Jornal da Praia | 0512 | 05.01.2018

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QUINZENA

05 A 18.01.2018 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 512 | Ano: XXXV | 2018.01.05 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

“AI FOME” EM TODA A ILHA DESTAQUE | P. 8 E 9

PROMOTORA NO COMBATE ÀS TÉRMITAS

www.jornaldapraia.com

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA PESSOAS IMIGRANTES Por: Cátia Oliveira e Letícia Leal SOCIEDADE | P. 3

OS CANTO – DE PERO ANES A VIOLANTE DO CANTO Nomeado Provedor das Fortificações, Pero Anes do Canto foi o responsável pelo início da construção da linha de Fortes da Terceira depois de uma tentativa de ataque a Angra. Por: Francisco Miguel Nogueira EFEMÉRIDE | P. 4

AUTO-EFICÁCIA Por: Aurélio Pamplona SAÚDE | P. 6

PR’Á RUA… A TODA A FORÇA! Por: José Ventura OPINIÃO | P. 12

OS PROBLEMAS DA NOSSA HISTÓRIA Por: Emanuel Areias OPINIÃO | P. 12

Depois de um longo período de credibilização, a empresa de construção civil alarga ramo de atividade à desinfestação de térmitas, em estreita colaboração com parceiros internacionais. ENTREVISTA | P. 5 PUB

OS ENSINAMENTOS DA CATALUNHA Por: António Neves Leal

OPINIÃO | P. 14


JP | NO CONCELHO & REGIÃO

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NATAL NA PRAÇA FRANCISCO ORNELAS DA CÂMARA

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Foto: Rui Sousa

EM ABRIL OS AÇORES VÃO ACOLHER UMA DAS JORNADAS DO PROGRAMA MARGULLAR

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a primeira quinzena de abril de 2018, Os Açores vão acolher uma das edições das jornadas transnacionais de trabalho do programa Margullar, projeto que envolve o património e turismo arqueológico subaquático na Macaronésia.

A candidatura açoriana foi defendida em dezembro passado pelo Diretor Regional da Cultura, Nuno Lopes,

em Dakar, no Senegal, onde decorreram as jornadas sobre Arqueologia Subaquática – Metodologias e Perspetivas, no âmbito do programa Margullar. O projeto Margullar pretende vincular o binómio património e turismo, efetuando um trabalho de arqueologia subaquática de preservação e conservação do património marinho, para a sua posterior valori-

zação e colocação ao serviço, tendo por objetivo melhorar o atrativo e a promoção do turismo de mergulho nas regiões e países participantes. Com este projeto pretende-se que os turistas que praticam o mergulho, além de admirarem os preciosos fundos marinhos do Espaço de Cooperação Transnacional, se aproximem do património, da história e da cultura de cada uma das regiões envolvidas.

Desta forma, a partir da compilação dos dados arqueológicos nas zonas de trabalho identificadas, pretende-se valorizar tais bens, conseguindo desta forma uma gestão e proteção integral dos mesmos e, igualmente, comunicar e sensibilizar o público para o Património Arqueológico da Macaronésia, com vista à sua conservação e proteção. JP•

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Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


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SOCIEDADE | JP

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA PESSOAS IMIGRANTES Por: Cátia Oliveira e Letícia Leal (*)

Em 2017, no âmbito do II Plano Regional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género (GRA) foi dada prioridade à prevenção da violência e combate à discriminação contra a pessoa imigrante.

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violência doméstica é um problema social universal que está presente em todas as culturas, etnias, religiões e estratos económicos. A violência doméstica define-se por comportamentos violentos e abuso de poder de uma pessoa sobre a outra com o intuiPUB

to de a controlar e dominar. Ocorre entre pessoas que têm/tiveram uma relação de intimidade (hétero e/ou homossexual), familiar e/ou de dependência (i.e., económica e/ ou emocional), sendo que qualquer pessoa pode ser vítima. No entanto, existem grupos mais vulneráveis

como as mulheres, pessoas idosas, crianças, pessoas com deficiência e/ou em situação de doença, pessoas LGBTI, pessoas imigrantes e pessoas dependentes economicamente do/a agressor/a (GIG, 2014). Não obstante dos homens e rapazes também poderem ser vítimas de violência doméstica, as estatísticas demonstram que as mulheres e as raparigas são a maioria das vítimas deste tipo de violência (Archer, 2006). Segundo as Nações Unidas (2015), prevê-se que no mundo 1 em cada 3 mulheres já foi vítima de alguma forma de violência (física, psicológica, sexual e/ou social). Com uma crescente visibilidade na esfera pública, traduzida num claro aumento das denúncias, a violência nas relações íntimas tem sido objeto de diversas políticas dirigidas à prevenção dessa violência, à sua criminalização e ao apoio às vítimas (Gelles, 1993). Assim sendo, em 2017, no âmbito do II Plano Regional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género (GRA) foi dada prioridade à prevenção da violência e combate à discriminação contra a pessoa imigrante. Esta preocupação esteve assente na necessidade de dar importância a este grupo vulnerável, uma vez que de acordo com o relatório “A Passage to Hope – Women and International Migration”, o número de mulheres migrantes tem vindo a aumentar significativamente, o que coloca importantes desafios (UNFPA, 2006). As mulheres imigrantes, tal como as nacionais, estão sujeitas, no país de acolhimento, a diferentes formas de violência como a violência no seio familiar, o assédio sexual, a violação, entre outras variadas, e não exclusivas, formas de violência. A mulher imigrante pode muitas vezes estar exposta a violência doméstica por parte de um/a parceiro/a agressor/a, particularmente se for oriunda de um país onde a violência do homem contra a mulher é tolerada e se se encontrar numa situação de dependência económica (Cohen e Maclean, 2004). Em 2013, a Unidade de Apoio à Vítima Imigrante e de Discriminação Racial e Étnica (UAVIDRE – APAV) registou um total de 781 crimes, sendo que cerca de 75% das queixas foi do crime de violência doméstica. Em termos de caracterização das vítimas, estas eram sobretudo do sexo

feminino (85,5%), com idades compreendidas entre os 26 e os 45 anos de idade (24,1%), casados/as (32,6%) ou solteiros/as (19,5%) e com filhos (31,2%). No que diz respeito à nacionalidade das vítimas, cerca de 33,2% eram brasileiras, cabo-verdianas (6,6%), angolanas (6,3%) e ucranianas (5,2%). Em 2016, o SEF sinalizou 40 vítimas associadas ao crime de tráfico de pessoas (nepalesas, brasileiras, romenas e ucraniana) e 3 vítimas de violência doméstica. Nos Açores, procurou-se ao longo do passado ano realizar inúmeras iniciativas que envolveram várias entidades locais (públicas e privadas) na área da integração das pessoas imigrantes (AIPA) e prevenção e combate à violência doméstica e igualdade de oportunidades (Redes e Pólos de Prevenção à Violência Doméstica e de Género), contando com o apoio do Governo Regional dos Açores (Direção Regional da Solidariedade Social). As iniciativas foram dirigidas a pessoas imigrantes e população em geral através da realização de eventos integrados no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial (21 de março), Dia Municipal do Imigrante e do Diálogo Intercultural (com o apoio das autarquias locais) e Dia Internacional das Migrações (18 de dezembro). Assim, realizaram-se mesas redondas em várias ilhas designadas “Violência Doméstica: Latitudes de uma problemática” com a participação de pessoas imigrantes que residem nos Açores, a exposição de fotografia colectiva “Mulheres do Mundo” (da autoria dos fotógrafos Luís Godinho e Rui Caria), teatros de fantoches para crianças (com a adaptação do conto “De outra Cor, de Susana Teles Margarido) e sessões de esclarecimento junto de jovens em contexto escolar (“Viagem pela Igualdade”). Ainda se sentiu a necessidade de criar materiais de apoio para este público-alvo, designadamente folhetos em várias línguas e uma brochura de culinárias com informação sobre a violência doméstica e de género. (*) Equipa técnica do Núcleo de Iniciativas de Prevenção e Combate à Violência Doméstica (SCMPV)


JP | EFEMÉRIDE

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OS CANTO – DE PERO ANES A VIOLANTE DO CANTO HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

Nomeado Provedor das Fortificações, Pero Anes do Canto foi o responsável pelo início da construção da linha de Fortes da Terceira depois de uma tentativa de ataque a Angra.

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á exatos 462 anos, a 9 de janeiro de 1556, morria o 1º Provedor das Armadas dos Açores, Pero Anes do Canto, responsável pelo início da linha de fortes da Ilha Terceira e um dos homens mais poderosos dos Açores no século XVI. Pero Anes do Canto nasceu em Guimarães, por volta de 1472/73. A tradição afirma que era descendente de Eduardo de Inglaterra, o Príncipe Negro. Em 1510 casou com Joana de Abarca, filha de Margarida Álvares Merens e Pero de Abarca, sobrinha de Maria de Abarca ou Corte Real, mulher de João Vaz Corte Real, 1º capitão-donatário de Angra. Este casamento, que durou apenas catorze meses, deixou descendência, António Pires do Canto, 2º Provedor das Armadas das ilhas. Em 1517, Pero Anes do Canto casou-se com Violante da Silva, filha de Duarte Galvão, cronista-mor do reino e de D. Catarina de Meneses e Vasconcelos, o qual durou apenas 23 meses. Deste casamento nasceu João da Silva do Canto, o pai de D. Violante do Canto. Teve ainda outros 3 filhos, Francisco da Silva do Canto que, com Tomé de Sousa, 1º Governador-Geral do Brasil, foi um dos fundadores da cidade da Baía, Pedro do Canto e Manuel do Canto. Pero Anes do Canto deve ter vindo para a Terceira por volta de 1505, primeiro como escrivão do Mestrado de Cristo e do visitador Vasco Afonso. Passou pelo Norte de África, senPUB

do então agraciado como cavaleiro fidalgo da Casa Régia. Iniciou então um processo de construção patrimonial nos Açores que o levou, em 1546, a ser considerado como o mais o poderoso fidalgo dos Açores. Nomeado Provedor das Fortificações, Pero Anes do Canto foi o responsável pelo início da construção da linha de Fortes da Terceira depois de uma tentativa de ataque a Angra. A linha de fortes da Ilha foi reforçada quando o Cardeal D. Henrique, regente em nome do Rei D. Sebastião, enviou o arquiteto italiano Tommaso Benedetto para os Açores, na tentativa de dotar as Ilhas no geral, e a Terceira em particular, de uma linha de defesa eficaz para a proteção das mercadorias e dos mares açorianos. Esta linha de Fortes, concluída somente com a crise de 1580/1583, com a ajuda do Corregedor da região Ciprião de Figueiredo, outro dos homens poderosos do século XVI no arquipélago, foi essencial à defesa da ilha durante os séculos seguintes. O 1º Provedor das Armadas combateu ainda piratas e corsários nos mares dos Açores e, por tudo isso, foi nomeado o primeiro Provedor das Armadas e Naus da Índia em todas as ilhas dos Açores. A partir de então, Pero Anes do Canto enfrentaria dificuldades devido à falta de recursos da Coroa nas ilhas, mas não desistindo dos seus objetivos. Pero Anes do Canto morreu em 1556.

O primogénito, filho do primeiro casamento de Pero Anes do Canto, tornou-se o segundo Provedor das Armadas. Já João da Silva Canto, que nascera a 10 de março de 1518, prestou serviços à Coroa em Ceuta, entre os anos de 1546 e 1548, pelos quais recebeu a comenda da Ordem de Cristo da igreja de Coja. João da Silva Canto, quando regressou à Terceira, exerceu as funções de capitão-mor das Armadas nas ilhas, de provedor da fazenda e também das fortificações, chegou a substituir temporariamente o irmão como Provedor das Armadas, cargo que ocupou novamente aquando da morte de António Pires do Canto e por menoridade do sobrinho, Pedro de Castro do Canto. João da Silva do Canto casou-se com D. Isabel Correia, acumulando uma imensa fortuna, com bens móveis e imóveis, espalhados pela Terceira, S. Jorge, Faial e Pico. Da esposa herdou algumas terras em S. Miguel. Além disso, contribuiu para o bem da comunidade e das instituições da época, intervindo no processo de construção da nova Sé de Angra e foi também fundador, doador benemérito e provedor da Misericórdia. João da Silva do Canto cedeu as casas e a igreja onde se fundou o Colégio dos Jesuítas e foi devido à sua ação que se iniciou a construção do cais do Porto das Pipas. D. Violante do Canto herdou uma grande fortuna em 1577, com a morte do pai, João da Silva do Canto.

Em 1580, o Cardeal D. Henrique morreu, D. António foi aclamado Rei, vindo para a Terceira, D. Violante apoiou-o financeiramente, sendo uma das mais importantes incentivadoras à causa do Prior do Crato, sustentado as tropas anglo-francesas estacionadas na ilha. Durante três anos os terceirenses se bateram como defensores da independência de Portugal. Em 1583, a Terceira foi subjugada pelos espanhóis e D. Violante, por ordem de Filipe II partiu a 17 de agosto de 1583 com D. Álvaro de Bazan, rumo a Madrid. À hora do embarque, D. Violante dirigiu-se para o lugar da Prainha, acompanhada por duas damas, cinco aias e vinte e um criados entre outros escudeiros, sendo ali esperada pelas principais autoridades de Angra, num estrado alcatifado e construído de propósito para o embarque. Ao pôr D. Violante o pé na escada do navio ouviu-se uma salva dada pela nau, acompanhada por todos os navios da armada. Em Espanha, D. Violante foi encerrada em dois mosteiros, em Cadiz e Jaem e posteriormente obrigada a casar a 1 de abril de 1585 com Simão de Sousa de Távora, voltando a Portugal. Morreu em Lisboa a 17 de novembro de 1599. Os seus bens vinculados foram herdados por Manuel do Canto de Castro, neto de António Pires do Canto, irmão de seu pai, assim nasceu, segundo as crónicas, a Caza maior das ilhas. Os restantes bens foram entregues à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a várias outras instituições pias. Ao olharmos para a Casa do Canto, percebemos como é importante que todos nós assumamos os nossos destinos, sem medos de lutar pelo que acreditamos. É bom que os terceirenses no geral e os praienses no particular endireitem a coluna vertebral e superem a crise. •


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ENTREVISTA | JP

PROMOTORA NO COMBATE ÀS TÉRMITAS Após três anos de credibilização, a Promotora alargou o seu ramo de atividade à desinfestação de térmitas, com um novo método que diz comprovadamente eficaz.

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ameaça de desabamento de vários prédios, sobretudo nas cidades de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, devido a infestação por térmitas de madeira seca é desde há muito conhecida e remonta ao ano de 2008. Para este conhecimento muito contribuiu o trabalho desenvolvido pela Universidade dos Açores, que para além da monitorização e mapeamento das zonas infestadas, alertou a comunidade em geral para esta problemática, cujos impactos económicos, são como sabemos, avultados. No concelho da Praia da Vitória, a praga de térmitas está muito longe das dimensões catastróficas de Angra do Heroísmo ou Ponta Delgada, no entanto, já se registaram casos de infestações no Porto Martins e nos Biscoitos. Apesar do problema não ser preocupante, é curiosamente na Praia da Vitória, mais precisamente pelas mãos da empresa Promotora que em associação com uma multinacional francesa se desenvolve um novo e inovador método de desinfestação, que segundo afirmam os próprios, apresenta-se totalmente eficaz. Jornal da Praia quis aprofundar o tema e neste sentido entrevistou, Adalberto Borges Couto, perito certificado de desinfestação, que nos fala não só do método utilizado, como de todo o processo que levou a Promotora a esta área de atividade, como ainda nos esclarece sobre PUB

TÉRMITAS Equipa de desinfestação da Promotora preparada para entrar em ação a problemática associada à infestação por térmitas. Jornal da Praia – Em 2008, estimativas da Universidade dos Açores realizadas por amostragem identificavam um grave problema de infestação de térmitas, nas cidades de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada. Segundo estas mesmas estimativas, metade do parque habitacional destas cidades estavam infetado e em 20% das casas, a infestação era tal que qualquer tratamento se

apresentava inviável, devendo-se proceder à substituição total das madeiras. De lá até hoje, e com toda a atenção que o problema tem recebido da comunidade científica e dos responsáveis políticos, qual é a verdadeira dimensão da infestação, nestas cidades, nos Açores e no concelho da Praia da Vitória? Adalberto Borges Couto – A Universidade dos Açores fez um trabalho magnífico no levantamento da infestação existente fornecendo dados

que não existem no Continente ou Arquipélago da Madeira. Efetivamente existe uma infestação massiva por térmitas da madeira seca em Angra e Ponta Delgada, sendo a sua distribuição muito bem identificada e mapeada pela Universidade. No concelho da Praia da Vitória a situação é bem diferente, sendo a infestação existente muito menor e constituída essencialmente por térmitas subterrâneas da espécie Reticulitermes flavipes. No entanto a infestação por térmitas da madeira seca está a alastrar, sendo que já procedemos a trabalhos de desinfestação nos Biscoitos e Porto Martins. Relativamente à evolução, a nossa experiência mostra que só se passou verdadeiramente dos estudos à acção em massa para resolver o problema após o início do nosso projecto. Ainda falta muito caminho a percorrer para reverter o processo. JP – Como surge a Promotora na área da desinfestação de Térmitas? ABC – A Promotora é uma empresa que atualmente vende uma vasta gama de produtos no mercado tentando sempre inovar e resolver os problemas das pessoas, desde a construção com os revestimentos contra a salitre, até ao simples eletrodoméstico, no entanto, certificou-se na aplicação do Xilix Gel através do SCIT, (Sistema de Certificação de Infestação por Térmitas) como empresa de desinfestação, devido a duas necessidades. A primeira de tentar mudar o paradigma do uso da madeira, que cada vez mais tem vindo a ser substituída por ferro ou betão. A segunda prendia-se com o (Continua na página 7)


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e os dois capinhas que vemos na fotografia não acreditassem nas suas capacidades para exercer o controlo sobre a situação arriscada de Aurélio Pamplona estarem mesmo à (a.pamplona@sapo.pt) frente de um toiro a desafiá-lo, com dois resplandecentes guarda-chuvas, ou seja, se não se sentissem auto-eficazes nesta ou em situações semelhantes, não haveria espectáculo. Não é o mesmo que se passa com muitas outras pessoas que, ao enfrentarem circunstâncias desafiadores ou arriscadas causadoras de stress, sentem-se diminuídas, incompetentes e stressadas, por não acreditarem nas suas capacidades para exercerem o controlo sobre o que as afecta em cada momento das suas vidas. Naturalmente que, se por um lado, nem todos nós nascemos para ser toureiros, e até podermos pensar de nós como sendo pessoas tranquilas e serenas, por outro verificamos que em determinados momentos somos arrastados pela excitação, e pelas emoções, que nos podem levar a passar da alegria ao desespero. Compreende-se assim facilmente que o ser auto-eficaz, i. e., acreditar nas suas capacidades para exercer o controlo sobre as tarefas que em cada caso estão a afectar as nossas vidas, constitui a sexta medida que devemos tomar para controlar o stress. Entretanto interessa consciencializarmos de que, como defende Ornstein (1993): (1) ter sucesso na vida é

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Auto-Eficácia uma questão de trabalho árduo, e de que a sorte tem pouco ou nada a ver com isso; (2) conseguir, por exemplo, um bom emprego depende principalmente de estar no lugar certo, no momento correcto; (3) independente das dificuldades por que ao longo do tempo se tenha passado, haverá sempre algumas pessoas que não gostam de si; e que, (4) quem não consegue que os outros gostem de si, não compreende como os poderá

acompanhar na vida. E há diferenças na direcção e grau de responsabilidade emocional que compete à pessoa. Por exemplo, ao ser confrontado com uma aranha um indivíduo pode gritar e fugir do quarto, enquanto outro a agarra facilmente e a atira para a rua. Para uns, o mundo é sempre brilhante e ensolarado, e tudo existe para ser abraçado, enquanto para outros, é um lugar escuro e difícil, e por isso temos de ter cuidado em nos envol-

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vermos. Se, de repente e inesperadamente, muitos de nós estivéssemos na frente daquele animal bravo, a emoção seria tão elevada que até as pernas se recusariam a fugir. E dificilmente teríamos a calma e a habilidade para, num simples passe, iludir o toiro e livrar-nos do perigo. A auto-eficácia relaciona-se com a crença na própria capcidade para realizar uma acção (Bandura (1982).

E se essa acção for de valor ou utilidade para a pessoa, ou seja, se houver expectativas de resultados positivos, então vale a pena esforçarmo-nos para garantir o ser auto-eficaz nas mais variadas acções da nossa vida. Ao actuarmos eficazmente somos capazes de alcançar os resultados que desejamos, ou pelo menos aproximarmos dele. Até no campo da saúde, a crença de que podemos fazer algo para funcionarmos melhor é susceptível de melhorar o nosso estado.

Assim, não é por acaso que hoje em dia se usa cada vez mais os placebos, nomeadamente substâncias farmacologicamente inertes, mas que podem ser utilizadas com vários objectivos, nomeadamente na indução do sono ou no controlo da dor, mas cujo resultado está dependente da esperança do indivíduo em melhorar, i. e., da auto-eficácia que lhe atribui. Entretanto não podemos esquecer o que disse Stanhope (1917): «o ramo do conhecimento é muito curto, mas o capítulo dos acidentes é muito longo». Ou seja, o stress aparece inesperadamente nas mais variadas situções, inclusive como reacção às situações extremamente difíceis e excitantes. E por isso. o esforçarmos para sermos auto-eficazes é um meio naturalmente seguro e próprio, para ultrapassar aquelas situações. E o atingir este úitimo objectivo é naturalmente facilitado quando se trata de pessoas que se caracterizam por se mostrarem felizes, de espírito aberto, com intuição e optimismo, a par de um certo aventureirismo, e a ponto de serem capazes de responder às mudanças, aos tais acidentes, de que fala o nosso autor. Enfim, faça como elas. Referências: Bandura, A. (1982). Self-efficacy mechanism in human agency, American Psychologist, 37; 122-47. Ornstein, R. (1993). The Roots of the self: Unravelling the mystery of who we are. New York: Harper Collins Publishers. Stanhope, P. D. (1917). Epigram on “Long” Sir Thomas Robinson, Vol. 17, pp. 5. Oxford & New York: the Oxford Dictionary of Quotations. Foto: A. Pamplona•


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ENTREVISTA | JP

PROMOTORA NO COMBATE ÀS TÉRMITAS (Continuação da página 5)

facto do trabalho de preparação das madeiras assim como a aplicação do gel, ter de ser feita com o máximo profissionalismo, exigindo formação específica e muito rigor nos trabalhos, correndo o risco de se cair em descrédito como todas as outras soluções ate então apresentadas. JP – Em que consiste o projecto e quantos tratamentos já foram realizados? ABC – Trata-se um projeto tripartido entre a Multinacional Francesa Sarpap & Cecil, o distribuidor local Pluggo – Wood for Life® e parceiros locais como a Promotora. Em conjunto desenvolvemos um projecto de raiz em que inicialmente um Perito Qualificado com formação Técnica nos produtos e métodos fará uma vistoria à habitação por forma a confirmar a Patologia existente e a estimar o nível de infestação. Com base nessa vistoria são identificados os níveis de infestação de cada zona e os pontos críticos de cada habitação. É também tido em conta o plano de investimento do proprietário na habitação, bem como a sua disponibilidade financeira. Com base em toda essa informação é elaborado um Plano Plurianual de Desinfestação. Passamos então à preparação das Madeiras. Note-se que temos efectuado um trabalho muito intenso na limpeza dos locais e das madeiras antes de as tratar, recuperando zona inabitadas que posteriormente ganham novas valências e novas funcionalidades. Por último aplicamos os produtos de tratamentos com uma capacidade auto-penetrante que tratam todas as madeiras em profundidade e garantem a irradicação da totalidade da infestação com mínimos inconvenientes para os proprietários. PUB

O processo até à credibilização deste método foi moroso. Demorou cerca de 3 anos a desenvolver o método, registar os produtos, preparar a comunicação às pessoas e realizar várias acções de esclarecimento. Foi realizada uma distribuição de 40.000 Flyers em São Miguel e na Terceira. Finalmente entramos numa fase em que as pessoas já começam a acreditar que existe uma solução eficaz ao seu alcance e com isto já se realizaram algumas centenas de tratamentos com este novo método. JP – Existe 3 espécies de térmitas nos Açores, sendo a Cryptotermes brevis, vulgarmente designada por térmita da madeira seca, aquela que se apresenta, segundo dizem os especialistas, a mais destrutiva e difícil de combater. Para os nossos leitores, enumere estas três espécies,

as suas características, a forma de destruição de cada uma e também como se propagam. ABC – Segundo a Universidade dos Açores foram identificadas as seguintes quatro espécies nos Açores: Cryptotermes brevis, Kalotermes flavicollis, Reticulitermes flavipes e Reticulitermes grassei. Relativamente aos leitores o mais importante será a distinção entre as Térmitas da Madeira Seca, em que a Cryptotermes brevis ganha destaque e as Térmitas Subterrâneas como a Reticulitermes flavipes e Reticulitermes grassei. Em geral são pequenos insectos que podem ter uma capacidade de destruição muito elevada do edificado em Madeira. Organizam-se em colónias e alimentam-se da Celulose da Madeira. Quando as Térmitas infestam uma habitação alimentam-se de todos os materiais que contenham celulose, tais como cartão, papel e

tecidos. Destroem caixas, livros, fotografias e papel de parede. Comem o cartão do Pladur ® (gesso cartonado), deixando o Gesso sem sustentação. O facto de em determinadas alturas do Ano terem asas, prende-se com o facto de determinados elementos da colónia pertencerem a uma casta reprodutora que enxameia em determinada altura do ano (variável com a espécie) com vista a formar novas colónias. As térmitas de madeira seca ao contrário das subterrâneas, necessitam de uma quantidade mínima de humidade da madeira (<15%) para sobreviver, sendo também a celulose a sua dieta. Vivem dentro da madeira, sem necessitar da humidade e do contato com o solo, estando presentes em número elevado em São Miguel, Ilha Terceira e Ilha da Madeira. As colónias são pequenas, mas muito numerosas. Algumas centenas de indivíduos por colónia, mas várias podem coexistir na mesma peça de Madeira e/ou casa. Não requerendo contato com o solo, não produzem tubos de lama. O processo de destruição do edificado é geralmente mais lento devido à menor dimensão das colónias. Durante o período de enxameamento, os alados voam de forma a encontrar pontos para formar novas colónias. Geralmente entram nas estruturas através do sótão ou ventilação nas fundações, sob beirais e através de fissuras naturais e juntas de madeiras expostas, janelas e caixilharias. Vulgarmente estão mais presentes nos andares superiores (menos movimento e menos luz). Seu material fecal parece “areia”, sendo que fazem furos para o exterior nas paredes, tetos ou madeira para descartar pelotas fecais e sendo esta uma das principais formas de detetar a sua presença. Para prevenir o seu aparecimento é fundamental a utilização de Madeira com tratamento preventivo. Selar e pintar todas as fendas da madeira e limpar (Continua na página 10)


JP | DESTAQUE

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COBRINDO TODA A ILHA

“AI FOME” É UM NOVO PROJETO DE DISTR Esteja onde estiver, com o projeto “Ai Fome”, a ementa de qualquer restaurante da ilha poderá estar à sua mesa.

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ançado há pouco mais de um mês, “Ai Fome”, é uma nova proposta empresarial de distribuição domiciliária de refeições, que socorrendo-se das novas tecnologias de informação e comunicação, coloca à distância de um click, qualquer restaurante/Snack-Bar existente na ilha Terceira. Embora o conceito não seja propriamente novo, sendo inclusivamente praticado por alguns estabelecimentos da área da restauração, na “AI Fome”, há no entanto, uma pequena, mas significativa novidade, o cliente, poderá escolher a sua refeição numa panóplia de diversificadas ementas, não estando como nas propostas atuais, confinado ao cardápio de um estabelecimento em concreto. Desta forma, como facilmente se compreende, trata-se de um serviço muito mais diversificado e capaz de satisfazer vários públicos e gostos, diferenciando-se das propostas tradicionais do setor.. A “Ai Fome” é um projeto da responsabilidade de Duarte Andrade e Diogo Silva, que começou a ser equacionado em simples e descomprometidas conversas de amigos. Assento na necessidade e desejo de ambos em desenvolver uma atividade empresarial, socorrendo-se das tecnologias que proliferam ao nosso redor, pensaram num projeto que pudesse dar resposta a algo que encaravam como paradoxal nos dias de hoje. “A impossibilidade de usufruírem de um serviço de entrega de refeições, independentemente da sua localização geográfica”. A ideia foi amadurecendo ao longo de várias conversas e com o contributo de vários outros amigos foi ganhando consistência apresentando-se cada PUB

vez mais viável. Nesta reflexão, não deixaram de equacionar a pequena dimensão da ilha, exponencialmente inferior se comparada com os países lideres de mercado neste tipo de propostas, mas concluíram, que mesmo assim havia espaço para avançar, conscientes é claro, que em termos de escala, esta será obviamente menor, mas não necessariamente residual, já que sendo a necessidade é efetivamente real. “Hoje, em qualquer parte da ilha, as pessoas podem receber comodamente em casa as suas refeições, tal como acontece por exemplo com a distribuição do gás, e isto só é possível, devido ao nosso serviço”, referem à nossa reportagem.

MODO DE FUNCIONAMENTO Essencialmente o serviço “Ai Fome” baseia-se numa plataforma web, disponível em http://www.aifome.pt, à qual os internautas acedem. Alternativamente, os serviços “Ai Fome” poderão ser requisitados por chamada telefónica, mas a plataforma web, pela simplicidade do interface e elegância do design, torna a experiência muito mais agradável, personalizável e segura. Aí chegados, é solicitado a introdução dos sete dígitos do código postal, identificando-se desde logo a área geográfica do cliente. Conhecida a área geográfica é solicitado a data e hora da refeição pretendida. Atualmente, durante a semana, estão disponíveis entregas apenas para o jantar, e aos fins de semana, apenas para o almoço, futuramente os empresários pretendem alargar o serviço aos almoços para os dias de semana. Indicada a refeição pretendida, é-lhe apresentado um menu onde

DIOGO SILVA E DUARTE ANDRADE são os mentores de um projeto ilha à distância de um click. as ementas dos cerca de 30 restaurantes parceiros, são agregadas por tipos de cozinha. Assim, é possível escolher entre pizarrias, hamburguerias, churrascarias, steak house, marisqueiras, comida regional, urbana, asiática e outras mais. Escolhido o tipo é-lhes apresentado os diversos restaurantes que incluem propostas no género selecionado. Deverá escolher um restaurante e dentro deste a refeição que pretende. Ao selecionar a refeição, esta é adicionada ao “carrinho de compras” e ao valor

da mesma é acrescentado a taxa de entrega, que varia de acordo com a localização da entrega e a localização do parceiro escolhido, oscilando entre um mínimo de três euros e um máximo de sete euros e cinquenta cêntimos. Saliente-se que cada pedido efetuado a um estabelecimento diferente origina uma taxa de entrega própria. Terminado a seleção da refeição, é necessário proceder à confirmação do pedido, o qual exige obrigatoriamente o registo na plataforma. Neste registo, é solicitado


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DESTAQUE | JP

RIBUIÇÃO DE REFEIÇÕES AO DOMICÍLIO

o de distribuição de refeições que coloca qualquer restaurante da apenas informação estritamente necessária para que o cliente possa efetivamente receber a encomenda na morada indicada. Feito o primeiro registo na aplicação, da próxima vez basta apenas fazer o login, já que os dados são armazenados na plataforma. Após a confirmação e um período que pode variar entre 45 a 60 minutos, o cliente recebe o pedido na sua casa, sendo o pagamento efetuado diretamente ao estafeta, ou em dinheiro ou por multibanco.

ÂMBITO Embora com apenas pouco mais PUB

de mês e meio de existência, Duarte Andrade e Diogo Silva já vem a trabalhar neste projeto há algum tempo. Desde que abraçaram a ideia, partiram de imediato para a sua concretização e nesse sentido, o primeiro passo, foi contatar Restaurantes/ Snack-Bars, convidando-os a associarem-se ao projeto. Começaram pelos que estavam mais perto, estendendo-se de seguida a todos os outros, até porque a génese identitária do negócio é exatamente uma oferta global com a presença de restaurantes das mais diversas localidades. Para já, ainda não conseguiram contatar com todos os Restaurantes/

Snack-Bars da ilha conforme é seu desejo. “Ainda não tivemos tempo para contatar todos os restaurantes. Inicialmente pensamos que este processo seria rápido, e ainda antes de lançar a plataforma, começamos a fazer esses contatos, no entanto, o processo apresenta-se demorado, porque trata-se de uma negociação própria que é feita parceiro a parceiro”, afirmam à nossa reportagem. Salientam também, que pretendem albergar na sua plataforma todos aqueles que a eles se pretendam associar. “Gostaria de sublinhar que é com imensa pena nossa que ainda não conseguimos chegar a todos, porque se há algo que fazemos questão é de albergar todos aqueles que queiram ser nossos parceiros e não queremos excluir ninguém. Todos que tenham um negócio estabelecido e estejam disponíveis para trabalhar connosco, teremos todo o gosto em trabalhar com eles”, afirmam, numa demonstração de total abertura e incentivo à entrada de novos parceiros. Não deixam de referir o “romantismo” com o qual identificam também o projeto consubstanciado na ideia de “crescer, fazendo crescer”, isto é, ao aumentarem o seu número de entregas contribuem

diretamente para aumentar o volume de vendas dos seus parceiros, já que como é óbvio, todas as entregas feitas pela “Ai Fome”, correspondem a uma venda de um dos parceiros, venda esta, que só se materializa pela existência do próprio projeto.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES Neste primeiro mês e meio de atividade, os dois sócios fazem um balanço positivo da atividade desenvolvida, que no fundo tem vindo a confirmar as premissas que levaram à sua concretização. Neste sentido é com satisfação que verificam que grande parte dos seus clientes correspondem a áreas geográfica mais afastadas dos dois centros urbanos da ilha, confirmando uma aposta correta em proporcionar a toda a população um serviço de entrega domiciliária de refeições, que cobrisse a ilha num todo. Não deixam, no entanto, de reconhecer, que o negócio neste período de arranque encontra-se numa fase de experimentação e habituação do uso da plataforma pelas pessoas. Neste sentido, convidam as pessoas a testarem a aplicação aferindo da sua simplicidade e comodidades, independentemente de fazerem um pedido, já que a poderão usar sem efetivar qualquer pedido. Adiantam ainda que dispõem de um serviço de apoio ao cliente, que lhes poderá prestar todos o apoio e esclarecer todas as dúvidas que venham a ter relativamente ao processo de encomenda. JP•


JP | ENTREVISTA

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PROMOTORA NO COMBATE ÀS TÉRMITAS (Continuação da página 7)

e arejar os locais são outros dos procedimentos aconselhados. É possível monitorizar a sua existência através da localização de furos fecais. A utilização de armadilhas para apanhar os alados na época do enxameamento é também uma forma de monitorizar, sendo que nas zonas mais infestadas é muito difícil de se saber se os mesmos provêm de colónias existentes na habitação ou do exterior. As térmitas subterrâneas foram identificadas na Terceira e Faial, têm uma presença generalizada no Continente. Para que exista uma infestação, precisam de uma grande quantidade de humidade (do solo e/ou da madeira húmida), sendo por vezes consideradas como uma Patologia secundária da Madeira. A celulose (da madeira) é também a sua dieta. Normalmente as Térmitas vivem no solo (nos Ninhos), mas pode ser acima do solo se bastante humidade estiver presente. Uma colónia pode ser composta por centenas de milhares de indivíduos, que podem fazer uma quantidade substancial de danos num período relativamente curto de tempo. A partir dos Ninhos no solo viajam para as estruturas através de túneis neles escavados. Chegados às habitações, fazem tubos de lama (uma estrada coberta protegida contra a desidratação e predadores) quando saem do solo. Fazem uma prospecção aleatória à procura de Madeira / comida / materiais com celulose. Ao contrário dos danos que provocam, estas térmitas nem sempre são fáceis de encontrar dado que passam a maior parte do seu tempo no solo, normalmente 2-4 metros abaixo da superfície. Os elementos de Madeira nos pisos inferiores com presença de humidade (>18%) são geralmente os primeiros a serem atingidos (rodapés, soalhos, estruturas…). Usam também os tubos eléctricos como forma de acesso às habitações, construindo depois Tubos de Lama de protecção ascendentes para a estrutura e Madeira junto a zonas mais húmidas. É possível monitorizar o seu aparecimento através da instalação de “iscos”. JP – Quais são as consequências para os proprietários ignorarem a questão das térmitas? ABC – As consequências são permitir uma forte deterioração do seu património. É como não tratar uma pessoa doente em que existe cura. Quando finalmente acordam para o

DESINFESTAÇÃO DE TÉRMITAS Paulo Couto, Nébil Bourguiba e Gerardo Meneses, respetivamente, representante português e francês dos produtos e gerente da promotora. problema, muitas vezes já é tarde. JP – Diz-se que a prevenção é sempre o melhor de todos os métodos. Suponho que também aqui o seja. Assim sendo, como se processa essa prevenção? ABC – Sem dúvida. Prevenir é muito mais fácil e económico. A legislação dos Açores deveria obrigar a aplicação de medidas / tratamentos preventivos em todas as Madeiras. Relativamente às Térmitas Subterrâneas, para prevenir o seu aparecimento temos os detalhes de construção, barreiras físicas (obrigatórias em França) e químicas. A limpeza de madeiras em zonas adjacentes, tapar fissuração no cimento, Isolamento de tubagem eléctricas e eliminação de zonas de humidade são também procedimentos importantes. Nas de Madeira Seca é fundamental a utilização de Madeira com tratamento preventivo. Selar e pintar todas as fendas da Madeira e Limpar e arejar os locais são outros dos procedimentos aconselhados. JP – Um dos problemas associados ao combate das térmitas, pelo menos no início, esteve sempre relacionado com a incerteza relativamente à eficácia dos métodos e produtos utilizados. Hoje este combate já é efetivamente eficaz? ABC – Efetivamente um dos princi-

pais problemas que deparamos foi o total descrédito quanto aos tratamentos efetuados. Na verdade estivemos mais de 15 Anos a estudar o problema sem o conseguir resolver o que deixou marcas profundas na percepção da população em geral. Os produtos que utilizamos e o método que desenvolvemos em conjunto com a Sarpap & Cecil e a Pluggo – Wood for Life® é 100% eficaz no combate às Térmitas da Madeira Seca para os trabalhos que aceitamos (uma pequena parte poderá ser excluída dada a inacessibilidade das Madeiras ou nível demasiado avançado da infestação). Os produtos têm uma garantia mínima de eficácia de 10 Anos e de tal forma é a confiança neste projecto que a Sarpap & Cecil criou um website propositadamente para Portugal onde declaramos os trabalhos efectuados. Posteriormente é emitido um “Certificado de Tratamento” para cada local atestando a durabilidade mínima do tratamento. JP – Outros dos problemas também relacionados com o combate é o seu custo. Hoje estes custos já estão, digamos, mais acessíveis? ABC – Uma das preocupações desde a origem foi que os tratamentos estivessem ao alcance da generalidade das pessoas porque efectivamente estamos preocupados e determina-

dos em resolver o problema. A escala ajuda a conseguir diminuir ainda mais os preços e existe uma clara preocupação com a sociedade em geral. No nosso método preocupamo-nos com o custo, com a conveniência e segurança das pessoas. As intervenções são muito rápidas, sendo os tratamentos aplicados por pulverização airless com uma elevada produtividade. Muitas vezes a maior parte do custo está na preparação das madeiras porque as pessoas têm as zonas das coberturas das habitações abandonadas há muitos Anos. Temos que arrumar e limpar tudo muito bem antes de tratar. O custo de Tratar uma casa não é muito diferente de a Pintar, sendo que a pintura tem que ser renovada com frequência. Trabalhamos sempre com as gramagens máximas de produto aplicado e o histórico que nos passam de França é que este tipo de tratamento aplicado desta forma, apesar de os produtos terem uma garantia de eficácia mínima de 10 Anos, na prática não existe histórico de reinfestação. É como ter um autoclave portátil para impregnar as madeiras in situ em profundidade com um inseticida muito eficaz e seguro para as pessoas. Trata-se de um pequeno investimento para uma vida. JP•

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REGIÃO | JP

NA ENTREGA DE 22 CASAS DO BAIRRO SOCIAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

APOIO À HABITAÇÃO É PARCERIA QUE SE ESTABELECE ENTRE A REGIÃO E AS FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS, AFIRMA VASCO CORDEIRO

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Presidente do Governo dos Açores destacou hoje, na Praia da Vitória, a “opção política” do Executivo de garantir às famílias açorianas o seu direito à habitação, mas salientou que não se trata da entrega de casas, mas sim de uma parceria que se estabelece entre as duas partes. O que está em causa é um “contrato, uma parceria, uma relação em que, da parte da Região, vos é disponibilizada uma habitação, mas que, da vossa parte, existem direitos, deveres e garantias que devem ser cumpridas”, afirmou Vasco Cordeiro. O Presidente do Governo falava na cerimónia em que foram assinados os termos de compromisso e posse de arrendamento de 22 novas moradias, num investimento de cerca de 2,1 milhões de euros, no âmbito da segunda fase da nova urbanização Nossa Senhora de Fátima, no concelho da Praia da Vitória, a 21 de dezembro último. Segundo disse, o Governo tem a responsabilidade de gerir o dinheiPUB

ro que os Açorianos pagam, através dos seus impostos, e decidiu que uma parte deste dinheiro seria para a construção de habitações. “Elas estão construídas e o Governo entendeu que devia celebrar um contrato de arrendamento, mediante o qual pagam uma renda e têm direito a usufruir destas habitações”, adiantou Vasco Cordeiro, para quem esta política tem o objetivo de concretizar este direito à habitação. Na sua intervenção, o Presidente do Governo dos Açores garantiu, por outro lado, que a política de habitação permitiu, na última legislatura, apoiar cerca de 4.000 famílias em toda a Região, num investimento que ascendeu a cerca de 50 milhões de euros. “Isso tem tido continuidade nesta legislatura em que, neste primeiro ano, foram já investidos cerca de 14 milhões de euros, ajudando cerca de 2.600 famílias açorianas”, avançou Vasco Cordeiro. No próximo ano, terá início a cons-

trução de 100 novas casas em várias ilhas do arquipélago, adiantou o Presidente do Governo, ao anunciar que o Executivo está, também, a trabalhar na alteração do regime jurídico de atribuição de apoios à recuperação de habitação degradada, no sentido de fazer corresponder este instrumento de apoio às famílias

com a nova realidade que se vive na Região, nomeadamente, ao nível da disponibilidade de habitação. “Pretendemos, com esta alteração do regime jurídico, criar mais e melhores respostas para esta situação”, concluiu Vasco Cordeiro. GaCS/PC/JP•


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

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PR’Á RUA… A TODA A FORÇA!

E DITORIAL

“Atacar com 70% de propaganda e 30% de esforço militar” (Escola de Estado Maior da China) (ensina da acção “Psico Social”) e, ao serviço de Portugal.

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Apostar no Futuro

eixamos para trás o ano velho, e iniciamos um novo ano, há que reflectir sobre o passado, para introduzir os aspectos positivos no presente e reinventar o futuro. Na verdade, já dizia o príncipe dos poetas e filho legítimo do Renascimento, Luís Vaz de Camões que “todo o mundo é composto de mudança/tomando sempre novas qualidades”, trata-se de encarar os novos tempos de forma realista, fazendo-se novas pesquisas, novas perguntas, que nos permitam melhorar os nossos conhecimentos e aprendizagens para um progresso melhor. Neste novo ano, somos desafiados a não deixar descorar a luta contra a contaminação/descontaminação da nossa ilha, nomeadamente do nosso concelho onde infelizmente as doenças cancerígenas têm atingido taxas anormais em comparação com as restantes regiões do país, devendo o Estado e a Região Autónoma de forma solidária zelarem pela protecção do ambiente e pela segurança das populações desta Ilha de Jesus. Vale a pena lutar pela eliminação da utilização de herbicidas por parte da Câmara Municipal da Praia da Vitória e pelas Juntas de Freguesia do nosso Concelho, utilizando meios alternativos amigos do ambiente, como já vem sendo feito pela vizinha Câmara de Angra do Heroísmo, porque se nada for feito neste âmbito, existem riscos gravíssimos para a saúde pública com a utilização de herbicidas, que contém químicos tóxicos e não degradáveis, que se espalham nos terrenos e nos aquíferos, deitando por terra a imagem segura e salutar das nossa paisagens muito apreciadas pelos estrangeiros que nos visitam, perdendo-se assim estas mais-valias turísticas. Os responsáveis pelas políticas publicas, nacionais, regionais e locais terão de apostar cada vez mais na preservação ambiental e introduzir no ensino escolar o estudo deste tema junto das nossas crianças e jovens, para que possamos garantir um futuro mais risonho e saudável para todos, cabendo certamente à Câmara Municipal da Praia da Vitória dar o exemplo na preservação do meio ambiente e na conservação da saúde pública, ao ordenar de forma radical a irradicação dos herbicidas na destruição das mondas nas ruas e estradas do concelho.. O Diretor, Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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José Ventura*

ique claro que, nada tenho em particular, contra qualquer membro dos activos militares portugueses enquanto pessoas. Contactei já e depois do serviço militar cumprido com muitos. Tive com os mesmos, o melhor relacionamento institucional enquanto responsável político e, até tenho amigos nas forças armadas. Cumprem a sua função profissional em instituições nacionais, permanentes e regulares organizadas com base na hierarquia e na disciplina, agem sob a autoridade do ministro da Defesa e, sob autoridade suprema do Chefe de Estado ou do Governo. Só que à data, acho que o “sistema” em relação aos Açores desenvolve através da instituição militar, uma acção que noutros tempos e noutros lugares se chamava de “psico-social”. A Acção Psicológica, destina-se a influenciar as atitudes e o comportamento dos indivíduos. Na guerra subversiva era utilizada para obter o apoio da população, desmoralizar e, ou captar o inimigo. Fortalecer o moral das próprias forças, assumindo três aspectos diferentes, embora intimamente relacionados: - a acção psicológica - a acção psicossocial e - a acção de presença. Foi pela missão como orientador da “psico-social” enquanto militar, que fui louvado pelo comandante da CART 1704 ao terminar a minha comissão em Timor

Até algum período de tempo, após a aparência de tranquilidade na sociedade açoriana, em relação ao desejo e, ao grito de liberdade saído do histórico dia 6 de Junho de 1975 e, mais acentuado após os “arrufos” entre marinheiros e populares, nomeadamente em Agosto de do mesmo mês se bem me lembro, veio o “sistema”, implantando ardilosamente e, aos poucos minando com a presença das forças militares a sociedade açoriana. Primeiramente com uma presença subtil, e de fino tracto, mas com ostentação e poder constitucional. A nomeação de Ministro da República que nos primórdios (15 anos -1976/1991), foram para três generais e um almirante. Mas, voltando à questão que atrás apelidei de “acção psico-social”, temos vindo a apreciar a proliferação da farda, principalmente das chamadas de cerimónia. Não há sessão solene, conferência, exposição ou evento mundano, em que a presença da mesma, não se faça representar. Mas, (aqui está mais um dos meus, “mas”) até aí tudo bem. Faz parte da etiqueta e da boa educação, o convite a entidades oficiais representativas de terceiros em algumas das mesmas. O que me surpreende e, talvez não, é a acção psico-social as funcionar o seu terceiro cariz, a “acção de presença” são concertos pela banda militar, são juramentos de bandeira que anteriormente eram feitos portas a dentro dos quarteis e agora, se transformaram em espectáculo público, não contando com a encenação de uma guerra fingida para as bandas do Monte Brasil, Ilha de Nosso Senhor Jesus Cristo das Terceiras, para satisfação material

de S.Exa. o Presidente da República Portuguesa. Como quem diz alto e a bom som e a jeito de retumbante e heróico brado: - P’rá rua … a toda a força. Tendo o 25 de Abril trazido a democracia e, com ela, a subordinação do poder militar ao poder político eleito, os militares, saíram do palco regressando aos quartéis. Do serviço militar obrigatório passou-se a Forças Armadas profissionais, excepto a nível dos oficiais (onde ainda se faz sentir a herança do passado), o número de candidatos à profissão militar tem ficado sistematicamente abaixo dos objectivos e, dos cerca de 32.000 militares ao serviço dos três ramos das forças armadas portuguesas, são de origem açoriana 786 assim distribuídos: Exército: 106 QPa; 487 RC; 20 RV • Marinha: 54 QPa; 6 RC • Força Aérea 61 QPa; 52 RC. (*). São 0,024% e, por agora… por aqui fico. Voltarei ao assunto com outro título! Fontes: (*) Anuário Estatístico da Defesa Nacional 2015 Siglas: QPa » Quadro Permanente; RC » Regime de Contracto; RV » Regime de Voluntariado Edição: Ministério da Defesa Nacional Direcção: Secretária-geral do Ministério da Defesa Nacional Coordenação: Direcção de Serviços de Planeamento e Coordenação Design: Direcção de Serviços de Planeamento e Coordenação Ano: 2017

Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. (*)

OS PROBLEMAS DA NOSSA HISTÓRIA A nossa História é demasiado romantizada por um lado, e por outro é simplória, na forma como é narrada.

Emanuel Areias

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História define o que somos. Infelizmente, a História dos Açores é pouco exata, com mistérios por resolver e com perspetivas pouco consistentes ou até mesmo românticas. Em 2015, numa reportagem do Expresso, o presidente da Câmara de Angra partilhou da ideia que defendo acerca da nossa História. Afirma, a certa altura, que a nossa História “é contada de fora para dentro” e “importada do

Continente”. Envolvida em incerteza e indefinições, a nossa História é demasiado romantizada por um lado, e por outro é simplória, na forma como é narrada. Autores como Ferreira Drummond, Gaspar Frutuoso ou Padre António Cordeiro são alguns dos poucos locais que deixaram para memória futura, relatos acerca do nosso passado. Relatos esses que são parcos na exatidão. Porém, o facto de a História ser contada de fora para dentro, leva-nos a percecionar uma certa falta de sensibilidade e desinteresse face à realidade insular. Na História de Portugal, é praticamente residual o valor que se dá, por exemplo, à figura de António Prior do Crato, que governou Portugal a partir da Terceira, ou à relevância da Terceira durante o período liberal. Momentos fundamentais para a compreensão do período da

União Ibérica e da Guerra Civil portuguesa, respetivamente. Esse contar do exterior é muitas vezes vago e pouco rigoroso. Há, atualmente, um esquecimento propositado ou ignaro dos historiadores portugueses, que negligenciam intencionalmente a importância dos Açores no panorama nacional. Nós também erramos, porque permitimos a sobrevivência de uma História importada e não procuramos reconstruir a nossa História oficial. Um dos primeiros passos seria não usar a expressão o “descobrimento das ilhas” ou a “descoberta do arquipélago”, de modo a ser rigoroso. De que serve o papel do historiador açoriano se é praticamente descredibilizado na comunidade científica nacional? De que serve a produção de conhecimento histórico, se depois as escolas aço(Continua na página seguinte)


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OPINIÃO | JP

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XIXI)

OS ENSINAMENTOS DA CATALUNHA

Os vergonhosos resultados do partido popular obtidos, nas recentes eleições, comprovam bem a teimosia, a inépcia política, a arrogância e a recusa em dialogar do Sr. Mariano Rajoy...

António Neves Leal

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sobranceria, teimosia e demagogia do Sr. Mariano Ragoy levaram à extrema violência contra os cidadãos catalães, tratados visivelmente como criminosos. Um povo cujo crime foi apenas querer exprimir o seu pensamento por meio de um referendo pacífico, a forma mais democrática herdada da Grécia Antiga a quem devemos o conceito de democracia. As pseudo-lições, chantagens e ameaças feitas ao povo ordeiro da Catalunha, que foi votar em massa, no passado dia 21 de Dezembro, merecem ser denunciadas e escalpelizadas por todos os responsáveis políticos, pela sociedade civil, pelos chefes dos governos centrais e regionais. E que jamais situações como estas possam ser repetidas em pleno século XXI num país civilizado do ocidente! E como a política é um assunto demasiado sério para ser entregue exclusivamente aos políticos, deve ser tratada e defendida por todos os votantes de qualquer país. Mais ainda, porque a Espanha tal como Portugal fazem parte integrante da União Europeia, a qual tanto se ufana não só de promover as nações e as regiões, como também gosta de dar lições ao resto do mundo, sem ter para tal nem moral nem mandato expresso dos europeus. Prevemos muita verborreia, malabarismos, comentários insensatos, conceitos e opiniões muito desen-

contrados sobre o valor das leis e da constituição de um país. A esta atribui-se e exige-se a função reguladora dos conflitos, com vista ao diálogo e entendimento entre os cidadãos. Ela deve servir para respeitar aqueles a quem se destina e não ser mero pretexto ou arma de arremesso para a conquista ou manutenção do poder, a qualquer preço. E muito menos, tolerar formas de silenciamento ou manipulação de sondagens e outras, ou mais grave ainda, ser um meio utilizado por alguns ditadores, sem pejo de abusarem dela para fins pessoais ou de grupo, ambos inaceitáveis e revoltantes.

BREVE RESENHA HISTÓRICA DA CATALUNHA Está situada entre os Pirenéus, o rio Ebro, formando fronteira com o resto de Espanha, e o Mediterrâneo. Esta sua posição excêntrica na Península Ibérica isola-a do ocidente. As suas singularidades climáticas, os recursos naturais favoreceram, desde cedo, a sua originalidade, tal como a sua riqueza artística bem conhecida dos residentes e turistas que por lá já passaram. No século VI antes da nossa era, os gregos entram em contacto com ela descobrindo os Iberos, povo de origem incerta mas com ligações à África. Foi sempre uma região de encontros e de trocas comerciais. Em 218, foi a primeira região a ser ocupada pelos Romanos e pacificada em 194 A. C. É sobretudo à sua históriade dois mil anos que temos de pedir e indagar a principal explicação do particularismo catalão, cuja área linguística e cultural estende-se sobre as duas vertentes dos Pirenéus e cobrem igualmente as ilhas Baleares. (O Catalão é um idioma românico, que ainda pude estudar, na licenciatura de Filologia Românica pela mão do professor Joseph Piel, alemão apaixonado por Sintra e apreciador do

vinho de Colares. Ele era, então, responsável pela cadeira de História das Línguas Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa, durante a década de sessenta). A importância da Catalunha foi grande, principalmente após o casamento de Raimond Berenger IV, conde de Barcelona com a filha do rei de Aragão, nas lutas pela Reconquista peninsular, bem como na expansão espanhola no Mediterrâneo: conquista das ilhas Baleares (1229), expansão da Sicília, domínio da Sardenha (1326) e intervenção na Córsega, tornando-se uma das primeiras potências mediterrânicas. Por esta altura, já havia cartas e portulanos que faziam alusões e suspeitas à existência das ilhas Canárias e a outras no Atlântico. Sabe-se que Jaime de Maiorca terá vindo para Portugal em 1420—1430, a pedido do infante D. Henrique, com o fim de ensinar e também de construir instrumentos para a navegação, como refere Armando Cortesão. Contudo, o primeiro a registar a presença do cartógrafo judeu em Portugal foi Duarte Pacheco Pereira. Este opina que ele terá sido contratado apenas para o ensino da sua profissão. Em 1410, morre o último representante da dinastia catalano-aragonesa. Dois anos depois, a coroa de Aragão passa a um soberano de origem castelhana e a colaboração entre a monarquia e a burguesia catalã fica comprometida. Após várias vicissitudes que se seguiram, a independência da Catalunha chega ao seu fim em 1472, após um longo cerco feito a Barcelona. A partir daí, a Catalunha apaga-se, durante mais de dois séculos em benefício de Castela. Perante as tentativas de centralização, no reinado de Filipe II há uma insurreição. Nova revolta eclode de 1700 a 1714, mas a Catalunha recusa render-se. Entretanto, do século XV ao séc. XVII, as províncias centrais

da Espanha vinham desempenhando um papel dianteiro, devido à sua superioridade demográfica e económica. Mas no séc. XVIII, produz-se uma grande alteração dessa conjuntura e a Catalunha é poupada a factores que levam à decadência espanhola, isto é, a emigração, a subida dos preços, a burocracia excessiva, entre outros. Assim, ela acaba por recuperar a sua antiga aura de progresso. Os sinais desse ressurgimento radicam-se na prosperidade rural, no novo desenvolvimento do comércio marítimo e na recuperação demográfica. Este renascimento, porém, levanta à Península Ibérica um grave e angustiante problema: o de saber como conciliar este recrudescimento da actividade catalã com a vontade altiva de Madrid. E eis-nos, novamente, no problema de sempre: a falta de diálogo, a arrogância, o despotismo do chefe do governo madrileno e a inoperância do rei de Espanha, cuja magistratura esperada não esteve nem à altura do seu cargo nem da grave situação criada na Catalunha. Tais atitudes foram duramente castigada nas urnas, apesar das prisões de candidatos independentistas, da suspensão do artigo 155 e das ameaças intimidatórias ao eleitorado, inconcebíveis, nos dias de hoje, num país dito democrático. Os vergonhosos resultados do partido popular obtidos, nas recentes eleições, comprovam bem a teimosia, a inépcia política, a arrogância e a recusa em dialogar do Sr. Mariano Rajoy, a quem eu gostaria de tratar, mui respeitosamente, por dom, com é habitual na Espanha, país onde já estive, por diversas vezes, e a que me prendem laços culturais de formação académica, de amizade e admiração pessoal. (Continua na próxima edição)

OS PROBLEMAS DA NOSSA HISTÓRIA (Continuação da página anterior)

ianas usam e abusam de manuais padronizados, que focam os Açores em meia página, para cinco minutos de aula? Aliás, a construção de uma História clara, transparente e integrada, no que respeita ao país, envolve historiadores e professores. Acho

catastrófico que haja professores de História ou Geografia que sejam colocados nos Açores para lecionar, e não saibam absolutamente nada sobre a geografia e história local. O impacto na construção do saber e da formação cívica e cultural dos jovens açorianos torna-se, deste modo, muito grave. O transmissor de conhecimento, que nas escolas podia aliar a matéria à história local, é um

ignorante em virtude das circunstâncias. Contudo, esta não é a regra, mas a exceção. No entanto, deixo um reparo: não nos podemos isolar nem podemos querer crescer ou reconstruir falsas verdades, separados da comunidade científica nacional. Temos de estar integrados. Isto no panorama da produção científica. No panorama da comunidade, do quotidiano e das escolas, essa é uma

tarefa individual, que cabe tanto ao açoriano que deve conhecer mais sobre si e sobre a sua história, como ao professor de cá ou de fora, que deve integrar a história local no âmbito nacional, para assim se formarem cidadãos conhecedores da sua terra.


JP | OPINIÃO / CULTURA

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DE FÉRIAS NA TERCEIRA: A RESTAURAÇÃO No que aos preços diz respeito, não me posso pronunciar, mas faço votos para que neste capítulo os restaurantes nos Açores não ultrapassem o razoável. de aluguer sem condutor e que naquela altura de Agosto não havia veículos disponíveis. Dir-me-ão: é bom sinal! Talvez, respondo eu! Será que a Terceira suporta sem inconvenientes tanto carro nas estradas?

E

J. H. Silveira Brito

m 2012 fiz uma viagem aos Açores integrado num dos circuitos organizados pela Nortravel. Foi uma viagem que correu excelentemente. O voo foi directamente de Lisboa para Terceira, onde nos esperava o guia Mário Rego, que conheci na altura e de quem fiquei amigo. Fizemos o programa habitual: visitámos Angra, fizemos o circuito no interior da Ilha, estivemos na Praia da Vitória e fomos ver as piscinas naturais dos Biscoitos. Não havia filas em parte nenhuma; na Praia, cujas Festas decorriam, havia muita gente, mas nada que pudesse ser considerado demais. Na visita à Sé, em Angra, estava praticamente só o grupo a que eu pertencia. Quando chegámos ao Algar do Carvão, estariam lá três ou quatro pessoas, mas nada de filas como hoje chega a acontecer, como me disse o meu amigo Mário Rego, quando nos encontrámos este ano de 2017 por um feliz acaso. Dizia-me ele que este ano, depois de deixar em Angra os grupos que acompanhava ao longo do dia, regressava de automóvel às Cinco Ribeiras, onde vive, a 30 à hora, tal era o trânsito que apanhava. E para mostrar com um dado concreto o aumento de turistas, disse-me que há na Terceira 1200 carros

Na viagem de 2012, um parente bem chegado dizia-me no voo de regresso a Lisboa, que os Açores tinham ainda muito para andar em termos de restauração. Fazia notar, e com alguma razão, que a confecção nem sempre atingia o nível desejado e que o serviço sofria de um amadorismo pouco consentâneo com o que se espera de uma região com pretensões a destino turístico. Este comentário lembrou-me do que me tinha acontecido no Hotel Caravelas, no Pico. Tínhamos embarcado na Horta num semi-rígido para observar baleias; o final do circuito era o porto da Madalena. Depois de 3 horas a navegar, em que apenas vimos golfinhos e nos fartámos de apanhar mar, desembarcámos no Pico encharcados até aos ossos, alguns de tal modo desorientados que, se não dou um berro, com a pressa de se libertar do barco uma senhora tinha caído ao mar. Chegado ao hotel, depois de me arranjar, resolvi ir beber uma cerveja. Cheguei ao bar e fiz o pedido. O empregado olhou para mim como quem diz: “este tipo não podia ir beber cerveja para outro sítio?” Com uma cara de pau, foi buscar a cerveja e atirou-ma para a mesa, como se estivesse a fazer-me um grande favor. No mesmo hotel, no dia seguinte, ao pequeno almoço, minha irmã dirigiu-se a uma empregada da sala e pediu café de máquina; recebeu esta resposta: “se quer,

vá buscá-lo ao bar!”, e a minha irmã foi. Nesta viagem de 2017 não aconteceu nada semelhante. Como disse numa outra crónica, assentámos arraiais na Praia da Vitória. O meu filho Carlos, por sugestão minha, foi ao Restaurante Bar Garça, na Avenida. Aconteceu-me passar por lá enquanto ele e a família esperavam para subir para a sala do 1º andar; enquanto nos cumprimentávamos, o meu neto Afonso foi mordido por uma abelha e começou a chorar convulsivamente e a dizer: “foi uma abelha!” Imediatamente um dos empregados apareceu com gelo para colocar na orelha do miúdo e o dono do restaurante trouxe um creme. Quando tudo serenou e eles subiram para jantar, fui para a Rua de Jesus, para ver o cortejo das crianças. Quando voltei a passar pela Garça, pelas 11 da noite, estava o meu neto como se nada tivesse acontecido e o meu filho e a mulher satisfeitíssimos com o que tinham comido e com o modo como tinham sido atendidos. A empregada tinha sido de uma simpatia extrema, até tinha andado com o Afonso ao colo, enquanto os outros clientes estavam distraídos a ver o desfile que passava na Avenida. No dia seguinte, o meu filho e a família voltaram à Garça, porque quando se é bem atendido, volta-se. O restaurante Garça continua a honrar o seu fundador, o senhor Eduíno, que conheci muito bem; casou com uma vizinha minha, era eu miúdo, e o restaurante era na Rua Serpa Pinto, em frente ao Salão Teatro Praiense.

na Praia, em Angra e mesmo nas freguesias. No encontro que tive com o Mário Rego, falei-lhe na Serreta. Ele aconselhou-me o Ti Choa, e comentou: como as festas são deste lado da ilha, não deve ter muita gente por lá. No dia seguinte, fui com a família toda dar a volta à Ilha. Quando chegámos ao restaurante recomendado, perto das 14, não havia uma mesa livre, e, devido ao adiantado da hora, não nos podiam receber. Sugeriram o Caneta, nos Altares. Voltámos para trás, tão rapidamente quanto pudemos e entrámos; simpaticamente nos receberam, e éramos um grupo grande. Serviram-nos um excelente almoço. Na véspera de regressarmos ao Continente, resolvi jantarmos no considerado por muitos o melhor restaurante da Praia. Convidei um grande amigo que vive na ilha e muito me ajudou nesta ida à Terceira. Quando ele abriu a ementa, comentou com espanto: “Eh, pá! Como aumentaram os preços!” Fiquei a olhar para ele, sem saber o que dizer, porque não tinha termo de comparação. Normalmente escolho um restaurante, entro, como e pago; se fui bem serviço, não penso mais nisso e sou capaz de voltar; se sou mal servido ou acho que fui explorado, nunca mais lá regresso. No jantar de despedida da Praia alguns pratos estavam excelentes, outros eram bastante vulgares. No que aos preços diz respeito, não me posso pronunciar, mas faço votos para que neste capítulo os restaurantes nos Açores não ultrapassem o razoável.

Na Terceira há bons restaurantes,

TESOUROS DA CASA FORTE DO MUSEU DE ANGRA EM EXPOSIÇÃO

A

té 14 de janeiro, na Sala Edifício de São Francisco Memórias do Museu de Angra do Heroísmo, estão expostos dois pequenos registos em forma de coração, feitos de argila pintada de vermelho e dourado, que guardam uma figurinha de Menino Jesus, rodeada de renda e florzinhas, coberta por vidro. Estes dois pequenos corações feitos de argila pintada de vermelho e dourado, abertos à frente, em forma de concha, onde cabe uma figurinha PUB

de Menino Jesus, rodeada de renda e florzinhas, coberta por vidro, pertencem ao grupo dos objetos – outrora devocionais, atualmente sobretudo ornamentais – que identificamos por “registos”. O “registo” foi basicamente definido como uma gravura ou estampa de um santo, distribuída durante uma celebração e trazida pelo romeiro ou peregrino, como testemunho da sua participação. Esta estampa era frequentemente usada como marcador de livro devocional e, nalguns casos, como um objeto de culto, um pouco

à semelhança da relíquia. Nos espaços conventuais, este género de gravura foi objeto de embelezamento, como forma de exprimir uma religiosidade feita sobretudo de afetividade, de amor ora terno e tranquilo ora apaixonado e ardente, em torno das representações de Cristo, da Virgem e dos Santos. Entre nós, são particularmente conhecidos “os registos do Senhor Santo Cristo dos Milagres”, quer pela história do poder miraculoso da imagem do Senhor na vida dos micaelenses, quer pela habilidade na miniaturização dos elementos, do-

mínio dos materiais e sentido estético da composição destas peças que foram assim adquirindo um elevado valor ornamental e patrimonial. Neste caso, estes pequenos corações com o Menino Jesus alojado no seu interior e rodeado de mimosas flores podem inserir-se numa produção feita a partir dos conventos ou fora deles, que servirá como pequena lembrança comercializável ou não.

RM/JP•


2018.01.05

| 15

INFORMAÇÃO | JP

AGENDA DESPORTIVA MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

FUTEBOL CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

15.ª JORNADA | 07.01.2018 Pêro Pinheiro

-

1º Dezembro

Alcanenense

-

Vilafranquense

SC Praiense

-

Loures

Guadalupe

-

Caldas

Coruchense

-

Torreense

Sacavenense

-

Mafra

Sintrense

-

Lusitânia

Fátima

-

Eléctrico

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

15.ª JORNADA | 07.01.2018 SC Vilanovense

-

CD Rabo Peixe

SC Angrense

-

FC Vale Formoso

FC Flamengos

-

São Roque

CU Micaelense

-

GD Fontinhas

Marítimo Gra.

-

Prainha FC

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

16.ª JORNADA | 14.01.2017 Sacavenense

-

Lusitânia

Fátima

-

Mafra

Eléctrico

-

Loures

Sintrense

-

Torreense

Coruchense

-

Caldas

Pêro Pinheiro

-

Vilafranquense

Guadalupe

-

1º Dezembro

Alcanenense

-

SC Praiense

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

16.ª JORNADA | 14.01.2018 CD Rabo Peixe

-

SC Angrense

São Roque

-

SC Vilanovense

FC Vale Formoso

-

CU Micaelense

Prainha FC

-

FC Flamengos

GD Fontinhas

-

Marítimo Gra.

FUTSAL

SÁBADOS

HOJE (05/01)

15:30 16:00 16:30 17:00 17:30 17:30 18:00 18:00 18:00 18:00 18:00 19:00 19:00 19:00 19:00 19:30 19:30

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

- Lajes - Fontinhas (1) - Casa da Ribeira - Cabo da Praia - Matriz Sta. Cruz - Vila Nova - Fontinhas (2) - São Brás - Porto Martins - Sta Luzia, BNS Fátima - Quatro Ribeiras - Lajes - Agualva - Santa Rita - Fonte do Bastardo - Biscoitos, IC Maria (3) - Biscoitos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese (2) Quando não há catequese (3) 1.º e 2.º sábados (4) 3.º e 4.º sábados

SÁBADO (06/01) VAMOS CANTAR OS REIS Local: Desfile do Largo da Luz à Praça Francisco Ornelas da Câmara, seguindo-se atuação em frente à Câmara Hora: 19H30

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (09/01) CONCERTO DE REIS Local: Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo Hora: 21H00

08:30 09:00 10:00 10:00 10:00 10:30 10:30 10:30 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:15 12:30 13:00 19:00 19:00 20:00

SC Lusitânia

-

Norte Crescente

-

GD Fazendense

SC Barbarense

-

Casa da Ribeira

Achada FC

-

Minhocas

Minhocas Casa da Ribeira Norte Crescente

QUARTA (10/01)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905 Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEXTA (12/01)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADO (13/01)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (14/01)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA (15/01)

DOMINGO (07/01) CONCERTO DE ANO NOVO Local: SCentro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo Hora: 16H00

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

TERÇA (16/01)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUARTA (17/01)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (18/01)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

10.ª JORNADA | 13.01.2018 SC Barbarense

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUINTA (11/01)

9.ª JORNADA | 06.01.2018 Matraquilhos FC

DOMINGO (07/01)

SEGUNDA (08/01)

ASSINE

CAMPEONATO II DIVISÃO SÉRIE AÇORES - SEN. MASC.

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814 Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGOS

- São Brás - Vila Nova, ENS Ajuda - Lajes, Ermida Cabouco - Cabo da Praia (1) - Biscoitos, S Pedro - Agualva - Casa Ribeira (1) - Santa Rita - Lajes - São Brás - Cabo da Praia (2) - Porto Martins - Casa da Ribeira (2) - Biscoitos, IC Maria - Vila Nova - Fontinhas - Matriz Sta. Cruz (1) - Quatro Ribeiras - Sta Luzia - Fonte Bastardo - Matriz Sta. Cruz (2) - Lajes, ES Santiago - Lajes - Matriz Sta. Cruz (3) - Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação (2) Missas sem coroação (3) De outubro a junho (4) De julho a setembro

SÁBADO (06/01)

Matraquilhos FC GD Fazendense

VILA NOVA

SC Lusitânia

Farmácia Andrade

Achada FC

ASSINATURA ANUAL

NOTA: Esteja na nossa agenda desportiva, envie toda a informação para desporto@jornaldapraia.com

15,00 EUR assinaturas@jornaldapraia.com

Nota Editorial Esteja na nossa “Agenda Cultural”, envie toda a informação para: noticias@jornaldapraia.com. •

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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