Jornal da Praia | 0529 | 21.09.2018

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QUINZENA

21.09 A 04.10.2018 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 529 | Ano: XXXVI | 2018.09.21 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

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GP-MPV

POLO TECNOLÓGICO

GLINTT AÇORES INAUGURADO NA PRAIA DA VITÓRIA DESTAQUE | P. 8 E 9

CDE “OS VITORINOS” INICIA NOVA ÉPOCA DE COMPETIÇÃO DESPORTIVA DESPORTO | P. 10

ESTE ANO

IMPÉRIO DA CARIDADE COM MAIS UM DIA DE FESTA

VILA DAS LAJES

NOVO PEDIDO DE TOLERÂNCIA DE PONTO ENVIADO AO GOVERNO SOCIEDADE | P. 11

CÓNEGO MANUEL CARLOS SOUSA ALVES ASSUME PARÓQUIA DE SANTA CRUZ

As festas decorrem de 28 de setembro a 05 de outubro. Aproveitando o feriado nacional, 05 de outubro, a excursão ao mato passa da quinta para a sexta-feira e as festividades ganham mais Amanhã, 22 de setembro, pelas 17:30, na Igreja Matriz, decorre celebração eucauma tourada à corda e prolongam-se rística evocativa da ocasião. O Padre Manuel Carlos Alves, chega à paróquia de por mais um dia. Santa Cruz, depois de nomeado pela Diocese de Angra a 25 de julho. Para trás, deixa a freguesia da Serreta, onde nos últimos 14 anos, foi pároco e reitor do TRADIÇÃO | P. 5 Santuário de Nossa Senhora dos Milagres. RELIGIÃO | P. 13 PUB


JP | CANTO DO TEREZINHA

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PENSAMENTOS DE UM PROFISSIONAL DA MÁ LÍNGUA Eu sou do tempo...em que as ervinhas dos passeios eram removidas com a paciência e a habilidade de uns faxineiros que, de cócoras ou sentados num minúsculo banquinho de madeira, usavam uma adequada ferramenta de ferro para percorrer os intervalos entre as pedras dos passeios. Prevenia-se, assim, as possíveis escorregadelas dos transeuntes. Agora vivo numa época em que as descendentes daquelas ervinhas do meu tem-

po são ceifadas, sem dó nem piedade, pela intervenção de uma máquina inventada para aparar a relva dos espaços ajardinados, manejada por operador convenientemente equipado. Bem protegido está ele contra os possíveis ressaltos e ricochetes de algum caule herbáceo mais rijo, outro tanto não se poderá dizer dos transeuntes que por perto passem. Ainda não aconteceu, mas não é de descurar a hipótese de algum transeunte ser atingido, numa lente dos óculos ou na própria vista, e, então, lá

vamos todos ter de pagar a indemnização que, por certo, há de ser exigida. E pensar que tal risco jamais se correria se voltássemos à contratação de uns quantos ‘faxinas’, tantos quantos os que a moderna máquina de fazer a barba às ervinhas substitui. Com o que, por outro lado, mais próximo estaríamos de ideais socialistas.

DEVOLUÇÃO INCOMPLETA Recentemente voltou à fruição pública o Miradouro António Jacinto Ázera na rua da Alfândega, depois de vários anos de utilização privada de natureza comercial. Do miradouro poderá observar-se o Jardim Garrett (à esquerda, abaixo) e a esplêndida baía da cidade, de norte (vulgo porto dos americanos) a sul, Porto Oceâni-

co, na freguesia do Cabo da Paia.

porque limitada.

Contudo, a vista já não é o que era. É verdade que desde 1954 (ano de inauguração) muita coisa se alterou e, por conseguinte, a vista terá que ser necessariamente diferente. Os homens do mar já não puxam as redes, as embarcações de pesca partiram e o areal mingou, mas a vista é diferente

A varanda coberta de ampliação do edifício adjacente (à direita), impede um olhar da muralha em toda a sua extensão. A fruição pública foi devolvida, mas a vista não!

CONTO INSULAR (VII)

PARTIDA SEM BRILHO Por: Emanuel Areias

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i Manel como era conhecido na freguesia, tinha 2 filhos, todos eles formados na Universidade do Porto. Tinham escolhido o Porto para viver e raramente, pelos afazeres da vida, podiam ir à ilha visitar os pais. Assim o casal Assunção era um casal triste e solitário. Os vizinhos de antigamente tinham morrido, enquanto os atuais eram casais novos sem muito tempo ou pachorra para os soluços de um velho irritado com a vida. O casal Assunção era o último da sua espécie e apesar de tudo, da falta de convívio e de amizade forasteira, amavam o lugar onde viviam. A casa encaixava-se numa paisagem deslumbrante, e bem perto da porta de entrada, o Ti Manel tinha as suas hortas cultivadas, com tudo aquilo que uma casa de família precisava para sobreviver. Às vezes irritava-se com a abundância que a terra dava, uma vez que não tinha meio de se ver livre dos excessos. Era um homem fraco de pernas e o bordão já não era suficiente para lhe prender ao chão. Arrastava-se entre as hortas com a ideia de que aquela era sua vida e o seu alimento.

Cultivava para subsistir e pelo prazer de viver uma vida campestre e livre. Costumava assumir à esposa que não se viria em mais nenhum lugar do mundo, a não ser aquele lugar comezinho, que para ele era um cantinho do paraíso. A Tia Assunção vivia de forma abatida. Sofria as dores do marido e sofria pela ausência dos filhos. Não compreendia o porquê de filhos da terra, criados junto às hortas, às galinhas e ao porco, quererem sustentar-se e viver numa cidade como o Porto. Mas o entendimento não tinha de acabar com a pobre cabeça que ainda conseguia resistir aos azares e tristezas da vida. Era uma mulher à moda antiga. Cozia o pão semanalmente e ainda cozinhava no forno de lenha. A sua caldeirada de peixe era de comer e chorar por mais. Não era uma mulher que tivesse muitos receios, e era a primeira a dar o corpo ao mar, sempre que tinha de fazer a caldeirada de peixe. O pescador não fazia negócio com ela, era ela que apanhava o peixe que o pescador não conseguia alcançar. Sabedora das técnicas antigas e

simples por natureza, a Tia Assunção sempre tinha amado o Ti Manel, mas começava a cansar-se da impaciência do homem e do seu rancor à vida. Era impensável roubar a última coisa que fazia o Ti Manel sobreviver – a sua casa e o seu pedaço de paraíso. Preferia morrer sozinho, sem ninguém à beira, depois de um ataque cardíaco fulminante, do que pensar em viver junto dos filhos no Porto. A agonia tomava-lhe o corpo sempre que a mãe dos seus filhos dava essa ideia. A Tia Assunção queria apenas garantir que a velhice daquele casal não seria um encargo para os filhos de ninguém, a não ser dos seus. Todos os anos o casal criava um porco para realizar a tradicional matança regional. O Ti Manel convidava a família Tavares da freguesia vizinha, o Simão Antão que matava porcos como ninguém e mais meia dúzia de pessoas da sua freguesia. Como gostava de dizer umas cantiguinhas, preparava a melhor aguardente para noite da matança. Ganhava inspiração e ao cantar uns versos, exteriorizava todo o seu

amor ao canto que o tinha visto nascer e que um dia o viria morrer. Como a idade já era avançada e o cansaço tomava-os o corpo, decidiram pôr fim à tradição. Entre dias bons e dias menos bons, o casal amava-se à sua maneira, e já começavam a sentir os sintomas da morte lenta. A Tia Assunção queixava-se das pernas e da coluna. Ia tomando uns comprimidos para acalmar as dores, mas os gritos ouviam-se na vizinhança, tamanhas eram as dores que a mulher do Ti Manel sentia. No dia seguinte, o Ti Manel chamava um carro de praça para levar a esposa ao hospital. O médico, amigo da família, era um moço esperto, que tinha estudado em Coimbra e se formara com média de 18 valores. O Dr. Andrade não tinha as melhores notícias para o casal Assunção. A Tia Assunção sofria de cancro terminal nos ossos e a morte avizinhava-se a passos largos. Passados alguns dias os dois filhos (Continua na página 12)

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NO ICS: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Elvira Oliveira Mendes; Rui Marques; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ADMINISTRAÇÃO José Miguel Silva (administracao@jornaldapraia.com) SECRETARIADO E PUBLICIDADE: Eulália Leal (publicidade@jornaldapraia.com) LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


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NO CONCELHO | JP

OLHAR POENTE SALTA PARA O NOVO ANO LETIVO

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endo em vista o início do novo ano letivo, a “Olhar Poente – Associação Desenvolvimento”, realizou a 31 de agosto uma atividade inserida no Plano de Formação Interno destinada a reforçar a dinâmica de equipa e cooperação, princípios fundamentais para o sucesso social, educativo e pedagógico desenvolvido pela instituição.

os desafios apresentados, saindo da sua zona de conforto mas sempre num ambiente de segurança e de cooperação mútua. Individual e coletivamente, o nível de envolvimento por parte das participantes foi muito enriquecedor, permitindo num ambiente informal trabalhar diferentes competências fundamentais para o trabalho das profissionais.

“Coasteering” foi a atividade escolhida, tendo sido proposto a todas as colaboradoras que superassem

A atividade foi monitorizada pela equipa especializada de “Rope Adventures” e participaram 29 cola-

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boradoras das respostas sociais de creche e CATL das freguesias de Vila Nova, Fontinhas e Fonte do Bastardo,

que diariamente dão uma resposta a cerca de 200 crianças dos 4 aos 12 an os. JP•

PRAIA DA VITÓRIA: DIPLOMACIA TRAZ JUÍZO DE

FAMÍLIA, MENORES E TRABALHO

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novo juízo misto de Família, Menores e Trabalho será criado no tribunal da Praia da Vitória e a instalação será assegurada pela Câmara Municipal da Praia da Vitória, informou Tibério Dinis, em reunião camarária de julho, realizada na freguesia das Quatro Ribeiras, aquando da retificação do protocolo de cooperação celebrado com Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça I.P. – IGFEJ, relevando o esforço diplomático do executivo.

Municipal irá colaborar na realização de obras de conservação e de beneficiação do tribunal ficando responsável pela execução do levantamento arquitetónico atualizado do edifício e pela elaboração do projeto de instalações elétricas e redes, sendo os custos assegurados pelo IGEF.

No âmbito do protocolo, a Câmara

JP•

Recorde-se que a criação do novo Juízo esteve inicialmente prevista para Angra do Heroísmo e deveria ocorrer em setembro, segundo programado no Relatório de Gestão de 2017 da Comarca dos Açores.

ATÉ FINAL DE SETEMBRO

BIBLIOTECA PÚBLICA DE ANGRA VAI ESTAR NA AGUALVA

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ando continuidade ao projeto Biblioteca nas Freguesias – Biblioteca Itinerante, que se realiza em parceria com as Câmaras Municipais de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, a Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luis da Silva Ribeiro leva durante o corrente mês de setembro a oferta bibliográfica do seu serviço de empréstimo à freguesia de Agualva. Para usufruírem dos serviços disponibilizados, basta aos interessados dirigirem-se aos serviços da junta de

freguesia para requisitarem os livros que se encontram disponíveis para leitura domiciliária. Com o objetivo de estar mais próxima dos cidadãos a biblioteca disponibiliza desta forma o serviço de empréstimo domiciliário junto das comunidades, a pensar naqueles que por razões diversas não têm possibilidade de se deslocar à instituição, contribuindo, assim, para fomentar o interesse pelo livro e pela leitura. RM/JP•


JP | EFEMÉRIDE

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JOSÉ AUGUSTO NOGUEIRA SAMPAIO – O MULTIFACETADO HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

Nogueira Sampaio que sempre fora um homem que exigia o máximo de si, quis fazer mais pela sua cidade, assim, multifacetado como era, tornou-se vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, entre 1852 e 1854 [...]

ção e elogio. Nogueira Sampaio foi ainda interno na maternidade do hospital civil de Louvain, depois interno, tanto em clínica médica, como em clínica cirúrgica. O seu trabalho foi reconhecido como meritório.

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á exatos 154 anos, a 1 de outubro de 1864, entrava em funcionamento o Posto Meteorológico de Angra do Heroísmo, o primeiro dos Açores, criado e dirigido por José Augusto Nogueira Sampaio, um homem multifacetado. Médico-cirurgião brilhante, cientista, professor e reitor de liceu reconhecido, Nogueira Sampaio marcou a sua época, sobretudo por ser uma pessoa com conhecimentos em múltiplas áreas do saber. José Augusto Nogueira Sampaio nasceu a 11 de dezembro de 1827, em Angra do Heroísmo, filho de Manuel Gomes de Sampaio um conhecido médico-cirurgião de brigada que lhe passou todo o amor pela medicina e de Guilhermina Cândida Nogueira Sampaio. Estudou com o deão Narciso António da Fonseca e com o padre Jerónimo Emiliano de Andrade, dois mestres que bem o prepararam. Assim, aos 15 anos, matriculou-se na Universidade de Coimbra, com o objetivo de fazer o curso de Medicina. Pouco tempo depois, em 1844, a faculdade foi encerrada, em protesto contra o Governo de Costa Cabral, reabrindo depois. Os tempos em Portugal eram de alguma agitação política, devido sobretudo às várias fações existentes em pleno Liberalismo. Em 1846, a Universidade de Coimbra voltou a fechar as portas, fruto das insurreições que proliferavam pelo país fora. Nogueira Sampaio, não querendo perder mais tempo, em 1847, seguiu para a Bélgica para completar os seus estudos na Universidade de Louvain. Tornou-se, então, discípulo dos sábios Pierre Joseph van Beneden, Theodor Schwann, Eugène Hubert e Étienne-Michel van Kempen. Concluiu aí o doutoramento em Medicina, com grande distinPUB

Em 1850, Nogueira Sampaio regressou a Portugal e requereu então o exame de habilitação para exercer clínica no país, que lhe foi passado pela Escola Médica de Lisboa. De seguida, regressou à sua terra. Em Angra do Heroísmo, em 1852, com apenas 24 anos de idade, Nogueira Sampaio iniciou a sua carreira de médico no hospital civil, primeiro como cirurgião-ajudante, depois cirurgião-afetivo, função que exerceu até 1888. Foi ainda médico do partido municipal (a partir de 1857), delegado de saúde (1857-1877) e guarda-mor de saúde, cargo que exerceu até 1896. Nas suas funções como médico, deparou-se com várias epidemias, acabando por prestar apoio aos militares do Castelo de S. João Batista, sendo nomeado, em 1856, cirurgião ajudante dos corpos do exército e posteriormente cirurgião-mor. Nogueira Sampaio que sempre fora um homem que exigia o máximo de si, quis fazer mais pela sua cidade, assim, multifacetado como era, tornou-se vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, entre 1852 e 1854, e foi repetidamente nomeado procurador à Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo, ligado ao partido do 1º conde da Praia D. Teotónio de Ornelas Bruges Paim da Câmara, ou seja, aos progressistas. Nogueira Sampaio organizou ainda a primeira exposição agroindustrial em Angra do Heroísmo, sendo, também, um dos fundadores da Sociedade Agrícola terceirense. Em 1857, aceitou o cargo de professor do liceu nacional de Angra do Heroísmo, sendo responsável pela cadeira de Física e Química, função que exerceu até 1897, tendo sido reitor deste estabelecimento de ensino de 1884 até 1895. O Posto Meteorológico de Angra do Heroísmo, o 1º dos Açores, foi criado e dirigido por Nogueira Sam-

paio, em outubro de 1862, entrando em funcionamento 2 anos depois, a 1 de outubro de 1864. O Posto Meteorológico foi instalado no edifício de São Francisco (atual Museu de Angra do Heroísmo). Nogueira Sampaio foi diretor até 1896. A importância do Posto era grande e reconhecida, pois os registos observados eram enviados para o Observatório de Lisboa que, por sua vez, reenviava a informação já trabalhada para o Observatório Imperial de Paris, para Londres e para Utrecht. Em 1881, o Posto Meteorológico era transferido para a torre sineira da Igreja do Colégio dos Jesuítas e, posteriormente, por iniciativa do “cientista” tenente-coronel José Agostinho, para o Observatório Meteorológico, em Santa Luzia, na zona norte de Angra do Heroísmo. Atualmente a História de Francisco Rogério da Costa é conhecida por alguns. Devemos incentivar para que a sua vida deixe de estar apenas no memorial da Igreja da Conceição e passe para a memória de todos os terceirenses. São os feitos destes grandes homens, que não tiveram medo de lutar pelo que acreditaram, que devemos olhar e aprender com eles. É na crise que se encontra soluções para os problemas tal como fizeram muitos dos nossos antepassados, é tempo de fazermos o mesmo e continuarmos a ajudar a Terceira a crescer e a evoluir. Nogueira Sampaio foi também um grande cientista, estudando o cocus que devastava os laranjais terceirenses e analisando as águas minerais da Serreta, concluiu que estas eram ácidas carbónicas. Foi ainda um naturalista, estudando a fauna, a flora e a mineralogia da Terceira. Organizou e escreveu a obra Memória sobre a Ilha Terceira, terminada e publicada pelo seu filho Alfredo da Silva Sampaio. Nesta obra, Nogueira Sampaio mostrava-se adepto das recém-defendidas teorias evolucionistas das espécies de Charles Darwin, o que levou a uma polémica com a Igreja e com os seus dogmas, sobretudo com o cónego António Maria Ferreira, após a publicação do seu texto A vida. Após a resposta do cónego, pu-

blicou Exame crítico da refutação que o senhor cónego António Maria Ferreira fez ao discurso Vida. Foi autor ainda da Dissertação sobre o aborto médio. Nunca teve medo de controvérsias. A ação e os estudos de Nogueira Sampaio eram tão elogiados e divulgados que foi feito correspondente da Sociedade Pharmaceutica Lusitana, membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, da So-

ciedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade de Arquitetos e Arqueólogos Portugueses e da Societé Indo-Chinois de Paris. Foi condecorado como Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição e recebeu a comenda da Ordem de Cristo. Morreu na sua cidade natal, a 26 de julho de 1900. Tinha 72 anos. A vida de Nogueira Sampaio deve instigar-nos a investigar, a querermos saber mais e a sermos multifacetados. Não devemos ter medo de ir contra a ordem estabelecida, sobretudo quando defendemos o que acreditamos. É importante termos objetivos, pois a vida é feita de etapas, nem todas fáceis, mas devemos apostar o máximo para nos superarmos todos os dias.


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TRADIÇÃO | JP

IMPÉRIO DA CARIDADE, FIGUEIRAS DE PAÍM, COM

OITO DIAS DE FESTIVIDADES ESTE ANO O “dia extra”, resulta de circunstâncias de calendário, que aproveitando o feriado de 05 de outubro, adia a excursão ao mato para sexta-feira.

RS/JP

E

ste ano as Festas do Império da Caridade, nas Figueiras do Paím, freguesia de Santa Cruz, Praia da Vitória, que se iniciam na próxima sexta-feira, 28 de setembro, contam com um dia extra, em virtude do feriado de 05 de outubro. “O nosso Império louva o Divino Espírito Santo no último domingo de setembro, terminando as festas na quinta-feira seguinte, com a excursão ao mato seguida de tourada à corda. Mas este ano, excecionalmente, como a sexta-feira é feriado, decidimos adiar por um dia a excursão, prologando as festas por mais um dia e proporcionando que um maior número de pessoas possa participar na já bastante participativa excursão ao tentadero da Casa Agrícola José Albino Fernandes”, explica Carlos Parreira, presidente da Comissão das Festas e do Império. Assim, as Festas do Império da Caridade 2018, decorrem de 28 de setembro a 05 de outubro. Na sexta-feira, 28 de setembro, pelas 17;30, terá lugar o tradicional Pézinho que concentrando-se no largo da Luz, desce a rua de Jesus em direção à Praça Francisco Ornelas da Câmara. Cortona a praça e pela rua de Baixo segue até ao Império. Mais tarde, pelas 20:00, haverá um jantar com as saborosas Sopas do Espírito Santo nas instalações da Associação Humanitária de Bombeiros VoluntáPUB

IMPÉRIO DA CARIDADE em festa de 28 de setembro a 05 de outubro. Oito dias marcados pela força da fé, a cultura da tradição e a sonoridade dos acordes, numa celebração do povo para o povo. rios da Praia da Vitória. No sábado, 29, pelas 19:00, as portas do Império abrir-se-ão para visitas do público. O dia termina com uma grandiosa Cantoria, às 21:00, a cargo de Bruno Oliveira, Fábio Ourique, José Eliseu, José Esteves e Marcelo. A 30, domingo, pelas 12:00, decorrerá na Matriz da Praia da Vitória a celebração eucarística. Uma hora mais tarde, o Cortejo do Divino Es-

pírito Santo seguirá para o Império, seguindo-se o Bodo com distribuição de Pão e Vinho. Pelas 22:00, sobe ao palco, a jovem cançonetista praiense, Joana Pacheco, que diz “cantar sem ser cantora”, mas certamente encantará com o registo único dos seus “covers”.

Coroa com a participação de todos os impérios de Santa Cruz. O dia culmina, com a atuação da banda Filarmónica União Praiense, pelas 22:30, orientada pela batuta do maestro Antero Ávila. No intervalo, ocorrerá o sorteio de Pelouros para os domingos de coroação do próximo ano.

Para segunda-feira, 01 de outubro, está agendada para as 20:00, na igreja Matriz, uma missa, por alma dos irmãos falecidos. Uma hora mais tarde, ocorre o Cortejo de Mudança de

O folclore chega à festa na terça-feira, 02 de outubro, com desfile e atuação, respetivamente, às 21:00 e 21:30. No dia seguinte, quarta-feira, 03, os bravos de Humberto Filipe percorrem o arraial com início pelas 17:00. À primeira tourada à corda das festas, suceder-se-á, à noite, o concerto de Francisco Ourique, pelas 22:00. Público e campinas de novo convidados para 04 de outubro, quinta-feira, segunda tourada das festas, com gado bravo de Rego Botelho, a varrer arraial a partir das 05:00 da tarde. O penúltimo dia culmina com outro momento musical a partir das 22:00. Sexta-feira, 05 de outubro, excecionalmente este ano, é dia de excursão ao carismático tentadero da Casa Agrícola José Albino Fernandes, com partida a partir do império pelas 10:00 da manhã. Ao final da tarde, pelas 17:00, as gaiolas abrem-se e a folia da festa brava acontece. “O jantar de Sopas do Espírito Santo no dia 28 de setembro, assim como o transporte no autocarro para a excursão ao mato do dia 05 de outubro, carecem de inscrição junto da Comissão do Império”, informa Carlos Parreira. JP •


JP | SAÚDE o Cantinho do Psicólogo 195

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a l g u n s trabalhos, para as coisas correrem bem, não nos magoarmos, e a vida não sair cara temos de assentar bens os pés no chão. Aurélio Pamplona Mas como vemos (a.pamplona@sapo.pt) pela fotografia isso é difícil de conseguir, especialmente na execução de algumas tarefas, obrigando à recorrência de utensílios diversos, no caso presente as escadas duplas e compridas, à motosserra, e a engenhocas, como a posição corporal, a prisão duma perna entre dois ramos para a garantir a solidez na sua execução, e à manutenção dum estado de calma na execução da tarefa.

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Cuidado percepção dos acontecimentos, são os aspectos físicos, fisiológicos, emocionais e interpessoais do indivíduo, que tanto podem contribuir para o aumento, como para o amortecimento dos efeitos de stress. Indivíduos ansiosos, um dos resultados da sobrecarga de stress, diferem em diversos aspectos de funcionamento ao nível da atenção (Eysenck & Keane, 1990). Especificamente atendem mais a estímulos relacionados com a ameaça, são mais distraídos,

se passa a nível interno, tanto física como emocionalmente. Resumindo, tanto uns como os outros não se desempenhariam muito bem na execução da tarefa que a fotografia retrata. E por isso interessa continuarmos a lutar para não nos deixarmos envolver nas armadilhas das distorções do pensamento. Como escreveu Torga (2011) na primeira pessoa, sobre Sísifo, herói, representante da astúcia e insubmissão humana: «Recomeça. /Se puderes/

E porque o risco espreita a cada esquina, o fotógrafo obrigou-se a tomar também uma posição, que foi a de agradecer ao executante prestar-se ao trabalho, e até permitir que lhe fosse tirada a fotografia naquela posição difícil e arriscada. Entretanto necessitamos de estar conscientes que se nos sobrecarregarmos de stress dificilmente podemos seguir a nossa vida sem grandes complicações, porque o stress altera a forma como o sistema imunológico responde aos desafios do ambiente. Acresce que as diferentes formas como se lida com o stress traduzem-se posteriormente em sintomas diversificados, nomeadamente emocionais, cognitivos, físicos e comportamentais, que podem acabar em sobrecarga, cronicidade ou em doenças diversas. Uns são bons respondentes, outros não. E o que está habitualmente em jogo, para além da PUB

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têm a maior selectividade da atenção a par da reduzida capacidade neste âmbito. Não é por acaso que andam sempre à procura dos perigos, e depois a queixarem-se dos mesmos. Já os indivíduos depressivos são pouco afectados ao nível da atenção pelo conteúdo do estímulo, e não se distraem por dá cá aquela palha, precisamente porque a sua atenção se focaliza fundamentalmente no que

Sem angústia/ E sem pressa./ E os passos que deres, / Nesse caminho duro/ Do futuro/ Dá-os em liberdade. / Enquanto não alcances/ Não descanses. / De nenhum fruto queiras só metade. / E, nunca saciado, / Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar. / Sempre a sonhar e vendo/ O logro da aventura. / És homem, não te esqueças! / Só é tua a loucura/ Onde, com lucidez, te reconheças.../ E como temos vindo a

demonstrar.» E para prosseguir no bom caminho interessa enunciar mais algumas distorções do pensamento a evitar. Sétima – Super generalização, que acontece quando se tira uma conclusão radical que vai muito além da situação que se está a viver no momento, se transforma um assunto particular numa regra geral, que se considera verdadeira sem o provar, ou ainda que o que ocorreu e foi verdade no passado, o vai continuar a ser, não obstante saber-se que o futuro é incerto. Face aos acontecimentos ou situações, e às emoções associadas que envolvem esta ou outras distorções, o que se pode dizer é que há sempre duas maneiras de reagir: (1) de forma reflexiva, e (2) e de forma instintiva. Quando reagimos, e retorquimos ofensas, agressões ou descuidos alheios passamos a sintonizar com quem as produziu, e isso não nos conduz a lado nenhum, porque estamos a responder da mesma forma desordenada. É a nossa atitude que está em jogo. E a melhor postura é a opção pela acção ponderada, reflexiva, ajuizada, com vista a podermos usufruir dos benefícios da saúde e da tranquilidade, em sintonia com todos, nomeadamente aqueles que se deixam levar por inconsequências ou mesmo maldades. Referências: Eysenck, M. W. & Keane, M. T. (1990). Cognitive psychology: A student´s handbook. Hillsdale (USA). Lawrence Erlbaum associates, Publishers. Torga, M. (2011). Diário: Vol. XIII a XIV: Sísifo e o sentido da vida humana. Lisboa: Publicações D. Quixote. Foto: A. Pamplona•


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AMBIENTE | JP

PRAIA DA VITÓRIA: RELATÓRIO DO LNEC APONTA

“MELHORIA CONTÍNUA” DA SITUAÇÃO AMBIENTAL RS/JP

O documento vem ao encontro das informações transmitidas pelas autoridades americanas na última Bilateral.

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último relatório elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil – LNEC, de análise e acompanhamento dos trabalhos de descontaminação ambiental no concelho da Praia da Vitória, referente aos primeiros 6 meses de 2018, aponta para uma tendência de “melhoria contínua” na reabilitação do passivo ambiental causado pelos militares norte-americanos da Base das Lajes. Os resultados parecem confirmar as informações prestadas pelas autoridades norte-americanas aquando da 39.ª reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos da América (EUA), realizada no início de maio, em Washington, com a presença do presidente Governo dos Açores, Vascos Cordeiro. No encontro, os americanos anunciaram ter alargado a intervenção a oito novos lugares e – note-se – ter obtidos melhorias significativas da situação ambiental na Porta de Armas e no “South Tank Farm”. O relatório do LNEC incide sobre os resultados dos trabalhos de monitorização, principalmente na Porta de Armas (“site” 3001) e no “Shouth Tank Farm” (“site” 5001), definidos pelo LNEC, em 2010, como contaminados e onde a ação de descontaminação dos EUA assume caráter prioritário, numa perspetiva da salvaguarda da qualidade da água de consumo público. No “site” 3001, verifica-se a total ausência de BTEX (benzeno, tolue-

SOUTH TANK FARM e Porta de Armas apresentam “melhoria contínua” da situação ambiental segundo análises do LNEC publicadas em relatório. no, etilbenzeno, xilenos) e de VOC – Compostos Orgânicos Voláteis em todos os pontos analisados neste “site”, e uma diminuição dos HAP – Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos na zona exterior a este local. No “site” 5001, para além da também ausência de BTEX e de Compostos Orgânicos Voláteis, verifica-se uma diminuição de hidrocarbonetos totais. De realçar ainda os resultados das amostras realizadas à qualidade da água destinada ao consumo humano, que cumprem com as Normas de Qualidade. Os resultados publicados advêm da monitorização de 10 pon-

tos de água nos níveis suspensos (formações hidrogeológicas superficial e intermédia) em três tipos de amostras de água.

para condições de águas subterrâneas não potáveis e a legislação holandesa relativa aos valores a partir dos quais deve haver intervenção.

A análise decorreu à luz da legislação portuguesa em vigor, nomeadamente para os parâmetros definidos para a qualidade das águas subterrâneas na origem, decorrente da aplicação da Diretiva-Quadro da Água (DQA), da Diretiva de Águas Subterrâneas (DAS) e da Lei da Água, e para os restantes parâmetros, não definidos na legislação portuguesa, foram utilizadas as normas do Canadá relativas aos padrões para condições de águas subterrâneas potáveis, tendo também sido consultadas as normas

O relatório produzido pelo LNEC para a ERSARA – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores dá cumprimento à Resolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores n.º 20/2015/A, de 12 de junho, de acompanhamento do processo de descontaminação e reabilitação na Praia da Vitória e foi enviado pelo Governo dos Açores à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e à Câmara Municipal da Praia da Vitória. GaCS/JP•

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TALHO BORBA & MENDES


JP | DESTAQUE

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GLINTT APOSTA NO DESENVOLVIMENTO NA PRAIA DA VITÓRIA

GaCS/FR

Polo tecnológico foca-se na programação e destina-se a desenvolver software “Made in Azores”, potenciando a região, no mercado internacional da programação informática.

P

resente em 3 continentes: Europa, América e África, correspondente a 6 países diferentes: Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Brasil e Angola, operando a partir de 10 escritórios, com mais de 1.050 colaboradores, cotada na Euronext e com um volume de negócios de 71 mil milhões de euros, no ano passado, a multinacional de consultadoria e serviços tecnológicos na área da saúde, Glintt – Global Intelligente Technologies, chegou no início do mês aos Açores com a inauguração a 03, de um novo polo tecnológico na cidade da Praia da Vitória. Incubado na Praia Links – Incubadora de Negócios e Ninho de Empresas da Praia da Vitória, o polo localiza-se em pleno centro histórico da cidade, na rua de Jesus – nova extensão da Praia Links – e é da responsabilidade da recém-criada Glintt Açores, delegação da multinacional para o arquipélago açoriano. A tecnológica chega aos Açores e à Praia da Vitória no âmbito do projeto Terceira Tech Island, criado ao abrigo do Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT), apresentado pelo Governo dos Açores em 2015 e destinado a mitigar os impactos do “downsizing” na base militar norte-americana das Lajes. O Terceira Tech Island é um vasto programa destinado a potenciar as vantagens competitivas que a ilha PUB

MULTINACIONAL GLINTT chega aos Açores no âmbito do projeto Terceira Tech Island, que para Vasco Cordeiro, é exemplo de “sucesso” da estratégia governativa delineada para Região. Terceira e os Açores podem oferecer no desenvolvimento das tecnologias de informação, através da formação intensiva de quadros em programação informática, ministrada pela “startup” nacional Academia de Código e da criação de condições para atrair investimento privado no setor, com a disponibilização de instalações para as empresas, alojamento para quadros deslocados e um quadro de apoios e incentivos fiscais ímpares em todo o território nacional. Resultante deste quadro, já se fixaram na Praia da Vitória, no espaço de um ano, 6 empresas nacionais e internacionais na área das novas tec-

nologias. O polo tecnológico da Glintt Açores inaugurado na Praia da Vitória está totalmente focado no desenvolvimento de software informático e criou um total de 15 novos postos de trabalho: 10 programadores juniores, 2 programadores seniores, 2 colaboradores administrativos e um responsável pela delegação. Os 10 programadores juniores saíram do último curso intensivo de programação realizado pela Academia de Código, tendo os 2 programadores seniores sido recrutados a outras empresas do mercado local.

“Estamos nos Açores numa lógica de desenvolvimento de software e aqui iremos desenvolver software que será utilizado nas nossas soluções espalhadas pelas diversas geografias em que estamos presentes com soluções na área da saúde. Para tal, contratamos 10 programadores juniores formados no último curso da Academia de Código aqui na Praia da Vitória e mais 2 seniores recrutados no mercado local”, disse Paulo Rosa, responsável pela Glintt Açores. A Glintt desenvolve e implementa software por medida para o merca-


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DESTAQUE | JP

O DE SOFTWARE COM MARCA AÇORES GaCS/FR

tos com o projeto Terceira Tech Island e com os resultados até agora alcançados. Vasco Cordeiro fala em “sucesso” e “incentivo” à estratégia delineada pelo governo, enquanto Tibério Dinis, diz haver “vida para além da redução da Base das Lajes”. “O sucesso alcançado com este projeto dá-nos a legítima espectativa e um incentivo redobrado para continuarmos focados no seu desenvolvimento, no seu aprofundamento, mas também na concretização de uma estratégia global que temos vindo a concretizar nos Açores à volta do aproveitamento do potencial da ciência e da tecnologia para a criação de riqueza e para a criação de emprego”, disse o líder açoriano.

POLO TECNOLÓGICO DA GLINTT AÇORES é constituído por 15 profissionais: 10 programadores juniores, 2 seniores, 2 administrativos e 1 responsável. do hospitalar e farmacêutico. A solução “GlobalCare”, exclusivo para a área hospitalar, encontra-se instalada em mais de 200 hospitais e clínicas, enquanto o “SIFARMA”, destinado às farmácias está presente em mais de 16.000 em toda a Península Ibérica. O polo da Praia da Vitória, juntar-se-á aos restantes centros de desenvolvimento na produção de novas peças de software e aperfeiçoamento das soluções já existentes, introduzindo os Açores nos mercados internacionais de programação computacional.

nosso principal objetivo, é fazer com que o software produzido e desenvolvida neste polo seja identificado com ‘Made in Azores’, para que no universo da nossa empresa e não só, se saiba que existe software produzido nos Açores e desta forma despertar curiosidade e interesse que faça crescer o nosso polo, mas também que potencie a instalação de novas empresas na área das novas tecnologias nos Açores”, perspetivou o responsável.

juniores. Decorre na Praia da Vitória o 3.º curso com 40 formandos, perspetivando o Governo dos Açores a formação de 200 programadores até ao final do próximo ano. A taxa de empregabilidade destes novos programadores apresenta-se excelente, cifrando-se em 80% para o primeiro curso e 85% para o segundo, ou seja, dos 40 programadores, apenas 7 ainda não estão colocados (4 + 3).

FORMAÇÃO COM SAÍDA

“O projeto Terceira Tech Island tem imenso potencial e é com enorme expetativa de crescimento que a ele nos associamos. O nosso foco, o

Desde outubro de 2017 até à presente data, a Academia de Código ao abrigo do projeto Terceira Tech Island, já formou 40 programadores

Na cerimónia de inauguração do polo tecnológico, quer o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, como o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), Tibério Dinis, revelaram-se satisfei-

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SATISFAÇÃO

Nesse sentido, recordou os investimentos no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira – TERINOV, no NONAGON, em São Miguel e a nova Escola do Mar, no Faial. Anunciou ainda para o Faial, que o “Governo está a trabalhar na instalação de um tecnopolo dirigido às áreas da biotecnologia marinha e da robótica submarina”. “Há vida para além da redução da Base das Lajes”, disse Tibério Dinis, relevando a atitude de ambição da CMPV, que não baixou os braços perante o dramático anúncio da redução do contingente militar norte-americano na Base das Lajes, em 2012. Desenvolveu uma “estratégia em estreita colaboração com Governo Regional”, numa visão ambiciosa para a Praia da Vitória e para a ilha Terceira. “O hub tecnológico Terceira Tech Island é um exemplo claro desta estratégia. Um projeto diferenciador e extremamente ambicioso, em que acreditamos, mas que, fundamentalmente, as dezenas de formandos da Academia de Código e as empresas associadas também acreditam”, afirmou. JP•


JP | DESPORTO

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CDE “OS VITORINOS” INICIAM MAIS UMA ÉPOCA Apesar das dificuldades e fruto do espírito de entreajuda de famílias e Direção, o clube arranca para competição.

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quadro competitivo da Associação de Basquetebol da Ilha Terceira (ABIT) arrancou no passado dia 17 de setembro, mas apesar das dificuldades, o Clube Desportivo Escolar “Os Vitorinos” começou a preparar a nova época desportiva com muita antecedência. A Direção, constituída maioritariamente por pais de atletas, entusiastas da modalidade, têm vindo a trabalhar afincadamente no sentido de manter vivo o basquetebol na cidade da Praia da Vitória, onde existe um número considerável de jovens com especial predilecção pelos “cestos”. Graças a um forte espírito de entreajuda de todos, Direção e famílias e com o apoio de alguns parceiros locais, o clube tem mantido uma atividade regular nos últimos 3 anos. Na última época desportiva, o CDE “Os Vitorinos”, apresentou-se em competição com uma equipa de seniores masculinos e nos escalões de sub-10, sub-12, sub-16 e sub-18, proporcionando a 58 crianças e jovens uma salutar prática desportiva. “A formação foi desde sempre a grande preocupação do nosso clube e constitui a nossa maior motivação. É para ela que todos nós, direção e famílias com grande sacrifício e espírito de entreajuda trabalhamos e é absolutamente gratificante e motivador quando vemos o nosso trabalho reconhecido, com os atletas formados no nosso clube a serem chamados para as diversas seleções”, diz André Gonçalves, presidente da Direção. De facto, foram vários os atletas formados no clube a serem chamados para a seleção da ilha Terceira, quer nos escalões de sub-14 como de sub-16. Afonso Marques, André Terra, Tomás Fonseca, Gonçalo Santos, Tomás Meneses, Tiago Correia e David Andrade, representaram as cores da ilha Terceira em competições interassociações a nível regional. A qualidade dos atletas e da formação do CDE “Os Vitorinos” não se limita apenas à ilha Terceira, os

CDE “OS VITORINOS” na época desportiva 2017/18 para além da equipa sénior, que se sagrou campeã regional, competiu nos escalões de sub-10, 12, 16 e 18, envolvendo 58 crianças e jovens. seus atletas também são recrutados para representar a seleção dos Açores, na Festa Nacional de Basquetebol que anualmente se realiza na cidade algarvia de Albufeira. Afonso Marques integrou a seleção de sub14, enquanto André Terra e Gonçalo Santos incorporaram a seleção dos Açores em sub-16.

tros.

Na época transata, o CDE “Os Vitorinos” sagrou-se campeão regional em seniores masculinos. Nos sub16 masculinos, venceu o Torneio de Abertura da ABIT e classificou-se em 3.º lugar no Campeonato Regional. A equipa de sub-12 masculinos participou no Torneio Nacional de Mini Basquetebol que se realizou na ilha de Santa Maria.

Paralelamente à componente desportiva e competitiva o clube desenvolve uma relevante atividade social e pedagógica. Destaca-se a aposta na criação e solidificação de laços afetivos entre a instituição e a família, a valorização da formação escolar no percurso desportivo dos atletas e a promoção de valores como o espírito de equipa, união, interajuda, cooperação e superação individual e coletiva. É pois, uma autêntica escola de valores para as crianças, proporcionando-lhes simultaneamente a prática de uma modalidade desportiva completa, com evidentes benefícios para a saúde física e mental.

NOVA ÉPOCA O figurino competitivo da ABIT é constituído por encontros de mínis, torneios e campeonato. Mais recentemente, foi introduzido o evento ”ALL Star” destinado a reforçar o trabalho dos atletas ao longo da época nas suas equipas, independentemente dos títulos ganhos, e finalmente, há os centros de aperfeiçoamento que permitem trabalhar áreas específicas em vários encon-

Na presente época “os Vitorinos” apresentam-se em competição nos escalões: sub-10, mistos; sub-12, mistos; sub-14/16, masculinos; e sub-18/ seniores, masculinos.

ÂMBITO SOCIAL

Não obstante a determinação de toda a direção e dos que com ela colaboram, o clube, vai assegurando a sua atividade com alguma dificuldade sendo indispensável a envolvência de toda a comunidade para que

possa prosseguir, a bem do basquetebol, da Praia da Vitória e das nossas crianças e jovens. “Continuaremos a trabalhar no sentir de não extinguir a modalidade no nosso concelho, contudo, tal só será possível com maior envolvimento da comunidade e com a superação de algumas dificuldades, uma delas de natureza estrutural. É o caso de não existir um espaço público para a prática do basquetebol, promovendo a prática da modalidade de modo livre e despertando e fomentando o gosto pela mesma”, realça André Gonçalves. “Anualmente damos conta dessa nossa preocupação e ensejo à edilidade praiense, e acreditamos que futuramente será uma realidade, até porque o lema do nosso clube é ‘Sempre Unidos Vitorinos!’”, concluiu. Os interessadoso poderão acompanhar a atividade do CDE “Os Vitorinos” na página do facebook https:// www.facebook.com/CDE-Os-Vitorinos e/ou contatar pelo email cdevitorinos@gmail.com. JP•

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SOCIEDADE | JP

RECORRENTEMENTE REJEITADA

VILA DAS LAJES INSISTE EM TOLERÂNCIA DE PONTO

Rui Nogueira

A Comissão de Festas 2018 enviou ao presidente do Governo dos Açores, pedido de tolerância de ponto para a terça-feira do Bodo de Leite.

R

ejeitada sucessivamente em 2015, 2016 e 2017, a vila das Lajes volta a solicitar à presidência do Governo dos Açores a conceção de tolerância de ponto aos funcionários e agentes da administração pública regional dos serviços sedeados na Ilha Terceira, por ocasião da terça-feira de Bodo de Leite, no âmbito das festas anuais em honra de Nossa Senhora do Rosário. A formalização do pedido seguiu para o Palácio de Sant’Ana a 06 de setembro.

festas de Nossa Senhora do Rosário da Vila das Lajes genuínas, expressão de uma envolvência bastante substancial, especialmente na terça-feira, tendo características singulares e valorizadoras da população da Vila das Lajes”. Não obstante, a tolerância foi recusada pela presidência do Governo com a fundamentação de que a solicitação “está fora do âmbito das situações prevista para a adoção da figura de ‘tolerância de ponto’ para os trabalhadores da Administração Pública”.

O ano passado, no âmbito desta revindicação foi apresentado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) uma petição pública subscrita por 605 pessoas, tendo como primeiro peticionário o então e atual presidente da Assembleia de Freguesia, Clélio Meneses. A petição baixou à Comissão de Política Geral da ALRAA, a qual, em relatório final, após diversas audiências apresentava-se “de modo genérico” sensível “à pretensão dos peticionários” reconhecendo que existem aspetos “sociais e culturais que tornam as

Anualmente, especificamente para a ilha Terceira, a presidência do Governo concede duas tolerâncias de ponto. Uma para toda a ilha, segunda-feira da Serreta, e outra, apenas para o concelho de Angra do Heroísmo, segunda-feira de São Carlos. A vila das Lajes reivindica uma terceira, abrangendo toda a ilha.

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Apesar da Câmara Municipal conceder tolerância de ponto aos seus funcionários e agentes, as festas ocorrem no decurso do ano letivo e as crianças estão na escola. Para par-

BODO DE LEITE valoriza o povo lajense. Lajes quer tolerância de ponto para preservar e perpetuar a tradição. ticiparem, terão que faltar e arranjar justificação, o que impede uma maior adesão. Com a tolerância de ponto, sustentam os reivindicadores, haveria uma maior participação e envolvência das crianças com o Bodo de Leite, reforçando a ligação a esta tradição e permitindo-lhes beber desde cedo as marcas identitárias da manifestação, assegurando a sua preservação e perpetuação futura. Além de realçarem toda a importância económica, social e cultural que as festividades têm na ilha.

As Festas das Lajes de 2018, decorrem de 06 a 13 de outubro. O tradicional Bodo de Leite, percorrerá a principal artéria da vila, a 09 de outubro. As tolerâncias de ponto são uma competência exclusiva da Presidência do Governo. Ao serem concedidas deverão obrigatoriamente ser publicadas com a devida antecedência em Jornal Oficial, habitualmente 2 semanas. JP•


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

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DIA 20 DE MAIO: “TIMOR HO LARAN TOMAK” (III) Continuação

E DITORIAL

“Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. Sócrates (o Grego) procurados.

“Não quero mais mentir a mim próprio”

Na resenha dos textos anteriores, vamos à partilha do sofrimento daquelas 750.000 mil almas, número estatístico então apresentado.

O

Ministro do Ambiente do Governo Francês, Nicolas Hulot, demitiu-se do seu cargo, no dia 28 de Agosto, porque não queria mentir a ele próprio, segundo afirmou numa entrevista à Rádio France Inter “não quero dar a ilusão que a minha presença no Governo significa que estamos a avançar e, por isso, demito-me”. Esta radical e louvável posição, levada a cabo por Nicolas Hulot surpreendeu tudo e todos, não avisando o Presidente Francês, Emanuel Macron, nem o Primeiro Ministro Édouard Philippe de que iria suceder na referida entrevista à Rádio France Inter. Esta corajosa atitude, deve servir de modelo a todos nós como ponte fulcral de meditação para a verdadeira essência das funções governativas, na determinação do bem-estar das populações, devendo os governantes defender acima de tudo os interesses sociais e nacionais sacrificando mesmo, se necessário, os seus próprios interesses. Os políticos muitas vezes, quando chegam ao poder não se veem integrados num projecto colectivo, mas apenas em busca do seu bem-estar pessoal, pois sem uma boa orientação do governo, os recursos económicos, as politicas ambientais, a investigação cientifica, enfim a cultura não poderão ir longe na concretização da felicidade colectiva das populações locais, regionais e nacionais. Aquilo que muitas pessoas pensam alcançar através do trabalho honesto, na família, na sociedade, outros infelizmente tentam obtê-lo de uma forma mais fácil, quando desempenham cargos no poder, distorcendo a realidade, daí a proliferarão da corrupção que não podemos negar. Não podemos esperar indeterminadamente para que estas péssimas situações sejam por si sós inultrapassáveis, há que denunciá-las e lutar pela sua irradicação, pois a liberdade deve caminhar lado a lado com a justiça, para que a moralização da política, das actividades governativas sejam permanentes e dessa forma construir-se um mundo melhor, teremos assim de imprimir um verdadeiro rumo à nossa História. A História tem de ser forjada por esperanças lícitas, pois as prioridades dos políticos devem ter sempre em conta a verdade, trabalhando para a felicidade dos outros nas autarquias, nas regiões e no país. A posição do Ministro Francês do Ambiente, que sirva de lição, pois devemos analisa-la e estuda-la, pois o passado não serve para reflectir os erros, mas para nos libertarmos dos mesmos. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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T

José Ventura*

exto inicial: porquê a afirmação de “Timor no Coração”. “TIMOR HO LARAN TOMAK” (I) referenciação do 25 de Abril, 1990 “Timor 15 anos de dor” embrião para a criação da Associação de “Amizade Açores Timor” referenciação da acção de solidariedade a Timor e ao seu Povo. “TIMOR HO LARAN TOMAK” (II), desenvolve o abandono de Timor pelo estado português aquando da violenta invasão da Indonésia e os frutos daí advindos, morte, estupro e pilhagem. Referimos também embora levemente e no plano de evangelização a presença sempre activa da igreja católica na figura de um príncipe da mesma, idolatrado pelo povo timorense. Ele, D. Jaime Goulart ele, um dos muitos, mas muitos missionários açorianos que, onde o sol nascendo se vê primeiro partilharam as alegrias e as tristezas daqueles que os procuravam e, aqueles que eram

Depressa os açorianos, o também Povo açoriano que tantos abominam como tal, dão as mãos, vêm para as ruas através de frases e slogans bradar Liberdade, e muitas das vezes de terço em punho pedir a protecção do Divino e de sua Mãe para aqueles que nunca lhes deixaram também de o fazer. Manifestações de diversa ordem, exigindo dos responsáveis internacionais o que entendemos por Justiça. Sessões de esclarecimento sobre aquele País em embrião nomeadamente junto de Escolas e Outras instituições, espectáculos de solidariedade, recolha de donativos em dinheiro, de brinquedos para envio das crianças timorenses no Natal de 99. Convite a políticos e individualidades públicas e envolvidas no processo decorrente, desenvolvendo contactos a níveis institucionais para o apoio das iniciativas tomadas. Para além do reconhecimento do então alto-comissário para Timor o Padre Victor Milícias, teria sido nos Açores que recebeu o cheque de maior valor para a causa timorense. Foram,

pois, muitas as acções de ajuda moral e material levadas a efeito, sendo que, aquela que mais premiou foi o protocolo assinado com a Fundação Maria do Carmo Medeiros mentora da Escola Profissional da Povoação e, com o patrocínio da Câmara Municipal daquela Vila, a 9 de Dezembro de 1999, timorenses 8 jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 20 anos, assinaram o contracto que lhes permitiria receber formação profissional entre várias áreas de especialidade e que, depois de uma caminhada de trabalho profícuo e interessado de três anos vimos serem compensados com os seus Diplomas de Curso. Que alegria para eles. Que alegria para nós. Regressaram a Portugal e daí…. nada mais soubemos…ficaram por lá? Foram para Timor? Emigraram para a europa? Não sabemos! O que sabemos é que valeu a pena. 20 de Maio de 2002, assistíamos pela televisão, num Império do Espirito Santo da então Freguesia da Rabo de Peixe para o qual fôramos convidados, entre lágrimas de alegria e abraços felizes à cerimónia oficial da Independência de Timor Lorosae naquele dia a essária para com aquele território e o seu martirizado Povo. (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico.

PARTIDA SEM BRILHO (Continuação da página 2)

chegavam do Porto, angustiados por terem perdido tanto tempo sem a sua mãe o seu pai. A vida desumana que levavam no Continente impossibilitava-os de pensarem que tinham pais a quem deviam tempo de vida e preocupação. Poucas horas depois da chegada dos dois filhos do casal Assunção, a tia Assunção morreu de mão dada ao marido, deixando como últimas palavras: Não morras sozinho. Vai para a casa dos nossos filhos. Depois de ouvir o último desejo da esposa, o Ti Manel sentiu uma frieza tremenda a percorrer-lhe o corpo. Sentia-se na obrigação de cumprir a última prece da sua amada, mas também sentia que iria morrer para a vida. Sabia que lhe esperava o caminho da desumanização, da despreocupação e da infelicidade. Sabia que, provavelmente, nunca mais viria a terra negra das suas hortas nem iria

criar mais nenhum porco para matar e convidar os amigos. Sabia que nunca mais ia dizer umas cantigas, depois de um copo de aguardente, porque talvez não houvesse público digno de tão nobre simplicidade. Sabia que ia deixar para trás o seu bordão, fiel acompanhante, e ia ver as suas mãos a agarrarem uma bengala ou uma canadiana. Nada disso fazia sentido na cabeça do Ti Manel. Custou-lhe pensar que o pão que havia de comer não era mais amassado pelas mãos da sua esposa nem sequer ia poder saborear a caldeirada de peixe, tão afamada na freguesia. Eram duas sensações, aquelas que o Ti Manel sentia – por um lado, a aflição de partir e deixar a sua ilha e o seu cantinho amado, por outro, ter perdido a sua esposa de sempre e abandonar o seu corpo no cemitério, que ficava tão longe do Porto. À distância de um oceano inteiro. Quando o Ti Manel encaixou o cinto de segurança no avião que o le-

varia para o Porto, ele sabia que era uma viagem sem regresso. Era um adeus ao seu berço, do qual nunca tinha saído e era um adeus ao seu amor. Era um adeus aos anos de felicidade, embora de solidão e de irritações diárias. Tinha tudo e sempre pensou que não tinha nada. Julgava os seus filhos por se terem esquecido dos pais e só se terem lembrado na hora da morte. Isso afligia-o imenso. O golpe maior foi quando os seus olhos já não viam a ilha, da janela do avião. O Ti Manel passou a viver num grande apartamento, requintado e com todas as condições. De semana a semana, mudava de apartamento. Ou ia para a casa do Manuel ou ia para a casa da Ana Lúcia. Eles tinham as suas vidas. Saíam cedo para o trabalho, tal como os seus companheiros, e voltavam já era noite. Os netos passavam o dia no colégio e não mostravam aproximação ao avô (Continua na página seguinte)


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OPINIÃO / RELIGIÃO | JP

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XXXVI)

TURISMO DE MIGALHAS PARA A TERCEIRA Os visitantes com os quais gostosamente estive, passaram 21 dias nos Açores: 5 dias em S. Miguel, 5 no Faial, 5 no Pico, 4 em S. Jorge e 2 na Terceira. Quem são os responsáveis por tal anomalia em relação à Terceira? Decerto que os há. sua obra etnográfica, como anteriormente havia sido sugerido no Instituto Histórico da Ilha Terceira, em 2001.

António Neves Leal

J

á não sei quantos grupos de forasteiros nacionais e estrangeiros acompanhei, até hoje, em visita a esta ilha, que teima em permanecer no letargo ou sem despertar para as oportunidades proporcionadas pelos lucros da actividade turística. Decerto foram muitos. O que interessa agora é desenvolver a promoção, divulgação e valorização do que somos e temos para oferecer aos nossos visitantes e para nós mesmos. Folgo muito por ver que já não sou ave rara a chilrear ou a debicar, há tantos anos, em prol das nossas belezas e valores humanos esquecidos, desprezados ou marginalizados na nossa ilha. Na Ilha de Jesus tivemos no passado algumas vozes em sintonia com os ventos da história, da geografia e do almejado progresso. Foi o caso de Francisco Ferreira Drummond e seu trineto Luís Machado Drumond, este último também já com enfoque turístico, mas ainda no baú da nossa ingratidão e negligência, apesar das duas belas homenagens que lhe foram prestadas, há cinco anos, por meu intermédio, mas sem nada de concreto do que foi prometido pelo Presidente da Câmara Municipal de Angra, no sentido de se publicar a

Outras duas figuras, que é justo aqui lembrar, são os padres-poetas Joaquim Esteves e Coelho de Sousa. O primeiro, falecido em 1993 nos EUA, isto é, há precisamente 25 anos. Sobre ele pediram-me um trabalho para a publicação comemorativa do 150º aniversário do Seminário de Angra. Estava já paginada para sair, e eis que chega “de foguetão” um convencido e arrogante censor inquisitorial. Envia-me, à pressa, um texto, pela internet, a explicar o inexplicável. Pois tudo já estava decidido. Até a minha morada postal fora pedida por um dos três membros responsáveis pela preparação da mencionada publicação, a fim de me fazer chegar alguns exemplares da mesma, como oferta pelo meu trabalho enviado. Curiosamente, um oportunista e invejoso plagiário, seu amigo, mais tarde até aproveitar-se-ia da situação, com a minha cumplicidade, para se enfeitar com louros alheios. A segunda figura prestimosa que não posso omitir é a de Coelho de Sousa. Fiz o seu elogio no livro «Varanda de Paris» e cito-o no mais recente trabalho «Primórdios da Secção Portuguesa do Liceu Internacional de SGL», muito apreciado em França, no passado dia 25 de Maio, o qual integrará o livro de ouro dos 50 anos daquela prestigiada instituição a que estou ligado umbilicalmente. Na página 35 da minha monografia, ao evocar os Açores transcrevo, parcialmente, um texto que vem muito a propósito, já que o tema de

PARTIDA SEM BRILHO (Conclusão da página anterior)

porque raramente o tinham visto, a não ser no dia da primeira comunhão. Levava uma vida ainda mais isolada do que aquela que tinha tido na sua terra. Agora ainda era pior porque não saía de casa nem ouvia o chilrear dos passarinhos. Não via o mar nem via as suas cabras, as galinhas e os porcos. Não via as suas batatas a crescerem nem podia ir apanhar um pé de salsa a lado algum. Os filhos começavam a irritar-se com o pobre coitado. O Ti Manel teimava em abrir a porta de casa e dizia bom dia ou boa noite aos transeuntes que passavam no corredor da casa. Os filhos não queriam que o pai desse confianças a quem eles nem sequer conheciam. Não havia vizinhos no apartamento, havia outras pessoas, com as suas vidas e os seus

hoje versa sobre o turismo. «A visita dos finalistas do Liceu Internacional de Saint-Germain-en-Laye, apesar do tempo estar desagradável, decorreu admiravelmente, dada a óptima colaboração de todos os intervenientes em tal êxito. Foi experiência a confirmar outras anteriores e é aviso e cautela, não só contra a incerteza do tempo (clima), mas sobretudo para o tempo (duração), para quem organiza tais visitas ou outras similares, destinadas ao programa referente à Terceira. É que por baixo, ou por dentro, deste tão apregoado turismo nos Açores, andam muitos interesses ou nepotismos injustos que só prejudicam o bom nome das entidades oficiais nele comprometidas, (...) O que é realidade é a maioria das pessoas que nos visita, ir daqui convencida que vale a pena voltar ao centro dos Açores. Ainda bem». (C.S., Vamos Encantados, Reflexo, A União, 21.02.1994). Este escrito está prestes a fazer um quarto de século. Ora o meu encontro de há poucos dias com um grupo de turistas franceses, vindos da província da Bretanha, mais uma vez veio confirmar o que tenho afirmado nos últimos quarenta e três anos na imprensa e noutras tribunas, e que vem referido como título da presente crónica. Os números falam por si e dispensam mais comentários. Os visitantes com os quais gostosamente estive, passaram 21 dias nos Açores: 5 dias em S. Miguel, 5 no Faial, 5 no Pico, 4 em S. Jorge e 2 na Terceira. Quem são os responsáveis por tal anomalia em relação à Ter-

ceira? Decerto que os há. E as suas causas também existem, e algumas permanecem por nossa máxima e exclusiva culpa. Temos que o reconhecer doa a quem doer. Não pretendendo ser pessimista, o que por natureza não sou, vou terminar com uma nota de regozijo pelo ingente trabalho que se vem promovendo para o alindamento da antiga Vila de S. Sebastião e para a valorização das nossas gentes e das nossas coisas. Uma palavra de incentivo e de parabéns pelo enorme sucesso que os trilhos e as zonas de lazer estão a ter junto da população da ilha, dos nossos emigrantes e dos turistas que os procuram cada vez mais. Encontro, diariamente, visitantes nos Salgueiros e na Baía das Mós, sobretudo espanhóis, franceses, italianos e alemães. Urge aproveitar essa onda favorável não apenas três meses por ano, e continuar a zelar pelo ambiente. A Terceira merece mais e melhores espaços de convívio para lá das touradas. Só assim a nossa ilha terá o merecido turismo. E de galinha dos ovos podres passará a ser uma dos ovos de ouro, deixando de receber as migalhas que nos quiserem dar, caídas da bandeja de outros. Que os Terceirenses acordem e deixem-se de balelas, frases feitas e ingenuidades. Aprendam com os exemplos de grandeza do que já fomos. Deixem-se de lamentações e críticas destrutivas e mesquinhas, sem horizontes para o futuro promissor que se reclama. Todos devem dar o seu contributo na preservação das nossas paisagens, na divulgação da história e tradições terceirenses.

NOVO PÁROCO EM SANTA CRUZ

problemas. Uma vida individualizada e triste, que chocava o Ti Manel. Certo dia, o Ti Manel pediu uma folha de papel ao filho. Começou a escrever as cantigas que não podia cantar. Depois de as concluir, deixou uma frase escrita, antes do último suspiro.

O

novo pároco de Santa Cruz sucede a Abel Noia Gonçalves Vieira, que depois de nomeado a 26 de junho de 1988, foi por mais de duas décadas o responsável pela paróquia, acumulando nos últimos tempos, a paróquia da Casa da Ribeira, a que se dedicará em exclusivo a partir de agora.

Vida, dá-me a alzheimer. Quero voltar Para além das dificuldades relacioa ser o que fui. nadas com uma crise generalizada da fé que vai esvaziando igrejas um Não quero ser o que sou. Se não for pouco por todas as paróquias, o novo possível, faz-me esquecer tudo. pároco de Santa Cruz encontrará por concretizar uma aspiração com mais Ou então, leva-me daqui, para junto 3 décadas, Centro Pastoral Social, da minha esposa no cemitério. não obstante toda a determinação e empenhamento quer do pároco Morreu a sorrir, mas morreu sozi- cessante quer do anterior. Ainda por nho. No entanto, podia voltar à sua concluir, estão as obras de recupeilha e ao amor da sua vida. ração da residência paroquial após o incêndio.

Manuel Carlos Sousa Alves, foi Rei-

tor do Santuário de Nossa Senhora dos Milagres da Serreta e respetivo pároco nos últimos 14 anos. É e continuará a ser, Capelão do Hospital do Divino Espírito Santo da Ilha Terceira. Ainda como pároco, passou por Santa Luzia, Posto Santo e São Bento no concelho de Angra do Heroísmo. Deu aulas de Religião Moral na escola Padre Jerónimo Emiliano de Andrade e foi professor no seminário da Diocese de Angra onde também exerceu as funções de ecónomo. Passou pela imprensa escrita, sendo diretor e administrador do extinto jornal “A União”. Jornal da Praia deseja ao novo pároco de Santa Cruz, o maior sucesso no exercício das suas funções, e publicamente expressa o seu agradecimento ao Padre Abel Vieira pela forma exemplar como serviu a paróquia de Santa Cruz e a sua comunidade, orientado por um único desígnio – SERVIR UMA MISSÃO. JP•


JP | MARÉ DE POESIA

A

poesia surge em diferentes registos e aborda o mundo consoante a leitura de quem escreve. Nesta edição quisemos desafiar três poetas da freguesia da Vila Nova a participar em conjunto, revelando que o meio em que vivem poderá proporcionar várias visões e perceções de desenhar letras, em linhas em branco.

2018.09.21

A Vila Nova é uma das freguesias do Concelho da Praia da Vitória, possui uma costa rochosa, na qual encontramos uma vasta baía detentora de piscinas naturais conhecidas como Escaleiras. O culto ao Divino Espírito Santo está muito enraizado na freguesia, mantendo acesa as tradições já secula-

res. Possui o clube de futebol – Sport Clube Vilanovense que recentemente comemorou sessenta e cinco anos de existência. Numa simbiose de união entre mar, terra e culto surgem os pedaços de escrita que aqui partilhamos.

Para quem vai coroar Sente uma forte emoção Sinal que consegui pagar Quando se viu em aflição Este dia vai ficar Para sempre no seu coração.

Rui Nogueira

Eufemismo Fui amante passageira de coisas, assaz, frugais na cave de uma vida Fui metade, sendo inteira e transbordando demais fui vencida... Mas, até à tona da frieza transformei a tempestade. Mudei a cor da tristeza para o mesmo tom da saudade. Porque o que para os outros é avareza, para mim, sempre foi amor de verdade...

Escaleiras Escaleiras é um pedaço! Um pedaço singelo de solo abraçado pelo mar. Umas vezes, fúria outras, calmaria, mas é um abraço! O abraço mais apertado que conforta a freguesia.

Vila Nova Vila Nova aldeia linda Como ela não vi ainda Aldeia, que me cativa, Não foi meu berço natal Mas agora é afinal A minha mãe adotiva. Vila Nova tem calvário Tem ermida e sacrário Banhada p’lo mar de encanto, Sociedade e cemitério Tem igreja e império E a coroa do Espirito Santo. Seu folclore a dançar Grupo desportivo a jogar Berço de gentes ordeiras, É conhecida afinal Por ser mãe do Carnaval E no Verão, p’las Escaleiras. Há travessas e ruelas Pessoas nobres e singelas Com sua humilde casinha, E ao passar no caminho Todos sentem o cheirinho, Da velha Casa da Galinha.

É seara de alegria A Junta de Freguesia Espiga de trigo novo, E anda de braço dado Com o edifício ao lado A nossa Casa do Povo. E na festa da partilha No bodo que abraça a Ilha Somos um povo de raça, Carros de toldo alinhados Com os seus lençóis bordados Fica linda a nossa Praça.

Espírito Santo Nesta ilha que é redonda E o mar abraça a onda Branca pomba voa tanto, A Terceira é um exemplo E cada casa é um templo Que acolhe o Espírito Santo O Espírito Santo é poesia É um misto de magia Que ninguém sabe explicar, E embrulhado em emoção O rebentar do bombão... Para o terço lhe rezar.

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Sport Clube Vilanovense Fundado em mil novecentos e cinquenta e três Na Freguesia tem Dimensão Já Foi mais de uma vez Na Terceira Campeão Pelo Vilanovense sinto Simpatia Penso não ser castigo E em Clubes de Freguesia O Vilanovense e o mais antigo Digo isso sem vaidades Com Emoção e sem Engano Tirando os Clubes das Cidades Só o Vilanovense foi Campeão Açoriano Sessenta e cinco anos já Passados Tantos anos que já la vão Homenageio os nossos Antepassados Pelo que deram a esta Instituição Antigamente jogávamos num pelado Meia Rota e sem Caneleira Chutávamos para onde se estava virado E Diziam...bola para a Figueira Ser Diretor é duro Gastamos nossas poupanças Ser Diretor é pensar no Futuro Das nossas lindas Crianças. Rui Nogueira

O preço do sacrifício Muitos fracassos roubaram-me o sono, mas as derrotas para mim, são vitórias, são lições de vida para a vida, motivos para ir mais além e pretextos para não ficar mais aquém das minhas próprias expectativas... Para mim, o limite é o céu e lutar é, deveras, um vicio. Saboreamos o sabor do troféu se conhecermos o preço do sacrifício.

Carla Valadão Ana Maria Lima

Carla Valadão

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO: Carla Félix COLABORADORES: Ana Maria Lima; Carla Valadão; Rui Nogueira. NOTA: Os poemas constantes na página Maré de Poesia são da responsabilidade dos seus autores/as que assumem a autenticidade das palavras partilhadas. Para participar na nossa página envio um email para maredepoesia@jornaldapraia.com solicitando o regulamento. PUB


2018.09.21

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INFORMAÇÃO | JP

HOJE (21/09)

FUTEBOL

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA (21/09)

SÁBADO (22/09)

CAMPEONATO DE PORTUGAL

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÉRIE “D”

DOMINGO (23/09)

6.ª JORNADA | 23.09.2018 21 SET Terreiro São Mateus Tourada não tradicional Ezequiel Rodrigues 17h30 - 20h00

22 SET Fundão (Farolinho) - Porto Biscoitos Bezerrada á corda Ezequiel Rodrigues 14h00

SC Praiense

Amora FC

-

Louletano

Moura

-

Real

Ferreiras

-

VG Vidigueira

Sp. Ideal

-

Sacavenense

Casa Pia

-

Angrense

1º Dezembro

-

Pinhalnovense

Redondense

-

Olímpico Montijo

Armacenenses

-

Oriental

SEGUNDA (24/09)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

TERÇA (25/09)

1.ª JORNADA | 23.09.2018 Vitória do Pico

-

Operário Lagoa

Águia CD

-

Guadalupe

Marítimo Graciosa

-

Fontinhas

Cedrense

-

Rabo Peixe

Lusitânia

-

Graciosa FC

Pesqueiro São Bartolomeu Tourada não tradicional Rego Botelho. 17h30 - 20h00

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

CONCERTO ANGRA EM FESTA OS MOSTARDAS Local: Largo Prior do Crato Hora: 22H00

QUARTA (26/09)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (27/09)

SÁBADO (22/09)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA (28/09)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (29/09)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

DOMINGO (30/09)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADOS

23 SET Porto dos Biscoitos Biscoitos Tourada tradicional Ezequiel Rodrigues 17h30 - 20h00

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 - Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2) ; 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 - Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 - Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoi-

28 SET Canada das Mercês Feteira Tourada não tradicional Humberto Filipe 17h30 - 20h00

tos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados

29 SET Canada das Mercês Feteira Tourada tradicional Humberto Filipe 17h30 - 20h00

DOMINGOS

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 - Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 - Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago;

03 OUT Figueiras do Paím Santa Cruz Tourada tradicional Humberto Filipe 17h00 – 19h30

04 OUT Figueiras do Paím Santa Cruz Tourada tradicional Rego Botelho 17h00 – 19h30

NOTA: Sujeita a alterações

-

CAMPEONATO DOS AÇORES

Rua Prof. Dr. Sousa Júnior Porto Martins Tourada tradicional Humberto Filipe 17h30 - 20h00

Fontes: Sites da CMAH e CMPV

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Olhanense

19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 - Matriz Sta. Cruz (4))

Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro (1)

SEGUNDA (01/10) ANIMAÇÃO DE RUA ANGRA EM FESTA M & COMPANY Local: Ruas de Angra Hora: 10H00 às 12H00

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TERÇA (02/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

ANGRA EM FESTA SABES CANTAR KARAOKE Local: Praça Velha Hora: 22H00

QUARTA (03/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (23/09)

QUINTA (04/10)

CONCERTO ANGRA EM FESTA SOCIEDADE MUSICAL RECREIO DA TERRA-CHÃ Local: Praça Velha Hora: 21H00

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

SEXTA (28/09)

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade CONCERTO ANGRA EM FESTA WAVE JAZZ ENSEMBLE Local: Praça Velha Hora: 22H00

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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