Jornal da Praia | 0506 | 13.10.2017

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Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 506 | Ano: XXXV | 2017.10.13 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

AUTÁRQUICAS 2017: CÂMARA DA PRAIA

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PROTEÇÃO CIVIL

TIBÉRIO DINIS É O NOVO CONCLUÍDA PRIMEIRA FASE DO PLANEAMENTO PRESIDENTE LOCAL DE EMERGÊNCIA O PS venceu no domingo, 01 de outubro, pela quarta vez consecutiva, as eleições autarquicas no concelho da Praia da Vitória. Tibério Dinis que nos últimos quatro anos esteve ao lado de Roberto Monteiro, como vereador da Cultura, é o novo presidente da autarquia praiense para o quadriénio 2017 - 2021. Apresentamos nas paginas interiores desta edição do JP os resultados completos das eleições autárquicas no concelho praiense.

DESTAQUE | P. 7

PATRICK LETELLIER O HOMEM QUE ENGARRAFA SONHOS

NO CONCELHO | P. 3

ERMIDA DA NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO DA RIBEIRA SECA Por: Francisco Miguel Nogueira

VESTÍGIOS DA HISTÓRIA | P. 4 O CANTINHO DO PSICÓLOGO

O STRESS DEPENDE DA PESSOA? Por: Aurélio Pamplona

SAÚDE | P. 7

AÇORES, UMA OBSESSÃO Por: José Silveira de Brito

OPINIÃO | P. 13

BASE DAS LAJES: DO PASSADO AO FUTURO REPORTAGEM | P. 5 PUB

Por: Emanuel Areias

OPINIÃO | P. 13


JP | CANTO DO TEREZINHA

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APLAUSOS E APUPOS APLAUSOS para aquela ideia de convidar para a mudança da Coroa todas as irmandades do Espírito Santo da freguesia de Santa Cruz. Foi bonito ver aquela ‘super irmandade’ exibindo as suas históricas coroas e bandeiras. APLAUSOS também para a ideia de colocar à disposição dos interessados uma camioneta que permitisse a deslocação ao mato para ver apartar os toiros para a toirada da 5ª feira, um muita apetecida e já imprescindível viagem que proporciona muito são convívio.

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FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO:

tura destinada a uma privilegiada observação da tourada à corda nas Figueiras do Paim. Não só para a ‘reserva’ dos assentos como também para a própria montagem de um palanque ‘VIP’. Aqui no Canto do Terezinha é opinião unânime de que tal coisa é para não se repetir por ir muito contra o formato tradicional em que decorre o festejo taurino da grande afeição terceirense. Como foi possível juntar duas inciativas boas com uma tão disparatada?

APUPOS para a reserva de lugares numa estru-

Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914) Fundado em 26 de Março de 1982

ESPERA PROLONGADA

REGISTO NO ICS: 108635 JORNAL DA PRAIA

Haverá ainda alguém por aí à espera de que o presidente Trump resigne ou seja deposto? Pode ir buscar uma boa poltrona para esperar sentado. Talvez mesmo melhor será procurar o sofá e esperar deitado, porque, pelo andar da carruagem, já dá para perceber que os membros da administração estadunidense que são mesmo do partido republicano acabaram por decidir por aproveitar as hilariedades provocadas pelas atitudes surpreendentes, espantosas, desprovidas de sentido, demonstrativas de profunda ignorância e outras que tais a que o presidente da democracia mais poderosa do mundo já habituou os seus concidadãos e muitos outros seres humanos distribuidos pelo planeta. Deste modo, a administração dos U.S.A. vai conseguindo desviar a atenção de outros e

Fundado em 29 de Abríl de 1982

ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA Ilha Terceira - Açores - Portugal

DIRETOR: Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira

ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo Paulina Oliveira Cota Moniz

CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

COORDENADOR DE EDIÇÃO:

bem preocupantes problemas, acabando por levar a água aos seus muitos moinhos espalhados pelo mundo. Não tem havido colaboração por parte do idolatrado presidente da Coreia do norte. Na verdade, as provocatórias experiências com mísseis surgiram muito precocemente. O ideal era que viessem a ocorrer no último ano deste primeiro mandato e nessa altura dariam o magífico pretexto para desencadear uma guerra preventiva, que garantiria a vitória eleitoral para um segundo mandato. De resto, seria apenas a repetição de um cenário.

NOVAS COORDENADAS DA ILHA TERCEIRA

Francisco Soares editor@jornaldapraia.com

Uma das mais recentes demonstrações de ignorância do presidente Trump (e perdoe-se à ignorância o seu proverbial atrevimento, que com este personagem fica muito aquém do habitual) foi situar Puerto Rico na imensidão de uma coisa chamada Atlantic Ocean.

REDAÇÃO / EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória noticias@jornaldapraia.com desporto@jornaldapraia.com

JP - ONLINE: Francisco Soares | online@jornaldapraia.com

PAGINAÇÃO:

Não se riam porque o senhor pode estar a confundir Puerto Rico com Terceira Island, até porque também se referiu a dívidas.

Francisco Soares paginacao@jornaldapraia.com

DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho

ADMINISTRAÇÃO

tradicional confusão sobre Madeira. Açores e Cabo Verde. Mas... e se o senhor Trump resolve situar-nos no Indian Ocean? Há um açoriano muito próximo do presidente Trump que bem podia tentar fazê-lo entrar numa irmandade do Senhor Espírito Santo a ver o Divino infundia naquela mente algum dos seus dons. Veni, Sancte Spiritus, Vinde, Santo Espírito, e enviai dos céus um raio de vossa luz.

As gentes açorianas já estão habituadas a perdoar aos habitantes do Portugal peninsular a sua

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JP | NO CONCELHO

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PROTEÇÃO CIVIL

CONCLUÍDA PRIMEIRA FASE DO PLANEAMENTO LOCAL DE EMERGÊNCIA

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primeira fase do Planeamento Local de Emergência da Praia da Vitória, encontra-se concluída, divulgou Osório Silva, vereador responsável pela área da Proteção Civil municipal.

elaboração de um Planeamento Local de Emergência, no sentido de darmos resposta às necessidades da população, incutindo na mesma uma cultura de prevenção”, explicou o edil.

O instrumento abrange as onze freguesias do concelho e foi apresentado e implementada em cada uma delas.

“Este instrumento tem como objetivo primordial a articulação de todos os intervenientes da freguesia, aquando da ocorrência de um acidente grave ou catástrofe natural. É importante promover as medidas de autoproteção junto de todos os praienses, no sentido de conseguirmos minimizar os impactos causados por um sinistro, garantindo a segurança da comunidade”, destacou.

A primeira fase do Planeamento Local de Emergência, que consiste na apresentação e implementação do mesmo nas diversas freguesias do Concelho, encontra-se concluída. A informação foi avançada por Osório Silva, vereador com competência na área da Proteção Civil. “O Serviço Municipal de Proteção Civil da Praia da Vitória (SMPCPV) realizou um conjunto de reuniões nas várias freguesias do Concelho, entre os meses de março e setembro, a fim de conhecer as especificidades de cada local. Após analisar as onze freguesias, procedemos à

agentes de Proteção Civil, definindo o que funciona e o que poderia ser

letivos inerentes a situações de acidentes graves ou catástrofes, assim

melhorado”, disse.

como prestar socorro e assistência a pessoas e outros seres vivos que se encontrem em situação de perigo.

O responsável pelo SMPCPV referiu ainda a importância de testar estes instrumentos para corrigir possíveis falhas. “Prevê-se, nos próximos meses, a concretização de simulacros, em parceria com as entidades locais, com a finalidade de aumentarmos a capacidade de reação dos diferentes

O SMPCPV foi criado com o intuito de prevenir e atenuar os riscos coPUB

BOMBEIROS DA PRAIA FESTEJAM 33.º ANIVERSÁRIO

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Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória (AHBVPV), nasceu a 11 de outubro de 1984. Assinalando a efeméride, os bombeiros da Praia celebram no próximo domingo, 15 de outubro, o seu 33.º aniversário. O programa comemorativo

inicia-se com hastear das bandeiras, três toque de sirenes, desfile de viaturas, receção às entidades oficiais com guarda de honra e charanga, entrega de condecorações e terminam com um almoço de confraternização na Escola Profissional da Praia da Vitória. A AHBVPV tem assumido ao longo destes 33 anos, um papel de enorme relevância em PUB

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ANUNCIE NO JORNAL DA PRAIA

prol da nossa comunidade, pelo seu pronto-socorro, mas também, como parceiro indispensável na política de segurança concelhia, graças ao seu vultoso conhecimento de cenários de catástrofe. JP endereça à AHBVPV, votos de muito sucesso na prossecução do bom trabalho até agora realizado. JP•

GCMPV/JP•


JP | VESTÍGIOS DA HISTÓRIA

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ERMIDA DA NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO DA RIBEIRA SECA HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

A

História da Ermida da Nossa Senhora da Consolação confunde-se com a História do lugar da Ribeira Seca, curato desde 3 de julho de 1861, e a vida do seu fundador Gaspar Ribeira Seca. O lugar da Ribeira Seca remonta aos primeiros tempos do povoamento da ilha Terceira, chamada na época da Ilha de Jesus Cristo. Gonçalo Velho Cabral tinha começado a lançar animais pela Ilha a mando do Infante D. Henrique, tentando torná-la mais atrativa para o seu povoamento. O próprio Capitão Jácome de Bruges trouxe mais vacas, porcos, ovelhas e cabras. Estes animais serviram de sustento aos novos povoadores, com as limitações constantes dos novos habitantes ainda não terem casas próprias. Os primeiros cuidados dos povoadores terceirenses foram construir abarracamentos, onde se abrigassem, de forma que houve alguns que edificaram muitas casas para arrendarem, como o caso de Lourenço Álvares, morador da Ribeira Seca. Foi também neste lugar que Gonçalo Anes da Fonseca, um dos 5 senadores trazidos pelo 1º Capitão Donatário da Terceira Jácome de Bruges, em 1 de janeiro de 1451, se fixou, não muito longe das primeiras construções feitas no lugar da Porta Alegre e da paróquia de Sant’Ana. Em presença de tão prósperos resultados da cultura das terras, do clima, das providências governativas que permitiam a ocupação de terras e os crescentes lucros do comércio, começaram a concorrer povoadores de diferentes partes. Gonçalo Anes da Fonseca acabou por ir buscar a esposa, D. Mécia de Andrade Machado para vir para a recém-povoada Terceira. Na sua viagem de regresso, trouxeram grande número de animais, criados e caseiros. Gonçalo Anes estabeleceu-se na Ribeira Seca, criando a sua Casa. Tiveram 3 filhos, Gaspar Gonçalves Machado, o primeiro terceirense, João Gonçalves e Diogo Gonçalves. Gaspar Gonçalo Machado, embora tenha vivido no lugar da Ribeira PUB

Seca, que adotou como sua terra, foi batizado na Ermida de Sant’Ana, construída pouco depois do seu nascimento e onde se instalou a 1ª paróquia da Ilha. Gaspar Gonçalo Machado acrescentaria ao seu sobrenome Ribeira Seca, nome pelo qual entrou na História. Nome dado ao local onde a família se estabeleceu. Ribeira Seca cedo se envolveu na tarefa ousada de descobrir terras, seguindo as pisadas dos primeiros descobridores, partindo para África, tentando encontrar uma ilha ao Norte dos Açores, entre os anos de 1486 e 1506, o que não conseguiu. Ribeira Seca partiu então para terras africanas, onde lutou pela criação de entrepostos comerciais portugueses nestas terras. Aí foi armado cavaleiro pela sua bravura e conquistou o título, segundo o Padre Cordeiro, de “o melhor cavaleiro de África”. Foi escudeiro fidalgo da Casa Real e juiz dos órfãos da Praia, em 1510. Estabeleceu definitivamente a sua casa no lugar da Ribeira Seca, termo de S. Sebastião, Vila criada a 23 de março de 1503 por alvará do Rei D. Manuel I. Gaspar Gonçalo Machado Ribeira Seca fez, a 19 de fevereiro de 1546, o seu 1º testamento, onde falava da criação da Ermida de Nossa Senhora da Consolação da Ribeira Seca. Provavelmente para cumprir uma promessa feita durante as guerras em África, onde deve ter estado em grandes aflições e agarrou-se à imagem de Nossa Senhora da Consolação, que para ele o protegeu dos combates. Assim neste ano de 1546, as obras começaram. A 3 de janeiro de 1552, Ribeira Seca reformou o seu testamento e, querendo perpetuar o nome da família na História da Terceira, vinculou a sua terça e impôs que todos os administradores da Ermida de Nossa Senhora da Consolação usassem o nome de Ribeira Seca, pelo qual a família era conhecida, de contrário não seriam mais administradores. Sucede que o chamadouro Ribeira Seca, que assim se pretendia converter em apelido, acabou por se não fixar de modo generalizado na sua descendência, que lhe preferiu o apelido Machado, como se comprova tanto em fontes manuscritas, como impressas. Contudo o local nunca perdeu o seu nome de Ribeira Seca. A ermida construída era de peque-

nas dimensões mas suficientes para os primeiros paroquianos da Ribeira Seca. Iniciava-se uma nova fase na História deste termo da Vila de São Sebastião. Uma nova paróquia pequena, mas significativa nascia. Foi na Terceira, em Angra, que em meados do século XVI se estabeleceu a 1ª cidade dos Açores e a sede da Diocese açoriana. Devido à sua angra natural, a Ilha foi, desde os primeiros tempos, um importante porto de escala do Atlântico Norte. Na foz da Ribeira Seca existia o principal porto da freguesia, chamado de “Porto Novo” ou Porto de Gaspar Gonçalves Machado, pelo qual era embarcado o pastel, os cereais e ainda a telha para a cidade de Angra e demais ilhas do arquipélago. Constituía-se no terceiro porto comercial da ilha. Neste mesmo local ficava o termo dos concelhos de São Sebastião e da Praia, pelo que aí terá existido um portão, para efeitos administrativos, dando mais importância ao local. Marcava fisicamente a mudança de concelho. A Ermida de Nossa Senhora da Consolação servia como local de reflexão para as necessidades de fé e garra que os habitantes daquele termo tinham, sobretudo num período em que o Atlântico era cada vez mais cobiçado. Na década de 60 do século XVI, iniciou-se na Terceira a construção de uma linha de Fortes, que incluía São Sebastião. Era preciso proteger a Ilha. Determinou-se também a construção de dois redutos para a defesa do chamado “Porto Novo”, na Ribeira Seca. O 1º reduto foi construído do tipo abaluartado, erguido no lado este da enseada, onde desaguava a Ribeira Seca, em cuja muralha se rasgavam quatro canhoneiras pelos lados do mar. Dispunha de edificação com a função de paiol (armazenamento de explosivos). Já o 2º Reduto era formado por uma pequena bateria, abaluartada, em cuja muralha se rasgavam duas canhoneiras, erguido no lado oeste da enseada. Essa defesa foi reforçada com a construção de dois fortes nas pontas contínuas à enseada, o Forte de São Sebastião e na sua resistência aos castelhanos, Ciprião de Figueiredo, corregedor dos Açores, espécie de governador, mandou construir o Forte de São Francisco. Infelizmente a História fez desaparecer grande parte dos fortes desta linha que mar-

cou indelevelmente a nossa História. Depois da perda da União Ibérica de Portugal com Espanha, com Filipe II, a Terceira tornou-se o único ponto do país que ficou do lado de D. António. É deste período a famosa Batalha da Salga, as histórias de Brianda Pereira e de D. Violante do Canto e a famosa carta (de 13 de fevereiro de 1582) de Ciprião de Figueiredo a Filipe II, onde afirmava: “antes morrer livres que em paz sujeitos”, hoje a divisa dos Açores. Durante 3 anos os terceirenses se bateram como defensores da independência de Portugal. Só em 1583 a Terceira foi subjugada pelos espanhóis, comandados por D. Álvaro de Bazán, no conhecido Desembarque da Baía das Mós. A Ermida de Nossa Senhora da Consolação sobreviveu à ocupação filipina, sendo um espaço de refúgio para os locais, que foram severamente castigados pelo seu apoio a D. António, Prior do Crato, um dos candidatos ao trono. Pela localização geográfica, de fronteira entre o concelho da Praia e o ainda concelho de São Sebastião, a Ermida de Nossa Senhora da Consolação ficou bastante danificada pelo terramoto de 24 de maio de 1614 que destruiu a Praia e abalou o nordeste da ilha, na chamada 1ª Caída da Praia. A Ermida sofreu obras de reconstrução, numa busca pela manutenção da memória e do património de Gaspar Ribeira Seca. A ermida manteve a sua traça simples mas recuperou a sua beleza. Sabemos que a vila de São Sebastião foi severamente atingida pelo Terramoto de 26 de janeiro de 1801, tal como as paróquias de Santa Catarina do Cabo da Praia e a de Santa Bárbara da Fonte do Bastardo, por isso, é provável que a Igreja da Ribeira Seca também tenha ficado danificada. Recuperada como as restantes na procura de dar um novo brilho à Terceira naquele nascer do século XIX. Os dois redutos também sofreram obras de melhoramento. O que foi benéfico nas revoluções liberais, pois os redutos, apoiados pelos paroquianos da ermida da ribeira seca, lutaram pelo liberalismo, evidenciando o papel da Ilha e dos fortes como baluartes da salvação nacional.

(Continua na página n.º 14)


JP | REPORTAGEM

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PATRICK LETELLIER, O HOMEM QUE ENGARRAFA SONHOS

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uem, menino, não ficou a sonhar com as histórias ilustradas de Robinson Crusoe, Moby Dick ou com os romances de Jules Verne? Para quem vive nos Açores, o mar é o quotidiano. É impossível escapar à visão daquela massa majestosa sempre em movimento, ora azul, cinza ou verde... Para alguns continentais, o Atlântico é apenas um sonho, uma coisa que se vê na televisão ou em postais mandados por parentes ou amigos mais afortunados. Ou emigrados. Uma espécie de sublime abstração. Um sonho. E depois, há todos aqueles objetos ligados ao oceano, de mais ou menos bom gosto, que os tais parentes nos oferecem: sapateiras embalsamadas, colares de conchinhas, peças delicadas esculpidas em osso de baleia, corais de várias formas, búzios gigantes onde supostamente ouvimos o rumor do mar... E barcos pequenos e delicados, fechados em garrafas preciosas como ampulhetas. Como é que se aprisiona um barco numa delicada e pequena garrafa de vidro? Até parece obra de feiticeira. Como será que aqueles barcos conseguiram atravessar os gargalos - tão estreitos, das garrafas? Parece que tudo começou com um pai dedicado e com espírito de poeta. Sabem, aqueles homens que nos constroem um moinho de vento com um espeto de churrasco e uma folha de papel? Ou uma leve e poética embarcação feita com meia casca de noz, um palito e uma vela obtida com restos de um guardanapo de papel do piquenique à beira de um lago? Aliás, em França, quando se fala de um barquinho pequeno – um de verdade, daqueles que só leva uma ou no máximo duas pessoas a bordo, usa-se a expressão “coquille de noix”. Ou seja: casca de noz. Mas os barcos engarrafados têm mais do que essa origem. Começaram a ser realizados nos meados do século XIX por marinheiros. Durante os tempos livres, dedicavam-se a essa arte, reconstituindo o próprio barco onde estavam embarcados. Primeiro por superstição, porque achavam que lhes daria sorte durante a travessia. A maior parte do tempo, eram oferecidos às famílias dos marinheiros aquando do regresso destes e, depois, orgulhosamente expostos nas vitrinas dos móveis das casas destes. Muito rapidamente, os belos e delicados objetos tornaram-se tão populares que até serviram-

PATRICK LETELLIER parisiense de naturalidade vive na Praia da Vitória há 5 anos e no seu veleiro “Libertine” aprisiona barcos em pequenas garrafas de moeda para transações comerciais nos portos de todo o mundo. Apesar das difíceis condições de vida

século XX. Só os faroleiros é que continuaram a perpetrar a tradição, passando longas e solitárias horas em

onde ainda agora existem colecionadores ferranhos que os compram por muito dinheiro em leilões. Já existe uma literatura consequente sobre essa arte popular, e, na Alemanha, um museu até lhe é consagrado (Buddel-Schiff Museum, Neuharlingersiel), apresentando obras dos quatro cantos do mundo: Berlim, Londres, Wyoming, Espanha... De uma forma ou de outra, cá, na nossa ilha, estamos todos ligados ao Atlântico. E muito recentemente, eu que vivo neste calhau há quase 10 anos, conheci uma grande comunidade de marinheiros estrangeiros. Muitos deles nem tencionam viajar para mais lado nenhum apesar das vidas aventureiras que tiveram antes de se deixarem seduzir pelo nosso arquipélago. Um deles chama-se Patrick Letellier e é francês. Mora no veleiro “Libertine” faz 5 anos. E sabem que mais? É um dos tais “feiticeiros” que aprisiona barcos em pequenas garrafas!

PATRICK LETELLIER confeciona os seus barcos engarrafados com material náutico genuíno, onde cada peça é única e diferente a bordo da época, engarrafar barcos tornou-se uma arte muito popular. Entretanto, perdeu-se o hábito de engarrafar barcos nos meados do

locais muito isolados e ermos. Só em 1976 é que começou a haver um verdadeiro interesse pelos barcos engarrafados, pelo menos em França,

Patrick Letellier nasceu e cresceu em Paris. Já teve várias vidas numa só, como muita gente de fora que atraca nas nossas ilhas, muitas vezes por acaso. Ou não. Quando fora ainda um jovem talhante, contraiu uma doença grave ao manipular carnes (Continua na página seguinte)

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JP | REPORTAGEM

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PATRICK LETELLIER, O HOMEM QUE ENGARRAFA SONHOS (Continuação da página anterior)

contaminadas. No hospital, praticamente condenado, jurou a si próprio que se candidataria à Legião Estrangeira se escapasse à morte. Escapou. E assim começou uma vida que nunca mais deixou de ser aventureira e que o levou até locais como Madagascar, Vietname, Camboja.... A vida de marinheiro começou por uma razão meramente sentimental: Patrick, parisiense, desejava reaproximar-se da mãe que vive só no sul de França. Aprendeu a velejar por si próprio, de forma totalmente autodidata. Mas navegar torna-se rapidamente um vício e as viagens começaram a ficar cada vez mais longas. E os veleiros tornaram-se cada vez mais compridos. Patrick já teve três embarcações diferentes – todas à vela - e atravessou com elas terríveis tempestades que o levaram até às ilhas Canárias e à Madeira, em especial ao Porto Santo, ilha pela qual nutre uma paixão especial. Até descobrir os Açores: primeiro a ilha de Santa Maria. Entretanto, falaram-lhe da Terceira. E mais especificamente da marina da Praia da Vitória à qual se mantem fiel há mais de cinco anos. As únicas escapadelas, têm sempre o mesmo destino: visitar a mãe agora com 88 anos de idade, em França. Patrick Letellier pode não ser Terceirense de gema, mas é-lo de alma e coração. Muito bem integrado na comunidade da marina e da vida praiense, Patrick nunca se aborrece. Tem vários livros publicados na Amazon – assunto sobre o qual Jornal da Praia tenciona escrever – sobre as suas diversas aventuras como legionário ou marinheiro, mas também novelas e romances, e dedica-se a tão delicada confeção de barcos miniaturas engarrafados. Cada peça é única e diferente, criada com material náutico genuíno. Observamos longamente aquele trabalho minucioso mas não assim tão complicado quanto posPUB

sa parecer. Lembro-me do meu pai a criar barquinhos em metades de cascas de nozes; um fósforo ou um palito eram o mastro e a vela um bocadinho de papel. Encantava-me ver a frágil embarcação a deslizar pelas águas turvas da lagoa do bosque de Boulogne, em Paris. O Patrick também partiu dessa ideia: uma metade de casca de noz. Mas muito mais ela-

segundo! – e o mar azul a suportar o barquinho, pacientemente despejado até atingir o limite certo. À volta de alguns barcos, até nadam adoráveis e minúsculos golfinhos... Enquanto estamos a engarrafar sonhos de criança, não pensamos em mais nada. Não existem guerras nem conflitos. Além do mais, é uma

crianças a criar sonhos engarrafados. Porque não num ou em vários dos muitos ATL(s) da nossa ilha? E porque não, já agora, através da escrita de um livro ilustrado e tecnicamente bem documentado para pais e filhos se juntarem numa atividade tão poética quanto gratificante, no lugar de cada um estar metido, solitário, no seu smartphone ou tablet?

PATRICK LETELLIER alimenta a esperança de um dia ensinar crianças a criar sonhos engarrafados, nesta cidade que lhe acolheu e que de alma e coração sente sua borada. A sua técnica está já muito apurada. É belo ver o movimento das pinças a aprisionar fios ténues como cabelos de anjos, aquela vela minúscula que se curva lentamente no gargalo e retoma a sua forma triangular no interior da garrafinha, o movimento paciente com a cola – que pode estragar tudo num mísero

atividade que requer muita concentração, paciência e sentido artístico. Um barco demora um dia para ser executado, mas depois ainda existe o tempo de secagem, que avizinha aproximadamente 8 dias. Porque o que é belo e o que vale a pena demoram. Tal como tudo na vida. E o grande sonho de Patrick é ensinar

A vida não tem de ser sempre a correr. Precisamos vivê-la fora da caixa. Parar de vez em quando. Respirar. Para observar coisas belas. E porque não criá-las com as nossas próprias mãos? Elvira Mendes/JP•


JP | SAÚDE

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o Cantinho do Psicólogo 172

O Stress Depende da Pessoa?

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imos no Cantinho anterior que, para além de depender do meio ambiente, o stress depende de cada um de nós. Por exemplo, uma pesAurélio Pamplona soa não treinada (a.pamplona@sapo.pt) a lidar com touros dificilmente seria capaz de se atirar a um destes animais para tentar proteger, ou mesmo salvar um colega, que atingido no seu toureio se estatelou no chão, Enfrentar um touro, mesmo que não seja dos maiores ou mais ferozes, causa stress a quase toda a gente, mas muito pouco, ou até nenhum aos que estão treinados ou são desafiados pelo toureio. Devido a situações semelhantes à referida, o stress acabou por ser definido, não como qualquer coisa que existe em nós, nem no meio ambiente. Antes, como a relação específica que existe entre a pessoa e o seu meio, quando este é avaliado como exigente, excedendo os seus recursos, ou fazendo perigar o seu bem-estar. O stress pode afectar-nos fisica e mentalmente, assim como afectar a realização, quer do indivíduo, quer do grupo. Tudo depende da forma como avaliamos, interpretamos, ou sentimos essas situações ou acontecimentos, e em parte das aptidões, recursos ou maneiras como o indivíduo se comporta. Ou seja, se o indivíduo é capaz de controlar as exigências do meio ou da natureza, e de gozar com a estimulação envolvida, então o stress é útil, positivo e bem-

-vindo. Se não é capaz de as dominar, e as exigências se tornam debilitantes, então o stress é inútil, negativo e não é bem-vindo. O stress positivo dá energia, satisfação nas pessoas, e vem da sensação de domínio dos desafios postos pelas situações que o causam, tanto ao nível da actividade profissional, como das actividades de prazer, como pode ocorrer quando se dá um bom passe ao toiro.

Em termos práticos, quando alguém está sujeito a situações causadoras de stress, deve olhar primeiro para o meio, para avaliar se essas exigências podem ser de alguma forma alteradas ou diminuídas e, em segundo lugar, para si próprio, para ver se as suas reacções podem ser da mesma forma modificadas. Modificadas pelo aumento das suas capacidades (como por exemplo, treinar para uma prova física, ou estudar para um

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exame), pela melhor utilização das que já possui, ou através do pedido de ajuda a uma pessoa experiente. Alguns peritos defendem que mais importante do que considerar o stress, é aprender a se confrontar com as situações que o desencadeiam, i. é., ser capaz de o enfrentar, controlar, ou a lidar com essas situações. Note-se que o simples controlo do stress pode promover o sucesso.

No entanto, o stress prolongado, ou os acontecimentos muito stressantes, para além de outras perturbações são susceptíveis de afectar a nossa capacidade de resolução de problemas. Antes de entrar no tema fundamental de aprender a lidar com as situações de stress, importa compreender bem o que o conceito abrange, dadas as muitas dúvidas que se po-

dem levantar. Acontece que o stress passou a dominar as nossas vidas, e a ser responsável por quase todos os males que nos afligem. Por isso, não é de espantar que tenha havido um crescimento de terapêuticas e de programas voltados para o seu controle, não obstante como afirmam Filgueiras & Hippert (1999), algumas careçam de fundamentos teóricos mais aprofundados. É que para além do interesse científico também cresceu o interesse económico em torno do conceito, como se observa na indústria farmacêutica e nas companhias de seguro. Entretanto, ninguém julgue que, ao utilizar algumas das técnicas em resposta ao stress, e como facilitadoras duma boa lide com as situações difíceis, os problemas e negatividades da vida vão parar totalmente. Mas uma coisa é certa: com esta aplicação melhora-se o viver, e atinge-se o sucesso e os nossos objectivos com mais saúde, bem-estar e felicidade, e até mais humor e melhor dormir. Por isso importa atentar-se no significado do aforismo que diz algo semelhante a: «pedra que não rola cria musgo». O objectivo da vida é rolar, e não permanecer inactivo face às intempéries, a “criar musgo”. Portanto “entre na arena”, ´stresse-se`.

Referências: Filgueiras, J. C. & Hippert, M. I. S. (1999). A polémica em torno do conceito de stress. Psicol. Cienc. Prof., Vol.19, Nº. 3. Brasília.

Foto: L. Pamplona•


JP | DESTAQUE

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AUTÁRQUICAS 2017 - RESULTADOS CÂMARA MUNICIPAL

PCP-PEV

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%

PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV

5 346 55,65% 2 964 30,86% 753 7,84% 134 1,39% 85 0,88%

INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

19 377 9 606 49,57% 216 2,25% 108 1,12%

O

PS pela quarta vez consecutiva vence as eleições autárquicas na Praia da Vitória. Tibério Dinis, assume os destinos do concelho até 2021. Numa eleição em que a abstenção embora maioritária desceu em

M 5 2

CDS-PP PPD/PSD PS 0

relação a 2013 (53,74%), o PSD com Cláudia Martins, obteve, em termos nominais e percentuais, um dos seus melhores resultados dos últimos 12 anos, 30,86%. O CDS-PP, que de há 12 anos a esta parte, tem vindo sucessivamente a

ASSEMBLEIA MUNICIPAL V

%

5 039 52,46% 3 394 35,33% 543 5,65% 181 1,88% 121 1,26%

INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

19 377 9 606 49,57% 230 2,39% 98 1,02%

P PUB

1 000

2 000

3 000

crescer, voltou a aumentar a sua votação, todavia continua sem eleger um vereador. Contrariando o quadro nacional, o BE assume-se como a terceira força autárquica no concelho, representando 1,39% dos votos.

4 000

5 000

6 000

A CDU, coligação entre o PCP e o PEV, continua à semelhança do BE com uma representação eleitoral absolutamente marginal. Nestas eleições, a CDU obteve em todo o concelho, menos de uma centena de votos, exatamente 85. JP•

PCP-PEV

PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV

aulo Messias, eleito pelo PS, é o novo presidente da Assembleia Municipal da Praia da Vitória, sucedendo o também socialista Paulo Cordeniz. Constituída por 21 deputados municipais eleitos diretatamente pelos

BE

M 12 8 1

BE CDS-PP PPD/PSD PS

eleitores, a Assembleia Municipal conta ainda com os presidentes de cada uma das 11 juntas de freguesia do concelho. Assim, aos 12 deputados eleitos diretamente, o PS junta as 7 presidências de junta conquistadas, perfazendo um total de 19 depu-

0

1 000

2 000

3 000

tados. O PSD junta aos 8 mandatos diretos, mais 4 presidências de junta, somando um total de 12 representantes. O CDS-PP, à semelhança da legislatura anterior é representado no ór-

4 000

5 000

6 000

gão máximo da autarquia com apenas um elemento. BE e CDU, embora registando mais votos (poucos), doque para a Câmara, continuam sem qualquer representação na Assembleia Municipal. JP•


JP | DESTAQUE

2017.10.13

|9

S ELEITORAIS - PRAIA DA VITÓRIA AGUALVA CM PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

AF %

AM

V % 473 55,00% 339 39,42% 25 2,91% 6 0,70% 4 0,47%

8 5

FONTE DO BASTARDO

V % 443 51,51% 357 41,51% 24 2,79% 10 1,16% 4 0,47%

0,93% 0,58%

16 6

1,86% 0,70%

V

CM

M

393 45,70% 454 52,79%

4 5

1 318 860 65,25% 6 0,70% 7 0,81%

PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

BISCOITOS CM PS PPD/PSD CDS-PP MPT BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

16 19

14 6

1,97% 2,33%

1,72% 0,74%

V % 360 44,23% 371 45,58% 24 2,95%

AF %

20 18

16 5

V

CM PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS PUB

9 9

320 39,31% 448 55,04% 24 2,95% 2 0,25%

2,46% 2,21%

1,97% 0,61%

24

4 5

2,95%

PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

1 471 814 55,34% 16 1,97% 4 0,49%

22 6

4,17% 1,14%

V

M

326 61,74% 180 34,09%

6 3

1 086 528 48,62% 20 3,79% 2 0,38%

11 7

V % 177 44,36% 141 35,34% 49 12,28% 9 2,26% 6 1,50%

10 7

AF %

AM

V % 439 52,76% 297 35,70% 66 7,93% 10 1,20% 2 0,24%

1,32% 0,84%

V % 424 50,96% 321 38,58% 49 5,89% 12 1,44% 6 0,72%

13 7

1,56% 0,84%

V

M

379 45,55% 386 46,39% 42 5,05%

4 5

1 438 832 57,86% 14 1,68% 11 1,32%

LAJES

AM

2,26% 2,26%

3,60% 0,76%

CM

M

CABO DA PRAIA V % 201 50,38% 118 29,57% 55 13,78% 7 1,75% 0 0,00%

V % 292 55,30% 165 31,25% 27 5,11% 12 2,27% 4 0,76%

FONTINHAS AM

V % 377 46,31% 360 44,23% 22 2,70%

19 4

AF %

AM

V % 300 56,82% 151 28,60% 41 7,77% 10 1,89% 3 0,57%

2,51% 1,75%

V

AF %

183 45,86% 168 42,11% 30 7,52%

652 399 61,20% 11 2,76% 7 1,75%

CM

M 4 3

PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

37 26

AF %

AM

V % 814 52,48% 510 32,88% 138 8,90% 17 1,10% 9 0,58%

2,39% 1,68%

V % 733 47,26% 627 40,43% 88 5,67% 24 1,55% 17 1,10%

39 23

2,51% 1,48%

V

495 31,91% 986 63,57%

25

1,61%

3 215 1 551 48,24% 21 1,35% 24 1,55%

M 6 3


JP | DESTAQUE

2017.10.13

| 10

AUTÁRQUICAS 2017 - RESULTADOS PORTO MARTINS CM PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

AF %

AM

V % 304 52,96% 170 29,62% 68 11,85% 10 1,74% 3 0,52%

14 5

QUATRO RIBEIRAS

V % 277 48,26% 194 33,80% 55 9,58% 15 2,61% 7 1,22%

2,44% 0,87%

19 7

3,31% 1,22%

V

CM

M

312 54,36% 193 33,62% 52 9,06%

5 3 1

1 040 574 55,19% 8 1,39% 9 1,57%

PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

6 2

SANTA CRUZ CM PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

68 29

V % 1 331 54,64% 769 31,57% 172 7,06% 55 2,26% 35 1,44%

2,79% 1,19%

AF %

51 23

2,09% 0,94%

V

CM PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

O

12 12

1 323 54,31% 868 35,63% 130 5,34% 49

8 5

2,01%

6 239 2 436 39,04% 41 1,68% 25 1,03%

mapa eleitoral das freguesias continua maioritáriamente rosa, embora o PS tenha visto fugir quatro freguesias para o PSD. Das 11 freguesias do concelho, o PS agora, só preside sete. O PSD melhorou significativamente a sua implantação nas freguesias, conquistando três novas presidências (Agualva, Biscoitos e Fontinhas) ao PS, e assegurando as Lajes que conquistou em 2013, depois de em 2009, ter visto o PS arrebatar todas PUB

8 2

3,90% 0,98%

V

M

152 74,15%

7

382 205 53,66% 48 23,41% 5 2,44%

PS PPD/PSD CDS-PP BE PCP-PEV INSCRITOS VOTANTES BRANCOS NULOS

18 3

V % 542 61,52% 273 30,99% 24 2,72% 10 1,14% 10 1,14%

12 10

1,36% 1,14%

V

AF %

537 60,95% 326 37,00%

3,42% 0,57%

V % 325 61,79% 131 24,90% 23 4,37% 10 1,90% 11 2,09%

24 2

4,56% 0,38%

M 6 3

1 527 881 57,69% 10 1,14% 8 0,91%

Paulo Messias

as 11 presidências do concelho. Apenas o PS concorreu a todas as freguesias, já o PSD, só não concorreu nas Quatro Ribeiras. O BE não concorreu a qualquer junta, enquanto a CDU concorreu nos Biscoitos, São Brás, Lajes e Santa Cruz. O CDS-PP concorreu a quatro juntas de freguesia: Cabo da Praia, Fontinhas, Porto Martins e Santa Cruz. O MPT concorreu unicamente à Assembleia de Freguesia dos Biscoitos. JP•

AF %

AM

V % 336 63,88% 122 23,19% 31 5,89% 8 1,52% 8 1,52%

ASSEMBLEIA MUNICIPAL AM

1,36% 1,36%

2,93% 0,98%

CM

M

VILA NOVA V % 564 64,02% 250 28,38% 34 3,86% 5 0,57% 4 0,45%

V % 135 65,85% 45 21,95% 8 3,90% 4 1,95% 3 1,46%

SÃO BRÁS AM

V % 1 397 57,35% 605 24,84% 262 10,76% 43 1,77% 32 1,31%

AF %

AM

V % 141 68,78% 42 20,49% 11 5,37% 2 0,98% 1 0,49%

CÂMARA MUNICIPAL

Tibério Dinis

V

378 71,86% 112 21,29%

12

2,28%

1 003 526 52,44% 20 3,80% 4 0,76%

M 7 2


JP | DESTAQUE

2017.10.13

| 11

PRESIDENTES DE JUNTA ELEITOS Dos onze presidentes, quatro são reeleitos e sete assumem a presidência pela primeira vez. Dos sete estreantes, quatro faziam parte do executivo anterior e três pr0tagonizam viragem de rumo na junta.

Hélio Rocha - Presidente da Junta

Luís Vieira - Presidente da Junta

Mónica Brum - Presidente da Junta

Freguesia da Agualva

Freguesia dos Biscoitos

de Freguesia do Cabo da Praia

Júlia Faria - Presidente da Junta de

Paulo Sousa - Presidente da Junta

César Toste - Presidente da Junta de Maura Branco - Presidente da Junta

Freguesia da Fonte do Bastardo

de Freguesia das Fontinhas

Freguesia das Lajes

de Freguesia do Porto Martins

Bruno Lopes - Presidente da Junta

António Borges - Presidente da

Nuno Meneses - Presidente da Jun-

Vasco Lima - Presidente da Junta de

de Freguesia das Quatro Ribeiras

Junta de Freguesia de Santa Cruz

ta de Freguesia de São Brás

Freguesia da Vila Nova

informação atualizada diariamente em www.jornaldapraia.com PUB


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

E DITORIAL

E

Eleições

ste mês de Outubro principiou com dois grandes acontecimentos: as eleições autárquicas e o referendo na Catalunha. Neste contexto, importa registar relativamente às eleições autárquicas a impressionante e histórica vitória do Partido Socialista a nível nacional, e a supremacia socialista na Região Autónoma dos Açores, pois o grande derrotado foi o Partido Social Democrata, situação essa que era previsível, porque os cidadãos comuns sempre se recusaram a pagar o preço da austeridade imposta drasticamente pelas medidas governamentais de Passos Coelho e ao invés a geringonça optou por medidas alternativas mais positivas, embora ténues, mas benéficas para o povo, daí em nosso modesto entender a justificação da brilhante vitória. As eleições autárquicas do dia 1 de Outubro no concelho da Praia da Vitória foram vencidas pelo Partido Socialista, cuja lista para a Câmara Municipal era encabeçada por Tibério Dinis. A lista do Partido Socialista para a Câmara Municipal da Praia da Vitória obteve uma vitória folgada, aliás como já era esperado, pois Tibério Dinis era o único candidato que reunia maior experiência autárquica, adquirida aquando da governação camarária de Roberto Monteiro, principalmente no último mandato deste, pois foi o seu braço direito.

2017.10.13

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“UM DESGOSTO NUNCA VEM SÓ”: INDIGNAÇÃO …. DESILUSÃO….

O

primeiro, a minha “indignação” tem a sua razão mais uma vez, no procedimento inadmissível do governo português na teimosia, no atrevimento conJosé Ventura* tinuo, de por e dispor dos Açores a seu belo prazer ignorando a dita autonomia politica e administrativa que referem paternalmente na condução da conveniente politica e centralismo lisboeta. Em Washington depois da reunião do ministro dos negócios estrangeiros Augusto Santos Silva, com o Secretário de Estado dos Estados Unidos da América e, das suas declarações acerca da mesma, onde procurou escamotear o verdadeiro motivo da mesma com a apresentação de uma proposta para a revitalização da Base das Lages, na mesma cidade que, abriga o cérebro do governo americano, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, reuniu no passado dia 12, o Sr. Azeredo Lopes - Ministro da Defesa de Portugal com o seu homólogo americano, Mr. James Mattis, ao qual propôs a criação de um Centro de Segurança Atlântica na Base das Lajes. Esta estrutura, segundo Azeredo Lopes, poderia vir a formar não só oficiais portugueses, mas também de outros países interessados na segurança do Atlântico. “Ou seja, [um local] onde possamos desenvolver não só as nossas capacidades

próprias, mas também que seja um centro de excelência para formação e treino desses países “, disse, referindo-se a países como São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Incógnita para nós, é a aceitação ou não de Washington “ao estender de mão” de Portugal” pois como disse o Ministro da Defesa, “vamos esperar para ver qual é a reacção deste nosso parceiro estratégico nas Lajes”. Um dos “desgostos” referido no título deste artigo como “indignação”, deve-se ao facto de continuar o governo de Portugal a usar e abusar o único activo que goza ou seja, ao Açores e o seu mar através de uma política de mentalidade colonialista. Assiste com muita atenção, às imagens efusivas da reunião divulgadas pela RTP, inseridas no noticiário da chamada TRPAçores, procurando com alguma ansiedade a presença do Sr. Francisco Tavares que, conforme me informaram, é o representante da Região na Comissão Bilateral Permanente do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos da América e, assessor do presidente do governo para as Relações Externas. Cenário habitual, deixou-me mais uma vez visivelmente indignado. Decepcionado, desiludido fiquei, e estou, em relação a Sua Santidade o Papa Francisco. Li e reli a noticia e mensagem de Sua Santidade dirigida ao Presidente da República, aquando do seu regresso da Colômbia e a caminho de Roma, sobrevoava o espaço aé-

reo dos Açores. (uma vasta área do Atlântico Norte, compreendida entre os paralelos 45º N (limite Norte) e 17º N (limite Sul) e os meridianos 13º W (limite Leste) e 40º W (limite Oeste). Constitui-se num triângulo com vértices na ilha de Santa Maria, no arquipélago dos Açores, Lagos, no Senegal e Shannon na Irlanda). Sob o espaço a que, o simples mortal olhando chama por céu, vive espalhado por nove ilhas chamadas de Açores e que, deram entre príncipes e missionários, grandes vultos à igreja de Roma espalhada pelo mundo. Creio que Sua Santidade não desconhece o apego que o nosso povo tem a Cristo e à terceira pessoa da Santíssima Trindade com o culto ao Divino Espirito Santo. Porque tenho a certeza que o Papa Francisco conhece os Açores na sua essência. O que constitui o ser e a natureza das coisas, das qualidades predominantes do seu povo e, da natureza virtual e pura que o Criador nos dotou, mais que não seja pela influencia de dois dos seus mais directos colaboradores os açorianos - Monsenhores José Bettencourt, Chefe do Protocolo da Santa Sé e António Manuel Saldanha, Adido na Secretaria da Congregação para as Causas dos Santos, um dia virá em pessoa abençoar os Açores e os açorianos colmatando assim, o seu esquecimento aquando da sua passagem pelos nossos céus. “A desilusão de agora será bênção depois”.- Chico Xavier (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. •

Assim, à partida era muito difícil aos DE FÉRIAS NA TERCEIRA 2017: outros candidatos conseguirem venAÇORES, UMA OBSESSÃO cer, porque além de serem pouco conhecidos do povo, eram principiantes asci na Fui mobilizado para Moçambique, e meio. Um dia, conversando com a nestas andanças, o que à partida pouPraia da para uma companhia de engenharia Dona Noélia, fiz um comentário que co lhes ajudava. V i t ó r i a da Guarnição Normal, isto é perten- já não recordo e imediatamente ela Por outro lado, o referendo da Cataem 1945, onde fiz cente às unidades de quadrícula da comentou: “José Henrique, pelos vislunha apesar da violência desmedida, a escola primária Colónia; os oficiais e alguns sargen- tos esta tua viagem à Praia veio abrir incontrolável e cruel das forças polie frequentei o Se- tos eram da Metrópole, como se di- feridas que pareciam fechadas!” Ticiais enviadas pelo Governo Madrileno minário do Padre zia na altura, mas nenhum era açoria- nha toda a razão: as feridas produzipara que o povo Catalão não exercesDamião durante 6 no. Terminada a comissão, regressei das pela saída não tinham sarado e se o seu direito inalienável de escolher anos. Em Agosto ao Norte do Continente e fui estudar o tempo ia-as abrindo cada vez mais. o seu próprio destino, realizou-se ten1964, embarquei para Braga. Na Faculdade não havia É por isso que, como já referi numa José Silveira de Brito do o “sim” vencido. para o Continente, nenhum açoriano. Só no meu último outra crónica, costumo dizer que Se o referendo era ilegal segundo para continuar os estudos; quando o ano do curso apareceu um micaelen- «Sofro, [...] de “açorianite aguda”, Madrid, não se vê qual é o interesse em tentar impedi-lo, e da forma como táxi que me levou a Angra para em- se, mas pouco convivi com ele. No doença incurável que se agrava com foi feito, contra todos os princípios barcar no Carvalho Araújo chegou à entretanto casei com uma continen- o passar do tempo». Quando vou faessenciais à democracia, esta atitude Bela Vista, olhei para trás pela última tal e assentei arraiais definitivamente lar a qualquer lado, faço questão de cruel e irracional do Governo Espanhol vez e fixei na memória para todo o na Cidade dos Arcebispos; os Açores me apresentarem como “natural da Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açoé imperdoável e violando os ditames sempre aquela imagem da Praia. Nos pareciam ausentes da minha vida. do Direito Internacional. dois anos seguintes vivi com os meus Até que um dia recebi um postal do res” (é esta a fórmula que peço para Professor Vitorino Nemésio a pedir- usarem). Se não há apresentação ou Não se entende a posição assumida colegas açorianos. Quando decidi mudar de vida, fui -me para procurar Eduardo Ferraz da se havendo, se esquecem de o dizer, pelo Governo Português em prol do Governo da Espanha, pois vai contra viver para o Norte com uns tios. Em Rosa, que tinha vindo estudar para durante a exposição aproveito a priprincípios consagrados na Constitui- casa só um era continental; a famí- Braga. Começou aqui a minha rea- meira oportunidade para informar ção da Republica Portuguesa “Portu- lia vivia no Continente desde fins de proximação à Praia. No ano seguin- da minha naturalidade açoriana. Há gal reconhece o direito dos povos à au- 1944 e convivia apenas com conti- te, pela Semana Santa, recebi um uns anos fui dar aulas a Moçambitodeterminação e independência e ao nentais, pelo que a ligação às Ilhas telefonema do Paulo Moniz, filho do que; fiz questão de apresentar-me desenvolvimento, bem como o direito era ténue. Quando assentei praça em senhor Belchior Moniz, meu vizinho com um PowerPoint que metia maà insurreição contra todas as formas Mafra, reencontrei amigos da Praia, na Rua Serpa Pinto, que estava de vi- pas e fotografias da Praia da Vitória. de opção”. mas pouco acamaradámos, porque, sita a Braga para ver as procissões. Em minha casa fala-se imenso dos Ora, estas atitudes com tiques colopor um lado, nenhum deles perten- Fui buscá-lo e fiz questão que ficasse Açores, a propósito e a despropósinialistas não estão de forma alguma de acordo com o direito, por isso “quem cia ao meu poletão, e aos fins-de- em minha casa. A partir deste dois to, se é que se pode falar dos Açores não evita males, podendo e devendo -semana, em que eles ficavam pela amigos, a ligação à Terceira foi des- a despropósito. Em 2000 fomos toregião da Mafra, eu ia para o Porto. pertada. A insistência deles, em 1977 dos às Festas da Praia; os meus rapavem a ser causa de muitos males”. Por outro lado, eu estava virado para fui pela primeira vez de férias à mi- zes ficaram maravilhados. Há dias, O Diretor, o Continente, onde planeava viver o nha ilha com a minha mulher e o meu ao dar a conhecer ao meu filho João Sebastião Lima filho mais velho, na altura com 2 anos (Continua na página seguinte) diretor@jornaldapraia.com • resto da vida.

N


JP | OPINIÃO

2017.10.13

| 13

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XIII)

N

o passado dia 19 de Agosto, a Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Angra do Heroísmo, numa atitude muito bonita e deveras louAntónio Neves Leal vável, prestou uma merecida homenagem ao Sr. Padre José de Lima, que iluminou a nossa sociedade tantas vezes distraída e/ou esquecida. Trata-se da instalação do pedestal com o busto esculpido do evocado, da autoria da artista terceirense, Ana Ávila Simões, cujo trabalho mereceu os maiores encómios dos numerosos presentes ao descerramento, ao qual se associou a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, representada pelo seu Presidente. Na última edição deste quinzenário, foi publicado a este repeito um interessante trabalho de Luís Filipe

D

urante a II Guerra Mundial, todos os beligerantes ponderaram ocupar os Açores. Talvez, em virtude das objeções do ponto de vista loEmanuel Areias gístico, os generais alemães tenham tirado essa ideia da cabeça de Hitler. Nas Lajes, primeiro estiveram os ingleses, mas foram os EUA, no pós-guerra, que se mantiveram por cá. Vejamos bem, a valorização que os norte-americanos fizeram da Base das Lajes, pela sua importância geoestratégica, no pós-guerra: em vários relatórios militares, as Lajes tinha preferência face a outras bases como na Islândia ou Gronelândia. Esta valorização e presença constante de forças norte-americanas em território terceirense, marcou de forma indelével o concelho da Praia, e toda a ilha em geral. A Base foi o motor de desenvolvimento que fez a ilha Terceira não estagnar no tempo. Num pequeno universo como o nosso, a presença de uma pequena América no coração da ilha, influenciou e motivou transformações importantes, que tiveram um impacto decisivo no equilíbrio social da so-

A NOSSA ETERNA GRATIDÃO AO PADRE LIMA Cota Moniz em representação do Jornal da Praia. E se voltamos ao tema já tratado, é por considerarmos que este grande picoense, de nascimento, marcou tão profundamente a sociedade terceirense e a juventude do antigo Liceu de Angra e do Seminário Episcopal, que não é fácil abordar os vários ângulos da sua rica personalidade, na óptica de uma só observador ou com um breve testemunho apenas. Tive a honra de ser seu aluno de Religião e Moral na Escola do Magistério e, mais tarde, um grande amigo. A sua afabilidade, o seu espírito dialogante, a sua simplicidade, a sensatez e o exemplo de sua vida virtuosa, cativaram-me logo após o primeiro encontro, quando lhe desabafei que na Escola Comercial e Industrial, apesar de bom estudante estivera para chumbar o ano, por causa de duas faltas injustificadas dadas às aulas de Religião e Moral. Antes dele, essa disciplina era pouco atraente, por ser

ministrada com sensaboria e à laia de catecismo. E que por esse motivo ele não se admirasse do meu anticlericalismo de ex-seminarista. Ouviu, foi compreensivo e meu conselheiro. A sua conduta com todas as pessoas era de uma grande generosidade, delicadeza , abertura e amizade. Foi pena o Padre Lima não ter ascendido a Bispo da Dioceses de Angra. Muita gente ainda se interroga por que razão tal não aconteceu. A sua estatura moral, a sua competência, a sua popularidade e os importantes cargos desempenhados , entre eles o de Vigário da Diocese e o de professor singular de várias gerações de alunos, durante um quarto de século, tal não o faziam prever nem aceitar esse esquecimento. A admiração de quem o conheceu de perto, essa, manteve-se incólume, sendo benquisto e reconhecido, também, entre os seus pares, coisa nem sempre fácil para quem conheça

bema conduta de alguns elementos do clero, que ele tanto apoiou e estimulou, não só nos momentos felizes, mas, sobretudo, em momentos difíceis para a vida da Igreja Católica. Isto graças ao enorme prestígio e bondade de que era detentor. Ao preparar a biografia de um sacerdote, o Pe. Manuel Garcia da Silveira, espelhado no livro, publicado no ano passado, apercebi-me desse facto e não resisto a citar duas passagens que seleccionei e nele deixei registadas. «Entre os testemunhos abonatórios são dignos de nota o do antigo Vigário da Diocese, meu dilecto e saudoso professor e amigo, Monsenhor José de Lima do Amaral: Venho dizer-te que muito me alegro por esta manifestação de gratidão e amizade. Sinto-me muito feliz quando vejo o trabalho e o valor de um colega ser reconhecido. E à comissão Paroquial da Matriz (Continua na página n.º 14)

BASE DAS LAJES: DO PASSADO AO FUTURO ciedade terceirense. Seja no espaço físico, seja na dimensão social, a Base, desde a década de 40, impôs-se como fator primordial de uma mudança visível. Quem diz que trabalha para os americanos, é visto de forma diferente pela sociedade. Numa sociedade rural, sem muitas posses, trabalhar na Base tornou-se uma fuga à miséria. Nas famílias, sucedem-se as pessoas que trabalham por conta dos americanos, tornando-se mesmo tradição. Há até algo muito paradigmático, pouco visto noutros empregos, que é a hereditariedade no trabalho. Em algumas situações, pais ou tios, deixavam os seus trabalhos, quando se reformavam, para filhos ou sobrinhos. Quando se trabalha para os americanos ganha-se à quinzena, o que na teoria, leva-nos ao raciocínio imediato: em 15 dias de trabalho na Base, ganha-se mais do que um mês completo cá fora. Há até uma história engraçada que se conta, de um senhor que pergunta a outro: –Onde trabalhas? – Trabalho no carro do lixo – Shi, que treta! – Mas é na Base. – Espetáculo! Dentro da base, os americanos e

os trabalhadores beneficiavam com uma série de serviços feitos à medida das necessidades, logo quem vinha dos EUA não perdia os seus hábitos. Havia escola, restaurantes, hospital, cinema, igreja, piscina, campos de basquetebol ou basebol. Os produtos americanos eram constantes nas casas de famílias terceirenses. Quem não podia ir à Base, pedia a quem lá trabalhava, para comprar um par de calças jeans, a manteiga americana ou uns aperitivos. Vivíamos e, apesar de tudo, vivemos numa sociedade americanizada. Influenciada bastante por hábitos que ganhamos dos americanos e pelos produtos que de lá vinham. No plano antropológico, as relações entre locais e americanos são ainda bem visíveis. Indiretamente, os terceirenses beneficiavam imenso com a presença americana na ilha, seja em restaurantes, comércio local ou habitação, seja nas aprendizagens e convívio com outra cultura. Houve casais que depois de pagar a sua casa, construíam outra, arrendando a primeira em condições muito vantajosas a americanos, que pagavam e pagam rendas inimagináveis para qualquer família portuguesa de classe média. Algumas pessoas chegaram a pedir créditos bancários para erguer casas para arrendar aos americanos, pensando que os crédi-

tos seriam pagos a curto prazo com as receitas que fariam. Nas casas terceirenses era habitual vermos a bandeira americana erguida junto à porta de entrada. Quando a presença de militares era muito significativa, houve a necessidade de construir bairros de casas, do melhor que há, para as suas famílias. Hoje são bairros desaproveitados, abandonados e quase em ruínas. As condições proveitosas que a Base providenciou às pessoas, foi uma atração não só para os terceirenses como também para pessoas de outras ilhas, que se fixaram na Terceira. Assistiu-se a um verdadeiro êxodo em direção à Terceira. Se antes a Base chegou a ter milhares de militares e outros tantos de trabalhadores civis, hoje a presença é reduzidíssima. A Terceira ganhou, ao longo do tempo, um cordão umbilical muito forte com a Base, difícil de ser cortado. As outras ilhas adaptaram-se ao facto de não terem tido a mesma sorte que a Terceira. Hoje é a Terceira que vive esse desafio. Embora seja impossível perder a ligação natural aos EUA, seja pela emigração, comum ao arquipélago, seja pela presença americana, intrinsecamente ligada, à ilha lilás. •

AÇORES, UMA OBSESSÃO (Continua na página seguinte)

a balada “Raízes”, do Duarte Braz, o rapaz, percebendo-me emocionado, comentou: “meu pai, ser açoriano também se herda!”. Foi a estocada final: embatoquei, incapaz de falar durante bastante tempo. Algumas vezes vou à Região para alguma conferência. No Continente falo dos Açores onde quer que vá, em qualquer conversa o tema Açores vem à baila. Se alguém me diz que

ainda não visitou a Região, começo logo a fazer uma descrição do que pode encontrar, afirmando peremptoriamente que não pode deixar de visitar os Açores o mais rapidamente possível. Digo que vale a pena ir no Verão, mas que o Inverso também tem os seus encantos, que todas as ilhas são muito diferentes, cada uma com as suas belezas próprias. Quando começo a falar sobre as Ilhas nunca mais me calo.

O que fica dito permite compreender que um dos meus sonhos era visitar os Açores com toda a Família, o casal com os filhos, as noras e os netos. Resolvemos em família que seria este ano de 2017. Quando começámos a planear a viagem, rapidamente concluímos que mandava o bom senso ficar pela Terceira. Um grupo de 13 pessoas, oito adultos, três crianças entre os 9 e os 11 anos, dois bebés com menos de 3, exige uma

logística complicada e decidimos ir devagar; este ano foi a Terceira, no futuro serão as restantes ilhas, assim o espero. Fomos em boa hora e tudo correu às mil maravilhas, mesmo o que não saiu com a perfeição sonhada. É dessa viagem, sonhada e vivida, que resultaram as crónicas que publicarei nos próximos números do Jornal da Praia.


JP | OPINIÃO

2017.10.13

| 14

UMA CERTA SORTE DE VARAS

H

á alguns anos que os mais ativos aficionados da tauromaquia na Ilha Terceira reclamam a inclusão da Sorte das Varas nos festejos de redondel. Talvez tivessem julgado que o facto de a sua reclamação ser feita numa região autónoma pudesse ganhar maior força. Tal não aconteceu, como é sabido. Não se verificou, como se teria pensado, um maciço apoio dos muitos habituais espectadores das touradas de praça. E era de esperar que tal não acontecesse, porquanto a Sorte de Varas não fazia, nem podia fazer, parte do seu imaginário. Ao invés de abruptamente ter promovido uns quantos espetáculos com inclusão da Sorte de Varas, uma estratégia quiçá mais produtiva teria sido expor os aficionados menos ativos e desconhecedores de todos os aspetos da corrida às imagens de filmes ou vídeos em que se visualizasse a dita Sorte. É que, de geração em geração, por diversos motivos,

foram desaparecendo as cenas de abate de animais à porta de casa, pelo que a “crueza” destes acontecimentos, quase sempre inseridos no seio de festividades tradicionais foi deixando de ser aceite como fazendo parte da “vida”. Com a evolução da civilização, as tarefas básicas de sobrevivência do indivíduo, que incluíam primariamente a obtenção de alimento, passaram a ser delegadas, deixando, assim, o indivíduo à mercê de condicionalismos que não domina. Antanho apenas as condições climatéricas podiam fazer perigar a sobrevivência; agora há que ter em conta também as condições sociais. Por esses motivos, a Sorte de Varas não caiu bem entre os adeptos de uma tauromaquia dividida, mas maioritariamente mais inclinada ao festejo de rua. A tauromaquia praticada nos Estados Unidos, ali implantada pela mão

de muitos terceirenses, para além da simulação da morte, no redondel, do animal lidado, também simula a sorte de bandarilhas, pelo que, sem a utilização de farpas, o animal não verte sangue nenhum. O que não quer dizer que se tenha anulado a possibilidade de o toiro sofrer, pois basta estar confinado num espaço e ser desafiado para uma atividade que lhe é pouco natural para se poder imaginar algum sofrimento. O mesmo acontece na Touradas à Corda. Mas isto de animais a sofrer é um capítulo muito extenso que não cabe neste texto. O sistema seguido na tauromaquia nos Estados Unidos bem que podia ser aplicado na Sorte de Varas. Desaparecia, então, o derramamento de sangue, cujo visionamento é cada vez mais intolerado pelos motivos já referidos. Fica a Sorte de Varas pela metade, dirão os seus apoiantes mais puristas, mas como o espetáculo taurino

à portuguesa já é uma ‘quase metade’ em que figuram anunciados ‘matadores de toiros’ que, no final, não ‘matam’, pouco se perdia da Sorte de Varas. De resto, em Espanha, tem-se verificado, sobretudo pela pobreza da qualidade de algumas ganaderias, que a Sorte de Varas, em muitas corridas, é quase apenas um ato simbólico, visto que após o embate do toiro contra o cavalo do picador, sustido por ação da vara, se levanta esta e o resto da sorte é apenas o deixar continuar a investida do cornupto contra o equino. (Um toiro a marrar contra um portão, um taipal, um palanque, etc., é ingrediente indispensável numa boa tarde de toiros à corda). Quem sabe se é da nossa América que vai chegar uma certa Sorte de Varas que não seja alvo de tanta contestação? João Rego•

A NOSSA ETERNA GRATIDÃO AO PADRE LIMA (Continuação da página n.º 13)

das Velas, escrevia em 2005: Quero felicitar-vos pela iniciativa, a gratidão é dos sentimentos mais nobres que o coração humano alberga. Toda a dedi-

cação que é dedicada ao vosso Pároco, tudo o que o Senhor vos tem dado através dele, bem merecem o vosso

gesto, aludindo à celebração dos 25 anos de paroquiação do padre Silveira». (in Pegadas de uma Caminhada, pág. 278). Outro momento que gostaria de evocar foi o da cerimónia de homenagem, que propus, em 2000, ao Pe. Joaquim Esteves Lourenço, natural dos Altares, e a que Monsenhor José de Lima presidiu, por ocasião da trasladação dos restos mortais de Maria Vieira, santa do povo, cujo processo de beatificação se arrasta há já 77 anos, e neste preciso momento com mais uma luzinha a tremular ao fundo do túnel, na sequência da petição do referido processo, feita há dez anos pela paróquia sebastianense, e assinada pelo seu pároco de então, Pe. Jacinto Meneses Bento, conforme se pode ler no livro sobre Maria Vieira, Mártir dos Açores, 3ª edição, 2015 ( páginas 247 a 249). Recordo ainda o que, neste contexto, Monsenhor José de Lima proferiu ao enviado do jornal lisboeta «Público», e em representação do então Bispo António de Sousa Braga, natural de Santa Maria: Fossem estes os

tempos do princípio da Igreja em que não havia processo de beatificação e era o povo que apresentava os irmãos que serviam de modelo, e já teríamos a sua imagem nos altares.( V. Maria Vieira , Mártir dos Açores, 3ª edição, pág. 240).

E para terminar esta evocação saudosa de uma pessoa que a muitos de nós marcou profundamente, gostaria de reproduzir as palavras judiciosas e oportunas do Dr. Cota Moniz, inser-

tas no nº 505 deste jornal: Ainda hoje muitos dos que tiveram a honra de com ele privar se interrogam porque foi a Igreja tão avara nos seus privilégios, deixando perder para o Bispado um Homem e Sacerdote da estatura do Padre Lima. «Jornal da Praia

» não o esquece, e por isso esteve presente no evento que honra esta Ilha onde exerceu o seu múnus, os Açores de que foi filho ilustre, e a Igreja que serviu até ao limite das suas forças. Foto: Manuel Bettencourt TV•

ERMIDA DA NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO DA RIBEIRA SECA (Continuação da página n.º 5)

A partir de então a informação é mesmo escassa, sendo preciso um estudo mais fundo de documentos da época para se estudar melhor a História da Ermida de Nossa Senhora da Consolação durante os 125 anos seguintes ao fim da Guerra Civil em 1834. Contudo podemos dizer que a Ermida sofreu danos durante a 2ª Caída da Praia, em junho de 1841. Houve novas obras de melhoramento, desta vez impulsionadas por José Silvestre Ribeiro, o governador do novo distrito de Angra do Heroísmo. Des-

de o primeiro dia, Silvestre Ribeiro seguiu os passos de Pombal e tratou de cuidar dos vivos. Numa política de grande empenho, ajudou-se os desfavorecidos e apostou-se na reconstrução da Ilha. Atualmente nada mais resta dos antigos redutos e nem do portão. Na preservação da memória local, o largo da Igreja ostenta o nome de Gaspar Gonçalo Machado Ribeira Seca. A Ermida de Nossa Senhora da Consolação tem uma só capela com a imagem da Senhora, que é o orago, tendo aos lados S. Crispino e São

Crispiniano. Tem ainda dois altares laterais com as imagens do Coração de Jesus e de São José. A paróquia passou por alguns momentos menos bons nas últimas décadas, algumas necessidades, como uma pia batismal, que são pedidos da pequena população da Ribeira Seca, orgulhosa da sua História. As festas da Ribeira Seca mantém viva a sua forte relação com as suas tradições, como é o caso também do Espírito Santo. Não são pessoas de deixarem de lutar. Esta situação relembrando-nos da valentia dos pri-

meiros povoadores que escolheram este local como morada e souberam fazer dele, um ponto de importância na História da Terceira. A Igreja de Nossa Senhora da Consolação continua a ser o retrato vivo da relação entre Gaspar Ribeira Seca e este curato, que ele tanto amou. E percebemos a importância da preservação do património para a manutenção de uma memória local e para que o nossa passado não fique esquecido.


JP | INFORMAÇÃO

2017.10.13

| 15

AGENDA DESPORTIVA MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

FUTEBOL TAÇA DE PORTUGAL 3.ª ELIMINATÓRIA | 15.10.2017 Santa Clara

-

Belenenses

Operário Lagoa

-

Felgueiras 1932

SC Praienses

-

Alcains

Amarante

-

Sp. Ideal

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

5.ª JORNADA | 15.10.2017 FC Vale Formoso

-

CD Rabo Peixe

FC Flamengos

-

SC Vilanovense

SC Angrense

-

GD Fontinhas

Marítimo Gra.

-

São Roque

CU Micaelense

-

Prainha FC

CAMPEONATO DE PORTUGAL SÉRIE “D”

-

Mafra

Caldas

-

Lusitânia

Loures

-

Torreense

Vilafranquense

-

Eléctrico

SC Praiense

-

Fátima

Pêro Pinheiro

-

Sintrense

Alcanenense

-

Sacavenense

Guadalupe

-

Coruchense

CAMPEONATO FUTEBOL AÇORES

6.ª JORNADA | 22.10.2017 CD Rabo Peixe

-

SC Vilanovense

FC Vale Formoso

-

SC Angrense

São Roque

-

FC Flamengos

GD Fontinhas

-

CU Micaelense

Prainha FC

-

Marítimo Gra.

HOJE (13/10)

15:30 16:00 16:30 17:00 17:30 17:30 18:00 18:00 18:00 18:00 18:00 19:00 19:00 19:00 19:00 19:30 19:30

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

- Lajes - Fontinhas (1) - Casa da Ribeira - Cabo da Praia - Matriz Sta. Cruz - Vila Nova - Fontinhas (2) - São Brás - Porto Martins - Sta Luzia, BNS Fátima - Quatro Ribeiras - Lajes - Agualva - Santa Rita - Fonte do Bastardo - Biscoitos, IC Maria (3) - Biscoitos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese (2) Quando não há catequese (3) 1.º e 2.º sábados (4) 3.º e 4.º sábados

SÁBADO (21/10)

Nota Editorial Esteja na nossa “Agenda Desportiva”, envie toda a informação para: desporto@jornaldapraia.com.

- São Brás - Vila Nova, ENS Ajuda - Lajes, Ermida Cabouco - Cabo da Praia (1) - Biscoitos, S Pedro - Agualva - Casa Ribeira (1) - Santa Rita - Lajes - São Brás - Cabo da Praia (2) - Porto Martins - Casa da Ribeira (2) - Biscoitos, IC Maria - Vila Nova - Fontinhas - Matriz Sta. Cruz (1) - Quatro Ribeiras - Fonte Bastardo - Sta Luzia - Matriz Sta. Cruz (2) - Lajes, ES Santiago - Lajes - Matriz Sta. Cruz (3) - Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação (2) Missas sem coroação (3) De outubro a junho (4) De julho a setembro

SÁBADO (30/09)

WORKSHOP / FORMAÇÃO YÔGA - TREINAR A MUDANÇAWAVE JAZZ Local: Museu de Angra do Heroísmo Hora: 14H00 às 18H30 Yôga é uma filosofia milenar que imprime nas suas técnicas e conceitos a união entre corpo físico, energético, emocional e mental, levando a um alto-rendimento do real potencial latente do praticante. Neste workshop, abordar-se-á, numa primeira parte, a componente conceptual do yôga, explorando a base filosófica da prática, bem como a forma como os conceitos levam à mudança. Na segunda parte, passar-se-á à prática, percebendo concretamente como as técnicas se aliam aos conceitos e como se chega a uma mudança gradual, efectiva, aprazível e evolutiva no quotidiano. Monitoria: Carla Ferraz Público-alvo: 30 participantes a partir dos 15 anos. Informações sobre como aderir Público-alvo: 30 participantes a partir dos 15 anos. Inscrições através do e-mail museu.angra. agenda@azores.gov.pt ou do telefone 295 240 800. Custo: 30 € pagos à formadora.

DOMINGOS

7.ª JORNADA | 22.10.2017 1º Dezembro

SÁBADOS

08:30 09:00 10:00 10:00 10:00 10:30 10:30 10:30 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:15 12:15 12:30 13:00 19:00 19:30 20:00

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (01/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SEGUNDA (02/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (03/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUARTA (04/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUINTA (05/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEXTA (06/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADO (07/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (08/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA (09/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

TERÇA (10/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUARTA (11/10)

DOMINGO (22/10)

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ASSINE

CONCERTO TEMPORADA DE MÚSICA CLÁSSICA TRIO KIEV RECITAL Local: Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo Hora: 18H00

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (12/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

Pizzas; Hamburguers; Massas; Saladas; etc. Fazemos entregas ao domicilio, na Praia da Vitória e arredores (+2.00€)

VILA NOVA

Mudança de horário a partir de Abril

ASSINATURA ANUAL 15,00 EUR assinaturas@jornaldapraia.com

Farmácia Andrade

2.ª a 5.ª feira das 12H00 às 22H00 6ªs e Sábados das 12H00 às 22H30 Domingos das 18H00 às 22H00

Rua Serpa Pinto Nº 14 – Santa Cruz – Praia da Vitória Telf: 295 543 341 – TM 960 455 549

Nota Editorial Esteja na nossa “Agenda Cultural”, envie toda a informação para: noticias@jornaldapraia.com.

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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