nossa Senhora de Fátima e

na barriga do padre. A coroa da Virgem era tão exuberante quanto as refeições do pároco. Era habitual o povo oferecer tudo o que tinha para alcançar a vida eterna, e este pensamento tornara-se numa propaganda recorrente. Assim, o sacerdote podia desfrutar de luxuosas jantaradas nos melhores restaurantes e Nossa Senhora de Fátima podia sufocar – se em joias e ouros. O olhar do Parrecas focara-se no altar – mor, onde estava a dita escultura da Virgem. Todos veneravam aqueles olhos de piedade e sofrimento, enquanto contavam e ouviam novidades das vidas dos outros. O santo padre chegara finalmente e a assembleia emudecera. - Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – zurrara o padre. Estes rituais tornavam – se chatos e cansativos. Depois do coro desafinado e de velhos a tossir, a celebração finalmente terminara. A multidão dispersara-se e o padre fugira do povo o mais rápido que conseguira. O Parrecas não retirara muita informação da homilia do sacerdote, mas a conclusão a que chegara era a mesma de sempre: paz, amor, temor a Deus e umas outras lengalengas quaisquer. O padre que dizia isto era o mesmo que fora apanhado com um garoto de oito anos. Não era novidade nenhuma e o povo já se acostumara com estas situações. (Continua na próxima edição)•

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Rui Marques; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho SECRETARIADO: Eulália Leal LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO / OPINIÃO

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PROJETO AMBIENTAL LIFE CWR ASSEGURADO

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stá aprovado o Plano de Gestão da Infraestrutura Verde Húmida Costeira da Praia da Vitória, sendo assim garantida a continuidade do projeto LIFE CWR, que visou o restauro ecológico e a conservação dos Pauis da Praia da Vitória, Belo Jardim e Pedreira do Cabo da Praia, para além dos financiamentos europeus que criaram este projeto. “Com o plano agora aprovado para a gestão da Infraestrutura VerPUB

de Húmida Costeira da Praia da Vitória (IVHCPV) definem-se medidas de proteção e gestão para estes ecossistemas, tendo por base quatro objetivos estratégicos: Assegurar a continuidade das ações implementadas para a conservação dos pauis”; “Contribuir para a manutenção dos habitats e promover a biodiversidade”; “Identificar os constrangimentos, oportunidades e as ameaças à estabilidade ambiental dos ecossistemas”; “Determinar as ações futuras para uma gestão eficaz das zonas

húmidas”, disse a vereadora com competência no projeto, Raquel Borges. Segundo justificou Tibério Dinis, presidente da Câmara Municipal da Pcadáver) e crematório; e Zona de descanso, direcionada aos familiares. A obra resulta de uma parceria entre o Governos dos Açores, a CMPV e a JFSC. Em traços gerais, prosseguiu, “a continuidade do projeto LIFE CWR pretende dar continuidade às iniciativas de recuperação e restauro do Paul da Praia da Vitória, através do aumento do espelho de água e arranjo paisagístico das margens envolventes, alargando o processo de requalificação a outras duas zonas húmidas da orla costeira do Conce-

lho: os Pauis da Pedreira do Cabo da Praia e do Belo Jardim”. Segundo Raquel Borges, o plano tem “3 objetivos gerais (Preservar as espécies de fauna e flora selvagens, Promover o recreio e lazer ao ar livre e Incentivar a investigação científica) e 15 medidas concretas”, entre as quais se destacam, a manutenção e aumento do número de indivíduos e casais de espécies migratórias nos três pauis, assim como as populações de flora e o sistema dunar do Paul do Belo Jardim, assim como estabilizar a qualidade da água no Paul da Praia da Vitória e alargar os limites do sítio RAMSAR para incluir os pauis do Belo Jardim e da Pedreira do Cabo da Praia, no âmbito desta Convenção Internacional. GP-MPV/JP•

HOMENS DA MÚSICA DA PRAIA

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itorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva, nascido na Praia da Vitória, em 19 de dezembro de 1901 e falecido em Lisboa, em 20 de fevereiro de 1978, que tinha bom ouvido, mas tocava mal, tivesse sido dotado de dotes musicais iguais aos literários que bem explorou teria, certamente, produzido melodias para onde verteria muita da sua poesia. Então, o também praiense Luís Gil Mendes Bettencourt, nascido no dia 26 de junho de 1956 não teria tido razões nem motivos para produzir o trabalho recentemente publicado em CD, de Vitorino Nemésio SUAS PALAVRAS. SUA VIOLA. Não se trata de uma primeira abordagem musical de Luís Mendes Bettencourt à poesia de Vitorino Mendes da Silva (algum parentesco?), mas a circunstância de ocorrer o 40º aniversário da morte deste talvez o tenha animado a voo mais alto. Daí que tenha pensado em fazer-se acompanhar pelo próprio violão com que Nemésio se apresentava em convívios entre familiares e amigos que condescendiam em aplaudi-lo simpatica e cortezmente pois que os seus dotes musicais eram fraquinhos, coisa de que estava bem ciente. Os seis poemas escolhidos que L. Bettencourt musicou apresentam dificuldades variadas quanto à métrica a ser respeitada ou resolvida em termos musicais. Mas o músico anda na música há muito ano e sabe como fazê-lo. Atente-se na solução encontrada para o poema Violada. Outra faceta a destacar neste trabalho discográfico é o uso, (intencional?), de um ‘sotaque’ que pode sugerir a voz do próprio Nemésio a cantarolar com voz rouca, talvez mais notório na faixa 4. Há vários exemplos de ilhéu que deixa a ilha e no entanto a ilha não o deixa. Vitorino Nemésio é um deles. Passou uns escassos vinte anos da sua vida nos Açores e ainda que se some os dias de visita breve ou de fé-

rias mais prolongadas não se atinge um número muito maior. Por variadas vezes manifestou a sua ‘açorianidade’ onde quer que estivesse. Muito embora tenha deixado ao critério de Deus onde haveria de morrer, segundo o Tenho uma Saudade tão Braba, acabou por desejar ser enterrado em Coimbra. Luís Bettencourt, que conta mais anos vividos na Praia da Vitória do que Nemésio é, por vezes, apelidado de excêntrico. E acertadamente. É um elogio que lhe fazem, pois que ele é um artista e só quem consegue escapar ao ‘centro’ é capaz de produzir arte. Amália Rodrigues foi considerada excêntrica quando se ‘atreveu’ a cantar Camões. Outros exemplos há de semelhantes excentricidades que acabaram por dar cabo de velhos preconceitos asfixiantes. O presente trabalho discográfico é fruto da incombustível excentricidade de L. Bettencourt, sempre em erupção e vai, certamente, ser tido em conta junto dos professores da escola secundária nos trabalhos de comemoração do seu patrono ou nos de exposição e abordagem à sua obra poética. Não será de surpreender, por outro lado, que outros cantores ou conjuntos musicais venham a querer divulgar, nas suas atuações, algumas desta melodias tão carregadinhas de açorianidade. Um foi da música da Praia, a modos de herança familiar, e até lhe dedicou uma décima; o outro ainda mexe e faz mexer a velha instituição cultural. É de crer que Vitorino Nemésio, tendo em conta a sua maneira de ser, viesse a gostar deste trabalho e, tal como se abeirou do mestre Laureano C. dos Reis para lhe ensinar como acompanhar as nossas modas regionais, não deixasse de pedir ao autor que lhe indicasse os acordes necessários para executar estas bonitas melodias João O. Rego•


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EFEMÉRIDE | JP

2019.01.25

FREI JOSÉ POLICARPO DE SANTA GERTRUDES – O EDUCADOR HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

A preocupação de Frei José Policarpo de Santa Gertrudes com a educação, é uma evidência da necessidade dos nossos governantes olharem para os mais novos e procurarem dar ferramentas às escolas e aos professores para o ensino ser criativo... real portuguesa a transferir-se para o Brasil.

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á exatos 239 anos, a 26 de janeiro de 1780, nascia o terceirense Frei José Policarpo de Santa Gertrudes. Monge beneditino, Frei de Santa Gertrudes foi também um homem da cultura. Foram os seus ensinamentos de Filosofia e a sua preocupação com a Educação, que marcariam a geração de Brasileiros surgidos após o nascimento do novo país, o Império do Brasil. Frei José Policarpo nasceu na Ilha Terceira. Desde pequeno mostrou a vocação para a vida religiosa. Acabou por ir para o Brasil. A 21 de outubro de 1800, com 20 anos, ingressou no claustro do mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Provavelmente aí acrescentou ao seu nome o de Santa Gertrudes, também ele beneditina como ele. Surgia assim o Frei José Policarpo de Santa Gertrudes, o nome pelo qual iria entrar para a História.

No Mosteiro de São Bento, Frei José Policarpo de Santa Gertrudes vai aprimorar a sua educação e mostrar que era um homem de ajuda ao próximo. Além disso, começou a exercer a cadeira de Filosofia nos seminário de São José, o primeiro do Brasil, construído no sopé do Morro do Castelo, o de São Joaquim e no seu próprio mosteiro. A sua preocupação com a Educação dos que o rodeavam era forte. Frei José de Santa Gertrudes chegou ao Brasil antes da convulsão que levará a família PUB

A 29 de novembro de 1807, com Junot, a mando de Napoleão, às portas de Lisboa, a frota da corte portuguesa partia de Belém para o Brasil, escoltada por navios ingleses e, no dia seguinte, os franceses chegavam à capital. Junot e as suas tropas dirigiram-se ainda ao Forte de S. Julião da Barra e dispararam sobre a frota, mas sem sucesso, por isso, ficariam a “ver navios”, expressão que ainda hoje se utiliza. A frota portuguesa era comandada por Manuel da Cunha Sotto-Maior e compunha-se de 8 naus, 3 brigues, 1 escuna e 1 charrua, com cerca de 15 000 pessoas. Para salvaguarda da integridade da família real e da linhagem, em caso de ataque, os seus membros foram embarcados em diferentes naus. A população portuguesa só teve conhecimento da saída da família real através de um documento do príncipe Regente D. João (futuro D. João VI), no qual, decretara que na ausência do monarca, o país seria governado por um Conselho de Regência, presidido por D. Pedro de Lancastre da Silveira Castelo Branco Sá e Meneses, Marquês de Abrantes. A família real levou consigo um espólio de riquezas incalculável, entre elas, uma pepita de ouro, que as tropas francesas tinham ordens para saquear, mas que, felizmente, estava protegida, no camarote de D. João. Apesar disso, muitos bens, ficaram no cais de Belém, sendo roubados, mas os cerca de 60 000 volumes, encaixotados, da Biblioteca Real da Ajuda, que ficaram em terra, seriam posteriormente enviados para o Brasil. Após o reconhecimento da Independência do Brasil, em 1825, a Biblioteca passou a fazer parte da Biblioteca do Império brasileiro, reconhecida pela Convenção Adicional ao Tratado de Amizade e Aliança firmado entre os dois países. Portugal, por esta perda, foi indemnizado em oitocentos contos de réis, mas a enorme riqueza cultural portuguesa ficou para sempre no Brasil. A corte portuguesa viajou por cerca de 2 meses, enfrentando as refeições racionadas, as condições sanitárias precárias e o calor que se fazia na zona dos trópicos. O escorbuto

(falta de vitamina C) e outras doenças típicas das viagens longas de mar ceifaram a vida de muitas pessoas. A frota chegou à Baía a 22 de janeiro de 1808 e, no dia seguinte, desembarcaram em terras brasileiras. No final da viagem, uma enorme infestação de piolhos obrigou a todos a raspar a cabeça, por isso, aquando do desembarque, Carlota Joaquina, esposa de D. João, e suas filhas tinham turbantes rústicos enrolados na cabeça para disfarçar. As damas da sociedade baiana pensaram ser uma moda europeia e aderiram com tal entusiasmo, que até hoje as baianas usam o turbante no seu figurino. Com a família real já no Rio de Janeiro, a Academia Real das Guardas-Marinhas inauguraria, no Brasil, os estudos superiores. No seu 1º ano letivo, em 1808, o próprio Frei de Santa Gertrudes vai matricular-se, procurando saber mais. O querer ensinar não o ofuscava da crescente necessidade de saber mais, que cada tutor devia ter sempre em mente. Nestes anos, vai conseguir o reconhecimento da Coroa e das pessoas perante o seu trabalho educativo e de caridade. O Frei sustentava muitas famílias com aquilo que conseguia arranjar. Além disso, Frei José Policarpo de Santa Gertrudes acabou nomeado pelo Rei D. João VI como pregador régio. Mesmo com o regresso do Rei a Portugal, vai continuar no Brasil e tornar-se-á o pregador imperial do filho de D. João VI, o Imperador D. Pedro I do Brasil, depois D, Pedro IV de Portugal. O reconhecimento e a capacidade oratória de Frei José de Santa Gertrudes eram cada vez mais elogiadas. A 3 de fevereiro de 1825, Frei José de Santa Gertrudes proferiu o “Discurso pronunciado em presença de Suas Majestades Imperais” (perante D. Pedro e D, Leopoldina) por ocasião da abertura da aula de filosofia no Imperial Colégio de São Joaquim. O discurso foi depois mandado publicar pelo próprio Imperador que apreciou o trabalho e as suas palavras. Com o apoio do Delegado Apostólico Fabbrini, em 1832, falou da necessidade de obras na Congregação que liderava, não se calando com os assuntos que o preocupavam. O Presidente da Província do Rio

de Janeiro vai encarregar Frei José Policarpo de Santa Gertrudes para dirigir a instrução primária da recém-criada escola do Brasil, tornando-se o Diretor das escolas primárias da Província do Rio de Janeiro. Contudo, o que o fascinava não eram estes cargos de liderança, mas o ensinar, o estar perto do outro e transmitir conhecimentos. De entre os muitos alunos que vai ter ao longo dos anos, ajudando a criar as novas gerações de brasileiros “independentes”, um nome ressalta-nos do papel, o do pintor, caricaturista, arquiteto, professor, escritor do romantismo e patrono das artes, Manuel de Araújo Porto-alegre, o primeiro e único barão de Santo Ângelo. Membro da Academia das Ciências de Lisboa, Frei José de Santa Gertrudes tornou-se Abade do mosteiro onde viveu grande parte da sua vida. Os livros “Elementos de geographia para uso das escolas da instrução primária da província do Rio de Janeiro” (1840) e o “Relatório do Diretor das aulas da instrução primária da província do Rio de Janeiro em 1840” são de sua autoria, mostrando a sua preocupação em ter materiais para poder ensinar as gerações mais jovens. Frei José Policarpo de Santa Gertrudes pregou nas exéquias do Imperador D. Pedro I do Brasil, D. Pedro IV de Portugal. Nas palavras de Gervásio Lima, Frei de Santa Gertrudes foi um sacerdote “virtuoso e sábio que encheu de glória o nome açoriano e contribuiu grandemente para a educação da mocidade brasileira”. Morreu no Rio de Janeiro a 12 de janeiro de 1841. A preocupação de Frei José Policarpo de Santa Gertrudes com a educação, é uma evidência da necessidade dos nossos governantes olharem para os mais novos e procurarem dar ferramentas às escolas e aos professores para o ensino ser criativo, fazendo o aluno investigar e pesquisar, ter mais capacidades de estudo, apostando-se em visitas de estudo e em aproximar o nacional do local. Os mais novos necessitam de ter uma noção de pertença e essa é dada quando se consegue explicar o papel do local onde estão inseridos para o desenrolar da História e da Cultura do todo, que é Portugal. •


JP | TURISMO

2019.01.25

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MOVIMENTO DE NAVIOS DE CRUZEIRO

NOVO MÁXIMO NO NÚMERO DE PASSAGEIROS Em 2018, mais de 164 mil visitantes chegaram aos Açores a bordo de navios de cruzeiro.

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ano de 2018 registou um novo máximo de visitantes provenientes do segmento do turismo de cruzeiros no arquipélago dos Açores, tendo o movimento nos diversos portos da Região, somente no que se refere a passageiros, ultrapassado as 164.000 pessoas, o que equivale a um crescimento da procura de 21,5% face a 2017. De acordo com dados aferidos pela Portos dos Açores, S.A., foi, assim, ultrapassado o valor de referência verificado em 2015, então com perto de 142.000 visitantes, numa tendência estável de escalas de navios pelos diferentes portos da Região, que no ano passado se fixou em 138 escalas, número que a par de 2015 é a segunda melhor marca de sempre no arquipélago, atrás da estabelecida em 2017, na altura com 152 visitas. Importa destacar, ainda, o facto que em 2018 se ter registado o maior número de tripulantes, tendo o arquipélago recebido 74.000 membros de tripulações, ou seja, mais 17,5% do que em 2017 e mais 10% do que em 2015, ano que apresentava a maior afluência de tripulantes verificada até à data (67.263). Estes números reiteram a relevância que o destino Açores tem vindo a assumir no panorama internacional, fruto de um trabalho conjunto do Governo dos Açores e da administraPUB

Fotografia: RS/JP

ção portuária, a par dos agentes de navegação e DMC (Destination Management Companies) da Região. A ilha de São Miguel, com 75 escalas e mais de 123.000 passageiros (mais 24% do que 2017) foi a parcela do arquipélago com maior movimento de turistas de cruzeiros, seguida da ilha Terceira, com 24 escalas e cerca de 24.000 passageiros (mais 26% do que 2017), sendo esta a que mais cresceu proporcionalmente. A ilha do Faial contou com 25 escalas e perto de 16.000 passageiros (mais 19,7% do que 2017), tendo sido a terceira

ilha mais procurada pelo turismo de cruzeiros. Como já vem sendo habitual, abril foi o mês em que os portos açorianos registaram maior número de visitas, num total de 40, ou seja, 34,5% do total anual, tendo merecido naquele mês particular destaque os dias 23 e 24 de abril, respetivamente com cinco e quatro navios de cruzeiro, em simultâneo, em Ponta Delgada. Nos referidos dias, entre passageiros e tripulantes, passaram por São Miguel cerca de 26.000 visitantes

O mercado britânico continua a liderar, pelo sétimo ano consecutivo, o ‘top’ das nacionalidades que mais nos visitam. Em 2018, aquele mercado representou 41% do total de passageiros, seguido pelos Estados Unidos da América (22%) e Alemanha (19,6%). A operação regular que a cruise line alemã AIDA Cruises tem vindo a efetuar neste arquipélago, contribuiu significativamente para este evidente incremento de excursionistas germânicos que nos visitam por via marítima. De salientar, também, a escala de vários navios que realizaram cruzeiros temáticos pelas ilhas do arquipélago, alguns deles de importantes operadores/armadores como a norueguesa Hurtigruten ou a alemã Hapag-Lloyd Cruises.

PRAIA DA VITÓRIA Também no porto da Praia da Vitória o fluxo de navios de cruzeiro registou um crescimento em relação a 2017. Nas escalas, depois de um ligeiro decréscimo em 2016, o número tem vindo sucessivamente a aumentar: 18 em 2017 e 21 no ano anterior (mais 17 %). Registou-se, todavia, um maior número de cancelamentos. Em 2017 foram canceladas 2 escalas, já em 2018 o número subiu para 5. No que diz respeito ao movimento de passageiros e tripulantes o crescimento em relação ao ano anterior é de facto assinalável. Embora se tenha registado um crescimento de apenas 17% (+ 3) no número de escalas, o movimento de passageiros cresceu 60% (+ 10.598) e o número de tripulantes 50% (+ 4.236) em relação ao período homólogo. PA/JP •


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SAÚDE | JP

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o Cantinho do Psicólogo 203

Protecção dos Bezerros

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arece não haver dúvidas que os bezerros jovens precisam desde tenra idade da melhor protecção de forma a não serem afectados negatiAurélio Pamplona vamente ao nível (a.pamplona@sapo.pt) da sua saúde, a par de disporem do acesso controlado ao leite, ração e água. Neste sentido as casotas representadas na fotografia parecem constituir uma boa solução para se atingir esse objectivo, à semelhança do que se deve fazer com o nosso lar, especificamente quando existem crianças, e que deve constituir um ninho de amor, em que possa haver brincadeira, segurança, protecção, carinho e cuidado. Possivelmente ninguém se lembra de no antigamente se ver nesta terra algo de semelhante, o que retrata uma evolução positiva. Entretanto e cingindo-nos ao stress que desde tenra idade nos afecta, cada vez mais se sente a necessidade de tomar as melhores medidas para o enfrentar, e lidar com as dificuldades do seu percurso na vida, entre as quais se destacam: (1) alteração da forma de pensar; (2) mudança de comportamento; e (3) aumento a confiança. Mas a resolução dos problemas não é fácil visto existirem sinais adicionais de stress, em nós e nos outros, que são difíceis de reconhecer, nomeadamente porque podem estar ocultos. Isto reforça a ideia da importância do PUB

empenho e ajuda de todos para se garantir a sua ultrapassagem. Aliás muitos desses sinais são o resultado de estratégias e até de formas prejudiciais que muitas pessoas tomam para o enfrentar e as dificuldades levantadas. Vejamos alguns desses sinais: (a) abuso de álcool, o que é um perigo para o próprio e para os outros; (b) uso e abuso de drogas, o que cria um mundo irreal; (c) fumar constantemente, e irritação, em caso da sua proibição face às circunstâncias; (d) comer e beber

inadequadamente, o que pode conduzir à fraqueza e desidratação; (e) descontrolo ou excitabilidade emocional súbito ou por etapas; (f) atitudes negativas e negativismo face às situações; (g) incapacidade de relaxar; e (h) procura de perigo desnecessário, ou descuidos face ao perigo. E ainda: (i) comportamento impulsivo, com esquecimento das consequên-

cias das acções; (j) ideias fixas, traduzidas na fala ou em acções repetidas ou de verificação; (k) tremores nas mãos, nos pés, ou mesmo em todo o corpo, dificultando as acções; (l) reacções regressivas, ou sejam, falhas em agir de acordo com a idade, ou incapacidade para lidar construtivamente com a realidade; e (m) perturbação da fala, que se torna acelerada ou vagarosa, com frases não completas ou sem sentido, ou só murmúrios. Eleutério, C. (2018) já referido ante-

riormente salienta ainda os seguintes sinais: (1) permanecer muitas horas em frente à televisão ou computador; (2) afastar-se dos amigos, família e actividades de lazer; (3) dormir em excesso; e (4) procrastinação, ou seja adiar constantemente as tarefas que se necessita de realizar. E embora seja sublinhe a importância do empenho pessoal de cada um na recorrência a diferentes técnicas e estratégias para

lidar com o stress, de forma a escolher a que a pessoa se sinta mais confortável, e melhor se adapte a si própria, aproveita-se para enunciar quatro formas, dir-se-ia básicas, que se pode recorrer para atingir esse objectivo: evitar o stressor, ou seja o estimulador ou a origem das dificuldades, alterá-lo, adaptar-se ao mesmo ou ainda aceitá-lo. Antes de se prosseguir realce-se que importa não nos enredarmos pelos comportamentos, emoções e estratégias que dão origem a estes sinais adicionais de stress, porque não é um bom caminho a seguir. Veja-se porquê, através de um exemplo, tirado do blogAuriMartini (2018), «a história de bêbado que é abordado pela polícia, às três da manhã, ao qual este pergunta: aonde vai a esta hora? O bêbado responde: vou a uma palestra sobre o abuso de álcool, e seus efeitos letais sobre o organismo, o mau exemplo para os filhos, as consequências nefastas para a família, bem como o problema que causa na economia familiar, além de ser uma irresponsabilidade absoluta. O polícia surpreso questiona: sério? E quem vai dar esta palestra a esta hora da madrugada? A minha mulher, assim que chegar a casa». Referências: Eleutério, C. (2018). Salvado em 19 Mai. de Fonte: Portal S. Francisco. Tema: Saúde / Stress. Website: http://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/stress. Martini, A. (2018). Salvado em 30 Jun. de Fonte: blogAuriMartini. Tema: Variedades. Website: http:// wwwblogtche-auri.blogspot.com/2016/01/50-piadas-para-postar-noface %20face%20 book%20html?m=1. Foto: A. Pamplona•

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JP | FESTIVIDADES

2019.01.25

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TEMA DAS SANJOANINAS 2019

“ANGRA – O REGALO DO REI E DA GENTE” Temática Invoca desterro de D. Afonso IV no castelo de São João Batista.

A

s Sanjoaninas 2019 decorrem na cidade património mundial de 21 a 30 de junho sob o mote “Angra – o REGALO do REI e da GENTE”. O tema, assente numa frase proferida pelo poeta Álamo de Oliveira, assinala a efeméride de chegada a Angra do Heroísmo do rei D. Afonso IV, a 17 de junho de 1669, e vem na tradição das últimas edições, de abordagem de factos históricos relevantes ocorridos na cidade ou diretamente relacionados com o município. Para Álamos de Meneses, presidente da edilidade angrense, esta via continuará a ser explorada e molda também o modelo atual da festa, que continuará a ser uma festa feita para o povo. “As Sanjoaninas são um evento que funciona como um grande dinamizador para a economia local, e que são uma festa feita com a colaboração das mais variadas entidades públicas e privadas, sem os quais não seria possível a sua realização, como é o caso da Câmara do Comércio, GNR, PSP e RG1, tal como toda a comunidade angrense”, sublinhou o autarca.

TEMA D. Afonso IV, afastado da governação do reino devido à incapacidade que lhe foi atribuída pela fação da aristocracia apoiante do seu irmão, o príncipe regente D. Pedro, e pela impossibilidade em gerar descendência, permanecerá recluso no castelo de S. João Baptista entre junho de 1669 e agosto de 1674. Período de PUB

tensões e movimentações sociais a que a guerra com Espanha e a recentemente readquirida independência nacional não estavam alheias, a necessidade de afirmar a jovem monarquia portuguesa e a supremacia régia face a interesses locais e particulares têm expressão na romântica luta entre dois irmãos (mais uma vez) que tem como palco a cidade de Angra e a sua inexpugnável fortaleza celebrada por, 80 anos antes, ter defendido a soberania nacional face ao ocupante espanhol. A cidade torna-se centro de espionagem e local de propagação de boatos. O receio de que o rei fosse “libertado” e encabeçasse uma tomada do poder fazia a corte, em Lisboa, recear a ilha e todos os que fossem próximos do rei. Nestas circunstâncias, o fanatismo (representado por uma curiosa personagem local – o místico Lázaro Fernandes) e o despotismo (exercido pelo governador do castelo Manuel Nunes Leitão) propagaram-se rapidamente obrigando a coroa a intervir e a transferir o rei para Sintra – mais uma vez numa situação de detenção. Os angrenses dividiram-se entre a obediência ao príncipe regente, e o respeito pelo rei infeliz, mas a cidade também teve em conta a sua ambição de manutenção (e possível ampliação) dos privilégios e distinções que lhe haviam sido concedidos após a Restauração, aspetos e memórias de que ainda hoje se orgulha, e quando o rei regressa à capital Angra também regressa ao seu viver tranquilo e vagamente embalado pelas ondas do Atlântico.

CARTAZ

O cartaz das Sanjoaninas 2019 dá continuidade ao uso do casario que foi desenvolvido e consolidado nas últimas edições, e que já é reconhecido como uma representação gráfica inequívoca das festas e da cidade

de Angra, contribuindo eficazmente para o fortalecimento da sua marca no mundo. De forma estilizada, este “poster” ilustra D. Afonso VI a contemplar a cidade de Angra a partir da Fortaleza de São João Baptista do Monte Brasil, onde esteve resguardado entre 1669 e 1674. O rei apresenta-se sentado, numa postura atípica para uma majestade, mas representativa da sua personalidade irreverente, inspiradora e audaz, plasmada na sua biografia. Com serenidade veranil, o monarca encontra-se à sombra de uma árvore que, por sua vez, alude à enraizada tradição angrense de proteger os ideais da nação portuguesa, manifestada no anterior período de ocupação filipina e que se viria a repetir nas lutas liberais. Angra, embandeirada de edifícios e cores notáveis, está para lá da muralha da Fortaleza, representada na sua plenitude, do mar à serra, das casas aos campos, aludindo ao envolvimento de todos os angrenses nestas festividades, desde a juventude aos mais idosos. Mas as Sanjoaninas também têm lugar para emigrantes e turistas, trazidos pela saudade ou curiosidade, e que aqui estão representados pelo galeão ancorado na baía. GI-MAH/JP•


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DESTAQUE | JP

2019.01.25

A 19 DE ABRIL

ALTERAÇÃO DA CIRCULAÇÃO AUTOMÓ Mais uma entrada na cidade, nova rotunda e passeio pedonal suspenso, são as grandes novidades nas alterações ao “Regulamento de Trânsito, Mobilidade e Estacionamento” no centro urbano da Praia da Vitória. Novas regras deverão entrar em vigor na Páscoa.

A

proposta de alteração ao “Regulamento de Trânsito, Mobilidade e Estacionamento” no centro da cidade da Praia da Vitória encontra-se em fase de discussão pública até ao final do presente mês, estimando o Executivo camarário, que as alterações possam entrar em vigor no fim de semana de Páscoa (19 a 21 de abril). O novo plano de circulação automóvel e estacionamento foi apresentada por Tibério Dinis, presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), ao Conselho Municipal de Trânsito no passado mês de dezembro, em reunião que decorreu na Casa das Tias de Vitorino Nemésio e mereceu parecer positivo por parte deste órgão consultivo. O sentido do trânsito, o sistema de parquímetros e o estacionamento são apontados por muitos praienses como entraves à dinamização da cidade e do centro histórico, tendo o assunto sido amplamente debatido em fórum próprio no âmbito da iniciativa de auscultação da sociedade civil “Pensar a Cidade do Futuro” a 06 de junho na Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira. Em consequência, a 20 junho, por ocasião das comemorações do 37.º aniversário da elevação da Praia da Vitória a cidade, Tibério Dinis anunciou a constituição de uma equipa de trabalho constituída pelos cidadãos António Borges, Berto Cabral e Manuel Ortiz, para no prazo de 60 dias, apresentarem uma proposta de reformulação do trânsito e estaciona-

mento na condição de manter a Rua de Jesus fechada ao trânsito. Dos trabalhos resultaram dois conjuntos de propostas de alterações. Uma, centrada em torno da Praça Francisco Ornelas da Câmara e, outra, relacionada com a entrada na cidade junto ao Tribunal e Largo Conde da Praia. Na Praça Francisco Ornelas da Câmara passará a ser possível sair para o lado do Auditório do Ramo Grande, com a inversão de sentido de trânsito da Rua Serpa Pinto e da Travessa Formosa, mantendo-se a possibilidade de circular no sentido inverso (Auditório Ramo Grande – Praça Francisco Ornelas da Câmara) através da reabertura ao trânsito da Rua Aniceto Ornelas, o que obrigará a ajustes no Largo João de Deus, nomeadamente a criação de um passeio pedonal suspenso sobre o areal da “Praia da Grande” e de uma nova escadaria de acesso à zona de banhos, que será dotada de novas infraestruturas de apoio, como balneários e casa de apoio aos nadadores salvadores, mantendo-se assim a extensão do passeio marginal pedonal. Entretanto, a Rua Constantino José Cardoso, que atualmente só permite virar à direita na Rua do Hospital, passará a permitir acesso à Praça Francisco Ornelas da Câmara, através da reabertura de parte do troço desta via que também hoje está encerrado ao trânsito, facilitan-

do-se, assim, que quem está na Avenida Álvaro Martins Homem, junto ao edifício dos bares da Marginal, possa, mais facilmente, chegar até à Praça central da cidade e até sair da cidade pelo lado do Auditório do Ramo Grande. Por outro lado, quem descer a Rua Dr. Alexandre Ramos, ao chegar ao entroncamento com a Rua dos Remédios, poderá virar à esquerda – atualmente só é permitido virar à direita – de modo a que este pequeno troço, até à Rua Serpa Pinto, tenha dois sentidos, facilitando o acesso novamente à Praça Francisco Ornelas da Câmara ou a saída da cidade para o lado do Cabo da Praia.

ENTRADA NA CIDADE Outra alteração significativa prende-se com a possibilidade de entrar na cidade a partir da Rua da Artesia e do Largo da Luz (junto ao Tribunal e Lar D. Pedro V). Assim, a Rua da Artesia passará a ter dois sentidos de trânsito, entre a Avenida Paço do Milhafre e o Largo da Luz. Entretanto, o Largo da Luz passará também a ter dois sentidos, uma vez que a Rua Gervásio Lima verá o seu sentido de trânsito alterado, ou seja, passará a subir desde o Largo Dr. Teotónio M. Pires, permitindo-se a saída da cidade para o lado do cemitério ou virar à esquerda para a Rua de Jesus. Na Rua Gervásio Lima será também alterado o lado da faixa de rodagem destinado ao estacionamento automóvel. Para não criar bloqueios à circulação, no cruzamento da Rua Comendador Francisco José Barcelos (rua dos Bombeiros e das escolas Vitorino Nemésio e Profissional), com a Rua da Artesia e Largo da Luz será cons-

truída uma rotunda. No Largo da Luz serão eliminados os atuais espaços de estacionamento de autocarros de turismo que passarão para a rua da Artesia e proceder-se-á ao alargamento da via de acesso à Rua de Jesus, sendo feitas alterações também nos passeios em frente ao Lar D. Pedro V e o parque de estacionamento em frente ao Tribunal da Praia.

ESTACIONAMENTO Na Avenida Beira-Mar será proibido o estacionamento automóvel, sendo criada, em alternativa, uma bolsa no terrapleno da Marina, na zona em frente aos bares. Já no Largo José Silvestre Ribeiro (junto à GNR) serão também criados espaços de estacionamento reservados às operações turísticas com autocarros, praça de táxis (em período noturno) e estacionamento para pessoas portadoras de deficiência. Também na Rua do Hospital, nos cerca de 30 metros entre a Rua Constantino José Cardoso e a Rua da Alfândega, serão criados mais cinco lugares de estacionamento. Outra alteração ao estacionamento prende-se com os espaços gratuitos de curta duração e com os espaços destinados a cargas e descargas. Os espaços atualmente destinados a estacionamento gratuitos (sem parquímetros) de curta duração, passarão de 15 para 30 minutos, sendo que estes espaços passarão a servir também para efeito de cargas e descargas. Ainda no que diz respeito a cargas e descargas, na reunião de 27 de dezembro do Conselho Municipal de Trânsito, onde foi apresentado as propostas de alteração ao “Regulamento de Trânsito, Mobilidade e Estacionamento” no cento da cidade, ficou assento que as operações de

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JP | DESTAQUE

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2019.01.25

ÓVEL E ESTACIONAMENTO NA CIDADE VIA RÁ A PID

PARQUE DO CEMITÉRIO

Cidade da PRAIA DA VITÓRIA

ESTR

PARQUE DO ESTÁDIO

BUS

Eliminação do estacionamento na Avenida Beira-Mar. Em compensação pela eliminação destes espaços de estacionamento, passará a ser utilizada uma zona de estacionamento (até agora vedada) no terrapleno da marina, em frente à zona dos bares e a cota inferior.

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3 – RUA CONSTANTINO JOSÉ CARDOSO

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Tendo em conta a eliminação do estacionamento na Avenida Beira-Mar, serão criados espaços reservados ao turismo, táxis (em período noturno) e deficientes.

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Hipermercado

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AVENIDA PA ÇO DO MILHA

2 – LARGO JOSÉ SILVESTRE RIBEIRO

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1 – Estacionamento na AVENIDA BEIRA-MAR

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PARQUE LARGO DA BATALHA 1 Centro Comercial

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5 – RUA ANICETO ORNELAS e RUA SERPA PINTO

ACADEMIA DE JUVENTUDE

PARQUE LARGO DA BATALHA 2

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LARGO DA BATALHA

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8 – Entroncamento entre a RUA COMENDADOR FRANCISCO JOSÉ BARCELOS, LARGO CONDE DA PRAIA E RUA CIDADE DE ARTESIA

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Trânsito nos dois sentidos na Rua Cidade de Artesia (Rua Mateus Álvares/Largo Conde da Praia e vice-versa).

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7 – RUA CIDADE DE ARTESIA

PRAÇA FRANCISCO ORNELAS DA CÂMARA

LARGO JOÃO DE DEUS

Permitir a circulação nos dois sentidos, com recuo do passeio e colunas luminárias públicas junto do Auditório do Ramo Grande.

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PAÇOS DO CONCELHO

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6 – RUA DOS REMÉDIOS

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RAMOS

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Circulação em sentido ascendente na Rua Aniceto Ornelas e descendente na Rua Serpa Pinto, tendo como ponto de referência a Praça Francisco Ornelas da Câmara, com correção junto ao Largo João de Deus, num ponto em que presentemente não existem dimensões que permitam a circulação viária e a manutenção do passeio marginal pedonal.

O LAÇÃ

PARQUE JUNTO À CEMAH

Alterações (principais medidas)

No troço de cerca de 30 metros entre a Rua Constantino José Cardoso e a Rua da Alfândega, haverá mais cinco lugares de estacionamento.

CUNVA

PARQUE JUNTO À SEG. SOCIAL

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4 – TROÇO NA RUA DO HOSPITAL

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Hipermercado

ALTERAÇÕES AO TRÂNSITO, MOBILIDADE E ESTACIONAMENTO nov.18

A Rua Constantino José Cardoso faz a ligação entre o Largo José Silvestre Ribeiro e a Praça Francisco Ornelas da Câmara, com rebaixamento do lancil na zona que agora é pedonal.

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Criação de Rotunda.

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9 – LARGO CONDE DA PRAIA

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Eliminação dos espaços reservados para estacionamento e paragem de autocarros de turismo e alargamento da via no passeio em frente ao Largo D. Pedro V, no troço compreendido entre a entrada pa ra o pa rq ue de estacionam ento do tr ibu na l e R. de J e s u s.

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10 – RUA GERVÁSIO LIMA

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Paragem de Autocarros

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Sentido do trânsito

Sentido invertido da Rua Gervásio Lima. Zona de estacionamento muda de via/faixa de rodagem: Contar nº de lugares. O troço entre a Rua de Jesus e a Rua Comendador Francisco José Barcelos passará a ter dois sentidos.

Parque de estacionamento tarifado Parque de estacionamento gratuito PRAINHA

cargas e descargas de volume considerável na Rua de Jesus (onde está previsto a instalação de novos equipamentos), e como forma de proibir a mistura que se verifica, por vezes, de pessoas e viaturas, só serão possíveis entre as 19:00 e as 10:00 do dia seguinte. PUB

No final da reunião, em declarações aos jornalistas, Tibério Dinis, mostrou-se satisfeito e considerou que entrar, sair e circular de carro no centro histórico da Praia da Vitória vai passar a ser mais fácil. “Creio que estas alterações vão melhorar

substancialmente a mobilidade para quem reside, trabalha ou visita a Cidade da Praia da Vitória”, disse o jovem presidente da CMPV, ressalvando que após a discussão pública do plano que decorre até ao final do mês, a proposta será submetida de acordo com a lei, à sessão do próxi-

PARQUE DA PRAINHA

SERRA DO FACHO

mo mês de fevereiro da Assembleia Municipal para discussão e votação, por forma que a mesma possa ser implementada durante as férias escolares da Páscoa, altura em que se verificará uma menor circulação automóvel em todo o perímetro citadino. GP-MPV/JP•


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POLÍGRAFO / TAUROMAQUIA | JP

2019.01.25

RESPONDE A “MÁQUINA DA VERDADE” Por: Francisco Silva

1.ª PERGUNTA: É verdade que o dr.

António Costa, actual secretário-geral do Partido Socialista e primeiro-ministro de Portugal, quando concorreu em 2013 a um 3.º mandato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, «esqueceu-se» de alertar os votantes de que não iria cumprir tal mandato até ao fim? A “MÁQUINA DA VERDADE” (“MdV”) diz que... É VERDADE. 2.ª

PERGUNTA: É verdade que o

dr. António José Seguro, enquanto secretário-geral, tentou renovar o Partido Socialista, e por isso foi substituído numa campanha comandada por Mário Soares, José Sócrates e António Costa? A “MdV” diz que... É VERDADE. 3.ª PERGUNTA: É verdade que no

PS culparam António José Seguro pela derrota nas eleições legislativas da Região Autónoma da Madeira (o tal que ganhara as europeias, as autárquicas e nos Açores), preferindo

antes a derrota de António Costa nas eleições legislativas de 2015? A “MdV” diz que... É VERDADE. 4.ª PERGUNTA: É verdade que nas

eleições legislativas de 2015 a coligação PPD/PSD vs CDS-PP «Portugal à Frente» venceu com 36,86% dos votos, conseguindo 102 mandatos à Assembleia da República, contra 32,31% do PS que obteve apenas 86 mandatos? A “MdV” diz que... É VERDADE. 5.ª PERGUNTA: É verdade que An-

tónio Costa, para evitar a sua “morte política”, se viu obrigado a coligar-se com os partidos da esquerda radical (PC, BE e PEV), que defendem políticas que vão ao arrepio da posição política externa portuguesa assumida, nomeadamente no concernente à NATO e à União Europeia? A “MdV” diz que... É VERDADE.

zes desde o 25 de Abril de 1974 pelo Fundo Monetário Internacional (a primeira vez foi em 1977, seguiu-se 1983 e por fim 2011) sempre com primeiros-ministros socialistas? A “MdV” diz que... É VERDADE. 7.ª PERGUNTA: É verdade que já em

1977 e 1983 o FMI trouxe na bagagem um “pacote” que se traduziu em redução de salários e subida de impostos, entre outras medidas? E que, em 1983, num País com o desemprego acima dos 11% e uma dívida externa galopante devido à subida das taxas de juro internacionais, aquela instituição financeira novamente impôs cortes nos salários da função pública, aumentos de preços, travão no investimento público e cortes nos subsídios de Natal, entre outras medidas? A “MdV” diz que... É VERDADE. PERGUNTA: É verdade que o ministro do Planeamento e das Infraestruturas do actual Governo 8.ª

6.ª PERGUNTA: É verdade que Por-

tugal já foi intervencionado três ve-

português, Pedro Marques, quando se refere ao investimento público, apenas conjuga o verbo investir nos tempos pretérito imperfeito («se eu investisse») e futuro («quando eu investir») do modo subjuntivo, tal é a magnitude das cativações a que está sujeito o seu Ministério? A “MdV” diz que... É VERDADE. 9.ª PERGUNTA: É verdade que nos

últimos 24 anos a “Esquerda” governou em Portugal 17 e a “Direita” apenas 7, sendo que, destes, 4 foram sob o jugo da Troika? A “MdV” diz que... É VERDADE. PERGUNTA: É verdade que «Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele», e que «O pior cego é aquele que não quer ver», e que «Quem bate esquece; quem apanha, não» e que «A esperança é a última que morre»? A “MdV” diz que... É VERDADE. 10.ª

TAUROMAQUIA É BRIO, BELEZA E DESTREZA Por: Silveirinha

V

amos de certeza ter em mente o espirito de esperança para programarmos os trabalhos que temos para realizar, mas também os divertimentos onde queremos marcar presença neste começo do ano nas festas de rua até ao outono. É neste período, que nesta terra encontramos pessoas e nos alegramos enquanto cá andamos, e muito embora haja o progresso na sociedade, há sempre uma vontade imensa de ligarmos ao antigo. São ambas de importância salutar para as nossas vivências religiosas e outras, mas, uma que aqui realçamos é a festa brava de que as gentes da Terceira sempre se empenharam em promover desde os primórdios até hoje. É louvar os que há 500 anos atrás lhe deram vida, como os da atualidade a melhoram e a mantêm com honra e glória. As artes evoluem pelos tempos fora e, uma delas, é a arte tauromáquica. No século XVI ainda se praticava o toureio a cavalo à lança, logo no século seguinte os cavaleiros portugueses apresentaram-se já com regras para o rojão, o que deu ao toureio equestre maior beleza artística. Em Portugal esta tradição nunca foi interrompida, mas houve sempre correções. Diz-nos a história que o nosso rei D. Pedro II decretou, em

1706, que os toiros fossem corridos com as pontas dos pitons serradas, mais tarde, a rainha Dona Maria II nos anos de 1836, ordenou que os toiros só poderiam ser corridos na praça com as hastes emboladas a couro. Temos sabido adaptarmo-nos de forma tolerante às mudanças e assim evitar uma proibição total desta festa secular. Atualmente as bandarilhas são colocadas noutras praças do mundo taurino numa espécie de colete protetor. Assim, o toiro não sangra e por tal não apresenta dor nem sofrimento. Aos espetadores novos e outros mais sensíveis que sentem esse desejo nessa forma de ver o espetáculo, há aficionados que afirmam que no final da lide equestre em que o toiro levou muita ferragem, pelo regulamento atua, com as farpas diretamente em várias partes do costado, se sente dorido, exausto, sem condições e forças na investida para a pega. Ao longo das épocas, houve modificações na tauromaquia, é impensável hoje chegar com toiros a pé desde os campos até às praças do Terreiro do Paço ou do Campo Pequeno, em Lisboa, ou às praças de São João em Angra ou praça do Bom Fim na Praia da Vitória.

Mas, voltando a proteção que se tem vindo a introduzir nos toiros, a mim não me afasta de ver as corridas de toiros, porquanto o comportamento de bravura e nobreza existirá sempre, se os toiros forem para isso selecionados. Ao serem toureados a cavalo investiram sempre com imponência e codícia, proporcionado um toureio entusiasmante tanto o equestre como o apeado, oferecendo um belo espetáculo que alegra multidões no nosso país e noutras partes do mundo. É uma tradição secular também nos Açores que se mantem e se operou desde inicio do povoamento da ilha Terceira que queremos que continue, a contente de todos, para que se escrevam páginas brilhantes de glórias nesta ver-

tente do divertimento, de arrojo de toda a nossa raça de povo luso que se orgulha do seu passado e que tem na alma a continuidade do presente e do futuro. Hoje, penso que não nos apetece apagar nada do bom que se passou na festa taurina, até aqui, e estou ciente da arte do toureio mesmo que tenha de passar por alguma mudança. Não me assusta e gostaria de pensar que os cavaleiros portugueses irão triunfar montados no belo animal que é o cavalo lusitano, um dos melhores do mundo. E ver os toiros a colaborar pela sua casta e apresentação, animando todos quantos gostam destes eventos taurinos de grande valor cultural, fechando em cada tarde com as valentes pegas de origem bem portuguesa. •

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JP | DESPORTO

2019.01.25

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SAD DO SC PRAIENSE

APROVADA POR EXPRESSIVA MAIORIA Mais de 90% dos sócios votaram a favor da constituição de uma SAD sobre a equipa sénior de futebol.

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a noite do passado dia 11 de janeiro, sexta-feira, em Assembleia Geral Extraordinária, na sede social do clube, sita à Ladeira de São Francisco, os sócios do Sport Club Praiense aprovaram por esmagadora maioria a constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) de personalização da equipa sénior de futebol que disputa na presente temporada o Campeonato de Portugal, prova do quadro competitivo da Federação Portuguesa de Futebol. Numa assembleia geral especialmente concorrida, como há muito não se via, Daniel Golpe, em representação do empresário espanhol Luis Oliver, tomou a palavra, cedida pelo presidente da mesa, José Paim, para esclarecer os sócios dos meandros e objetivos do negócio. Sublinhando tratar-se de um negócio que terá que ser obrigatoriamente vantajoso para todos, apontou como meta colocar no espaço temporal de 5 anos o SC Praiense na liga principal do futebol português. Ressalvou, contudo, que PUB

nos resultados desportivos nunca há certezas e, por conseguinte, trata-se de um objetivo e não de uma certeza. Seguiu-se um espaço de debate com a intervenção dos associados, onde Daniel Golpe foi confrontado com eventuais ilicitudes fiscais por parte do empresário Luis Oliver para com o Estado espanhol, as quais, foram perentoriamente refutadas. Ouvirem-se ainda vozes de apoio à proposta da direção, tendo em conta aquela que é a realidade de hoje do futebol português e as legítimas aspirações do Praiense, “um clube de ambição grande numa terra pequena”, assim como, outras, dissonantes, por preferirem um clube exclusivamente dos sócios, que são “os verdeiros obreiros de uma história de 71 anos” e que nos momentos de maiores dificuldade nunca deixaram de marcar presença. Na votação, feita com braço no ar e na presença dos representantes de Luis Oliver por anuência da Assembleia, dos 94 sócios com direito a voto, 5 votaram contra (5,32%) e 3 abstiveram-se (3,19%), tendo a constituição da SAD do SC Praiense merecido o apoio de 86 (91,49%) dos sócios votantes. O processo de constituição da SAD

do SC Praiense, na qual Luis Oliver detém 70% do capital social e o clube o restante (30%), deverá ficar concluído no próximo mês de fevereiro. De imediato os vermelhos da Praia arrecadam a quantia de 150 mil euros, dos quais, 50 mil deram entrada no clube antes mesmo da decisão dos sócios, num gesto de boa-fé do empresário com ligações a vários clubes em Espanha. Recorde-se que ao abrigo do Decreto-Lei n.º 10/2013 qualquer clube que dispute as provas profissionais (II e I liga) deverá estar constituído

segundo um de dois estatutos jurídicos: Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) ou Sociedade Anónima Desportiva (SAD). A fundamental diferenciação entre os dois modelos está por um lado no montante do capital social e, por outro, na titularidade deste mesmo capital. Nas SDUQ(s) o capital social é maioritariamente do clube e varia de 50.000 a 250.000 euros conforme se trata de II ou I Liga, nas SAD(s), o valor varia de 1 milhão de euros (I liga) a 200.000 euros (II Liga), devendo o clube assegurar apenas 10% desse capital. JP•


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EDITORIAL & OPINIÃO | JP

2019.01.25

PARA OS AÇORES

E DITORIAL

DO MELHOR

Carla Felix a Poetisa da Praia

ções mundiais tal apresentadores circenses, histericamente vão apresentando um triste espectáculo apenas aplaudido pelos seus obedientes súbditos. Nem as próprias instituições religiosas escaparam aos seus “particulares”.

F

oi no dia 22 de Dezembro do ano que passou, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Praia da Vitória, pelas 20 horas, que Carla Félix apresentou o seu livro de poesia “Melodia nos Versos de (A) mar”. Carla Félix é natural da cidade da Praia da Vitória, licenciada pela Universidade dos Açores em Educação de Infância, sendo Educadora na Creche e Jardim de Infância da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória. Praiense de gema, manteve-se sempre muito ligada à sua cidade desde tenra infância, cidade que lhe serve de inspiração para os seus fabulosos poemas. Os seus versos, companheiros que observam a constante redescoberta da graciosa baía da Praia da Vitória, que lhe serviu de berço, e em certos momentos faz-nos parar no tempo, e de bom grado sonhar com façanhas dos homens do mar, dos pescadores que enigmaticamente os pintou da cor azul do oceano, da cor prateada das areias que orlam a baía da cidade capital do Ramo Grande. Carla Félix é uma poetisa que orgulha a Praia e o seu Jornal, aliás de que é colaboradora assídua e responsável pela rubrica “Maré de Poesia”, que superiormente organiza e coordena, é um lucro efectivo para o Jornal da Praia, que quinzenalmente chega aos leitores, e que eu tenho a honra impar de dirigir. Carla Félix é uma poetisa que promete, pois os seus versos contêm elementos de si, e a gracilidade que jorra “uma pacificação que penetra na alma”, é uma mulher de emoções belas e deliciosas, onde a sua poesia é um resumo da natureza onde se movimenta, feita de mar, barcos, pescadores, e de amor, etc. Carla Félix é uma barda da poesia, que nos transmite a doçura do mar, dos ares, dos ceus e que nos nos embala em leituras estonteantes, e ao cantar assim a sua Praia da Vitória com tanta paixão, tornou-a e torna a Praia bem melhor. Nascida e criada numa comunidade piscatória, Carla Félix, teve e tem o bom dom de cantá-la e assim imortalizá-la ao publicar o livro de poemas “Melodia nos Versos de (A)mar”, é uma criadora de poesia de incomparável beleza, com um dom perfeito na “bela arte de dizer” e fazer poemas. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

José Ventura*

C

aros leitores, passados que são 209.800 segundos entrados no ano de 2019, (são dez horas do dia 3) e, esperando que nos perdoem o atraso, deixai que vos desejemos “Feliz Ano Novo” para todos sem exclusão de raça, de credo ou de ideologia política. Perguntamo-nos se será que este formulado desejo, estará consentâneo com o título escolhido. Pensamos que sim. Nada impede que, o que desejamos para nós, para as nossas famílias, não o partilhemos com o próximo. Assim aprendemos e, ao pormo-nos ao serviço de um ideal, de uma cultura, e de um povo, é cumprir a doutrina onde impera a defesa dos direitos humanos, encaixando-se assim perfeitamente, a “fórmula” dos votos de “Feliz Ano Novo “, expressos no parágrafo de abertura da presente redacção. Falar ou escrever, sobre o agora findo 2018 depois de tanto já se ter lido e, escutado através dos órgãos de comunicação social, não será mais do que confirmar o que, de todos os atentos cidadãos é conhecido. Um ano mundialmente atingido por catástrofes naturais, atentados terroristas, uma paz apregoada, mas mascarada de hipocrisia. A mentira personalizada nas declarações dos senhores que através das organiza-

NOTA EDITORIAL

Rodrigo Pereira

Ao paginar a noticia de publicação do livro de Vítor Brasil, Património das Águas de Angra, na primeira e décima páginas da nossa última edição (536), cometeu-se o lapso ao atribuir os títulos, de chamar ao autor dessa obra Vítor Silva, pelo que JP pede desculpa pelo erro, a Vítor Brasil e ao autor do texto o nosso colaborador Ponce de Leão. O Coordenador de Edição

Por cá, por estas bandas, também não tivemos muito do melhor a festejar em referência ao ano que nos deixou há 209.800 segundos, como referido no paragrafo introdutório acima. Também fomos atingidos pela mãe natureza que entendeu castigar-nos, com alguns “açoites” felizmente não muito severos em relação aos que por este mundo fora se assistiu. Assuntos polémicos e relacionados com a gestão política, foram alguns. Também tivemos o nosso “circo” no qual se distinguiu o um desfile de “Pinóquios” nos “sketches” refentes à Saúde, ao Emprego > Desempego, à telenovela “SATA”, a uma dança de cadeiras “ora agora eu ora agora tu”, entre outros episódios de conhecimento público e que têm tido a atenção de alguns cidadãos mais interessados na situação social e político-económica nos Açores.

Entenda-se que o termo “Senhores da Política” nos Açores não só se destina aos nado e criados cá, mas também, aos que de Portugal gostam de por palavra em nome dos açorianos, Líderes partidários com sucursais nos Açores, Embaixador com o titulatura de Representante da República, membros da AR e do Governo Centralista Português, nomeadamente dos ministérios da Justiça, da Administração Interna, dos Negócios Estrangeiro, do Mar, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e do Ambiente os mais notórios, bem assim as Chefias das Instituições Militares sediadas por estas ilhas. São bastantes as ofensas protocolares e o respeito pela constitucionalidade, de algo que se intitula por Autonomia, como o desrespeito pelos seus Órgãos eleitos Assembleia Legislativa, Governo Açoriano e dos seus símbolos Hino e Bandeira, devidamente institucionalizados. Bofetada sem mão que não gostaríamos vêr repetida e sentida no nosso Ego Açórico, foi a que S.Exa. o Presidente da República, defensor da Liberdade e da Democracia que diz sentir, estar em perigo na Europa e no mundo, deu com a comemoração do dia 10 de Junho de 2018, encabeçando na sua qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas, uma aparatosa invasão de tropas e equipamento de guerra como afirmação de poder bélico perante um Povo ordeiro e acolhedor dos que o visitam. Não bastasse o show tão bem encenado pelos seus assessores, ignorou completamente os símbolos dos Açores numa limpeza estratégica e maliciosa. Desde o 25 de Abril (em regime dito democrático e livre, do respeito pelos Direitos do Homem) embora por várias vezes os Açores e os Aço(Continua na página seguinte)

2019, AS ELEIÇÕES E AS “FAKE NEWS”

ERRATA

Do país, (Portugal) assistimos a uma onda de demagogia aperfeiçoada na “arte ou poder de conduzir o povo”. no claro interesse em manipulando a massa popular servir aqueles que teimamos em apelidar por os “DDT” desde a Justiça (chamada de poder independente) passando pela Saúde, Ensino, Administração Pública e outras Valências do poder, envolvendo instituições como as Forças Armadas e de Segurança Pública, como foram os casos de “Tancos” e das Glock da “PSP” a tudo assistimos “pasmos e quedos”. Igualmente ficamos “pasmos e quedos” aos escândalos políticos sucedidos na AR onde exaltadas vozes se fizeram ouvir na defesa dos mesmos.

Por favor “Senhores da Política” nos Açores, não façam “mais do mesmo” em referência ao ano 2018 e do que acaba de começar.

A

ntes de mais, um cumprimento especial a todos os leitores do Jornal da Praia e desejos sinceros de um ótimo ano com o que é principal – paz, saúde e alegria –, mas também repleto de realizações pessoais e profissionais. Desde 2016, ano em que Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, que se vem despertan-

do a consciência para o fenómeno das fake news e também da falta de regulação e controlo da internet e das grandes plataformas digitais. Em 2018 o escândalo da venda de dados pessoais de utilizadores do Facebook por essa mesma plataforma levou a que o mundo passasse a estar ainda mais atento a toda a “vida digital” e não é por acaso que vimos Mark Zuckerberg, CEO dessa rede social, sentado no Senado norte-americano a prestar contas sobre o poder e influência negativos que as redes socias – no caso, a que representa – podem ter na vida de todos, seja na alimentação da violência política ou no acentuado ódio e desrespeito pelas minorias, por exemplo. Este ano, já em maio, temos eleições europeias e, com isso, a certeza

de que este será um tema discutido durante, pelo menos, todo o seu primeiro semestre, até porque a União Europeia vai lançar um conjunto de leis para regular e proteger a privacidade online e também porque as fake news – e a sua rápida propagação pelas redes sociais – vão, certamente, afetar a campanha eleitoral de todos os partidos, especialmente dos maiores. Em Portugal, acredito que a atenção e até intervenção para esta realidade será acentuada até ao final do ano, isto porque outubro traz-nos as eleições para a Assembleia da República – e, portanto, formação de novo Governo – e o país onde atualmente governa a “Geringonça” não é exceção ao fenómeno das fake news. (Continua na página seguinte)


JP | OPINIÃO

2019.01.25

| 13

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XLIV)

INTENSIFICAR O INTERCÂMBIO INSULAR Ir de uma ilha a outra ainda custa quase tanto como ir a Lisboa na TAP ou noutra companhia, apesar das distâncias serem pequenas, quando comparadas com as que nos separam do Continente.

realidade arquipelágica como a açoriana.

O

António Neves Leal

intercâmbio cultural é a melhor forma de convivência e de respeito pelo valor e diferença dos outros. Só teremos uma verdadeira região quando a comunidade de interesses estiver acima e além de egoísmos mesquinhos e estéreis que entravam e comprometem um autêntico desenvolvimento. Desde algum tempo, que vimos observando significativas mutações naquilo a que se convencionou designar por intercâmbio ou troca de conceitos, valores e tradições. Tais alterações do nosso tecido social derivam da assunção de princípios éticos e políticos, privilegiando cada vez mais a abertura aos outros criando a empatia como era concebida por Karl Rogers. Felizmente, o sentirmo-nos na pele do outro já não é considerado tão utópico como há duas décadas, mas ainda existem muitos escolhos a dificultar o avanço para o diálogo de igual para igual. No caso das nossas ilhas, esse diálogo com a consequente troca de experiências, realizações, maneiras de viver e sentir continua a ser um imperativo que urge concretizar nas mais diversas vertentes. A nossa realidade atlântica levanta problemas específicos, cuja resolução só será viável no reconhecimento e respeito do pluralismo multifacetado e caleidoscópico, caracterizador de uma

Felizmente, este espírito de solidariedade tem vindo a ser implementado aos mais diversos níveis, económico, artístico-cultural, desportivo, mediático e turístico. E quanto a este último, parece-me oportuna e pertinente uma alusão especial ao que se vem fazendo em relação aos forasteiros que visitam o arquipélago, distribuindo-os pelas várias ilhas, mas não esquecendo os açorianos cá de dentro, muitos dos quais nunca saíram da sua ilha de origem. Quantos conhecem as nove ilhas dos Açores ou pelo menos metade delas? Quantos foram às Flores, a mais bela das nossas pérolas ou a Santa Maria, onde começamos a nossa epopeia de povo ilhéu, tantas vezes sacudidos pelas inclemências do tempo, pelos sismos, pelas vagas ameaçadoras, rebentando fragorosamente contra os rochedos. Mas há outras facetas agradáveis, sobretudo no verão, as viagens inesquecíveis que o mar nos proporciona. Paradoxalmente, continua-se a saltitar de avião, de ilha para ilha, a preços incomportáveis para as populações aqui residentes, não viabilizando as viagens marítimas que muitas memórias despertaram no passado, sobretudo nos meses estivais. Numa região onde os transportes de passageiros são escassos e com barcos frequentemente avariados, como se poderá estreitar o intercâmbio entre os habitantes dos Açores e fazer turismo a sério ou de qualidade? Quem quererá visitar um arquipélago de avião depois de ter feito um voo de várias centenas de milhas, a partir de plataformas continentais?

Em vez de se intensificar as trocas de mercadorias e de passageiros com o uso de um transporte mais barato e adequado à nossa idiossincrasia geográfica, teimosa e absurdamente recusamos o barco a favor do pássaro de aço. E mais grave ainda, com tarifas interilhas que, em vez de facilitarem o transporte das pessoas e bens, provocam, ao invés, maior isolamento, fechando-se cada ilha sobre si própria. Ir de uma ilha a outra ainda custa quase tanto como ir a Lisboa na TAP ou noutra companhia, apesar das distâncias serem pequenas, quando comparadas com as que nos separam do Continente. As pessoas, actualmente, sentem cada vez mais necessidade de saírem do local onde vivem todo o ano, apesar da proliferação das plataformas de comunicação digital existentes hoje. A nível de projectos e realizações, é de sublinhar o que se está a passar entre vários municípios da mesma ilha ou de ilhas diferentes. Um dos casos paradigmáticos mais interessantes é o chamado triângulo São Jorge- Pico- Faial. Os concelhos destas três parcelas do arquipélago estão a estabelecer um intercâmbio benéfico e estimulante, um verdadeiro grito de morte ao isolamento e ao bairrismo no que eles têm de mais negativo para a vida das populações e o desenvolvimento harmónico dos Açores. Contudo, não nos podemos restringir a três ilhas, é preciso que as trocas se possam realizar noutros territórios insulares, para que os Açores sejam, «de jure» e «de facto» uma Região autêntica, unida pelo mar, isto é, um traço de união e não uma barreira de separação.

Mais importante do que a oratória dos discursos é a vontade e a disponibilização dos meios para a concretização do intercâmbio insular. E para que este seja forte e enriquecedor tem de alicerçar-se, primeiramente, na cultura e no que ela contém de mais genuíno e profundo, sem preconceitos de superioridade ou tutelas sobre os outros. O intercâmbio só se consegue com cedências e reciprocidades. Ele é bilateral ou multilateral, não havendo lugar para autoritarismos, dogmatismos, facciosismos, nem obscurantismos, todos eles filhos da ignorância ou da má-fé. Será que passados quarenta e dois anos de regime autonómico, iremos continuar a ser roídos por particularismo, invejas, e pela mesquinhez bairrista, como tem sucedido, a pretexto de um qualquer acontecimento ou inauguração. Quando é que essas ervas daninhas irão desaparecer das nossas comunidades e começaremos a olhar para as nossas ilhas, acima de tudo, em termos de complementaridade e não como se vem observando com a malfadada competição, meramente com intuitos divisionistas de maior ou menor pendor capitalista com laivos colonialistas? Para quando a supressão de expressões insistentes como as referentes a” Ponta Delgada,” a maior cidade, ou o maior concelho açoriano, o que geograficamente até está errado, ou a São Miguel a ilha mais populosa, inflacionando sempre o número dos seus habitantes. Para quê tantos lugares comuns e bagatelas que estilisticamente só empobrecem o estilo da comunicação e nada acrescentam ao carácter informativo da mesma!

PARA OS AÇORES 201842019 DO MELHOR (Conclusão da página anterior)

rianos fossem ostracizados como Território e como Povo, sofremos tal ofensa. Salazar em 1941 perante a incerteza das intenções dos EUA na utilização dos Açores no conflito mundial, chamado de II Guerra (Segunda Guerra 1939 a 1945), pediu ao Presidente

Carmona para se deslocar aos Açores de modo afirmar a soberania portuguesa sobre o arquipélago, perante os aliados e os inimigos. Carmona durante a visita profere a célebre frase “Aqui é Portugal”, claramente indicativa da linha política nacional que tem vindo a orientar o centralismo e o colonialismo de Lisboa. Depois de 77 anos vem Marcelo

Rebelo de Sousa reafirmar não ao mundo em guerra, mas sim ao Povo açoriano que “aqui é Portugal” e se deixem de ideias sobre a alteração da Constituição e do consequente sentido da nossa Autodeterminação. Açorianos, “Todos os dias precisamos reerguer-nos e reinventar-nos para as pessoas que pensam que estamos acabados ou mortos. Neces-

sitamos dar a resposta com o nosso ânimo, determinação e coragem, para que eles vejam que a covardia não faz parte da nossa vida.” Que 2019 traga do melhor para todos nós, irmanados na Fé e no Amor pela nossa Terra. (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. •

2019, AS ELEIÇÕES E AS “FAKE NEWS” (Conclusão da página anterior)

Atualmente alguns dos sites nacionais de fake news mais relevantes e que todos nós já pudemos, pelo menos a partir de um deles, observar partilhas por parte de amigos virtuais são os seguintes: A Voz da Razão, Altamente, Bombeiros Portu-

gueses, Bombeiros24.pt, Direita Política, Jornal Diário, Jornal Q, Luso PT, Magazine Lusa, Noticias 24, Portugal Glorioso, Tá Feio, Tuga Press ou Vamos lá Portugal. Alguns dos nomes destes sites são logo à partida motivo de desconfiança para os mais informados, certo é que um grande número de pessoas nem procura sa-

ber a origem das falsas notícias criadas por essas plataformas e acaba simplesmente por propagá-las pelas redes sociais criando assim o fenómeno em questão.

político, porque já não há dúvidas de que nos leva, a todos, por caminhos pouco seguros a todos os níveis. Esperemos as medidas concretas que surgirão este ano neste sentido.

Este problema merece toda a atenção e preocupação, mas também rápida intervenção por parte do poder

Praia da Vitória, 30 de dezembro de 2018


14 |

MARÉ DE POESIA | JP

2019.01.25

A

s memórias ficam gravadas no pensamento e há sentimentos em que as palavras dão aso a poemas, Ana Maria Lima traz-nos um poema intenso passado trinta e nove anos depois do sismo de 1980, que ocorreu no dia 1 de janeiro. Carina Fortuna, Renasce nos seus versos, Ricarda Hilária delicia-nos com um encontro Casual, enquanto Helena Martins cai Nos Teus Braços. João Barreiros é natural de Carrapatelo, concelho de Marco de Canaveses em plenas encostas do Rio Douro, viria no entanto a ser regis-

tado oficialmente na freguesia de Nogueira do Cravo no concelho de Oliveira do Hospital. Viveu em três períodos na Ilha Terceira, na cidade da Praia da Vitória: de 1985 a 1987, de 2001 a 2002 e finalmente de 2004 a 2008. Escreve desde o ano 1994, há mais ou menos 24 anos. Segundo o mesmo “ocorreu um período de ligeira interrupção, voltando à escrita em África, impelido pela ausência da minha família e país”. Escreve poemas que cativam o leitor e tem imensos pensamentos e frases soltas embebidos em fotografias. Poderão seguir a página em https://www.facebook. com/jbasalto/. •

SISMO DE 1980 Ana Maria Lima Parece que estou sonhando Como o tempo foi passando Precipitando o abismo, Passaram 39 anos Que a Terceira sofreu danos Causados p’lo grande sismo

Quando meu pai encontramos De alegria choramos E o abraçamos de seguida, A casa caída no chão Mas a casa do coração Tinha a família reunida.

Era dia de Ano Novo Via -se alegria no povo Por ser dia de festa, Foi varrida por segundos E abrindo atalhos fundos Das Doze Ribeiras pouco resta.

Na estrada que fugia Um amigo me dizia Fui fazer uma visita, Encontrei muito à rasa Ficou debaixo da casa Morta a tua amiga Zita.

Parece que estou a ver E a ouvir minha mãe dizer Debruçada na janela, O mundo aqui se encerra Que grande abalo de terra Espirito Santo, por nós vela.

E quando a noite chegou 10 pessoas se albergou Num pobrezinho palheiro, Pedindo a Deus proteção Todos rezam uma oração À luz d’um candeeiro.

Começa-mos a chorar A tremer e a rezar Minha mãe assim fazia, Na estrada pouco segura Fomos então à procura De meu pai não se sabia.

Dezassete anos eu contava Nesse dia a vida mudava Ao sentir a terra tremer, Quem morreu descanse em paz Quem viveu não foi capaz Desse dia esquecer.

“Eu sou ilha” João Barreiros Eu sou ilha, Rocha Pouso de aves, Terra pouca Ou quebra mares. Sou um pouco de tudo Ou quase nada, Linha de horizonte Quebrada, Pelo voo de um açor Em mim desenhada. Sou preto basalto Na linha de hemisfério, Ribeira de lava Estreita canada, Cerrado amanhado De sonho e mistério. Sou Rocha negra Em oceanos encalhada. Sou sítio de tormentos Nos imensos mares, Ilha dos amores Agreste sítio para navegares. Baía da Salga E terra de senhores, Campo de batalha Sobre a ressalga De toiros e lavradores. Sou terra sagrada Ilha primeira Da divina esperança, Por todos és amada Minha Terceira De eterna lembrança.

SEJA PARTE DESTA

“MARÉ” Envie os seus poemas para maredepoesia@jornaldapraia.com

Renascer Carina Fortuna há em mim um mar imenso um velejar de emoções ao içar as minhas velas ao vento nas marés atei cabos de poesia às mãos juntas seguimos a corrente quando nas curvas do meu peito uma solidão vermelha, ardente navega-me o sangue

FICHA TÉCNICA:

é na espuma branca das praias e nos cascos rijos da poesia que renasço que recomeço que me reinvento solto os nós de marinheiro da garganta e resisto aos ventos fortes

ENCONTRO CASUAL Ricarda Hilário Naquela mesa de bar Estava eu sentada, com um copo de vinho Que raras ou nulas vezes o faço Mas nessa noite outra coisa não me apeteceu Apareces tu, vindo do nada Sentaste-te na minha mesa com audácia E sem pedir a minha permissão Com esse teu jeito másculo Olhas-me fixamente nos olhos E só com o olhar percebo Que desejas, Do meu copo, vinho beber Teus lábios, naquele copo tocam E do meu vinho saboreias Excitas-me sem uma única palavra dizeres Passas a tua mão no meu tornoze-lo E suavemente sobes até ao joelho Minha pele arrepias Seguras a minha mão E convidas-me a sair dali Sem pensar duas vezes Deixo-me levar E em teus braços Bem encostada contra a parede Naquele beco iluminado pela lua Teus beijos, deixam-me desarmada Soltas o botão das calças Sobes-me o vestido E com movimentos suaves Levas-me ao paraíso, Nossos corpos transbordam de desejo Querias-me tu E mal sabia eu que te queria também Naquele preciso momento Naquele copo de vinho Nos perder!

NOS TEUS BRAÇOS Helena M. Martins Nos teus braços [amor]… Sou alma enternecida Que vagueia nos céus De amor perdida. Sou infinito encontrado Imenso azul derramado Em mim. Sou eternidade…

Etérea felicidade, Alma pura e cristalina. Sou simplesmente menina, Delicada pétala de flor. Nos teus braços… Sou eternamente Amor!

COORDENAÇÃO: Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Ana Maria Lima; Carina Fortuna; Helena M. Martins; João Barreiros; Ricarda Hilário PAGINAÇÃO: FS/JP. As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetisas. Para participar envie o seu poema para maredepoesia@jornaldapraia.com. PUB


JP | INFORMAÇÃO

2019.01.25

| 15

11.ª JORNADA | 02.02.2019

FUTEBOL

-

Ladeira Grande

SC Lusitânia

-

Cedrense

Santa Bárbara

-

Casa da Ribeira

HOJE (25/01)

Posto Santo

-

Santa Clara

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

VOLEIBOL

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

NACIONAL DA II DIVISÃO ZONA AÇORES Seniores Femininos

19.ª JORNADA | 27.01.2019

15.ª JORNADA | 25/26.01.2019

Amora FC

-

1.º Dezembro

Louletano

-

Olhanense

Real

-

Redondense

Moura

-

Casa Pia

Olímpico Montijo

-

Ferreiras

Oriental

-

VG Vidigueira

Pinhalnovense

-

Armacenenses

SC Praiense

-

Sp. Ideal

Angrense

-

Sacavenense

20.ª JORNADA | 03.02.2019 1º Dezembro

-

Real

Redondense

-

Moura

Olhanense

-

Amora FC

Casa Pia

-

Pinhalnovense

Armacenenses

-

Louletano

Ferreiras

-

SC Praiense

Sacavenense

-

Oriental

VG Vidigueira

-

Angrense

Sp. Ideal

-

Olímpico Montijo

CAMPEONATO DOS AÇORES

15.ª JORNADA | 27.01.2019 CD Fontinhas

-

SC Lusitânia

CD Rabo Peixe

-

Guadalupe

Cedrense

-

Vitória do Pico

Marítimo Gra.

-

Águia CD

Operário Lagoa

-

Graciosa FC

16.ª JORNADA | 02/03.01.2019 Guadalupe

-

Operário Lagoa

Águia CD

-

CD Fontinhas

Vitória Pico

-

Marítimo Gra.

SC Lusitânia

-

CD Rabo Peixe

Graciosa FC

-

Cedrense

CAMPEONATO ILHA TERCEIRA

10.ª JORNADA | 27.01.2019 Boavista CR

-

JD Lajense

SC Vilanovense

-

SC Barreiro

11.ª JORNADA | 03.02.2019 Boavista CR

-

NSIT - Terauto

SC Vilanovense

-

JD Lajense

FUTSAL

NACIONAL DA II DIVISÃO SÉRIE AÇORES Seniores Masculinos

PUB

SC Barbarense

CDE Topo

-

Santa Cruz SC

AJF Bastardo

-

ADRE Praiense

C. Kairos - B

-

FC Calheta

SEXTA (25/01)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (27/01)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA (28/01)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

15.ª JORNADA | 26/27.01.2019 CDE Topo

-

Santa Cruz SC

AJF Bastardo

-

ADRE Praiense

C. Kairos - B

-

FC Calheta

TERÇA (29/01)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Seniores Masculinos

QUARTA (30/01)

17.ª JORNADA | 02.02.2019 CD Marienses

-

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

CD Ribeirense

CDE Topo

-

Angústias AC

AA Alunos

-

ADRE Praiense

MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

SÁBADOS

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 - Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2); 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 - Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 - Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoi-

QUINTA (31/01) CONCERTO SOLIDÁRIO A JOÃO ANTÓNIO Local: Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo Hora: 21:30 Participe nesta noite solidária em que os fundos revertem a favor do João António. Divirta-se ao mesmo tempo que ajuda a ajudar quem precisa, numa noite animada com a atuação dos Fala Quem Sabe, Tuna Académica Sons do Mar, Tuna Tusa, e FADOalado.

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADO (26/01)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA (01/02)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (02/02)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGO (03/02)

SEGUNDA (04/02)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

tos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados

TERÇA (05/02)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGOS

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 - Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 - Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro

SÁBADO (26/01)

QUARTA (06/02)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUINTA (07/02)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

BISCOITOS CONCERTO GRUPO MUSICAL FADOALADO PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: FÁBIO OURIQUE, FILARMÓNICA ESPÍRITO SANTO DA AGUALVA E APRESENTAÇÃO DO VIDEOCLIP “ABRAÇA-ME” Local: Auditório do Ramo Grande Hora: 21:30 NOTA: Esteja na nossa Agenda Cultural geral@jornaldapraia.com •

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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