Jornal da Praia | 0534 | 07.12.2018

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QUINZENA

07 A 20.12.2018 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 534 | Ano: XXXVI | 2018.12.07 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

www.jornaldapraia.com

PROJETO DE ESPERANÇA

FAZ CRIANÇA FELIZ Menina de 7 anos com doença crónica vem à Praia da Vitória e realiza sonho: ver o mar e brincar na areia. Aventura de alegria graças à generosidade de muitos corações.

DESTAQUE | P. 8, 9 E 10

DEPRTAMENTO DE EDUCAÇÃO DA ASTP

A SERVIR CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS HÁ DEZ ANOS NO CONCELHO | P. 3

CÂMARA DA PRAIA

REFORÇA VERBAS A TRANSFERIR PARA AS JUNTAS DE FREGUESIA AUTARQUIAS | P. 3 PUB

TAÇA DE PORTUGAL

PRAIENSE HONRA PRAIA DA VITÓRIA COM EXIBIÇÃO DE LUXO Embora afastado, Praiense demonstrou frente ao Braga, estofo de campeão, com uma prestação de muita qualidade e elevada personalidade que fez sonhar até ao “cair do pano”. DESPORTO | P. 10


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CANTO DO TEREZINHA / CRÓNICA | JP

2018.12.07

PRAIA WONDERLAND

CRÓNICA DO MARQUÊS DE NADA E DE COISA NENHUMA

AUTORETRATO: É PINTOR

É

pintor e isso basta. Não importa se teve herança ou se nasceu na província. Não importa se os seus clientes são bispos ou burgueses. É pintor e isso basta. Não importa se é casado ou se tem amantes. Não importa se anda com uma faca na mão ou se tem protecção de um ministro. É pintor e isso basta. Basta a pintura, o pigmento, a composição, a técnica e a expressividade das pinceladas. É pintor e isso basta. Mas não basta a pintura. Falta dizer que é um oitocentista, veste o sobretudo preto e, quando é necessário, usa cartola ou chapéu de coco. Tem a sisudez de Júlio Dinis. Tem cabelos e barbas revoltas, como as de Antero. Tem o talento de Soares dos Reis. E também tem o desfecho trágico destes últimos dois. Mas é pintor e isso basta. Não importa se cruzava a perna quando sorvia café na esplanada ou se dava o braço à condessa mais próxima. Não importa se vivia numa cidade com nuvens tabagistas ou se vivia numa cidade com sol dourado. É pintor e isso basta. Não importa se fez história. Não importa se frequen-

tava a elite intelectual. É pintor e isso basta. É pintor e isso basta. É pintor e isso basta. Mas não basta o pintor. Basta que o pintor não tenha pintura para não haver Pintura (com pê grande). Então, é melhor que comecemos a ver a pintura deste pintor. Aliás, vamos ao atelier, ao estúdio ou à fábrica do pintor. Abramos a porta que range. Pisemos o chão que também range. Primeiramente, levantemos a cabeça e observemos. Bem próximo de nós, uma mesa com frutas, cientificamente posicionadas, para uma natureza-morta vindoura. Há luz. Desconfiemos da dita luz. Se a luz é matutina ou vespertina é caso para pensar. É pintor e isso basta, claro. Mas a luz não basta para sabermos onde estamos. As paredes estão manchadas. As paredes erguem uma dessas enfastiantes paisagens naturalistas. A pequena secretária está manchada. A pequena secretária suporta uma dessas enfastiantes obras românticas. Finalmente, olhemos ao fundo. Olhemos o pintor debruçado sobre a pintura. Ou a pintura que nos reproduz o pintor debruçado. As bar-

bas do pintor são, como já sabem, revoltas. Revoltadas das pinceladas ténues, proclamando a revolução e a rebeldia na pintura. Exigem a morte do desenho linear, nada mais importa do que a mancha da barba! O pincel pintou uns lindos olhos para o pintor que estão a visualizar, a imaginar, a alucinar ou a ler. As orelhas estão vermelhas. O vermelho das orelhas não é sequer possível na realidade, só poderia existir numa paleta. O pintor segura levemente o pincel. As pontas do pincel têm tinta. As cerdas do pincel não existiriam sem tinta. O cabo do pincel não existiria sem tinta. As mãos que seguram o pincel não existiriam sem tinta. A tela que está sendo lentamente pintada já foi pintada antes. A tela que vemos é o próprio pano da tela. O pintor não percebe, faz um ar confuso, assim como o leitor. O pintor começa a sentir-se aprisionado. O pintor crê que foi emoldurado. O pintor crê que o espaço que o rodeia é bidimensional. O pintor crê que está a ser observado. O pintor crê que a porta que range, o chão que também range, a mesa com frutas, a luz, as paredes manchadas, a secre-

Marquês de nada e de coisa nenhuma

tária manchada, as barbas do pintor, as orelhas do pintor, o pincel e a tela foram pintados. Tudo isto passa a fazer sentido se finalmente eu, o narrador, revelar a você, o leitor, que o que está a imaginar não é um pintor no seu atelier mas a pintura de um pintor no seu atelier. É pintor e isso basta. Não importa se pintou um pintor ou a pintura de um pintor. Você, meu caro leitor, é um pintor e isso basta. •

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NO ICS: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Rui Marques; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho SECRETARIADO: Eulália Leal LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO

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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO NA COMUNIDADE DA ASTP

ASSINALOU UMA DÉCADA DE ATIVIDADE

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nserido na iniciativa “conversa às 8” criada em 2017, o Departamento de Educação e Reabilitação na Comunidade da Associação Salão Teatro Praiense (ASTP) assinalou na noite de sábado, 17 de novembro, dez anos de existência. A iniciativa “Conversas às 8” da ASTP é um fórum destinado a promover o debate, discussão e reflexão de temáticas relacionadas com o

mundo da criança e com os desafios colocados à sua educação, municiando pais e encarregados de educação de elementos facilitadores na execução da sua difícil e exigente tarefa. A realizada a 17 de novembro, última do ano, subordinou-se à temática “Música: Uma necessidade especial”. Moderados por Tânia Mendes, intervieram como oradores, Ana Toste, professora de Música, António Bulcão, advogado, professor,

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músico e compositor e o secretário regional da Saúde, Rui Luís. Rita Evangelho, artista plástica apresentou uma pintura de inspiração musical. Destinado a assinalar os 10 anos do Departamento e de acordo com a temática em análise, assistiu-se a um momento musical com João Santos, Jordana Ramos, Joana Pacheco e Rui Pacheco, enriquecido no último tema, com a declamação poética de Carla Félix e Jorge Morais. i Antes da degustação do bolo comemorativo foi apresentado o novo logotipo assim como projetado um vídeo retrospetivo das atividades desenvolvidas pelo departamento, elaborado por um dos muitos jovens que beneficiam das suas valências. O Departamento de Educação e Reabilitação na Comunidade desenvolve atividades de desenvolvimento e integração de crianças com necessidades educativas. Márcia Canha, a responsável, conta como tudo começou. “Este projeto surgiu há 10 anos como intervenção preventiva na rede de creches concessionados pela Câmara e também através da estimulação psico-motora nos centros de convívio da terceira idade. Foi crescendo com base nas necessidades da própria comunidade, porque começaram a chegar muitos pedidos de escolas e de outras instituições, alargando-se a equipa para responder a todas estas solicitações”. E conseguiu dar todas as respostas? “Temos muito que crescer”, diz Márcia, “ao longo do tempo fizemos algumas afinações na nossa intervenção de maneira a fazermos um trabalho com mais qualidade. Deixamos de intervir em algumas áreas por falta de recursos humanos e então priorizamos a área do desenvolvimento e da aprendizagem. Nós intervimos com as crianças até aos 12 anos e falta agora dar uma resposta a partir desta idade. O nosso grande sonho neste momento é acompanhar os jovens em todo o percurso e garantir que esses jovens tenham competências de empregabilidade e consigam ter uma vida autónoma e

viável”, esclarece. Em 2016, os projetos desenvolvidos pelo Departamento foram reconhecidos a nível nacional, o que valeu à Câmara da Praia o prémio de “Município do Ano” da plataforma UM-Cidades da Universidade do Minho. “Este prémio marcou principalmente um grande reconhecimento por parte da comunidade e a partir daí a comunidade começou a apoiar-nos bastante, mesmo ao nível das empresas privadas”, diz Márcia Canha, acrescentando, “serviu também para alertar a comunidade que sendo beneficiária de um serviço é também socialmente responsável por ele e pela sua manutenção. Só juntos é que conseguimos ir muito mais além. Se recebemos também temos que dar e se todos pensarem assim vamos com certeza muito mais longe”. Comemorar um aniversário é recordar o passado, viver o presente, mas sobretudo pensar no futuro. O futuro, afirma Márcia Canha, consiste “em consolidar uma equipa estável, que se mantenha fixa, com contratos a longo prazo, de forma a que se consiga realmente dar resposta de qualidade e afirmarmos como uma referência. Em boa verdade, cada uma de nós já é uma referência em diferentes contextos, nas escolas, nas instituições e portanto a aposta agora é que estas pessoas se mantenham e que uma pessoa que acompanha uma criança não esteja a mudar todos os anos, mas sim, que faça um trabalho com principio, meio e fim, pois só assim se consegue traçar verdadeiramente um projeto de vida para os nossos meninos e para o nosso próprio departamento”. “A nossa equipa tem a arte de sonhar, que é uma arte em vias de extinção. Cada vez que realizamos um sonho partimos com energias redobradas e maior ambição para outro sonho, e penso que isto deve ser cultivado, até porque fazemos outros sonhar connosco, alguns deles já tinham deixado de sonhar”, finaliza. JP•


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EFEMÉRIDE | JP

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VITORINO NEMÉSIO – O ESCRITOR DA AÇORIANIDADE HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

Nemésio sempre amou e “cantou” como ninguém a sua Praia da Vitória.

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á exatos 117 anos, a 19 de dezembro de 1901, nascia Vitorino Nemésio, um dos maiores nomes da literatura portuguesa do século XX. Nemésio foi poeta, romancista, ficcionista, cronista, ensaísta, biógrafo, historiador da literatura e da cultura, jornalista, investigador, epistológrafo, filólogo e comunicador televisivo, para além de toda a atividade de docência na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Nemésio nasceu na Praia da Vitória, filho de Vitorino Gomes da Silva e de Maria da Glória Mendes Pinheiro. Foi no Liceu de Angra que foi introduzido no mundo das Letras pelo professor Manuel António Ferreira Deusdado (autor da Revista de Educação e Ensino). Publicou, em 1916, o seu 1º livro de poesia, o Canto Matinal. Teve algumas dificuldades com o ensino, acabando por se transferir para a Horta, no Faial, onde concluiu o Curso Geral dos Liceus a 16 de julho de 1918. Nesta cidade, teve contacto com o grande fluxo marítimo e animação noturna resultante do aproximar do final da I Guerra e da presença constante de estrangeiros devido a este porto ser um local de reabastecimento de frotas e de descanso para os marinheiros. No ano de 1919, Nemésio iniciou o serviço militar, como voluntário de Infantaria, fazendo então a sua primeira viagem para fora dos Açores. Dois anos depois, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Acabou por, 3 anos depois, mudar-se para o curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Coimbra. Em 1925, matriculou-se no curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras. Durante este período conheceu o escritor republicano espanhol Miguel Unamuno, com quem manterá uma troca de correspondência até à morte deste, em 1936. Em 1926 foi cofundador e diretor do jornal republicano académico Gente Nova, clara consequência do seu contacto com o republicanismo espanhol. PUB

Nemésio casou-se, a 12 de fevereiro de 1926, em Coimbra, com Gabriela Monjardino de Azevedo Gomes, com quem teve, em um espaço de 5 anos, 4 filhos, Georgina, Jorge, Manuel e Ana Paula. Neste entretanto, transferiu-se para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde concluiu o curso, em 1931, com excelentes notas. Iniciou a sua atividade de docência na mesma Faculdade, com o ensino das disciplinas de Literatura Italiana e, mais tarde, de Literatura Espanhola. No ano de 1934, Nemésio doutorou-se em Letras pela Universidade de Lisboa com a tese A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio. Foi então convidado pela Vrije Universiteit Brussel para lecionar na Bélgica, onde esteve entre 1937 e 1939, período antes do início da II Guerra. A sua condição de terceirense, açoriano, ilhéu, estaria fortemente presente na sua obra. Em termos de ficção, o autor terceirense começou a sua carreira com a publicação do volume de contos Paço do Milhafre, a partir de 1924, posteriormente renomeada o Mistério do Paço do Milhafre, em 1949. A sua escrita era marcada pela descrição dos lugares e do desenho das personagens, dando um lado muito real às personagens. A sua obra, que tem títulos como Corsário das Ilhas, Festa Redonda, Varanda de Pilatos, entre tantos outros, passou ser conhecida e reconhecida. O auge do romance em Nemésio foi atingido em 1944, com a publicação de uma das obras-primas da Literatura Portuguesa do século XX, que eu aconselho vivamente, Mau Tempo no Canal, cuja ação decorre nas 4 principais ilhas do grupo central do arquipélago açoriano: Pico, Faial, São Jorge e Terceira, entre 1917 e 1919 (estes anos representam aquele período em que Nemésio se encontrava no Faial e, em contacto, com várias culturas e várias personalidades). Na sua escrita, Nemésio evidenciou a açorianidade, que o representava e à sua cultura. A primeira vez que Vitorino Nemésio utilizou a palavra foi quando falou da sua açorianidade, das suas saudades da terra natal, da sua alma enquanto açoriano que se encontrava longe de casa, no continente. Em Coimbra, a 19 de julho de 1932, na comemoração dos 500 anos da descoberta dos Açores (na época acreditava-se que os Açores tinham

sido descobertos em 1432 e não como hoje se defende, em 1427), o autor terceirense definiu o que era a acorianidade: «A geografia, para nós, vale outro tanto como a história, e não é debalde que as nossas recordações escritas inserem uns cinquenta por cento de relatos de sismos e enchentes. Como as sereias temos uma dupla natureza: somos de carne e pedra. Os nossos ossos mergulham no mar.» Voltando à vida de Nemésio, em 1958, lecionou no Brasil. Dois anos depois, a 19 de julho de 1961, foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, 6 anos depois, a 17 de abril de 1967, Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (postumamente, a 30 de agosto de 1978, foi homenageado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada). Recebeu o Prémio Nacional da Literatura, em 1965 e, em 1974, o Prémio Montaigne. Quando a 12 de setembro de 1971, atingiu a idade limite legal de exercício de funções públicas, proferiu a sua última aula na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Nemésio foi autor e apresentador do programa televisivo Se bem me lembro, entre 1970 e 1975, onde dava palestras, mostrando a sua capacidade única como comunicador. Nemésio escreveu biografias também e colaborou em diversas revistas e jornais, assumindo, já depois de ser Catedrático Jubilado, entre 11 de dezembro de 1975 e 25 de outubro de 1976, a direção do jornal O Dia.

Vitorino Nemésio morreu a 20 de fevereiro de 1978, em Lisboa, no Hospital da CUF, completaram-se este ano 40 anos do seu desaparecimento. Como seu último desejo, pediu que os sinos tocassem o Aleluia em vez do dobre a finados. Jaz no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra. A obra de Nemésio já estava há muito tempo esgotada, assim uma edição das obras completas do escritor terceirense começaram este Outono a ser publicadas, em 17 volumes, em uma iniciativa da editora Companhia das Ilhas, em parceria com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda. O 1º volume foi apresentado na edição de 2018, a XIII, do Outono Vivo, na Praia da Vitória, pelo Professor Luiz Fagundes Duarte, e aborda a poesia publicada por Nemésio entre os anos de 1916 e 1940. Nemésio sempre amou e “cantou” como ninguém a sua Praia da Vitória. Escritor da açorianidade, Nemésio deixou uma vasta obra, que vale a pena ser lida pelas novas gerações. Temos de procurar divulgar a obra deste grande Português do século XX, além de incentivar à leitura de suas obras. Tal como Nemésio, nunca devemos perder o amor à nossa terra e à defesa dos interesses locais, pois as nossas raízes, o meio social em que crescemos e vivemos marca para sempre a nossa visão do mundo. A açorianidade é algo que está muito bem impregnada na nossa alma de ilhéus.


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COMUNICADO Aos dezasseis dias do mês de novembro do ano de dois mil e dezoito, pelas dez horas, no Auditório da Casa das Tias de Nemésio, teve lugar a quinta sessão ordinária do ano de dois mil e dezoito, da Assembleia Municipal da Praia da Vitória. Foram apresentadas, no período antes da Ordem do Dia, as seguintes propostas: Pelo Grupo do Partido Socialista: ● Voto de Congratulação à Glintt pela confiança demonstrada no projeto Terceira Tech Island e na dinamização da economia da cidade da Praia da Vitória. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação à Organização das Festas da Praia 2018, em particular a todos os colaboradores, voluntários e funcionários municipais, pelo empenho, dedicação e profissionalismo que depositaram nos meses anteriores e durante as festividades, fazendo delas um dos pontos altos da nossa vivência. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação pela realização do I Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora, na Praia da Vitória. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação pela inauguração do Jardim Lúdico e Cultural da freguesia da Fonte do Bastardo, exaltando o rigor, competência, seriedade e dedicação impostos pelo elenco da Junta de Freguesia na elaboração do projeto, na concretização da obra e na imaculada gestão dos dinheiros públicos. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação pela solidariedade manifestada pelo Conselho Diretivo da ANAFRE e pela valorização da importância da proximidade do Poder Local às populações como fator de desenvolvimento dos territórios. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao Clube Naval da Praia da Vitória, à sua Direção, Equipa Técnica e Atletas pelos resultados alcançados no Campeonato Regional de Absolutos em Natação Pura, destacando o feito histórico do clube ao vencer o maior número de títulos e medalhas em disputa naquela prova. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação à atleta Noémia Magalhães e equipa Fontinhas Ativa/Promotora pelo título de vice-campeã nacional de XCO, na categoria de Master 40, alcançado em julho deste ano no Campeonato Nacional da modalidade. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Pesar pelo falecimento do Sr. António Fernando Goulart Neves. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Pesar pelo falecimento do Sr. Luís Tadeu Silva Dutra. Aprovado por unanimidade. Pelo Grupo do Partido Social Democrata: ● Voto de Protesto ao Governo Regional da Região Autónoma dos Açores pelo incumprimento perante os terceirenses na implementação do serviço de radioterapia na ilha Terceira.

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Rejeitado por, maioria, com dezassete votos contra do Partido Socialista,

CONCELHO DA PRAIA DA VITÓRIA; Aprovada por unanimidade.

RAÇÃO DOS ESTATUTOS DA PRAIA CULTURAL – COOPERATIVA DE IN-

doze votos a favor do Partido Social Democrata e um voto a favor do Partido Popular. Pelo Grupo do Partido Socialista: ● Voto de Congratulação ao Governo dos Açores pela visita realizada à Ilha Terceira, no passado dia 5 e 6 de novembro de 2018, na expetativa que o modelo se repita nos próximos anos. Aprovado por, maioria, com dezanove votos a favor do Partido Socialista, doze abstenções do Partido Social Democrata e um voto contra do Partido Popular. Pelo Grupo do Partido Social Democrata: ● Voto de Protesto ao Governo Regional da Região Autónoma dos Açores pela discriminação na atribuição de subsídios de apoio ao Torneio Ramo Grande Azores Cup. Aprovado por unanimidade. Pelo Grupo do Partido Socialista: ● Voto de Congratulação aos bombeiros Bruno Espínola, Carlos Pacheco e Fernando Leite por se terem sagrado vice-campeões no Campeonato Mundial de Trauma e à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória pelo feito dos seus bombeiros, o qual demonstra a excelência da formação do trabalho que desenvolvem em prol da população praiense. Aprovado por unanimidade Pelo Grupo do Partido Social Democrata: ● Voto de Congratulação à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória pelo título de vice-campeã mundial no Campeonato Mundial de Trauma e Desencarceramento 2018, resultado que comprova a qualidade das missões de socorro dos bombeiros açorianos. Aprovado por unanimidade. Da Ordem do Dia, constava o seguinte: 1. INTERVENÇÃO DO PÚBLICO 2. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE A ATIVIDADE MUNICIPAL DESENVOLVIDA NO PERÍODO DE 4 DE SETEMBRO A 29 DE OUTUBRO DE 2018; A Assembleia tomou conhecimento. 3. APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DA QUALIDADE DE SERVIÇOS DO MUNICÍPIO DA PRAIA DA VITÓRIA, REFERENTE AO 1º SEMESTRE DE 2018; A Assembleia tomou conhecimento. 4. APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO E CONTAS RELATIVO AO 1.º SEMESTRE DE 2018 DA PRAIA AMBIENTE, E.M.; A Assembleia tomou conhecimento. 5. APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO E CONTAS RELATIVO AO 2.º TRIMESTRE DE 2018 DA TERAMB, E.M.; A Assembleia tomou conhecimento. 6. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO MUNICIPAL DO FUNDO DE EMERGÊNCIA SOCIAL; Aprovada por unanimidade. 7. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO E GESTÃO DE HABITAÇÕES SOCIAIS; Aprovada por unanimidade. 8. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO MUNICIPAL DE APOIO AO ARRENDAMENTO ÀS FAMÍLIAS DO

9. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO DE APOIO À LEGALIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES NA FREGUESIA DE SÃO BRÁS; Aprovada por unanimidade. 10. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO MUNICIPAL PARA ATRIBUIÇÃO DOS LOTES DO BAIRRO DAS PEDREIRAS – VILA DAS LAJES; Aprovada por unanimidade. 11. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DA PRAIA DA VITÓRIA; Aprovada por unanimidade. 12. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ABERTURA DE DOIS PROCEDIMENTOS CONCURSAIS PARA 2 DIRIGENTES INTERMÉDIOS DE 2º GRAU - LUGARES DE CHEFE DA DIVISÃO DE PLANEAMENTO ESTRATÉGICO E RELAÇÕES EXTERNAS E CHEFE DE DIVISÃO DE RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS; Aprovada, por maioria, com dezoito votos a favor do Partido Socialista, onze abstenções do Partido Social Democrata e uma abstenção do Partido Popular. 13. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE NOTA JUSTIFICATIVA REFERENTE AO MAPA DE PESSOAL 2019, DO MUNICÍPIO DA PRAIA DA VITÓRIA, ELABORADO NOS TERMOS DO ARTIGO 29º DA LEI N.º 35/2014, DE 20 DE JUNHO; Aprovada, por maioria, com dezoito votos a favor do Partido Socialista, onze abstenções do Partido Social Democrata e uma abstenção do Partido Popular. 14. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ATUALIZAÇÃO DAS TAXAS E OUTRAS RECEITAS MUNICIPAIS, PARA O ANO DE 2019; Aprovada por unanimidade. 15. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE PARTICIPAÇÃO VARIÁVEL DE 5% NO IRS RELATIVAMENTE AOS RENDIMENTOS DE 2019 A COBRAR EM 2020; Aprovada, por maioria, com dezoito votos a favor do Partido Socialista, onze abstenções do Partido Social Democrata e um voto contra do Partido Popular. 16. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE APLICAÇÃO DA TAXA DE DERRAMA PARA O ANO DE 2019; Aprovada por unanimidade. 17. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE FIXAÇÃO DA TAXA DO IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS PARA O ANO DE 2019; Aprovada por unanimidade. 18. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE FIXAÇÃO DA TAXA MUNICIPAL DE DIREITOS DE PASSAGEM PARA O ANO DE 2019; Aprovada por unanimidade. 19. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO TARIFÁRIO DA PRAIA AMBIENTE, E.M., PARA O ANO DE 2019; A Assembleia tomou conhecimento. 20. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO ORÇAMENTO E PLANO DE ATIVIDADES DA PRAIA AMBIENTE, E.M., PARA O ANO DE 2019; A Assembleia tomou conhecimento. 21. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ALTE-

TERESSE PÚBLICO E DE RESPONSABILIDADE LIMITADA; Aprovada, por maioria, com dezoito votos a favor do Partido Socialista, onze votos contra do Partido Social Democrata e um voto contra do Partido Popular. 22. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE APOIO À PRAIA CULTURAL - COOPERATIVA DE INTERESSE PÚBLICO E DE RESPONSABILIDADE, LDA. - ATIVIDADES CULTURAIS; Aprovada, por maioria, com dezoito votos a favor do Partido Socialista, onze abstenções do Partido Social Democrata e um voto contra do Partido Popular. 23. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE APOIO À PRAIA CULTURAL - COOPERATIVA DE INTERESSE PÚBLICO E DE RESPONSABILIDADE, LDA. - ATIVIDADES EDUCATIVAS, SÓCIO-CULTURAIS, PEDAGÓGICAS E TURÍSTICO-CULTURAIS; Aprovada, por maioria, com dezoito votos a favor do Partido Socialista, onze votos contra do Partido Social Democrata e um voto contra do Partido Popular. 24. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO ORÇAMENTO E PLANO DE ATIVIDADES DA PRAIA CULTURAL, CIPRL, PARA O ANO DE 2019; A Assembleia tomou conhecimento. 25. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ADITAMENTO AOS ACORDOS DE EXECUÇÃO CELEBRADOS COM AS JUNTAS DE FREGUESIA DO CONCELHO DA PRAIA DA VITÓRIA; Aprovada, por maioria, com dezoito votos a favor do Partido Socialista, onze votos contra do Partido Social Democrata e um voto a favor do Partido Popular. 26. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE CONTRAÇÃO DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO, SOB A FORMA DE CONTA CORRENTE, ATÉ AO MONTANTE DE DOIS MILHÕES DE EUROS, A MOVIMENTAR DURANTE O ANO DE 2019; Aprovada por unanimidade. 27. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE AUTORIZAÇÃO PRÉVIA NO ÂMBITO DA LEI DOS COMPROMISSOS PARA 2019; Aprovada por unanimidade. 28. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ORÇAMENTO E GRANDES OPÇÕES DO PLANO DO MUNICÍPIO DA PRAIA DA VITÓRIA, PARA O ANO DE 2019; Aprovada, por maioria, com dezassete votos a favor do Partido Socialista, dez votos contra do Partido Social Democrata, uma abstenção do Partido Social Democrata e uma abstenção do Partido Popular. 29. APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO RADIOLÓGICA NA ILHA TERCEIRA, REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES, REMETIDO PELA DIREÇÃO REGIONAL DO AMBIENTE.A Assembleia tomou conhecimento. Praia da Vitória, 20 de novembro de 2018. O Presidente da Assembleia Municipal Paulo Manuel Ávila Messias As atas aprovadas das sessões desta Assembleia Municipal encontram-se publicitadas no endereço eletrónico do Município da Praia da Vitória, em www.cmpv.pt


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SAÚDE | JP

2018.12.07

o Cantinho do Psicólogo 200

Vicissitudes

B

asta olhar para a fotografia tirada numa zona de Itália para se compreender que, se nada for feito acontecerão derrocadas, nomeadamente Aurélio Pamplona devido a tempes(a.pamplona@sapo.pt) tades, chuvas ventos, acções do ambiente que poderão ocorrer quando menos se espera. Percebe-se entretanto que, quanto mais deixarmos passar o tempo, mais difícil se torna garantir o não colapso da estrutura e de alguns dos edifícios degradados. Passa-se algo de semelhante com as pessoas que, embora possam ter passado por imensas vicissitudes, necessitam em cada momento de saber controlar e lidar com o stress, e de reconhecer os seus sinais, não só na própria pessoa, mas também na família, nos outros, no emprego e na comunidade de que fazem parte. Se esses sinais de stress não forem reconhecidos a tempo, o individuo pode ultrapassar o estágio de alarme (a primeira reacção ao stress) e até o de resistência ao stress, e ser acometido pelo que se chama o estágio de exaustão ou de stress extremo. Neste estágio já tudo é mais difícil, porque pode ocorrer também o colapso do mecanismo de adaptação, e surgirem reacções ou indisposições inesperadas, comportamento irracional, esgotamento, depressão, doença… Há muito do a fazer para lidar com PUB

o stress. Para começar, sublinhe-se, que o sentir pressão positiva ou negativa depende largamente da forma como respondemos psicologicamente à situação, ou seja, da maneira como interagimos com o meio. Embora possamos dizer que algumas situações são stressantes para a maioria das pessoas, sublinhe-se, que o não o são para os poucos que optam por se manter felizes ao longo da vida. Especificamente, a forma como reagimos ao stress depende de uma gama elevada

de factores que Brewer (1999) sintetiza nos seguintes: (1) circunstâncias pessoais, i. e., vida amorosa, finanças, forma como a carreira está a decorrer; (2) talentos naturais, i. e., aptidões de comunicação, inteligência, capacidade cognitiva; (3) expectativas e experiência prévias, particularmente as experiências correntes com as situações stressantes; (4) capacidade para reco-

nhecer que está stressado e para rapidamente fazer algo acerca disso. Mas não só, segundo o mesmo autor, Provém também: (5) da auto-estima e perceção de como se está em condições de lidar com as circunstâncias (6) da dieta e de como, até certo ponto, se é saudável; (7) da aptidão física e actividade praticada; (8) da capacidade de relaxamento; (9) da utilização de terapias alternativas; (10) das aptidões organizacionais e empenho no mane-

jo de tempo; (11) dos traços de personalidade. Enfim, se o stress depende de todas estas situações, isto significa, em primeiro lugar, que há muito a fazer para sermos capazes de lidar com as condições que nos afligem. E em segundo, que compete a cada um tomar medidas para o enfrentar, a começar pela recorrência a pequenos truques ao nosso alcance.

Uma vez que todos estamos sujeitos ao stress, e reagimos às situações stressantes, importa manter o estado de alerta para os sinais que sobressaem das nossas reacções, tanto mais que mesmo os indivíduos mais fortes podem ser afectados. E uma vez detectados esses sinais convém lançar mão dos nossos recursos, e à utilização de técnicas de lidar, que mais não seja para diminuir a sua intensidade. Vejamos esses sinais, a começar pela própria responsabilidade, que diz respeito àqueles que apresentam “montes” de dúvidas sobre si próprio. Primeiro: (1) em vez de apregoar que não merece ser amado diga que merece o amor, ser amado; (2) em contraposição ao que se sente como pessoa má esclareça que é bom; (3) em lugar de anunciar que é um inútil vaticine que é valoroso, relevante; (4) em contraste com aquele que defende que não é digno de ser amado, porque é antipático, caracterize-se como uma pessoa honrada, que merece o amor; (5) em oposição a quem se ache feio, com um corpo odioso, apregoe-se como bonito e amável; (6) contrariamente a dizer que não se vale nada alegue-se que se merece tudo o que se tem; e (7) substitua o ser estúpido, pouco inteligente com que se avalia pelo ser esperto e possuidor de capacidade de aprender. Referências: Brewer, S. (1999). Good housekeeping the ultimate stress buster: A complete guide to help you to relax and enjoy life to the full. London: Ebury Press. Foto: A. Pamplona•

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Aurélio Pamplona

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CMPV AUMENTA EM 10% AO ANO

VERBAS A TRANSFERIR PARA AS JUNTAS DE FREGUESIAS Até ao final do mandato o reforço será de 30%.

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Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), aumenta já no próximo ano, 10% na verba orçamentada para delegação de competências para as Juntas de Freguesia. O aumento já plasmado no Orçamento Municipal para 2019, irá prosseguir ao mesmo ritmo nos anos seguintes, perfazendo até ao final do mandato um reforço total de 30%. A proposta de reforço de verbas a transferir para as Juntas de Fregue-

sia ao abrigo da Delegação de Competências foi apresentada na última Assembleia Municipal da Praia da Vitória, a 18 de novembro, tendo sido aprovada por maioria simples, com os votos favoráveis dos grupos municipais do PS e do CDS e votos contra do PSD. A 21 de novembro, de visita ao novo armazém de apoio à Junta de Freguesia de São Brás, Tibério Dinis, considerou que a medida insere-se no espírito de colaboração da CMPV para dar capacidade de resposta às Juntas de Freguesia do Concelho.

“Da parte do Município da Praia da Vitória reafirmo a nossa intenção de cooperar com as nossas Juntas de Freguesia. No âmbito do Orçamento Municipal de 2019 foi proposto à Assembleia Municipal, um aumento anual de 10% do valor da delegação de competências para todas as Juntas de Freguesia, até ao final do mandato autárquico, totalizando um aumento de 30% até ao final do presente mandato autárquico”, referiu.

-se inalterado”, exaltando, assim, “o grande esforço e capacidade de trabalho das Juntas de Freguesia, que durante este período demonstraram grande capacidade de resposta aos desafios que enfrentaram”.

IMPORTANTE INFRAESTUTURA DE APOIO

O presidente da CMPV evidencia que esta medida “é um grande esforço” feito pelo Município, pois “durante sete anos este valor manteve-

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Referindo-se ao novo armazém de apoio à Junta de Freguesia de São Brás, ao qual estava de visita, o edil praiense salienta que apesar de esta infraestrutura tradicionalmente não ser ambicionada pela população, “é uma importante obra para os dirigentes da Junta de Freguesia de São Brás, pela polivalência e utilidade que a mesma tem para as várias associações e entidades de São Brás”. “Esta visita tem como principal intuito salientar o esforço e o trabalho da Junta de Freguesia de São Brás. Este tipo de infraestrutura não é muito ambicionada pela maior parte da população e, por este motivo, o seu valor pode passar despercebido. No entanto, é sempre uma obra fundamental para os executivos das Juntas de Freguesia, porque permite uma melhoria das suas condições de trabalho e capacidade de atuação. Com este armazém e com a viatura, a Junta de Freguesia tem uma boa capacidade de resposta aos desafios que a população de São Brás enfrentar”, frisou Tibério Dinis. GP-MPV/ JP•

TALHO BORBA & MENDES


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NESTE MAR QUE NOS LIGA

MARÉ DE ESPERANÇA CONGREGA VO Menina de 7 anos, doente crónica, vê o mar pela primeira vez graças à união de muitos corações solidários.

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ara Andrade é uma menina de 7 anos natural de Fornos de Algodres, concelho da Guarda. À nascença foi-lhe diagnosticada uma doença crónica – Síndroma Nefrótico (insuficiência renal) que lhe rouba as brincadeiras e lhe faz passar muito tempo nos hospitais. Atualmente a viver em Paredes de Coura, Viana do Castelo, a pequena Yara gosta muito de desenhar e foi precisamente por um desenho que veio à Praia da Vitória realizar um sonho.

lançado aos corajosos “Marinheiros da Esperança”, que a bordo de um estranho submarino “faz de conta” seguiam a rota da exuberante Sagres. Desenhar estes portos longínquos que a embaixada itinerante de Portugal ia aportando.

Depois de um primeiro internamento em Coimbra, a Yara encontra-se por esta altura hospitalizada no Centro Materno Infantil do Norte (CMIN). No âmbito do projeto “Marinheiros da Esperança” começou por desenhar D. Filipe de Lencastre, Rainha Consorte de Portugal de 1387 a 1415 e de seguida, como tripulante imaginária do estranho submarino “faz de conta” a praia da Praia da Vitória.

Inspirado nas comemorações dos 700 anos, a Marinha Portuguesa lançou em 2017 o projeto “Marinheiros da Esperança” em colaboração com os serviços de Pediatria do Serviço Nacional de Saúde, sob a coordenação do Centro Hospitalar de São João do Porto. No âmbito deste projeto, as crianças hospitalizadas foram convidadas a revisitar a história de Portugal e sua secular e extraordinária relação com o mar. Dos trabalhos nasceu um livro ilustrado com prefácio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lançado em janeiro deste ano e disponível online através do endereço https:// www.marinha.pt/conteudos_externos/marinheirosdaesperanca/mobile/index.html.

De regresso a Lisboa o navio-escola Sagres navega agora em águas territoriais portuguesas e dirige-se à Praia da Vitória onde atraca a 18 de agosto, permanecendo até 21. Durante a estadia recebe visitas do público e expõe os “Painéis da Esperança”. Jornal da Praia (JP) através das suas plataformas online, nomeadamente a página da rede social Facebook®, dá conta do projeto e divulga os horários de visita do público, ilustrando a publicação com o desenho da pequena Yara. Instantes depois a informação é partilhada pela página dos “Marinheiros da Esperança” e num ápice chega ao conhecimento de Lucília Correia, mãe da Yara, que orgulhosa a mostra à sua princesa para enorme felicidade de ambas.

Na grande viagem 2018 do navio-escola Sagres, que partiu de Lisboa a 24 de abril e levou-o a 11 portos nacionais e internacionais embarcaram os “Painéis da Esperança” das “crianças que sonham com o mar”. Após a largada, um novo desafio foi

Lucília por mensagem eletrónica agradece ao JP a publicação do desenho da sua princesa que de tão feliz “até as lágrimas lhe vieram nos seus lindos olhos”, e continuando os agradecimentos, faz-nos uma surpreendente revelação: “A Yara nunca foi

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YARA ANDRADE, menina de 7 anos com doença crónica realizou na Pr rés de esperança de agosto rebentaram ondas de felicidade em novem ver o mar nem sabe o que isso é!” e, mesmo assim, relata, “foi engraçado vê-la desenhar a Praia da Vitória, pois ela nunca foi a uma praia e soube tudo o que existe numa praia”. Por mais incrível que possa parecer, neste Portugal de mar, em pleno século XXI, há crianças que nunca o viram! Para Ana Príncipe, grande mentora deste magnífico projeto, “isto não é para chocar é para pen-

sar” e sobretudo agir. Numa solidária congregação de vontades dos “Marinheiros da Esperança” e do JP com o imprescindível apoio do Alojamento Local – Nandes Place, Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, restaurante “O Pescador”, Subway® da Praia da Vitória, restaurante/Bar “A Garça”, Delman Bar & Lounge e Município da Praia da Vitória, a Yara partia a 10 de novembro rumo a uma “Grande Aventura” na Praia da Vitó-


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ONTADES E FAZ UMA CRIANÇA FELIZ que sendo feita de mar e a areia, foi também de natureza e cultura, mas acima de tudo de esperança, a esperança de acreditar que congregando boas vontades é possível projetar coisas absolutamente extraordinárias: Fazer uma criança feliz.

VOZES DE EMOÇÃO Nesta espetacular jornada de esperança a Yara veio acompanhada pelo pai, José Andrade, pela mãe, Lucília Correia e pela educadora do CMIN, Ana Paula Martins. Carla Félix foi a grande anfitriã de um programa traçado pelo JP.

raia da Vitória um grande sonho: ver o mar e brincar na areia. Das mambro. ria. Depois de uma emocionante partida ao final da tarde, com direito a serenata por parte da Tuna do Orfeão Universitário do Porto e reportagem televisiva para o programa da RTP1 “Praça da Alegria, ao cair da noite, a chegada foi marcado por uma calorosa receção por parte da equipa do JP, Sebastião Lima, diretor, Francisco Ferreira, diretor-adjunto e Francisco Soares, coordenador de edição, a que se juntaram a coordenadora da página “Maré de Poesia”, Carla Félix PUB

e a simpática e generosa proprietária do alojamento local “Nandes Place”, Mavília Arruda. Assinalando o início de uma aventura que todos desejam memorável, foi entregue à Yara uma pequena caixa, especificamente decorada para o efeito e destinada a servir de repositório dos “tesouros” encontrados ao longo desta empolgante façanha. Seguiram-se três dias de contagiante felicidade espelhada em constantes sorrisos e no intenso brilho dos seus negros olhos. Uma alegria

Concretizado o sonho, no horizonte de outros a realizar pelos “Marinheiros da Esperança”, a Yara leva gravado na memória algo que também está na ponta da língua, “a areia preta da Praia da Vitória”. Pelo meio, nesta viagem de descoberta há “uma surpresa má”, diz a gulosa Yara, “os biscoitos”, pois não é que estes “biscoitos são de pedra e não de comer!”. Esta aventura nasceu com um desenho, “desenho que agora seria diferente”, afirma a Yara – e acreditamos nós – porque enriquecido com outras vivências e feito de traços de pura felicidade. A aventura da Yara foi também uma aventura para a restante família. José Andrade viajou de avião pela primeira vez e não conhecia os Açores, mas o que verdadeiramente lhe marca “é a felicidade da Yara”, porque “ela merecia esta alegria depois de tudo o que já sofreu”, disse num tom de voz abafado pela emoção. Lucília Correia, que já esteve na ilha Terceira afirmou, “foi muito bom ver como a Yara ficou radiante ao ver a praia da Praia da Vitória, as brincadeiras dela na areia, tomar banho pela primeira vez na sua vida, foi mesmo muito bom ver tudo isso... Enfim vê-la feliz”, acrescentando, “a

Yara vai ter história para contar por muito, muito tempo mesmo”. Por sua vez a educadora, Ana Paula Martins, realçou toda a importância do projeto “Marinheiros da Esperança” e defendeu a sua continuidade. “Já o disse e já o escrevi na página da Marinha Portuguesa que este projeto tem que continuar, porque há muitas ‘Yaras’ pelo nosso país e nós temos que fazer mais crianças felizes”. Agradeceu a envolvência do JP. “Este é um projeto pioneiro que o JP abraçou com muito calor e carinho, pelo que o louvamos e agradecemos de braços abertos”. “À Carla Félix, um bem-haja! Pois, fiel à profissão que abraçou encarou esta iniciativa como uma missão”, por fim, confidenciou “entrei nesta iniciativa como profissional, mas acabei por embarcar no sonho da Yara e reviver a minha própria infância também ela com uma forte ligação ao mar e à praia, e assim, partilhei todas as suas emoções”. Em agosto, o navio-escola NRP Sagres aportava na Praia da Vitória carregando sonhos dos “Marinheiros da Esperança”. Em reportagem, na edição impressa n.º 528 escrevíamos, “Áurea de esperança chega pelo mar e envolve a Praia da Vitória”, rematando, que as ondas da esperança “rebentem no coração de cada um de nós, pois, por vezes, os nossos pequenos gestos são para alguém ENORMES!” Hoje, a Yara já viu o mar e já sabe o que isso é. Realizou um sonho e está feliz. Que esta felicidade a fortaleça e lhe permita vencer todas as difíceis batalhas que tem pela frente. Para nós (todos os envolvidos nesta aventura de esperança) já conseguimos a nossa grande vitória: Fizemos uma criança feliz! JP•


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HERÓIS DE UMA AVENTURA DE ALTRUÍSMO Por detrás da magnífica jornada de solidariedade que permitiu à Yara ver o mar pela primeira vez, estão homens e mulheres de coração muito “Grande”.

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sonho tornado realidade na aventura de felicidade que apresentamos na reportagem em “destaque”, deveu-se ao contributo de muitos corações solidários que unindo-se proporcionaram novas vivências à brava marinheira Yara. Para além do mar a Yara também viajou de avião pela primeira vez. As passagens aéreas tanto da Yara como da restante comitiva foram patrocinadas pelo projeto “Marinheiros da Esperança” da Marinha Portuguesa.

NANDES PLACE – AL Durante a estadia na Praia da Vitória a Yara, família e educadora, estiveram alojados no “Nandes Place – Alojamento Local”, graças à solidariedade de Mavília Arruda, proprietária do estabelecimento que desde a primeira hora se associou ao projeto. “Foi com muita alegria que entrei neste projeto e estou muito contente por ser parte dele. Ver a felicidade desta menina, para mim que trabalhei ao longo da minha vida toda com crianças enquanto professora, deixa-me de coração cheio e esta sensação supera quaisquer ganhos económicos que por estes dias pudesse ter”..

SCMPV A Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, providenciou o transporte para os passeios e ofereceu duas refeições no “Etis Bar” para toda a comitiva. Além disso, recebeu a pequena Yara no seu Salão Nobre onde a presenteou com vários livros alusivos à instituição e a convidou a assinar o livro de honra, onde constam prestigiadas assinaturas, uma das mais recentes, a do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O PESCADOR O jantar de boas-vidas com a tradicional Alcatra da ilha Terceira ocorreu no restaurante “O Pescador”, oferecido à comitiva pelo proprietário José Almerindo Costa, que também presenteou a pequena Yara com um Golfinho de peluche cor-de-rosa, imediatamente batizado de “Vitória”. “Trazer uma criança a ver o mar e a

estar numa ilha pela primeira vez é algo grandioso a que nós nos associamos com muito orgulho, de resto dentro das nossas possibilidades e sempre que nos solicitam temos vindo a apoiar várias causas e fazemo-lo sempre com todo o gosto por parte de toda a equipa”, explicou José Almerindo Costa.

realizar sonhos de crianças, especialmente as dirigidas a crianças com problemas de saúde. Assim, para nós, não só nos associamos com muita satisfação como foi um privilégio podermos contribuir para a realização do sonho da Yara que como se vê está feliz. Um bem-haja a todos os envolvidos”.

SUBWAY PRAIA VITÓRIA

DELMAN BAR&LOUNGE

No segundo dia de estadia na ilha Terceira o almoço foi patrocinado pelo “SUBWAY® da Praia da Vitória” de Ângela Vieira que lhe preparou uma calorosa receção, oferecendo-lhe uma “T-Shirt”. “O Subway da Praia sentiu-se muito honrado por se terem lembrado de nós para este projeto de solidariedade e, portanto, foi com naturalidade, emoção e alegria que a ele nos associamos. É algo que ficará gravado na nossa memória e oferecemos uma camisola para que ela se lembro do Subway da Praia com vista para o mar que veio ver”, disse a simpática anfitriã.

O último jantar na ilha Terceira foi oferecido pelo “Delman Bar & Lounge” e ocorreu no dia 12 de novembro. Délcio Carvalho, proprietário, começou por congratular o projeto ”Marinheiros da Esperança” da Marinha Portuguesa e o JP pela iniciativa. De seguida, afirmou, “de uma forma geral nós tentamos sempre de uma maneira ou de outra ajudar os projetos de solidariedade que nos apresentam e foi com este espírito de ajuda, que nos caracteriza, que entramos também neste. Todos os projetos de solidariedade fazem toda a diferença para quem deles beneficia. É, portanto, com muito gosto que somos parte desta iniciativa de trazer uma menina à nossa Região para ver o mar”.

A GARÇA O Restaurante Bar “A Garça” também se associou ao projeto proporcionando à comitiva o jantar do segundo dia. Pedro Melo, proprietário, afirmou ao JP; “Foi com enorme satisfação que o nosso restaurante se associou a este projeto. É sempre louvável as iniciativas destinadas a

CMPV Na qualidade de presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Tibério Dinis, recebeu a Yara no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no fim da manhã de terça-feira, 13 de no-

vembro. Depois de uma breve conversa onde Tibério Dinis se inteirou com maior detalhe do projeto “Marinheiros da Esperança”, e das circunstâncias que originaram a sua vinda à Praia da Vitória, o edil quis saber da boca da pequena Yara o que mais lhe havia agradado. A resposta foi a esperada: “Praia e mar”. Presenteou a pequena Yara com vários objetos escolares com motivos da ilha Terceira e da Praia da Vitória, despedindo-se da comitiva com votos de felicidades em especial à Yara.

RECANTO Tendo conhecimento da aventura da Yara por terras praienses, o “Recanto Soulfood & Bar”, ofereceu-se para presentear a pequena Yara com alguns doces tradicionais da ilha. Assim, antes da partida para o aeroporto na viagem de regresso ao Porto, a Yara recebeu das mãos de Lurdes Branco, uma caixinha com “D. Amélias” e outra com “Condes da Praia”. Muitos foram os corações de solidariedade que contribuíram para realizar o sonho da Yara e fazê-la feliz. O JP agradece publicamente a todos eles, dirigindo um agradecimento especial à Carla Félix, também ela maré das muitas marés de esperança desta magnifica aventura em que todos são heróis. JP•

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NA IV ELIMINATÓRIA DA TAÇA DE PORTUGAL FRENTE AO SC BRAGA

PRAIENSE REVELA QUALIDADE E PERSONALIDADE Após sofrer o primeiro golo, equipa liberta-se e evidencia “raça” de campeão.

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bel Ferreira, técnico dos bracarenses, já havia avisado que não esperava facilidades para o jogo (25.11.2018) da IV eliminatória da Taça de Portugal Placard frente ao líder da série “D” do Campeonato de Portugal – Sport Club Praiense. E de facto, a equipa da Ladeira de São Francisco vendeu muito caro o seu afastamento da edição 2018/2019 da prova rainha do futebol português. Com uma estratégia defensiva muito bem montada pelo “mister” Francisco Agatão, o Braga, com 7 alterações em relação ao último jogo (FC Porto), não revelou engenho nem arte para rasgar a malha defensiva do Praiense e foi com perfeita naturalidade que as equipas regressaram aos balneários, após os primeiros 45 minutos, com um nulo no resultado. A segunda parte acabara de começar (47 minutos) e o SC Praiense sofre um enorme revés, golo do Braga, apontado por João Novais com remate no coração da área. Temia-se o pior, mas o Praiense reagiu com a PUB

força e o acreditar que caracteriza os grandes campeões e em pleno Estádio Municipal de Braga, frente ao 3.º classificado da Liga NOS, um dos grandes do futebol português, explanou toda a sua qualidade e personalidade unanimemente reconhecido pela imprensa desportiva de âmbito nacional. E o acreditar fez sonhar aos 74 minutos com o golo do empate apontado por João Peixoto através da transformação de uma grande penalidade. Com o prolongamento no horizonte, o que seria inteiramente justo face prestação dos “vermelhos” da Praia, o sonho desvaneceu-se aos 89 minutos com o 2-1 assinalado por Paulinho ditando o resultado final. No final do encontro, em declarações à agência Lusa, Francisco Agatão vivia sentimentos contraditórios, um misto de satisfação e frustração. “É um momento feliz e infeliz. Feliz pela postura e atitude abnegada e, em alguns momentos, com a qualidade da equipa, mas infeliz pelo resultado e pela forma como aconteceu, na parte final da partida, quando já estávamos a preparar o prolongamento e não tínhamos esgotado todas as substituições. A qualidade de

execução do segundo golo do Braga, quer do livre, quer do cabeceamento do Paulinho, ditou o resultado. São os detalhes do jogo e contra isso nada feito. Mas a boa exibição dignificou a equipa, a região e a cidade da Praia da Vitória, todos os açorianos estarão orgulhosos”, disse. “O propósito era retardar ao máximo o golo do Braga, defensivamente estivemos bem, a sair não tivemos tanta qualidade, mais pela pressão alta do Braga, mas ainda assim tivemos uma boa oportunidade, faltou melhor decisão ao Danny. Depois de sofrer o primeiro golo, as alterações que fizemos deram cariz mais ofensivo à equipa, os jogadores libertaram-se e fomos felizes no golo, mais do que merecido pelo momento que atravessávamos. Mais do que o relaxamento do Braga, foi a nossa postura que obrigou o Braga a cometer erros”, destacou Francisco Agatão.

EQUIPAS AÇORIANAS DE FORA A 4.ª eliminatória da Taça de Portugal Placard disputada de 22 a 24 de novembro ditou o afastamento dos três clubes açorianos em prova. Para além do afastamento do SC Praiense, que na época anterior atingiu a 5.ª eliminatória e em 2015/2016 também se ficou pela 4.ª ao ser afastado em Al-

valade pelo Sporting por 5-1, o Santa Clara no Estádio de São Miguel viu-se afastado pelo Desportivo de Chaves ao ser derrotado por 1-2, enquanto o FC Vale Formoso, do Vale das Furnas, sofreu expressiva derrota frente ao CD Tondela por 7-1.

A LAMENTAR Imaculada a forma como dirigentes e técnicos do SC Braga reconheceram e elogiaram a excelente prestação da equipa da Praia da Vitória. A lamentar, a forma como na qualidade de promotor recebeu e tratou o pequeno mas entusiástico grupo de adeptos do Praiense. Num estádio “às moscas” os adeptos encarnados, cerca de 150, foram colocados, como que enjaulados, no 5.º andar do Estádio a largos metros do centro das atenções. Mas o mais incompreensível ainda estava por chegar. Orgulhosos os adeptos estenderam uma grande bandeira sobre as bancadas, com o símbolo do clube e os dizeres de incentivo “Força Praiense, desde 1947”, mas inexplicavelmente a organização mandou retirar a referida bandeira, para grande desconforto dos próprios profissionais que faziam cumprir a ordem. JP•


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EDITORIAL & OPINIÃO | JP

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17 DE NOVEMBRO DE 1975 ...O ESCAMOTEAMENTO DE UMA DATA

E DITORIAL Associação de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória

Sonho traído por quem incumbido da proclamação unilateral da nossa maioridade como Povo, recuou quanto ao prometido aos seus pares. Como em tudo que movimenta massas, foram diversos os “ses” com que se depararam aos mentores do ”17 de Novembro”. Foram eliminados pela certeza de uns quantos, que a data mereceria referência no futuro.

A

Corporação de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, foi fundada em 11 de Outubro de 1984, por um grupo de notáveis praienses empenhados no desenvolvimento e prestigio da então novel cidade da Praia da Vitória. No nascimento desta corporação de bombeiros voluntários, teve um papel fundamental o Senhor Romeu Augusto Costa, que era da Chefia dos Bombeiros Profissionais do Destacamento Norte Americano da Base das Lajes, e o Dr. Alvarino Pinheiro, que na altura era o Presidente da Direcçao do Grupo de Amigos da Praia da Vitória, Associação Recreativa e Cultural, proprietária do Jornal da Praia da Vitória, e esta associação assumiu “a responsabilidade e o encargo da criação da Associação de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, o que foi feito com entusiasmo e graciosamente.” A Corporação de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória foi constituida por escritura pública no dia 11 de Outubro de 1984, com as respectivas despesas, todas suportadas pelo Grupo de Amigos da Praia da Vitória, cuja comissão fundadadora se compunha de 17 elementos: Dr. Eduardo Ferraz da Rosa, Romeu Costa, Dr. Alvarino Pinheiro, António Alves Barroso, Dr. Luis Filipe Cota Moniz, Olivio Pontes, José Goulart Fialho, Dr. João Maria Rego, Jorge Borges, Helder Rosa, Franciso Jorge Ferreira, Guilherme Lima, Silvestre Valentim Meneses, António Lima, Carlos Cabral, Elmiro Aguiar e Padre Candido Botelho Falcão. A Associação de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, desde o seu inicio e apesar de inúmeras vicissitudes nem sempre fáceis, consegiu sempre ao longo destes anos desempenhar as suas funções de forma bastante positiva, que orgulha todos os praienses e dignifica de forma relevante esta instituição. A comprovar estes factos, de que os Bombeiros da Praia estão entre os melhores é o seu inegável palmarés: um titulo de Campeão do Mundo de Trauma em 2017, e um segundo lugar este ano no Campeonato Mundial de Trauma (World Rescue Challeng 2018), que sucedeu em Outubro na África do Sul, nomeadamente na Cidade do Cabo. Estão de parabéns novamente os nossos Bombeiros da Praia em geral, e em especial a equipa de bombeiros que participou naquelas provas na Africa do Sul, constituida por Bruno Espinola e Carlos Pacheco, treinados por Fernando Leite, e o seu Comandante Alexandre Cunha que os acompanhou à Cidade do Cabo. O Jornal da Praia não pode deixar de registar estas importantes proezas dos Bombeiros da Praia da Vitória, que numa prova complexa em que conseguiram o segundo lugar na competição de trauma e conquistaram o terceiro lugar na competição Standard, consagrando-se assim vice campeões do mundo, orgulho para a nossa terra e orgulho para os Açores. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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José Ventura*

7 de Novembro de 1975, a maior manifestação da história dos Açores. Manifestação abrangente a todo a arquipélago açoriano. Dia em que acreditávamos, se ia proclamar a independência dos Açores. Se alcançado esse sonho, hoje, estaríamos a celebrar o XLIII aniversário da Pátria Açoriana. Sonho traído por quem incumbido da proclamação unilateral da nossa maioridade como Povo, recuou quanto ao prometido aos seus pares. Ainda hoje perguntamos o que sucedeu… pois, ao nosso 17 de Novembro, deve Portugal, o seu 25 do mesmo mês com a intervenção do chamado “Grupo dos Nove” que libertou o rectângulo Luso de uma guerra civil, derrotando os SUV (Soldados Unidos Vencerão) grupo apologista de uma República Popular. De uma manifestação, reivindicativa de apoio à junta regional, contra o governo de Lisboa e pelo referendo, extravasou mais uma vez o grito de Liberdade, Independência e de intimidação traduzida no slogan “Lisboa escuta… os Açores estão em luta” ouvidos, cinco meses antes. Quer o 6 de Junho quer o 11 de Novembro de 1975, são projectados e organizados pelo PPDA, não podendo esquecer que, os movimentos independentistas dos quais se destacava a FLA, participavam quer na sua organização quer na sua execução. De referir que no 17 de Novembro, o CDS teve parte importante com forte empenho do seu Secretário Geral da altura que apontava à realização de um referendo. Não excluir de qualquer das duas manifestações, a participação de muitos açorianos de simpatia e filiação partidária socialista. O que se depreendia que “Os Açores em primeiro”.

Hoje queremos afirmar: - o 17 de Novembro de 1975, confirmou a autenticidade do querer do Povo Açoriano manifestado no “6 de Junho”, quanto à libertação do poder centralista e colonizador de Lisboa. Portugal sempre usou e continua a usar os Açores conforme as suas conveniências. Ao 17 de Novembro de 1975, (aqui referido seis vezes) nunca será de mais recordá-lo e, afirmar que, poderia ter sido o “corolário” o resultado positivo para a concretização efectiva da divisa que os Açores ostenta no seu Brazão datada 13 de Fevereiro de 1582 e que reza “«ANTES MORRER LIVRES, QUE EM PAZ SUJEITOS», livrando-nos da ostentação do símbolo colonialista, aposto na nossa Bndeira. Da Autonomia Política/Administrativa, advinda desses dois eventos aqui referidos, que contruída de forma subterfugia, ardilosa, não passa de um documento mentiroso como é a própria Constituição que o arquiva. Lamentamos que “tantos” e, (são muitos) que vimos na rua, gritar a intenção emancipadora do Povo a que dizem pertencer, se tivessem deixado vender por um “tacho”, por uns subsídios, por uns convites de circunstância numa posição de subserviência, servindo o poder de ocasião instituído. Disseram e dizem-se independentistas. Convenientemente assumem-se autonomistas. Numa época jogam num clube e noutra mudam de camisola. Pobres criaturas… são tantas infelizmente. São eles que tendo participado activamente no 17 de Novembro de 1975, tentam escamotear a data e o seu significado. Quem sabe, se um dia a exemplo do “filho pródigo” não regressarão?

Se o 17 de Novembro de 1975, não tivesse encontrado uma série de “pedregulhos” no seu caminho, até à proclamação da Constituição gerada pela então Assembleia Constituinte e, ao consentimento da humilhante autonomia concedida pela mesma, não estaríamos sujeitos: Ao desaparecimento das nossas companhias de navegação, um banco e uma companhia de seguros de implementação internacional, o desmantelamento de um tecido económico industrial. possuidor de fortes empresas geradoras de trabalho e capital (são vários os exemplos). À proliferação de incompetência e do compadrio, dum tecido político familiar de amigos para amigos, exemplificado no quadro partidário de um país rico em escândalos e corrupção. À volta de um colonialismo assoberbado no “roubo” do que nos pertence, o Mar e suas profundezas, o espaço aéreo, a utilização da nossa situação geoestratégica e por aí adiante. O silenciar da nossa voz e a transmissão da nossa imagem para o mundo (o sequestro da RTPA) Exemplos são tantos, atente-se ao aumento das visitas dos “inspectores do cacimbo” são eles: - Ministros, Secretários de Estado, Directores Gerais etc. etc. Da necessidade de manter uma caterva de generais/almirantes e quejandos, com a acção psico social de presença a exemplo do então sucedido nas colónias, ditas de províncias ultramarinas e, para terminar: a bofetada que nos veio dar “dentro portas” o senhor Professor Marcelo Rebelo de Sousa, Digníssimo Presidente da República Portuguesa no dia 9/10 de Junho p.p. com a afirmação do “aqui também é Portugal “ ostensivamente demonstrada com a força militar que se fez acompanhar e a “esconjuração” dos símbolos açorianos (a sua Bandeira e o seu Hino). “Quando um povo se ergue à altura Da sua nobre missão, Põe na Carta d’Alforria A mais nobre aspiração.” (Da primeira letra do Hino Autonomista 1894) (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. •

SENSIBILIDADES Por: Silveira de Brito om o andar do tempo a sensibilidade com que reagimos aos acontecimentos e às pessoas vai mudando sem que, muitas vezes, nos apercebamos; frequentemente só passado bastante tempo caímos na conta da mudança. É natural que isso nos aconteça e é precisamente porque a mudança é natural que pessoas e grupos procuram intervir, procurando orientá-la em determinado sentido tido por correcto ou mais consentâneo com os inte-

C

resses de quem a pretende orientar. Muitas vezes só damos pelas alterações perante novos comportamentos que chocam a nossa sensibilidade. Não há muito tempo fui a um casamento em que me apercebi de mudanças que me chocaram e são a prova provada de que a sociedade portuguesa está bastante diferente. Era um casamento católico. Cheguei com alguma antecedência, como é meu costume. Cumprimen-

tei familiares e conhecidos e, como a hora marcada para a celebração se aproximava, entrei na igreja e procurei lugar nos bancos; sentei-me e tentei concentrar-me, mas era impossível. As pessoas conversavam com o à vontade de quem está numa esplanada a tomar um copo. Dei por mim a ouvir as conversas à minha volta; umas senhoras comentavam as bonitas toaletes das jovens e menos jovens que aguardavam o início (Continua na página seguinte)


JP | OPINIÃO

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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XLI)

REPENSAR A UNIÃO EUROPEIA E OS AÇORES

Q

António Neves Leal

uando há trinta anos me candidatei ao Parlamento Europeu, integrado na lista nacional do Partido Socialista, encabeçada pela Engenheira Maria de Lurdes Pintasilgo, tive o ensejo e grande curiosidade de ler o importante livro de Edgar Morin «Penser l’Europe» (1), então na berra e muito badalado. Mal comecei a leitura, fiquei logo muito entusiasmado com as brilhantes análises e ousadas propostas desse notável e influente pensador. Através da sua descodificação fui discernindo paulatinamente muitas semelhanças com a realidade açoriana. A Europa era (e continua a ser por enquanto) um conjunto de países, cada um com as suas peculiaridades próprias, suas maneiras diversas de viver, pensar e encarar a existência e o mundo. As comunidades de cada país e suas regiões tinham (continuam a ter) forte apego aos seus valores e tradições, à sua história e geografia nacionais e, nalguns casos, outros também com aspectos regionais dignas de atenção. Tudo isso tinha enorme peso no tecido social e nas culturas desses países e/ou dessas regiões. Em suma, a Europa, na melhor das hipóteses, poderia tornar-se uma confederação de países, todavia nunca uma federação imposta à força e à pressa, como pretendiam alguns teimosamente, sem consulta dos cidadãos europeus, os mais interessados. A Comunidade Económica Europeia

(C.E.E.) e sua sucessora, hoje a designada União Europeia, foram duas das três etapas de um projecto ambicioso pensado por homens, sérios e tidos como superiores, idealistas, generosos e visionários— os Pais da nossa Europa, longamente sonhada. O mesmo aconteceu com os paladinos da nossa Autonomia Regional. Em ambos os casos, a política seguida subestimou a pedagogia e a cultura, duas condições essenciais e necessárias à preparação dos povos, com vista aos desígnios dos novos tempos. Também não houve uma preparação adequada para a mudança, faltando persuasão e convencimento para os grandes benefícios da futura construção europeia. As grandes mudanças exigidas implicavam uma profunda alteração de mentalidades dos cidadãos. Os países candidatos, na sua grande maioria, não foram esclarecidos, nem consultados antes da adesão à Europa, através de referendo, um instrumento considerado indispensável a uma verdadeira e não fictícia união, e para a sustentação sólida do compromisso-contrato, assinado por cada um deles. A mesma omissão aconteceu em Portugal e na Região Autónoma dos Açores, onde os partidos tinham desabrochado como cogumelos e sem experiência política. A realidade arquipelágica, nos primórdios da autonomia das ilhas, era ainda desconhecida, embora alguns açorianos mais cultos e interventivos estudassem uma forma de motivar os agentes políticos e os partidos para a modernidade, o diálogo, o espírito de entreajuda e a unidade. E assim aos poucos, brotava um conceito novo que devia substituir os três antigos distritos insulares pela autonomia unitária do arquipélago. Esta última passou a ser uma realidade implantada e imposta pela força dos discursos inflamados de alguns políticos e jornalistas, mas descurando a formação cidadã dos açorianos. A noção de sociedade civil

de que tanto se fala, nos dias de hoje, não foi criada no seu devido tempo. A sementeira deu os frutos que agora estão à vista de todos, na União Europeia e nos Açores. A enorme abstenção nos diferentes actos eleitorais realizados não engana. As querelas actuais da Itália e da Grã-Bretanha com a Comissão Europeia e as ameaças de desmembramento da U.E. devem ser objecto de reflexão, ponderação e um alerta para o porvir. O egoísmo, o individualismo e o centralismo Pelo que vimos observando eles são os maiores males nalguns países e também entre nós. Os três males na esquina da apatia e desleixo estão a minar a democracia e a autonomia que o 25 de Abril de 1974 nos proporcionou. As duas estão cada vez mais adulteradas e desacreditadas, graças aos atropelos cometidos. A este trio junta-se ainda o bairrismo cego e doentio entre concelhos e entre ilhas. Nos Açores, ele já era prática antiga muito antes do regime autonómico actualmente vigente. Durante os dois últimos decénios, em vez de diminuir aumentou muito, à revelia de promessas incumpridas e outras retardadas, anos a fio, sendo depois apresentadas, despudoradamente, como grandes empreendimentos. A distribuição discriminatória das verbas orçamentadas paras as várias ilhas e o esquecimento de algumas medidas fundamentais para o progresso das mais necessitadas, não contribuem para a almejada região de desenvolvimento harmónico ou equilibrado, e têm vindo, ao invés, a fomentar um crescente centralismo autista e irritante, nada consentâneo com a existência de um arquipélago pobre como o nosso, situado na cauda da Europa e do nosso próprio País.

gional com alguma atenção desde 1976. Confesso que passados tantos anos, as mentalidades permanecem e os escolhos do passado continuem por remover. Não serve de nada esconder o que está à vista de todos. Nem vender fantasias e falácias ou fazer passeatas eleiçoeiras nas vésperas do eleitorado ir às urnas daqui a meses. É preciso falar verdade e enfrentar as realidades. E sobre esta tomada de posição não resisto a transcrever, com a devida vénia, sábias e oportunas afirmações do Dr. Cândido Pamplona Forjaz, de quem fui aluno dois anos e com ele muito aprendi. Elas foram extraídas do seu livro «Memórias» (2) e proferidas a um grupo de micaelenses em P. Delgada, a 19.12.1976. «É que, senhores e amigos, nós devemos encarar as realidades de frente, E elas dizem-nos que continua pendente e até infelizmente (embora só momentaneamente) a certos respeitos agravado, o contencioso entre S. Miguel e Terceira. Ora, no momento presente, com a nossa incipiente autonomia sujeita a golpes baixos de quem dela quer fazer um instrumento de vitória partidária e não o motor de uma progressivamente acelerada melhoria de vida de todos os açorianos, inversamente proporcional à actual situação das nossas nove comunidades--neste momento não há que temer encarar essas realidades. Pelo contrário: é preciso trazê-lo à luz do sol com toda a sinceridade e calma, analisá-las friamente, expurgar o que possa ser fruto da paixão para só sobrenadar o concreto, aquilo que possamos ponderar e avaliar à luz serena da razão. E então, sim, será fácil que conduzam a soluções justas e profícuas». (1) Editions Gallimard, 1987-Paris. Há uma edição portuguesa “Pensar a Europa”-Publicações Europa-América, 1988. (2) Memórias, págs. 354,355, Angra, 1984.

Venho seguindo o rumo da política re-

SENSIBILIDADES (Conclusão da página anterior)

da cerimónia; outros conversavam sobre as notícias da véspera; outros, ainda, porque não se encontravam há muito, tentavam pôr a conversa em dia. Estávamos num templo, num lugar sagrado destinado a actos de culto, mas isso parecia não ser percetível para a grande maioria dos presentes. Dir-me-ão que hoje grande parte dos portugueses, mesmo os que se dizem católicos, não tem prática religiosa e perdeu a sensibilidade ao sagrado. Até concordo com a explicação, mas essa perda, em meu entender, não justifica o à-vontade como as pessoas se comportavam. Admito que a sensibilidade delas não lhes tenha permitido captar o sagrado do lugar, mas penso que todas elas sabiam que há espaços criados com uma dimensão especial para os crentes, isto é, espaços sagra-

dos, que devem merecer respeito, porque esse respeito pelo lugar é o respeito pelas pessoas crentes que estavam no templo. Contrariamente ao que assisti uma vez, nenhum responsável pela igreja se atreveu a ir ao micro lembrar que estávamos num espaço consagrado à oração, pelo que pedia silêncio. Só com a entrada da noiva se fez um pouco de ordem na assembleia e a cerimónia desenrolou-se sem grandes desassossegos, a não ser no chamado “abraço da paz”. Terminada a cerimónia, e como é hoje comum, todos se dirigiram para uma quinta, para continuar a festa. Como é habitual, o copo de água estendeu-se por largar horas: chegada dos noivos, entradas e aperitivos servidos de pé, consulta da composição das mesas e procura dos respectivos lugares, entrada solene dos noivos na sala, etc. Como é longo o tempo que costuma mediar entre os diversos pratos, as pessoas

cirandavam pela sala e não só, algumas iam ao bar tomar um café ou um digestivo. Também em determinada altura resolvi levantar-me e dirigi-me à zona de bar. Estavam bastantes jovens à conversa, a fumar e a tomar alguma bebida. Reparei num primo meu que estava sentado ali perto e resolvi dirigir-me a ele. Mal dei o primeiro passo, ouvi uma jovem muito bem vestida mimoseando um dos presentes com esta invectiva no mais puro vernáculo: “oh meu filho daquela pura senhora!”, mas a direito, sem mais aquelas. Embora viva no Norte há mais de 50 anos, ainda não me habituei a esta terminologia, principalmente na boca de uma jovem ou senhora; tive a sensação que me arranhava os ouvidos. Cheguei junto do meu primo e perguntei-lhe: “ouviste?” Não tinha ouvido, porque estava distraído. Quando lhe repeti a invectiva, confessou: “eh Pá, sou nortenho, como sabes, mas este linguajar incomoda-me, nunca me habituei a ele!”; já eramos dois com a

mesma sensibilidade. Eu bem sei que muita desta linguagem não é utilizada com intenção, é um hábito inveterado. Até admito que seja por pobreza vocabular que muitos jovens e menos jovens recorrem ao palavrão; hoje lê-se pouco, os estudantes não são incentivados a enriquecer o seu discurso, e faltam-lhes instrumentos linguísticos para expressarem o que sentem. Como quer que seja, o uso deste “vernáculo” é lamentável; à-vontade e boa educação são fáceis de conjugar e nunca fizeram mal a ninguém. Uma sociedade evoluída não deve atender apenas aos trajos que veste, às viagens que faz e à tecnologia que usa, mas, também, ao discurso que utiliza e ao ambiente que com ele cria; um ambiente em que o palavrão é corrente, descai para uma boçalidade inaceitável e que devia escandalizar.


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MARÉ DE POESIA | JP

2018.12.07

M

aré de Poesia, continua a desvendar poetas e poetisas da nossa ilha e nesta edição recebe a primeira participação da poetisa angrense Mena Santos, que num poema de Saudade evoca o amor maternal. Endereçamos os parabéns a Or-

QUERO CANTAR A SAUDADE Ó ONDAS DO MAR DEIXAI-ME EMBARCAR DEIXAI-ME VOLTAR EM BARCA ESTILOSA EM ONDA DITOSA QUERO LÁ CHEGAR A VIDA DISTANTE É AGITANTE E CHEIA DE GUERRA HÁ MUITO OPORTUNO E HÁ MAIS GATUNO QUE NA NOSSA TERRA AQUI É DIFERENTE HÁ MUITA GENTE QUE ESTÁ AUSENTE ESTÃO A SORRIR MAS SABEM FINGIR MESMO À NOSSA FRENTE ESTRELAS DO CÉU OLHEM QUE EU SOU RÉU DA TRISTE VENTURA SOIS AS COMPANHEIRAS MENINAS SOLTEIRAS DA MINHA AMARGURA QUERO CANTAR A SAUDADE E VER NOS TEUS OLHOS TODA A VERDADE QUERO CANTAR EQUIDADE E VER NOS TEUS LÁBIOS SINCERIDADE Orlando Gomes Sabes…? Tenho saudades tuas. Sei que estás bem Mas sou tua mãe… Tenho saudades tuas. Sei que estás a crescer E não me deves entender, Mas sou tua mãe… Tenho saudades tuas, De pegar te ao colo E sei que já és grande. Mas sou tua mãe… Vou ter sempre saudades tuas! Independentemente da tua altura, Da tua idade, Condição física etc, etc , etc … Entre sóis e luas … Porque te quero bem … Mais que ninguém Hei de ter sempre saudades tuas… Sempre que me chames de mãe. Mena Santos

lando Gomes, poeta praiense, que recentemente venceu o 1º. Prémio num concurso de poesia levado a cabo pela Palavra Cantada – Associação de Cultura de Vila Franca de Xira, com o poema que aqui partilhamos.

RECANTO DE POESIA II

FAROL NA PONTA DO CAIS! O FAROL OBSERVA O MAR E O NAVIO CHEGANDO NO AMANHECER RAIAR DO SOL CLAREANDO. O NAVIO NA MARÉ MANSA AVISTA A TERRA QUE TEM UM SORRISO DE CRIANÇA NO COLO DE SUA MÃE. FICA FELIZ O FAROL ENTRE O MAR E A SERRA COM O CALOR DO SOL AQUECENDO A TERRA. O RAIAR ESPLENDOROSO DO SOL ENCANDEIA A MANHÃ VIÇOSA ATÉ A LUZ DO FAROL FICA MAIS LUMINOSA. O SOL FAZ REFLEXO COM O MAR E ILUMINA A PONTA DO CAIS OS PESCADORES PARTEM A PESCAR E OUTROS QUE NÃO VOLTAM MAIS. O SOL RAIA A NUVEM DO CÉU AZUL SEMPRE FORTE E DESTEMIDO PERCORRE DESDE O NORTE AO SUL ATÉ O MUNDO FICAR AQUECIDO. O FAROL SORRI AO AZUL DO CÉU A COR DO MAR PROFUNDO COBRINDO COM LINDO VÉU TODOS OS CANTOS DO MUNDO.

N

o passado dia 20 de Outubro, pelas 21h00 realizou-se o segundo Recanto de Poesia, no Bar/Restaurante Recanto, situado no Centro Comercial da Praia da Vitória – Rua de Jesus, com a participação de poetas e poetisas que dão cor as páginas de Maré de Poesia, redescobrindo o gosto pela poesia na nossa cidade. ATRACA O NAVIO NO CAIS SEM QUAISQUER SARILHOS OLHA AOS HOMENS COMO PAIS QUE ABRAÇA OS SEUS FILHOS. A SEGUIR CHEGAM PESCADORES COM OS PEIXES FRESQUINHOS COM RUGAS E SEM DORES PARA ALIMENTAR OS FILHINHOS. A FAMÍLIA NO CAIS OS ESPERA SALVOS COM MUITA ALEGRIA OLHA OS PEIXES DE QUIMERA PARA O PÃO DE CADA DIA. A TERRA VAI AQUECENDO COM O SOL QUE AQUECE O MAR E A SERRA FICA MUITO FELIZ O FAROL

Com um número considerável de público o evento estendeu-se pela noite dentro estando presentes: Ricarda Hilária, Luís Costa, Jorge Morais, Angelica Borges, Fernando Mendonça, Carina Fortuna, Carla Félix, Carla Valadão, João de Deus Melo e contou com a declamação de dois poemas pela voz de Lurdes Branco, anfitriã do evento. •

AO VER A MAGIA ENTE MAR E TERRA. A MARÉ BATE EM SEGREDO COM SEU ESPLENDOR NÃO ERRA FORTE BATE NO ROCHEDO E AO BATER NÃO GALGA A TERRA. O FAROL ASSIM VAI SORRINDO COM A TERRA E COM O MAR O MAR SEMPRE BEM VINDO PARA O SER DA TERRA SUSTENTAR. O FAROL ADMIRA COM BELEZA A CRIAÇÃO TÃO PERFEITA E COMO É BELA A NATUREZA QUE POR DEUS FOI FEITA.

Paulo Jorge Ávila

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO: Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Mena Santos; Orlando Gomes; Paulo Jorge Ávila PAGINAÇÃO: FS/JP. participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetisas. Para participar envie o seu poema para maredepoesia@jornaldapraia.com. PUB

As


JP | INFORMAÇÃO

2018.12.07

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VOLEIBOL

NACIONAL DA II DIVISÃO ZONA AÇORES Seniores Masculinos

HOJE (07/12) Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

11.ª JORNADA | 08.12.2018

FUTEBOL

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

14.ª JORNADA | 09.12.2018 Olhanense

-

Ferreiras

Redondense

-

Casa Pia

Pinhalnovense

-

Angrense

Amora FC

-

Armacenense

Olímpico Montijo

-

SC Praiense

Moura

-

Sacavenense

1º Dezembro

-

Sp. Ideal

Louletano

-

VG Vidigueira

Real

-

Oriental

15.ª JORNADA | 16.12.2018 Casa Pia

-

1º Dezembro

Oriental

-

Olímpico Montijo

Olhanense

-

Redondense

Ferreiras

-

Louletano

Armacenense

-

Moura

Sacavenense

-

Real

VG Vidigueira

-

Pinhalnovense

Angrense

-

SC Praiense

Sp. Ideal

-

Amora FC

CAMPEONATO DOS AÇORES

10.ª JORNADA | 08/09.12.2018 Guadalupe

-

Águia CD

Operário Lagoa

-

Vitória do Pico

CD Fontinhas

-

Marítimo Gra.

CD Rabo Peixe

-

Cedrense

Graciosa FC

-

SC Lusitânia

11.ª JORNADA | 16.12.2018 Cedrense

-

Operário Lagoa

Marítimo Gra.

-

CD Rabo Peixe

Águia CD

-

SC Lusitânia

Vitória Pico

-

Guadalupe

CD Fontinhas

-

Graciosa FC

FUTSAL

NACIONAL DA II DIVISÃO SÉRIE AÇORES Seniores Masculinos

6.ª JORNADA | 15.12.2018 SC Barbarense

-

SC Lusitânia

Cedrense

-

Casa da Ribeira

Santa Bárbara

-

Santa Clara

Ladeira Grande

-

Posto Santo

7.ª JORNADA | 22.12.2018 SC Lusitânia

-

Santa Bárbara

Casa da Ribeira

-

Ladeira Grande

Santa Clara

-

Cedrense

Posto Santo

-

SC Barbarense

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CD Ribeirense

-

Angústias AC

CD Marienses

-

ADRE Praiense

AA Alunos

-

CDE Topo

SEXTA (07/12)

SÁBADO (08/12)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

12.ª JORNADA | 09.12.2018 CD Ribeirense

-

Angústias AC

CD Marienses

-

ADRE Praiense

AA Alunos

-

CDE Topo

DOMINGO (09/12)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SEGUNDA (10/12) Seniores Femininos

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

11.ª JORNADA | 15.12.2018 AJF Bastardo

-

C Kairos - B

CDE Topo

-

FC Calheta

Santa Cruz SC

-

ADRE Praiense

12.ª JORNADA | 16.12.2018 AJF Bastardo

-

C Kairos - B

CDE Topo

-

FC Calheta

Santa Cruz SC

-

ADRE Praiense

MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

TERÇA (11/12)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

CONCERTO TUBE JUICE Local: Praça Velha Hora: 20H00

QUARTA (12/12)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (08/12)

QUINTA (13/12)

DESFILE DE FILARMÓNICAS Local: Rua da Sé Hora: 15H00

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEXTA (14/12)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADOS

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 - Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2); 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 - Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 - Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoi-

SÁBADO (15/12)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (16/12)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA (17/12)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

tos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados

TERÇA (18/12)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGOS

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 - Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 - Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro

QUARTA (19/12)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

CONCERTO FADOALADO E FREDERICO MADEIRA Local: Teatro Angrense Hora: 21H30

QUINTA (20/12)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (10/12) CÂNTICOS DE NATAL CORO ALLEGRO Local: Escadaria da Sé Hora: 19H00

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

CONCERTO BREAK Local: Praça Velha Hora: 20H00 NOTA: Esteja na nossa Agenda Cultural geral@jornaldapraia.com

VILA DAS LAJES

Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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