Jornal da Praia | 0528 | 07.09.2018

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QUINZENA

07 A 20.09.2018 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 528 | Ano: XXXVI | 2018.09.07 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

A BORDO DO “NRP SAGRES”

“MARINHEIROS DA ESPERANÇA” SONHAM COM A PRAIA DESTAQUE | P. 8, 9 E 10

www.jornaldapraia.com

PARÓQUIA DE SANTA CRUZ COM NOVO PÁROCO NO CONCELHO | P. 7

AUTORIZADA OBRAS DE MELHORIA NA E.S. VITORINO NEMÉSIO

QUASE DUAS DÉCADAS DEPOIS,

MENSAGEM DE NORTH CAPE, CANADÁ, ENCONTRADA NA CALDEIRA

AVENTURA | P. 5

PUB

EDUCAÇÃO | P. 7


JP | CANTO DO TEREZINHA & CONTO

2018.09.07

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OPORTUNIDADE IMPERDÍVEL (Com pedido de publicação, Canto do Terezinha recebeu a carta que abaixo se transcreve). Senhor Diretor do Canto do Terezinha, Não é todos os dias que surgem grandes oportunidades de emprego. Pois foi com grande alegria que fiquei a saber que vai haver um novo partido po-

lítico. Eu, que ando há que anos a ver se consigo um emprego, eu, que já tentei um lugarzinho na política autárquica, na regional e, até, na política da futura República Independente dos Açores, não podia ouvir melhor notícia. Não quero saber qual a ideologia que esse partido vai seguir, o que eu quero é ir já posicionar-me de modo a apanhar um cargo qualquer. O que é preciso e entrar,

depois é saber jogar com as pedras mais valiosas do dominó, ou descobrir antecipadamente qual é a carta do trunfo. Como eu há muitos por aí que devem aproveitar a oportunidade. Oxalá o senhor que vai fundar o partido não se arrependa e desista. Nesta crise faz muita falta mais um partido. (Assinatura muito ilegível)

SUSPEITOS DO COSTUME Com a implementação do novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), a publicação da lista dos ex-titulares de cargos públicos e políticos que recebem subvenções vitalícias do Estado foi suspensa no “site” da Caixa Geral de Aposentações. Segundo justifica o Governo, a suspensão deve-se à falta de legislação específica que a permita no âmbito do RGPD, sendo retomada, logo que aprovada e pu-

blicada legislação específica que expressamente a autorize.

entanto, a publicação das respetivas listas não sofreu qualquer suspensão.

A subvenção é pública, ou seja, é paga pelos nossos impostos, mas para quem a recebe é um dado de natureza pessoal e por isso não pode ser divulgado.

Ambos – embora de formas diferentes – sentam-se à mesa do Orçamento de Estado e emagrecem-na para todos os restantes. Mas à luz do Direito, uns são dados de reserva pessoal e outros de interesse público. Enfim, o manto de sempre sobre os suspeitos do costume. •

Também quem deve às Finanças e/ou à Segurança Social é um dado pessoal, no

CONTO INSULAR (VI)

A QUE FICOU Por: Emanuel Areias

T

odos os dias ia para a Universidade, convicta de que a sua decisão não tinha sido em vão, e que apesar, de não ser como os antigos colegas que se tinham matriculado nas faculdades do Porto e Lisboa, tinha o seu mundo na mão e uma vida inteira para descobri-lo. No Secundário, Jacinta era enxovalhada amigavelmente pelas outras miúdas, que por acharem que um 15 na pauta valia mais que a ousadia da conquista. Jacinta era uma aluna mediana, e os outros não viam nela, futuro risonho ou conquistas respeitáveis. As amigas achavam-se mais do que aquilo que eram, e Jacinta na sua sã humildade, resguardava-se na sua vontade em calá-las. No final do ano letivo, depois das notas dos exames nacionais saírem, Jacinta apercebeu-se que era das únicas raparigas do seu grupo, a poder seguir a vida universitária. Isso fez com que ganhasse o respeito das pobres amigas estúpidas que tinha tido ao longo de três anos. Contudo, era uma rapariga, cujos horizontes eram pequenos. Não tinha

uma ambição desmedida pelo ir para fora, como se dizia na ilha. O seu grande amigo queria Lisboa. As outras duas raparigas da turma queriam o Minho. A Jacinta apostava todas as suas opções nas ilhas, fosse qual fosse. Tanto a Terceira como São Miguel serviam o seu gosto e a sua ambição. A escolha do curso obedecia à escolha do lugar da universidade. O lugar tinha primazia na sua mente, ao invés do curso que pretendia para si. Jacinta preferia ficar como lavradora ou tratadora de cabras e ovelhas para sempre, mas ir para Lisboa, Porto ou Braga não era sequer opção. Entre o interior de Portugal e as ilhas que conhecia, a decisão não seria digna de ser ponderável. Havia como todo um corpo que lhe puxava a cabeça, o coração e alma, para os Açores. Acabou por escolher a Terceira, lugar de onde era. A sua mãe rejubilava de felicidade pela escolha decidida da filha mais nova, uma vez que a mais velha tinha partido, como tantos outros alunos açorianos, rumo ao Continente. Jacinta queria a sua terra como qualquer navegador queria a sua caravela, aquando da passagem do Cabo das Tormentas. As Tormentas de Jacinta era apenas e só pensar que o

fora da sua ilha existia. Ir para lá do que era seu, já não havia de ser Tormentas, mas o Adamastor a devorar a sua alma.

tolerava tamanha aberração. Os que se mantinham normais acompanhavam a intolerância de Jacinta.

Quando o seu melhor amigo partiu rumo a Lisboa, Jacinta percebeu que as pessoas eram do tamanho dos seus sonhos, embora todos os terceirenses fossem do tamanho da sua ilha. O seu amigo tinha que se expandir para lá do que havia na ilha. Mas para Jacinta, a sua expansão mental exigia só a sua terra.

Apesar disso, ela e o seu amigo, com mais um conjunto de amigos da ilha, aproveitavam as épocas de regresso a casa, para se verem e falarem longamente. Jacinta não se sentia inferior nem superior. Os seus amigos açorianos que tinham ido para o Continente voltavam a casa com uma sede duradoura do calor da amizade ilhéu e da família.

Sempre que existiam visitas dos colegas que estavam no Continente, pelo Natal ou pela Páscoa, Jacinta tinha gosto em saber das suas experiências, mas chateava-se, e com razão, com os mais manientos. Estes teimavam em mostrar-se desenraizados com o seu berço por convicção, pois já tinham cuidado para não comer letras das palavras. Já se esforçavam em demasia para ignorar o doce sotaque que identificava qualquer ser do mar. Eram vítimas da arrogância do crescer depressa, sem que fossem agradecidos ao que tinham sido. Voltavam à ilha com a mania de que eram mais do que os que tinham ficado. Embora esses manientos fossem em quantidade reciclável, Jacinta não

Os manientos eram meia dúzia. Era um encontro mágico. Entre narrativas deliciosas, os emigrantes no seu país, contavam experiências e histórias inimagináveis. Jacinta maravilhava-se, apesar de não precisar dessa descoberta deleitosa. Era feliz no seu mundo e era feliz pela felicidade de quem tinha saído. Apesar de alguns terem embarcado para fora, outros como ela tinham ficado. Não havia confronto entre os que tinha saído e os que tinham ficado. Havia um complemento perfeito. Uma amizade criativa, que não morria pela distância, mas que ganhava virtudes nos reencontros. •

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NO ICS: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Elvira Mendes; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ADMINISTRAÇÃO José Miguel Silva (administracao@jornaldapraia.com) SECRETARIADO E PUBLICIDADE: Eulália Leal (publicidade@jornaldapraia.com) LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


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NO CONCELHO | JP

PARÓQUIA DE SANTA CRUZ COM NOVO PÁROCO

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or decreto do Bispo de Angra e ilhas dos Açores, D. João Lavrador, de 25 de julho, foi nomeado o Padre Manuel Carlos Sousa Alves como novo pároco de Santa Cruz da Praia da Vitória, acumulando as funções de Reitor da igreja da Misericórdia e de Capelão do Lar D. Pedro V. A oficialização do cargo ocorrerá no domingo, 23 de setembro, pelas 17:30, na igreja Matriz.

Gonçalves Vieira, que esteve à frente dos destinos da paróquia de Santa Cruz por mais de duas décadas, depois de ter chegado a 26 de junho de 1988.

O Cónego Manuel Carlos Sousa Alves sucede assim, o Padre Abel Noia

O novo pároco de Santa Cruz, Manuel Carlos Sousa Alves, foi Reitor

O mesmo decreto reconduz o Padre Abel Vieira como pároco da paróquia da Casa da Ribeira, funções que vinha acumulando com as de Santa Cruz desde 2001.

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do Santuário de Nossa Senhora dos Milagres da Serreta, pároco da Serreta e Capelão do Hospital do Divino Espírito Santo da Ilha Terceira, função que continuará a exercer. Ainda na qualidade de pároco, passou pelas paróquias de Santa Luzia, Posto Santo e São Bento de Angra do Heroísmo. Deu aulas de Religião Moral na escola Padre Jerónimo Emiliano e foi professor no seminário da Diocese de Angra onde também esteve como ecónomo. Passou pelo jornal “A União”, tendo sido seu administrador e diretor.

No que diz respeito à restantes paróquias da Ouvidoria da Praia, o decreto procedeu às seguintes nomeações e reconduções: Padre Emanuel Valadão Vaz, nomeado como pároco de São Brás acumulando a Vila Nova; Padre Abel Ricardo Aguiar Toste, reconduzido como pároco do Cabo da Praia; Padre Abílio de Morais, dispensado da paroquialidade por limite de idade; Padre Jacinto Alberto Meneses Bento, reconduzido como Capelão Auxiliar da Base Militar dos EUA nas Lajes. JP/Foto: Rui Sousa•

FONTE DO BASTARDO COM

JARDIM LÚDICO E CULTURAL

A

freguesia da Fonte de Bastardo passou a dispor a partir do passado dia 18 de agosto de um novo espaço – Jardim Lúdico e Cultural – que segundo o presidente da edilidade praiense, Tibério Dinis, é uma “mais valia para o desenvolvimento social, cultural e desportivo” de toda a freguesia. Localizado no centro da freguesia, nas imediações do edifício sede da Casa do Povo e da Junta de Freguesia, a infraestrutura é dotada de zonas verdes, parque infantil, ringue de futsal, casas de banho públicas, zonas de lazer e descanso e palco com camarins. O Jardim Lúdico e Cultural da Fonte do Bastardo é uma velha aspiração do executivo de freguesia liderado por Júlia Faria, que nas últimas eleições autárquicas (outubro 2017) foi reeleita. Na entrevista concedida a este quinzenário, a 12 de maio de 2017, a autarca já sublinhava a importância do projeto para dinamização cultural, recreativa e desportiva da freguesia, sublinhando na altura, o empenho do executivo camarário de então na prossecução da obra e indicando que o projeto havia sido submetido a candidatura à GRATER tendo a mesma sido aprovada, com um financiamento a 100%. Para aqui chegar o projeto conheceu várias complexidades que foi necessário ultrapassar. Para tal foi determinante o envolvimento de toda

a freguesia, das suas diversas instituições, o rigor imposto pela Junta de Freguesia na gestão e execução financeira da obra e o querer da Câmara Municipal, não só procedendo ao pagamento do IVA da obra, já que o restante foi efetivamente financiado na sua totalidade pelos fundos comunitários geridos pela GRATER, mas também na aquisição de parte dos terrenos onde se encontra instalado o espaço ao Corpo Nacional de Escutas e ainda pela cedência do edifício da antiga escola primária para sede dos Escuteiros locais. Júlia Faria, presidente da Junta de Freguesia da Fonte do Bastardo, em discurso de inauguração, enalteceu e agradeceu todo o apoio prestado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória, quer do executivo anterior como do atual na concretização do investimento. Na sua intervenção, mostrando-se em sintonia com Tibério Dinis, relativamente aos espaço constituir uma mais valia para a freguesia, revelou-se satisfeita pela inauguração e disse acreditar que agora estão reunidas as condições para uma maior envolvência das diversas comunidades da freguesia: a educativa, a da igreja, os escuteiros, as coletividades desportivas, a sociedade filarmónica e todas as outras, pois o Jardim Lúdico e Cultural da Fonte do Bastardo para além de ser um espaço bastante agradável, apresenta todas as condições de segurança. JP•


JP | EFEMÉRIDE / OPINIÃO

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ACÚRCIO GARCIA RAMOS – O MÉDICO HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

A vida de Acúrcio Garcia Ramos é o exemplo de um combatente pelos seus ideais, alguém que não se deixou abater pelos problemas e que deixou a sua marca. so o terceirense Coronel Teotónio Coelho Bruges, um herói de África.

H

á exatos 126 anos, a 14 de setembro de 1892, morria Acúrcio Garcia Ramos, um dos mais notáveis médicos militares portugueses. Foi ainda político, jornalista, escritor e um grande defensor do liberalismo. Acúrcio Garcia Ramos nasceu em 1834, em Angra do Heroísmo, entrando desde tenra idade em contato com os ideais liberais. Formou-se em medicina na Universidade de Lisboa. Com 27 anos, em 1861, já era médico-cirurgião no Exército. Como grande defensor da causa liberal, acabou preso, como diz, depois de lhe ter sido “promovida tenaz e injusta perseguição”. Foi acusado de conspiração e esteve prisioneiro no Castelo de São Jorge, em Lisboa. Com ele, esteve também pre-

Acúrcio Garcia Ramos publicou, entre outros, os livros “Notícias do Arquipélago dos Açores e do que há mais importante na sua história natural”, em 1869, “A Ilha da Madeira”, em dois volumes, entre 1879 e 1880, onde além da análise dos usos e costumes dos madeirenses, faz uma listagem detalhada da fauna e da flora do arquipélago e relata a sua vida como prisioneiro do Castelo de São Jorge. Escreveu ainda “Saudade, ou o dia 11 de dezembro de 1848”, em comemoração do 1º aniversário da morte do padre Jerónimo Emiliano de Andrade, figura de referência da cultura terceirense. O médico Acúrcio foi membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e de várias entidades científicas portuguesas, entre elas, a Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. Foi agraciado com o título de cavaleiro da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e foi ainda condecorado com várias distinções honoríficas nacionais. Como jornalista e político, Acúrcio

Garcia Ramos colaborou em vários jornais, tomando parte ativa e apaixonada na política do Partido Histórico durante o chamado Rotativismo

Político, que marcou a segunda metade do século XIX. Chegou a ocupar o cargo de Subchefe da repartição médica do Ministério da Guerra, so-

bretudo devido à sua preocupação com a Saúde Pública. Acúrcio Garcia Ramos morreu a 14 de setembro de 1892, depois de ter sido cirurgião-ajudante do Regimento de Infantaria nº 13 e cirurgião-mor de Brigada do Exército, reconhecido como um dos mais importantes médicos militares nacionais e também considerado, pelos seus contemporâneos, um médico imparcial e sem medo de enfrentar os problemas. A vida de Acúrcio Garcia Ramos é o exemplo de um combatente pelos seus ideais, alguém que não se deixou abater pelos problemas e que deixou a sua marca. O médico Acúrcio foi um homem de carácter, que preocupou-se com a Saúde de todas as classes. São homens dessa fibra que a Terceira precisa nesse momento, homens que vejam para além dos seus interesses e que lutem por uma causa maior, o melhor para todos. Além disso, os terceirenses deviam conhecer a história de vida de Acúrcio Garcia Ramos e homenagear decentemente um homem que empenhou-se “de alma e coração” em todas as causas em que acreditou.

À MEMÓRIA DE FIRMINO VALDEMAR BARCELOS ram na Praia da Vitória. Em 1987, já sobre a designação de “Festas da Praia”, em agosto e num figurino próximo do atual, trouxe à Praia da Vitória o prestigiado cavaleiro Paulo Caetano, com o qual estabeleceu uma sã e fraterna amizade que para sempre perdurou. Silveirinha

O

Valdemar começou as suas lides na Tertúlia Tauromáquica Praiense (TTP) pelo ano de 1986, influenciado pelo dinâmico empresário, Almerindo Costa e também por Carlos Parreira. Eu próprio, nesse ano, fui convidado por ele, assim como tantos outros, que em conjunto formam os sócios fundadores da TTP, inaugurando-se a primeira sede. Logo se promoveu corridas de toiros, na então praça desmontável adquirida para prestar apoio às “Sanjoaninas – Festas da Ilha Terceira” que em 1978 se realizaPUB

Amigo para de todos os momentos, o Valdemar foi sempre uma verdadeira referência de humanismo para toda a família da TTP. Todos aqueles que como eu te acompanharam, vamos sentir profundamente a falta do teu apoio, a nobreza dos teus sentimentos e aquela simplicidade que só os eleitos da festa taurina possuem. Recordo com saudade, o modo invulgar como sempre acarinhaste os toureiros que ao longo de todos anos pelas Festas da Praia passaram, proporcionando-lhes voltas à ilha e

brindando-os com simpáticos beberetes no aconchego da tua casa. Pelas suas mãos, vários jornalistas de tauromaquia pela nossa ilha passaram, contribuindo para a divulgação não só da nossa tauromaquia, mas também da ilha Terceira e dos Açores. Promoveu “Noites de Fado” com os fadistas Gonçalo Câmara Pereira, Miguel Alvarenga e Maria José Valério onde houve colóquios importantes com a presença de prestigiados ganaderos continentais. Em 1988, acompanhado pelo advogado Sebastião Lima, redige e regista os estatutos da TTP que ainda hoje vigoram. Sempre colaborou com todas as direções da TTP bem como com a Câmara Municipal da Praia da Vitória, no que aos assuntos tauromáquicos diz respeito. Dedicou a sua vida à Festa Brava e a nós como aficionados, neste momento de profundo

pesar, só nos resta publicamente agradecer e pedir uma prece para que Deus o proteja na eternidade.


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AVENTURA | JP

GARRAFA DE PÁSTICO LANÇADA AO MAR HÁ QUASE 20 ANOS

ENCONTRADA NA CALDEIRA, VILA DAS LAJES Lançada por “Bottelman”, em North Cape, ilha Prince Edward, Canadá.

N

o final daquela tarde de segunda-feira, 16 de julho, Daniel Pamplona e a filha Rafaela de 7 anos, foram até à caldeira, na vila das Lajes observar o mar. Daniel, 39 anos, é pescador desde os 14 anos e ir à caldeira mirar o horizonte e ver a rebentação das ondas na costa faz parte da sua rotina diária, numa observação meteorológica cujo ilações só os experientes homens do mar sabem tirar. Estava destinado que aquele dia seria diferente de todos os outros, e por entre o basalto negro de toda aquele rochedo de pedra, uma garrafa de plástico lhe prende o olhar. Daniel sabe que muito é o lixo (maioritariamente plástico) que lançado ao mar é por ele devolvido, mas aquela garrafa era diferente e de certa forma o chamava. Daniel agarrou Rafaela pelas mãos e desce a encosta. Ao aproximar-se, verifica que efetivamente aquela garrafa tem algo para revelar. Cuidadosamente, Daniel retira a folha de papel do interior da garrafa hermeticamente fechada. Como pescador, chama-lhe atenção o desenho de um farol, mas em Inglês, Daniel pouco entende do que ali está escrito. Regressa a casa e juntamente com a mulher, Anabela Borba, auxiliando-se do Google Tradutor vão aos poucos decifrando o seu conteúdo. Percebem que a garrafa foi lançada ao oceano por Harold Hackett, que PUB

GARRAFA lançada ao mar em Nort Cape, ilha Prince Edward, Canadá, por Harold Hackett, encontrada aqui, Caldeira, vila das Lajes. se autointitula de “Bottelman”, em North Cape, ilha Prince Edward, Canadá, no dia 23 de agosto de 1999, data do seu aniversário. Embora desconhecendo o local de lançamento, encontrar uma garrafa lançada ao mar há tantos anos atrás vislumbrou-se desde logo para o casal como algo de verdadeiramente extraordinário. Anabela fotografa então a mensagem e partilha esta aventura familiar com os amigos, publicando-a no seu perfil da rede social Facebook com a expetativa que Harold Hackett pudesse saber que a

sua garrafa foi encontrada. A publicação da Anabela rapidamente começou a ser partilhada pelos amigos e também pelos amigos dos seus amigos, atingindo em pouco tempo mais de 800 partilhas. Correu mundo e chegou ao Canadá. Teresa Bettencourt, residente no Quebec, partilha a publicação na página de Facebook da ilha Prince Edward da rede de comunicação e audiovisual CBC. A 18 de julho, Anabela é contatada por Jesara Sinclair, jornalista em Prince Edward da CBC. Do contato nasce uma reportagem a

partir da qual a história de “Bottelman” começa a ser conhecida. Harold Hackeet vive em Tignish, ilha Prince Edward e fez no passado dia 23 de agosto 66 anos. A garrafa encontrada foi lançada no dia do seu 47.º aniversário, num hábito de lançar mensagens ao mar que iniciou 3 anos antes (1996). Ao longo destes 22 anos, Harold Hackett estima já ter lançado mais de 10.000 garrafas. Este ano já lançou um total de 300 garrafas. Segundo ainda a reportagem de Jesara Sinclair, recebeu de volta cerca de 5.000 cartas provenientes das mais diversas localizações, senda esta a, 2.ª garrafa que em julho dá à costa em Portugal. Na sua mensagem Harold Hackeet pede que o escrevam de volta, mencionando a data de lançamento da mensagem e a data em que a mesma foi encontrada, acrescentando à mão: “This is very important to me, the two date’s”. Sublinha que “some pictures would be nice”.

À nossa reportagem a família manifesta-se impressionada com toda esta pequena aventura, não só por a garrafa ter chegado de tão longe, mas também, pelo tempo que levou até ser encontrada, afirmando que irá responder a Harold Hackett. JP•


JP | SAÚDE

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o Cantinho do Psicólogo 194

Os Companheiros e as Amigas

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s companheiros são colegas de trabalho que se prestaram, em época festiva do Natal de 2017, de forma sorridente e colaboradoAurélio Pamplona ra, a exibirem ao (a.pamplona@sapo.pt) fotógrafo as suas amigas, se é possível dizer assim. Já as amigas são, da esquerda para a direita: (1) a coruja-das-torres, também conhecida por coruja da igreja, coruja-católica, ou rasga-mortalha, que embora possua uma face em forma de coração, e o seu peso não ultrapasse os 700 gramas alimenta-se da caça de roedores, morcegos, pequenas aves, répteis, anfíbios, peixes e insectos; e (2) o bufo-real, espécie também de coruja, a maior ave de rapina nocturna existente na Europa, que chega a pesar 5,5 quilos, e que é considerada uma predadora de topo porque se alimenta de ratos, gaivotas, patos, lebres, peixes e até de outros bufos e aves de rapina. Entretanto, contrariamente ao que se poderia pensar, os companheiros e as amigas executam as suas tarefas em franca harmonia e sem stress. Dir-se-ia, na continuidade do referido no último Cantinho, que o maior poder que determina a nossa vida nasce não do que se diz para os outros, mas sim do que se sussurra para nós próprios. E possivelmente os companheiros utilizaram esse poder para obterem a colaboração das amigas. Até pode ter havido dificuldades no início da colaboração, mas registe-se que os companheiros devem ter seguido o princípio de que as coisas só os afectam se eles dessem a sua permissão. PUB

Acresce que, se escolhermos uma forma não saudável de lidar com os problemas, como o seu evitamento ou negação, rapidamente podemos transformar uma situação complicada numa trágica. Daqui a importância de continuarmos a conhecer as distorções do pensamento, para não nos deixarmos levar pelas suas ciladas. Sexta – Polarização, Pensamento Dicotómico, Absolutista ou do tipo Tudo ou Nada, em que a pessoa faz

tadas como radicais, sem mistura de cores, existência de tons cinzentos, ou de pontos de vista diferentes a complexidade da maior parte dessas pessoas ou das situações torna-se ilimitada, nomeadamente pelo desencadeamento de emoções e reacções extremadas, que não facilitam os resultados ou as relações. E se o seu desempenho não for perfeito, a pessoa vê-se como uma falha total. Ao haver apenas dois lados ou soluções possíveis para algo ignora-se o meio, a base, possivelmente um terreno

nha, visto que nem parar de fumar consigo»; (5) «trabalho direito, mas o que importa se meus pais não me respeitam»; (6) «existe algo de muito errado comigo»; e (7) «nada na vida tem valor porque estou sem namorada». Naturalmente que ao longo da história houve épocas piores, em que as distorções do pensamento ainda levavam a sociedade mais longe. Podemos exemplificar com o que se passava na Idade Média na Inglaterra, por volta do ano de 1066, que foi também considerado o período da Idade da Piedade, na medida em que o fervor religioso era demasiado elevado, ao ponto das pessoas que o não seguissem serem (Sellar & Yeatman, 1990): (a) queimadas vivas; (b) encarceradas nas paredes dos conventos; e (c) torturadas nas masmorras. Defendia-se que isto não era apenas piedoso, mas bom, porque as pessoas queimadas, trituradas, torturadas, etc., tornavam melhor o mundo, visto que deixavam de incomodar os outros. Felizmente, porque as pessoas já não são tão piedosas, aquelas cenas já não acontecem tanto. Mas as distorções do pensamento continuam. Precisamos fazer mais pelos outros, e pela sociedade, para as corrigir. Referências:

os seus julgamentos, examina as suas experiências pessoais, ou relata as relações com os outros em termos duas categorias que se excluem, como seja, totalmente mau, ou totalmente bom, branco ou preto, santo ou pecador, rejeitado por todos ou amado por todos. Nas situações classificadas em categorias independentes ou interpre-

mais razoável.

Sellar, W. C. & Yeatman, R. J. (1990). 1066 and all that: A memorable history of En-

Entretanto vejamos, de acordo com Zugman (2017), algumas frases que retratam a existência desta distorção de pensamento: (1) «ela não é uma boa filha, pois não lava a louça depois do jantar»; (2) «ele não gosta de mim, porque não me quer levar ao cinema»; (3) «aquela nota de cinco arruinou o meu currículo»; (4) «sou uma vergo-

gland. London: The Folio Society. Zugman, S. (2017): Salvado em 19 de Dec. de Fonte: Microsoft Word. Tema: Erros Cognitivos comuns: Website: http://www. ictc.com.br/arquivos/erros_cognitivos _comuns.pdf.

Foto: Souvenir do Algarve•


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EDUCAÇÃO | JP

ANUNCIADO PELO GOVERNO

OBRAS DE REMODELAÇÃO NA E.S. VITORINO NEMÉSIO Governo autoriza concurso público para empreitada de intervenção superior a 490 mil euros.

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á muito a precisar de obras de remodelação e conservação a Escola Secundário Vitorino Nemésio (ESVN), na Praia da Vitória, vai sofrer uma intervenção destinada à melhoria geral da sua infraestrutura. O anúncio foi feito no passado mês de agosto, pelo Governo dos Açores, através de nota de imprensa da Secretaria Regional da Educação. Para além da ESVN, a nota de imprensa enviada às redações dá conta de semelhante intervenção na Escola Secundária Padre Emiliano de Andrade, em Angra do Heroísmo. “O Governo dos Açores, através da Secretaria Regional da Educação e Cultura, autorizou o lançamento de um concurso público para a adjudicação da empreitada de intervenção na Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade em Angra do Heroísmo, e na Escola Secundária Vitorino Nemésio, na Praia da Vitória”, lê-se. Orçada em 493.450,00 (quatrocentos e noventa e três mil quatrocentos e cinquenta euros), a empreitada compreende a remoção de chapa de subtelha contendo amianto, a requalificação de áreas desportivas, pavimentos, tetos e coberturas, assim como instalação de um sistema automático de deteção de gás, entre outros, que assegura a nota, “irão contribuir para a promoção de um melhor ambiente nas comunidades escolares das duas unidades orgânicas”.

NOVO ANO LETIVO

ESCOLA SECUNDÁRIA VITORINO NEMÉSIO vai ser alvo de empreitada de intervenção, anuncia nota de imprensa do Governo dos Açores. O próximo ano letivo (2018/2019) terá início a 14 de setembro e terminará a 21 de junho de 2019, dividindo-se em três períodos letivos, estipula uma portaria publicado em Jornal Oficial, aplicando-se ao ensino pré-escolar, básico, secundário público e ensino particular ou cooperativo com paralelismo pedagógico. O primeiro período decorre de 14 de setembro a 14 de dezembro, o segundo entre 03 de janeiro e 05 de abril e o terceiro vai decorrer de 23 de abril a 21 de junho.

As interrupções letivas terão lugar de 17 de dezembro a 02 de janeiro, de 04 a 06 de março e de 08 a 22 de abril, determina a mesma portaria.

toriamente, e no mínimo, o período entre a segunda-feira anterior ao domingo de Páscoa e a segunda-feira seguinte”.

As escolas profissionais e as escolas do ensino regular que ministrem cursos profissionalmente qualificantes devem, segundo esta portaria, observar os períodos de interrupção letiva, cabendo-lhes, face aos condicionalismos desta modalidade especial de educação, fixar as datas de início e encerramento do ano letivo destes cursos, devendo contudo “a terceira interrupção compreender, obriga-

A portaria determina igualmente que as atividades letivas do 9.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade terminam a 05 de junho, do 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade terminam a 14 de junho, enquanto as atividades educativas na educação pré-escolar e as atividades letivas para os alunos do 1.º, 2.º, 3.º e 4.º anos de escolaridade terminam a 21 de junho. JP•

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TALHO BORBA & MENDES


JP | DESTAQUE

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ÁUREA DE ESPERANÇA CHEGA PELO M Fotografia: Rui Sousa

Navio-escola Sagres aportou na Praia da Vitória carregando sonhos dos “Marinheiros da Esperança”.

A

exuberância do navio-escola “NRP Sagres” exibiu-se no passado dia 18 de agosto, na magnífica baía da cidade da Praia da Vitória, onde permaneceu até 22. Vinte e um dias depois da largada da Colômbia, cruzando o Mar das Caraíbas e rasgando o Oceânico Atlântico, o veleiro aportava na Praia da Vitória, primeiro porto português, no regresso da “Grande Viajem 2018”, que largou da Base Naval de Lisboa a 27 de abril de 2018. Comandado pelo capitão-de-fragata António Manuel Maurício Camilo, com uma guarnição de 127 militares, aos quais acresce os cadetes em viagem de instrução, a bordo vinham pequenos sonhos, envolvendo a Praia da Vitória numa áurea de esperança vencida à dor – são os “Marinheiros da Esperança”. O projeto “Marinheiros da Esperança” nasceu inspirado nas comemorações dos 700 anos da Marinha portuguesa e conta com a colaboração dos serviços de pediatria do Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa iniciativa que partiu dos voluntários Ana Maria Príncipe, Emília Dias da Costa, Francisco Espregueira Mendes e Miguel Marques, sob a coordenação do Centro Hospitalar de São João do Porto. No âmbito do projeto, as crianças hospitalizadas foram convidadas a revisitar a história de Portugal e a sua secular e extraordinária relação com o mar, mergulhando na riqueza do nosso mar profundo, libertando ventos de sonhos em desenhos de uma fértil imaginação de esperança soprada na briza deste imenso mar que nos une. Foram momentos de criatividade e PUB

NAVIO-ESCOLA NRP SAGRES no porto da Praia da Vitória. Primeiro porto de escala português no regresso da Grande Viagem 2018, que saiu de Lisboa a 27.04, rasgando ondas de esperança. alegria a atenuar a dor da doença e o sofrimento causado pelo seu tratamento. Dos trabalhos nasceu um livro ilustrado, já publicado e acessível neste endereço: https://www. marinha.pt/conteudos_externos/marinheirosdaesperanca/mobile/index. html. E a semente da esperança germinou, cresceu e emancipou-se. Embarcou no “NRP Sagres” e com a pujança deste seu renovado fôlego fez acreditar por este mundo fora.

No horizonte deste imenso azul mar que nos separa, há um porto que sempre nos abriga e liga. Há que descobrir e desenhar as novidades de todos estes novos abrigos, procurando na memória ancestral dos nossos antepassados o que sempre lhes foi conhecido. Foi por acreditar, que os nossos marinheiros deram novos mundos ao velho mundo, e é por acreditar, que o projeto “Marinheiros da Esperança” faz a diferença para todas estas crianças, jovens e suas famílias.

A “Grande Viagem 2018” fez-se ao mar e traçou rota. No rasgar das ondas levava os “Painéis da Esperança” e, a cada ancoragem, desenhava-se sonhos, espetativas e desejos sobre lugares de todo desconhecidos. Saiu de Lisboa (27.04.2018) e rumou ao Funchal. Zarpou para Philhadelphia, depois para Newark, mais adiante navegou até Newport e por ocasião do 10 de junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades


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DESTAQUE | JP

MAR E ENVOLVE A PRAIA DA VITÓRIA Imagem: Facebook “Marinheiros da Esperança”

suas plataformas online, ilustrando-a com o desenho da pequena Yara. A publicação foi imediatamente partilhada pela página de Facebook do projeto – “Marinheiros da Esperança”, com palavras de reconhecimento pelo nosso trabalho em prol de uma causa que a todos nós diz respeito e com a qual todos nós devemos estar comprometidos.

CARLOS AMANDO COSTA considera que “não faz qualquer sentido criar um dia de S. João em agosto”, e este ano, desfilarão apenas as marchas do concelho e a oficial de Angra.

DESENHO DA PEQUENA YARA sobre a praia da Praia da Vitória, observada a partir do estranho e imaginário submarino de um projeto que dá esperança a crianças hospitalizadas. Portuguesas – estava em Boston, para a receção oficial ao mais alto magistrado da nação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que havia viajado diretamente para os Estados Unidos da América a partir do aeroporto João Paulo II, na cidade de Ponta Delgada, que este ano acolheu as comemorações oficiais em terras lusitanas do “Dia de Portugal”. A “Grande Viagem” continuou, desta feita, em direção a Halifax, no Canadá. Voltou aos Estados Unidos, nomeadamente a Fort Lauderdal, Miami, onde de seguida, iniciou a viagem de regresso a águas territoriais portuguesas. Depois de PUB

aportar em Willemstad (ilha do Curaçao, antigas Antilhas holandesas) e Cartagena, na Colômbia, foi tempo de navegar em direção aos simpáticos golfinhos do mar dos Açores rumo aos aromas de liberalismo de uma Praia feita de Vitória. Como em todos os portos anteriores, nesta magnífica jornada de esperança, os criativos e arrojados marinheiros deste estranho submarino fictício que acompanhou o “NRP Sagres” ao longo de todo este percurso, observou a praia que Nemésio pisou e sobre ela, desenhou.

Francisco, 12 anos, Centro Materno Infantil do Norte, realizou uma composição da Praia da Vitória utilizando materiais reciclados. Luana, pediatria do IPO Lisboa, pelas mãos da mãe, pintou a Praia da Vitória e Yara, 7 anos, Centro Materno Infantil do Norte, desenhou as ondas beijando uma praia a fervilhar de vida. O “NRP Sagres” lançou âncoras a 18 de agosto e levantou-as a 21, com destino a Ponta Delgada. Durante a estadia na Praia da Vitória recebeu visitas do público e expôs os “Painéis da Esperança”, informação que o Jornal da Praia divulgou através das

Entretanto cai na nossa “inbox” a seguinte mensagem: “Bom dia, chamo-me Lucília, sou a Mãe da Yara, uma menina de 7 anos a quem foi diagnosticada uma doença crónica de nome ‘Síndrome nefrótico’ (insuficiência renal). A Yara gosta muito de desenhar e pintar. Quando ouvimos falar do projeto ‘Marinheiros da Esperança’ fiquei a refletir. É uma grande iniciativa tanto para os pais como para as crianças pois vamos conhecendo sítios e coisas maravilhosas que jamais imaginamos. Assim foi-nos proposto fazer um desenho para o projeto, relacionado com a Marinha e Portugal. Depois de ver varias coisas a Yara escolheu a Rainha Filipa de Lencastre. De seguida foi-nos feita a proposta de um desenho sobre o que havia no fundo do mar, mas a Yara nunca foi ver o mar nem sabe o que isso é! E vem a minha ajuda, resolvemos desenhar a Paia da Vitória, sabendo nós, que os marinheiros iam estar, pois desde que soubemos dos Marinheiros da Esperança que temos seguido os seus passos neste caso as suas rotas. Fizemos o trabalho com muito gosto, foi engraçado vê-la desenhar a Praia da Vitória, pois ela nunca foi a uma praia e soube tudo o que existe numa praia de seguida foi enviado com muita alegria e qual é o meu espanto quando pego no meu telemóvel e vejo que o desenho da minha princesa foi o escolhido pelo Jornal da Praia! Dei a notícia à Yara até as lágrimas lhe vieram nos seus lindos olhos. Ficou super feliz, eu também, (Continua na página seguinte)


JP | DESTAQUE

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NAVIO-ESCOLA NRP-SAGRES

EMBAIXADA ITINERANTE DE PORTUGAL Ao serviço da Marinha portuguesa desde 1962, o veleiro além de assegurar a formação de oficiais, leva o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo.

O

atual navio-escola Sagres foi construído nos estaleiros de “Blohm & Voss”, em Hamburgo, em 1937, tendo, na altura, recebido o nome “Albert Leo Schlageter”. Era o terceiro de uma série de quatro navios encomendados pela Marinha alemã (“Kriegsmarine”), que incluía o “Gorch Fock” (1933) – que veio a ser “Tovarish” (1952-2003), – o “Horst Wessel” (1936), atual “Eagle” da “United States Coast Guard”, e um quarto navio nunca concluído ao qual foi dado o nome “Herbert Norkus” (1939). Aliás, parte do aparelho deste último veio depois a ser utilizado no “Gorch Fock” (1958), atual navio-escola da Marinha alemã, construído de acordo com os planos dos anteriores veleiros. Além dos navios mencionados, o estaleiro alemão construiu um outro veleiro desta classe, o “Mircea” (1938), satisfazendo uma encomenda da Marinha romena. No final da guerra, aquando da partilha dos despojos pelos vencedores, o “Horst Wessel” e o “Albert Leo Schlageter” couberam aos Estados Unidos, tendo sido este último navio cedido à Marinha do Brasil, em 1948. Em 1961 foi adquirido por Portugal, no sentido de substituir a antiga Sagres, que, curiosamente, também havia sido navio alemão. De facto, a anterior Sagres foi lançada à água em Bremerhaven, em 1896, com o

nome “Rickmer Rickmers”. Em 1916, no decorrer da 1.ª Guerra Mundial, este veleiro foi arrestado nos Açores. Batizado com o nome “Flores”, foi colocado à disposição dos Ingleses, que o usaram como transporte. Em 1924 foi incorporado na Marinha portuguesa como navio-escola e com o nome “Sagres”. Razão pela qual, nomeadamente no estrangeiro, o atual navio-escola Sagres é, por vezes, apelidado de “Sagres II”. A Marinha portuguesa contou ainda, anteriormente, com um outro navio com o nome de Sagres. Tratava-se de uma corveta mista com casco em madeira, construída em Inglaterra nos estaleiros de “Messrs Young, Son and Magnay”, Limehouse, em 1858. Armava em galera e, fundeada no rio Douro, serviu como navio-escola, entre 1884 e 1898.

SAGRES DESDE 1962 No dia 30 de janeiro de 1962, o NRP Sagres foi aumentado ao efetivo dos navios da Marinha portuguesa. No entanto, só nove dias depois, a 08 de fevereiro, é que a cerimónia oficial teve lugar no Rio de Janeiro.

a 23 de junho, depois de ter feito escalas em Recife, Mindelo e Funchal.

Com a aquisição da nova Sagres conseguiu-se dar continuidade à existência de um navio-escola veleiro na Marinha portuguesa, para que pudesse ser assegurada a formação marinheira dos seus futuros oficiais, complementando-se assim as componentes técnicas e académicas ministradas na Escola Naval. O Navio largou no dia 25 de abril de 1962 para a sua primeira viagem com bandeira portuguesa, tendo chegado a Lisboa

Desde 1962 o navio-escola Sagres tem efetuado anualmente viagens de instrução com cadetes da Escola Naval, à exceção de 1987 e 1991, anos em que, com vista à sua modernização, cumpriu prolongados períodos de fabricos. Além da missão relacionada com a instrução dos cadetes, o navio-escola Sagres é também regularmente utilizado na representação da Marinha e do país, funcionando como embaixada itinerante de Por-

tugal. No âmbito das suas missões, cumpriu já duas viagens de circum-navegação, em 1978/79 e 1983/84, bem como outras viagens de duração superior a cinco meses, que o levaram a participar na regata Colombo (1992), integrar as comemorações dos 450 anos da chegada dos portugueses ao Japão (1993) e ainda nas celebrações por ocasião dos 500 anos do achamento do Brasil (2000). NE: Texto e foto da Marinha portuguesa.

“MARINHEIROS DA ESPERANÇA” (Conclusão da página anterior)

pois sabemos que são muitos os desenhos que recebem e foi escolhido o dela! Quem sabe se um dia nós visitamos a Praia da Vitoria! Fico muito grata por o terem escolhido o seu desenho. Mais uma vez muito obrigada”. Transcrição fidedigna da mensagem recebida. E a objetividade jornalística virou areia de emoções, perante a inacreditável revelação de nos dias de hoje,

por razões diversas a que a crueldade da doença não será alheia, haver crianças neste Portugal de marinheiros que nunca moldaram castelos de sonhos com a areia molhada que a próxima preia-mar levará. Depois da Praia da Vitória, o “NRP Sagres” rumou até Ponta Delgada, sendo visitado pelo corpo clínico e utentes do Serviço de Pediatria do Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (HDESPD). Se a Praia da Vitória foi o primeiro porto de

abrigo em águas territoriais portuguesas, nesta “Grande Viagem”, o HDESPD foi o 1.º hospital público do SNS a entrar a bordo do navio para ver os desenhos dos nossos heróis marinheiros sobre a História de Portugal e da sua Marinha. O “NRP Sagres” deixou Ponta Delgada rumo ao continente. No Algarve, participou nas comemorações do dia da cidade de Faro. A chegada a Lisboa, destino final da “Grande Viagem 2018” dos “Marinheiros

da Esperança”, está prevista para a manhã do próximo domingo, 09 de setembro. Chega assim ao fim a “Grande Viagem 2018”, mas as ondas dos “Marinheiros da Esperança” continuam a ondular e a rebentar nas costas e praias deste mundo, todos os dias. Que rebentem no coração de cada um de nós, pois por vezes, os nossos pequenos gestos são para alguém ENORMES! JP•

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TECNOLOGIA | JP

CASAL TERCEIRENSE DISTINGUIDO PELO YOUTUBE Denomina-se “YouTube Creator Award Silver Play Button” e foi atribuído ao canal do YouTube “Fernando JC Pereira” no passado mês de agosto.

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ão três os prémios que o YouTube – marca registada da gigante tecnológica Google – instituiu para incentivar e distinguir aqueles que são a sua maior riqueza e razão principal do seu enorme sucesso – os criadores de conteúdos. Todos eles têm a ver com o número de subscritores de um canal, mas não só, e estão distribuídos pelas categorias de “Prata”, “Ouro” e “Diamante”. Canais com mais de 100 mil subscritores recebem o prémio “Silver”, acima de 1 milhão, o “Gold”, e com um número de subscritores que ultrapasse a população das maiores cidades do mundo, o prémio “Diamond”, assinalando-os como um dos principais criadores daquela popular plataforma de vídeos online. O casal Gabriela e Fernando Pereira, responsáveis pelo canal “Fernando JC Pereira” foi surpreendido no passado dia 17 de agosto com a chegada do prémio “YouTube Creator Award Silver Play Button”, assinalando mais de 100 mil subscritores. Mas para aqui chegar não bastou agrupar subscritores, foi também necessário,

GABRIELA E FERNANDO PEREIRA criadores do canal do YouTube “Fernando JC Pereira” exibem prémio enviada pela tecnológica “Google”. produzir conteúdos genuínos e de relevante interesse. Com foco nas touradas à corda da

ilha Terceira, o canal também apresenta reportagens sobre as suas festas tradicionais. Lançado no ciberespaço em agosto de 2014, o canal

regista atualmente mais de 171 mil seguidores e já ultrapassou 78 milhões de visualizações. JP/Foto: Facebook-Fernando JC Pereira•


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

E DITORIAL A Pena de Morte

2018.09.07

DIA 20 DE MAIO: “TIMOR HO LARAN TOMAK” (II) Continuação “Os homens também choram e, não lhes fica nada feio”.

desesperado e perante a intensidade do conflito em Díli levou o último gom 1867, nomeadamente no vernador português, General, Lemos dia 1 de Julho, surgiram duas Pires, e toda a guarnição militar a importantes leis que iriam marcar profundamente espectro retirarem-se numa atitude cobarde juridico português e as suas inspara a ilha de Ataúro. Deixando a tituições até aos nossos dias, ou capital Díli a 26 de Agosto deixando seja, uma lei aprovava o primeiro para trás não sabemos se por esqueCódigo Civil Português “sob a sácimento ou propositadamente, içada bia inspiração do Visconde de Seabra”, que foi Reitor da Universidano Palácio das Repartições, a bandeiJosé Ventura* de de Coimbra entre 1866 e 1868, ra portuguesa. Tais acontecimentos e a outra lei, a da Reforma Penal e aros leitores, aqui estamos e comportamento do abandono por das Prisões, e esta nomeadamende novo e, no terceiro capi- parte de Portugal, e das suas responte no seu primeiro artigo consatulo da nossa redacção em sabilidades como país administrangrava a abolição da pena de morte em Portugal para os crimes civeis. epigrafe e depois no rescaldo dos te, estavam criadas as condições, sentimentos que, descrevemos nos de uma Guerra Civil entre as forças Passaram 150 anos da abolição dois últimos textos e que nos per- da União Democrática Timorense da pena de morte em Portugal, turbaram o suficiente para enxugar (UDT). E a Frente Revolucionária de facto por si só destacavel em ter- algumas lágrimas brincalhonas. Os Timor-Leste Independente (FRETImos civilizacionais em que o noshomens também choram e, não lhes LIN) tendo essa saído vitoriosa daso país foi pioneiro, num mundo quela guerra e proclamando unilacada vez mais violento e cheio de fica nada feio. teralmente a independência a 28 de atropelos aos direitos do homem e à dignidade da pessoa humana, Assim, e renovados na nossa von- Novembro do mesmo ano, acto não a pena “foi nos entregue abolida. tade de vos transmitir o prometido, reconhecido por Portugal. AcrescenAbolida a devemos transmitir”. falar-vos-emos nesta terceira etapa, te-se que no período de 3 meses em da acção desenvolvida em prol de Ti- que decorre a guerra civil, aponta-se Esta lei da abolição da pena de mor e do seu povo solidarizando-nos para mais ou menos 3.000 mortes morte em Portugal ”morte da com o sofrimento e a dolorosa luta em horrível luta fratricida. pena de morte”, surgiu na sequência de uma proposta do Mi- pela sua completa autodeterminaVésperas do dia de Nossa Senhora nistro da Justiça e das Prisões da- ção com o reconhecimento de ser a quela era, Augusto César Barjona mais nova Nação do mundo. da Conceição, 07 de Dezembro de de Freitas, que também foi Pro1975, 2H00 da madrugada, o inevifessor da Faculdade de Direito de Necessário para a fase que trata tável acontecimento já previsto poCoimbra. a presente redacção, necessário re- liticamente e a nível internacional. A cuar ao período após o 25 de Abril Indonésia invade o Timor-Leste. MaDesde o inicio da fundação de de 1974 até Agosto de 1975 espaço tança em massa dos habitantes de Portugal as penas muitas vezes eram crueis, desproporcionadas, de tempo em que Portugal liderou Díli, estupros e pilhagens. Quase um desiguais e infamantes, das Orde- o processo de autodeterminação de quarto de século será Timor na pesnações Afonsinas até às Filipinas, Timor-Leste, promovendo a forma- soa da maioria do seu Povo vitima de passando evidentemente pelas ção de partidos políticos, tendo em um poder déspota e criminoso com a Ordenações Manuelinas, a pena vista a independência do território. meta exterminadora do mesmo. de morte estava consagrada para Surgindo do desconhecido, forças várias infrações, desde os crimes Cemitério de Santa Cruz em Díli, de lesa-majestade ao crime de pró-indonésias atacam as forças pormoeda falsa, de furto em determi- tuguesas no território, que num acto 12 de Novembro de 1991, jovens tinadas circunstâncias, ao homicídio voluntário, etc. “IR” AOS AÇORES

E

C

A função do Direito Criminal no período das Ordenações era eminentemente de “cariz retributiva”.

morenses homenageiam um colega “jovem” membro da resistência (RENETIL” assassinado pelo invasor, confrontam-se com a força militar indonésia que procederam a um autentico auto assassino que se chamou e é recordado como o “Massacre de Santa Cruz” e sua consequência 271 pessoas são abatidas no local e outras 127 feridas vêm a morrer nos dias seguintes. A 21 “TIMOR SENTIU-SE NOS AÇORES” centenas de pessoas entre as quais muitos jovens manifestam-se em Ponta Delgada, iniciando-se a partir daquele dia toda uma acção que anteriormente já referimos e que viremos no próximo texto a trazer ao conhecimento dos leitores. A referência feita ao dia de “Nossa Senhora da Conceição” proclamada padroeira e rainha de Portugal, pelo rei D. João IV aquando da restauração da sua independência em relação ao domínio espanhol, reconhecido por Decreto-Lei como feriado oficial (qualidade interrompida entre 2013 /2015), deve-se ao significado religioso do Povo timorense e, a acção desenvolvida na sua devoção pelo açoriano D. Jaime Garcia Goulart que em 1945 ano em que tomou posse como Bispo da Diocese de Díli, fê-lo então na Catedral já consagrada à Imaculada Conceição. Voltaremos ao tema “TIMOR HO LARAN TOMAK” o III na nossa próxima publicação. (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. •

“Quando chega o Verão e o chamamento das ilhas se acentua, ‘vou aos Açores’…”

Com a lei da abolição da pena de morte, em que Portugal foi pioneiro passa-se a destacar no nosso sistema do Direito Criminal a função preventiva, actuando-se dentro dos limites da dignidade da pessoa humana e da justiça equitativa.

Silveira de Brito*

H

A vida, a liberdade humana, pasá uma afirmação de Daniel sa assim a ser considerada “como de Sá que cito muitas vezes o primeiro de todos os bens, a sanpor retratar bem o drama são criminal, por excelência, devia desviar-se para uma pena privati- dos açorianos da diáspora: ”Sair da va da liberdade ou seja a pena de ilha é a pior maneira de ficar nela!” prisão”. É mesmo assim; nós, os que vivemos fora dos Açores, estamos fora sem No dia 2 de Agosto de 2018, o sair das ilhas. Esta experiência perPapa Francisco reformulou a CatePUB cismo da Igreja Católica, relativamente à pena de morte, afastando uma visão da religião “religada a sentimentos exasperados, se a morte vale a salvação eterna, a pena que se impõe não incorrerá nenhuma força dissuasora”, por isso agora a Igreja Católica, no dia 2 de Agosto opõe-se drásticamente à pena de morte, pois esta não (Continua na página 13)

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mite compreender o comentário que Ortega y Gasset terá feito a propósito de Vitorino Nemésio: este homem leva a ilha dentro de si. Na releitura que tenho estado a fazer de A Vida na Aldeia, Joel Neto, citando um amigo continental, diz: “os Açores: «Um lugar onde nunca se chega e de onde nunca se parte»”, e, compreensivelmente, afirma ter pena de não ser o autor da frase. Não me admiro, porque é difícil expressar melhor o drama do açoriano da diáspora: quando chega às ilhas, parece que ainda lá não está; se está fora, tem as ilhas dentro de si. É porque vivo este drama que vou explicar o que faço para o tornar mais suportável, principalmente nesta época do ano, em que

essa vivência é mais intensa. Quando chega o Verão e o chamamento das ilhas se acentua, “vou aos Açores” lendo literatura açoriana. À conta disso, já não sei quantas vezes li Mau Tempo no Canal. Outro livro, também de Vitorino Nemésio, que me tem permitido fazer a viagem, é Corsário das Ilhas. O Verão passado, em Agosto, fui com minha mulher, filhos, noras e netos passar uma semana à Terceira. Uns tempos antes da partida, como preparação próxima, resolvi ir à livraria que costumo frequentar, à procura do Arquipélago, de Joel Neto. O (Continua na página seguinte)


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OPINIÃO | JP

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XXXV)

FOLK AZORES, 2018: 34º FESTIVAL INTERNACIONAL DOS AÇORES Quando este Festival do COFIT, como era então conhecido, surgiu [...] ninguém pensava, nesse tempo, que esse acontecimento recolheria hoje tantos aplausos junto dos espectadores e de toda a população da ilha Terceira, bem como tantos entusiasmos dos seus promotores.

Q

António Neves Leal

uem como nós é amante desta manifestação tão genuína da vida de um povo e seguiu a última edição do festival ficou certamente deslumbrado, mais uma vez, com as excelentes actuações dos diversos países vindos até nós: China, Espanha, Estónia, Itália, Lituânia, Panamá, República Checa, Roménia, Sérvia. Além destes, estiveram presentes dois agrupamentos nacionais: o Rancho Folclórico “ Os Camponeses de Santana do Mato, de Coruche, Santarém, Ribatejo e o Grupo de Balhos e cantadores da Ilha Terceira, Açores, este último a comemorar nesta edição o seu cinquentenário de existência. Como primeiro aspecto a realçar, notámos a contínua e crescente descentralização do grandioso evento por vários locais da Terceira, permitindo assim uma maior participação do público que pretende assistir e, ao mesmo tempo, valoriza o trabalho dos grupos, proporcionando um melhor conhecimento deles, dos seus percursos artísticos e respectivos países. Também é uma forma de projectar o nome dos Açores através do mundo. Este ano, abriram-se novas portas e a geografia do certame vai alargando a sua influência e con-

tribuindo para o estabelecimento de laços internacionais de que todos beneficiarão, sobretudo o turismo cultural, para o qual a nossa ilha detém especiais potencialidades e pelo facto de ter a Terceira a primeira cidade património mundial portuguesa (1983). Infelizmente, esse estatuto não está ainda devidamente explorado no campo turístico, passados que foram já trinta e cinco anos sobre a data da sua classificação pela UNESCO. Quando este Festival do COFIT, como era então conhecido, surgiu por entre os incontáveis escolhos iniciais e boicotes feitos pelos órgãos de informação, especialmente por parte da dita televisão dos Açores, a qual durante a década de 80, era designada no quinzenário Directo, por televisão dos Arrifes em vez de Açores, ninguém pensava, nesse tempo, que esse acontecimento recolheria hoje tantos aplausos junto dos espectadores e de toda a população da ilha Terceira, bem como tantos entusiasmos dos seus promotores. Todavia, essa caminhada exigiu também muitos sacrifícios da parte dos organizadores do COFIT que se desdobraram em inúmeros contactos para podermos viver, nos tempos actuais, uma semana singular, como a que decorreu de 12 de Agosto, dia do encerramento das grandes e bonitas Festas da Praia da Vitória até 19, dia do seu maravilhoso e colorido desfecho, ocorrido no redondel da Praça de Toiros da Ilha Terceira, no meio deste Atlântico que nos embala com a brisa estival e convida-nos a sair e a conviver nas noites cálidas que jovens e velhos jamais esquecerão.

Este ano, aumentou a geografia dos locais por onde o folclore foi uma festa diária. Vamos enumerá-los com as desculpas por alguma involuntária omissão: Adro da Matriz da Vila de S. Sebastião e da Igreja do Porto Judeu, Casa do Povo de Santa Bárbara, Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, Centro Recreativo da Ribeirinha, Centro Social de S. Bento, Jardim Público da Vila das Lajes, Largo da Igreja da Agualva, 14ª Feira de Artesanato e Sabores Tradicionais, na praça Almeida Garrett, junto ao Liceu de Angra, e Santa Casa da Misericórdia de Angra. Com tal diversidade de locais, muitos idosos portadores de deficiências ou dificuldades de mobilidade puderam assistir às exibições mais perto das suas moradias, não precisando de fazer deslocações penosas até à Praça de Toiros da Ilha Terceira, onde tem sempre lugar o encerramento do Festival, normalmente com uma duração que excede três horas. Mais uma vez, ficou bem patente a beleza e a diversidade dos onze grupos (que pena não ter vindo o da Índia). E perpassou-me novamente pela mente o trabalho afincado e tantas vezes desconhecido ou não reconhecido como devia ser dos que, nos bastidores, permitem o gáudio e o êxito do que aconteceu perante os nossos olhos. São muitos, mas não podemos olvidar o papel desempenhado pelos pesquisadores e pelos etnógrafos. Um deles, o major Luís Machado Drumond, ainda injustamente esquecido ou marginalizado,

por gente insensível, incompetente ou desconhecedora do valor e do sentir da alma de um povo. Essa gente prometeu servir a causa pública, mas desde há cinco longos anos e apesar das promessas que nos fizeram, aquando das duas sessões de evocação do nosso grande etnógrafo e o maior folclorista terceirense, uma na Vila de S. Sebastião, sua terra natal e outra na Câmara Municipal do seu concelho, incrivelmente nada foi feito até hoje, o que nos deve envergonhar a todos, eleitores e eleitos. Quais as razões de tanta incúria, desleixo e ingratidão. Eis a questão que, passados esses cinco anos, ninguém compreende, e que é até geradora, na sua condenável ocultação, de dúvidas ou de legítimas especulações. Que os responsáveis políticos pelo assunto tenham a hombridade de darem uma justificação aos que os elegeram e à sociedade civil em geral, como é sua obrigação. Eles foram escolhidos ou nomeados, nalguns casos sob juramento, para bem servir o povo e não para traí-lo, desprezá-lo ou até espezinhá-lo, desprezando o sentido do seu voto como tem acontecido várias vezes. Democracia é mais do que fazer promessas e pedinchar votos, de quatro em quatro anos. É preciso, acima de tudo, ser honesto, competente e cumprir, no devido tempo, o que se prometeu. Só assim a política se dignifica entre os cidadãos, e os seus agentes a quem eles pagam se podem enobrecer, como cada vez mais se exige nos dias difíceis que estamos vivendo.

“IR” AOS AÇORES (Conclusão da página anterior)

livro tinha saído em 2015, altura em que obrigações académicas não me tinham permitido dispor de tempo para o procurar e ler. Quem me atendeu disse-me que não o tinha, mas mandava vir; mostrou-me, do mesmo autor, A Vida no Campo. Como já tinha visto referências ao livro, comprei-o. É um diário que vale a pena. Dividido em quatro partes, cada uma retratando uma das estações do ano, dá uma panorâmica bastante abrangente da Terceira e dos terceirenses: costumes, tradições, festas, estradas, restaurantes, vistas pano-

râmicas, referências históricas… A leitura do livro permitiu-me “viver” um ano na Terceira. Este ano, como não tenho viagem planeada aos Açores, andava a pensar adquirir o Arquipélago quando me chegou a notícia do lançamento do novo livro do seu autor: Meridiano 28. Nem tive de sair de casa para comprar, porque a Wook, uma distribuidora que vende livros pela Internet, fez-me chegar o anúncio dos dois. Encomendei-os, paguei por transferência bancária e 24 horas depois estavam a entregar-mos à porta. Deve ser por estas e por ou-

tras que as livrarias tradicionais vão desaparecendo. Já fiz uma primeira leitura ao Arquipélago; em breve lá voltarei. Iniciei a releitura de A Vida no Campo, para quando não disponho de tempo alargado para me sentar descansado a ler; no entretanto já comecei o Meridiano 28 e estou a gostar; já cheguei à primeira estadia de José Filemom na Horta. Cá está um modo de “ir” os Açores ficando no Continente. Mas há outras maneiras de “ir” para além da leitura. Pela minha parte, já há anos

que estou atento às feiras gastronómicas. Como já contei há tempos numa crónica, o ano passado, aproveitando informação que me deram na Terceira, no final de Agosto fui jantar ao “Restaurante José do Rego”, da Lagoa, à Feira de Gastronomia de Vila do Conde. Há dias telefonei para São Miguel a perguntar se este ano vinham. Resposta: “com certeza! A partir de 17 de Agosto lá estaremos!” Lá irei com a família… e assim “visito os Açores” aqui no Continente, a 20 quilómetros mais a Sul do sítio onde passo as férias.

A PENA DE MORTE (Conclusão da página anterior)

qualquer justificação, e é inadmissivel, vencendo os clamores humanistas, arreigados à doutrina do Papa Francisco, pois a pena de morte “não emenda o criminoso nem pode fazer-lhe melhor”, por isso há alternativas a tal sansão,

nomeadamente a pena de prisão perpetua. Na verdade, com o falecido Papa João Paulo II, a posição do Vaticano começou a mudar, mas os louros cabem certamente ao Papa Francisco, que para ele a pena de

morte é inadmissível “a dignidade da pessoa não se perde, mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos”. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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JP | MARÉ DE POESIA

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aré de Poesia, tem como objetivo despertar o desejo de partilhar poesia e abrir as gavetas das memórias guardadas. Cada poeta ou poetisa, escreve segundo um estilo próprio, com rima ou sem rima, com métrica definida, contando sílabas ou ao sabor de uma melodia. Cada um tem o seu registo e nós pretendemos que se sinta em casa, como um ser único no seu poder de escrever. Poesia, é a partilha das emoções e uma terapia para quem tem o prazer de a escrever e ler!

2018.09.07

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aré de Poesia, esteve à conversa com o poeta praiense Leonel Machado, conhecido também por “Leonel Purple” ou “Purple Man”, que se encontra de férias na sua cidade natal.

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Dolorosas, Escrevendo ao acaso e o Altar de Incenso onde destaca a peça de teatro – O filho Pródigo – escrito em verso. Em Sintra, coordenou segundo afirma, a página de poesia “Revelações Poéticas “ do Jornal Fénix.

Leonel, desde que teve conhecimento da primeira edição da página Maré de Poesia, enviou vários emails Leonel destaca-se por vestir a cor sional e construindo família fora da com o seu historial poético que se en- lilás na maioria das vezes e de escresua terra natal. quadra, no que denomina, por “Meu ver apenas com a fonte “Arial Black”, diário, Minha vida”. tamanho doze. A sua poesia está Maré de Poesia, à conversa com interiorizada numa memória fértil o poeta, ficou a conhecer mais um Em 1972, começou a escrever con- que cativa o ouvinte. Maré de PoePraiense de alma, que volta a sua siderando que a inspiração surge-lhe sia, teve acesso a vários poemas que terra todos os anos, com frequência. espontaneamente, enquadrada em não serão publicados, os quais, estão Desde criança que escreve poesia, vários capítulos, os quais tem bem impregnados de intenso valor sentitendo sido o seu primeiro poema de- definidos, como que de um livro se mental. safiado pela sua professora, o qual trata-se: Romantismo, Confissões • ainda guarda registo. Guarda na sua “gaveta” vários poemas, os quais coFelicidade meça agora a desvendar. Felicidade, estatuto nem por todos alcançado, Tendo conhecimento da nossa pá- E que bem o pode mudar o tempo… rlando Diniz Gomes, natu- gina pela rede social do Facebook, Felicidade, sinónimo de muitas concessões, ral do Concelho da Praia da decidiu partilhar a sua poesia que Entrega total e abnegamento. Vitória do lugar do Juncal, evoca a sua vivência e sobretudo um Felicidade, estado d’alma que não posso conhecer, partiu aos 21 anos para o continen- hino à saudade, à sua terra de ori- Mesmo que eu me anulasse por completo, te a fim de cumprir o Serviço Militar gem, às tradições e muito mais que E depois viesse a renascer… obrigatório, tendo realizado o sonho terão oportunidade de desvendar à Hoje, já mortificado, ainda vos pergunto: de estudar após os seus deveres mili- medida que a sua gaveta se for abrin- “Felicidade?! tares, estabelecendo carreira profis- do. • O que é a felicidade, Sim, e quem não a quererá conhecer?!” Talvez um dia, mas já muito tarde, Ondas Distantes Faz-me Falta Assim ainda eu venha a compreender…!!! Em ondas distantes, de bruma ondulante Faz-me falta ver o mar Da ilha formosa Faz-me falta o teu olhar Leonel Purple, In “Novo Nascimento” São ventos tocantes no monte vibrante Que me exalta Da Pátria ditosa Faz-me falta Faz-me falta ver gente Céu As minhas filhas Andar por aí livremente Ver a malta Este Céu Saudade que parte, saudade que fica Faz-me falta Que me deixa acreditar Bem dentro da alma Procurando a sinceridade É um infinito que me vem beijar O fragmento da minha alma Neste baluarte a lonjura implica E a verdadeira amizade E no momento que mais preciso As gotas invisíveis, Com a força da calma Na ribalta Me ajuda muito a trabalhar Do licor da calma. Faz-me falta As minhas filhas o beijo Só querendo ser quem sou Este Céu De ternura de carinho, Ir por onde já não vou Meu Deus há minha volta O dia de sol belo Olho o horizonte, gaivota perdida Sem falta Que me anima e me abraça O recheio do meu ninho. Sem chegar ao ninho Faz-me falta No dia a dia ele habita As minhas filhas o matiz E ao subir o monte, a árvore florida Faz-me falta outro mundo E me batiza com a sua graça Das raras flores ... Está no meu caminho Que não seja tão imundo As cores do arco íris , Tanta falta Este Céu Os meus grandes amores. Faz-me falta Que comigo insiste As minhas filhas os sonhos Faz-me falta dizer adeus Afasta meu medo De outrora ... Terceira suflando, no vento constante A quem perguntar pelos meus Me fortalece me reveste Dos preciosos momentos, Do meu pensamento Faz-me falta, faz-me falta Duma prece sem segredo Que saboreio agora És leito de rio, a jusante e montante E se alguém disser que não As minhas filhas a quem Deste meu alento É porque não tem coração Este Céu Deixo pedaços de mim... Faz-lhe falta, faz-lhe falta Que me obriga a falar Nesta vida porem, Que oferece como presente Amando sem ter fim !!! Esta forma de estar Orlando Diniz Gomes Orlando Diniz Gomes E que me sustenta de vidente Dum dom de amar Este Céu que é meu e teu FICHA TÉCNICA Basta apenas encontrar

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COORDENAÇÃO Carla Félix COLABORADORES: Orlando Diniz Gomes; Leonel Purple; Elisa Lopes maredepoesia@jornaldapraia.com

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Elisa Lopes

Elisa Lopes


2018.09.07

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INFORMAÇÃO | JP

HOJE (07/09) Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

HOJE (07/09)

FUTEBOL

SÁBADO (08/09)

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

5.ª JORNADA | 16.09.2018 08 SET Rua do Picão Vila das Lajes Tourada não tradicional Manuel Borba Gaspar 18h00 – 20h30

-

1º Dezembro

Angrense

-

Redondense

Olímpico Montijo

-

Olhanense

Real

-

Sp. Ideal

Pinhalnovense

-

Amora FC

VG Vidigueira

-

Armacenenses

SC Praiense

-

Casa Pia

Louletano

-

Moura

Sacavenense

-

Ferreiras

Largo da Igreja São Bartolomeu Tourada tradicional Informação de ganadero indisponível 18h00 – 20h30

SEGUNDA (10/09)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TERÇA (11/09)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUARTA (12/09)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

1.ª ELIMINATÓRIA | 08 - 09.09.2018

18 SET Largo Comendador Pamplona Porto Martins Tourada não tradicional Rego Botelho 17h30 – 20h00

QUINTA (13/09)

SC Praiense

-

Redondense

Pinhalnovense

-

Vale Formoso

Casa Pia

-

Graciosa FC

Rabo Peixe

-

Olímpico Montijo

Angrense

-

Marítimo Graciosa

Sp. Ideal

-

Real

CONCERTO ANGRA EM FESTA FILARMÓNICA UNIÃO DE SÃO BRÁS E SOCIEDADE MUSICAL UINIÃO DAS FONTINHAS Local: Praça Velha - Angra do Heriósmo Hora: 21H00

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (08/09)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

Pesqueiro São Bartolomeu Tourada tradicional Rego Botelho 17h30 – 20h00

20 SET Largo Comendador Pamplona Porto Martins Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 17h30 – 20h00

ASSINE

ASSINATURA ANUAL 15,00 EUR

assinaturas@jornaldapraia.com

SEXTA (14/09)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SÁBADO (15/09)

DOMINGO (16/09)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADOS

19 SET Largo Comendador Pamplona Porto Martins Tourada tradicional Herd Ezequiel Rodrigues 17h30 – 20h00

NOTA: Sujeita a alterações

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

TAÇA DE PORTUGAL EQUIPAS DOS AÇORES

10 SET Penha de França São Pedro Tourada tradicional Informação de ganadero indisponível 18h00 – 20h30

Fontes: CMAH e CMPV

DOMINGO (09/09)

Oriental

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 - Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2) ; 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 - Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 - Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoi-

tos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados

DOMINGOS

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 - Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 - Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 - Matriz Sta. Cruz (4))

Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro (1)

SEGUNDA (17/09)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (18/09)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUARTA (19/09) CONCERTO ANGRA EM FESTA RAPAZES DA CANADA DE TRÁS Local: Praça Velha - Angra do Heriósmo Hora: 22H00

SEXTA (14/09) CONCERTO ANGRA EM FESTA ROCK RHYTHM & BLUES Local: Prior do Crato - Angra do Heriósmo Hora: 22H00

SÁBADO (15/09)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUINTA (20/09)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

CONCERTO ANGRA EM FESTA FRANCISCO OURIQUE CANTORIA - FP 2018 Local: Prior do Crato - Angra do Heriósmo Hora: 22H00

VILA DAS LAJES

DOMINGO (16/09)

VILA NOVA

CONCERTO ANGRA EM FESTA SOCIEDADE RECREIO DOS LAVRADORES DA RIBEIRINHA Local: Praça Velha - Angra do Heriósmo Hora: 21H00

Farmácia Andrade

Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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