Jornal da Praia | 0505 | 29.09.2017

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Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 505 | Ano: XXXV | 2017.09.29 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

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NO PRÓXIMO DOMINGO, 01 DE OUTUBRO

PRAIENSES ELEGEM NOVO PRESIDENTE Este domingo, Portugal vai a votos. Da mais remota aldeia do interior à mais cosmopolita cidade do litoral, passando pelos arquipélagos atlânticos, é tempo de escolher os responsáveis autárquicos para os próximos quatro anos. Na Praia da Vitória, Alexandra Manes, Andreia Vasconcelos, António Fonseca, Cláudia Martins e Tibério Dinis, concorrem à cadeira ocupada nos últimos doze anos por Roberto Monteiro.

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Leia nesta edição do JP, as suas propostas para o futuro do concelho. DESTAQUE | P. 7

BOMBEIROS DA PRAIA CAMPEÕES DO MUNDO PROTEÇÃO CIVIL | P. 3

POSTAL DOS

JUVENTUDE EM FORÇA PELA PRAIA DA VITÓRIA!

AÇORES Cada ilha é um mundo pequeno, que se conjuga num imaginário coletivo de 9, e juntas criam os Açores. Por: Emanuel Areias

FOI HÁ 40 ANOS

OPINIÃO | P. 13

PODER LOCAL E IMPORTÂNCIA DAS ELEIÇÕES

OPINIÃO | P. 12

EFEMÉRIDE | P. 5

NÃO PODEMOS IGNORAR!...

ATÉ SEMPRE PADRE LIMA! Por: Cota Moniz

Por: António Neves Leal

OPINIÃO | P. 12

OPINIÃO | P. 13

OPINIÃO | P. 14

Por: José Ventura

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MUSICAL AÇORES

Por: Rodrigo Pereira


JP | NO CONCELHO

2017.09.29

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CÂMARA DA PRAIA É

MUNICÍPIO AMIGO DO DESPORTO

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FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914) Fundado em 26 de Março de 1982

REGISTO NO ICS: 108635 JORNAL DA PRAIA Fundado em 29 de Abríl de 1982

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DIRETOR: Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

Câmara Municipal da Praia da Vitória foi galardoada com o prémio “Município Amigo do Desporto 2017”, atribuído pela Associação Portuguesa de Gestão do Desporto (APOGESD), em parceria com a Cidade Social. A cerimónia oficial de entrega do galardão decorreu a no 08 de setembro, na cidade de São João da Madeira, localizada no distrito de Aveiro.

os programas “Freguesias Ativas”, destinado à população feminina com idades compreendidas entre os 15 e os 50 anos; “Ser Ativo”, direcionado a pessoas com idade superior a 50 anos; e “Fitkids”, desenvolvido nas escolas do primeiro ciclo do Concelho. Além destes projetos, o Município organiza o “Summer Camp”, durante as férias de verão, para crianças entre os seis e os dez anos.

O programa “Município Amigo do Desporto” visa reconhecer as boas práticas levadas a cabo pelos diversos municípios portugueses, tendo como critérios as instalações desportivas, os eventos realizados, as parcerias existentes, os programas desportivos e o cumprimento da legislação em vigor.

No âmbito da valorização do desporto, a Câmara Municipal da Praia da Vitória procedeu também à criação de uma rede de pavilhões, a fim de conceder melhores condições aos habitantes do Concelho.

A edilidade praiense destaca-se pela implementação de um conjunto de iniciativas que têm como principal objetivo o incentivo à prática de exercício físico, designadamente

O fomento do associativismo desportivo é outra das prioridades desta entidade, que apoia equipas de grande projeção a nível regional, nacional e até internacional, nomeadamente a Associação de Jovens da Fonte do Bastardo, o Sport Clube Praiense, o Grupo Desportivo do Centro Social

do Juncal e o Juventude Desportiva Lajense. “É com grande orgulho que somos agraciados com este galardão, que vem evidenciar todo o trabalho efetuado pela nossa Autarquia na área do desporto. A dinamização da componente desportiva no Concelho contribui significativamente para reforçar a qualidade de vida da comunidade, uma vez que a prática de exercício físico traz inúmeros benefícios para a saúde, como a melhoria das capacidades físicas e motoras, o aumento do bem-estar, a redução do risco de doenças cardiovasculares, a prevenção da obesidade, o estímulo da força, flexibilidade, agilidade e equilíbrio, entre outros”, realçou o vereador do Desporto, Tibério Dinis. Na edição de 2017 do programa “Município Amigo do Desporto” participaram de mais de quatro dezenas de autarquias.

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Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória

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JP | PROTEÇÃO CIVIL

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NA CATEGORIA DE TRAUMA

BOMBEIROS DA PRAIA CAMPEÕES DO MUNDO

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o primeiro domingo deste mês, uma equipa da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória (AHBVPV), constituída por Fernando Leite, Leonel Raimundo e Hugo Sales, sagrou-se em Târgu Mures, na Roménia, campeã do mundo de trauma, no “World Rescue Chalenge 2017”, que decorreu de 30 de agosto a 03 de setembro. Numa competição que põe à prova procedimentos de socorro a vítimas com simulacros de acidentes o mais próximo da realidade possível, a equipa de agentes de socorro pré-hospitalar dos bombeiros da Praia da Vitória, destacou-se dos demais, alcançando o título mundial de trauma, ao vencer a prova standard (1 vítima) e ao classificar-se na terceira posição na prova complexa (2 vítimas), num evento que vale sobretudo pela camaradagem e partilha de experiências e conhecimentos entre bombeiros de todo o mundo. Já na edição anterior do World Rescue Chalenge, que decorreu em Curitiba, no estado brasileiro do Panamá, de 18 a 23 de outubro de 2016, uma

equipa da AHBVPV, orientada também por Fernando Leite, havia alcançado uma honrosa 4.ª posição na classificação geral na referida categoria. No regresso à Praia da Vitória, os campeões do mundo tiveram direito no aeroporto das Lages a uma calorosa receção por parte de dezenas de populares e colegas de quartel que, em formatura, os receberam com pompa e circunstância. Mais tarde, uma larga comitiva da AHBVPV deslocou-se ao Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde os três campeões mundiais juntamento com a instituição foram presenteados pelo presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória. Na ocasião Roberto Monteiro, parabenizou a AHBVPV, evidenciando a componente formativa que distingue esta entidade. “A AHBVPV caracteriza-se pela forte aposta na formação dos seus membros, o que lhes permite competir com outras corporações a nível regional, nacional e até internacional. Esta é uma instituição que tem vindo a crescer e a afirmar-se, ao longo dos anos, o que muito orgulha esta

Autarquia e dignifica o bom nome do nosso Concelho. Esta vitória é também resultado da excelência e empenho desta Instituição na formação dos seus elementos”, realçou o edil. De 31 de março a 03 de abril decorreu na Praia da Vitória, o Campeonato Regional de Trauma, com equipas dos Açores e da Madeira, no qual, os atuais campeões do mundo classificaram-se na segunda posição da geral. Na altura, foi lançado por Rui Luís, secretário regional da Saúde, o desafio de os Açores receberem o Campeonato Nacional de Trauma, realidade que ocorrerá na Praia da Vitória em 2019. O World Rescue Challenge é uma organização da World Rescue Organization, sendo considerado o maior evento internacional realizado em ambiente simulado. A edição de 2017 contou com a participação de mais de três dezenas de equipas, entre as quais oito portuguesas, num total de duas centenas de bombeiros de vários países, como Austrália, Brasil e Canadá JP•

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RAFAEL COELHO MACHADO – O COMPOSITOR TERCEIRENSE HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

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á exatos 203 anos, a 13 de janeiro de 1814, nascia, na Terceira, o compositor, professor e músico Rafael Coelho Machado, um artista que fez sucesso no Brasil. Rafael Coelho Machado terá nascido provavelmente na então Vila da Praia. Cedo foi destinado à carreira eclesiástica, em Angra, onde estudou latim e música. Percebeu rapidamente que não queria seguir a vida religiosa. Com um forte apelo pela música, compreendeu que esta era a área que queria aprofundar e na qual gostaria de trabalhar. Este período, marcado pelas Guerras Liberais, teve na Terceira uma das suas protagonistas. Basta lembrar que foi na Ilha que os liberais se reuniram contra os miguelistas e que foi na Terceira que, a 11 de agosto de 1829, se deu a maior batalha contra os apoiantes do absolutismo. O exército miguelista tentou desembarcar na Praia, com os seus 4 000 homens, 340 peças de artilharia e 6 barcas canhoneiras. A defesa local era composta por pequenos fortes de marinha e algumas baterias. O futuro Duque da Terceira D. António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha assumiu o comando das tropas liberais. Os absolutistas tentaram desembarcar junto ao areal da Praia, mas muitos jovens, que tinham acabado de incorporar o exército liberal, juntaram-se aos restantes militares e defenderam os fortes com muita garra. A batalha da Praia iniciou-se com os bombardeamentos miguelistas sobre os Forte de Santa Catarina e o de Espírito Santo. Durante 4 horas, os miguelistas foram responsáveis por 5 000 tiros, mas este ataque não assustou nem desmoralizou os nossos PUB

antepassados. Com a linha de Fortes reforçada, os terceirenses passaram ao ataque. A partir do Forte de Santa Catarina, disparou-se contra a fragata Diana e conseguiu-se assim, evitar o desembarque e manter livre a nossa “Ilha-Fortaleza”. O exército absolutista saiu derrotado. Era a primeira vitória liberal contra os absolutistas. Iniciava-se uma nova fase na História do país. Em recompensa ao apoio dado à causa liberal, D. Maria II atribuiu, a Angra, o cognome de “mui nobre leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo” e o de “Mui Notável” à Praia da Vitória. Alexandre Herculano, Historiador liberal, no seu livro Scenas de um ano da minha vida e Apontamentos de viagem, chegou mesmo a apelidar a Terceira de “rochedo da salvação”, mostrando a importância que a Ilha teve no desenrolar da História de Portugal. Após a Guerra Civil, Rafael Coelho Machado, embarcou para o continente português, querendo continuar os seus estudos musicais, aprofundando as suas capacidades no piano, no órgão e na flauta. Talvez desiludido com o país, acabou por emigrar para o Brasil, para o Rio de Janeiro, onde fundou, em 1842, o periódico musical e poético Ramalhete das Damas. Também neste ano publicou os Princípios de música prática para o uso de principiantes e o primeiro Dicionário Musical editado no Brasil- Fixou residência no Rio de Janeiro. Em uma necessidade de aprender mais e conhecer mais da música que estava em moda na Europa, faz uma viagem pela busca de conhecimentos que passou por Inglaterra, por França, por Espanha e que terminou no seu país natal, Portugal.

De regresso ao Brasil, continuou a compor peças musicais e a escrever numerosos artigos e até a explorar a sua veia poética, escrevendo várias canções com o poeta brasileiro Domingos José Gonçalves de Magalhães. Compôs ainda em latim e em português, tanto peças de música sacra, como ladainhas.

convertidas em modinhas de salão. Continuou a lecionar até 1877, tal era o seu amor pela música. O grande compositor terceirense morreu a 15

Coelho Machado ganhou prestígio como professor de instrumentos de sopro e de harmonia no Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Constant), escrevendo peças para tornar o ensino da música mais acessível. Foi ainda um conhecido proprietário de instituições ligadas à música e à venda de pianos. Queria aproximar a música das pessoas. Fundou uma editora que lançou vários métodos de música, como o Método de piano forte (1843), adotado no Conservatório do Rio de Janeiro, o Grande método de flauta (1843), o ABC Musical (1845), o Breve tratado de harmonia (1852), o Método completo de violão (1853) e a Escola de violino. O terceirense Coelho Machado exerceu ainda, em 1845, o posto de organista na Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, uma das principais Igrejas da cidade brasileira, cargo que voltou a ocupar entre 1855 a 1866. Recebeu o título de cavaleiro da Ordem da Rosa (criada a 27 de fevereiro de 1829 pelo 1º imperador do Brasil D. Pedro I, D. Pedro IV de Portugal, em homenagem ao seu segundo casamento com Dona Amélia de Leuchtenberg e Eischstädt). Entre 1858 e 1859, Anna de la Grange, uma conhecida soprano francesa, visitou o Rio de Janeiro e Rafael Coelho Machado dedicou-lhe uma coleção de melodias da La Traviata,

de agosto de 1887, no Rio de Janeiro, sendo reconhecido por vários jornais pelo seu génio musical. É importante que se dê a conhecer estes grandes homens, que lutaram por se afirmar e que evoluíram mesmo em território estrangeiro. Devemos salutar a força e a garra dos nossos artistas, que tanto contribuem para mostrar a capacidade dos açorianos no geral, e dos terceirenses em particular, em se evidenciar em várias áreas. É tempo de olharmos para os nossos e sabermos reconhecer o mérito de grandes portugueses que não se deixaram intimidar pela crise cultural e que continuem a mostrar o grande valor da açorianidade.


JP | EFEMÉRIDE

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MUSICAL AÇORES FOI HÁ 40 ANOS

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ste ano perfaz 40 anos sobre a segunda e última edição do festival de verão “Musical Açores”, realizado na praia da Riviera, na Praia da Vitória, de 13 a 14 de agosto de 1977. No âmbito das comemorações dos 40 anos do “Musical Açores 76/77” e com o intuito de contribuir para a divulgação e conhecimento daquele que foi o primeiro festival de verão realizado em Portugal após a “revolução dos cravos” de 25 de abril de 1974, a Associação Cultural Burra de Milho (ACBM), lançou o projeto “Musical Açores”, procedendo à recolha de informação sobre o evento e centralizando a mesma num sítio de internet acessível a todos. Realizado na então vila da Praia da Vitória, na emblemática praia da Riviera, o “Musical Açores” foi organizado por um grupo de jovens praienses, amigos e amantes do Rock n´ Roll, que sem qualquer experiência em organização de eventos, conseguiu juntar dezenas de milhares de pessoas nas duas edições que realizaram. Segundo Rogério Sousa, fundador da ACBM, pretende-se com este projeto “homenagear o espírito empreendedor, criativo e aventureiro destes então jovens rebeldes que, num período extremamente conturbado a seguir ao 25 de Abril, encontraram na música a materialização máxima da liberdade que acabavam de conquistar”.

dimensão numa altura em que a população tinha uma mentalidade mais fechada – devido ao regime político que vigorava até há dois anos – e não existiam novas tecnologias como

“Recebemos muitos pedidos para voltar a organizar o evento, mas hoje em dia seria impossível concretizar um festival de tal proporção, trazendo grupos de fora, a custo zero. É

após as primeiras eleições democráticas.”

atualmente. Deste modo, conseguimos compreender o grande impacto sociocultural que um evento desta natureza teve na época”, afirmou o autarca.

importante frisar também que não havia internet na altura, a comunicação era feita através de gravações em cassetes”, explicou.

visto em www.musicalacores.com, para que as pessoas consigam ter uma noção do que realmente aconteceu neste local há 40 anos. Agradecemos a informação disponibilizada pela Comissão Organizadora e apelamos a quem tiver mais material (vídeos, fotos, áudio) que entre em contacto connosco para podermos ter um site o mais completo possível”, acrescentou.

“Fizemos um documentário de cerca de 30 minutos, que pode ser

Num design contemporâneo, agradável e de fácil navegação, o site apresenta a história de cada uma das duas edições do musical (1976 e 1977), com o respetivo enquadramento do contexto político, económico e social, a lista de bandas, áudio dos concertos, galeria de fotos e recortes dos jornais da época. O sítio eletrónico contém ainda um documentário de cerca de 30 minutos, realizado especificamente para o projeto e onde é possível ficar com uma noção do que realmente aconteceu há 40 anos na praia da Riviera.

HOMENAGEM Ainda no âmbito das comemorações dos 40 anos do Musical Açores 76/77, foi descerrado, à entrada da praia da Riviera, uma placa de homenagem à Comissão Organizadora do evento. Na ocasião, o vereador da Cultura da autarquia praiense, Tibério Dinis, realçou o impacto sociocultural da iniciativa. “É uma honra estar aqui para homenagear um conjunto de jovens vanguardistas que teve a audácia de organizar um festival desta

Por sua vez, Carlos Armando Costa, membro da Comissão Organizadora do Festival, salientou a capacidade de um grupo de jovens realizar uma iniciativa com bandas de outras ilhas e até do continente português, sem recurso a novas tecnologias.

Segundo Rogério Sousa, da ACBM, “decidimos fazer uma recolha de informação e criar um site, no sentido de dar a conhecer a história deste evento, que foi o primeiro festival de verão realizado em Portugal após o 25 de abril, explicar cada uma das edições e o facto de se ter realizado na Praia da Vitória, apenas onze dias

JP/Logo: Juvenal Castro/Foto: MPV•

informação atualizada diariamente em www.jornaldapraia.com


JP | SAÚDE

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o Cantinho do Psicólogo 171

Stress, Aqui, Acolá, em Qualquer Lado

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o olhar para a fotografia, tirada numa das ruas de Londres, e para o título deste Cantinho, em que se pretende sublinhar a ambiguidaAurélio Pamplona de do tema stress, (a.pamplona@sapo.pt) apetece destacar algumas das citações que o podem definir, não obstante parecerem contraditórias. Isto não é de estranhar porque na verdade, quando falamos de stress, não sabemos bem do que estamos a falar, nem onde estamos, para onde vamos, ou o que vamos encontrar. Entretanto é fundamental que sigamos em frente. Neste sentido vejamos algumas das citações referidas: primeira - «por vezes, o stress e a agitação dos dias é tanta que nem nos apercebemos que andamos a “mil à hora”… é preciso abrandar o ritmo, acalmar a mente e dissipar o stress… (autor desconhecido)»; segunda «um grau correcto de pressão é importante, visto que não conheço ninguém que tenha batido recorde nos treinos (Azevedo, 2017)»; terceira - «em tempos de grande stress ou adversidade, é sempre melhor a pessoa manter-se ocupada, para canalizar a raiva e a energia para algo positivo (Lacocca, 2017)». Admite-se que, ao ler estas citações, algum leitor que possa estar acometido de preocupações, coisa que habitualmente acontece a qualquer um, possa tentar adoptar alguma, como sua resposta. É uma boa maneira de começar o dia, de escolher o caminho para ser feliz. Como refere Nobre (2005), a vitória sobre

as dificuldades é a grande descoberta do homem a respeito de si mesmo. No entanto para se a atingir é preciso lutar, transpor obstáculos, ser obstinado, ter paciência, esperar. A felicidade não nasce feita, faz-se minuto a minuto, na prática do Bem, e na paz da consciência. Mas quando chega é para ficar, é sua, definitivamente sua, diz o autor. Entretanto não podemos esquecer que uma certa excitação pode até ser

ameaçadoras ou incapacitantes, responsabilidades, dificuldades monetárias, perda de parentes ou de amigos, enfim, problemas que excedem, dificultam ou ate desafiam as capacidades físicas ou mentais de cada indivíduo para se adaptar ou até enfrentar. Entretanto, nas situações acabadas de referir é habitual culpar o meio ambiente por ser stressante, e atribuir aos estímulos, acontecimentos ou obstáculos que provocam aquelas exigências, dificuldades ou desafios,

como o trabalhar em regiões inóspitas ou desconhecidas, a situação de guerra, o sentir-se mal amado ou abandonado, o envolvimento com a morte ou com o sofrimento humano, o desencadear do stress ser muito mais provável do que em outras. O stress existe em nós. Ou seja, toda a gente está sujeita a stress e reage a isso. Mesmo os indivíduos que parecem ser os mais fortes podem ser afectados por aqueles acontecimentos, mas também os preguiçosos, que nem mesmo por si querem fazer qualquer coisa. A última oração do parágrafo anterior faz lembrar, e possivelmente aplica-se a indivíduos que têm reacções semelhantes ao daquele alentejano constante duma anedota que, ao ser interrogado por um colega com a frase: «hei compadre! porque tem a mão inchada?», respondeu: «mais vale uma mão inchada do que uma enxada na mão!». Isto sugere a pergunta: o que causa mais stress? A mão inchada, ou a inchada na mão? Dir-se-ia, depende da pessoa. Referências:

divertida e gratificante. O fundamental, e o que se pode recomendar já, é que haja um certo equilíbrio entre as exigências da vida, digamos as preocupações, e a satisfação que se pode obter com o atingir dos objectivos, com as realizações. Aliás seria bom que o homem vivesse sempre em equilibro com o seu meio ambiente. Mas, como sabemos, isso nem sempre acontece. As pessoas, podem confrontar-se no seu dia-a-dia, com cataclismos naturais, desastres, violência, doenças

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Segunda a Sábado das 7h às 21h

o termo stressor. No entanto, apesar de muita desta problemática ser real, o que se passa é que nem todos reagem da mesma maneira, acontecendo que nalguns, principalmente naqueles que estão motivados na execução das suas tarefas, aquelas pressões, ou a tensão causada não se repercute tão negativamente na vida, como ocorre noutros. A razão porque isto acontece assim deve-se ao facto do stress não existir só no meio ambiente, não obstante nalgumas situações ambientais,

Azevedo, B (2017). 30 Citações motivacionais para acabar com o stress. Salvado em 15 Abr. de Fonte: Estado zen. Tema: Stress. Website: http://estadozen.com/ artigos/30-citacoes-motivacionais-para-acabar-com-stress. Lacocca, L. (2017). Stress. Salvado em 15 Abr. Fonte: Pensador. Tema: Stress. Website: http://www.citador.pt/frases/ citacoes/t/stress. Nobre, J. S. (2005). Comece o dia feliz: Reflexões. Prior Velho: Paulinas.

Foto: L. Pamplona•


JP | AUTÁRQUICAS

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UM CONCELHO, CINCO RUMOS À ESCOLHA

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epois de amanhã, domingo, 01 de outubro, os praienses são chamados às urnas para elegerem os responsáveis autárquicos para o próximo quadriénio (20172021). À cadeira ocupada nos últimos doze anos pelo socialista Roberto Monteiro, apresentam-se cinco nomes em representação de outras tantas forças partidárias. Alexandra Manes do Bloco de Esquerda (BE), Andreia Vasconcelos pelo Centro Democrático Social - Partido Popular (CDS-PP), António Fonseca da Coligação Democrática Unitária (CDU), Cláudia Martins do Partido Social Democrático / Partido Popular Democrático (PSD/PPD) e Tibério Dinis do Partido Socialista, são os nomes que se perfilham. Um deles, será o novo presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória. Antes da ida às urnas, Jornal da Praia, convidou cada um dos cinco candidatos a pronunciarem-se por escrito sobre cinco questões que entendemos ser da maior relevância para o futuro da Praia da Vitória – cidade e concelho – e para as quais, entendemos ser importante os eleitores conhecerem a posição de cada um dos candidatos a presidente.

PASSIVO AMBIENTAL A discussão em volta do passivo ambiental provocado pela presença dos militares norte-americanos na Base das Lajes desde há muito que tem vindo a ser aflorada, sem que até agora, se tenha encontrado qualquer solução. Sabemos que se trata de uma matéria complexa e que extravasa em muito as competências da autarquia, exigindo uma cooperação estratégica entre o poder local, regional e nacional, este último, o único verdadeiramente dotado de legitimidade jurídica para negociar com o poluidor internacional. TodaPUB

CÂMARA DA PRAIA Alexandra Manes, Andreia Vasconcelos, António Fonseca, Cláudia Martins e Tibério Dinis, um deles será o novo presidente via, é nossa profunda convicção que compete à Câmara da Praia estar na primeira linha do combate por uma solução. Que nos dizem os candidatos?

DINAMIZAÇÃO ECONÓMICA É quase unânime entre os candidatos o reconhecimento da crise por que passa o comércio tradicional, não só no centro histórico, mas em toda a cidade e concelho. Face a este diagnóstico, que soluções preconizam os candidatos tendo em vista a dinamização económica quer do centro histórico, como de toda a cidade e concelho?

ÁREA SOCIAL As políticas sociais constituem em todos os níveis de governação, uma das áreas mais importantes e com maior impacto junto dos mais desfavorecidos. É através delas que se

manifesta a solidariedade do estado e por conseguinte de todos nós, proporcionando melhores condições de vida aos menos afortunados e contribuindo para a construção de uma sociedade que se deseja mais equilibrada e justa. Que propostas apresentam os candidatos?

EMPREGO O desemprego é transversal a todas as faixas etárias e infelizmente uma realidade de todo o território nacional, defraudando as expetativas de futuro de várias gerações sobretudo as mais jovens. Não sendo uma responsabilidade exclusiva do poder local, este não pode alhear-se deste problemática e no âmbito das suas competência trabalhar para acabar com este flagelo. Que soluções de empregabilidade oferecem os candidatos, sobretudo destinadas aos mais jovens?

CENTRALIDADE É possível descentralizar para as freguesias sem esvaziar o centro urbano? – A reflexão parece-nos pertinente, sendo a resposta muito difícil, e a consensualidade à volta da mesma, uma autêntica miragem. Sendo certo que afirmação do concelho na região faz-se com uma cidade, vila e restantes freguesias fortes, que centralidade se quer para a Praia da Vitória num contexto de desenvolvimento harmónico do concelho? Nas páginas seguintes poderá ler o que cada um dos cinco candidatos nos escreveu acerca destas cinco questões.

Nota Editorial: Textos publicados por ordem alfabética do nome dos candidatos. JP/Foto: CMPV•


JP | DESTAQUE

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ALEXANDRA MANES BE A força que faz falta

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aplicação de cortes sucessivos nos rendimentos dos portugueses, por parte do anterior Governo da Republica PSD/ CDS, e a redução do número do efetivo norte-americano na base das Lajes, levaram à perda de poder de compra e à estagnação da economia na Praia da Vitória. O atual executivo não soube dar uma resposta adequada para inverter esta situação. A dinamização da economia da Praia da Vitória terá que passar pela utilização civil plena do nosso aeroporto e porto comercial. Já temos provas suficientes de que a presença militar norte-americana tem impedido a implementação de projetos ambiciosos no concelho. Projetos que colocariam essas infraestruturas de excelência – aeroporto e porto – ao serviço das pessoas, e que permitiriam criar postos de trabalho, fixar pessoas, e dinamizar a economia. Com o aproveitamento destas infraestruturas a servir como motor da economia, o desenvolvimento chega a toda a ilha, e irá contribuir também para revitalizar o centro histórico.

A presença norte-americana nas Lajes não só impede o desenvolvimento da nossa economia, como também ameaça a nossa saúde, com a poluição provocada ao longo de décadas. Exigimos a descontaminação imediata das áreas afetadas. A nossa saúde está acima de tudo. O passivo ambiental provocado pelos EUA é enorme e está identificado, mas a solução tem sido “empurrada com a barriga”, de forma a não incomodar o governo norte-americano. Incompreensivelmente, as autoridades regionais e nacionais têm estado mais preocupadas em agradar a NATO do que com a saúde da população. Não seremos cúmplices neste crime, nem nos rendemos a pressões diplomáticas. Exigimos que seja o poluidor – os EUA – a pagar todos os trabalhos de uma descontaminação total. Outra prioridade da candidatura do Bloco de Esquerda é o combate à pobreza e à desigualdade social, que deve passar pela criação de um Conselho Municipal de Ação Social, para agilizar a ligação entre IPSS e a autarquia, criação de uma bolsa de arrendamento municipal – através da

ALEXANDRA MANES: 42 anos, ajudante de educação especialista reabilitação de edifícios degradados e/ou devolutos, como é o caso das 456 moradias abandonadas nas imediações da base das Lajes – , criação de um Fundo de Emergência Social, para assegurar a comparticipação nas despesas de bens essenciais a famílias carenciadas, criação de um escalão gratuito de abastecimento doméstico de água, garantir apoio no combate à violência doméstica. No que diz respeito à criação de emprego, a aposta tem de ser na educação e qualificação, e no apoio à criação de novos postos de trabalho, através da redução de taxas às empresas que não tenham trabalhadores precários.

Finalmente, entendemos que a cidade da Praia da Vitória tem de ser encarada como polo dinamizador de um desenvolvimento harmónico do concelho, que só é possível mediante a complementaridade e transversalidade entre a cidade e as freguesias. A descentralização de atividades culturais, por exemplo, será uma forma de contribuir para a aproximação entre o meio urbano e o meio rural. Será sempre na relação direta entre a cidade e as freguesias que será possível alcançar um desenvolvimento harmonioso do concelho. Foto: GICAM•

ANDREIA VASCONCELOS - CDS-PP Mais e melhor Praia para viver

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omos uma candidatura de pessoas que tem como compromisso reduzir as desigualdades sociais e promover, com os Praienses, o desenvolvimento sustentável do nosso Concelho. É tempo de acreditar no futuro da nossa terra. Nós acreditamos num projeto de mudança com a convicção de que, só com a participação de todos, juntando competências e conhecimentos, podemos promover as nossas Freguesias, a nossa Vila para termos uma Praia mais forte. Lamentamos que, nos últimos anos, a atitude dos políticos relativamente à BA4, mais propriamente à presença norte americana, tenha sido de algum desleixo. O CDS-PP já há muito defende a descontaminação das águas e solos, por quem as efetivamente contaminou, acreditando que a Autarquia deverá ser voz ativa junto do Governo Regional e da República, desmistificando na população o perigo (ou não) do consumo da nossa água. Esta candidatura propõe-se a pensar além da BA4, queremos ultrapassar os efeitos do downsizing, queremos a promoção da economia local, desenvolver o turismo e tornarmos uma potência económica sem sermos dependentes de terceiros. No que se refere à revitalização

do centro histórico e a dinamização económica, acredito que são eixos que se cruzam, por um lado, ao promovermos o nosso centro histórico, através do turismo religioso e/ou histórico, promovendo um roteiro organizado, proporcionando experiências e sabores locais. Por outro lado, não só para os que nos visitam, mas criar um projeto adaptado aos estudantes do primeiro e segundo ciclos, através de uma articulação entre a Autarquia e as escolas locais, dar a conhecer aos mais novos a história da sua Freguesia, Vila e de todo o Concelho. Acreditamos que com um centro histórico dinâmico, com uma pousada de juventude e com o apoio da Câmara de Comércio e Autarquia, é possível captar turistas e residentes, incentivar os comerciantes/empresários locais a fixarem o seu negócio no centro, bem como atrair novos mercados, inovadores e capazes de devolverem vida ao coração da Cidade e fazer deste Concelho a Capital da Cultura dos Açores. Um plano de recuperação e revitalização do Concelho deve ser transversal, dos Biscoitos ao Porto Martins: Incentivar ao cultivo, criar condições juntos das Freguesias para incentivar a fixação de jovens famílias, criar centros intergeracionais, promovendo a uns conhecer as raízes da terra e aos outros permanecer na terra que os viu nascer. As

ANDREIA VASCONCELOS: 32 anos, assistente social Freguesias deverão ter um papel fulcral nas respostas sociais de apoio à infância e aos nossos idosos, através da promoção dos serviços humanizados e de proximidade. No entanto, e por outro lado, defendemos que a concentração da maioria dos serviços burocráticos deverá ser no centro do Concelho, de forma a atrair as pessoas ao centro.

de pobreza e as fragilidades sociais que ainda se assiste. Queremos um projeto de pessoas para pessoas, que se afaste de modelos de intervenção obsoletos, rebuscados de outras realidades que não a nossa. Queremos um projeto que apoie na formação, na procura de emprego, na criação de estratégias e dinâmicas de família e de comunidade.

Queremos uma Praia da Vitória mais solidária que proteja as pessoas e que as apoio nas suas necessidades. Queremos um Concelho conhecedor da realidade dos que cá vivem, que procure minimizar as suas dificuldades através da promoção das suas competências, rompendo os ciclos

Acreditamos que através da promoção de vetores como o turismo, economia, área social e educação, construiremos um futuro melhor para os que cá residem, mas certos que serão muitos os que desejarão mais e melhor Praia para viver. Foto: GICAV•


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ANTÓNIO FONSECA CDU Trabalho, honestidade e competência

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Praia da Vitória regrediu em termos económicos nos últimos anos. A maioria das famílias perderam poder de compra e deixaram de ter dinheiro para a satisfação mínima dos seus compromissos. Neste quadro como podem as pessoas povoarem as ruas da cidade e frequentarem o comércio local? – Não existindo poder de compra ?

DINAMIZAÇÃO ECONÓMICA Para revitalizar o centro histórico da cidade e o concelho é preciso implementar dinâmicas que cativem o turismo. É preciso uma melhor rede de transportes públicos, soluções para o trânsito e criação de novos parques de estacionamento.

PASSIVO AMBIENTAL Reconhecemos a preocupação dos atuais responsáveis autárquico relativamente à contaminação dos aquíferos e aos cuidados que estão a ser implementados, mas isto não chega. O Governo da República e regional devem assumir toda a responsabilidade na dimensão deste problema e na urgente resposta que deve ser dada no processo de descontaminação. Está em causa um problema de saúde pública, que não pode ser tratado com politiquices nem com rejeições de responsabilidades.

ÁREA SOCIAL Na área social defendemos a existência de um novo Plano Solidário que seja capaz de apurar com rigor as dificuldades que são sentidas pela maioria das pessoas. A câmara tem que dispor de um programa de apoios que contemple por exemplo, o apoio à aquisição de medicamentos, apoios no pagamento da fatura da eletricidade, revisão das taxas relacionadas com a fatura da água, apoio ao pagamento das prestações da casa ou no pagamento das rendas, nos casos em que os apoios já existentes não são suficientes.

EMPREGO Propomos um plano de combate ao desemprego e á precariedade. Consideramos que autarquia deve ser a primeira a dar o exemplo usando os mecanismos legais ao seu dispor para a integração de todos os trabalhadores em funções na câmara que se encontram ao abrigo de contratos programas. Defendemos a Criação de incentivos financeiros às empresas que criem emprego estável com contratos de trabalho efetivo.

CENTRALIDADE Muito se tem falado sobre este tema, até as forças políticas que tem estado sempre nos destinos do concelho – PS- PSD-CDS – finalmente

ANTÓNIO FONSECA: 55 anos, funcionário político descobriram a importância estratégica da centralidade da Praia da Vitória, pela existência do Porto e do Aeroporto. Mais vale tarde que nunca. A redução operada pelos americanos na base das lajes, no quadro de subserviência do estado português que conhecemos, produziu esta nova visão nestes partidos. Ainda bem! Existem muitas propostas e propostas para todos os gostos, quer para o Porto, quer para o aeroporto. Estamos cheios de projetos e de promessas, desde um cais de cruzeiros ao plano Junker, as autoestradas do mar, e ainda a importância da permanência dos americanos nas Lajes. Vão passar as eleições e todas estas medidas saltam para a prateleira, à es-

pera de outra oportunidade.Relativamente ao aeroporto, enquanto este estiver debaixo da alçada militar os constrangimentos do seu funcionamento vão continuar a existir. É preciso quebrar estes constrangimentos para se poder projetar um aeroporto para o futuro, beneficiando da sua centralidade na Região e no Mundo. Sobre o porto oceânico, os planos que existem só poderão ir por diante se houver vontade política de romper com interesses instalados na região e que impedem que este assuma a sua verdadeira centralidade, gerando benefícios para o concelho, para a ilha e para todos os que necessitarem dos seus serviços. Foto: GICAF•

CLÁUDIA MARTINS - PPD/PSD Devolver a vitória à Praia

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Praia da Vitória necessita de um modelo económico verdadeiramente alternativo, que nos faça ultrapassar a tradicional dependência da base das Lajes, que coloque todas as pessoas, empresas, instituições e outras forças vivas do Concelho a mexer. E a mexer em torno de um objetivo comum: o desenvolvimento económico e social da Praia da Vitória, enquanto cidade e enquanto Concelho. É importante descentralizar o poder político, isso sim! Precisamos de uma estratégia que devolva a centralidade à cidade, daí a aposta num Plano de Valorização do Centro Histórico. Neste plano constam medidas concretas, como a rápida reorganização da circulação rodoviária, com a abertura da Rua de Jesus ao trânsito e a importância da abertura de outras, a redução de taxas municipais para as empresas que aqui estão e para as que aqui se queiram fixar, a reorganização e redução dos parquímetros, substituindo-os por zonas de estacionamento controlado e o fomento e apoio na utilização de energias renováveis pelas empresas. A implementação de um Programa de apoio ao arrendamento jovem no centro histórico, aliado ao prometido plano de expansão da cidade. Desta vez sem projetos megalómanos, mas que permita novos arruamentos e loteamento nas redondezas da cidade,

efetivamente convidativo à construção. Tenho plena consciência de que estas são medidas que não agradam a todos, porque há sempre aquele que olha mais para o seu umbigo, para a sua porta, do que propriamente para o bem comum. E acho que até isso a autarquia tem tido dificuldades em gerir. Julgo que é preciso ousar mudar. Todas as nossas medidas que visam o desenvolvimento económico sustentado do Concelho, que promovam e facilitem a ação das nossas instituições e empresas, tornando-as no motor da nossa economia, quer pela via da forte aposta no setor do turismo, quer pela aposta noutros setores, têm como objetivo o aumento da empregabilidade, em especial dos nossos jovens. Queremos que trabalhem cá e que tenham condições para cá viver. Para que este desenvolvimento económico, seja efetivamente acompanhado de prosperidade social, a Praia não se pode esquecer das famílias em situação de maior vulnerabilidade social, para isso pensamos num programa que possa prestar apoios não cumulativos a estas famílias, nomeadamente ao nível alimentar, na área da saúde e da habitação, prevendo ainda um fundo de emergência a ser utilizado em situações excecionais, ur-

CLÁUDIA MARTINS: 28 anos, licenciada em Relações Internacionais gentes e de extrema carência. Quanto a medidas de maior envergadura, temos de apostar, em parcerias com o Governo Regional e outras instituições, para podermos dar resposta às dificuldades dos nossos idosos, quer por via da construção de centros de dia/noite, quer pelo reforço do apoio ao domicílio. Uma autarquia amiga dos mais velhos é uma autarquia que preserva o seu passado, mas que também está preparada para o futuro. O “Passivo Ambiental”, resultante da presença militar norte-americana nas Lajes, é uma questão muito delicada para a Praia da Vitória e calculo que seja ainda mais delicada para um executivo camarário da mesma cor

partidária que o Governo Regional e Governo da República. A incapacidade de chamar à responsabilidade “os amigos” é notória. Temos de ser exigentes com ambos neste processo! Nós não somos a “lixeira” dos outros e não é admissível que um país amigo, um “inquilino” do nosso Concelho, como foram os EUA, assuma práticas que coloquem em risco a saúde dos nossos concidadãos e, no final, se vá embora sem assumir quaisquer responsabilidades. No meu entender, a autarquia deverá manter a vigilância e exigir a quem de direito a realização de estudos/análises que permitam aferir a real situação quanto ao potencial de contaminação efetiva da água. Foto: GICCM•


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TIBÉRIO DINIS PS Confiança no futuro

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aras e caros praienses, de todo o Concelho da Praia da Vitória, propomos um plano global de ação para o centro Histórico da Praia da Vitória, com seis eixos de atuação, incentivo ao consumo no comércio local, potencial externo, incentivo aos privados, intervenção pública, atração de população e marca turística. Um plano com vários intervenientes, com várias áreas de atuação, tratando-se de um plano criativo, inovador e ambicioso. Rever e melhorar a mobilidade, trânsito e estacionamento, contemplando as necessidades de quem visita, trabalha, empreende e vive na Cidade é uma prioridade, assim como, dotar de um regime de incentivos os empresários atualmente estabelecidos na Cidade, tal como, potenciais novos empresários. Queremos um futuro e centralidade do Centro Histórico da Praia da Vitória, em perfeita harmonia entre o desenvolvimento urbano da Cidade e o desenvolvimento rural. Apresentamos um projeto global e comum a todo o Concelho da Praia da Vitória, a todos os seus órgãos autárquicos. Propomos a contínua integração de projetos sociais, com projetos multidisciplinares, nas áreas da saú-

de, educação, desporto e cultura, como a potenciação da prática de desporto adaptado no Concelho, o ensino de língua gestual na rede de ATL’s, a criação de uma plataforma online de estimulação cognitiva de idosos com demência, a consolidação do projeto piloto de tele alarme de segurança para idosos e a Criação da Carta Social do Concelho da Praia da Vitória. O envelhecimento ativo é uma prioridade, o apoio à dinamização das atividades dos Centros de Convívio é tónica fundamental do nosso projeto, assim como reforçar a rede de Centros de Dia e de Noite no Concelho, permitindo uma ajuda inegável às famílias, que pretendem manter o idoso em contexto familiar. Se cuidamos da nossa terra, quem a utiliza para as mais variadas funções, deve ter o mesmo cuidado. Neste sentido, continuaremos na linha da frente pela defesa do meio ambiente do nosso Concelho e continuaremos a persistir e a reivindicar do Estado Português e Norte-Americano a efetiva descontaminação dos solos da Praia da Vitória. Caso esta não se concretize, recorreremos a todas as instâncias possíveis, sem hesitações, mesmo que judiciais perante o Estado Português e Norte-Americano. O

TIBÉRIO DINIS 30 anos, licenciado em Direito nosso património natural é uma prioridade. A água que chega a casa dos cidadãos, sempre foi, é, e sempre será da maior qualidade. Este é compromisso de honra! Continuaremos a analisar como nenhum outro Concelho do País a água que chega a casa de todos nós, pois a água é fonte de vida e tem que ser sempre da maior qualidade. Continuaremos a manter também os programas de apoio às famílias que perderam o rendimento, permitindo a sua reintegração profissional. A criação de emprego e empresas sustentáveis será a nossa preocupa-

ção constante, com enfoque na empregabilidade jovem, promovendo e incentivando a criação de empresas, do empreendedorismo, tal como, o reforço da atuação da incubadora de negócios Praia Links. A Confiança no Futuro constrói-se com uma forma diferente de estar na causa pública, sem os nefastos confrontos político-partidários e sem ataques pessoais ou demagógicos. O fundamental na gestão da causa pública é o futuro da nossa terra e o futuro das pessoas. Conhecem a nossa forma de estar, de ser e de trabalhar. Sabem que podem contar connosco e contamos consigo. Foto: GICTD•

NA PRAIA DA VITÓRIA HÁ DOZE ANOS

ABSTENÇÃO, BRANCOS E NULOS A CRESCER

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s eleições autárquicas pela sua proximidade às populações, registam tradicionalmente uma menor taxa de abstenção do que os restantes atos eleitorais, sendo as eleições para o Parlamento Europeu, aquelas que apresentam, em sucessivamente as maiores taxas de abstenção.

inscritos nos cadernos eleitorais. O PS de Roberto Monteiro, obteve mais 353 votos do que o PSD de Clélio Meneses, vencendo as eleições com 48,58%, correspondente a 5.187 votos validamente expressos. O CDS-PP obteve 305 votos (2,86%), o BE 114 (1,07%) e a CDU, 47 votos (0,44%).

Na Praia da Vitória, nas três últimas eleições autárquicas (2005, 2009 e 2013), a abstenção passou de minoritária em 2005 (37,64%), para maioritária em 2013 (53,74%).

Em 2009, com a abstenção a subir para 44,05%, o PS obtém a vitória mais expressiva de toda a sua história na Praia da Vitória, arrebatando 69,50% (7.304) dos votos. Ao invés, o PSD obtém em termos percentuais, a sua pior derrota de sempre com 23,84%, correspondente a 2.505 votos. À sua maior votação de sempre, o PS juntou outro facto até então inédito, a presidência das 11 juntas de freguesia do concelho, facto que não voltou a repetir. O CDS-PP obteve 396 votos (3,77%) e o BE 92 votos

Há doze anos, Roberto Monteiro, apresentava-se pela segunda vez aos praienses como candidato socialista à presidência da Câmara da Praia, no fim de um ciclo de doze anos de governação do PSD com José Fernando Gomes, na altura, tal como hoje Roberto Monteiro, legalmente impossiPUB

bilitado de candidatar-se. Concorreu pelos sociais-democratas, Clélio Meneses, hoje candidato à Assembleia

Municipal. Nas eleições mais renhidas dos últimos doze anos, votaram 10.678 (62,36%) eleitores dos 17.122


JP | DESTAQUE (0,88%), a CDU não se apresentou ao sufrágio eleitoral. Em 2013, nos cadernos eleitorais estavam inscritos 19.316 eleitores, mais 2.194 do que em 2005 e mais 807 do que em 2009. O número de abstencionista sobe, ultrapassando o número de votantes, que se cifra em 46,26%. O PS vê fugir 1.752 votos em relação à eleição anterior, essencialmente para a abstenção, brancos, nulos e pequenos partidos, entre os quais o CDS-PP. O PSD, que candidatou Judite Parreira, cresce PUB

2017.09.29 percentualmente (0,82%) em relação à eleição anterior, não obstante ter recebido menos 302 votos comparativamente a 2009, cujo candidato, foi o atual candidato laranja à presidência da Junta de Freguesia de Santa Cruz, Berto Cabral. O CDS-PP, que candidatou Emiliana Silva, alcançou mais 132 votos do que em 2009 e mais 223 do que em 2005, obtendo um total de 528 votos correspondente a 5,91% dos votos, num percurso ascendente de número de votos. O BE que candidatou Ana Oliveira, obteve o melhor resultado dos últimos

12 anos, 123 votos (1,38%), mais 31 votos do que na eleição anterior, mas apenas mais 9 do que em 2005. Tal como hoje, António Fonseca, apresentou-se como o candidato à presidência da Câmara pela CDU em 2013. Depois de não ter concorrido em 2009, a coligação entre o PCP e PEV recebeu quase o dobro dos votos de 2005, 86 votos (0,96%).A acompanhar o crescimento verificado com a abstenção, os votos brancos e nulos mais que duplicaram em relação a 2005. No conjunto, brancos e nulos representaram em 2005, 2009 e

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2013, respetivamente 1,78%, 2,02% e 4,96%. No próximo domingo os cadernos eleitorais registam 19.329 cidadãos eleitores inscritos. Desejando-se uma forte afluência às urnas, os valores da abstenção, brancos e nulos, são no seu conjunto reveladores, independentemente de outras análise, do grau de confiança dos eleitores no sistema político em geral e da eficácia das propostas preconizadas por cada uma das cinco candidaturas. JP •


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

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NÃO PODEMOS IGNORAR!...

E DITORIAL

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Eng. Correia da Cunha

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aleceu aos 90 anos de idade, no passado dia 13 de Setembro, um ilustre alto funcionário público, o Engenheiro José Gabriel Mendonça Correia da Cunha, homem da confiança do Drº. Mota Amaral, e membro do Primeiro Governo Regional da Região Autónoma dos Açores, e a quem foi incumbida a tarefa de dirigir com toda a vontade “indomável e indomada” a reconstrução depois do abalo sísmico de 1980, que assolou drasticamente a Ilha Terceira, entre outras ilhas. Correia da Cunha, como vulgarmente era conhecido, nasceu a 25.04.1927, na cidade de Lisboa, licenciou-se em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia de Lisboa e também tirou a licenciatura em Geografia, pela Universidade de Lisboa. Político exemplar, homem de lisura nos seus procedimentos, nomeadamente no papel importantíssimo que desempenhou na chefia do Gabinete de Apoio à Reconstrução, sedeado então em Angra do Heroísmo, desenhando um método eficaz para a reconstrução, minimizando os sacrifícios e os perigos a que estavam mergulhados os sinistrados, principalmente no princípio da reconstrução. Correia da Cunha, respeitado, admirado e acarinhado por todos foi um homem “com muito valor, com ideias definidas, que não era fácil, mas que tinha um caracter forte”, segundo a análise do Drº. Álvaro Monjardino. Correia da Cunha ficará ligado para sempre à história dos Açores, perdendo estes uma grande figura, por isso é dever do Jornal da Praia registar nas suas páginas estes factos que ficarão sem dúvida na história desta Região Autónoma para que possam ser apreciados pelas gerações vindouras, que não podem esquecer este exemplo de infinita dedicação ao serviço dos açores e da sua autonomia. Para Correia da Cunha a governação de uma comunidade tinha por objectivo primordial uma comunhão devida entre governantes e governados, assente na ideia de fraternidade e que se destinava unicamente a proporcionar aos homens o bem-estar familiar, social e económico. Correia da Cunha teve um papel importantíssimo aquando do terramoto de 1980 para que o Congresso dos Estados Unido da América do Norte não aprovasse legislação para facilitar a emigração dos Açorianos sinistrados para aquele país, porque entendia muito bem que os açores não eram uma aldeia latino-americana ao serviço de Washington, e assim impediu que a Terceira se despovoasse na altura do sismo de 1980, ao invés do que aconteceu no Faial aquando da erupção do vulcão dos Capelinhos.

im! … Não podemos ignorar a existência de algo que chamado por “estado de espirito” como o saudoso José de Almeida, Dr., líder carismático da Frente de José Ventura* Libertação dos Açores respondia quando lhe perguntavam o que era a FLA. Sim! ... Não podemos ignorar a existência da Frente de Libertação dos Açores quando, “vemos, ouvimos e lemos” o interesse que a mesma desperta não só nos açorianos, mas, nos portugueses, e na comunidade política internacional. A FLA, não é um fenómeno, que exerça uma acção dos sentidos ou que possa impressionar a nossa sensibilidade física ou moral. Não foi nem é um facto ou acontecimento raro e espantoso, é uma realidade. É um sentimento de cidadania de liberdade de democracia de fraternidade existente no subconsciente de um Povo, que o é, há quinhentos anos. O “movimento independentista açoriano” não se pode apelidar de “separatista” pois como acima afirmamos, existe no conteúdo do seu ideal do seu sentimento de liberdade, de reconhecimento ao direito que lhe dá a “Carta dos Direitos do Homem”, a fraternidade que está bem expressa quando os seus responsáveis os seus militantes, referem que, querem uma independência com Portugal, e não contra Portugal e o seu povo. Os partidários açorianos da independência da sua Pátria “AÇORES”,

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são muitos mais do que alguns sectores políticos possam imaginar. Temo-los de todos os quadrantes políticos partidários que, por qualquer razão o escondem num acto que para não é incompreensível. É nos dado conhecer publicamente, os mais activos militantes e responsáveis pela presença da FLA, publicamente quer em contacto directo e pessoal com a sociedade, bem assim, com a tomada de posição política, objecto de comunicados, conferências de imprensa. Artigos de opinião em diversos órgãos de comunicação social escrita não só açoriana. Não “podem ignorar os nossos leitores” a última tomada de posição do Directório da FLA, tomada em carta (registada e com aviso de recepção” enviada a sua Exª o senhor Presidente da República Portuguesa, conhecida as suas declarações e conselhos em relação ao abandona da oposição da Comissão de Economia na Assembleia Legislativa dos Açores. Tal posição foi comunicada aos Parlamentos Açoriano, da República (a grupos parlamentares e deputados per si) Governo dos Açores e Governo Central Português), Embaixadas acreditadas em Portugal. Instituições políticas internacionais. Vários outros destinatários e, Comunicação Social açoriana e portuguesa (TV, Rádio, Jornais). Porque os açorianos “não podem ignorar” a actuação de um movimento que quer a sua emancipação como Povo, devendo-lhes dois dos parágrafos da carta referida: …“a FLA, Frente de Libertação dos Açores, em nome do Povo Açoriano, uma vez que mais ninguém o faz, ou

fará, vem, por este meio, adverti-lo de que, na nossa opinião, as questões não se resolvem com os seus específicos interesses e preocupações, especialmente os que não serão da Sua conta. Mas se Vossa Excelência se quiser entreter, a si e ao povo de Portugal, com interesses e preocupações relativos aos Açores e ao Povo Açoriano, achamos que as deverá direccionar, por exemplo, para com a resolução da questão da contaminação dos solos e aquíferos na ilha Terceira, causada pela ocupação da Base das Lajes pelos Estados Unidos da América, ocupação resultante de um acordo feito por Portugal, para Portugal e pelos interesses de Portugal” …. … “Em nome do Povo Açoriano, a FLA, mais do que interesse e preocupação, exige da Sua parte, Senhor Presidente de Portugal, acção imediata. Exigimos divulgação dos dados e estudos existentes. Exigimos que Portugal assuma a responsabilidade do resultado de um tratado que assinou em seu nome, interesse e proveito, às custas e vitimização dos Açores e do Povo Açoriano. Exigimos financiamento e resolução para um processo de descontaminação desta catástrofe de que o estado Português é responsável, perante os Açores e o Povo Açoriano”. E porque continuamos “vendo ouvindo e lendo” “não podemos ignorar” PS. Infelizmente parece-nos que os órgãos de comunicação social, embora vendo ouvindo e lendo, não podiam ignorar… excepção para a SIC que deu como recebido o email enviado. Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. • (*)

POSTAL DOS AÇORES

ada ilha é um mundo pequeno, que se conjuga num imaginário coletivo de 9, e juntas criam os Açores. O postal dos Açores está mais ou meEmanuel Areias nos estabelecido por ser historicamente associado a determinadas imagens e práticas. Além do postal que os Açores formam como um todo, cada ilha é em si mesmo um mundo por descobrir, formando inevitavelmente o seu próprio postal.

Associa-se o nome de uma ave à imagem das ilhas, como se essa fosse a única teoria explicativa para o facto. Embora a explicação esteja envolvida num mistério, existem várias teorias, nenhuma das quais 100% consensual. A mais difundida é a que supostamente os navegadores avistaram aves de rapina em torno À família enlutada, o Jornal da Praia das primeiras ilhas, confundindo esapresenta os mais sinceros cumpri- pécies. Teriam visto milhafres, mas mentos. pensaram que eram açores. O Diretor, Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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Em 1439, pela primeira vez as ilhas do grupo Oriental e Central foram

chamadas de Açores. Há também quem associe o topónimo ao aportuguesamento da palavra italiana azzore, que significa azul. Outra teoria, essa bem mais lógica, é a de que o nome Açores surge da devoção que Gonçalo Velho Cabral, descobridor e capitão do donatário de Santa Maria e São Miguel, tinha a Santa Maria dos Açores, padroeira dos Açores, em Celorico da Beira, na Guarda. Quem diria, aliás, que houve no interior de Portugal, uma freguesia com cerca de 300 habitantes, de nome Açores. Unida a Velosa, desde 2013. O nome, importante num postal, é logo um elemento que nos obriga a visitar o lugar. Para além disso, e a culpa é nossa, criou-se imagens firmemente estabelecidas do que é os Açores. As paisagens bonitas, muitas vacas nos pastos e resquícios das necessidades fisiológicas pelos caminhos. A imagem de que os Açores são apenas e só ruralidade é ainda hoje uma constante e não há termo à vista para tal pensamento. Embora os Açores tenham trazido a vaca para o seu postal, visto que há cerca de 250 mil bovinos no arquipélago, as ilhas não são apenas vacas e paisagem. Somos nós, que de uma manei-

ra ou outra, vendemos essa imagem. As paisagens bonitas de fajãs, caldeiras, matos, lagoas e serras são monumentos naturais que honram as ilhas além-fronteiras, mas também não são apenas esses os monumentos que deviam caber no postal. Todo o património arquitetónico e histórico é relevante para um turismo cultural e religioso. Existiram cidades açorianas decisivas para a descoberta do mundo. A imagem mais repetida em reportagens e cartazes turísticos é a das hortênsias, que embelezam os caminhos dos campos insulares. A hortênsia, porém, foi uma espécie introduzida, proveniente, certamente, do Japão. Na lógica da natureza, a hortênsia não a respeita de forma objetiva, uma vez que a sua expansão é resultado da ação humana. Espécie principal na ornamentação dos espaços verdes das ilhas, é no entanto trazida para o postal dos Açores não por desígnio natural, mas por influência do homem. Depois cada ilha esboça o que é, em cartazes e folhetos, porque todas são iguais, mas tão diferentes no quem têm para mostrar a quem as visita. •


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CARTAS DO RAPAZ DAS ILHAS

JUVENTUDE EM FORÇA PELA PRAIA DA VITÓRIA

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e os candidatos que não vencerem as eleições não se afastarem da vida política na cidade, a Praia da Vitória só pode estar descansada por Rodrigo Pereira ter o seu futuro assegurado. Estamos a falar de Autárquicas com as mais jovens candidaturas de sempre no concelho, com os três maiores partidos a apresentarem os seus mais fortes e dinâmicos jovens à luta pela presidência da Câmara Municipal. Como é já sabido, pelo CDS-PP, Andreia Vasconcelos, pelo PSD, Cláudia Martins, e pelo PS, Tibério Dinis. Possivelmente para nenhuma das três candidaturas isso é problema, mas aparecer em força com textos de opinião apenas na época média-alta das Autárquicas é feio. Que surjam as lavagens de roupa suja e batalha de balões de água, já é hábito, mas que as equipas esperem por esta altura para mostrarem preocupação e interesse pelo concelho, confirma o que pensa o povo: “só se lembram de aparecer quando há eleições”. Portanto, a ser lido este artigo pelos candidatos a presidentes e vereadores da câmara, fica a proposta para que mostrem a sua

opinião e amor pela terra, também, fora desta época. Das três candidaturas referidas, a do CDS-PP tem sido a mais fraca. Seja na mobilização, na apresentação de propostas e, até mesmo, nas ações de campanha. Pouco se tem falado desta candidatura pelas ruas, o que não pode ser justificado pelo facto de Andreia Vasconcelos, e bem, afirmar que não vive da política. Sendo isso meritório de respeito e confiança por parte dos praienses, enquanto candidata deveria estar mais ativa e próxima da população. Poderá, eventualmente, esta ser uma estratégia do partido, mas uma vez que os outros dois se encontram ativamente em campanha, torna-se uma desvantagem para este estar a “velocidade reduzida”. Não posso dizer que o PSD em geral, mas Cláudia Martins, tem feito uma campanha inteligente, ativa e próxima. A candidata tem aparecido junto da população nas manifestações culturais do concelho, assim como relatado os principais problemas que a cidade enfrenta, ainda que nisto não esteja à frente do candidato socialista, mas tem a vantagem de ser oposição. A experiência política e profissional de Cláudia Martins têm sido notórias, ainda que tenha a desvantagem de ser pouco

conhecida pelos praienses e de ter regresso à ilha com o propósito, visível, de se candidatar à Câmara Municipal. A ter sido preparada mais cedo a candidatura, que se sabe ter sido tardia, e a mudança para a ilha, não há dúvidas de que seria uma candidata mais forte, ainda que, com estes pontos mais fracos, não permita ao PS grandes distrações. Tem sido notória a confiança da candidata num dos homens fortes do PSD na Praia, Clélio Meneses, e o apoio do mesmo. No entanto, o facto de este discursar em todas as apresentações de listas às juntas de freguesia não me parece ser o mais vantajoso para a candidatura do PSD. Primeiro, porque a candidata é Cláudia Martins e é para ela que têm de estar viradas as atenções, ainda para mais tendo em conta as desvantagens já referidas; segundo, porque, mesmo sendo Clélio Meneses um político forte, que merece o meu respeito e de todos os praienses pelas suas lutas pelo concelho, não representa uma era vitoriosa do partido – recorde-se que, por poucos votos, mas foi vencido por Roberto Monteiro há 12 anos atrás. É claro que isto pode ser justificado pelo facto de ser candidato à Assembleia Municipal, o que não me faz mudar de opinião. Em eleições, por vezes, surgem surpresas, mas Tibério Dinis é o favorito

à vitória. É dos 3 jovens, o candidato mais conhecido, devido ao cargo que ocupa há 4 anos. Também fruto dessa experiência, mesmo que com algumas saídas menos positivas, é o que apresenta as propostas mais assertivas e urgentes para a Praia. Para além da vantagem de já estar no poder, ainda que não como presidente, conta a forte estrutura do Partido Socialista, o que lhe dá uma enorme vantagem. Tibério Dinis tem sido também o candidato mais ativo, com inúmeras visitas a empresas, associações e grupos, e o que melhor transmite o projeto que tem para gerir um concelho com obra feita, mas com dívida e que atravessa uma das piores alturas da sua história. Para os desafios que a Praia da Vitória tem, o povo esperava para estas eleições políticos mais experientes e até o regresso de alguns tubarões, ainda assim o concelho está bem servido com os candidatos que tem – mais valem jovens que possam surpreender pela positiva, do que experientes que possam desiludir. O mais importante está nas mãos de todos os praienses e é fundamental que no próximo dia 1 se dirijam às urnas e votem no que entendem ser o melhor candidato para dirigir o concelho nos próximos 4 anos.

ATÉ SEMPRE PADRE LIMA!

A

Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Angra do Heroismo promoveu, com a cooperação da Câmara Municipal de Angra, a instalação de pedesCota Moniz tal encimado pelo rosto esculpido do Padre Lima, Monsenhor José de Lima Amaral de Mendonça. A escultura é da autoria da artista terceirense Ana Ávila Simões, doutourada em belas artes e escultura, e documenta o sorriso com que o Padre Lima sempre tinha para com os seus alunos e as pessoas em geral. O evento ocorreu a 19 do mês de Agosto, ficando a escultura no exterior da antiga sede da Juventude Escolar Católica (JEC), hoje do Instituto Histórico da Ilha Terceira, ao cimo da Ladeira de São Francisco, junto ao portão que dá acesso ao Museu de Angra. Para os mais novos convirá recordar que apenas existia um Liceu na Ilha, sediado no antigo Convento Franciscano onde hoje funciona o Museu de Angra, pelo que os alunos da Praia ou arranjavam alojamento na “cidade” como então se dizia, pois a Praia era ainda Vila, ou vinham e iam diariamente na carreira (autocarro) ou no carro da Base das Lajes

que transportava os filhos dos militares. O Padre Lima, ainda que Monsenhor e Cónego, era assim conhecido e tratado pela generalidade dos que o conheciam, pela sua simplicidade e trato amistoso. Que nos perdoem os profissionais da saúde física e espiritual, mas desabafar com ele era um bálsamo que enchia o coração e dispensava químicos! Picoense de nascimento em 1928, na freguesia das Bandeiras, concelho da Madalena, foi Pároco Coadjutor na Matriz da Vila da Madalena apenas escassos nove meses, após o que foi nomeado professor do Seminário de Angra (durante quase um quarto de século) e professor de Religião e Moral no Liceu Nacional de Angra do Heroismo e da Escola de Magistério Primário, onde contactou e formou várias gerações que, mantendo ou não a Fé, não esqueceram o Sacerdote exemplar, o Homem de Valores, o Mestre pleno de Humanidade. Cónego, Deão do Cabido, Monsenhor, Protonotário Apostólico, foi chamado às funções de Vigário Geral da Diocese em 1974, por D. Aurélio Escudeiro, então Bispo daquela. Enfrentou tempos muito difíceis e delicados para a Igreja e os Açores, e, sem prejuizo do Bispo Beirão de Alcains, grande parte da acção que permitiu manter à tona a

Barca da Igreja nestas Ilhas do Atlântico Norte deve-se ao carácter e firmeza do seu Vigário Geral, Picoense “de aguentar de remos” como dizia o ilustre Advogado Faialense Dr Manuel Linhares de Andrade.

Municipal de Angra do Heroismo a Medalha de Ouro de Honra; em 2009 foi condecorado com a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico: em 2013, ano do seu falecimento, a Junta de Freguesia de Santa Luzia, onde residia, colocou na fachada de sua casa Azulejo com a sua efígie; e em 2016 o Municipio da Madalena do Pico atribuíu o seu nome à antiga rua dos Biscoitos naquela Vila. Ainda hoje muitos dos que tiveram a honra de com ele privar se interrogam porque foi a Igreja tão avara nos seus privilégios, deixando perder para o Bispado um Homem e Sacerdote da estatura do Padre Lima. Jornal da Praia não o esquece, e por isso esteve presente no evento que honra esta Ilha onde exerceu o seu múnus, os Açores de que foi filho Ilustre, e a Igreja que serviu até ao limite das suas forças. E que a doação desta escultura à cidade de Angra e á Ilha em geral, e mesmo aos Açores, possa relembrar a deliberação praiense de erigir um busto do Rev. Padre Cândido Botelho Falcão, tomada há mais de vinte anos, e infelizmente nunca cumprida. Permitimo-nos lembrar que temos escultora nesta nossa Terceira...

Em 1988 foi condecorado pela Presidência da República como Comendador da Ordem da Instrução Pública; em 2000 recebeu da Câmara

Foto: CMAH•


JP | OPINIÃO

2017.09.29

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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XII)

PODER LOCAL E IMPORTÂNCIA DAS ELEIÇÕES

M

ais uma vez, vão os portugueses ser chamados a votar no próximo dia 1 de outubro, para elegerem, livremente, os seus represenAntónio Neves Leal tantes para as assembleias e juntas de freguesias e as assembleias municipais e executivos camarários. Neste momento, à distância de duas semanas, e apesar das habituais iniciativas de propaganda com algum cariz fólclórico, não temos dúvidas de qual vai ser o partido vencedor das eleições—a abstenção. Este facto deve preocupar todos nós portugueses e açorianos. Não é preciso ser adivinho, profeta ou guru, ou ter grandes poderes premonitórios ( há quem diga que este que vos escreve tem alguns), para se pressentir as razões desta previsão nada abonatória, nem para a cidadania, nem para os que, saídos do seu seio, vão ter a responsabilidade de nos irem representar durante quatro anos. Recordo-me, hoje, do grande entusiasmo que há 30 anos reinava, nos Açores, com a comemoração dos trinta anos do novo poder local instituído em Portugal. Tive a alegria e o privilégio de, à semelhança dos demais representantes do PSD e do CDS na Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, ter sido orador oficial do PS, na qualidade de líder do grupo ou, como prefiro, do 1º vogal eleito( na altura, não existia a actual designação de deputado municipal, éramos mais modestos e só recebíamos pelas se-

nhas de presença das reuniões). Os curiosos e investigadores interessados poderão encontrar essas três intervenções no «Boletim Municipal» que então se publicava. E creio que nos outros concelhos, como o da Praia da Vitória terá acontecido o mesmo, para desse modo serem lembrados esses primeiros tempos do poder local e evocar os nomes dos maiores obreiros desse poder, tão próximo e tão útil às nossas freguesias e concelhos. E por vezes, infelizmente, mal compreendido ou desvalorizado. Dada a natureza deste quinzenário, considero ser mais interessante para o futuro das nossas populações e leitores, apresentar algumas das razões para os motivos dessa indiferença ou desinteresse conducentes a essa muito mencionada abstenção. A população, em sucessivos actos eleitorais, tem pautado a sua não participação cívica, em níveis nalguns casos ultrapassando, os vergonhosos cinquenta por cento do eleitorado: a falta de uma pedagogia, que deveria ser uma preocupação constante dos partidos políticos, bem como dos órgãos de comunicação social, da escola pública e da sociedade civil, ainda não foi capaz de mudar esse tão lamentável desinteresse pela «res publica», a menos que se pretenda regressar à monarquia, o que talvez até fosse benéfico. A forma como são escolhidos os candidatos propostos pelos partidos, e os perfis dos mesmos; a falta de renovação quase sistemática das listas eleitorais; a persistente e inaceitável

desactualização dos cadernos eleitorais; a não admissão generalizada de listas de independentes, a proibição da criação de partidos regionais, também são causas dessa anomalia. O povo anónimo ou a maioria silenciosa assiste descrente, apático e escandalizado pelo que vem sendo observado nos últimos anos. Ainda muito recentemente, uma revista conceituada, a nível nacional, trazia, em capa, uma denúncia do que se passa nos bastidores da baixa política, em relação às autarquias 2017. O seu título era: MANUAL DA TRAIÇÃO EM POLÍTICA (in Visão, nº1280, 14.09.2017). Isto só acontece porque são concedidas, escandalosamente, benesses e regalias a ambiciosos eleitos que, em vez de serem procuradores do povo que, de boa-fé, os elegeu, são antes os seus maiores exploradores ou perigosos «artistas» de cumplicidades, de corrupções e ilegalidades. Estas últimas têm levado alguns deles (poucos, ainda) à barra dos tribunais. Tal situação verifica-se não apenas ao nível do poder local, como de outros poderes mais abrangentes, como assembleias e governos regionais e assembleias e executivos nacionais. Que belos exemplos dão ao País! Um tal estado de coisas não dignifica nem os eleitos sérios e competentes, certamente a maioria, nem a imagem do sistema republicano dos últimos 107 anos de vigência, subsequentes aos mais de oito séculos de monarquia da história gloriosa de Portugal. Para suspender esse abastardamento da democracia é urgente alte-

rar as práticas políticas manipuladoras e secretistas, enveredando pelo esclarecimento dos cidadãos. Estes devem pautar-se pelo cumprimento dos seus direitos e deveres, e não por meros comentários de café do tipo bota-abaixo, sem nada fazer, mas tudo querer ter. É, pois, necessário tomar algumas medidas como: A alteração da lei eleitoral no sentido da não validação das eleições, quando não haja uma maioria de votos, expressos nas urnas, superior a metade do eleitorado votante (51 por cento). Alargamento dos espectro político: cidadãos independentes ou propostos por sindicatos, representantes do patronato e de organismos sociais diversos. Responsabilização e prestação de contas perante os eleitores que os elegeram com o seus votos. Abolição de regalias e imunidades próprias de épocas medievais que os cidadãos já não aceitam nos tempos que passam: os eleitos devem receber as remunerações dos vencimentos auferidos nas profissões de origem e uma compensação para as deslocações, bem como alojamento, quando vão em serviço público, como acontece com os demais funcionários da administração. Ninguém é obrigado a ser cadidato contra a sua vontade. E por último, caso não sejam atingidos os pressupostos acima sugeridos, dever-se-ia propor a obrigatoriedade do voto para todos os cidadãos, referendada como sucede em alguns países, após um indispensável período de esclarecimento antecipado de todos os cidadãos. •

PESCA RECREATIVA, CANTO DO CISNE E A CAÇA ÀS BRUXAS…

O

conceito de pesca recreativa materializa-se sobretudo no entendimento de que a mesma não intenta qualquer outro retorno que não seja o do prazer, convívio e prática salutar de algo que nos é intrínseco, de algo que nos identifica mantendo uma ligação embrionária com o oceano e as suas riquezas. Entendo a mesma, em todas as suas facetas, como um prolongar da nossa cultura de ilhéus que deve ser preservada e acima de tudo acerrimamente defendida de ataques caluniosos, redutores e fundados apenas numa percepção parcial e tendenciosa de quem se encontra à beira da ruptura e continuadamente aponta culpados em todas as direcções sem qualquer escrúpulo ou bom senso de, no mínimo, ter a capacidade de se auto avaliar. Encontramo-nos, dois anos volvidos dos últimos devaneios da tutela com a famigerada proposta de alteração à legislação da pesca lúdica, novamente numa encruzilhada em que somos forçados a assistir a mais um vil ataque ao nosso, já de si con-

dicionado, direito de usufruto dos nossos mares e correspondentes recursos naturais. É hoje consensual a nível científico que existe uma redução muito significativa dos stocks de pescado em todo o planeta, cumulativamente é, hoje, perfeitamente aceite por todos os investigadores da área que o incessante recurso aos mecanismos subsidiários atribuídos à pesca comercial servem apenas para exacerbar toda a problemática, pois se as capturas diminuem e o rendimento disponível decresce a injecção de capital terá apenas e exclusivamente um efeito paliativo que, de forma perversa, fará intensificar o esforço de pesca até ao ponto de ruptura. Nos Açores este não parece ser o caso. Por cá procuram – se bodes expiatórios, alvos a quem, sem estudos científicos ou fundamentos não oriundos de discussões de café, se possam aplicar leis precaucionárias, meramente como forma de agradar às pressões da pesca comercial. Mormente assistimos incrédulos à explicitação verbal do entendimento destes senhores em que “mais

fiscalização não é preciso, o que é preciso é que a pesca lúdica pesque menos!!!” – Meus caros isto é de génio!!! – É genial e explico-vos porquê! A pesca recreativa representa, de acordo com os dados científicos apurados, 4 por cento do total de descargas da região! Se isto por si só não bastasse sublinhe-se a seguinte noção: O total de capturas da pesca recreativa é inferior ao total de rejeições da pesca comercial!!! Para aqueles a quem possam subsistir dúvidas esclarece-se: Pesca apeada, mais pesca embarcada, mais pesca submarina representam menos capturas que aquilo que a pesca comercial nos Açores deita no lixo. Levantam-se, com o intuito final de fazer valer estas pressões, suspeições de economia paralela e competitividade desonesta. O bom senso daria facilmente resposta a esta problemática. Fiscalização ! Monitorização de todas as partes envolvidas quer de quem vende, quer de quem compra. Reforço das equipas da inspecção regional das pescas em todas as ilhas. Articulação dos recursos disponíveis da GNR, Po-

licia Marítima, Vigilantes e IRP. Aumento significativo da tipologia e peso das coimas a aplicar. Retirada compulsiva de licenças de pesca a prevaricadores reincidentes, apreensão de equipamentos e por aí muito mais haverá a dizer...: Dito isto só compreendo a postura dos senhores das pescas caso algo tenham a perder com a melhoria de uma intervenção monitorizadora e moralizadora que, penso, todos desejamos. Não tenha ninguém a veleidade de subverter a noção de que legislação alguma terá resultados práticos e mensuráveis sem a monitorização e fiscalização adequadas. Mais uma vez ao optar – se pela criação de respostas legislativas precaucionárias e redutoras, órfãs de aplicação rigorosa apenas se estará a prejudicar todos aqueles que praticam as suas actividades dentro do enquadramento legislativo com o rigor e honestidade a que o bom senso e responsabilidade assim o obrigam. Gui Bruges


JP | INFORMAÇÃO

2017.09.29

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MISSAS DOMINICAIS NO CONCELHO

02 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada Tradicional Rego Botelho 17:00 - 19:30 03 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada Tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 17:00 - 19:30 04 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada Tradicional Humberto Filipe 17:00 - 19:30 05 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada Não Tradicional João Quinteiro 17:00 - 19:30 06 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Bezerrada À Corda João Quinteiro 17:00 - 19:30 07 OUT Rua da Igreja Vila das Lajes Tourada Não Tradicional Herds. Ezequiel Rodrigues 17:00 - 19:30

Fonte: www.cmpv.pt•

SÁBADOS

HOJE (29/09)

15:30 16:00 16:30 17:00 17:30 17:30 18:00 18:00 18:00 18:00 18:00 19:00 19:00 19:00 19:00 19:30 19:30

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

- Lajes - Fontinhas (1) - Casa da Ribeira - Cabo da Praia - Matriz Sta. Cruz - Vila Nova - Fontinhas (2) - São Brás - Porto Martins - Sta Luzia, BNS Fátima - Quatro Ribeiras - Lajes - Agualva - Santa Rita - Fonte do Bastardo - Biscoitos, IC Maria (3) - Biscoitos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese (2) Quando não há catequese (3) 1.º e 2.º sábados (4) 3.º e 4.º sábados

HOJE (29/09)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (30/09)

SEGUNDA (02/10)

DOMINGO (01/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290 Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

CONCERTO JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ SARA MIGUEL QUARTETO Local: Hotel do Caracol Hora: 21H30

TERÇA (03/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (01/10)

DOMINGOS

- São Brás - Vila Nova, ENS Ajuda - Lajes, Ermida Cabouco - Cabo da Praia (1) - Biscoitos, S Pedro - Agualva - Casa Ribeira (1) - Santa Rita - Lajes - São Brás - Cabo da Praia (2) - Porto Martins - Casa da Ribeira (2) - Biscoitos, IC Maria - Vila Nova - Fontinhas - Matriz Sta. Cruz (1) - Quatro Ribeiras - Fonte Bastardo - Sta Luzia - Matriz Sta. Cruz (2) - Lajes, ES Santiago - Lajes - Matriz Sta. Cruz (3) - Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação (2) Missas sem coroação (3) De outubro a junho (4) De julho a setembro

SÁBADO (30/09)

CONCERTO JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ WAVE JAZZ ENSEMBLE Local: Verde Maçã Hora: 18H00 ANGRA EM FESTA

QUARTA (04/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

CONCERTO JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ WAVE JAZZ ENSEMBLE Local: Cais de Angra Hora: 21H30

08:30 09:00 10:00 10:00 10:00 10:30 10:30 10:30 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 11:00 12:00 12:00 12:00 12:00 12:15 12:15 12:30 13:00 19:00 19:30 20:00

QUINTA (05/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEGUNDA-FEIRA (02/10)

SEXTA (06/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

CONCERTO JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ SARA MIGUEL QUARTETO Local: Cais de Angra Hora: 21H30

SÁBADO (07/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA-FEIRA (03/10)

DOMINGO (08/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

AÇÃO DIVULGAÇÃO PARA ALUNOS JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ PEDRO MOREIRA + BRUNO SANTOS + ANDRÉ SANTOS Local: Biblioteca Pública Luís da Silva Ribeiro Hora: 14H30

PUB

SEGUNDA (09/10)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TERÇA (10/10)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

CONCERTO JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ MANO A MANO Local: Biblioteca Pública Luís da Silva Ribeiro Hora: 21H30

QUARTA (11/10)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUINTA (12/10)

QUARTA-FEIRA (03/10)

ASSINE

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

AÇÃO DIVULGAÇÃO PARA ALUNOS JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ PEDRO MOREIRA + BRUNO SANTOS + ANDRÉ SANTOS Local: Escola EBS e Ensino Artístico Tomás Borba Hora: 14H30

Pizzas; Hamburguers; Massas; Saladas; etc. Fazemos entregas ao domicilio,

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES

CONCERTO JAZZ NA RUA / ANGRAJAZZ MANO A MANO Local: Verde Maçã Hora: 18H00

Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

na Praia da Vitória e arredores (+2.00€)

VILA NOVA

Mudança de horário a partir de Abril

ASSINATURA ANUAL 15,00 EUR assinaturas@jornaldapraia.com

Farmácia Andrade

2.ª a 5.ª feira das 12H00 às 22H00 6ªs e Sábados das 12H00 às 22H30 Domingos das 18H00 às 22H00

Rua Serpa Pinto Nº 14 – Santa Cruz – Praia da Vitória Telf: 295 543 341 – TM 960 455 549

Nota Editorial Esteja na nossa “Agenda Cultural”, envie toda a informação para: noticias@jornaldapraia.com.

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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