Jornal da Praia | 0507 | 27.10.2017

Page 1

Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 507 | Ano: XXXV | 2017.10.27 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

www.jornaldapraia.com

TERÇA-FEIRA DAS LAJES

NEGAÇÃO DA TRADIÇÃO OU IRRELEVÂNCIA REGIONAL A “Tolerância de Ponto” por ocasião da terça-feira do Bodo de Leite das Festas das Lajes foi recusado pelo Governo Regional, por estar “fora do âmbito das situações previstas” para a sua adoção. Em janeiro deste ano foi submetida à ALRAA petição pública solicitando a concessão de tolerância de ponto na terça-feira das Festas de Nossa Senhora do Rosário na Vila das Lajes. Autarca eleito à Assembleia de Freguesia das Lajes e 1.º subscritor da petição, fala em “castigo” político. DESTAQUE | P. 7

ESSÊNCIA DOS AÇORES

GENUÍNOS SABORES COM

ALMA DE TRADIÇÃO No centro urbano da Praia da Vitória, inaugurada no passado mês de junho, a loja “Essência dos Açores” é o único estabelecimento da cidade, exclusivamente dedicado à comercialização de produtos regionais. Das nove ilhas dos Açores, uma cuidadosa seleção de produtos artesanais de alma açoriana, encontram-se à sua disposição. ECONOMIA & NEGÓCIOS | P. 7 PUB

SUTHERLAND

PEÇAS “RETRÔ”, ÚNICAS E

INDIVIDUALIZADAS Situada no coração da cidade, a SUTHERLAND é uma loja de roupa feminina, masculina e de acessórios de moda que completou na passada sexta-feira, 20 de outubro, três anos de existência. Inspirada no “retrô” – uma releitura de estilos de outras épocas – a loja apresenta um misto clássico, irreverente e inovador, passando pelo casual e prático, assento em peças únicas e individualizadas. ECONOMIA & NEGÓCIOS | P. 10


JP | CANTO DO TEREZINHA

2017.10.27

|2

MAU PRESSÁGIO Canto do Terezinha (CT) está intrigado com os sinais que os novos eleitos vão passando e deseja que estes não sejam um “mau presságio”. Não é que passadas mais de duas semanas após as autárquicas, nas belas e floridas rotundas da nossa cidade ainda perduram vestígios da campanha eleitoral há muito terminada?

E não é que, os que perderam foram mais eficazes e rápidos a retirar a propaganda do que aqueles que venceram? Certamente haverá uma justificação plausível para este relaxe, pois CT não acredita, que este seja o mote dos próximos quatro anos.

JORNAL DA PRAIA www.jornaldapraia.com

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914) Fundado em 26 de Março de 1982

REGISTO NO ICS: 108635 JORNAL DA PRAIA Fundado em 29 de Abríl de 1982

ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA Ilha Terceira - Açores - Portugal

DIRETOR: Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira

ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo Paulina Oliveira Cota Moniz

CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares editor@jornaldapraia.com

REDAÇÃO / EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória noticias@jornaldapraia.com desporto@jornaldapraia.com

JP - ONLINE: Francisco Soares | online@jornaldapraia.com

PAGINAÇÃO: Francisco Soares paginacao@jornaldapraia.com

DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho

ADMINISTRAÇÃO José Miguel Silva | administracao@jornaldapraia.com

SECRETARIA E PUBLICIDADE: Eulália Leal - publicidade@jornaldapraia.com

LOGÍSTICA:

Jorge Borba

ASSINATURAS | PAGAMENTO INTERNACIONAL

IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO

ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga Praia da Vitória Região Autónoma dos Açores

TIRAGEM POR EDIÇÃO: DEPÓSITO LEGAL:

1 500 Exemplares

DL N.º 403003/15

ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em http://www.jornaldapraia.com/ojornal/equipa.php NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória

NAME: Jornal da Praia / Grupo Amigos da Praia ACCOUNT #: 0018 0008 06397243020 79 IBAN #: PT50 0018 0008 06397243020 79 SWIFT OR BIC (Bank id. code #): TOTA PTPL BANK ADRESS: Largo Conde da Praia da Vitória, 16 9760-438 PRAIA DA VITÓRIA Terceira, Azores PHONE #: 295540950 E-MAIL: praiavitoria@santander.pt PUB


JP | NO CONCELHO

2017.10.27

|3

ERRATA:

COMISSÕES DAS FESTAS DA PRAIA

N

edição n.º 502 deste quinzenário, de 04 de agosto, publicávamos exatamente na página número 3 uma breve resenha histórica das “Festas da Praia”, cuja edição de 2017 iniciava-se precisamente nesse dia. Nesse trabalho de enquadramento histórico do surgimento das festividades e de registo das suas principais evoluções ao longo dos tempos, complementávamos o mesmo com a publicação de um quadro onde apresentávamos as diversas comissões organizadoras do evento, desde da edição de 1978, na altura “Sanjoaninas - Festas da Ilha Terceira” até à edição de 2017. Um estimado, assíduo e atento leitor do nosso periódico, alertou-nos – e muito bem – para o facto de o quadro então publicado apresentar algumas incorreções, essencialmente nos nomes dos presidentes das diversas comissões das festas enquanto “Sanjoaninas – Festas da Ilha Terceira”.

nibilizada e documentalmente fundamentada, e tendo em conta, por um lado a relevância do assunto, sobretudo para memória futura e, por outro, o rigor informativo que desde há 35 anos nos caracteriza, entendemos editorialmente dar o devido destaque à presente “errata” republicando abaixo o referido quadro.

COMISSÕES SANJOANINAS 1978 – Albino Ribeiro; Tauroma-

quia: Almerindo Costa 1981 – Euclides Quadros; Tauromaquia: Albino Ribeiro 1983 – Almerindo Costa; Tauromaquia: TTP 1985 – José Duarte Costa; Tauromaquia: TTP 1987 – Hélder Vitorino; Tauromaquia: TTP

FESTAS DA PRAIA 1991 – Francisco Nunes; Tauro-

Graças à informação por ele dispo-

maquia: TTP

1993 1995 1997 1999

– Manuel Ortiz – José Almerindo Costa – Albino Ribeiro – Vasco Cunha; Gastronomia: Carlos Parreira 2000 – Carlos Parreira; Gastronomia: Carlos Parreira 2001 – José Almerindo Costa; Gastronomia: Carlos Parreira 2002 – Carlos Armando Ormonde da Costa; Gastronomia: Carlos Parreira 2003 – Armando Santos; Gastronomia: Carlos Parreira 2004 – José Carlos Ortiz; Gastronomia: Carlos Parreira 2005 – Diana Valadão; Gastronomia: Carlos Parreira 2006 – Paulo Rocha; Gastronomia: José Almerindo Costa 2007 – Francisco Simões; Gastronomia: José Almerindo Costa; Tauromaquia: GFARG 2008 – José Elvino; Gastronomia: Carlos Armando O. Costa 2009 – Berto Messias; Gastronomia: Carlos Armando O. Costa 2010 – Verónica Bettencourt; Gastronomia: Lourival Cunha 2011 – Valter Peres; Gastronomia: Lourival Cunha PUB

NA PRAIA DA VITÓRIA

SEDE REGIONAL DA ASAPOL

A

ASAPOL (Associação Sindical Autónoma da Polícia), inaugurou no passado dia 22 de setembro, na Praia da Vitória, a sede da Direção Regional dos Açores. Situada na rua Cidade de Artesia, ao lado da sede deste periódico, a cerimónia de inauguração contou com a presença de dirigentes regionais

e do presidente da edilidade praiense, Roberto Monteiro, que cedeu as instalções.

O novo espaço destina-se a prestar um apoio próximo e permanente a todos os associados e sensibilizá-los para as reivindicações da associação, nomeadamente, no que diz respeito à atribuição de um subsídio de insularidade a

PUB

ANUNCIE NO JORNAL DA PRAIA

todos os profissionais da PSP a prestar serviço nos Açores, de valor igual para todos, independentemente do posto de graduação. Ao JP a Direção da ASAPOL mostrou-se disponível para colaborar e apoiar em eventos de cariz social de âmbito local. JP•

2012 – Andreia Meneses; Gastro-

nomia: FEPPV 2013 – CPC; C. Geral: Amélia Silva; A. Musical: Bruno Nogueira; Gastronomia: FEPPV; Tauromaquia: GFARG 2014 – CPC; C. Geral: Raquel Borges; A. Musical: João Pinheiro; Gastronomia: FEPPV; Tauromaquia: GFARG 2015 – CPC; C. Geral: Nivalda Bettencourt; A. Musical: Filipe Sousa; Gastronomia: FEPPV; Tauromaquia: GFRG 2016 – CPC; C. Geral: José Avelino Borges; Música: Luís Gil Bettencourt; Gastronomia: FEPPV; Tauromaquia: GFARG 2017 – CPC; C. Geral: Ana Eduarda Rosa; A. Musical: Luís Leal; Gastronomia: FEPPV; Tauromaquia: GFARG

TTT: Tertúlia Tauromáquica Peaiense; CPC: Cooperativa Praia Cultural; FEPPV: Fundação Ensino Profissional Praia da Vitória; GFARG: Grupo Forcados Amadores do Ramo Grande.

JP•


JP | EFEMÉRIDE

2017.10.27

|4

VASCO DA GAMA – AS VIAGENS À ÍNDIA HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

As viagens de Vasco da Gama à Índia abriram um novo ciclo na História Mundial. Uma “pequena” aventura de apenas 4 caravelas, deu origem a uma nova estrutura da economia-mundo e abriu portas a Portugal.

H

á exatos 520 anos, a 4 de novembro de 1497, a armada de Vasco da Gama chegava ao litoral africano. Entre 1497 e 1524, Vasco da Gama foi o homem da “Índia”. Também foi lá que morreu, como vice-rei, procurando impor a ordem e a soberania portuguesa na região de Cochim.

recebidos pelo sultão que lhes forneceu um piloto árabe, que lhes ajudou a chegar a Calecut, na Índia. Luís Vaz de Camões cantou, na sua obra Os Lusíadas a presença de Gama junto do “Rei de Melinde”. Só a 20 de maio de 1498, Vasco da Gama chegou à Índia, estabelecendo a Rota do Cabo e abrindo o caminho marítimo dos Europeus para o Oriente. Iniciava-se

saparecimento de duas caravelas, a expedição de Gama chegava a Portugal. A 10 de julho de 1499, 2 anos depois de terem partido, a caravela Bérrio chegava a Lisboa. Vasco da Gama, depois de passar pela Terceira, onde sepultou o irmão Paulo da Gama, chegou a Lisboa. Estávamos em setembro de 1499. Apenas 55 dos 170 homens chegaram vivos.

A 8 de julho de 1497, a armada de Vasco da Gama partia de Belém, Lisboa, com destino à Índia. D. Manuel I queria abrir o comércio marítimo com o subcontinente indiano. Da armada faziam parte 4 caravelas, a São Gabriel (uma carraca de transporte com 27 metros de comprimento e 178 toneladas), comandada diretamente por Vasco da Gama, a São Rafael por Paulo da Gama, a Bérrio e a São Miguel e contava, ainda, com cerca de 170 homens. A caravela de Bartolomeu Dias, o primeiro a navegar longe da costa no Atlântico Sul, acompanhou a expedição até à Mina, no Golfo da Guiné. A expedição seguiu depois sozinha. A 4 de novembro de 1497, a armada chegou ao litoral africano, tendo então atravessado mais de 6 000 km de mar aberto, a viagem mais longa até então realizada em alto mar. Quando a 16 de dezembro, Vasco da Gama ultrapassou o chamado “rio do Infante”, a armada portuguesa estava em territórios “nunca dantes navegados”. Era um ponto de viragem para a náutica e para a História de Portugal. Na costa de Moçambique, encontraram os primeiros mercadores indianos, com quem comerciaram, mas tiveram pequenos problemas com o sultão, o que os obrigou a sair rapidamente de Moçambique. Em fevereiro de 1498, a armada comandada por Vasco da Gama desembarcou em Melinde, sendo bem PUB

te de 500 moedas do régulo de Quíloa, D. Manuel I mandou construir para o Mosteiro dos Jerónimos, a Custódia de Belém (peça única da ourivesaria portuguesa, que se encontra actualmente no Museu Nacional de Arte Portuguesa, em Lisboa). Vasco da Gama, após várias batalhas, conseguiu fundar a primeira colónia portuguesa de Cochim, na Índia. As relações entre ambos os povos estavam cimentadas. Regressou a Portugal em setembro de 1503. No reinado de D. João III, em 1524, Vasco da Gama foi enviado uma terceira e última vez à Índia, desta vez como vice-rei. O objectivo era controlar as escaramuças e impor a ordem. Vasco da Gama conhecia bem o lugar e o povo e era uma garantia para a Coroa portuguesa. Contudo, Gama morreu, pouco tempo depois, em Cochim, nas vésperas do Natal de 1524. As viagens de Vasco da Gama à Índia abriram um novo ciclo na História Mundial. Uma “pequena” aventura de apenas 4 caravelas, deu origem a uma nova estrutura da economia-mundo e abriu portas a Portugal.

a globalização, o comércio internacional ganhava forma. O ano de 1498 marcou uma viragem de capítulo da História Mundial e os portugueses deram um “empurrãozinho”, forte e determinado. Após um período de contactos e trocas comerciais, Vasco da Gama iniciou a sua viagem de regresso a Portugal. A 29 de agosto de 1498, a armada portuguesa partia da Índia. Com problemas devido aos ventos, a morte de vários tripulantes e o de-

A 12 de fevereiro de 1502, Vasco da Gama zarpava de Lisboa, comandando uma segunda armada à Índia, desta vez com cerca de 20 navios de guerra. Era preciso fazer cumprir os interesses portugueses no Oriente, pois havia histórias de destruição da feitoria portuguesa construída em território indiano. Nesta viagem, Vasco da Gama tomou e exigiu um tributo à ilha de Quíloa (África Oriental), que tinha combatido contra os portugueses, tornando-a tributária de Portugal. Com o ouro provenien-

Hoje em dia precisamos de aventureiros corajosos e com objetivos, que queiram abrir novos caminhos e que saibam como fazê-lo. A Terceira precisa do empenho e entrega dos seus políticos e também da sua população. Precisamos unir forças para fazer crescer a economia e a vida da Ilha. A Terceira precisa de todos nós. A 10 de junho de 2016, no Pátio da Alfândega, em Angra do Heroísmo, era inaugurada uma estátua de Vasco da Gama, relembrando a sua passagem pela Terceira. Foto: José Maria Botelho •


JP | EVENTO

2017.10.27

|5

46.º CONGRESSO MUNDIAL DAS ACADEMIAS DO BACALHAU

ACADEMIAS COM FINS FILANTRÓPICOS E SOLIDÁRIOS As Academias do Bacalhau são tertúlias de amigos genuínamente portugueses, que se congregam para fortelecer laços de amizade e desempenhar funções filantrópicas e solidárias, fortalecendo a portugalidade através da valorização da história e cultura portuguesa.

D

ecorreu na ilha Terceira, de 12 a 15 de outubro, o 46.º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, reunindo compadres e comadres de 33 das 58 academias espalhadas por todo o mundo, num total de cerca de meio milhar de congressistas. As Academias do Bacalhau são tertúlias de amigos, genuinamente portugueses, os quais, independentemente da sua posição social e nível cultural, se congregam sem finalidades políticas, religiosas, desportivas, comerciais ou lucrativas, para fomentar, encorajar e desenvolver laços de amizade, cooperação, confraternização, entre outros, defendendo o bom nome e prestígio de Portugal e dos portugueses onde quer que estejam, bem como os valores históricos e culturais e, fundamentalmente, concretizar ações de solidariedade e de assistência moral e material a favor de pessoas carenciadas e instituições de beneficência. O nome adotado deve-se ao facto de que, para os portugueses, o bacalhau foi, é e será tradicionalmente designado de “fiel amigo”, ao estar sempre presente, tanto na mesa do pobre, como na mesa do rico, em diversas ocasiões, principalmente nas festivas. Assim, considerou-se apropriado designar as Academias com o nome do “Bacalhau”, uma vez que o que se pretende é congregar um grupo de “fiéis amigos”. A primeira academia do bacalhau surgiu há 49 anos, por emigrantes portugueses, em Joanesburgo, na África do Sul. A ideia nasceu num jantar oferecido ao jornalista Manuel Dias, de “O Primeiro de Janeiro”, que em março de 1968 visitou a África do Sul e incentivou os presentes a unirem-se para em conjunto prestarem apoio às comunidades de imigrantes portugueses. Depois de várias reuniões preparatórias, a 10 de junho desse mesmo ano, comemorou-se pela primeira vez em Joanesburgo o “Dia de Portugal”, com um grande jantar que assinalou ainda a instituição oficial da Academia do Bacalhau de Joanesburgo, hoje, a “academia mãe” das restantes 57 espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Assumido pela organização como um evento com “efeito catalisador na promoção e divulgação turística da Região”, o 46.º Congresso Mundial das Academias de Bacalhau,

REUNIÃO de trabalho na Casa das Tias de Vitórino Nemésio, Praia da Vitória, com os presidentes das Academias do Bacalhau presentes no congresso. para além de ações filantrópicas e de solidariedade, reuniu um conjunto de iniciativas destinadas a promover o que melhor se faz na ilha Terceira, em particular, e nos Açores, em geral.

ATIVIDADES No primeiro dia do conclave, 12 de outubro, quinta-feira, decorreu na Quinta da Nasce Água, uma cerimónia de boas vindas em que entre outras iguarias, confecionadas pelos alunos da Escola Profissional da Praia da Vitória, os queijos açorianos estiveram em destaque. Mas tarde, ainda na Quinta da Nasce Água, os congressistas puderam ouvir os terceirenses Susana Coelho e João Pedro Soares e no Teatro Angrense a orquestra AngraJazz. Antes, representantes da Academia do Bacalhau de Paris visitaram a Irmandade Nossa Senhora do Livramento, em Angra do Heroísmo, onde fizeram vários donativos àquela instituição de apoio a crianças e jovens, no âmbito do projeto “Roupas Sem Fronteiras”. No segundo dia, sexta-feira, 13, para além de passeios e visitas aos principais pontos turísticos da ilha, os congressistas foram brindados com alcatras de peixe num almoço servido na tenda junto à Marina da Praia da Vitória, abrilhantado com os inconfundíveis sons do grupo local “Myrica Faya” com reportório do cancioneiro regional. Na Casa das Tias de Vitorino Nemésio, ainda na capital do Ramo Grande, os presidentes das diversas academias presentes no congresso reuniram-se em encontro de trabalho. Ao final da tarde, decorreu no interior do Algar do Carvão um concerto pelo grupo “Alla Lanova” e à noite, já em Angra do Heroísmo, mais precisamente na

Quinta do Galo, os participantes tiveram oportunidade de saborear as saborosa “sopas do Divíno Espírito Santo”, num banquete de uma verdadeira “Função”, animada pelos improvisadores terceirenses Mota e José Eliseu. O sábado, 14, ficou marcado pela cerimónia de abertura oficial do 46.º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, pelas 9:30, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo. O almoço, servido no Clube Musical Angrense, voltou a ser dedicado aos bons sabores do mar açoriano, com destaque para o polvo, saboreado ao som do grupo “Diáspora”. A sessão de encerramento do congresso, ocorreu com um jantar de gala, no Clube de Golfe da Ilha Terceira, onde foram leiloadas duas camisolas oficiais (Benfica e Sporting), autografadas por todos os jogadores dos respetivos plantéis seniores da presente época desportiva, sendo o valor arrecadado entregue a uma comissão de filantropia emanada de cada uma das direções das diversas academias. Por fim, no domingo, 15, os Congressistas rumaram ao início tarde até ao último arraial da época de touradas de corda da Terceira, na Vila do Porto Judeu, onde a Academia do Bacalhau da Ilha Terceira evidenciou aos visitantes, na Casa do Povo local, uma mesa típica do “Quinto Toiro”. A animação musical esteve a cargo da Banda Filarmónica Rainha Santa Isabel das Doze Ribeiras. Antes da vivência típica de uma tourada à corda terceirense, os compadres e comadres, assistiram no Tentadero do Serviço Florestal à apresentação do Pónei da ilha Terceira.

ORGANIZAÇÃO

O 46.º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, foi organizado pela Academia do Bacalhau da Ilha Terceira (ABIT), com a colaboração e a envolvência das Câmaras Municipais de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, assim como de outras entidades públicas e privadas. Para o congresso a ABIT mandou fazer 500 “pombas” em alfenim e 500 taladeiras (recipiente típico para beber vinho, em barro, confecionado pela Olaria de São Bento), destinados a presentear os congressistas. A organização do 46.º Congresso por parte da ABIT foi decidida em 2016 no 45.º Congresso Mundial realizado em Estremoz, depois de candidatura apresentando pelo presidente da direção, Francisco Aquilino Pereira, face à ausência de candidaturas das academias do continente americano, onde, decorrente das práticas seguidas pelas academias se deveria realizar o próximo conclave. A ousadia e coragem de Francisco Aquilino Pereira, foi largamente compensada pela aprovação por esmagadora maioria e sem votos contra.

ABIT A academia terceirense foi fundada a 22 de abril de 2003 e ao longo dos seus 14 anos de existência tem vindo a prestar inúmeras ajudas quer a instituições como a particulares, cujos valores totais ultrapassam largamente as dezenas de milhares de euros. Um dos momentos mais relevantes da academia, ocorreu em 2013 aquando das enxurradas nas freguesias da Agualva e Porto Judeu, onde no terreno, prestou apoio alimentar e logístico. JP•


JP | SAÚDE

2017.10.27

|6

o Cantinho do Psicólogo 173

Aliviar o stress

D

ia de comemorações, partilha de um bom prato, troca de emoções, música, enfim, situações que se podem aproveitar para Aurélio Pamplona aliviar o stress. En(a.pamplona@sapo.pt) tretanto, embora a tomada de medidas de participação nestas, e em situações semelhantes possam ajudar a combater o stress que nos afecta, revelam-se habitualmente insuficientes quando aquele aumenta ou se torna mais profundo. Aliás o stress, que pode invadir A, B, ou C., dificilmente é compreendido da mesma maneira por todos. E por isso até nos órgãos da comunicação social chegam a circular ideias a pôr em causa certas orientações da sociedade ou de alguns dos seus defensores, respeitante ao nosso tema. Seja exemplo a comparação das respostas produzidas por alguém, em jeito de crítica a possíveis intenções ou acções governamentais ocorridas ao longo do tempo, às seguintes questões, como verdades hipotéticas, e possíveis consequências, e que se enunciam sucessivamente: (1) vais ter relações sexuais? - O governo dá-te preservativos; (2) já tiveste? - Idem, a pílula do dia seguinte; (3) engravidaste? - Idem, o aborto; (4) tiveste filhos? - Idem, o abono de família; (5) estás desempregado? - Idem, o subsídio de desemprego; (6) és drogado? - Idem, seringas; (7) não gostas de trabalhar? - Idem, o rendimento mínimo; (8) foste preso e agora puseram-te cá fora? - Idem, o subsídio de reinserção social. Agora

experimenta estudar, trabalhar, produzir, andar na linha e verás o que acontece!

centrar em muitas áreas, com linguagens e crenças diferentes, o que nos vai aumentar a confusão.

Neste último caso, dizem, que ninguém lhe dá nada, ninguém lhe dá nada… E acrescentam que se pode ficar cansado, stressado, aborrecido, triste, irritado, doente, ansioso, depressivo, a não ser que se goste de si, se faça algo por si, se procure aju-

Mas o ideal é não fazer isto, mas sim no momento da dificuldade centralizar em algo que a nossa fé determine (Valzacchi, 2008), A verdadeira força está em nós próprios em ser o condutor da própria mente, levando-a para um ideal forte, coe-

Por isso infunda acção na sua vida. Não espere que isso surja por si, mas faça acontecer. Estabeleça o próprio futuro. Confeccione a sua esperança. Componha o seu amor. Seja qual for a sua opinião, honre o seu criador, não esperando passivamente que a graça desça do alto, mas pelo contrário, fazendo o que puder para a graça submergir, nós mesmo, agora mesmo, aqui na Terra (Whitford, 2017). Lembre-se que quando se age está-se a jogar uma versão de si mesmo, é isso que nos constrói. Ajuda também seguir os preceitos de Descartes, de acordo com a versão resumida apresentada por Cides (2008), que se indica: (a) nunca aceitar como exacto alguma coisa que não seja evidente, ou que não tenha sido aprovada; (b) dividir cada problema em tantas partes quanto possível e necessário para resolvê-lo, (c) pôr em ordem os pensamentos, começando pelos mais simples e mais fáceis de ser atendidos, para atingir, paulatinamente, os mais complexos; e (d) fazer em cada caso revisões gerais, para ter a certeza de que nada foi esquecido.

da, se enfrente os problemas, e não se deixe ir… Mas há mais exemplos de coisas que se podem fazer por nós próprios. Vamos a elas, através do seu enunciado e de alguns exemplos. A Primeira consiste em transformar o estar em baixo no estar em cima. E como se consegue isso? Habitualmente, quando estamos com problemas agarramo-nos a qualquer coisa, a todos os galhos à nossa frente, no sentido de não nos afogarmos. Mas isto pode causar confusão, na medida em que acabamos por nos con-

PUB

CENTRO COMERCIAL DA PRAIA Rua de Jesus

Segunda a Sábado das 7h às 21h

rente e apaixonante, um ideal de vida onde cada conquista é um troféu que vale a pena partilhar. Não deixe que o lado sombra vença a sua batalha interior. Reverta a situação com positivismo, fé, espiritualidade, com todas as coisas que possam elevar o seu lado emocional, a sua auto-estima, consciência, paz interior, e acrescentar-se-ia, com todo o seu ser. A força da vida está em nós. Não podemos esquecer que nada há de mais importante do que nós mesmo.

Referências: Valzacchi, P. (2008). Mude seus pensamentos e transforme a sua vida. S. Paulo: Universo de Livros. Whitford, B. (2017). Day, waiting, thought. Salvado em 15 Abr. de Fonte: Estado zen. Tema: Bradley Whitford Quotes: Website:www.brainyquote.com/quotes/authors/b/bradley_whitford.html. Cides, C. J. (2008): Como transformar sua ideia em dinheiro: Aprenda a planejar e tenha sucesso com a sua própria empresa. S. Paulo: Digerati Books. Foto: Autor Desconhecido•


JP | ECONOMIA & NEGÓCIOS

2017.10.27

|7

LOJA “ESSÊNCIAS DOS AÇORES”

GENUÍNOS SABORES COM ALMA DE TRADIÇÃO Das nove ilhas dos Açores, uma cuidadosa seleção de produtos artesanais, convida-nos a conhecer os genuínos sabores e aromas da alma açoriana, criados por simples e autênticos produtores destes torrões de lava.

E

m pleno centro urbano da Praia da Vitória, na rua Conselheiro Nicolau Anastácio, a escassos metros da rua de Jesus, a pequena loja de retalho “Essência dos Açores” convida-nos a conhecer a verdadeira alma da tradição açoriana, com uma cuidadosa seleção de produtos artesanais das noves ilhas dos Açores. Do mel, aos chás, do atum aos enchidos, dos aperitivos às cervejas, vinhos, licores e aguardentes, muitos são os sabores, os aromas, e até, peças decorativas e ornamentais à nossa escolha, produzidas com a qualidade e genuinidade de simples e autênticos produtores destas 9 ilhas de bruma. Inaugurada em junho do presente ano, a loja “Essência dos Açores”, resulta do espírito atento de duas jovens irmãs, Catarina e Anaísa Estrela, que constatando a inexistência na Praia da Vitória, de um estabelecimento exclusivamente dedicado à comercialização de produtos de origem açoriana, abraçaram o desafio de dar uma resposta a esta necessidade, lançando um projeto ousado e profundamente identificado com o seu sentir açoriano, não só com vista a aproveitar os fluxos de turistas dos últimos tempos, mas também, proceder à promoção dos produtos de origem regional junto dos consumidores locais. “A ideia surgiu-nos porque verificámos que na Praia da Vitória, não havia um único estabelecimento que venda apenas produtos dos Açores, e, achamos que isto seria uma mais-valia para a cidade, não só como resposta ao fluxo turístico mas também como promoPUB

CATARINA E ANAÍSA ESTRELA lançaram a loja “Essência dos Açores” para dotar a Praia da Vitória de um estabelecimento exclusivo de produtos açorianos. ção dos nossos produtos junto das nossas populações”, disseram ao JP, exemplificando, “muitas vezes, o que acontece é que as pessoas desconhecem os nossos produtos, e assim não os valorizam, e o facto de estarmos aqui no centro da cidade, é uma forma de os promover e desta forma potenciar o seu consumo com efetivos ganhos para toda a nossa economia”. Completamente atarefadas com todo os preparativos de montagem do negócio, que envolveram desde das questões administrativos, às logísticos e legais, a denominação, mereceu por pate das duas empresárias um especial e atento cuidado. As irmãs Estrela, pretendiam um nome que sendo simples, de fácil leitura e facilmente compreensível em inglês, espelha-se de forma absolutamente clara a verdadeira génese do negócio – alma de tradição açoriana – es-

colhendo para tal um palavra forte e expressiva da dimensão autenticamente insular do mesmo. “Essência dos Açores” é assim, a síntese de uma proposta comercial de produtos açorianos, produzidos por açorianos e com raízes açorianas. O contato direto com os produtores foi também uma das apostas das jovens empresárias, permitindo por um lado, proporcionar mercado aos pequenos mas qualitativos pequenos produtores açorianos, como também, apresentar produtos diferenciadores e exclusivos. Nesse sentido, é exemplo, o Café da Fajã dos Vimes da ilha de São Jorge – única plantação de café de toda a Europa – que até agora só era possível encontrar no Café Nunes daquela ilha, e hoje, pode ser encontrado na loja “Essência dos Açores” na Praia da Vitória. “Fomos diretamente a produtores muito pequenos, porque

achamos que é nos produtores pequenos que estão os produtos de maior qualidade e dessa forma faze-mos chegar às pessoas produtos de que outra forma não teriam acesso”, disseram. Com o aproximar da época natalícia e a pensar numa resposta diferenciada e marcadamente açoriana, as empresárias preparam uma Campanha de Natal com a disponibilização de cabazes de diversas dimensões, padrões qualitativos e acessíveis às mais variadas bolsas. Para além dos cabazes pré-definidos e imediatamente disponíveis, os clientes poderão ainda personalizar totalmente o conteúdo do seu cabaz de acordo com as suas preferências pessoais ou no caso de oferta, com os produtos que mais agradam os seus destinatários. JP/Fotos: Rui Sousa•


JP | DESTAQUE

2017.10.27

|8

TERÇA-FEIRA DAS FESTAS DAS LAJES: NEGAÇÃ

E

m janeiro do presente ano, foi submetida à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), uma petição pública, solicitando ao Governo dos Açores, a concessão de tolerância de ponto aos trabalhadores e agentes da administração pública regional da ilha Terceira, por ocasião da Terça-feira do Bodo de Leite, no âmbito das festas anuais da Vila das Lajes em louvor de Nossa Senhora do Rosário. A petição subscrita por 605 peticionários, apresentava como primeiro subscritor Clélio Meneses, presidente da Assembleia de Freguesia da Vila das Lajes, e nas últimas autárquicas, candidato do PPD/PSD à presidente da Assembleia Municipal da Praia da Vitória. Embora apresentada em nome individual, a petição foi apoiada institucionalmente pela Assembleia e Junta de Freguesia da Vila das Lajes, Câmara Municipal da Praia da Vitoria, Associação Cultural Lajense bem como por diversas coletividades da freguesia. Em reunião da Comissão de Política Geral da ALRAA, realizada em 21 de fevereiro de 2017, foi aprovada, por unanimidade, a sua admissibilidade, tendo sido agendado para o dia 30 de março, uma audição a decorrer na vila das Lajes onde seriam ouvidos presencialmente o primeiro subscritor, o membro do Governo competente em razão da matéria, a Câmara Municipal da Praia da Vitoria, a Junta de Freguesia da Vila das Lajes e a Associação Cultural Lajense. Do relatório da referida comissão divulgado em abril e aprovado por unanimidade, pode ler-se: “De modo genérico, os Deputados revelaram-se sensíveis às pretensões dos peticionários, reconhecendo que existem aspetos sociais e culturais que tornam as festas de Nossa Senhora do Rosário da Vila das Lajes genuíPUB

nas, expressão de uma envolvência bastante substancial, especialmente na terça-feira, tendo características singulares e valorizadoras da população da Vila das Lajes”.

sultados, já que o despacho da mesma, terá obrigatoriamente que ser publicada em jornal oficial e neste sentido já não havia espaço temporal para garantir tal formalismo.

A 02 de outubro, após insistência da Junta de Freguesia da Vila das Lajes na obtenção de uma reposta a novo pedido de concessão de tolerância de ponto formalizado à presidência do governo a 18 de setembro, cai ao final da tarde um fax na sede da junta onde se lê: “Relativamente ao assunto em epígrafe, encarrega-me Sua Excelência o Presidente do Governo Regional dos Açores de transmitir a V. Ex.ª que o pedido formulado está fora do âmbito das situações prevista para a adoção da figura de ‘tolerância de ponto’ para os trabalhadores da Administração Pública”, assinava a comunicação, a chefe de gabinete, Luisa Schanderl.

A terça-feira das Lajes tem dividido as opiniões das pessoas, não só no concelho praiense como também na ilha inteira e as razões são fáceis de entender, sejamos entendidos ou não, no que diz respeito à cultura popular terceirense. Porque dar tolerância de ponto aos funcionários públicos em função das festividades de uma freguesia pode abrir um precedente e fazer jurisprudência. Porque talvez exista algum receio de que cada freguesia estará em pleno direito de reclamar o mesmo para as suas próprias festas. Há muitos “se nãos” e “porquês”. E com alguma legitimidade. Ou não?

Na sequência desta recusa, em declarações ao jornalista Vasco Pernes, da RTP-Açores, transmitidas a 03 de outubro, Clélio Meneses, afirmou, “depois de ter feito aqui algo que nos parece desrespeitador da vontade das pessoas, que foi não responder a este pedido. Não respondeu aos ofícios que foram feitos pela junta de freguesia, da assembleia de freguesia e da comissão das festas. A resposta foi a todos, o silêncio”. Acrescentando, “segunda-feira, depois das eleições, há um partido que ganha. Não é o partido do governo, e o castigo, democraticamente, isto é, à maneira democrática que eles entendem, foi dizer não há tolerância de ponto para as Lajes”. Em boa verdade, a conceção de tolerância de ponto ao não ser concedida antes de 01 de outubro, estava materialmente impossibilidade de ser concedida depois do ato eleitoral, independentemente dos seus re-

Antes de respondermos a uma pergunta tão complexa, é preciso sabermos a razão que leva os lajenses a arrogaram-se no direito das suas festas beneficiarem de uma tolerância de ponto e o que têm de especial e de diferente as festas das Lajes em relação a todas as outras festas da ilha para merecerem um tratamento especial por parte do Governo Regional. Para isso, precisamos de conhecer as origens profundas e a história das festas das Lajes. Vamos viajar um pouco no tempo... Apesar do santo padroeiro da freguesia ser São Miguel Arcanjo, as principais festas realizam-se na primeira semana de outubro em honra de Nossa Senhora do Rosário – precisamente a 7 de outubro, sendo a santa associada ao culto pelo Rosário na sequência de uma vitória alcançada pelos cristãos contra os Turcos em 1572. Aliás, confunde-se aqui com o culto pelo santo padroeiro da freguesia, comemorado – por mero

acaso, dia 29 de setembro. Como para outras festas de cariz popular celebradas tanto no arquipélago como no continente, as origens, profanas e sacras perdem-se na noite dos tempos. E não podemos no entanto confirmar ou infirmar as raízes das celebrações com toda a certeza. Todavia, podemos escrever sem dúvida alguma que as festas das Lajes começaram a ter brilho e importância relevantes no início do século XX por iniciativa do padre e professor Henrique Sousa Ávila, um homem culto e erudito. Entretanto, o programa cultural - que incluía saraus poético-literários, estabelecido pelo pároco da freguesia foi perdendo a sua importância, mas a procissão – na época o ponte-chave dos festejos, mantem-se ainda agora com toda a pompa e circunstância de outrora, apesar do Bodo de Leite, realizado na dita terça-feira das Lajes, lhe ter roubado algum protagonismo. Em 1966, o DI já sublinhava a importância e o lustro das festas das Lajes, destacando-as de quaisquer outras da ilha Terceira. Sinónimo desta mesma importância é a deliberação da Assembleia Municipal da Praia da Vitória, que após escrutínio popular, institui em junho de 1975 como feriado anual concelhio a terça-feira das Lajes, feriado que perdurou por vários anos enquanto a Praia da Vitória foi vila. Ainda hoje, apesar de alterado o feriado municipal, primeiro para o dia 20 de junho e depois para 11 de agosto, anualmente e no uso das suas competências legais, o executivo camarário concede tolerância de ponto aos seus funcionários e agentes na terça-feira das Lajes, num reconhecimento claro do impacto daquele dia junto das populações. Historia e origens postas à parte, as festas das Lajes têm uma impor-


JP | DESTAQUE

2017.10.27

|9

ÃO DA TRADIÇÃO OU IRRELEVÂNCIA REGIONAL tância sócio-cultural de relevo para os seus habitantes. Mas os habitantes de todas as freguesias julgam as suas próprias festas da mesma forma. Então, o que terão as festas das Lajes de tão importante e diferente para que os funcionários da administração regional sediados na ilha gozem de um pequeno privilégio “extra” uma vez por ano? Não podemos deixar de destacar a importância da vila ao nível não só local, como também nacional e internacional, seja aquando da povoação da Terceira – as terras férteis da freguesia forneceram durante muitos tempos toda a ilha, chegando esta a ser conhecida como “o celeiro da ilha”, como, mais recentemente, com a implementação da base americana. Durante os festejos, como mencionado mais acima, o Bodo de Leite - organizado na terça-feira, continua na atualidade a ser o ponto fulcral destes. Um dia muito especial, pois além da habitual componente sócio-etnográfica que todos os ilhéus incutem nas suas celebrações, também conta com carros alegóricos fabricados com o mais alto apreço, o que se traduz por benefícios para toda a vila, concelho e ilha, funcionando como uma espécie de chamariz para os talentos dos artesãos. Resumindo: as festas das Lajes são apreciadas por todas as gerações da vila e não só, pois chegam a vir emigrantes e descendentes destes à ilha propositadamente nessa altura do ano. Além do mais, as festas das Lajes encerram o ciclo das festas de verão e por essa mesma razão, simbolizam muito para o povo de toda a Terceira que se costuma deslocar ao local em multidões para celebrar o que a cultura da ilha tem ao mais alto nível: o convívio, o espírito de partilha, a celebração do bem viver e o respeito das tradições. PUB

A organização das festas requer não menos de 400 participantes beneméritos, número que não inclui o cortejo etnográfico do Bodo de Leite composto por cerca de 300 pessoas. O financiamento decorre ao longo de todo o ano através de peditórios e de angariação de fundos resultantes das mais diversas atividades, o financiamento público representa a mais pequena fatia do bolo. É de sublinhar que as festas das Lajes ocorrem precisamente quando começa o ano letivo, o que não facilita a transmissão das tradições para as gerações futuras. Por isso é tão importante para os lajenses obter a tal tolerância de ponto que permitiria aos mais jovens uma participação facilitada e mais ativa nos festejos sem necessidades de atestados da junta para justificação de faltas. Recentemente, as nossas ilhas têm recebido turistas do mundo inteiro graças aos voos “low cost”. Somos nove illhas, todas elas protegidas e devotas do Divino Espírito Santo. Mas sabemos que a Terceira é singular no que diz respeito ao espírito festivo, e que mistura da melhor maneira o profano e o sagrado. Vivemos numa ilha singular, onde cada freguesia merece todo o respeito relativamente às suas tradições e aos seus viveres. Cada freguesia é singular também. O que terá a Vila das Lajes que as outras não têm? Basta ver o aglomerado de gente que não perderia por nada deste mundo a terça-feira do Bodo de Leite. Vindos de todos os cantos da ilha, mas também de todos os cantos do arquipélago, da América, do Canadá e não só. A tolerância de ponto para a terça-feira das Lajes é acima de tudo o reconhecimento dos açorianos através do seu Governo democraticamente

BODO DE LEITE leva à vila das Lajes um “mar” de gente oriunda das mais diversas localidades eleito, de uma grande tradição popular que nos une e engradece. Ofuscar esta realidade, com preconceitos economicistas, sectarismo entre o público e o privado ou guerrilhas político-partidárias é prestar um mau serviço ao povo porque ignora a sua alma. Mas olhemos mais longe. Economicamente as festas geram riqueza, pela multiplicidade de atividade que envolvem, que vão dos simples vendedores ambulantes aos materiais utilizados nas vestes e montagem dos diversos cargos alegóricos, além do cartaz turístico que representa para o concelho, ilha e região. Considerar a tolerância de ponto da terça-feira das Lajes, como um benefício ilegítimo do funcionalismo público em relação aos trabalhadores do setor privado é passar ao lado da verdadeira dimensão da questão que se traduz no reconhecimento de uma

tradição e por conseguinte na sua valorização e não em disputas de classes de âmbito político e sindical. Usar a terça-feira das Lajes como arma de arremesso político é a pior forma de alcançar tal almejado reconhecimento, porque provocando divisões enfraquece a força de uma ambição que entendemos ser de todos. Festas especiais como as da Serreta, São Carlos ou das Lajes, unem os terceirenses e todos sabemos que a união é a maior de todas as forças. Que todos se unem e em conjunto trabalham para que esta legítima pretensão, dos lajenses em particular e dos praienses e terceirenses em geral, possa ser reconhecida e não continue, como parece ser, umas das consequências da falta de relevância da Praia da Vitória no contexto regional. JP/Foto: Rui Nogueira•


JP | ECONOMIA & NEGÓCIOS

2017.10.27

| 10

SUTHERLAND: ESTILO “RETRÔ” COM

PEÇAS ÚNICAS E INDIVIDUALIZADAS Situada no coração da cidade, a SUTHERLAND é uma loja de roupa feminina, masculina e de acessórios de moda que completou na passada sexta-feira, 20 de outubro, três anos de existência. Inspirada no “retrô” – uma releitura de estilos de outras épocas – a loja apresenta um misto de clássico, irreverência e inovação, passando pelo casual e prático, assento em peças únicas e individualizadas.

H

á três anos nascia, mais precisamente no dia 20 de outubro de 2014, na rua Conselheiro Nicolau Anastácio, na Praia da Vitória, um novo negócio de pronto-a-vestir e acessórios de moda, implementado pela jovem de 31 anos, Cristina Estrela. Emigrada no Canadá durante três anos, a Cristina, perante a possibilidade de aproveitar o espaço da família para montar um novo negócio, não hesitou, e assim surgiu a loja Sutherland. Aliando preferências e gostos pessoais às necessidades de mercado, a empresária procurou ir ao encontro das escolhas de uma determinada faixa etária. “A ideia surgiu essencialmente por achar que existia uma faixa etária que procurava um conjunto de peças que não encontrava nas lojas na Praia da Vitória”, afirmou a jovem empresária à nossa reportagem. A Sutherland é uma loja de roupa,

CRISTINA ESTRELA lançou a loja Shuterland, aliando as suas preferências pessoais às necessidades de mercado, indo ao encontro das escolhas de uma faixa etária específica, mas contemplando propostas para todas as outras. feminina e masculina com acessórios de moda, essencialmente inspirada no estilo “retrô” – imitação de modas antigas com roupas atuais – fazendo uma releitura de outras épocas num misto de propostas clássicas, irreverentes e inovadoras, passando pelo casual e prático, indo ao encontro de estilos individualizados e pessoais. Apesar da sua caracte-

rística preponderantemente ousada e irreverente, a loja contempla um conjunto de ofertas que vai ao encontro das exigências de diversos géneros e faixas etárias. Prova desta versatilidade é o facto de os clientes apresentarem diferentes faixas etárias. “A nossa clientela não é exclusivamente jovem. Temos uma faixa etária de clientes que vai dos mais jovens, com 18 anos, aos com mais idade, com 50 anos”, disse Cristina Estrela. Indagada sobre o significado do nome escolhido para o estabelecimento, a jovem empresário, afirmou tratar-se de uma póstuma homenagem a um ex-patrão dos tempos de emigração no Canadá, de apelido “Sutherland” que muita a ajudou num período de dificuldades várias. Consciente segundo nos diz que “se há coisa que as pessoas não gostam é de estar vestidas de igual”, na Sutherland, cada peça é única e algumas até são individualizadas pela própria empresária. É o caso das ma-

las, 100% made in Portugal e de excelente qualidade, que resultam da fusão de produtos vintage, com pop, arte moderna e fotografia, ornamentadas com imagens associadas aos Açores, retratando expressões, vivências e costumes das várias ilhas do arquipélago. Três anos após o lançamento da loja, Cristina Estrela, embora reconhecendo as dificuldades que todos os empresários praienses vão sentindo derivado da crise económica que só agora vá dando ténues sinais de alento, revela-se globalmente satisfeita com os resultados que tem vindo a obter, sobretudo por verificar que quem conhece a loja tem a tendência a voltar. “As pessoas quando entram pela primeira vez na loja, habitualmente voltam novamente, e isto agrada-me imenso, porque penso que é sinal de que as pessoas se identificam com a seleção de peças que pomos à disposição dos nossosclientes”, concluiu. JP/Fotos: Rui Sousa•

informação atualizada diariamente em www.jornaldapraia.com PUB


JP | IGREJA

2017.10.27

| 11

ORGANIZAÇÃO DIOCESANA

PRAIA DA VITÓRIA VOLTA A SER OUVIDORIA Depois de ter sido Ouvidoria diocesana nos séculos XIX e XX, a Praia da Vitória volta a ter Ouvidor. O novo Ouvidor, Padre Emanuel Valadão Vaz, tomou posse no passado dia 22, em celebração eucarística na Igreja Matriz de Ponta Delgada.

A

22 de outubro, o bispo de Angra e ilhas dos Açores, D. João Lavrador, deu posse em celebração eucarística na Igreja Matriz de Ponta Delgada, aos 17 ouvidores da diocese de Angra, na sequência do despacho de nomeação dos ouvidores 2017-2022, datado de 02 de outubro de 2017.

a ilha passa a ser formada por duas Ouvidorias. Assim, a Praia da Vitória depois de ser Ouvidoria nos séculos XIX e XX, volta a ter Ouvidor no século XXI.

Entre os 17 ouvidores empossados, sete assumiram a função pela primeira vez, entre eles o Pe. Emanuel Valadão Vaz, responsável pela recém-criada Ouvidoria da Praia da Vitória.

A ouvidoria é uma espécie de “governo intermédio” que tem por principal missão ajudar na coordenação e articulação das várias paróquias numa determinada zona geográfica. A nomeação dos ouvidores é feita pelo Bispo diocesano e de acordo com os Estatutos das Ouvidorias, ocorre após auscultação do clero de cada Ouvidoria.

Antes da promulgação do despacho bispal, a ilha Terceira formava uma única Ouvidoria e o seu responsável tinha uma equipa de cinco Ouvidores Adjuntos, tantos quantas as zonas territoriais em que a ilha estava dividida e organizada do ponto de vista eclesiástico. Agora, com a criação da Ouvidoria da Praia da Vitória,

Ouvidoria do Corvo Padre Artur Manuel Amaral da Cunha Ouvidoria do Faial Padre Marco Luciano da Rosa Carvalho Ouvidoria das Flores Padre Eurico Décio Farias Jardim Caetano

PUB

OUVIDORIAS E OUVIDORES

Ouvidoria da Graciosa Padre Sérgio Durval Melo Mendonça Ouvidoria do Pico Padre Marco Paulo de Matos Martinho Ouvidoria de Santa Maria Padre Rui Fernando Barbosa Silva Ouvidoria de S. Jorge Padre Manuel António das Matas dos Santos Ouvidoria das Capelas Padre Hélio Nuno Santos Soares Ouvidoria de Fenais de Vera Cruz Padre Carlos Eduardo dos Santos Simas Ouvidoria da Lagoa

Padre João Martins Furtado Ouvidoria do Nordeste Padre Agostinho de Jesus Sousa Lima Ouvidoria de Ponta Delgada Cónego José Medeiros Constância Ouvidoria da Povoação Padre Ricardo Manuel Melo Pimentel Ouvidoria de Ribeira Grande Padre Vítor José Almeida Medeiros Ouvidoria de Vila Franca do Campo Padre José Alfredo Torres Borges Ouvidoria de Angra Cónego Ricardo António Henriques Ouvidoria da Praia da Vitória Padre Emanuel Valadão Vaz IA/JP/F0t0: Rui Nogueira


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

E DITORIAL

2017.10.27

A EIRA ONDE OS AVIÕES POISAM …“É que sou vizinho das Lajes, uma das maiores plataformas aéreas da era atómica”, dizia Nemésio em 1955. Também sou vizinho de umas das maiores plataformas aéreas desertas e esquecidas do mundo.

E

Balanço pós Eleitoral

E

ncerradas as eleições autárquicas, no concelho da Praia da Vitória, assistiu-se a algumas alterações relativamente ao espectro político estabelecido nas penúltimas eleições autárquicas. Na verdade, a presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, foi atribuída pelos eleitores novamente ao Partido Socialista, o que sucede pela quarta vez, sendo o actual Presidente eleito, Tibério Dinis, e o número de vereadores eleitos mantém-se idêntico ao anterior quadro eleitoral saído das eleições autárquicas de 2013, 5 mandatos para o PS e 2 mandatos para o PSD, e o CDS continua a não conseguir qualquer vereador. Relativamente à Assembleia Municipal da Praia da Vitória, houve uma alteração a salientar, o Partido Socialista apesar de vencedor perdeu terreno para o maior partido da oposição, o PSD, pois antes tinha 24 deputados municipais e agora, ficou representado apenas em 19 deputados, enquanto o PSD, obteve 12 representantes, mais 5 do que reunia na anterior legislatura, por sua vez o CDS-PP, manteve o seu único deputado municipal.

| 12

m finais dos anos 40 e anos 50, Vitorino Nemésio soube ver, inconformado, as transformações do mais diverso tipo que aquela zona das Emanuel Areias Lajes sofreu. É interessante ver que, seja em poesia ou prosa, que Nemésio trata aquela zona, onde hoje está o aeroporto e a Base, numa associação entre o “campo” e a “aviação.” Recorre à oposição entre o que existia e o que mudou, o que era rural e o que foi novo, daí afirmar a existência: “campos do aeródromo das Lajes”, “campo de aviação das Lajes” ou “pista de aviões numa eira.” Veja-se que ele não esquece o que existia antes naquela zona – terra plana, fértil, o “celeiro da ilha”, e assim usa constantemente termos como: “campos”, “campo” ou “eira.” E não é apenas por uma questão de vocábulos, mas também pelas análises. Embora diga: “apesar da aviação, das tropas de atalaia à guerra (…) – o corpo da ilha e a sua alma estão concordes comigo: nada aqui se alterou.” Talvez a alma não tenha mudado, mas todo o tipo de mudança social ocorreu, e mais ainda, um encontro de culturas que se prolongou até aos nossos dias.

afirmando que “a sua grande eira (da ilha), o Ramo Grande, tornou-se de repente uma pista colossal dos aviões.” E a força que o adjetivo “colossal” assume numa terra, e que é reconhecido pelo escritor praiense, em que “a guerra deu subitamente grande importância estratégica.” A verdade é que o aeroporto e a Base, “o campo de aviação das Lajes” como diz o escritor e poeta, mudou a paisagem do Ramo Grande. Ao invés de nos circunscrevermos apenas às mudanças físicas, que ficam para análises sábias que não a minha, esta é a transformação mais interessante do ponto de vista antropológico, social e cultural que a ilha sofreu. E houve um prolongamento no tempo dessa transformação, que hoje já é algo efetivo e natural no nosso meio. Mas voltemos a Nemésio que já em 1955 dizia o seguinte: “Mas nem o estratagema nem possivelmente a boa pronúncia adquirida num contacto anglo-saxónico de alguns anos serviram desta vez o nosso Armando…”, num texto “Um corsário dos ares”, um relato que aconselho vivamente. Lá está – aqui vemos que o escritor já fala no “contacto anglo-saxónico” e na suposta influência que teve nos falares e dizeres da nossa gente. Coisa que, aliás, se prolongou até nós.

te a nossa desgrácia/ E o espantalho das pombas!” – é sintomática dessa visão. Mas também para verificar que há um prolongamento da mudança até aos dias de hoje, que não se cingiu ao espaço físico ou à economia local, mas extravasou largamente a sua área de influência. E a meu ver o que é mais importante e está por estudar são as relações interculturais entre os dois povos (o terceirense e o norte-americano), apesar dos ingleses também terem estado cá. Seja do ponto de vista linguístico, cuja americanização do nosso falar é uma realidade corrente. Seja do ponto de vista do consumo, cuja presença de locais a trabalhar na Base permitiu que o povo em geral tivesse acesso a produtos que não circulavam no mercado local. Seja do ponto de vista do trabalho, cujos salários são mais significativos. Seja pelas relações de amizade entre americanos e terceirenses, casamentos que ocorreram, crianças que foram adotadas por casais norte-americanos. Entre muitas outras coisas. Bem diz Vitorino Nemésio “que o ir e vir destas naves e das gentes necessárias ao seu apoio e refresco tenha influído amplamente nas condições de vida da ilha.” Esta frase é de ontem, de hoje e de amanhã. Quer queiramos quer não.

Também se assistiu a mudanças sigEste pequeno artigo serve para nificativas a nível das 11 freguesias do vermos como é que uma das mais Nota: Para a concretização deste arconcelho da Praia da Vitória, o PS perNemésio olhava com surpresa para ilustres figuras praienses via a trans- tigo servi-me de livros como a “Festa deu 3 freguesias para o PSD, ficando a transformação repentina da zona formação que ocorreu na zona co- Redonda” (1950) e o “Corsário das o PS com a presidência de 7 Juntas de do Ramo Grande, e às vezes, nutria nhecida pelo “celeiro da ilha”, do Ilhas” (1956), da autoria de Vitorino Freguesia e o PSD com 4 – vencendo alguma nostalgia pelos terrenos qual a quadra – “Oh avião da carrei- Nemésio. mais 3 freguesias. férteis que se tinham extinguido, ra/ Carregadinho de bombas/ Tu fos• A CDU e o BE continuam a ter resultados na nossa autarquia irrelevantes. NOTAS D´O RAPAZ DAS ILHAS (II) A abstenção nos Açores em geral e nomeadamente no concelho da Praia CENTRO HISTÓRICO da Vitória é um mito a decifrar, pois é facto notório que apesar de formalmente muito elevada não corresponde à verdade, e tudo indica segundo a b e r t u - cularem tornar-se-á apertado e, por- ao centro e clientes ao comércio, no especialistas na matéria que na reara da Rua tanto, será um perigo; para os turis- entanto acrescentaria ainda a realilidade a abstenção é muito inferior à apurada, por isso torna-se imprescinde Jesus tas e locais que gostam de passear a zação de um estudo especializado dível resolver de uma vez por todas a ao trânsito é um pé será, certamente, aborrecido; pa- sobre esta questão. A Praia não é a actualização dos cadernos eleitorais, tema falado há al- rar no meio da rua para entrar numa primeira cidade a atravessar sérios devendo o Governo e os represengum tempo, mas loja e fazer uma compra não será fá- problemas relativamente à atração tantes políticos acertarem métodos que ganhou rele- cil, nem permitido, pelo que o veícu- de pessoas ao centro. Cidades bem objectivos para que seja ultrapassada vância durante a lo terá sempre que ser estacionado maiores, como Almada, já sofreram definitivamente a farsa das percencampanha eleitoral num dos locais que já existem para o mesmo problema e com os invesRodrigo Pereira tagens relativas à abstenção que em nada dignifica os Açores e os Açoria- para as Autárquicas. Por um lado, há o efeito; a Rua de Jesus não será a timentos e implementação de mediquem não tenha dúvidas de que é mesma, ficará ainda pior; o que se das resultantes de um conjunto de nos. Num mundo sujeito a estonteantes uma excelente forma de atrair gente quer realmente é movimento finan- estudos eficazes é hoje uma cidade, mudanças, a velocidades jamais vistas ao centro da cidade, mas por outro ceiro no comércio e o que teremos, a ainda em recuperação, mas melhor, abrir-se a rua, será movimento rodo- mais apelativa e com mais visitantes cabe aos autarcas eleitos lutar para há quem ainda pondere a questão. viário e poluente, nada mais do que no seu centro. Almada é também pôr fim a uma “vulnerabilidade e uma A meu ver, reduzir o número de isso. um exemplo interessante para percondescendências face à pobreza que temos de sacudir”, não com soluções lugares com parquímetro – mesmo cebermos que, para a Praia, não são baseadas na caridadezinha, mas com havendo locais, como o parque da A abertura de poucos metros de só os voos a preços acessíveis que métodos eficazes para garantirem o Rua dos Remédios, a preços acessí- rua será a solução? É assim tão bené- fazem com que haja quem opte por desenvolvimento económico e social, veis –, repensar a famosa questão fico para a cidade haver movimento fazer compras fora da cidade e da gerando empregos dignos, com funde se ter que dar uma volta inteira à rodoviário só para não parecer para- ilha, uma vez que a cidade em quesções equilibradas, tendo por meta o Praia para chegar onde pretende e da? tão, para além de localizar-se a minubem-estar pessoal, familiar e social de repensar um conjunto de iniciativas tos de Lisboa, possui um dos maiores todos. que mobilizem um bom número de O projeto apresentado pelo recém- centros comerciais do país. A grande pessoas são questões a ter em con- -eleito presidente de câmara, ainda questão da Praia da Vitória, a este O Diretor, ta, mas permitir que veículos circu- como candidato, tem boas medi- respeito, não passa pelos fatores exSebastião Lima lem na principal rua não faz qualquer das para solucionar o problema da ternos, mas especialmente internos. diretor@jornaldapraia.com • sentido. O espaço para os peões cir- “cidade-deserto” e atrair pessoas •

A


JP | OPINIÃO

2017.10.27

| 13

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XIV)

ÉVORA, COLOSSO PATRIMONIAL E HISTÓRICO A malha urbana central parece, vista de longe, uma gigantesca rosácea, ou melhor, um portentoso novelo com as suas vielas, becos, recantos, pátios, travessas impossíveis de contar, pois são às dezenas, quiçá centenas. Tudo isto encanta o visitante e dá-lhe gosto e curiosidade para deslindar três tempos longos ou períodos marcantes para o conhecimento da história da humanidade: o dos romanos, o dos muçulmanos e o dos cristãos. António Neves Leal

Q

uando no ano lectivo de 1972-73, conheci o professor e insigne escritor Vergílio Ferreira, no Liceu de Camões, em Lisboa, estava longe de pensar que, passados tantos anos, teria o ensejo de visitar, pela terceira vez, esta cidade alentejana, no intuito de pesquisar elementos sobre o autor de Aparição, obra que se desenrola na cidade de Évora, hoje geminada com Angra. E talvez tenha sido o convívio com esse amigo- confidente, que me levou a propor essa aproximação das duas cidades, o que não foi fácil de fazer aprovar, quando em 1987 era vogal eleito da Assembleia Municipal angrense. Por capricho do calendário, tive este ano a gratificante oportunidade de assistir às «XX Jornadas Internacionais de Música da Sé de Évora», entre 4 e 8 do corrente mês. Foi uma semana maravilhosa de fruição e deslumbramento cultural e fiquei apaixonado, mais uma vez, pelo seu extraordinário património artístico eborense. No próximo ano, espero lá voltar. Está já prometido, apesar do cansaço provocado pelas deambulações pedestres, a única forma de se descobrir uma cidade, duas vezes milenária, em que os monumentos nos espreitam dos cantos das ruas estreitas, de piso irregular, com casas baixas e brancas, misturadas com palácios, igrejas e conventos. A malha urbana central parece, vista de longe, uma gigantesca rosácea, ou melhor, um portentoso novelo

P

or causa do relatório de uma Comissão Técnica Independente sobre a crise do fogo ocorrido em Pedrogão Grande é muito provável que, de agora em diante, ao mínimo sinal de fumo, a autoridade mais próxima - junta de freguesia ou município - emane uma ordem de evacuação imediata, garantindo assim que não poderão ser responsabilizados pelos eventuais danos pessoais e materiais. Isto, por sinal, já ocorreu na sequência da queda da árvore no Funchal: em todos os municípios foi um tal verificar e derrubar árvores na eminência de tombar. Vai ser tal e qual como se passa com os remédios, cujas bulas - aquele papel bem dobradinho que vem dentro da caixa e que, depois de desdobrado já ninguém consegue

com as suas vielas, becos, recantos, pátios, travessas impossíveis de contar, pois são às dezenas, quiçá centenas. Tudo isto encanta o visitante e dá-lhe gosto e curiosidade para deslindar três tempos longos ou períodos marcantes para o conhecimento da história da humanidade: o dos romanos, o dos muçulmanos e o dos cristãos.

das monumentos nacionais, e desde 1986 pertencem ao património mundial da UNESCO, como aliás todo o centro histórico de Évora. Esta última é o melhor exemplo de cidade portuguesa, depois da destruição do terramoto de Lisboa de 1755, tendo influência dominante na arquitectura de cidades do Brasil, como a de S. Salvador da Baía.

A própria cidade em cada um desses períodos teve nomes diferentes: Ebora Liberalitas Iulia, para os romanos; Yebora ou Yeborath, para os muçulmanos, e Évora, para os cristãos, a partir de 1165, ano da expulsão dos árabes por Geraldo Geraldes, o sem Pavor, libertando a urbe para D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

A toponímia eborense é outro manancial histórico e cultural de muito interesse para o conhecimento desta singular cidade. Certamente, a rica Universidade de Évora, a segunda mais antiga do País, fundada por D. Henrique (1559), anteriormente, arcebispo de Évora, não estará desatenta a esse fenómeno. Ela teve, pelo prestígio dos seus lentes, projecção europeia até 1580, e novamente depois da Restauração.

As suas ostensivas muralhas, para melhor serem defendidos os seus habitantes, ficaram, ao longo dos tempos, concretizadas em duas cercas: a cerca velha, do período romano do século III, com um perímetrode 1,2 km, reforçada por várias torres, com quatro portas, havendo vestígios desta época na Porta D. Isabel, na Torre do Salvador, e parte da muralha que se pode ver na rua da Alcárcova de Cima e as torres do Largo da Porta de Moura. A cerca nova ou fernandina foi ampliada e as grandes obras só terminaram no tempo de D. Fernando. Deste tempo são as portas de Avis, do Alconchel e do Moinho de Vento. Desde 1922, as partes romana, muçulmana e medieval, e a de 1926, a parte mais moderna, com cerca de 1,8 km de extensão, todas bem conservadas, foram considera-

Seguiu-se uma fase de declínio, após a anexação de Portugal pela Espanha, culminando esta decadência em 1759, com a expulsão dos jesuítas e o encerramento da mesma. Mais tarde, a partir de 1841, seria sede do Liceu Nacional de Évora, onde ensinou Vergílio Ferreira, nos primeiros anos. Em 1973, é instalado o Instituto Universitário de Évora. Hoje, a Universidade de Évora é uma instituição moderna, inovadora e com boas instalações, como se pode constatar numa visita atenta. O título «mui nobre e sempre leal» concedido por D. João I a Évora é quase igual ao de Angra «mui nobre, leal e sempre constante». Ela foi a residência preferida dos reis da di-

nastia de Avis e de D. Manuel I, que em 1501 concede novo foral à cidade. Esta uma vez convertida em pólo de atracção cultural, com a sua aura vai trazer artistas de diversas proveniências, que vão continuar a animar os serões do Rei Venturoso famosos em toda a Europa, e os de D. João III, cujo casamento é festejado com a representação da Frágua de amor, peça de Gil Vicente inspirada nesse importante acontecimento. Menção especial para o grandioso palácio de D. Manuel, que fora mandado construir por D. Afonso V, em 1468. Este rei desejava ter na cidade um paço fora do castelo para se instalar. Foi habitado por vários monarcas. Era, segundo rezam as crónicas, um dos mais notáveis do reino. O paço, para além de ter sido uma das maiores obras arquitectónicas do País, assume grande importância histórica. Foi nele que Vasco da Gama foi investido no comando da esquadra que abriria o caminho marítimo para a Índia, e foi lá que Gil Vicente representou sete dos seus autos dedicados às rainhas D. Maria de Castela e D. Catarina de Áustria. Do referido palácio, que foi destruído por Filipe II, apenas resta a «Galeria das Damas», pavilhão construído, cerca de 1510. Actualmente, é lugar utilizado para fins culturais. A cultura é uma das vertentes fundamentais, que o recém-eleito Presidente da Câmara de Évora pretende incrementar, como sublinhou no discurso de abertura das «XX Jornadas Internacionais de música da Sé de Évora». •

ESCALDADOS voltar a dobrar como estava - nos informam de todos as condições de uso e, sobretudo, dos muitos efeitos secundários a que nos sujeitamos, indicando umas assustadoras probabilidades de virmos a fazer parte do número de afetados. Se nos calhar a má sorte não poderemos reclamar indemnização alguma junto do laboratório fabricante da droga porque… estava lá no papelinho, não estava? Nem podemos ir pedir explicações ao médico que nos receitou as pastilhas sem nos perguntar se éramos alérgicos a isto e àquilo. Os praienses estarão ainda bem lembrados de, enquanto sintonizando a emissora de rádio AFRTS - rádio e televisão das Forças Armadas Americanas emitindo a partir de Santa Rita - ouvirem os ‘Wind Warning’ -

Alertas de Vento - com que se instava os ouvintes a tomarem precauções com o fito de evitar danos pessoais e materiais - cuidado com os materiais que pudessem ser levados pela ventania, viajar apenas o imprescindível, etc. Para os habitantes da Terceira, aqueles alertas não aqueciam nem arrefeciam, habituados que estavam a ser fustigados por ventos e chuvas, vulgarmente caracterizados por valores bem mais altos dos que se anunciava nos ditos alertas. Isto foi num tempo anterior à invenção da Proteção Civil, numa época em que os homens do mar e de terra não tomavam conhecimento do boletim do Observatório Meteorológico, este, por sua vez, não dispondo da tecnologia que hoje serve o majestático Instituto Português do

Mar e da Atmosfera. De resto, a gente andava mais à conta de Deus que dos governantes. Hoje em dia não há bacias suficientes para aqueles que querem lavar as mãos, imitando aquele funcionário romano que não quis assumir a condenação de um judeu num problemático processo judicial. Ainda se anda a tirar partido das conclusões do dito relatório e já voltou a dar-se outro inferno. Haverá novo relatório independente, é de crer. Mas o mais importante seria apurar se os incêndios foram provocados por ação humana criminosa e, nesse caso, se foram a mando de alguém. João Ornelas •


JP | PUBLICIDADE

2017.10.27

| 14

COMUNICADO Aos dezoito dias do mês de setembro do ano de dois mil e dezassete, pelas dez horas, no Auditório da Casa das Tias de Nemésio, teve lugar a quarta sessão ordinária do ano de dois mil e dezassete, da Assembleia Municipal da Praia da Vitória. Foram apresentadas, no período antes da Ordem do Dia, as seguintes propostas: Pelo Grupo do Partido Socialista: ● Voto de Recomendação ao Município da Praia da Vitória e à Junta de Freguesia do Cabo da Praia pela atribuição à Praia da Riviera do título de Praia ZERO Poluição. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação e homenagem à Igreja Matriz da Praia da Vitória pelo V Centenário da sua Sagração. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao jovem André Leonardo, ao Município da Praia da Vitória, à Praia Links – Incubadora, ao Governo dos Açores e à Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento pela organização da conferência Faz Acontecer Praia da Vitória 2017. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao Grupo Desportivo das Fontinhas pelo título de Campeão da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo e consequente ascensão ao Campeonato dos Açores. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao Juventude Desportiva Lajense pela conquista do título de Campeão em Veteranos da Ilha Terceira. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação pelos 40 anos da primeira edição do Festival Musical Açores. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao Jornal da Praia pelos seus 35 anos de existência, sublinhando a sua importância enquanto único órgão de comunicação impresso localmente, assumindo-se como Voz isenta e qualitativa do Concelho da Praia da Vitória. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação pelo sucesso e repercussão da IV edição da Biofeira dos Açores. Aprovado por unanimidade. Pelo Grupo do Partido Social Democrata:

● Voto de Congratulação à Associação de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, pelo título de campeã mundial no Campeonato Mundial de Trauma e Desencarceramento 2017. Aprovado por unanimidade.

3. APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE CONTAS RELATIVO AO 1.º TRIMESTRE DE 2017, DA TERAMB, EMPRESA MUNICIPAL DE GESTÃO E VALORIZAÇÃO AMBIENTAL DA ILHA TERCEIRA, EEM; A Assembleia tomou conhecimento.

Pelo Grupo do Partido Socialista: ● Voto de Saudação à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória e aos bombeiros praienses Fernando Leite, Hugo Sales e Leonel Raimundo, pela vitória no World Rescue Challenge 2017 – Campeonato Mundial de Trauma e Desencarceramento. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação à Comissão Organizadora do Festival Musical Açores 76/77 pelo seu 40º aniversário. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Saudação à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória e aos bombeiros praienses, pela prontidão, coragem, sentido de serviço público e solidariedade no combate aos incêndios florestais em Portugal Continental. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao Município da Praia da Vitória pelo Galardão “Município Amigo do Desporto 2017”. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Louvor a todos os que levaram avante tão ambicioso projeto como a edição de 2017 das Festas da Praia, subordinada à temática “O Teatro Acontece”, nomeadamente, à Comissão de Festas, que de forma empenhada e briosa, característica das Gentes da Praia da Vitória, durante onze dias, prestaram uma justa homenagem ao Teatro. Aprovado, por maioria, com vinte e um votos a favor do Partido Socialista, seis votos a favor do Partido Social Democrata, um voto a favor do Partido Popular e uma abstenção do Partido Socialista. Da ordem do Dia, constava o seguinte: 1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE A ATIVIDADE MUNICIPAL DESENVOLVIDA NO PERÍODO DE 23 DE MAIO A 31 DE AGOSTO DE 2017; A Assembleia tomou conhecimento. 2. APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE CONTAS RELATIVO AO 1.º TRIMESTRE DE 2017 DA PRAIA AMBIENTE, E.M.; A Assembleia tomou conhecimento.

4. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DOS ESTATUTOS DA FUNDAÇÃO DE ENSINO PROFISSIONAL DA PRAIA DA VITÓRIA; Aprovado por unanimidade. 5. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE DESCLASSIFICAÇÃO DE PRÉDIOS DA PRAIA EM MOVIMENTO COMO DE INTERESSE MUNICIPAL; Aprovado, por maioria, com vinte votos a favor do Partido Socialista, seis abstenções do Partido Social Democrata e uma abstenção do Partido Popular. 6. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO REGULAMENTO DO SERVIÇO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO CIVIL DA PRAIA DA VITÓRIA; Aprovado por unanimidade. 7. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO MUNICIPAL DE TELEASSISTÊNCIA; Aprovado por unanimidade. 8. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DE SENTIDO DE TRÂNSITO NO ARRUAMENTO CANADA DO SERRA, DA FREGUESIA DO PORTO MARTINS; Aprovado, por maioria, com vinte votos a favor do Partido Socialista, seis votos a favor do Partido Social Democrata e um voto contra do Partido Popular. 9. APRESENTAÇÃO DO PONTO DE SITUAÇÃO DO PROCESSO DE REVISÃO DA SERVIDÃO MILITAR DA BASE DAS LAJES; A Assembleia tomou conhecimento. 10. APRESENTAÇÃO DO PONTO DE SITUAÇÃO DO PROCESSO DE REVISÃO AO PLANO DIRETOR MUNICIPAL. A Assembleia tomou conhecimento.

Praia da Vitória, 6 de outubro de 2017. O Presidente da Assembleia Municipal

Paulo Manuel da Silva Codorniz

As atas aprovadas das sessões desta Assembleia Municipal encontram-se publicitadas no endereço eletrónico do Município da Praia da Vitória, em www.cmpv.pt

Agentes Transitários - Carga Aérea e Marítima - Recolhas - Entregas - Grupagens e Completos |

Telefone 295 543 501


JP | INFORMAÇÃO

2017.10.27

| 15

AGENDA DESPORTIVA MISSAS DOMINICAIS FUTEBOL CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

8.ª JORNADA | 29.10.2017 Mafra

-

Vilafranquense

Lusitânia

-

1º Dezembro

Torreense

-

Caldas

Eléctrico

-

SC Praiense

Fátima

-

Alcanenense

Sintrense

-

Guadalupe

Sacavenense

-

Pêro Pinheiro

Coruchense

-

Loures

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

7.ª JORNADA | 29.10.20177 SC Angrense

-

CD Rabo Peixe

SC Vilanovense

-

São Roque

CU Micaelense

-

FC Vale Formoso

FC Flamengos

-

Prainha FC

Marítimo Gra.

-

GD Fontinhas

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

9.ª JORNADA | 05.11.2017 Vilafranquense

-

Lusitânia

1º Dezembro

-

Torreense

Loures

-

Caldas

SC Praiense

-

Mafra

Alcanenense

-

Eléctrico

Guadalupe

-

Sacavenense

Pêro Pinheiro

-

Fátima

Coruchense

-

Sintrense

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

8.ª JORNADA | 05.11.2017 CD Rabo Peixe

-

São Roque

SC Angrense

-

CU Micaelense

Prainha FC

-

SC Vilanovense

FC Vale Formoso

-

Marítimo Gra.

GD Fontinhas

-

FC Flamengos

NO CONCELHO

SÁBADOS

HOJE (27/10)

15:30 16:00 16:30 17:00 17:30 17:30 18:00 18:00 18:00 18:00 18:00 19:00 19:00 19:00 19:00 19:30 19:30

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

- Lajes - Fontinhas (1) - Casa da Ribeira - Cabo da Praia - Matriz Sta. Cruz - Vila Nova - Fontinhas (2) - São Brás - Porto Martins - Sta Luzia, BNS Fátima - Quatro Ribeiras - Lajes - Agualva - Santa Rita - Fonte do Bastardo - Biscoitos, IC Maria (3) - Biscoitos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese (2) Quando não há catequese (3) 1.º e 2.º sábados (4) 3.º e 4.º sábados

HOJE (27/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGO (29/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

ESPETÁCULO DANÇA “CORPUS” Local: ARGl Hora: 21H30

SEGUNDA (30/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (28/10)

TERÇA (31/10)

CINEMA PROJEÇÃO DO FILME “ILUSÃO” DE SOFIA MARQUES Local: Bar da AJAIT Hora: 22H00

DOMINGOS

- São Brás - Vila Nova, ENS Ajuda - Lajes, Ermida Cabouco - Cabo da Praia (1) - Biscoitos, S Pedro - Agualva - Casa Ribeira (1) - Santa Rita - Lajes - São Brás - Cabo da Praia (2) - Porto Martins - Casa da Ribeira (2) - Biscoitos, IC Maria - Vila Nova - Fontinhas - Matriz Sta. Cruz (1) - Quatro Ribeiras - Fonte Bastardo - Sta Luzia - Matriz Sta. Cruz (2) - Lajes, ES Santiago - Lajes - Matriz Sta. Cruz (3) - Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação (2) Missas sem coroação (3) De outubro a junho (4) De julho a setembro

SÁBADO (28/10)

ESPETÁCULO ABERTURA OUTONO VIVO 2017 “FESTA REDONDA” Local: AJAIT Hora: 20H30

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUARTA (01/11)

DOMINGO (29/10) TEATRO OS AMORES ENCARDIDOS DE PADI E BALBINA: UMA DÚBIA HISTÓRIA DO REVENGE COMPANHIA DE TEATRO CÃES DO MAR Local: ARG Hora: 21H30

08:30 09:00 10:00 10:00 10:00 10:30 10:30 10:30 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:15 12:15 12:30 13:00 19:00 19:30 20:00

APRESENTAÇÃO DO LIVRO PORTISMO À MANEIRA CURTA FRANCISCO SIMÕES Local: Bar da AJAIT Hora: 22H00

DOMINGO (05/11)

QUARTA-FEIRA (01/11)

Massas; Saladas; etc.

na Praia da Vitória e arredores (+2.00€)

Mudança de horário a partir de Abril

ASSINATURA ANUAL 15,00 EUR assinaturas@jornaldapraia.com

2.ª a 5.ª feira das 12H00 às 22H00 6ªs e Sábados das 12H00 às 22H30 Domingos das 18H00 às 22H00

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290 Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUINTA-FEIRA (02/11)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUARTA (08/11)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUINTA (09/11)

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

CAFÉ-CONCERTO BIG MUFFIN ORCHESTRA Local: Bar da AJAIT Hora: 21H30

VILA DAS LAJES

SÁBADO (04/11) MESA REDONDA PROCESSO CRIATIVO: A DISCIPLINA DE TRABALHO. INSPIRAÇÃO E TRANSPIRAÇÃO Participantes: Joel Neto; Catarina Sobral; Isabela Figueiredo; Hugo Gonçalves; Rui Cardoso Martins; Júlio Magalhães Local: Bar da AJAIT Hora: 21H30

Rua Serpa Pinto Nº 14 – Santa Cruz – Praia da Vitória Telf: 295 543 341 – TM 960 455 549

SEGUNDA (06/11)

TERÇA (07/11)

SEXTA-FEIRA (03/11)

Fazemos entregas ao domicilio,

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

LANÇAMENTO DE LIVRO VERDADE JUSTIÇA E MISERICÓRDIA - MEMÓRIA HISTÓRICA DA ARQUITETURA DE CATÁSTROFE DA PRAIA DA VITÓRIA ASSUNÇÃO MELO Local: Bar da AJAIT Hora: 20H30

APRESENTAÇÃO DO LIVRO ESPADA DE SANTA MARIA CÉSAR ALEXANDRE AFONSO Local: Bar da AJAIT Hora: 20H30

Pizzas; Hamburguers;

SEXTA (03/11)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

FESTIVAL INTERNACIONAL DE VÍDEO, PERFORMANCE E TECNOLOGIA INSHADOW Local: Bar da AJAIT Hora: 21H30

ASSINE

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (04/11)

TERÇA-FEIRA (30/10)

QUINTA (02/11)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA-FEIRA (29/10)

PUB

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


PUB


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.