Jornal da Praia | 0509 | 24.11.2017

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Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 509 | Ano: XXXV | 2017.11.24 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

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DIZ TIBÉRIO DINIS, EM ENTREVISTA

TERMINAL DE CRUZEIROS É

“SONHO DO MANDATO” DESTAQUE | P. 8, 9, 10 E 11

CAMPEONATO DO MUNDO DE

WINDSURF RS:X CONVERTIBLE A cidade da Praia da Vitória acolheu o primeiro campeonato do mundo desta nova classe do windsurf, num evento de enorme relevância para a promoção das potencialidades da sua baía para a prática de provas náuticas de alta competição. EVENTO | P. 7

ARRANCOU NA PRAIA

TERCEIRA TECH ISLAND ECONOMIA DIGITAL | P. 3

SCMPV INAUGUROU

LAR DE INFÂNCIA E JUVENTUDE Num investimento de cerca de 600 mil euros, as obras de requalificação permitem dar uma resposta social mais condigna às crianças e jovens em acolhimento. NO CONCELHO | P. 5

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JP | CANTO DO TEREZINHA

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OBSERVADOR ROMANO Na Praia da Vitória há um assinante de um jornal diário político-religioso. O periódico dá pelo nome de «L’Osservatore Romano». O assinante será, pois, a pessoa mais bem informada, logo a seguir ao prelado diocesano, no que diz respeito a assuntos de fé da religião católica e políticos do estado do Vaticano. Assim é que o dito assinante dá-se ao luxo de fazer previsões sobre, por exemplo, as nomeações de bispos, cardeais e, até, eleição de Papas, como sucedeu com o emérito Bento XVI. Também por ele ficamos a saber quais os sectores do Vaticano que apoiam e os que se

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FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914) Fundado em 26 de Março de 1982

opõem ao Papa. O próprio assinante tem uma postura muito independente sobre o Papa Francisco. Parece que o assinante praiense do «L’Osservatore Romano», que também é assinante e colaborador deste nosso periódico – que, por certo, não tem nenhum assinante em Roma – está de posse de uns zunzuns sobre uma próxima movimentação de prelados diocesanos. Será que, uma vez mais, ele vai acertar com as suas previsões?

REGISTO NO ICS: 108635 JORNAL DA PRAIA Fundado em 29 de Abríl de 1982

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DIRETOR: Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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PASSAPORTE TERCEIRENSE

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Atenção, muita atenção: os terceirenses que pretendam viajar para a Região Autónoma de S. Miguel devem munir-se previamente de um passaporte especial. De outro modo terão de viajar via Lisboa para poder, então, pôr o pé na ilha de Antero.

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PAGINAÇÃO: Francisco Soares paginacao@jornaldapraia.com

DESENHO NO CABEÇALHO:

Foi precisamente por causa deste Antero que um cidadão nado, batizado, criado e residente na ilha de Nemésio se viu, repentinamente, destituído da sua naturalidade ao ser

Ramiro Botelho

ADMINISTRAÇÃO José Miguel Silva | administracao@jornaldapraia.com

dado como vindo de Lisboa para participar num evento cultural sobre o grande Quental. Não sabemos se para regressar à sua ilha natal o cidadão em causa, que, de resto, integrou o governo regional dos Açores por dois períodos, num total de 5 anos e foi deputado à Assembleia da República eleito pelos Açores durante 12 anos, teve de ir primeiramente a Lisboa...

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JP | ECONOMIA DIGITAL

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ARRANCOU NA PRAIA DA VITÓRIA

PROJETO “TERCEIRA TECH ISLAND” Criado no âmbito do PREIT este projeto destina-se a potenciar as vantagens competitivas da ilha e da Região em tecnologias de informação.

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ecorre na Praia da Vitória, o primeiro “Boot Camp” da Academia de Código nos Açores, designado “#12 Coding Bootcamp {Ilha TECHceira}”. Durante 14 semanas, 20 jovens terceirenses, selecionados após rigoroso processo

de seleção a cargo da equipa pedagógica da Academia de Código, receberão formação intensiva na área da programação informática. A Academia de Código é uma Sartup nacional que nasceu da consta-

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TERCEIRA TECH ISLAND poderá transformar a Região em referência a nível nacional. tação de um dos maiores paradoxos dos tempos modernos: Por um lado, uma elevada taxa de desemprego qualificado, por outro, milhares de ofertas de emprego na área da programação informática por preencher em todo o mundo. Só em Portugal, estima-se uma necessidade de 50.000 profissionais. Nos “Boot Camps” da Academia de Código, são recrutadas mentes irreverentes e brilhantes, que independentemente de papéis que o atestam, e, num espaço muito curto, três meses e meio, trandforma os “Boot Cadets” em programadores juniores, dotados das competências necessárias para suprir as necessidade de mercado. A formação que decorre na Praia da Vitória, é o primeiro passo, de um ambicioso projeto de potenciação das vantagens competitivas que a ilha Terceira e a Região podem oferecer no desenvolvimento das tecnologias de informação, através da formação intensiva de quadros em programação e da criação de condições para atrair investimento privado neste setor. Denominado “Terceira Tech Island”, o projeto insere-se no âmbito do PREIT - Plano de Recuperação Económica da Ilha Terceira, criado na sequência da redução da atividade da Base das Lajes e destinado a atenuar os efeitos económicos desta redução. Para além da oferta formativa em programação, o “Terceira Tech Island”, apresenta condições ao nível fiscal, do sistema de incentivos, da disponibilização de instalações para as empresas, do alojamento para quadros deslocados e da captação de programadores seniores. Sérgio Ávila, Vice-Presidente do Governo Regional, destacou na abertura do “Boot Camp” da da Academia de Código, na Praia da Vitória, a 30 de outubro, que o Governo dos Açores, além de assegurar um regime fiscal “mais benéfico e competitivo, tendo em conta que este é um setor que assenta essencialmente

em recursos humanos”, e de apoios ao “investimento das empresas que se pretendem instalar nesta área”, através do sistema de incentivos, o ‘Terceira Tech Island’ prevê a disponibilização de instalações. No âmbito do trabalho de prospeção desenvolvido, Sérgio Ávila revelou a decisão de disponibilizar às empresas que se instalem na área da programação, “não só instalações para o desenvolvimento da sua atividade, como também habitação para os seus quadros” que se desloquem à Região, criando assim mais duas condições importantes. No que diz respeito à parceria estabelecida com a Academia de Código, o responsável pela pasta da Competitividade Empresarial, afirmou, tratar-se de uma entidade que apresenta um modelo formativo de sucesso, reconhecido e certificado por muitas empresas internacionais na área da programação, e que garante no período de 4 meses dar ao mercado programadores juniores em início de carreira. Para o sucesso do projeto, o governante sublinhou também a importância para a competitividade das empresas da criação de condições para “captar programadores seniores”. “Nesse sentido, desenvolvemos um processo de captação não só de empresas, mas também de programadores já com experiência”, revelou. Finalmente, dirigindo-se aos 20 formandos, selecionados entre os cerca de 130 que se candidataram ao programa de “Boot Camp” da Academia de Código, sem custos para os participantes, Sérgio Ávila destacou a “total garantia de empregabilidade” neste setor e a importância do seu futuro contributo para que a Região se constitua como “uma referência a nível nacional”, através do projeto “Terceira Tech Island”. JP/ GaCS/OG•


JP | EFEMÉRIDE

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TERCEIRA – A CHEGADA DOS JUDEUS HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

A 22 de maio de 1501, os primeiros judeus expulsos de Portugal Continental aportavam aos Açores, pela Ilha Terceira, oferecidos como escravos a Vasco Anes Corte-Real.

H

á exatos 521 anos, a 5 de dezembro de 1496, D. Manuel I publicava um édito, em Muge, próximo de Lisboa, para a expulsão da comunidade judaica de Portugal, porque pretendia casar-se com a Infanta D. Isabel de Espanha, filha dos Reis Católicos, e esta era a imposição para haver cerimónia matrimonial. Assim, a 22 de maio de 1501, os primeiros judeus expulsos de Portugal Continental aportavam aos Açores, pela Ilha Terceira, oferecidos como escravos a Vasco Anes Corte-Real, primogénito de João Vaz Corte-Real, que soube aproveitar as capacidades judaicas e integrá-los na sociedade. Em 1492, os judeus foram expulsos de Espanha pelos Reis Católicos, pois não quiserem converter-se ao catolicismo, a grande bandeira destes reis, que tinham conseguido conquistar Granada neste ano, e expulsar os muçulmanos do seu último reduto na Península Ibérica. Cerca de 60 000 judeus emigraram para Portugal, onde D. João II, O Príncipe Perfeito, abriu-lhes as portas, obrigando-os a pagar 8 cruzados por pessoa e concedendo-lhes, em troca, licença de trânsito por oito meses. Aqueles PUB

Portugal, para assim se puder casar com a Infanta D. Isabel de Espanha, filha dos Reis Católicos, que tinham imposto esta condição para haver enlace. D. Manuel I apercebeu-se que a saída dos judeus do País levaria, também, à fuga de capitais do Reino, pois a comunidade judaica era formada por um escol de mercadores, banqueiros, médicos, economistas, ourives, entre outras atividades. Era portanto gente endinheirada. D. Manuel ofereceu barcos para quem quisesse sair do Reino, o que foi feito por poucas famílias abastadas, mas o Rei rapidamente mudou de estratégia.

que não tinham este dinheiro viram os seus bens confiscados para a Coroa e foram-lhes também retirados os filhos menores. Estes foram posteriormente batizados e entregues à guarda de Álvaro de Caminha, que partiu com eles para o povoamento da ilha de São Tomé, onde a maioria não resistiu às condições do clima. D. João II queria, assim, forçar a fixação

de operários especializados em Portugal. Com a morte de D. João II, sucedeu-lhe no trono o seu primo e cunhado D. Manuel I, que, embora fosse bastante tolerante com os Judeus, publicou, em 5 de dezembro de 1496, um édito, em Muge, próximo de Lisboa, para a expulsão de judeus de

Para D. Manuel I, a saída de tanta riqueza não podia acontecer, sobretudo num momento em que a aposta nos Descobrimentos era cada vez maior, e o capital judaico era muito necessário. Assim sendo, D. Manuel I decretou a conversão forçada de judeus, e até de muçulmanos, ao Cristianismo no prazo de dez meses. Nasceu, assim, o conceito de cristão-novo (os cristãos que já existiam passaram a ser os cristãos-velhos). Em 1499, os cristãos-novos foram proibidos de sair de Portugal, mas tinham acesso a cargos políticos, administrativos e eclesiásticos. Além disso, D. Manuel I deixou-os praticar a sua religião de forma secreta, tendo uma política de grande benevolência para com os antigos judeus. Contudo, a diferenciação entre cristãos-novos e velhos era muito grande e estes últimos, impuseram várias perseguições e até massacres, obrigando muitos dos cristãos-novos a sair do país. Estes sentiam-se portugueses de segunda. A 22 de maio de 1501, aportaram à Terceira, vários náufragos cristãos-novos que fugiam à perseguição no Continente. Estes se encontravam numa caravela que se dirigia para África, levando um grande número de judeus. O mar bravio destruiu-lhes o barco e obrigou-os a pedir ajuda na Terceira, provavelmente através do atual Porto Judeu. Vasco Anes Corte-Real, o Capitão Donatário de Angra, avisou D. Manuel I do sucedido e o Rei ofereceu-lhe os judeus como escravos. Assim nasceu a primeira colónia judaica na Terceira e nos Açores.

(Continua na página n.º 14)


JP | NO CONCELHO

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INAUGURAÇÃO DA OBRA DE REQUALIFICAÇÃO DO

LAR DE INFÂNCIA E JUVENTUDE DA SCMPV Num investimento na ordem dos 600 mil euros, a obra destinou-se a garantir uma resposta social mais condiga às crianças e jovens que lá vivem em acolhimento.

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anos, proporcionando-lhes a criação de condições no que diz respeito à sua educação, bem-estar e desenvolvimento integral.

Num investimento de cerca de 600.000,00 € do Governo Regional dos Açores, realizado através da Secretaria Regional da Solidariedade Social, a intervenção destinou-se a garantir uma resposta social mais condigna, assegurando assim a satisfação das necessidades das crianças/ jovens em acolhimento, com idades compreendidas entres os 10 e os 18

A cerimónia de inauguração foi presidida pela Secretária Regional da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, contou com a presença de muitas das entidades parceiras da Misericórdia, na qual, foi realçado o papel que esta tem assumido na luta contra as desigualdades sociais, em particular no que diz respeito às valências de acolhimento. Deste espirito de cooperação resulta um conjunto de protocolos que acabam por

o passado dia 31 de outubro, decorreu a cerimónia de inauguração da obra de requalificação do Lar de Infância e Juventude da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória.

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definir muito daquilo que é a própria ação social do Concelho e fazem des-

ta Misericórdia um exemplo no combate à pobreza. •


JP | SAÚDE

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o Cantinho do Psicólogo 175

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erceira medida a que podemos recorrer para não nos deixarmos envolver pelas situações de stress consiste em meAurélio Pamplona lhorar auto-ima(a.pamplona@sapo.pt) gem, aquilo que se projecta para o mundo exterior, seja o que for. Alguém disse que «se é lavrador… sê lavrador, se é professor… sê professor». No entanto, apesar da importância de se ser o que se é, a auto-imagem, a visão que temos de nós próprios, o nosso retrato mental, merece toda a consideração no sentido de a construir e melhorar. Naturalmente que esta construção, embora se inicie na infância depende não só dos conceitos que temos de nós mesmo, mas também de como os outros nos definem. Importa portanto ter esta consciência porque ela configura os nossos relacionamentos connosco, com os outros e com o mundo. Esclareça-se que algumas pessoas são capazes de investir na construção de uma auto-imagem muito independente, centralizada em si próprio, delimitada em termos pensamentos e sentimentos, e separada do contexto social, enquanto outros investem mais na flexibilidade, interdependência e na valorização das relações sociais e interpessoais. Embora não se ache oportuno apresentar juízos de valor sobre cada uma destas posições, que em cada pessoa e sobre os mais variados temas até se podem agrupar, lembre-se que não há no mundo felicidade sem os outros, e que a felicidade vem habitualmente do nosso encontro com eles.

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Lidar com o stress Não admira pois que um autor, MacIntire (2017), sugira, como primeira medida para melhorar a nossa auto-imagem, e bem assim a autoconfiança e auto-estima, o levantar-se feliz, e com optimismo, a começar o mais cedo na vida, ou pelo menos de vez em quando, logo pela manhã, ouvindo a música preferida, cantando no chuveiro, tomando o pequeno-almoço com alguém que seja animado, lendo uma mensagem de inspiração

e tomando medidas que gerem a alegria no trabalho. Mas isto de começar o mais cedo na vida nem sempre é fácil, nomeadamente devido a erros dos nossos pais e de outros agentes de socialização. Lembremo-nos por exemplo daqueles pais que não conseguem, antes agravam possíveis sentimentos de inferioridade manifestados pelos filhos desde a infância, resultado de insuficiências, fragilidades, ou incapacidades reais ou imaginárias. Embora a visão que temos sobre nós se baseia nas experiências, vivên-

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cias e estímulos passados, o facto de envolver também expectativas futuras implica a exibição de atitudes, palavras e comportamentos susceptíveis de expandir o sucesso desejado de realização pessoal, através da autoconfiança e auto-estima. Ser auto confiante é estar seguro de si próprio e das suas capacidades, mas sem excesso ou arrogância. Corresponde àquele que é capaz de fazer ou de realizar algo, que se sente com

competência pessoal e respeito por si próprio. Já ter auto-estima aplica-se a quem é capaz de fazer uma avaliação subjectiva positiva sobre si mesmo. Assim, em relação a esta última variável existem quatro pilares para a conseguir aumentar (Potreck-Rose & Jacob, 2006): os dois primeiros apoiam-se na auto-aceitação, e na autoconfiança, que dizem respeito a conseguir uma postura positiva respectivamente em relação a si mesmo, como pessoa, e em relação às próprias capacidades e desempe-

nho. Os dois últimos dizem respeito à competência social, a experiência de ser capaz de lidar com as outras pessoas e com as situações difíceis, com flexibilidade, e de estabelecer uma rede social que inclua o parceiro, a família e os amigos. Representam, respectivamente, a dimensão intrapessoal da auto-estima, e a sua dimensão interpessoal. E os autores acrescentam a necessidade de um trabalho preparatório dedicado à formação do amor-próprio, que passa por três etapas: (1) atenção e consciencialização das próprias emoções, sentimentos, sensações e necessidades corporais e psíquicas; (2) relações afectuosas respeitosas consigo mesmo; e (3) cuidar de si. Não se podemos fazer como aquele que, por se sentir stressado, foi ao médico transportando na mão uma garrafa de vinho. Entretanto no diálogo, quando o médico lhe disse que não conseguia perceber qual o seu problema de saúde, e que possivelmente devia ser da bebida, respondeu: não faz mal Sr. Dr.... Volto quando o Sr. ficar sóbrio. Enfim, em vez de se esforçar para ultrapassar o vício do álcool, culpou e atribuiu ao médico o seu problema, e fugiu à possível solução. Referências: MacIntire, M. (2017) 36 Ways to improve your self-image, self-confidence and self-esteem. Salvado em 09 Mai. de Fonte: Liked in. Tema: Costume Service. Website: https://www.linkedin.com/in/macmcintire. Potreck-Rose, F. & Jacob, G. (2006). Selbstzuwendung, selbstvertrauen, selbstakzeptanz: Psychoterapeutische interventionen zum aufbau von selbstwertgefühl. Stuttgart: Clett-Kota. Foto: M. F. Pamplona•


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DECORREU NA BAÍA DA PRAIA DA VITÓRIA, O 1.º CAMPEONATO DO MUNDO DE

WINDSURF RS:X CONVERTIBLE Nova classe do windsurf conhece na Praia da Vitória, o seu primeiro campeão mundial. Durante 5 dias a baía da Praia da Vitória foi o palco principal do Windsurf mundial, que reúne cerca de 200 milhões de prticantes em todo o mundo. Clube Naval da Praia Vitória contribui uma vez mais, ativamente, na promoção turística do destino Açores.

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ma vez mais a Praia da Vitória vê reconhecida internacionalmente a excelência da sua baía para a prática dos desportos náuticos, assim como, a competência do Clube Naval da Praia da Vitória (CNPV), na organização de provas de nível mundial. Com efeito, de 30 de outubro a 4 de novembro decorreu na magnífica baía da cidade, o primeiro campeonato do mundo da nova, mais moderna e multigeracional classe do Windsurf, candidata a prancha olímpica em 2024, nos jogos olímpicos a realizar em Paris. O RS:X Convertible distingue-se pela utilização nas pranchas de “foils” – apêndices – que pela sua hidrodinâmica possibilitam elevações das pranchas a 1 metro da linha de superfície e que são utilizadas com ventos entre os 4 e os 18 nós. No caso de ventos com intensidades superiores, passa-se à utilização de “quilhas” (fins), que alterando o formato da regata, possibilitam a realização de provas com ventos até aos 30 nós. PUB

WINDSURF RS:X CONVERTIBLE nova classe é candidada a prancha olímpica, em 2024, nos Jogos Olímpicos de Paris. Orçado em 160.000 euros, o 1.º Campeonato do Mundo de Windsurf RS:X Convertible, foi uma organização do CNPV, com o apoio do Governo Regional, do Turismo de Portugal, da Câmara Municipal da Praia da Vitória e de algumas empresas locais. Inicialmente previsto a participação de 40 velejadores de diversas nacionalidades, acabaram por participar apenas 25, o que se justifica pela novidade da classe que utiliza pranchas de última geração, recen-

temente lançadas no mercado. Dos 25 concorrentes, apenas um defendia as cores de Portugal, enquanto 5 concorriam na prova feminina. Após 16 regadas distribuídas por 4 dias, o primeiro título de campeão mundial de RS:X Convertible foi arrecadado pelo francês Thomas Goyard (FRA3). De resto, os gauleses dominaram toda a competição, não só por vencerem também no género feminino, com Maelle Guilbaud (FRA5), mas por apresentarem 14 dos 25 ve-

lejadores em competição. Na competição jovem, também foram os franceses a dar cartas, Corto Dumond (FRA528), foi o primeiro nos rapazes enquanto Héloise Macquaert (FRA946) venceu nas raparigas. O único português em prova, Elisiário Carvalho (POR123), não foi além da derradeira posição, numa prova que para além da participação maciça dos franceses contou ainda com velejadores da Grã-Bretanha, Dinamarca, Brasil, Israel, Espanha e Polónia.

PROMOÇÃO O Windsurf é uma modalidade em crescimento, reunindo cerca de 200 milhões de praticantes em todo o mundo, com idades compreendidas entre os 15 e os 45 anos. Com este evento, o CNPV contribui uma vez mais, ativamente, para a divulgação e promoção dos Açores e principalmente da extraordinária baía da cidade da Praia da Vitória para a realização de provas náuticos de nível mundial, proporcionando visibilidade mundial ao arquipélago, não só pela presença de velejadores e jornalistas de todo o mundo, mas também, pela espetacularidade das imagens das diversas regatas publicitadas em “sites” da especialidade, visualizados por milhões de internautas. JP/Fotos: Rui Sousa •


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EM ENTREVISTA AO JP, TIBÉRIO DINIS DIZ QUE

TERMINAL DE CRUZEIROS NA PRAIA Nesta entrevista, o novo presidente da CMPV, Tibério Dinis, fala-nos dos projetos da equipa que lidera e dos desafios que estão determinados a vencer, na certeza, que o Terminal de Cruzeiros na Praia da Vitória mudará definitivamente o paradigma económico do concelho.

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pesar de uma agenda sobrecarregada, Tibério Dinis, na tarde do terceiro dia após a tomada de posse, recebeu no seu gabinete, no edifício dos Paços do Concelho, o Jornal da Praia, para nos conceder aquela que foi a sua primeira entrevista de fundo a um órgão de comunicação social enquanto presidente. Naquela quinta-feira, 26 de outubro, o dia do presidente começou cedo com a receção ao Sr. Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que por esta altura visitava a Terceira. Apesar das exigências daquele dia intenso, repartido entre representações oficiais, audiências de apresentação de cumprimentos, reuniões de trabalho e os preparativos próprios de instalação de uma nova equipa, encontramos um presidente cheio de energia e fortemente determinado a servir com todas as suas forças o concelho que preside, com humanismo, proximidade e solidariedade. Jornal da Praia (JP) – Sucede a Roberto Monteiro que, com a presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, realizou um sonho de infância e juventude. No seu caso, quais foram as motivações que o levaram a candidatar-se e hoje ser o presidente de todos os praienses? Tibério Dinis (TD) – É acima de tudo um sonho, na medida que é um sonho para qualquer praiense que verdadeiramente goste da sua terra, servir o seu concelho. Muitos são os praienses que desenvolvem esta missão de serviço às comunidades PUB

nas mais diversas entidades e instituições, fazendo-nos um concelho muito forte do ponto de vista associativo, cultural e solidário. É um sonho também, por permitir dar o meu contributo para o desenvolvimento da Praia da Vitória, melhorando as condições de vida dos praienses e tornando a Praia da Vitória cada vez melhor e mais forte. Não diria que é um sonho no sentido de ser sonhado ou que alguma vez tivesse pensado – quero ser presidente de Câmara – mas que se foi construindo ao longo do tempo, da mesma forma como fui construindo a minha própria personalidade e como todos nós vamos construindo as nossas vidas, foi nascendo a vontade de contribuir cívica e politicamente para o desenvolvimento do meu concelho. É fundamental que todos os praienses se apercebam da importância dos contributos cívicos para a construção de um concelho melhor, seja em que função for. Neste particular, a função de Presidente da Câmara, pela máquina da autarquia com uma enorme força humana de trabalho e influência política, assume-se primordial, com todas as suas prorrogativas e obrigações para com os praienses. JP – Como tem sido estes primeiros dias? TD – São dias diferentes. É verdade que toda a equipa que assume funções executivas já estava, embora com funções diferentes, dentro do grupo municipal, mas agora, os “casacos” são diferentes. Por isso, estes primeiros dias tem sido bastante intensos, principalmente, por que há

TIBÉRIO DINIS afirma que a política do “coração” iniciada em 2005 um “cair de ficha”, ou seja, hoje sou o presidente de câmara, hoje sou vereador e este “cair de ficha” é absolutamente necessário. Além disso, nós não deixamos de ser as pessoas que éramos e portante toda a nossa vida pessoal e familiar continua. De início, há também todo um grande esforço logístico, desde logo relacionado com a própria instalação física do gabinete, a sua articulação e comunicação com os demais departamentos, assim como um esforço de enquadramento de todos os

compromissos oficiais e de agenda, como foi por exemplo, hoje, o caso da receção ao Sr. Presidente da República, onde muito naturalmente, o presidente da CMPV não poderia deixar de estar presente na sua visita ao Concelho. Quando se está apenas a três dias da tomada de posse, não só há ainda muito a fazer em termos de organização interna, como se tem de atender às diversas solicitações de entidades e pessoas que nos querem apresentar cumprimentos, sobreca-


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DA VITÓRIA É SONHO DO MANDATO que o tempo nos permitir preparar.

5 é para “continuar e reforçar a cada dia”. rregando ainda mais a agenda, sobretudo quando “máquina” continua a funcionar com eventos a aproximarem-se, e conjugar todas essas dinâmicas com as reuniões de trabalho que é preciso fazer, torna estes primeiros dias difíceis. Por muito que alguém se prepare para tal, a verdade é que acontece sempre algo inesperado, mas para já, estes primeiros três dias apesar de muito intensos, tem corrido bem. Prevejo que pelo menos até 31 de dezembro, os dias continuem a ser bastantes intensos, porque há um conjunto de documentos e eventos estratégicos a preparar. O orçamenPUB

to para 2018, a Assembleia Municipal, que por ser a primeira deverá apreciar um conjunto de documentos estratégicos para o concelho, os quais é preciso preparar, assim como o Outono Vivo, que se inicia na próxima sexta-feira e a animação de natal, onde apresentaremos as primeiras imagens da visão estratégica que defendemos durante a campanha eleitoral para a dinamização do centro histórico. JP – Significa que este ano vamos ter novidades no que diz respeito à animação de Natal? TD – Sim, sem dúvida. Todas aquelas

JP – No discurso de tomada de posse, prometeu uma gestão autárquica norteada pelos princípios da humanidade, proximidade e solidariedade. Estes princípios serão consubstanciados com que políticas? TD – Nós não deixamos de ser as pessoas que éramos, como há pouco referi. O Tibério não deixou de ser o Tibério que era antes. O Carlos Armando, a Paula Ramos e o Tiago Ormonde também não. Toda a proximidade que nós tínhamos com as pessoas no nosso dia-a-dia, nós iremos manter. Continuaremos a tomar café onde tomávamos, a visitar as entidades que visitávamos, enfim, continuaremos a fazer a vida tal e qual como a fazíamos antes, e isto é fundamental para uma maior proximidade com o cidadão. Ao exercermos as nossas funções, elas não se limitam a receber pessoas no gabinete ou nas representações oficiais. Não. Elas prolongam-se no nosso dia-a-dia, quando vamos ao supermercado, a uma loja, tomar café, porque muitas vezes, são nesses locais da nossa vida quotidiana que os cidadãos tem oportunidade de apresentar algum problema, colocar uma questão e até mesmo nós próprios observarmos alguma situação que nunca ninguém se tenha deparado com ela. Na solidariedade, queremos manter a tônica que o Partido Socialista desde 2005 implementou na Câmara Municipal da Praia da Vitória, através do departamento da solidariedade social. Queremos ter uma ação bastante forte nesta matéria, porque apesar do muito que se fez ao longo dos últimos anos, há infelizmente, sempre muito a fazer nesta matéria. Há sempre desigualdades a precisar serem corrigidas e há sempre, também, cidadãos com necessidades especiais e desprotegidos a quem nós temos que responder. Na campanha eleitoral, feita porta-a-porta, depa-

ramo-nos com cidadãos idosos que vivem muito isolados e nós temos que chegar a eles. Hoje, já chegamos a muitos, mas temos que chegar a cada vez mais, pois é nossa obrigação estarmos ao lado de quem mais precisa… JP – Em suma, continuar a política do “coração “ dos últimos 12 anos… TD – Essa é uma grande marca de todo o modelo de gestão implementado em 2005, que é um modelo de gestão que determina toda a dinâmica, não só do executivo, mas também de grande parte do grupo municipal e que nós temos que continuar e reforçar a cada dia. JP – Nesse mesmo discurso para além da Solidariedade Social, elencou a Educação, o Desporto e o Turismo como áreas de grande prioridade para o seu executivo. Que projetos materializarão estas prioridades? TD – Na educação pretendemos implementar um programa de combate ao insucesso escolar em estreita parceria com o programa ProSucesso do Governo Regional. Para isso, tencionámos já em 2018, iniciar os trabalhos preparatórios com a comunidade escolar para que no início do próximo ano letivo – 2018/2019 – o programa esteja em perfeitas condições de avançar. No decorrer do presente ano letivo vamos auscultar a comunidade escolar – docentes e encarregados de edução – para contemplar também todas estas ideias e contributos. Depois, avançaremos para a fase da experimentação, com a realização de testes e projetos pilotos para que no início do ano letivo 2018/19 o projeto avançar com toda a força. É fundamental arrancar com o programa o mais rapidamente possível, porque neste tipo de programas, sendo bem feito, só teremos resultados a médio e longo prazo, o que significa que não veremos resul(Continua na página seguinte)


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ENTREVISTA A TIBÉRIO DINIS, NOV (Continuação da página anterior)

tados durante este quadriénio, mas sim em mandatos vindouros, mas para os obter o mais breve possível é essencial implementá-lo o quanto antes. No desporto, o concelho da Praia da Vitória destaca-se dos demais concelhos da região, e por vezes, nós praienses, não damos conta disso no nosso dia-a-dia. O nosso concelho têm vários clubes cotados a nível regional e nacional, nas mais diversas modalidades. Muitas vezes, o que acontece é que há concelhos que se destacam numa só modalidade, mas nós não. Nós damos cartas no voleibol, no ténis de mesa, no futebol, no futsal e o nosso clube naval, dá cartas na organização de provas internacionais. É fundamental aproveitar a projeção dos nossos clubes para reforçar a nossa promoção turística, isto é algo que acontece muito na Madeira. Por exemplo, quando se fala na comunicação social dos clubes da Madeira, diz-se, Marítimo da Madeira, União da Madeira, Nacional da Madeira. É essencial que quando se falar por exemplo da Associação de Jovens da Fonte do Bastardo, que seja acrescentado, da Praia da Vitória, ou da ilha Terceira, ou dos Açores. Estes breves segundos em que se diz a palavra, fica no ouvido e isto é uma excelente promoção do nosso destino. Temos que fazer este trabalho, numa estratégia agregada do desporto, dando condições aos clubes não só na componente puramente desportiva mas também de apoio à promoção turística que as nossas equipas fazem no exterior. O desporto pode ainda dar um contributo muito importante na educação. Já existe alguns clubes que desenvolvem projeto pilotos em articulação com as comunidades escolares, em especial com os diretores de turma, em que no final da época, os clubes distinguem os atletas que conseguiram melhorar as suas notas, ou os atletas que tiveram melhores resultados escolares. No programa de combate ao insucesso escolar que falei há pouco, terá que contemplar também o desporto, portanto, o desporto deverá estar incluído na educação e a educação deverá estar incluída no desporto, já que nós não vemos estas duas áreas como duas gavetas estanques. Quanto ao turismo, no último verão registamos um crescimento muito grande por via das low-cost. O nosso objetivo é consolidar os números positivos da época alta e aumentar os fluxos da época baixa, porque é

necessário reduzir o hiato de sazonalidade entre estas duas épocas para possibilitar aos empresários do setor criar emprego sustentável durante todo o ano, porque se não o fizermos, o que vai acontecer? – Vamos continuar com emprego sazonal e este emprego tem a precaridade natural da sua própria sazonalidade.

Quando falo em produto turístico, falo no que o turista vê e faz na Praia da Vitória. E aqui há um conjunto de projetos a desenvolver. Numa primeira linha a serem desenvolvidos pelas juntas de freguesia, que estão candidatadas à GRATER, em que alguns deles já se encontram em andamento. Nós queremos dar apoio

TIBÉRIO DINIS Praia da Vitória destaca-se no desporto e deve aproveitar este potencial na promoção turística. O turismo divide-se na nossa ótica em três componentes. Uma dessas componentes é a promoção externa, algo que não é visível localmente, mas que tem que ser absolutamente visível no exterior. Para promover o destino Praia da Vitória é fundamental divulgá-lo nos mercados emissores. Este é um trabalho e um esforço que muitas vezes os praienses não veem, mas que é essencial fazer. Outra das componentes, é a receção e criação de um produto turístico.

e ser parceiros nesses projetos. Pretendemos também disponibilizar um conjunto de infraestruturas da cidade e da autarquia para fins turísticos. Em estreita parceria com a Comissão Fabriqueira da Igreja Matriz, iremos colocar o Tesouro da Matriz visitável como museu de arte sacra. Queremos ainda disponibilizar o Salão Nobre dos Paços do Concelho para visitas dos turistas, não a 100% mas a 90%, pretendemos que a função primordial do Salão Nobre seja para o

Agentes Transitários - Carga Aérea e Marítima - Recolhas - Entregas - Grupagens e Completos |

turismo e não apenas um espaço de reuniões. Finalmente, a terceira componente tem a ver com um conjunto de opções estratégicas as quais não dependem exclusivamente da Câmara Municipal mas também de outros parceiros e que se manifesta no sonho do cais de cruzeiros na Praia da Vitória… JP – Do cais de cruzeiro, falaremos mais adiante. Para já, ainda no turismo e no que diz respeito ao que designaremos por “turismo religioso”, a CMPV irá apostar na criação de um roteiro de impérios? TD – Do ponto de vista do “turismo religioso” – digamos assim – temos a Matriz como já referi anteriormente, temos o roteiro dos impérios do concelho e há um projeto da comissão do Império da Caridade das Figueiras do Paím, que consiste na criação de um centro interpretativo do culto ao Divino Espírito Santo. Nós já auscultamos este projeto e estamos disponíveis para o apoiar, até porque trata-se um império que está muito bem localizado e por via disso é muito visitado e fotografado. Havendo esta disponibilidade da comissão de criar um produto turístico é natural que conte com todo o nosso apoio e cobertura, assim como estamos abertos para qualquer outra entidade que apresente ideias e projetos nesta matéria. No que se refere ao culto do Divino Espírito Santo, há um período que nós temos que trabalhar de forma mais forte e com maior incidência, e que é o período do culto ao espírito santo propriamente dito, com as coroações, funções e os bodos. Nunca poderemos pensar em preparar as nossas tradições para turista ver, porque se não teríamos a descaracterizar e a desvirtuar essas mesmas tradições, as quais muito orgulham o nosso povo. O que temos que fazer é manter as nossas tradições tal e qual como elas estão, mas desenvolver um trabalho no sentido de permitir a quem nos pretenda visitar interagir com as nossas tradições, respeitando-as e permitindo-lhes levar esta mensagem sociológica tradicional do nosso povo consigo. JP – Durante aproximadamente 70 anos a economia do Concelho esteve muito dependente da presença militar norte-americana. Roberto Monteiro de saída, falou na necessidade de construir e consolidar uma economia sustentável rompendo com esta dependência. Revê-se nesta visão? – e se sim – quais os passos

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VO PRESISENTE DA CMPV que pretende dar para eliminar esta dependência? TD – Sim nós revemo-nos, e aliás, durante o período de campanha eleitoral falamos disso mesmo, ou seja, da criação de uma nova economia menos dependente da Base das Lajes. Na realidade da Praia da Vitória de há 70 anos, tínhamos um concelho predominantemente rural, em que a riqueza era criada essencialmente pelo setor primário e por alguns ofícios que, entretanto, foram desaparecendo. A vinda, primeiro dos ingleses e depois dos americanos constitui do ponto de vista da criação de riqueza um “oásis” económico, que muito naturalmente prendeu as pessoas por muitos e muitos anos. Neste momento, mudar o “chip” não é fácil e sobretudo é algo que não acontece de um ano para o outro. O que é fundamental, é que tenhamos perfeita consciência que não podemos voltar a permitir que uma percentagem significativa do nosso PIB esteja associado à Base das Lajes, para que a nossa economia não volte a “cair por terra” por decisões de terceiros, quer em Washington quer em Lisboa, como aconteceu com o “downsizing” de 2012. Nesta perspetiva precisamos do setor primário, agricultura e pescas, que de resto, é um setor tradicional da nossa economia. As pescas têm vivido um período de alguma inconstância derivado das políticas de quotas relacionadas com o a sustentabilidade dos recursos marinos. Também a agricultura tem vivido uns anos difíceis, mas felizmente, no último ano e meio, tem havido um crescimento, embora ainda não se tenha recuperado aos níveis que, entretanto, se foi perdendo. Esperamos que essa recuperação seja possível e trabalhamos para que a mesma aconteça, nomeadamente na formação com as jornadas agrícolas, ao nível da promoção de eventos empresariais como as feiras agrícolas e comerciais, mas também na promoção e divulgação dos produtos locais para que possam ser exportados, quer para as outras ilhas quer para o continente português. Estamos a criar parcerias e estabelecer contatos que nos permita tudo isso. Depois temos o turismo, que constituiu uma grande alavanca económica no último ano, ano e meio, desde que arrancou a operação low-cost, que é preciso consolidar. Para já está tudo a correr bem e estamos todos um bocadinho na “euforia”, mas agora, é necessário que isto seja contínuo e que se consolide. É preciso ter em atenção que, se por um lado, nós não queremos estar dependentes da Base das Lajes, agora, não vamos ficar nas mãos da Ryanair para sofrermos todas as consequências no dia que a Ryanair decida deixar de voar para a Terceira, portanto, isto tem que se equilibrar. Temos ainda uma outra componente importante que é a logística e serviços, no qual o Porto da Praia da Vitória assume um

papel de primordial importância. Nesta matéria, o que seria ideal no plano teórico é uma distribuição equitativa em termos de peso económico de cada um destes pilares, mas dificilmente na prática, isto acontecerá. JP – Conclui-se, pois, que o grande esforço da autarquia vai no sentido de construir uma economia mais diversificada e não dependente de um único setor… TD – Exatamente. E é nesse sentido que entendo que agora é fudamental não nos dedicarmos todos ao setor do turismo, para mais tarde, não sermos todos afetados, quando por algum motivo as coisas começarem a correr mal. JJP – A contaminação dos solos e aquíferos com hidrocarbonetos e metais pesados, o chamado “passivo ambiental” da presença militar norte-americana nas Lajes, continua por resolver. O PREIT – Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira, prevê que o Governos da República assegure junto dos EUA uma verba de cerca de 167 milhões de euros anuais para a Terceira pelo período de 15 anos, dos quais, cerca de 100 milhões estão destinados à descontaminação. Na última bilateral, em junho, não houve qualquer desenvolvimento nesta matéria. Na próxima bilateral, em dezembro, quais são as expetativas e sobretudo quais tem sido as démarches da câmara nesta temática? TD – Sobre este assunto, gostaria em primeiro lugar de separar duas questões que são completamente diferentes e disso mesmo dei conta ao longo da campanha eleitoral. É verdade que a descontaminação é da responsabilidade do Governo da República, que foi quem negociou com os Estados Unidos da América, mas nunca poderemos esquecer que quem vive aqui somos nós, e todos nós temos no mínimo a responsabilidade ética e moral de persuadir todos os órgãos e mais alguns para que esta descontaminação aconteça. Depois há uma responsabilidade maior, que é a responsabilidade do presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, de colocar água na casa das pessoas. Portanto, nesta matéria que é diretamente a que nos diz respeito, é garantir que toda a água que chega a casa das pessoas – e isto eu não me canso de dizer – chegue em perfeitas condições para consumo, e neste momento, não há razões para ter qualquer desconfiança em relação a isso. Eventualmente, se um dia aparecerem análises que revelem que a água não está em condições para consumo, cabe ao presidente da Câmara cortar o abastecimento e encontrar uma alternativa. JP – Assume o compromisso que não vai ocultar análises que venham a revelar água imprópria para consumo?

TD – Se vier a aparecer análises que ponham em causa a saúde pública, com a mesma frontalidade que dizemos hoje, que a água é própria para consumo, assumiremos publicamente que a mesma está imprópria para consumo, até porque doutra forma seria uma atuação criminosa, ocultar algo tão grave e perigoso para as populações. No que diz respeito às expetativas. Nós sabemos que o custo de uma descontaminação é sempre muito elevado, e não o é, só aqui na Base das Lajes, mas em qualquer parte do mundo, já que a questão da contaminação não é um problema apenas da ilha Terceira, mas transversal a todas as bases militares. Cabe aos americanos pagar esta descontaminação e no caso dos americanos não o fazerem – mantemos a nossa posição de sempre – que deverá ser o Governo da República a fazer, porque foi ele que negociou a utilização do espaço, e depois apresentar a fatura aos americanos. Em relação à bilateral as expetativas do presidente da Câmara é comum à de qualquer praiense e consiste na decisão de avançar com a descontaminação à séria e que entrem no terreno à séria. Nós sabemos que à velocidade e da forma que nós queremos, muito dificilmente aceitarão, mas pelo menos que haja um plano evidente de ação e que haja principalmente resultados, para que daqui a uns anos, curtos ou longos, não acordarmos com um problema de abastecimento público de água. JP – No encontro de hoje com o Sr. Presidente da República foi lhe dado algumas garantias relativamente a esta questão? TD – O Sr. Presidente da República não têm uma função executiva. O Sr. Presidente naturalmente está a par das negociações diplomáticas que creio que neste momento existem e senti hoje, uma vez mais, que há um entendimento na necessidade de uma intervenção urgente nessa matéria. Senti isso quer do Sr. Presidente do Governo Regional, quer do Sr. Ministro da Defesa, que também acompanhou hoje a visita, quer ainda do Sr. Presidente da República. Creio que é fundamental este consenso para que haja uma articulação de posições e se reclame urgência na sua solução, já que quando se fala em descontaminação quanto mais rápido se avançar melhor. JP – A Câmara de Praia apresentou publicamente no passado mês de julho, um estudo de viabilidade técnica, financeira e ambiental para a construção de um terminal de passageiros de cruzeiros e navegação interilhas no molhe norte do Porto da Praia da Vitória. Na ocasião, o ex-presidente, assegurou tratar-se da solução economicamente mais vantajoso para a eventual construção de um terminal de cruzeiros na ilha Terceira e que só não avançaria por

manifesta falta de vontade política. Neste momento, onde para este estudo e quais são as possibilidades de o mesmo transformar-se em projeto e obra? TD – Após a apresentação do estudo e de acordo com a análise do mesmo, ficou demonstrado duas situações evidentes: Primeiro, a ilha Terceira precisa de uma solução para o turismo de cruzeiros. Segunda, a solução da Praia da Vitória é a mais barata. Para a solução da Praia da Vitória ir avante é necessário um consenso político bastante alargado. Desde logo da parte da autarquia, da parte do Governo Regional dos Açores, da parte do Governo da República, a quem pertence o espaço, e da parte da defesa dos Estados Unidos, que é quem faz, a utilização do espaço. A solução apresentada é compatível com o uso civil e militar, que ocorre atualmente. O que é necessário agora é reunir um conjunto de boas vontades destas entidades todas e dar início a esse sonho – que é um sonho sim, do mandato – e um sonho que eu não tenho dúvida que marcará a diferença na paisagem da baía da Praia da Vitória e marcará a diferença sobretudo na economia e na criação de empresas e emprego. Portanto, o executivo pretende a muito breve trecho dar seguimento às conversações que Roberto Monteiro iniciou logo após a apresentação em conferência de imprensa deste estudo de viabilidade económica. Após o

hiato de tempo que existiu durante o período da campanha eleitoral , o período de gestão e a tomada de posse, pretendemos retomar esse processo, porque acima de tudo, nós não podemos demorar muito tempo nesses processos e temos que andar rapidamente. Como o Sr. Presidente da República salientou hoje, a diplomacia tem o seu tempo de demora e se nós é que esperarmos por ela, aí é que nunca mais nada acontece, portanto temos que pressionar, temos que andar atrás e neste sentido tencione a muito breve trecho reunir com todos os intervenientes, para conseguirmos reunir todas estas boas vontades e fazer com que esse projeto um dia veja a luz do dia. JP/Fotos: Rui Sousa•


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E DITORIAL

Catalunha – Açores e, por aí fora… – Sequência I

“Em todo este e nosso processo, podemos sempre recordar Mandela: «É sempre impossível até ser feito»”.

I

Em suma, a violência doméstica tem uma crueldade contrária à razão, tem de ser combatida radicalmente pelo Estado, a quem cabe em primeiro lugar trabalhar a prevenção, providenciar e manter a segurança das pessoas, mas também este fenómeno deve ser combatido no seio da família e da sociedade, devendo os tribunais defenderem os legítimos interesses das vítimas da violência doméstica, optando por uma nova cultura no mundo judiciário mais próxima da realidade dos factos, numa sociedade em mudança constante, não ofendendo os bons costumes, munindo-se por juízos de valor mutáveis, chamados a descobrir o verdadeiro Direito equitativo, de acordo com o espirito da moderna jurisprudência e da actual doutrina dominante.

O que há de mais estimulante neste acórdão é o seu fracasso, pois não há desculpas para a violência doméstica do marido, nomeadamente aquando do adultério da mulher, e mesmo as citações bíblicas em que o acórdão se baseia em socorro de uma certa permeabilidade fundamentada na actuação de tão horroroso ilícito criminal, não tem cabimento, mesmo à luz da doutrina social da Igreja Católica, que ultimamente tem-se empenhado profundamente em combater tal chaga social.

Os julgadores, os aplicadores do Direito, devem ter ideias claras e distintas nesta matéria, não confundíveis com meros formalismos positivistas, pois não há imunidades para a violência doméstica.

As decisões dos aplicadores do Direito nesta matéria têm como meta a descoberta do Direito no caso concreto acima de um “relativismo destruidor”. O Diretor, Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com •

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INDEPENDÊNCIAS

Violência doméstica nfelizmente tem vindo a crescer a violência sobre as mulheres, sobre as crianças, sobre os idosos e também sobre as pessoas com deficiência, e muitas vezes nem é denunciada, pois as vítimas da violência doméstica preferem ficar em silêncio, quase sempre movidas pela vergonha de apresentarem queixa-crime ou porque têm muito medo de serem sujeitas a represálias.

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José Ventura*

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a sequência do meu texto publicado neste “nosso” jornal, na última edição, aqui estamos conforme prometido. Começando, pois, respeitando a ordem então anunciada, referir-nos-emos, à ONU, a guardiã da Carta dos Direitos do Homem”. No dia 2 de Outubro com o referendo consumado e uma maioria confirmada com o “Sim”, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, desde Genebra, Suíça, afirma estar muito perturbado pela violência observada durante o referendo do dia anterior na Catalunha. Refere as pessoas feridas, (na ordem das centenas) e exorta as autoridades espanholas a procederem a investigações, independentes e imparciais dos os actos de violência verificados. Diz ainda que acredita que a situação vivida deve ser resolvida através do diálogo político, com pleno respeito pelas liberdades democráticas e, estimula ainda, o governo da Espanha a aceitar sem demora os pedidos de especialistas relevantes dos direitos humanos da ONU. A 23 de Setembro, já David Kaye e Alfred de Zayas, o primeiro relator sobre a promoção do direito à liberdade de opinião e expressão, e o segundo o encarregado da promoção da ordem internacional democrática e equitativa. Refira-se que ambos, relatores especiais, trabalham de forma voluntária, sendo considerados independentes de qualquer Governo ou organização, actuando a nível individual. Kaye e De Zayas indicam no seu comunicado, estarem preocupados com a presença de mais de 4.000 agentes da polícia destacados para a região autónoma, com uma ordem de actuarem no caso da realização do referendo. “Preocupa-nos que esta ordem e a retórica que a acompanha possam aumentar as tensões e o mal-estar social”, sublinham os peritos, que estiveram em contacto com o Governo espanhol sobre a situação na Catalunha. No relatório, também instam as au-

toridades espanholas a garantir que as medidas adoptadas face ao referendo, e defendem que: - “não interfiram com os direitos fundamentais, a liberdade de expressão, reunião e associação e, participação pública” adiantam ainda que,” independentemente da legalidade do referendo, as autoridades espanholas têm a responsabilidade de respeitar os direitos que são essenciais para as sociedades democráticas”. Terminam o seu relatório mostrando preocupação pelo que, a actuação do governo de Madrid possa aumentar as tensões e o mal-estar social com a “confiscação de material eleitoral”, o bloqueio de vários sítios electrónicos relacionados com o referendo, “medidas preocupantes porque parecem violar direitos individuais fundamentais. Como resposta do governo espanhol, assistiu-se à violência da carga policial antes e durante o “referendo” imagens de cidadãs e cidadãos (jovens e idosos) espancados e feridos. Feridas corporais e místicas que não são fáceis de esquecer. Recordo que embora nada parecido no seu contexto, também os açorianos tiveram a experiência amarga da repressão policial quando em Abril de 1978, a mando do então ministro da Administração Interna o açoriano Jaime Gama, veio enviada para os Açores, nomeadamente para S. Miguel uma companhia de polícia de intervenção que, quer para nós quer para eles, foi um episódio de má memória. Para nós pela tensão criada e pela agressão do intruso e, para eles, porque foram corridos por cães de fila e lavradores de correntes alçadas tais armas demolidoras. Corridos em primeiro das ruas da baixa ponta-delgadense para a esquadra da PSP e daí para o BBI 18 onde se encontrava aquartelada, perante a desilusão do seu comandante que não chegara a cumprir a sua missão e, da afirmação do segundo comandante-geral da PSP que disse ao Dr. José de Almeida durante uma reunião solicitada para pedir a sua intervenção na solução do conflito existente que, e sito “nunca fomos tão enxovalhados em toda a existência desta força, como nos Açores.” Feita a retrospectiva de um episódio, respeitante à nossa luta pela independência dos Açores que penso ter tido interesse, politico e histórico para quem, porventura desconhecesse esse acontecimento da nossa

recente história, volto ao tema do texto. Interrompido que foi, para inclusão do apêndice intercalado, referirei a posição da EU através dos seus mais altos representantes. O secretário-geral do Conselho Europeu, Thorbjorn Jagland, rejeitou a ideia de uma mediação internacional na questão da Catalunha, oferecendo, a experiência da organização em matéria constitucional, o trabalho da Comissão Europeia para a Democracia através do Direito, conhecida Comissão de Veneza. Conhecido o pedido já tinha pedido de mediação internacional feito por Carles Puigdemont. Vem o número um do Conselho Europeu dizer que não alinha em tal, o que é confirmado por Maragaritis Schinas, porta-voz da instituição, considerando que esta é uma questão que tem de ser resolvida em concordância com as leis espanholas, delegando assim as responsabilidades para Madrid. Quanto a Mr. Juncker que já uma vez desvalorizou o papel do Parlamento Europeu chamando-o de “ridículo”, descarta o apoio da Comissão Europeia à Catalunha caso seja declarada a independência. Alerta o Mr. a insustentabilidade de uma UE com cada vez mais Estados. Por sua vez o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani embora depois de afirmar que não lhe cabe fazer qualquer tipo de mediação por se tratar de uma questão interna de Espanha, vai adiantando que há que respeitar as regras e a Constituição espanhola. Dos lideres dos chamados “Grupos Políticos” que são oito, totalizando os 751 deputados dos 28 Estados-Membros, nada conhecemos sobre o pensamento dos mesmos sobre a independência da Catalunha, com excepção da Aliança Livre Europeia composta por 20 formações independentistas e fazem parte com o Partido Verde Europeu do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, com sete deputados dos 51 deputados do referido Grupo, tem estado activo e solidário com a causa catalã. Longo? Talvez mas desculpem o entusiasmo. E como prometido, repito não podemos ficar por aqui … vamos continuar. Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. (*)

informação atualizada diariamente em www.jornaldapraia.com


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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XVI)

OS PARADOXOS DA BASE DAS LAJES Os políticos e jornalistas regionais e nacionais deleitavam-se em ditirâmbicas declarações geoestratégicas, cujos benefícios para os Açores, e sobretudo para a Terceira, foram meros «fumos da Índia».

António Neves Leal

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ão sabemos quantas vezes abordámos esta questão, mas foram várias e, nalguns momentos, com sérios riscos, ameaças e convites adocicados à mistura. Enquanto isto acontecia, muitos outros subservientemente acatavam, sem pestanejar, os atropelos cometidos na Base das Lajes em troca de um prato de lentilhas e compras no B.X. Os políticos e jornalistas regionais e nacionais deleitavam-se em ditirâmbicas declarações geoestratégicas, cujos benefícios para os Açores, e sobretudo para a Terceira, foram meros «fumos da Índia». Palavras, apenas palavras.

combustív el e a caricata construção de um porto dito, pomposamente, de oceânico, que continuou, durante anos, sem um simples rebocador, apesar das muitas críticas, sem uma grua ou guindaste para movimentar os contentores. Tudo isto, sem esquecer a vergonhosa situação dos proprietários-pedintes dos terrenos da Base, alimentou/ alimenta uma série de paradoxos difíceis de aceitar e compreender. Hoje mais ainda. Mas para nós, o maior de todos eles foi a não dotação de compensações ao concelho da Praia da Vitória, pela erosão, poluição e utilização das estradas por parte das viaturas norte-americanas, sem pagamento de qualquer taxa ou imposto. Essa reivindicação do concelho praiense

Durante cerca de sete décadas de presença norte-americana, incluindo as quatro do regime autonómico, perderam-se várias oportunidades de se tirar partido da grande importância daquela infraestrutura militar. Em vez de vendermos os nossos produtos aos americanos, foram eles que ganharam em muitas transacções comerciais, vendendo os seus. A nível de intercâmbios culturais, científicos e militares, o saldo é igualmente negativo para nós. Quanto ao apoio técnico, a situação chegou a ser vergonhosa e humilhante (para sucata já chegava a que cá tínhamos).

com vista a receber uma dotação especial, cujo montante era insuficiente, mesmo assim, não foi acarinhada nem apoiada, como devia ser. E a prova disso vimo-la durante a Presidência Aberta, quando o Dr. Jorge Sampaio discordou, de forma infeliz, das pretensões do então Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória. Paradoxalmente, tal dotação fora defendida pelos socialistas, vários anos antes. Mais um paradoxo.

Três casos emblemáticos de incúria eram a existência do bairro da lata de Santa Rita, o estado de deterioração de alguns reservatórios de

É óbvio que tal pretensão nos parece justa, pois são os Praiense quem mais sofre os efeitos do trânsito de pesadas e ruidosas aeronaves,

que fazem estremecer as casas e os corações, de dia e de noite. Também foi/ é o concelho praiense o que mais tem sofrido/sofre com a ainda não totalmente debelada praga do escaravelho japonês, trazido pelos pássaros de aço, e que tantas devastações provocou em pomares e outras propriedades agrícolas da nossa ilha e de outras, mais tarde. Considerar a Base das Lajes, apenas na pespectiva da criação de postos de trabalho (em declínio constante), foi a prova máxima da falta de visão política, económica e social dos nossos «iluminados» dirigentes. E agora o que fazer? No sentido de dar resposta a esta preocupação, a Base das Lajes foi, já há dezassete anos, objecto de dois relevantes debates em 2000 que, em nossa opinião, só pecaram por serem tardios. O primeiro realizou-se, no dia 4 de dezembro de 1999, no auditório do R.C.A., subordinado ao tema : «Base das Lajes, Soberania Nacional e a Nova Ordem Internacional», com a presença de Francisco Louçã, deputado da Assembleia da República e Zuraida Soares, porta-voz do Bloco de Esquerda. Tivemos um prazer especial por vermos que os dois textos entregues aos participantes haviam sido extraídos do jornal «Directo» (25.04.85), então dirigido pelo autor desta crónica, mostrando-se assim que aquilo, que se publicara antes do final do milénio, continuava/ continua actual e pertinente. Voltado sobretudo para o futuro, alicerçado na paz e não na guerra, o debate enfatizou a necessidade de serem recuperadas as instalações existentes para fins habitacionais, turísticos e universitários, denunciando o enorme paradoxo entre a importância geoestratégica da Base,

defendida pelo Estado Português e a aceitação de insignificantes contrapartidas pela sua utilização. O segundo debate teve lugar no dia 5 de Janeiro do ano seguinte (2000), sob a epígrafe «A Base Indispensável? As Lajes e a Pax Americana», título da bela comunicação de Miguel Monjardino, na qual dissertou, com grande à-vontade e superior argumentação, sobre as teias e os princípios que enformam o geoestratégia mundial. Um trabalho revelador de muita lucidez e espírito crítico, que contribuirá para uma visão realista e sem preconceitos nem interesses politiqueiros. A Base das Lajes perdeu importância com o fim da guerra fria e a queda do muro de Berlim. As novas tecnologias de ponta transformaram a arte militar e os interesses da primeira superpotência, que já não se centravam na Europa, mas no Médio e ExtremoOriente. Com este bem fundamentado trabalho, caem por terra muitos chavões e lugares comuns sobre a Base das Lajes. Por muito que nos fira, o seu valor estratégico não corresponde à ingénua e algo infantil retórica dos nossos políticos, que para obterem proventos eleitorais a sobrevalorizam em excesso, mas esquecendo-se dos seus réditos para o desenvolvimento dos Açores, mormente da ilha onde foi construída. Dois alertas fundamentais que nos fazem despertar e reflectir sobre o futuro económico-social da segunda ilha mais populosa do arquipélago.

Nota: Texto baseado na «Varanda dos Açores» nº 95 deste quinzenário, publicada a 28.01.2000

NOTAS D´O RAPAZ DAS ILHAS (III)

OBRIGADO, BOMBEIROS! Hoje aproveito este espaço apenas para os agradecer, muito especialmente aos nossos, aos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória.

Rodrigo Pereira

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urante a minha infância convivi por várias vezes com a ida dos bombeiros a casa dos meus avós para levarem o meu avô acamado para o hospital. Comecei nessa altura a ganhar um imenso

respeito por eles, que se acentuou quando descobri que muitos faziam aquele e outros serviços sem ganhar monetariamente absolutamente nada, apenas por solidariedade e amor à camisola. Assisti também a alguns acidentes e impressionava-me serem eles a chegar primeiro que o enfermeiro ou o médico e levarem a vítima até esses.

sempenho dias antes em Pedrógão Grande e arredores. Quando vi fotos destes grandes seres no aeroporto e frases como “o dever nos chama”, senti um grande orgulho em serem da minha terra e por saber que por cá temos pessoas assim tão nobres e humanas. Partirem com uma boa probabilidade de não voltarem para irem ajudar os outros à espera de que a única recompensa fosse salvá-los é meritório de todo o respeito e reconhecimento.

Hoje aproveito este espaço apenas para os agradecer, muito especialmente aos nossos, aos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória. Ganharam este ano o campeonato mundial em trauma e até o galardão

para o bombeiro do ano, o que para todos nós foi um orgulho. Mas melhor ainda que isso foi o incrível de-

Obrigado pelo serviço que prestam a nós e aos outros e por arriscarem a vida para que outros não a percam!


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NOTAS SOBRE O CULTO DO ESPÍRITO SANTO O Culto do Divino Espírito Santo nunca foi muito bem visto, tanto pelo poder civil como pelo poder religioso. E chegou mesmo a sofrer forte repressão… escárnio do Espírito Santo e nada lhe aconteceu, ou então quem, por muito que apelasse ao divino, nunca teve a honra de um milagre.

Emanuel Areias

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epois de ler algumas notas etnográficas sobre o Culto do Divino Espírito Santo nas nossas ilhas, consegui inferir algumas conclusões tidas como interessantes e que não são, a meu ver, do conhecimento público. O culto do Espírito Santo é em grande parte uma necessidade humana para fazer face aos seus medos e como forma de evitar sua vil vingança. São muitos os exemplos de histórias que ouvimos acerca dos milagres do Espírito Santo ou histórias inquietantes de quem não cumpriu os desígnios a que estavam sujeitos, em honra do Espírito Santo. Para demonstrar essa situação, podemos colocar numa balança e verificar que por um lado, seja acaso ou não, existem situações “milagrosas” que são ligadas de imediato ao Espírito Santo, mas por outro, podem ser situações que aconteceram naturalmente, sem que tenha de existir uma apologia divina. Diz-se “nem crer nem deixar de crer” como expressão de temor face à realidade que não tem explicação aparente. As histórias que são difundidas, sejam milagres extraordinariamente inexplicáveis, sejam episódios com resultados negativos para quem usou o Espírito Santo como objeto de escárnio ou desvalorização, são isso mesmo, histórias míticas. Poderão existir outras, e que não ficaram para lembrança futura, de quem fez

Mas o que não se consegue explicar, deve merecer o nosso respeito. Nem que seja por medo. A verdade é que o culto à 3ª pessoa da Santíssima Trindade manteve-se até aos nossos dias, apesar de todos os confrontos históricos a que se viu sujeito. Mantém-se pelo sentimento de solidariedade entre as pessoas e pela caridade, mas também pelo respeito. No passado explica-se facilmente este culto nos Açores: eram ilhas isoladas, sem conhecimento científico avançado, cuja explicação para tudo estava no sobrenatural. Em momentos de dúvida, de incerteza e de calamidade natural, todos agarravam-se ao Espírito Santo, como forma de tratarem dos males da natureza. Luís da Silva Ribeiro diz até que “não temos notícia de erupção ou abalo sísmico em que se não fale de votos e preces ao Espírito Santo”. Por coincidência ou não, muitas vezes funcionava. Esse apelo tinha resultados práticos. Vejam-se alguns exemplos, tirados do livro “Notas Etnográficas” de Frederico Lopes (João Ilhéu): “As famosas festas do «Império de S. Carlos» (…) tiveram sua origem na terrível erupção de 1761, quando, no sítio ainda conhecido por “Entre o Pico e a serra”, rebentou um vulcão cujos fumos densíssimos, descendo da cumiada da Serra de Santa Bárbara, vieram até ao local onde foi depois edificado o império. Diz a tradição que ali ergueram os Terceirenses um estrado de madeira sobre o qual foi colocada uma coroa do Espírito Santo. Reuniu-se à volta muito povo para implorar a proteção divina não tendo o denso fumo ultrapassado aquele sítio, apesar de ter durado 3 semanas, o que foi tomado por milagre (…).”

(pág. 216 e 217) ou. “Quando da epidemia que, em 1673, grassou com extraordinária intensidade na vizinha ilha de S. Miguel, os nobres da cidade resolveram instituir um Império na Misericórdia de Ponta Delgada, para que fosse invocada a proteção do Espírito Santo na debelação daquela peste que tão grande número de vítimas estava causando. Pois quando saiu a Folia, de bandeira e tambor, no primeiro sábado depois da Páscoa, entoando, os tradicionais cânticos ao Divino, a epidemia cessou por completo, não se tendo verificado mais vítimas.” (pág. 243 e 244) Outra das conclusões interessantes é que o Culto do Divino Espírito Santo nunca foi muito bem visto, tanto pelo poder civil como pelo poder religioso. E chegou mesmo a sofrer forte repressão, em determinados momentos históricos, com o intuito de conter alguns excessos que eram levados a cabo pelos fiéis. No livro Freguesias da Praia, 2º volume, diz-se: “O povo, por si, exagerava, por excesso dispendiosos, resultando a ruína económica, para muitas famílias, sem que o governo fosse capaz de intervir. Viu-se El-Rei, por isso, forçado a pôr cobro a estes bodos nas ilhas em 1597. (…) As proibições não manaram apenas dos Bispos e outras entidades eclesiásticas. El-Rei D. Filipe, de Espanha, quando também de Portugal, ordenou que se acabasse com todos os festejos do Espírito Santo.” No livro “Notas Etnográficas” já referido, são vários os exemplos dados desta repressão que o culto ao Espírito Santo é alvo direto. Por exemplo:

“As Constituições Diocesanas, promulgadas pelo Bispo D. Fr. Jorge de Santiago em 1559, proibiram o costume de os Imperadores, no dia da sua coroação, «pregarem» no púlpito ou em qualquer lugar saliente da igreja”. Ou “(…) D. Frei Estevão de Jesus Maria, na Pastoral de 10 de Fevereiro de 1843, dada na cidade de Ponta Delgada, diz que «muitos devotos do E.S. põe a par das virtudes cristãs a embriaguez, a lascivia, o ódio, a vingança, os desacatos feitos ao Divino na coroa e pombinha que o representam…», ordenando também que as coroações não passassem do Domingo da Trindade e que fossem proibidos os bailes nas casas em que estivessem a coroa do E.S.” Neste mesmo livro, e sobre a temática da repressão do culto, diz-se até a “resistência oferecida tem sido tão forte que chegou, nalgumas freguesias, a incompatibilizar o pároco com muitos dos seus paroquianos, provocando cenas de verdadeiro desacato e chegando o povo a fazer a coroação nos Impérios, sem assistência do padre, o que tendia a criar «o divórcio completo entre o Império e a Igreja» ”. Outra conclusão digna de relevância, mas esta é meramente pessoal e especulativa – o culto ao Espírito Santo pode ser visto como parte concorrencial da Igreja e do poder civil. Mas sobretudo da Igreja, que assim, também tendia a rejeitar ou confrontar o culto. A meu ver, no entanto, este culto é de salutar, no que concerne à fé, porque aqui há uma ligação direta entre o crente e a sua crença, e não um interminável conjunto de intermediários (hierarquia religiosa, escrituras, imagens), de que a Igreja é adepta.

TERCEIRA – A CHEGADA DOS JUDEUS (Continuação da página n.º 4)

Vasco Anes Corte-Real rapidamente compreendeu as capacidades judaicas e o benefício que a Ilha podia receber com tal presença, assim os judeus foram bem acolhidos e tratados como iguais, longe do fanatismo que singrava a capital do Reino. A população cedo começou a entrar em contato com os rituais judaicos, que lhes eram permiPUB

tidos praticar. Em 1558, a comunidade cristã-nova nos Açores já era grande e estes pagaram 150 000 cruzeiros à regente D. Catarina, avó de D. Sebastião, para prover as armadas da Índia. Em troca, D. Catarina prorrogou o adiamento da pena de confisco de bens aos cristãos-novos por dez anos, deixando-os envolver-se na vida do arquipélago. Em 1501, em um momento de terror para os Judeus no Continente portu-

guês, foram bem recebidos na Terceira, onde puderam implantar-se e formar as suas comunidades. Com o passar dos anos, as suas crenças misturaram-se com os costumes locais, fazendo da Terceira um bom exemplo da mistura de religiões, com características muito próprias. É bom olharmos para estes exemplos e percebermos a importância da tolerância e do apoio às minorias. É neces-

sário respeitar os outros e não utilizar as desculpas dos problemas e da crise para desrespeitar a Liberdade e a individualidade de cada ser. Não devemos ser falsos hipócritas, fingindo ser o que não somos, devemos assumir a nossa personalidade com defeitos e virtudes e respeitar as diferenças.A Liberdade de cada um termina quando interfere na do outro…seja ele quem for.


JP | INFORMAÇÃO

2017.11.24

| 15

AGENDA DESPORTIVA MISSAS DOMINICAIS FUTEBOL CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

11.ª JORNADA | 26.11.2017 SC Praiense

-

Torreense

Vilafranquense

-

Caldas

Loures

-

1º Dezembro

Alcanenense

-

Lusitânia

Pêro Pinheiro

-

Mafra

Coruchense

-

Fátima

Guadalupe

-

Eléctrico

Sintrense

-

Sacavenense

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

11.ª JORNADA | 26.11.2017 Marítimo Gra.

CD Rabo Peixe

GD Fontinhas

Prainha FC

CU Micaelense

FC Flamengos

FC Vale Formoso

São Roque

SC Angrense

SC Vilanovense

CAMPEONATO ILHA TERCEIRA

6.ª JORNADA | 26.11.20177 Marítimos

-

Lajense

Barreiro

-

NSIT

Boavista

-

São Mateus

FUTSAL - II DIVISÃO SÉRIE AÇORES

5.ª JORNADA | 25.11.2017 Matraquilhos FC

-

SC Lusitânia

Minhocas

-

Norte Crescente

GD Fazendense

-

Casa da Ribeira

Achada FC

-

SC Barbarense

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

12.ª JORNADA | 03.12.2017 Torreense

-

Alcanenense

Caldas

-

SC Praiense

1º Dezembro

-

Vilafranquense

Lusitânia

-

Pêro Pinheiro

Mafra

-

Guadalupe

Fátima

-

Sintrense

Eléctrico

-

Coruchense

Sacavenense

-

Loures

NO CONCELHO

SÁBADOS

HOJE (24/11)

15:30 16:00 16:30 17:00 17:30 17:30 18:00 18:00 18:00 18:00 18:00 19:00 19:00 19:00 19:00 19:30 19:30

HOJE (24/11)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

ANIMAÇÃO DE RUA TUNA SONS DO MAR Local: Angra do Heroísmo Hora: 19H00 às 21H00

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

- Lajes - Fontinhas (1) - Casa da Ribeira - Cabo da Praia - Matriz Sta. Cruz - Vila Nova - Fontinhas (2) - São Brás - Porto Martins - Sta Luzia, BNS Fátima - Quatro Ribeiras - Lajes - Agualva - Santa Rita - Fonte do Bastardo - Biscoitos, IC Maria (3) - Biscoitos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese (2) Quando não há catequese (3) 1.º e 2.º sábados (4) 3.º e 4.º sábados

SEGUNDA (27/11)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (28/11)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUARTA (29/11)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

08:30 09:00 10:00 10:00 10:00 10:30 10:30 10:30 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:15 12:30 13:00 19:00 19:00 20:00

QUINTA (30/11) ANIMAÇÃO DE RUA TUNA TUSA Local: Angra do Heroísmo Hora: 21H00 às 23H00

GD Fontinhas Marítimo Gra.

Prainha FC

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA (04/12)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

TERÇA (05/12)

SÁBADO (02/12)

CONCERTO MARIA BETTENCOURT Local: Auditório Ramo Grande Hora: 21H30

ASSINE

Lajense

-

Boavista

São Mateus

-

Barreiro

NOTA: Esteja na nossa agenda desportiva, envie toda a informação para desporto@jornaldapraia.com •

QUINTA (07/12)

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

7.ª JORNADA | 03.12.2017 Marítimos

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

CAMPEONATO ILHA TERCEIRA

-

QUARTA (06/12)

BISCOITOS

SC Angrense

NSIT

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

CU Micaelense

São Roque

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (03/13)

FC Vale Formoso

SC Vilanovense

SEXTA (01/12)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

12.ª JORNADA | 03.12.2017 FC Flamengos

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SÁBADO (02/12)

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

CD Rabo Peixe

DOMINGO (26/11)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGOS

- São Brás - Vila Nova, ENS Ajuda - Lajes, Ermida Cabouco - Cabo da Praia (1) - Biscoitos, S Pedro - Agualva - Casa Ribeira (1) - Santa Rita - Lajes - São Brás - Cabo da Praia (2) - Porto Martins - Casa da Ribeira (2) - Biscoitos, IC Maria - Vila Nova - Fontinhas - Matriz Sta. Cruz (1) - Quatro Ribeiras - Sta Luzia - Fonte Bastardo - Matriz Sta. Cruz (2) - Lajes, ES Santiago - Lajes - Matriz Sta. Cruz (3) - Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação (2) Missas sem coroação (3) De outubro a junho (4) De julho a setembro

SÁBADO (25/11)

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

ASSINATURA ANUAL 15,00 EUR assinaturas@jornaldapraia.com

Nota Editorial Esteja na nossa “Agenda Cultural”, envie toda a informação para: noticias@jornaldapraia.com. •

Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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