Jornal da Praia | 0530 | 05.10.2018

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QUINZENA

05 A 18.10.2018 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 530 | Ano: XXXVI | 2018.10.05 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

DEPUTADOS RECOMENDAM

BAIRRO DE SANTA RITA

CAIS DE CRUZEIROS NA PRAIA NO CONCELHO | P. 3

www.jornaldapraia.com

CHEGARAM AS RESPOSTAS HABITAÇÃO | P. 5

PROGRAMA “ESTRELAS DO MAR” PREPARA CRIANÇAS PARA O MEIO AQUÁTICO DESPORTO | P. 11

PARÓQUIA DE SANTA CRUZ

ACOLHE CALOROSAMENTE NOVO PÁROCO DESTAQUE | P. 8, 9 E 10

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JP | CANTO DO TEREZINHA / MEMORIAL

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ESPECIALISTAS Na retórica sofista é comum completar-se o raciocínio com a expressão: “segundo especialistas”. Encerra-se a subjetividade e a argumentação assume contornos de verdade absoluta de cariz científico. E o que mais há, são especialistas! Zé Bola nasceu para o futebol e nele cresceu. Assíduo aos treinos é o primeiro a chegar. No domingo, é sempre titular, umas vezes a defender, outras a atacar, a maioria a neutralizar... ou porque o Rui está doente, ou porque o Fernando foi ao casamento da irmã, ou porque o Manel viu a cartolina vermelha. O Zé sente-se especialista da bola, mas os suplentes, invejosos, chamam-lhe “tapa buracos”. António Obra, cansado de estudar os li-

vros que nunca leu, abandonou a escola e foi trabalhar na construção civil. Nas obras é o preferido do encarregado, pois tanto traça e carrega os baldes de massa como sobe ao andaime e assenta blocos. Se falta o carpinteiro de frechas, lá está o António a fazer os moldes. O eletricista e o canalizador que por vezes perdem a conta aos copos, estão descansados, porque o António desenrasca. Os trolhas, invejosos, apelidam-no de “pau para toda a obra”, mas o António assume-se especialista.

mento é superior aos demais, porque especializado.

Jacinto Felicíssimo, é um daqueles predestinados especialistas, um autêntico fenómeno da inteligência humana. Enquanto Sócrates, o grego, só sabia que nada sabia, para o Jacinto, não há nada que ele não saiba. E sabendo tudo o seu conheci-

Zé Bola e António Obra, invejosos, exclamam: “Ora essa! Somos tapa buracos e pau para toda a obra, e este Felicíssimo, é o quê?”.

Quer se trate de marketing multinível, achados arqueológicos, âncoras da idade do bronze ou contaminação de solos e aquíferos com BTEX e vanádio à mistura, Jacinto logo se pronuncia, num saber inquestionável, porque científico e documentado. Muitas são as áreas de especialização de Jacinto, mas CT com reduzido espaço não as consegue elencar todas.

CT convida o amigo leitor a responder.

DESCANSA EM PAZ AMIGA ELVIRA!

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oi com profundo pesar e imensa dor que na tarde 22 de setembro, sábado, recebi a trágica notícia que a Elvira de Oliveira Mendes, havia desistido de acreditar e baixando os braços decidiu partir. A Elvira, vinha ao longo do último ano colaborando com o Jornal da Praia, tendo publicado o seu primeiro trabalho na edição n.º 506, a 13 de outubro de 2017. E foi precisamente pelo Jornal da Praia que tive a felicidade de a conhecer e foi à volta do Jornal da Praia que a nossa amizade foi crescendo e sedimentando-se. Depois deste primeiro trabalho, vários outros foram ao longo dos últimos números saindo, o que muito enriqueceu as nossas páginas, pela qualidade dos seus textos e o rigor do seu talentoso jornalismo, ao nível das melhores peças publicadas em jornais de referência. Embora com dificuldades económicas, sempre colaborou graciosamente e se mais trabalhos não publicou foi por manifesta impossibilidade, imposta pelas várias doenças que padecia. Portadora de uma brilhante inteligência, possuía uma cultura verdadeiramente notável, sendo absolutamente delicioso conversar com ela sobre arte, cinema e literatura. Falava fluentemente várias línguas e era uma

comunicadora nata, transformando qualquer pequena e banal estória numa empolgante aventura. De nacionalidade portuguesa era uma cosmopolita parisiense na Praia da Vitória, pois em tenra idade, abalou de terras ribatejanas para França onde fez todo o seu percurso escolar e académico, tendo-se licenciado em Ciências da Comunicação. Trabalhou na imprensa escrita e na televisão, até que abalou para Timor-Leste para ser chefe de Gabinete do Presidente Ramos Horta. Com uma vida passada nos bastidores da política, da arte, da música e do desporto, por forças das diversas funções que desempenhou, era uma pessoa simples, tratando com igual cordialidade, respeito e afeto qualquer pessoa, independentemente do seu estatuto social e económico. A Elvira decidiu partir, que encontre a paz que procurava e nela repouse. À colaboradora, o Jornal da Praia, agradece a honra que nos concedeu ao publicar os seus textos. À amiga, que vejo partir com saudade, um até sempre! Descansa em paz amiga Elvira! O Coordenador de Edição Francisco Soares

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NO ICS: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Elvira Oliveira Mendes; Rui Marques; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ADMINISTRAÇÃO José Miguel Silva (administracao@jornaldapraia.com) SECRETARIADO E PUBLICIDADE: Eulália Leal (publicidade@jornaldapraia.com) LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


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NO CONCELHO | JP

ALRAA RECOMENDA AO GOVERNO CAIS DE CRUZEIROS NA PRAIA

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projeto de resolução inicialmente apresentado pelo PSD/Açores e depois substituído por iniciativa conjunta de todas as bancadas parlamentares que recomenda ao Governo Regional a construção de um cais de cruzeiros na ilha Terceira, no molhe norte do Porto da Praia da Vitória (porto dos americanos), foi na sessão plenária do mês de setembro da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), que decorreu de 18 a 21, na cidade da Horta, aprovado

por unanimidade. Existe consenso parlamentar relativamente à localização do cais de cruzeiros da ilha Terceira, que foi anunciado no tempo de Carlos César para Angra do Heroísmo, mas acabou esquecido, tendo voltado à ordem do dia por iniciativa do ex-autarca da Praia da Vitória, Roberto Monteiro. A iniciativa submetida a votação é muito similar ao projeto de resolução dos sociais-democratas, apresentado em conferência de Impren-

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sa na tarde de 18 de março, por Luís Rendeiro, Mónica Seidi e César Toste, na sede concelhia do partido, na Praia da Vitória. Frisavam os deputados que o estudo camarário prevê uma comparticipação comunitária de 85% do investimento, existe os consensos necessários faltando apenas e sublinham, “a vontade política do Governo Regional”.

no dos Açores destinado a mitigar os impactos económicos provocado pelo “downsizing” dos militares norte-americanos na base das Lajes.

O projeto de resolução sufragado por todos os representantes do povo, recomenda ao Governo dos Açores a construção de um terminal de cruzeiros e navegação inter-ilhas nos exatos moldes e de acordo com o estudo de viabilidade técnica, económica e financeira apresentado pelo ex-presidente da edilidade praiense, Roberto Monteiro, a 10 de julho de 2017, também em conferência de imprensa.

Realizado pela empresa “Consulmar”, o estudo prevê um custo inicial que poderá oscilar entre 10 a 15 milhões de euros, com aproveitamento do cais americano existente e, em caso de opção por uma construção de raiz, entre os 15 e os 20 milhões de euros.

Na ocasião, Roberto Monteiro, defendeu que a infraestrutura a ser construída contribuiria significativamente para a promoção do emprego e consequentemente para o desenvolvimento não só do concelho praiense como de toda a ilha e Região, qualificando-a de “PREIT Plus”, numa alusão ao programa do Gover-

Sustentava o autarca que a infraestrutura diretamente criaria um mínimo de 30 novos postos de trabalho, para além de muitos outros que iria proporcionar de forma indireta.

A resolução aprovada não tem qualquer valor vinculativo e a eventual construção do cais de cruzeiros no molhe norte do porto da Praia da Vitória carece de autorização do Ministério da Defesa Nacional e das autoridades norte-americanas ao abrigo dos contratos de cooperação entre Portugal e os Estados Unidos, cabendo ao Governo dos Açores encetar estas diligências e a respetiva negociação. JP•

REMODELAÇÃO GOVERNAMENTAL

PROVOCA BAIXA NO EXECUTIVO DA CMPV

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vereadora da Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), Paula Cristina Pereira de Azevedo Pamplona Ramos, foi no âmbito da remodelação governamental recentemente levada a cabo pelo presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, nomeada para Presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Segurança Social dos Açores (ISSA). Paula Ramos cessou as funções de vereadora da CMPV, no passado dia 21 de setembro, onde era responsável pelas pastas da Solidariedade Social; Modernização Administrativa; Serviços Jurídicos e Fiscalização; Ordenamento do Território, Urbanismo e Regeneração Urbana; e Ambiente. Representava também CMPV na empresa municipal Praia Ambiente, EM e na empresa intermunicipal TERAMB. Paula Ramos que foi substituir Sofia Machado do Couto Goncalves, é licenciada em Direito e já desempenhou o

cargo de Diretora Regional da Solidariedade Social. Chegou à CMPV em março de 2000 como adjunta do Gabinete de Apoio Pessoal do Presidente, tendo exercido as funções de vereadora a tempo inteiro no primeiro mandato do ex-presidente Roberto Monteiro. No último, ocupava as funções de Vice-Presidente. O ISSA assegura a gestão dos regimes de segurança social, o reconhecimento dos direitos e o cumprimento das obrigações nos domínios das contribuições e prestações sociais, visando garantir o acesso a todos os cidadãos. Promove a coesão sociofamiliar, o desenvolvimento pessoal, social e local e a proteção dos grupos mais vulneráveis contribuindo para a prevenção e luta contra a pobreza e exclusão social nos Açores. O seu presidente é equiparado a um Diretor Regional. JP•


JP | EFEMÉRIDE

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MANUEL VIEIRA MENDES DA SILVA – O FUNDADADOR D’A UNIÃO HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

Vieira Mendes foi o fundador e 1º diretor do diário angrense A União a 3 de dezembro de 1893.

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á exatos 96 anos, a 14 de outubro de 1922, morria o terceirense Manuel Vieira Mendes da Silva. Jornalista açoriano de renome, comerciante e católico fervoroso, Vieira Mendes foi o fundador e 1º diretor do diário angrense A União a 3 de dezembro de 1893.

lista de qualidade inquestionável. Sendo um homem da divulgação do conhecimento, gastou muito dinheiro na busca de um jornal que tivesse futuro. Administrou e foi redator do semanário O Católico entre 1876 e 1886. Em 1891, fundou, com o cónego José Alves da Silva, e foi redator do Cartão de Visita. A 3 de dezembro de 1893 fundou e tornou-se no 1º diretor do diário A União, que esteve em tiragem até 31 de dezembro de 2012. Colaborou ainda com vários jornais açorianos, sobretudo, os de cariz católico, sempre em busca da defesa dos interesses locais.

Manuel Vieira Mendes da Silva, mais conhecido por Vieira Mendes, nasceu na cidade de Angra do Heroísmo a 28 de setembro de 1862. Frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo e o Seminário Episcopal de Angra, onde deu continuidade à sua devoção religiosa católica, Vieira Mendes chegou a ser, durante algum tempo, capelão-cantor na Igreja da Sé, em Angra do Heroísmo. A sua relação com a Igreja Católica era forte, chegando a participar em diversas ações de caridade.

Em finais do século XIX, Vieira Mendes tornou-se comerciante, inaugurando a Livraria Religiosa, na Rua do Galo. Criou uma casa de comissões e consignações, sendo ainda agente da companhia de navegação Fabre Line (Compagnie Francaise de Navigation a Vapeur Cyprien Fabre & Compagnie), cujas embarcações eram bastante utilizadas para a emigração para os EUA e para o Brasil. Manteve também uma atividade editorial, publicando, entre outros títulos, a 2ª edição da obra Topografia da Ilha Terceira do Padre Jerónimo Emiliano de Andrade.

Vieira Mendes tornou-se um jorna-

Além do lado jornalístico, Vieira

riano, fazendo parte de comissões de imprensa para a defesa dos interesses insulares. Assim, dinamizou diversas comemorações centenárias de forma a dar incentivo aos interesses dos açorianos. Vieira Mendes morreu em Angra do Heroísmo, sua cidade natal, a 14 de outubro de 1922, sendo alvo de variadas e prestigiadas homenagens. Tinha gasto toda a sua fortuna em prol da cultura, da imprensa e da divulgação dos acontecimentos para todos, mas diz-se que trabalhou até à sua morte com o mesmo afinco com que começava cada projeto.

Mendes foi um acérrimo defensor das casas de caridade para os mais desfavorecidos. Tinha, por isso, um lado de defesa dos interesses dos açorianos no geral e dos terceirenses no particular. No final da Monarquia, apoiou João Franco e na I República aderiu ao movimento nacionalista, participando ativamente no 1º Movimento Autonomista Aço-

São histórias de vida como a de Vieira Mendes e a sua capacidade de não parar, de buscar vários caminhos para dar ânimo aos seus conterrâneos pela defesa dos interesses dos locais, que devemos olhar. Temos de ter força para encontrar soluções para a nossa vida, não devemos ter medo de tentar. Se tentarmos e falharmos, aprendemos algo e voltamos a tentar, até acertarmos. Foi assim com Vieira Mendes, e será assim com todos aqueles que não têm medo de lutar por uma vida melhor, por uma Terceira melhor.

HOJE ASSINALA-SE 108 ANOS DA REPÚBLICA PORTUGUESA PUB


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HABITAÇÃO | JP

BAIRRO DE SANTA RITA

PESADELO DE DUAS DÉCADAS COM SOLUÇÃO À VISTA O dia 20 de setembro de 2018, ficará para sempre gravado na memória dos moradores do bairro de Santa Rita, pelo acordar de um pesadelo com duas décadas de angustiantes incertezas.

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epois de duas décadas de avanços e recuos num processo cujo entidades públicas (civis e militares) não estão completamente isentas de culpas, o pesadelo dos moradores do Bairro dos Americanos, em Santa Rita, parece ter chegado ao fim, com o anúncio por parte do presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), Tibério Dinis, em conferência de imprensa, na cidade da Horta, a 20 de setembro, de um acordo entre a Câmara da Praia e o representante legal dos proprietários dos terrenos. Tibério Dinis que apareceu ao lado da Secretária Regional da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, anunciou que este acordo compreende a aquisição por parte do Município da Praia da Vitória de 3 prédios rústicos com plenos direitos à exceção dos transitados em julgado, pelo valor total de 4 milhões de euros, iniciando-se o pagamento em março de 2019 e terminando no mesmo mês de 2022. No âmbito desta operação os proprietários dos terrenos comprometem-se a suspender as ações judiciais em curso, assim como a autarquia, podendo caso assim o entendam, as famílias despejadas regressar às habitações. As famílias já condenadas ao pagamento de rendas em atraso, PUB

ANDREIA CARDOSO E TIBÉRIO DINIS em conferência de imprensa conjunta, na cidade da Horta, disseram o que os moradores do bairro de Santa Rita há décadas ambicionavam ouvir. terão de todo o modo que proceder à sua regularização.

já despejadas regressam imediatamente às habitações”, garantiu.

“Este acordo é histórico, porque coloca fim a cerca de fim de 20 anos de um problema de ordenamento do território e de âmbito social no Concelho da Praia da Vitória. Agora, iniciaremos todo o processo administrativo e financeiro com vista à definitiva aquisição”, sublinhou o autarca praiense.

Tibério Dinis, destacou o empenho e solidariedade do Governo dos Açores na solução encontrada o qual “foi fundamental para o início deste processo e para a sua conclusão satisfatória”, realçou.

“A Câmara Municipal garante agora que não haverá início a mais processos de despejos e que as famílias

Segundo avançou o presidente da CMPV, os terrenos adquiridos serão posteriormente vendidos aos proprietários das habitações neles incluídas, sendo salvaguardados todas as situações que requeiram apoio

social. Disso mesmo deu conta o autarca em reunião realizada na tarde desse mesmo dia com a comissão dos moradores e todos os moradores. Por sua vez Andreia Cardoso, confirmou que efetivamente o Governo dos Açores tomou ações e acompanhou todo o processo de garantia de habitação aos moradores do Bairro de Santa Rita, num processo que, pela sua natureza, foi liderado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória. A titular da solidariedade regional destacou a “consagração de um programa de financiamento à legalização de uma área urbana de génese ilegal, o chamado ‘Bairro Americano’, no Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT)”, lembrando que a declaração conjunta entre o Governo da República e o Governo dos Açores, assinada em abril de 2016, “assume o PREIT como um documento orientador também nesta matéria”. Os ventos de esperança sopraram aos moradores do Bairro de Santa Rita, no mesmo dia em que por iniciativa do BE/Açores, era votado, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, um projeto de resolução que recomendava a intervenção do Governo Regional para impedir novos despejos e assegurar habitação gratuita às famílias já despejadas. À última hora, os bloquistas aceitaram fazer cair o seu projeto de resolução e substitui-lo por iniciativa semelhante, mas subscrita por todas as bancadas com representação parlamentar. Submetido a votação do plenário o projeto foi aprovado por unanimidade. JP•


JP | SAÚDE

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o Cantinho do Psicólogo 196

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Até às Profundezas da Terra

e fosse possível penetrar até às profundezas da Terra que ficaríamos surpreendidos com a natureza daquilo que poderíamos encontrar, a Aurélio Pamplona começar, segundo (a.pamplona@sapo.pt) algumas investigações, por um enorme oceano surgido no início do planeta, que ultrapassa em volume toda a camada de água à superfície do globo, cavernas profundas desconhecidas de todo o mundo, frio, pressão, escuridão, e anfípodas, um crustáceo parecido com o camarão, infelizmente com altas concentrações de resíduos de componentes químicos industriais poluidores. Igualmente se fosse exequível deslocarmos ao interior da nossa mente também as surpresas iriam impressionar. A nível profundo descobriríamos a região do inconsciente, que contém memórias, traumas, conflitos emocionais, desejos e impulsos reprimidos, que não estão directamente acessíveis à consciência, mas que, note-se, têm um efeito dinâmico nos pensamentos e comportamentos da pessoa (VandenBos, 2006). Acontece que até as nossas lembranças nascem deste inconsciente intemporal, e é por isso que ao longo destes Cantinhos, e até nas consultas de Psicologia se recomenda frequentemente que façamos coisas positivas que nos dêem prazer, de forma a que as nossas recordações sejam mais positivas e nos influenciem no bom sentido. A nível menos fundo, e segundo o mesmo autor, ficaríamos maravilhados pela consciência, uma parte da mente cujo conteúdo é inerentemente transitório, e que está continuaPUB

mente em mudança. A consciência engloba tudo o que estamos experimentando a nível mental, desde a percepção somática e sensorial, até às imagens mentais, o discurso interno, as intenções para agir, memórias, semântica, sonhos, alucinações, sentimentos emocionais e marginais, bem como aspectos do controlo cognitivo e motor. E ainda, entre um e outra, o subconsciente, que diz respeito aos processos mentais que ocorrem fora da consciência, mas que também a influencia.

fundir alhos com borralhos. Embora através da consciência seja possível observar, avaliar e testar a realidade, na conduta e evolução da sociedade facilmente podemo-nos ludibriar pelas situações inesperadas e diversas, como a propaganda e publicidade exagerada, enganosa e abusiva, que cria falsas expectativas nos consumidores, e até os pode prejudicar em grande, como acontece mais facilmente com as crianças. A consciência é também um ritual

algo é, por exemplo, um sentimento, ou uma emoção positiva, é caso para se lamentar que para algumas pessoas a consciência pareça não residir no cérebro. Infelizmente quem assim procede esquece que ter maior consciência é essencialmente o que nos diferencia dos animais. Entretanto a inteligência artificial está cada vez mais a dominar a sociedade, que se sente até entusiasmada com o seu consequente desenvolvimento, mas em que é esquecido um pormenor fundamental: o progresso não pode ser feito sem que sociedade aumente a valorização da consciência e da humanidade, nem às suas custas, precisamente o que acontece com aquele tipo de inteligência, que leva à ciência, mas sem consciência. As máquinas inteligentes são importantes, mas levantam dúvidas na medida em que não se sabe se seremos capazes de as controlar. Enfim, registe, o fundamental é atentar no que disse Wooden (2018): «preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. A consciência é o que você é, e a reputação é o que os outros pensam de si. E isto, o que os outros pensam é problema deles». Referências:

O problema com o inconsciente, e com o subconsciente, é que até pode acontecer que uma pessoa reaja a outra sem se aperceber, ou seja, sem que essa reacção passe pelo consciente. Daqui pode nascer o perigo, a asneira, as condutas desajustadas, os conflitos, o prejuízo do próprio e da sociedade. Por isso necessitamos de assentar bem os pés no chão para não cairmos nas esparrelas, e sermos capazes de conduzir a vida sem con-

de passagem, centralizado na preocupação com a própria vida e com o conhecimento. A armadilha é que, como refere Damásio (1999) frequentemente a usamos, não para descobrir os factos, mas para os esconder, porque a utilizamos como um véu para evitar que uma segunda parte se aperceba do que se passa na primeira. Embora este véu não seja forçosamente intencional acaba sempre por esconder algo. E se esse

Damásio, A. (1999). O sentimento de si: O corpo, a emoção e a neurobiologia da consciência. Mem Martins: Publicações Europa - América. VandenBos, G. H. (2006). APA dictionary of psychology: Unconscious. Washington DC. Washington: American Psychological Association Wooden, J. R. (2018). Salvado em 18 Mar. de Fonte: Pensador. Tema: John Wooden.Website: http://pensador.com/autor/ johnwooden/ . Foto: A. Pamplona•


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LAZER | JP

ÉPOCA BALNEAR 2018

CÂMARA DA PRAIA FAZ BALANÇO POSITIVO Registaram-se menos incidentes do que no ano anterior e praia da Prainha em Santa Cruz e zona balnear dos Biscoitos foram as mais concorridas do concelho.

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m Nota de Imprensa divulgada na penúltima semana de setembro, a Câmara Municipal da Praia da Vitória fez um “balanço positivo” da época balnear agora finda. Carlos Armando Costa, vice-presidente da edilidade, citado na referida nota, salienta “o não aumento de casos” de incidentes e salvamentos em relação à época balnear do ano passado, lamentando, uma vez mais, “os atos de vandalismo” que se verificaram nas piscinas municipais da Caldeira da vila das Lajes e na zona balnear dos Biscoitos. Adianta ainda a nota que a Prainha, na Praia da Vitória e a zona balnear dos Biscoitos, lideraram as preferências dos banhistas no concelho praiense, contudo não são apresentados números quantos aos frequentadores de cada uma das zonas balnear do concelho. Perante os dados disponibilizados pelo serviço de coordenação dos nadadores salvadores, Carlos Armando Costa, salienta o elevado número de ações de formação que os nadadores salvadores receberam, bem como a qualidade das zonas balneares detentoras do galardão Bandeira Azul da Europa. “Gostaria de realçar as seis ações complementares de formação e treino ministradas aos nadadores salvadores em áreas como o trauma,

ÉPOCA BALNEAR nota de imprensa da autarquia revela que são os banhistas locais de toda o ano e os turistas nacionais os mais desrespeitadores. os animais marinhos perigosos dos Açores, treino e salvamento com apoio a embarcação e apoio a prova desportiva de natação. Realizaram-se quatro ações de sensibilização e demonstrações de salvamento nas zonas balneares dos Biscoitos, Porto Martins e Escaleiras, foi feita uma ação de limpeza e proteção ambiental no Porto Martins e foi mantida uma colaboração com o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores no sentido de registar a presença de águas vivas nas zonas balneares, numa parceria que envolveu também a Autoridade

Marítima local e a Associação Bandeira Azul da Europa”, diz a nota, citando o autarca. Em termos de situações de salvamento, 14 foram situações de trauma derivadas de quedas, picadas de animais marinhos ou feridas ligeiras (praticamente todas em ambiente de praia, apenas uma em contexto de piscina) e 5 salvamentos (por cansaço durante a natação, por nadar fora da área de responsabilidade dos nadadores salvadores, por corrente de retorno estacionária e irregularidade dos fundos – todas sem conse-

quências graves). Registe-se também que a maioria dos náufragos/acidentados são crianças e adolescentes que não estavam a ser monitorizados de perto por um adulto. Embora exista um número crescente de adultos e adolescentes a respeitar as indicações dos nadadores salvadores e a sinalética das bandeiras, a nota avança que “são os banhistas locais, de ano inteiro e os turistas, principalmente nacionais, aqueles que mais dificilmente cumprem com as indicações e com as bandeiras”. GP-MPV/JP•

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TALHO BORBA & MENDES


JP | DESTAQUE

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COMUNIDADE CATÓLICA DE SANTA CR FOTORREPORTAGEM

Cónego Manuel Carlos Alves, assumiu paróquia de Santa Cruz no passado dia 22 de setembro. Comissão paroquial preparou festa, com desfile de receção, eucaristia de “tomada de posse” e beberete de convívio para toda a comunidade.

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DESTAQUE | JP

RUZ ACOLHE EM FESTA NOVO PÁROCO

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JP | DESTAQUE

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PADRE MANUEL CARLOS SOUSA ALVES

NOVA MISSÃO, O MESMO ENTUSIASMO DE SEMPRE Manuel Carlos Alves vem para Santa Cruz para servir as pessoas, porque é assim que sabe estar na vida e porque é esta a mensagem de Jesus Cristo e da sua Igreja.

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Cónego Manuel Carlos Sousa Alves chega à paróquia de Santa Cruz depois de 14 anos como Reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima da Serreta. Tendo lá chegado como pároco, contribuiu ativamente para a elevação da então Igreja a Santuário, sendo responsável pelo processo diocesano de elevação. Em declarações ao JP, rejeita méritos e protagonismos, sublinhando que o feito deve-se a uma enorme vontade da própria Diocese, expressa em cartas a ele dirigidas já pelo antigo Bispo D. Aurélio Granada Escudeiro, incentivando-o a trabalhar nesse sentido, mas sobretudo e, afirma-o com profunda convicção, devido “ao seu significado [da Igreja] na população da ilha Terceira, nas peregrinações e na devoção permanente e diária que ali se vai manifestando”. O novo pároco de Santa Cruz deixa para trás uma paróquia e igreja que elevada a Santuário há relativamente pouco tempo, desde há muito se apresenta como referência de fé do povo de toda uma ilha, para abraçar a pequena paróquia de Santa Cruz, limitada à malha urbana da freguesia, não compreendendo todo o seu espaço territorial. No entanto, apesar da menor visibilidade, para o padre Manuel Alves a dedicação e missão de serviço mantêm-se intacta e com a mesma motivação de sempre. “Povo é povo, e a minha missão é servir o povo que a cada momento me é confiado. Servi a comunidade da Serreta e os peregrinos que lá iam, venho com a mesma dedicação servir as pessoas que fazem parte aqui da Igreja de Santa Cruz, porque é assim que sei estar na vida, e é isso mesmo que Jesus Cristo nos vai pedindo e a Igreja vai insistindo, que nos coloquemos ao serviço das pessoas”. Manuel Carlos irá a partir de ago-

MANUEL CARLOS SOUSA ALVES sentiu-se calorosamente acolhido em Santa Cruz e está totalmente disponível para ajudar a comunidade a crescer a sua fé. ra inteirar-se de todas as questões de natureza administrativa e de espiritualidade relacionadas com a paróquia, não obstante, o cuidado do seu antecessor, Padre Abel Vieira, em preparar todo um conjunto de informações relacionados com os assuntos mais prementes da vida paroquiana. “O Sr. Padre Abel, teve o cuidado de ir preparando alguns dossiês, compilando informação que me deixa minimamente a par das dificuldades existentes e da necessidade de procurar soluções para as mesmas, outras, irei descobrir à medida que for convivendo com as pessoas e for percebendo as dinâmicas dos paroquianos aqui de Santa Cruz”, enquadrou.

receção muito calorosa a qual não estava nada à espera. Com tantas pessoas e com todo este apreço por alguém que penso não me conhecerão assim tão bem porque desempenhei funções quase sempre longe da Praia da Vitória”. Acrescentou, “da minha parte as pessoas têm a dedicação ao serviço, à igreja porque é para isso que eu vim, para ser pastor desta comunidade, para estar com as pessoas nos momentos bons e nos momentos maus e ajudá-las a crescer na fé e desenvolver a atividade da igreja que é prestar serviço à humanidade”.

Colocando-se ao serviço e à disposição de todos as pessoas de Santa Cruz e das suas instituições, o novo pároco quer ser praiense de corpo e alma e como tal deseja ser visto. “Gostaria de me sentir um dos praienses também, dentro de muito pouco tempo. É uma questão de sentimento e não só uma questão de residência e isto passa necessariamente pelo convívio com as pessoas. Gostaria também que a comunidade me sentisse como um dos seus”.

Presente na cerimónia de “tomada de posse”, o ouvidor da novel Ouvidoria da Praia da Vitória, Pe. Emanuel Valadão Vaz, manifestou-se satisfeito e agradecido pelo momento de significativa importância que vivia, quer para Santa Cruz como para toda a ouvidoria da Praia da Vitória.

Relativamente à receção que acabara de receber, disse, “foi uma

OUVIDORIA RENOVADA E AGRADECIDA

“A vinda do Pe. Manuel Carlos para Santa Cruz é não só um momento de muita importância para a comunidade local como também para a nossa Ouvidoria, desde logo, porque vemos reforçado o número de pastores ao nosso serviço”, começou por

dizer. “Estes são sempre momentos especiais, porque marcam uma nova etapa e o início de um novo processo, mas sobretudo, porque representam um renovar de energias para dar continuidade ao muito bom trabalho já feito e também o despertar de situações que necessitam uma outra atenção. Penso que o Pe. Manuel Carlos tem a sensibilidade para olhar para as periferias: lugares e pessoas, principalmente junto dos mais novos da comunidade”, perspetivou. “Uma palavra de reconhecimento e agradecimento, aos 18 anos de trabalho de grande riqueza do Pe. Abel Vieira, assento numa visão de Igreja aberta e em plena sintonia com o Vaticano II, apostando na participação laical. Desenvolveu um trabalho muito bom que continuará a desenvolver na paróquia da Casa da Ribeira a bem da nossa Ouvidoria”, disse. “Foi bom estar aqui neste acolhimento que a paróquia preparou ao seu novo pároco, que o fez sentir muito acolhido, aliás como ele próprio expressou na homilia e por conseguinte a comunidade de Santa Cruz está de parabéns, sendo agora tempo de catapultar isso para aquilo que nós queremos como comunidade”, concluiu. JP•

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2018.10.05

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DESPORTO | JP

PROGRAMA “ESTRELAS DO MAR” NAS ESCOLAS DO CONCELHO Iniciativa destina-se a reforçar autonomia em meio aquático das crianças do 1.ª ciclo.

N

uma iniciativa do Gabinete de Desporto da Associação Salão Teatro (ASTP) e no âmbito da promoção da prática desportiva no concelho foi lançado e encontra-se em desenvolvimento o programa “Estrelas do Mar”, cujo objetivo centra-se em reforçar a autonomia das crianças que frequentam as escolas do 1.º ciclo no meio aquático. Iniciado no início do mês, o programa é direcionado a crianças com idades até aos doze anos e decorre num espaço fechado com piscina, contribuindo também para o desenvolvimento social e motor destas. Desde setembro de 2017, mais de 1000 munícipes integraram os programas desportivos existentes no concelho da Praia da Vitória, designadamente o “Aprender a Brincar”, o “Freguesias Ativas” e a “Escola Segura”. No que concerne ao projeto “Aprender a Brincar”, que consiste na realização de atividades físicas para crianças até aos seis anos, foram desenvolviPUB

das nas escolas locais ações para cerca de três centenas de participantes. Relativamente ao “Freguesias Ativas”, programa de exercício físico destinado à população feminina, frequentaram a rede municipal de pavilhões duas centenas de mulheres. O programa de prevenção rodoviária “Escola Segura”, em colaboração com a Polícia de Segurança Pública local, envolveu cerca de um milhar de crianças. “Anualmente, e mediante os programas vigentes, temos abrangido mais de mil pessoas, o que vem reforçar a importância de mantermos esta dinâmica desportiva no Concelho. Continuaremos a trabalhar neste sentido, pois esta é uma das prioridades da Autarquia”, referiu Tiago Ormonde, titular da paste de Desporto da autarquia. Para além destes projetos, e a nível desportivo, a cidade da Praia da Vitória tem acolhido diversas atividades que contam também com o apoio da Autarquia e da ASTP, através dos técnicos do Gabinete de Desporto, designadamente provas de corta-mato, triatlo, ciclismo, voleibol, maratonas, de entre outras. GP-MPV/JP•


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

E DITORIAL Vindimas

A

s vindimas na Ilha Terceira já terminaram, e o balanço foi extremamente positivo. As vindimas na freguesia do Porto Martins e na freguesia dos Biscoitos, as principais áreas vinícolas do concelho da Praia da Vitória, tiveram uma produção muito acima do normal, para além da muita quantidade de uvas, a qualidade do vinho produzido está certamente assegurada, pois este ano seco foi ideal para a boa produção das vinhas. É pena, que nomeadamente na freguesia do Porto Martins, ao invés do que se passa na freguesia dos Biscoitos, o abandono das vinhas é notório, e já existe pelo menos mais de 50% da área de cultivo de videiras abandonada, crescendo mato desenfreadamente. Apesar desta triste situação é de louvar ainda o esforço persistente de alguns proprietários que teimam em manter as suas vinhas cultivadas, na “surrealista construção” feita em pedra basáltica de um emaranhado de currais, com as suas covas e atalhos, tendo como único objectivo proteger as cepas dos ventos e do mar, e ao mesmo tempo as paredes das courelas e o solo empedrado resguarda o calor essencial para a maturação das uvas. A paisagem das vinhas tradicionais do Porto Martins, existentes desde o tempo dos primeiro colonos, corre o risco de se perder para sempre, por isso o Governo Regional, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia terão de unir esforços para que tal não suceda, e se possível classificar aquela área vinícola do Porto Martins, como paisagem de interesse regional. Este património ímpar no nosso concelho, terá de ser salvaguardado, pois o potencial económico e turístico adormecido, poderá ser explorado para o bem da freguesia e das suas gentes. As entidades locais, municipais e regionais devem assegurar e acarinhar todas as iniciativas dos habitantes do Porto Martins para que possam manter uma gestão integrada da exploração vinícola, quer a titulo individual ou mesmo eventualmente associativo, pois irá certamente traduzir-se na melhoria da qualidade devida daquelas populações e na conservação do património que lhes foi doado pelos seus antepassados. Apostar no lançamento de novas estratégias inteligentes e mobilizadoras, que permitirão agregar sinergias, promovendo o desenvolvimento do cultivo da vinha, com reflexos positivos no campo do turismo e no bem-estar económico das populações. As entidades publicas, a escola profissional, e a universidade terão um papel importante a desempenhar, no desenvolvimento do cultivo da vinha, na protecção e conservação dessa paisagem idílica que foi cantada pelo Professor Vitorino Nemésio, e imortalizando-a: Porto Martins das uvas / Baga de faia cheirosa / Minha maçã redondinha / Pedra negra preciosa. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com •

2018.10.05

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A BANDEIRA BANDEIRA! O QUE É ISTO?

“Não seja escravo do passado - mergulhe em mares grandiosos, vá bem fundo e nade até bem longe; você voltará com respeito por si mesmo, como um novo vigor, com uma experiência a mais, que vai explicar a anterior e superá-la.” Ralph Waldo Emerson por algumas instituições situacionistas), os Municípios, as Freguesias e as Instituições de Utilidade Pública Administrativa.

José Ventura*

O

tema, nada tem a ver com acontecimentos recentes, trazidos a lume através de opiniões escritas ou verbais sobre os mesmos. Infelizmente, parece-nos que o verdadeiro significado de Bandeira com maiúscula está muito banalizado no seu verdadeiro sentido de simbolismo. São vários os tipos de “bandeira” há para todos gostos. Flâmulas, galhardetes, estandartes, pendões, divisas, bandeirolas bandeirinhas, bandeiritas, bandeiras associativas de grupo e de grupelhos. Mas, “Bandeira” é aquela que simboliza visualmente, uma nação, um país, um estado, uma região, um povo. Desde que reconhecidos por outras entidades ou tradições. Inúmeras são as bandeiras não oficiais por esse país adentro. De direito ao uso de Bandeira oficial, a Nação, as Regiões Autónomas (que também têm as suas devidamente constitucionalizadas, mas, menosprezadas

A bandeira e a Honra que lhe é devida. O protocolo nesse aspecto é rigoroso e obriga a vários procedimentos e, até certos rituais como sejam os da destruição de uma bandeira velha. Diz tradição que a bandeira não deve arrastar (tocar) o chão. Hastear uma Bandeira Nacional ao contrário ou seja (de cabeça para baixo é grave). São diversas as versões para tais situações. A primeira, é o pão nosso de cada dia, é vê-la em vetustas e apalaçadas entradas de repartições oficiais. A segunda já até vimos um presidente da República fazê-lo. Mais diz o protocolo sobre hasteamento da Bandeira Nacional que, deve ser feito diariamente nos edifícios sede dos órgãos de soberania e similares e, nos restantes edifícios públicos sómente aos domingos e dias feriados. Infelizmente a banalização a vulgarização do uso e abuso da Bandeira Portuguesa deveu-se em grande parte à febre futebolística quando o “mister” Felipe Scolari desafiou o país a usar a Bandeira Nacional como uma flâmula estimuladora para

apoio à selecção de futebol de então (Euro-2004 senão estamos em erro). A moda pegou e, é ver o símbolo de uma Nação, a Portuguesa ser tratado como um pano qualquer perdendo toda a dignidade que lhe é devida. Tempos lá vão e, não entendam como saudosismo que aprendemos com os mais velhos e os nossos professores a ser respeitosos perante a “Bandeira” parar, e descobrir-nos se usando boné, ao arrear da bandeira no forte de S. Brás aquando do pôr do sol. Bem assim de nos levantar do banco quando as badaladas do sino da igreja de S. José anunciavam as trindades. Como se impede alguém que, pretendia saudar a Bandeira Portuguesa como aprendeu na escola, que jurou e cumpriu o seu juramento lá longe, no sitio em que o “sol nascendo se vê primeiro” e, onde a sombra da Bandeira não era pisada, só porque empunhava um “símbolo” em forma de bandeira com as cores “Branca” e “Azul” representando a Paz e o Mar que une aquilo que chamam os PALOP e que muito gostaríamos de fazer parte como povo irmão. (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. •

«PAI, PERDOA-LHES PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM»/DIZEM/ESCREVEM Opinam eles que deveriam ser as famílias ou pessoas sob sua jurisdição a receberem os subsídios do Governo...

M

uito mal iríamos nós, no que à problemática da velhice e às respectivas respostas de resolução efectivas e adequadas a pôr em prática, se déssemos ouvidos a certos políticos e/ ou fazedores de opinião cá da nossa praça! Opinam eles que deveriam ser as famílias ou pessoas sob sua jurisdição a receberem os subsídios do Governo (e, eventualmente, de outras pessoas ou instituições de cariz filantrópico) e a gerirem o dia-a-dia dos nossos velhinhos/as, em substituição das actuais instituições de solidariedade social que ora vêm prestando este serviço à nossa comunidade, regra geral com mérito e competência. Claro que o raciocínio de tais defensores desta mudança de paradigma é simples, para não dizer simplório: uma família toma os 800 euros respeitantes à respectiva subsidiação individual, dá ao idoso/a umas papinhas Cerelac de manhã, um caldinho de peixe ou uma canjinha de galinha

a meia tarde e à noite uma xícara de chá acompanhada duma bolachinha ou dum biscoitinho, e, alfim, diligenciando sempre para que a eventual medicação não fique muitas vezes esquecida! Ora, acontece que a realidade nua e crua é, infelizmente, radicalmente outra bem diferente: eles não pensam nas pessoas que, por velhice ou deficiência (e quantas vezes as duas situações estão combinadas!), são, de forma potencial ou efectiva, cadeirantes ou acamadas e, na mór das vezes, se encontram em fase terminal de vida; logo, em dependência parcial ou total. E é aqui que entra em cena (deve entrar, obviamente!) quem está preparado para lidar com estas delicadas quão aflitivas situações. É notório que para as “cabecinhas iluminadas” ora em apreço, valências como a fisioterapia, a ergoterapia, a psicologia, a psiquiatria (em certos casos), a terapia de grupo, a higienização corporal atempada,

a alimentação regular e adequada, nada lhes diz. Convém esclarecer estes “iluminados” de que isto também não vai lá com ausências regulares imperativas (trabalho total ou parcial, por conta própria ou de outrém) ou fugidias (uma touradinha, um bailinho de carnaval, uma passagem de ano na sociedade recreativa da localidade, um casamento familiar ou vizinhal, ou um jantar fora de portas para celebrar o dia das comadres ou o dos compadres). Não! O caso é mesmo muito sério e altamente responsabilizante. Outrossim, não será redundante abordar de novo a questão da prevenção dos idosos no concernente à situação dos cadeirantes ou acamados, a quem é imperioso evitar as escaras ou úlceras de pressão. É que, admitindo essa hipotética assunção dos idosos no seio familiar, quem e com que competência fará as mudanças decubitais periódicas (as normas aconselham-nas a cada 2 horas)? (Continua na página seguinte)


2018.10.05

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OPINIÃO | JP

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XXXVII)

VITORINO NEMÉSIO – AS FIBRAS DO MORMAÇO (I) se e, naturalmente, vários funcionários da Biblioteca da cidade-património mundial.

E

António Neves Leal

ste foi o título escolhido para o catálogo e exposição sobre Vitorino Nemésio, 40 anos após a morte do mais ilustre filho da Praia da Vitória, cuja obra e o muito que se escreveu e disse acerca dela encontra-se à disposição de todos os que não deixarão de passar pela Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro (BPARLSR) de Angra do Heroísmo, nas próximas semanas. Para a abertura da mostra, patente na sala da entrada principal, dirigiram-se várias dezenas de convidados (sessenta e oito segundo apurámos), contando-se entre eles, docentes, antigos alunos de Vitorino Nemésio e de António Machado Pires, seu assistente na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e, actualmente, o mais profundo conhecedor do homenageado, que proferirá a conferência de abertura sobre a rica personalidade do insigne Mestre e da sua obra multiforme sem deixar de ser unívoca. A ela dedicaremos o devido espaço, no próximo número deste quinzenário. À sessão solene assistiram os mais importantes responsáveis pela educação e cultura dos Açores: Secretário Regional Prof. Avelino Meneses, Director Regional da Educação e Cultura, Arquitecto Nuno Ribeiro Lopes, Directora da BPARLSR, a anfitriã, e o Conferencista convidado, Prof. António Machado Pires, antigo Reitor da Universidade dos Açores. Também esteve presente Carlos Armando Costa, Vereador da Cultura da Edilidade Praiense, a qual apoiou, o ano passado, a publicação do livro «Festa Redonda», editado pelo Instituto Açoriano de Cultura (I.A.C), e Francisco Ferreira, Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, missionário-leigo e conhecido bibliófilo. Compareceram, ainda, outros cidadãos do concelho praien-

O primeiro momento da cerimónia teve lugar na Sala de Exposição, onde estão os livros de Nemésio e de outros autores que lhe dedicaram obras autografadas, tendo a Dra. Cláudia Cardoso falado sobre as etapas do trabalho desenvolvido pela equipa de técnicos e funcionários da instituição, aos quais agradeceu, e dos critérios que presidiram à organização do certame, que estimulará o interesse pelas actividades culturais no tempo presente e no futuro. Neste contexto, é justo dizer uma palavra de apreço e sublinhar a realização desta louvável iniciativa. Como também merece especial aplauso a sensibilização que vem sendo feita para a leitura, não só aqui dentro, mas igualmente em vários espaços fora do edifício, a lembrar o que outrora acontecia com as saudosas carrinhas da Fundação Gulbenkian quando visitavam as freguesias rurais das ilhas. E, outrossim, merece ser realçada a recente presença de pequenas bibliotecas nas zonas balneares mais frequentadas da Terceira, disponibilizando livros aos amantes de cultura, o que é uma originalidade entre nós e um bom contributo para aumentar o nível e o gosto pela leitura, ambos muito preocupantes no arquipélago. A exposição de 2018 é a terceira em que a Biblioteca de Angra celebra o talento e a vastíssima cultura de Nemésio, à semelhança do que lhe foi reconhecido nacional e internacionalmente em diversos países: França, Brasil, Espanha, Itália, Alemanha, Roménia, etc., tendo sido elogiado por muitos dos seus pares, como se pode observar pelos documentos do acervo exposto.

OUTRAS EXPOSIÇÕES ANTERIORES A primeira foi em 1966, por ocasião dos 50 anos de vida literária de Vitorino Nemésio, da qual tive conhecimento no Centro de Estudos Filológicos, sediado na Avenida 5 de Outubro (Lisboa), onde frequentemente encontrava o Prof. Jacinto Prado Coelho, meu professor, quase

sempre atarefado com as actualizações a fazer na 2ª edição do seu «Dicionário de Literatura». A revisão do mesmo estava a cargo de um colega de curso, o que me permitia espreitar as novidades introduzidas. E foi assim que ao ler os artigos de David Mourão Ferreira, insertos nessa publicação, soube do evento. A segunda ocorreu em 1979, um ano depois do falecimento de Nemésio. Foi uma iniciativa que congregou muita gente do mundo das letras e das artes, assumindo níveis artísticos e laivos de cosmopolitismo fora do comum. Acerca dela transcreve-se, com base na imprensa local, o que foi inserido em “Acontecimentos” relevantes do dia 2.03.1979, no meu livro Varanda de Paris: «Vitorino Nemésio – um ano depois da sua morte, o grande literato e ilustre praiense motiva as comemorações promovidas pela Secretaria Regional da Educação e Cultura, através da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, com a colaboração de diversas personalidades nacionais e regionais da Arte e Cultura. Eis os seus nomes: Dr. David Mourão Ferreira, Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, escritora e poetisa Natália Correia, Prof. Doutor Pe. Fernando Cristóvão Alves e Dr. António Manuel Machado Pires. As evocações do 1º aniversário, incluem a sessão de homenagem à memória de Nemésio, palestras, exposição bibliográfica na Biblioteca

Pública e Arquivo Regional de Angra, um espectáculo no Teatro Angrense com os grupos de Bailado Açoriano Arquipélago e de Teatro Alpendre, no qual colaboraram a bailarina Isabel Santa Rosa e Jorge e Carlos Trincheiras que o coreografou, e Ana Maria Rosa, que interpretou a Décima de Sílvio e Silvana, «dançando encantadoramente», como referido pelo Diário Insular, no dia 8. A anteceder este espectáculo, pelas 19 horas, o Presidente do Governo Regional ofereceu uma recepção às entidades visitantes e a muitas outras do meio local. Estarão presentes nestas solenidades alguns dos familiares de Vitorino Nemésio que se deslocaram, adrede, para esse efeito à Terceira. No 3º dia das comemorações (4 de março), a SREC, entidade promotora, proporcionará aos convidados um passeio pela ilha, que deseja constitua um itinerário Nemesiano».* (V. P.,pág.186). Contudo, solenidades à parte, o mais relevante para a Biblioteca de Angra do Heroísmo, que é detentora do depósito legal nos Açores, e para todos os que a demandam para as suas pesquisas, foi o a aquisição pela Região Autónoma dos Açores de 15 mil volumes da sua muito rica biblioteca de Nemésio, contendo todo o seu espólio literário, cujos valores excederão, de longe, os quatro mil contos pagos à família*. *(In A União, 15.12.1978 e Varanda de Paris, pág. 168). •

«PAI, PERDOA-LHES PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM»/DIZEM/ESCREVEM (Conclusão da página anterior)

E que pensar da ausência dos serviços de enfermagem? Quem iria proceder às medições e subsequentes avaliações dos níveis glicémicos, termocorporais e tensoarteriais, aquilatando das atitudes eventualmente a tomar em cada caso? E que procedimentos a ter com os algaliados? E como proceder ante os não raros arranhões, cortes, lacerações e perfurações? E, já agora (por que

não referi-lo?), existirá no seio familiar aptidão e querer generalizados para lidar com estas situações? Mais periclitante será aquando dos desvios confluentes de substâncias expelidas pelo corpo humano e que por vezes culminam numa situação de fecalúria! Afigura-se-nos, também, propositado fazer aqui alusão aos custos com fraldas e medicamentos, que, em muitos casos, são pagos pelas

próprias instituições que acolhem os nossos velhinhos e velhinhas).

social... quiçá nos regimes porta-a-porta e/ou ambulatório!

A não serem levados em conta todos estes considerandos atrás referidos, então, se calhar, o que estes “ideólogos” querem/queriam era “uva apanhada”! Isto é, as famílias ficariam com o dinheiro convencionado com o departamento governamental competente, mas ficando os cuidados assistenciais na incumbência das instituições de solidariedade

Termino este escrito como o titulei, com a citação bíblica do Apóstolo Evangelista S. Lucas, 23:34 - «(...) Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”»/dizem/escrevem - completamos nós. Francisco Silva


JP | MARÉ DE POESIA

O

que seria da poesia sem o sentir de um verso? Há quem escreva descrevendo o que guardou numa fotografia, há quem escreve as emoções que sente quando recorda alguém que o marcou, há quem deixe versos por descodificar pela boca do leitor. É assim, Maré de Poesia, um espaço aberto de partilha poética, onde a poesia se veste de diferentes estilos e formas.

2018.10.05

Nesta edição trazemos alguns dos habituais participantes e uma nova participação de um jovem poeta, João de Deus Melo, com raízes plantadas no Ramo Grande, dedicando um poema a seu avô – Gabriel Meneses, natural da Vila das Lajes, autor de danças e bailinhos de carnaval.

Contendas - Ilha Terceira Espreitei-te... agarrado ao perigo, queria ver-te, estar contigo. Olhei-te... preocupado comigo. Era o meu próprio inimigo. Fotografei-te... que feito, que ousadia, que respeito, que acrobacia. Trouxe-te... porque fui audaz destemido, capaz, e agora... aqui estás, bela e luzidia, embora, em forma de fotografia. Mário Alves

Terceira É esta a minha Terceira Linda manta de retalhos! Os prados servem de esteira Os seus muros de agasalhos! Fernando Mendonça

DESAFIO MARÉ DE POESIA: Escreva um poema com o tema: “O Livro” e envie para maredepoesia@jornaldapraia.com até dia 19 de Outubro, para que possa sair nas edições do mês de Novembro, altura em decorrerá a Feira do Livro Outono Vivo , na nossa cidade.

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO: Carla Félix COLABORADORES: Mário Alves; Fernando Mendonça; João de Deus Melo NOTA: Os poemas constantes na página Maré de Poesia são da responsabilidade dos seus autores/as que assumem a autenticidade das palavras partilhadas. Para participar na nossa página envio um email para maredepoesia@jornaldapraia.com solicitando o regulamento. PUB

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Agarra a vida… Ponta das Contendas - Terceira – Açores Se é no meu voar que encontras o teu partir... não esperes... sê tudo o que quiseres, sobe para o teu caminhar, devolve-te ao teu sonhar, encontra o teu rumo, lendo os sinais de fumo que soltam o teu querer... agarra a vida... vai viver. Mário Alves

Ode ao Meu Avô

Tantas foram os serões a chupar rebuçados de mentol. O hálito ficava fresco. Era como se tivesse fogo de gelo. A garganta arranhava. As expressões especavam. O coração parava. Para os pulmões ganharem novo fôlego. Podia ser só um rebuçado de mentol. Mas parecia uma poção mágica. Tantas foram as matinés a ouvir os relatos no rádio antigo. Puxei pela voz, senti-me um narrador e gravava nas cassetes de fita. Tantas foram as tardes que peguei numa vassoura ao contrário a imitar a procissão. A caminhada do padre prometido começou e parou ali, naquele momento. Tantas foram os dias a rodopiar no corrimão da varanda. Um carrocel de adrenalina. Tantos foram as tardes a ouvir o barulho dos aviões. Vem comigo vê-los aterrar. Tantas foram as noites a escutar as tuas estórias. Aquele saber que se toca com a alma. Tantas foram as matinés a sentir o cheiro do trabalho campestre. Aquele odor inconfundível das pastagens e das árvores de fruto das Lajes. Aquela terra misturada com o aroma da faia. Quem sabe não caminharei entre o tapete de flores… Entre as nuvens de rasto deixadas pelos aviões… Pelo chiar dos carros de bois… Por entre as vozes orquestradas dos fiéis… Pela música sinfónica dos passarinhos que saltam de árvore em árvore… Por entre a cacofonia dos ventos viajantes… Pela harmonia de cada pincelada que escreveste nos teus assuntos… Lajes... Louvar... Amar... Jubilar... Estar... Sonhar… João de Deus Melo


2018.10.05

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INFORMAÇÃO | JP

HOJE (05/10)

SÁBADO (06/10)

FUTEBOL

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

08 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada tradicional Rego Botelho 17h00 – 19h30

10 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada tradicional Herdeiros Ezequiel Rodrigues 17h00 – 19h30

Louletano

Olímpico Montijo

-

1º Dezembro

DOMINGO (07/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Oriental

-

Redondense

Ferreiras

-

Sp. Ideal

Angrense

-

Olhanense

VG Vidigueira

-

Casa Pia

SC Praiense

-

Moura

Real

-

Amora FC

Sacavenense

-

Armacenenses

SEGUNDA (08/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (0910)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUARTA (10/10)

Amora FC

-

Olímpico Montijo

Olhanense

-

Sacavenense

Redondense

-

SC Praiense

Moura

-

Pinhalnovense

1º Dezembro

-

Angrense

Armacenenses

-

Ferreiras

Louletano

-

Real

Casa Pia

-

Oriental

Sp. Ideal

-

VG Vidigueira

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUINTA (11/10)

CAMPEONATO DOS AÇORES

2.ª JORNADA | 06/07.10.2018

11 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada não Maria Emília Gaspar 17h00 – 19h30

Graciosa FC

-

Fontinhas

Operário Lagoa

-

Cedrense

Rabo Peixe

-

Marítimo GRA

Lusitânia

-

Águia CD

Guadalupe

-

Vitória do Pico

CONCERTO RAÍZES DA NOSSA GENTE 20H00 - Atuação da Filarmónica de Santa Bárbara 20H45 - Homenagem aos Sócios Fundadores da Sociedade Recreativa Nossa Senhora do Pilar 21H15 - Atuação do Grupo Folclórico “Os Bravos” Local: Sociedade das Cinco Ribeiras Hora de início: 20H00

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGO (07/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

-

Guadalupe

Vitória do Pico

-

Lusitânia

Fontinhas

-

Rabo Peixe

Marítimo GRA

-

Operário Lagoa

Águia CD

-

Graciosa FC

assinaturas@jornaldapraia.com

DOMINGO (14/10)

QUARTA (17/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (18/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADOS: 15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30

ASSINATURA ANUAL 15,00 EUR

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

NO CONCELHO

ASSINE

SÁBADO (13/10)

TERÇA (16/10)

Cedrense

MISSAS DOMINICAIS

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

13 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada não tradicional Humberto Filipe 17h00 – 19h30

SEXTA (12/10)

SEGUNDA (15/10)

3.ª JORNADA | 14.10.2018

12 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Bezerrada à corda Manuel Borba Gaspar e Humberto Filipe 16h00 – 18h30

NOTA: Sujeita a alterações

-

8.ª JORNADA | 14.10.2018

09 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 17h00 – 19h30

Fonte: CMPV

Pinhalnovense

SÁBADO (06/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

7.ª JORNADA | 07.10.2018 05 OUT Figueiras do Paím Santa Cruz Tourada não tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 17h00 – 19h30

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

- Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2); 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 - Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 - Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 - Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoitos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados DOMINGOS : 08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1) ; 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 - Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 - Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 - Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro •

BISCOITOS CINEMA “FRANTZ” DE FRANCOIS OZON Local: Recreio dos Artistas - Angra do Heriósmo Hora: 18H00 Classificação: M/12

SÁBADO (13/10) DIVERSÃO NOTURNA ANGRA DANÇA ESTA NOITE 2018 Local: Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo Hora: 2H00

Nota Editorial Esteja na nossa “Agenda Cultural”, envie toda a informação para: noticias@jornaldapraia.com. •

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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