Jornal da Praia | 0526 | 03.08.2018

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QUINZENA

03 A 16.08.2018 Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira

Nº: 526 | Ano: XXXVI | 2018.08.03 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

www.jornaldapraia.com

FESTAS DA PRAIA

CONVERSA DE ANTEVISÃO COM SARA BARCELOS E CARLOS AMANDO COSTA, “AO SABOR DA DANÇA”

DESTAQUE | P. 8 E 9

ASSOCIAÇÃO DE RADIOAMADORES DA PV COMEMOROU CINCO ANOS AO SERVIÇO DA COMUNIDADE PROTEÇÃO CIVIL | P. 7

VISITANTES PROCURAM TRANSPORTE AO CHEGAR AO PORTO COMERCIAL PROGRAMA DA PRAIA DA VITÓRIA FESTAS DA PRAIA | P. 3 E 5 PUB

TURISMO | P. 10


JP | CANTO DO TEREZINHA & OPINIÃO

2018.08.03

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UM OUTRO SUDÁRIO A cidade de Turim foi durante muitos anos muito visitada devido ao facto de albergar um pedaço de tecido com umas manchas que supostamente terão resultado da circunstância de ter enxugado o suor do rosto de Jesus, o Cristo, no decurso do seu trajeto para o Calvário. Muita investigação científica não conseguiu ainda provar o que muitos ‘crentes’ afirmam perentoriamente ser verdadeiro. Verdade ou falsidade, o certo é que o Su-

dário de Turim era, até há pouco tempo, uma referência no mundo, e não apenas no do cristianismo. Um adepto da principal equipa de futebol da cidade de Turim, referindo-se à chegada de certo jogador de futebol, afirmou: é o deus do futebol. Os pedaços de tecido que jamais hão de empapar-se com o suor desse jogador atingem valor comercial inimaginável.

Imagina-se quanto não valerá um desses pedaços de tecido com a inscrição do algarismo 7 se o clube em causa decidir leiloar um desses pedaços empapado em suor do ‘deus do futebol’ no final de uma feliz partida!!! Se isto não é indício de que o mundo está para acabar, eu vou ali e já volto. Ou melhor, vou ali e já não volto porque, entretanto, o mundo acabou.

HÁ MAIS CANTOS “Não ande à procura das notícias, deixe que elas venham ter consigo. Não fique pegado à televisão a ouvir e ver as notícias repetidas de hora em hora. Claro que não pode dormir bem depois de se deixar cilindrar pela torrente de notícias, qual delas a mais assustadora. O que o senhor deve fazer é dar grandes passeios pela beira mar, sentar-se num banco do adro da Matriz durante uma hora ou duas em companhia de gente do seu tempo para recordar a Praia de anti-

gamente que, como diz a moda regional, ‘era um pocinho da areia’. E quanto a notícias, o melhor que faz é parar no Canto do Terezinha; aí as notícias são sempre verdadeiramente falsas, não tem que enganar. E se não ficar satisfeito, pode passar pelo Bar Vouga ou pelo Café do Armando, que ficando noutros ‘cantos’, também dá para ficar a par das notícias mais escandalosamente falsas e ouvir as críticas mais acertadas sobre os desacertos que por aí vão. O senhor vai ver: sai de lá com uma tranquilidade que lhe vai garantir um sono re-

pousante. Deite fora esses comprimidos.”. Isto foi o que um médico antigo, daqueles que olhavam para a pessoa que atendiam e não para a doença, disse a um ‘agente’ de um destes centros informativos. Talvez valha a pena sugerir a algum aluno finalista de sociologia que faça um inquérito sobre o estado de saúde dos frequentadores destes três benquistos pontos de encontro. E não seria de admirar que os resultados fossem muito bons. •

EMIGRANTES

P

or esta altura, os emigrantes regressam a casa e trazem muito mais do que aquilo que algum dia levaram da sua terra. O português inglesado impera em conversas de reencontro e de demonstração afetiva de uma saudade que mora nos corações destes nossos irmãos. Mais do que saudade, esta gente vive numa angústia permanente de regressar à sua casinha dos tempos de meninice ou à casa reconstruída, deixada em herança ou comprada pelos dinheiros da terra de todas as oportunidades. Em qualquer caso, regressam felizes, quase sempre já tristes porque o tempo parece passar mais rápido aqui do que na terra que escolheram viver. Trazem abraços e beijos para família e amigos, que ficaram e não partiram. Nos olhos trazem um brilhar tremendo que quase sempre foge à lágrima solitária que se tenta esconder, mas que cedo se torna em

rio de felicidade. Trazem na bagagem a lembrança do que já foram e já não são, porque o lugar faz a pessoa e sem a nossa terra passamos a ser outra coisa por obrigação. Trazem na memória os sítios por onde andaram, os lugares onde brincavam, as pessoas com quem falavam, os sabores e cheiros que os fizeram ser de cá como nós também somos. Não deixam de ser do nosso povo, apenas pediram dispensa do paraíso. Alguns emigrantes vão voltando, depois de terem filhos e netos, sem a idade perdoar. Se antes regressavam no calor da idade, começam a regressar já velhos, procurando a calma e o conforto que só a terra de nascença dá. Já velhos, vêm com uma visão renovada do mundo, sem nunca esquecer de onde são e porque saíram. Vêm sedentos de ver as caras novas, das crianças de antigamente, que hoje são adultos, alguns casados e com filhos. Sentem um

aconchego na alma por saber que o tempo é fiel à vida, e que por isso, as crianças que viram a gatinhar e a chorar, são hoje jovens maduros, com vida construída e estável. Regressam no calor do verão, e vão a festas, a cantorias, a procissões e a touradas. No arraial da festa são acarinhados e o colega do antigamente, que ficou, dá um abraço apertado e sentido ao amigo que reencontra, que está fora há mais de trinta ou quarenta anos. Conversam longamente, lembrando histórias do passado. Celebram os nascimentos dos conterrâneos e lamentam a morte daqueles que conheceram. Bebem e comem as iguarias da sua terra bendita. Lembram o dia do seu casamento na igreja da freguesia e os beijos dos pais na hora de dormir. São mensageiros do mundo, que levaram longe, e de forma honrosa, o sentimento de todo um povo. Na hora de regressar sentem-se reju-

venescidos e preparados para viver uma outra vida. Muitos destes nossos irmãos não se reformam para voltar de vez. A vida que escolheram obrigou-os à responsabilidade, por isso regressam aos Estados Unidos ou ao Canadá porque lá moram os seus filhos e netos. Gente de nova pátria, que não esquece a dos avós. A grandeza das nossas ilhas não se coaduna apenas com os nossos Açores de aqui. Esta grandeza transborda para o mundo porque os nossos emigrantes fizeram dos Açores um lugar do mundo. Na hora de ver os emigrantes a regressar à sua casa primeira, sentimo-nos obrigatoriamente contentes porque o ar de alegria que trazem no rosto é a maior prova de que nunca esquecerão o seu porto de abrigo.

Emanuel Areias

FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NO ICS: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Francisco Jorge Ferreira ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz CHEFE DE REDAÇÃO: Sebastião Lima COORDENADOR DE EDIÇÃO: Francisco Soares, CO-1656 (editor@jornaldapraia.com) REDAÇÃO/EDIÇÃO: Grupo de Amigos da Praia (noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); Elvira Mendes; Rui Sousa JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; José H. S. Brito; José Ventura; Nuno Silveira; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ADMINISTRAÇÃO José Miguel Silva (administracao@jornaldapraia.com) SECRETARIADO E PUBLICIDADE: Eulália Leal (publicidade@jornaldapraia.com) LOGÍSTICA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


2018.08.03

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FESTAS DA PRAIA | JP

PROGRAMA (Sujeito a alterações)

03 AGO, SEXTA-FEIRA

20:45 | Abertura da Iluminação

08:00 | Prova de Natação – Campeo-

13:00 | Prova de Vela – Optimist e

23:00 | Concerto Bossa Quintet &

nato Nacional de Águas Abertas

Laser

17:00 | Torneio Regional de Voleibol

Batukes

Local: Baía da Praia da Vitória / Con-

Local: Baía da Praia da Vitória

de Praia

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

centração: Clube Naval

13:30 | Distribuição do Bodo do Espíri-

Local: Praia Grande

00:00 | Concerto Blasted Mechanism

08:45 | Torneio de Golfe Festas da

to Santo e Tradicional Arraial do Bodo

18:00 | Abertura da Feira de Artesa-

Souza (DJ)

Praia 2018

Local: Praça Francisco Ornelas da

nato

Rod D’Ávila (DJ)

Local: Clube de Golfe da Ilha Terceira

Câmara

Local: Tenda junto à Marina

Local: Blue Music Resort

10:00 | Torneio Regional de Voleibol

13:30 | Concerto de Filarmónicas |

de Praia

Filarmónica Progresso Biscoitense

Local: Praia Grande

Local: Palco Tradições | Continente

12:00 | Abertura da Feira de Gastro-

15:00 | Torneio de Canasta

nomia do Atlântico

Local: Academia de Juventude e das

Local: Tenda junto à Marina

Artes da Ilha Terceira

16:00 | Torneio de Praiandebol

16:00 | Prova de Vela – Veteranos

Local: Praia Grande

Optimist

17:30 | Prova de Ciclismo

Local: Baía da Praia da Vitória / Con-

Local: Passeio da Marina

centração: Clube Naval

20:45 | Abertura da Iluminação

17:00 | Missa Solene seguida de Pro-

21:00 | Salva de 21 Morteiros

cissão de Santa Rita

21:10 | Momento Musical – André

Local: Santa Rita, Juncal

Gomes

19:00 | Degraus da Praia

21:20 | Discurso de Abertura das Fes-

Local: Subida dos degraus do facho

tas da Praia, do Presidente Da Câmara

20:45 | Abertura da Iluminação

Municipal da Praia da Vitória

21:30 | Ninja Warriors – Espaço Crian-

21:30 | Ninja Warriors – Espaço Crian-

ça

ça

Local: Zona Verde | Espaço Guarita

Local: Zona Verde | Espaço Guarita

21:30 | Desfile e atuação das escolas

21:30 | Desfile da Filarmónica União

de Dança de Salão da Ilha Terceira

Praiense

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

Martins Homem

Martins Homem

22:00 | Concerto de Filarmónicas,

21:40 | Desfile da Charanga da As-

Filarmónica Recreio Lajense e Filarmó-

sociação Humanitária de Bombeiros

nica União Praiense

Voluntários da Praia da Vitória

Local: Palco Tradições | Continente

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

00:00 | Concerto David DeMelo Show

Martins Homem

Local: Palco Marina | Electro Cruzeiro

21:50 | Desfile da Marcha Oficial das

00:00 | Concerto Blaya

Festas da Praia “ Ao Sabor da Dança”

Funking Awesome, By Gonçalo Ferro

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

(DJ)

Martins Homem

DJ K7

22:00 | Cortejo de Abertura “Ao Sabor

Local: Blue Music Resort

18:00 | Abertura da Feira de Gastronomia do Atlântico Local: Tenda junto à Marina PUB

04 AGO, SÁBADO

da Dança” Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

Animação de Rua Magical Entertain-

Martins Homem

ment

23:30 | Concerto “Alimentado a Alma” – Banda Harmonia Mosteirense

06 AGO, SEGUNDA-FEIRA

Local: Palco Marina | Electro Cruzeiro 00:00 | Concerto Bárbara Bandeira

18:30 | Tourada de Praça

Krash (DJ)

Local: Monumental Praça de Toiros da

Perrox (DJ)

Ilha Terceira

Local: Blue Music Resort

21:00 | Cortejo de Motards e Carros Clássicos

Animação de Rua Magical Entertain-

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

ment

Martins Homem

05 AGO, DOMINGO

21:30 | Ninja Warriors – Espaço Criança Local: Zona Verde - Espaço Guarita

10:00 | Dia da Base Aberta

20:45 | Abertura da Iluminação

Local: Base Aérea nº4

22:00 | Cantoria

10:00 | Torneio de Golfe Rural Festas

Cantadores: José Esteves | José Eliseu

da Praia 2018

| João Leonel | José Amaral | Bruno

Local: Estádio Municipal da Praia da

Oliveira |José Borges

Vitória

Tocadores: Francisco Coelho | Arman-

10:00 | Torneio Regional de Voleibol

do Alves | Jorge Borges | Vieira | José

de Praia

Avelino Borges |Ricardo Martins

Local: Praia Grande

Local: Local: Palco Tradições

10:00 | Demonstração de Tiro com

23:00 | Concerto Dr. VI Band (Gipsy

Arco de Campo Festas da Praia

Jazz)

Local: Paul

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

10:30 | Prova de Ciclismo de Estrada

00:00 | Concerto Dillaz

Local: Bares da Marina

Putzgrilla (DJ)

12:00 | Missa Solene seguida de Co-

Mary-Jane (DJ)

roação dos Impérios do Concelho

Local: Blue Music Resort

Local: Matriz da Praia da Vitória 13:00 | VI Competição de Tiro com

Animação de Rua: Batukes e Magical

Arco de Campo Festas da Praia

Entertainment

Local: Paul

(continua na página 5)


JP | EFEMÉRIDE / OPINIÃO

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75.º ANIVERSÁRIO – O ACORDO DOS AÇORES HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

A concessão de facilidades nos Açores foi oficializada a 17 de agosto de 1943, através de uma troca de notas diplomáticas. O Acordo relativo ao uso de facilidades nos Açores. Pelo Acordo dos Açores, o Governo Português concordava em ceder ao Reino Unido, entre outras coisas, o uso “sem restrições do campo das Lagens, na Ilha Terceira, pela aviação da Comunidade Britânica”.

H

á exatos 75 anos, a 17 de agosto de 1943, era assinado o Acordo dos Açores que efetivava a presença aliada nos Açores, sobretudo na Terceira, durante a II Guerra Mundial. O pedido oficial britânico para cedência de facilidades nos Açores foi efetuado pelo Embaixador da Inglaterra em Lisboa, R. H. Campbell, no dia 18 de junho de 1943. A Inglaterra solicitava a cedência de Bases nos Açores para o emprego de aviões e de navios de superfície. O pedido britânico foi feito em nome da velha Aliança luso-britânica de 1373. E após alguma hesitação salazarista, as negociações começaram a 5 de julho, com um Portugal muito fechado, com medo de se envolver na guerra. Após negociação difícil, Salazar viu-se obrigado a ceder. Foi aceite a data de 8 de outubro de 1943 para o desembarque britânico na Ilha Terceira. A concessão de facilidades nos Açores foi oficializada a 17 de agosto de 1943, através de uma troca de notas diplomáticas. O Acordo relativo ao uso de facilidades nos Açores. Pelo Acordo dos Açores, o Governo Português concordava em ceder ao Reino Unido, entre outras coisas, o uso “sem restrições do campo das Lagens, na Ilha Terceira, pela aviação da Comunidade Britânica”. Foi decidido ainda a utilização “das facili-

dades do porto e baías da ilha Terceira, necessária ao abastecimento e manutenção do campo das Lagens. A protecção dos navios mercantes, britânicos ou aliados, a esse fim destinados, será dado por navios de guerra e aviões da Comunidade Britânica”. Foi ainda concedido, aos britânicos, “para o rápido despacho nas Alfândegas dos Açores do material de guerra e abastecimentos destinados às forças britânicas, facilidades iguais às que são dadas ao material de guerra e abastecimentos destinados às forças portuguesas”. Um ponto essencial do Acordo dizia que o “Governo Português continua a ter a seu cargo a defesa marítima, terrestre e aérea dos Açores, com excepção da defesa próxima do campo das Lagens, que será assegurada por forças britânicas”. Em 1 de outubro, o navio Franconia, que transportava os militares britânicos, partiu de Liverpool rumo aos Açores. A comandar o Grupo de Esquadrilhas 247 da RAF (Royal Air Force), estava o “Air-Vice Marshall”, G.R. Bromet. A caminho dos Açores, as forças militares inglesas receberam um folheto com informações importantes sobre o lugar para onde iam e os cuidados a ter com os portugueses. O folheto começava com um aviso, dizendo que os britânicos iam para os Açores, “não como invasores, mas como convidados dos Portugueses”, ou seja, tinham de ter uma conduta irrepreensível e estavam ali como convidados e, por isso, era importante ter respeito pelos anfitriões. O folheto salientava, ainda, que os portugueses tinham “sido sempre a favor dos Britânicos” e que, por isso, estes deveriam olhar para os portugueses como seus Aliados.

O folheto assentava em 15 pontos-chave, ideias e conselhos a seguir para um bom relacionamento entre britânicos e terceirenses. O mote para a atitude britânica nos Açores, tinha que ser o mesmo do artigo nº 1 do Tratado de 1373, “Como verdadeiros e fiéis amigos ficarão daqui em diante reciprocamente amigos dos amigos e inimigos dos inimigos”. Assim, os Açores ficariam para sempre ligados aos ingleses e à sua situação na guerra, por isso, tinha de se proteger os portugueses, tal como eles protegeram os ingleses, ao conceder-lhes o uso da Base na Terceira para a Batalha do Atlântico. Defendia-se, ainda, que os britânicos tinham que dar a melhor imagem possível aos portugueses, apertando sempre a mão aos terceirenses, não deviam demonstrar reprovação pelos hábitos portugueses, como era o caso do cuspir para o chão, muito menos ofender o “orgulho nacional fortemente enraizado” (ponto 11). O ponto 5 do folheto dizia que “os portugueses cospem frequentemente. Não liguem importância. Acima de tudo, não mostrem desaprovação, quer por palavras, quer por gestos”. O 6º afirmava que se os britânicos estivessem a “a ser alvos de atenção geral e se não compreenderem o que se está passando, o que há a dizer ou fazer é Viva Portugal. Foi ressaltada a ideia que apesar dos portugueses não gostarem “de leis ou regulamentos em demasia” (ponto 13), respeitavam a ordem e “não são fura-vidas, e não gostam de serem empurrados” (ponto7), pediu-se, por isso, para os britânicos serem o mais “amáveis” (ponto 14) possível, cumprimentando os locais ao “encontrá-los e à despedida” (ponto 2). O folheto dizia que os portugueses eram pró-britânicos e que, por isso, tinham que ser tratados com o respeito que

um aliado merece de outro. Na madrugada de 8 de outubro de 1943, uma sexta-feira, três milhares de militares britânicos chegaram a Angra do Heroísmo. A população terceirense foi apanhada de surpresa pela chegada dos estrangeiros, contudo as ordens superiores, que ditavam a obrigação de ajuda no desembarque, foram cumpridas “à risca”. Desembarcaram, no Porto de Pipas, 20 mil toneladas de material para o Aeródromo das Lajes. Dias depois começavam as obras na pista, mas as sucessivas necessidades de ampliação, levaram o Governo britânico a pedir a Oliveira Salazar o envolvimento norte-americano no arquipélago. Em janeiro de 1944, os norte-americanos desembarcaram na Terceira, não como militares, mas como técnicos especializados, uma imposição do Presidente do Conselho de Ministros português. Os EUA tinham ambições maiores e pediram, também, a concessão de facilidades nos Açores, neste caso, em Santa Maria. O Acordo foi assinado a 28 de novembro de 1944, após um longo e difícil processo de negociação. Neste dia em que comemoramos os 75 anos do Acordo dos Açores, é bom relembrar o impacto que este Acordo teve na sociedade, na economia e no modus vivendi local. É importante aprendermos com o passado e não termos medo em estudar e em divulgar a História da nossa terra. A memória de um povo é algo que deve ser preservada e não devemos ter medo em contar as estórias da História dos nossos egrégios avós. Olhar para o passado não é ter medo do presente ou do futuro, é aprender com os erros que fizemos e fazermos mais e melhor.

APOLO E DIONÍSIO

D

esde o 1º de maio até quase o fim de outubro, a humanidade que vive na Ilha Terceira fica sob a influência do espírito dionisíaco. Algumas pessoas, poucas, conseguem manter o equilíbrio entre este e o espírito apolíneo. Filósofos de todos os tempos debruçaram-se, e continuam a fazê-lo, sobre este tema. Reconhecem que o espírito humano deve saber manter um equiPUB

líbrio entre dois conceitos. De outro modo, temos que prever consequências perigosas. O que caracteriza a personalidade humana na sua vertente apolínea é a Razão, a Ordem, a Moderação, o Controlo, a Análise, a Busca, ao invés da vertente dionisíaca que assenta na Paixão, na Espontaneidade, na Imaginação, no Excesso, no Frenesim, na Intuição, no Sentimento, na Fé e no Ritual.

À luz destas características, podemos entender melhor como evolui a vida na nossa ilha ao longo de um ano. Notar-se-á um período mais amplo da influência dionisíaca contra apenas 3 a 4 meses de maior (?) predomínio da influência apolínea. Esta desproporção, ou desequilíbrio, não tem que ser necessariamente maléfica em si. O que é mau é que durante o período dionisíaco dá-se um quase total apagamento

do espírito apolínio que pode (e deve) impedir ou travar exagerados comportamentos. À custa desta predominância dionisíaca alguém etiquetou a nossa ilha como um parque de diversões. Não esquecer, no entanto, que qualquer parque de diversões, para segurança dos seus clientes e garantia do seu sucesso empresarial, deve e tem que cumprir regras. João Diniz •


2018.08.03

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FESTAS DA PRAIA | JP

PROGRAMA (Sujeito a alterações)

(Continuação da página 3)

Local: Zona Verde - Espaço Guarita

Gomes | Humberto Filipe | José Albino

Local: Palco Tradições - Continente

21:30 - Marchas Populares

Fernandes

20:45 - Abertura da Iluminação

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

Local: Caminho do Cemitério

21:30 - Ninja Warriors

Martins Homem

20:45 - Abertura da Iluminação

Local: Zona Verde - Espaço Guarita

18:00 - Tourada

00:00 - Concerto One O Five

21:00 - Desfile de Marchas Infantis

23:00 - Concerto QUEEN - Pactis e Osit

Ganadeiro José Albino Fernandes

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

21:30 - Ninja Warriors

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

Local: Juncal

00:00 - Concerto Nelson Freitas

Local: Zona Verde - Espaço Guarita

00:00 - Concerto Gabriel o Pensador

20:45 - Abertura da Iluminação

Yen Sung (DJ)

21:30 - Cortejo Infantil

Daft Punk Tribute (DJ)

21:00 - Cortejo e atuações dos Grupos

John C (DJ)

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

Ramboiage (DJ)

Folclore

Local: Blue Music Resort

Martins Homem

Local: Blue Music Resort

07 AGO, TERÇA-FEIRA

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem 21:30 - Ninja Warriors – Espaço Criança

23:00 - Concerto Wave Jazz Ensemble Animação de Rua Com Fusão

09 AGO, QUINTA-FEIRA

Local: Zona Verde - Espaço Guarita

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

Animação de Rua Palhaço Pezinho e Ba-

00:00 - Concerto Miguel Araújo

tukes

Sebastiaan Hooft (DJ)

12 AGO, DOMINGO

Afonso (DJ)

22:00 - Sapateia Açoriana

18:00 - Tourada

Local: Palco Tradições - Continente

Ganadeiro José Albino Fernandes

22:00 - Atuação Stand UP Acores &

Local: Caminho do Concelho, Fregue-

João Seabra

sia das Quatro Ribeiras

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

20:45 - Abertura da Iluminação

00:00 - Concerto Rock, Rhythm &

21:30 - Ninja Warriors – Espaço Crian-

Blues

ça

10:00 - Torneio de Futebol Veterano

Missa Campal: Praça Francisco Ornelas

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

Local: Zona Verde - Espaço Guarita

Local: Estádio Municipal da Praia

da Câmara

00:00 - Concerto Crazy Town

21:30 - Desfile de Filarmónicas

11:00 - Cerimónia Comemorativa da

14:00 - Regata de Iates – Triangulo da

Karetus (DJ)

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

Batalha da Praia de 11 de agosto de

Praia

Rodrigo do Ó (DJ)

Martins Homem

1829 e Homenagem aos Antigos Com-

Local: Baía da Praia da Vitória / Con-

Local: Blue Music Resort

22:00 - Concerto de Filarmónicas

batentes Mortos no Ultramar

centração: Clube Naval

Sociedade Progresso Lajense e So-

Local: Largo da Batalha

18:00 - Tourada

ciedade Filarmónica Espírito Santo da

14:00 - Regata de Iates ao Porto Mar-

Ganadeiro – Ezequiel Rodrigues

Agualva

tins

Local: Areal da Praia

Local: Palco Tradições - Continente

Local: Baía da Praia da Vitória / Porto

20:45 - Abertura da Iluminação

23:00 - Concerto Myrica Faya

Martins / Concentração: Clube Naval

22:00 - Desfile de grupos participantes

14:00 - Demonstração e Divulgação –

Local: Palco Marina - Electro Cruzeiro

18:00 - Tourada

no Festival Internacional de Folclore

Vela e Canoagem

00:00 - Concerto Carolina Deslandes

Ganadeiro – Ezequiel Rodrigues

Folk Azores

Local: Baía da Praia da Vitória / Con-

Sherpa(DJ)

Local: Estrada 25 de Abril

Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro

centração: Clube Naval

Luís Bravo (DJ)

18:00 - Cerimónia de Homenagem a

Martins Homem

18:00 - Tourada

Local: Blue Music Resort

António Jacinto Ázera

00:00 - Encerramento das Festas da

Local: Miradouro António Jacinto Ázera

Praia 2018

Animação de Rua Grupo de Comédia

08 AGO, QUARTA-FEIRA

Ganadeiro Humberto Filipe

Local: Blue Music Resort 11:00 - Procissão dos Marítimos seguiAnimação de Rua Palhaço Pezinho

11 AGO, SÁBADO

da de Missa Campal Percurso da Procissão: Porto de pescas do Cabo da Praia à Marina e da Marina à Praça Francisco Ornelas da Câmara

Local: Juncal

Animação de Rua Palhaço Pezinho e

– Rua da Alfândega

Lançamento de Skylanterns e Fogo de

18:00 - Tourada

Com Fusão

19:00 - Receção ao Emigrante

Artifício

Local: Palco Tradições - Continente

Local: Areal da Praia Grande (Sujeito às

19:30 - Atuação do Grupo Folclórico da

condições Climatéricas)

Ganadeiro José Albino Fernandes Local: Caminho do Concelho, Fregue-

10 AGO, SEXTA-FEIRA

sia das Quatro Ribeiras

Casa do Povo da Madalena

20:45 - Abertura da Iluminação

18:00 - Tourada

Local: Palco Tradições - Continente

21:30 - Ninja Warriors

Ganadeiros: João Gaspar (Pai) | Eliseu

20:30 - Concerto Fado Alado

PUB

NE: Programa elaborado com base em informação recolhida no sítio oficial das Festas da Praia 2018 em www. festasdapraia.com e representativo das principais atividades. Sujeito a alterações, não dispensa a consulta da programação oficial no referido endereço web.


JP | SAÚDE o Cantinho do Psicólogo 192

M

anga com certeza, dado que mangá corresponde, de acordo com a Wikipédia, à palavra japonesa utilizada para designar histórias em quadradiAurélio Pamplona nhos, ou de banda (a.pamplona@sapo.pt) desenhada, feita ao estilo daquele país, e ao som da palavra com que se designa manga no Brasil. Manga é pois o fruto semelhante ou igual ao que a fotografia representa, produzido pelas mangueiras, plantas de porte arbóreo e de copa densa e frondosa, que podem atingir várias dezenas de metros.

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Manga ou Mangá? de olhos, uma careta, um movimento de ombros para alguém interpretar como falta de amizade, desprezo, desconsideração, más intenções, discordância, afectação, inoportunidade, o que pode até não corresponder à verdade. Vai-se ao ponto de presumir que o outro, por ter motivos e intenções ruins a nosso respeito, cogita coisas negativas, das quais até nos temos de defender. Pode até acontecer que se projecte no parceiro o que se passa na nossa mente, o que habitualmente não está correcto. O stress pode começar aqui, nesta ma-

Quarto – Catastrofização, equivalente ao acto de se exagerar as consequências negativas dos acontecimentos ou decisões. As pessoas catastrofizam quando pensam que poderá acontecer o pior de uma acção ou situação particular, ou quando sentem como estivessem no meio de uma catástrofe, em situações que podem ser graves e preocupantes, mas que não são necessariamente desastrosas (VandenBos, 2007). Quem catastrofiza acredita que um acontecimento é terrível e insuportável. E a tendência para catastrofizar pode aumentar desnecessariamente os

Embora as mangueiras necessitem de muito calor para se desenvolverem, adaptam-se facilmente a climas diversos. Por exemplo, a da fotografia corresponde a um exemplar existente na zona pedrada do Porto Martins, que se apresenta carregada de frutos, não obstante ser uma planta novinha, e a sua altura actual pouco ultrapassar um metro. E escolheu-se para fotografia uma mangueira com as suas mangas, e não exemplos de mangás, porque o fundamental, o que se quer aqui valorizar é, respectivamente a possibilidade de frutificação, e de florescência do bem, para aqueles que as cultivam e comem, e também para aqueles que seguem os Cantinhos. Naturalmente que esta florescência dificilmente se realiza para quem se deixa enredar pelas distorções cognitivas como as referidas, e as que se continuam a apresentar. Terceira – Leitura Mental, que diz respeito àquele que, sem provas evidentes acha que sabe o que os outros pensam, ou sentem. Frequentemente basta um tique, um fechar PUB

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o futuro. E quando as coisas começam a piorar lá aparece o stress e a ansiedade. Enfim, o que se pode dizer aqui é que, em muitos casos da nossa vida «precisamos de quebrar as regras de algumas das certezas, o que não é imprudência, é», no dizer de ByNina (2016), «liberdade». Porque, de acordo com a mesma autora, «temos e devemos criar as nossas próprias excepções», na medida em que «faz bem à alma». Entretanto, nos dias de hoje, a maioria dos eventos não se mostra tão catastróficos porque, como afirmou Schreiner, (2013) «não há leões e jacarés a esperar por todos os cantos». Um ponto de vista mais equilibrado consiste em prever uma gama mais completa de resultados, incluindo os bons, susceptíveis de permitir viver mais feliz, com menos stress, e em que se aproveitam mais oportunidades para influenciar e deixar-se levar pelo mundo. Lembra-se que, embora a vida seja de incertezas é sempre possível calcular alguns riscos e, com aplicação e esforço, fazer o necessário para não se cair nas catástrofes. Referências:

gia inconsequente daqueles que julgam saber ler os pensamentos dos outros, quando isto a ocorrer é algo de muito excepcional. Aliás os pensamentos são algo de cada qual, e aquilo que nos compete é respeitá-los. E não são factos, mas unicamente ideias que frequentemente vão, mas que habitualmente não voltam.

níveis de ansiedade e conduzir ao comportamento desajustado. Na catastrofização não só se imagina que um resultado negativo pode acontecer, como se o interpreta como se fosse uma catástrofe. A pessoa passa a ser incapaz de se empenhar nalguns dos seus projectos, limita-se na obtenção de novos conhecimentos, e baliza a vida e

ByNina, (2016). Salvado em 04 de Dec. de Fonte: Tumbic. Tema: Quebrar as Regras. Website: http://bynina.tumblr.com/ post/142209379426/quebrar-as-regras-de-algumas-de-nossas-certezas. Lovelace, R. T. (1990). Stress master: A complete program to eliminate negative stress, change inaccurate and destructive thinking, and manage your moods. New York: John Wiley & Sons. Schreiner, M. (2013). Salvado 06 Dec. de fonte: Cathastrophizing. Tema: Cognitive Behavioral Therapy. Website: https://evolutioncounseling.com /author/admin/. VandenBos, G. H. (2007). APA dictionary of psychology: Emotion. Washington DC. American Psychological Association. Foto: A. Pamplona•


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PROTEÇÃO CIVIL | JP

ASSOCIAÇÃO DE RÁDIOAMADORES DA PRAIA DA VITÓRIA

COMEMOROU CINCO ANOS AO SERVIÇO DA COMUNIDADE Com 5 anos de existência, os ideais de ontem são os de hoje – comunicações fiáveis em situações de catástrofe.

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undada em 2013, a Associação de Radioamadores da Praia da Vitória (ARPV) comemorou no passado dia 10 de junho 5 anos de existência, numa cerimónia que contou com o vice-presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Carlos Armando Costa e o vice-presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Osório Silva, para além dos corpos dirigentes, sócios, convidados e amigos. Há 5 anos atrás, a 12 de junho, Francisco Rosa (CU3AU), Francisco Nogueira (CU3FB), Susana Neves Nogueira (CU3GV), Pedro Pereira ( CU3DN) , Ivo Santos (CU3BR ), Ricardo Rosa (CR8ABH), José D’Andrade (CU3AG), Luís Baltazar (CU0AIM), Gualter Ourique (CU0AFK) e Manuela Baltazar (CU0AIY) foram os pioneiros de uma associação que hoje assume-se como a mais representativa dos radio entusiastas do concelho praiense, levando através das ondas hertzianas o nome da Praia da Vitória aos quatro cantos do mundo. Organização sem fins lucrativos e classificada de utilidade pública pelo Governo dos Açores a 26 de outubro de 2015, a ARPV está sediada no monumento do Imaculado Coração de Maria, no miradouro do Facho, na cidade da Praia da Vitória, por gentil cedência do Município da Praia da Vitória como fez questão de salientar Duarte Sousa (CR8ACE), 1.º secretário da Direção, no breve discurso proferido na ocasião. Ao longo destes 5 anos de existên-

ASSOCIAÇÃO DE RADIOMADORES DA PRAIA DA VITÓRIA comemorou cinco anos de existência afirmando-se presente para socorrer comunidade em cenários de catástrofe. cia, a ARPV além de representar os interesses dos radioamadores praienses junto dos órgãos de regulação oficial, vêm dando aconselhamento técnico aos seus associados, colaborando em diversos programas educacionais junto da população juvenil e apresentando-se como parceiro do serviço de proteção civil quer a nível local como regional, patrocinando serviços de comunicações em situações de emergência.

rabenizou os fundadores, nomeadamente o presidente constituinte, Francisco Rosa, os restantes elementos diretivos, os sócios atuais e já falecidos, as entidades oficiais presentes e dirigiu uma palavra de especial agradecimento ao Agrupamento do Corpo Nacional de Escutas n.º 23 da Praia da Vitória “pelo apoio nos primeiros anos da instituição e pela disponibilidade que ainda hoje para connosco demonstra”.

Duarte Sousa, que fez uso da palavra em nome de toda a Direção, presidida por Susana Nogueira, pa-

Acrescentou que o radioamadorismo é revelador de um são, fraterno e salutar espírito de cidadania e solida-

riedade, alicerçado num firme compromisso de servir o próximo “com comunicações que já provaram serem muito importantes e fiáveis em caso de catástrofes naturais”. Nesse sentido, reafirmou o sentido de responsabilidade da ARPV afirmando, “estaremos disponíveis para ajudar com os nossos meios operacionais sempre que de nós precisarem – isto não é um compromisso – mas sim o nosso modo de estar, que hoje orgulhosamente celebramos”. JP/Foto: Rui Sousa•

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TALHO BORBA & MENDES


JP | DESTAQUE

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FESTAS DA PRAIA: 10 DIAS DE D De hoje até 12 de agosto, a Praia da Vitória enche-se de cor, ritmo, música e gastronomia “Ao Sabor da Dança”.

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rganizadas desde 2013 pela Cooperativa Praia Cultural (CPC), as Festas da Praia enriquecem-se anualmente com o contributo de uma personalidade da sociedade civil convidada para assumir a direção artística da marcha oficial, cortejo de abertura e desfile infantil. Este ano, o convite foi endereçado à jovem Sara Barcelos, 37 anos, administrativa e que acumula uma longa experiência de colaboração voluntária na organização das Festas da Praia. As restantes atividades são da responsabilidade da CPC, num modelo organizativo que este ano, resultante de uma nova aposta da Câmara Municipal da Praia da Vitória e destinado a garantir a sustentabilidade financeira ao evento, ensaia um novo modelo de gestão administrativa e financeira, concessionando o espaço “Music Resort” e a organização da Tourada de Praça a entidades externas à autarquia. Em jeito de antevisão desta Praia que viverá a partir de hoje e até 12 de agosto “ao sabor da dança”, fomos ao encontro da Diretora Artística, Sara Barcelos e do presidente da CPC, Carlos Armando Costa, para esta entrevista conjunta que passamos a apresentar: Jornal da Praia (JP) – O que a motivou a aceitar o convite para ser Diretora Artística das Festas da Praia 2018? Sara Barcelos (SB) – Há muito que tenho este espírito voluntário para PUB

SARA BARCELOS diz que este ano o desfile de abertura transformar-se-á “num espetáculo de abertura, com os carros a funcionarem como palcos de dança”. com as Festas da Praia e aceitar este desafio foi só mais um passo neste sentido. É verdade que apoiar na organização é diferente de estar à frente de uma equipa a tomar decisões. Faço com naturalidade, espírito de equipa e a vontade natural que tenho em abraçar desafios. Enfim, basta ser pela Praia...! JP – Como tem sido dirigir todas estas atividades e conciliá-las com a sua vida pessoal e profissional? SB – De início foi um pouco complicado conciliar tudo, mas depois de ter junto a mim “amigos” que fazem parte desta organização tudo se tornou muito mais fácil de gerir! É claro que nem sempre correu como esperado, mas isto também faz parte!

JP – O cortejo de abertura a ocorrer amanhã, constitui ano após ano um dos momentos altos das festividades. Quantos carros e figurantes desfilarão e que mensagens pretende o mesmo transmitir? Este ano, pela 1ª vez, deixamos de ter um desfile de abertura e passamos a ter quase como que um “espetáculo” de abertura, com os carros a funcionarem como palcos de dança, canto e movimento! Serão três carros, dois deles com duas frentes! Teremos 5 estilos diferentes de dança e no conjunto o espetáculo contará com cerca de 60 figurantes. Estou absolutamente convencida que será um magnífico espetáculo com muita dança, glamour e sedução!

JP – As Festas da Praia deste ano decorrem “Ao Sabor da Dança”. Ao longo destes 10 dias, para além do cortejo de abertura, que outras iniciativas estão preparadas para dar à Praia um sabor de dança? Carlos Armando Costa (CAC) - Para além do chamado cortejo de abertura que este ano será um verdadeiro espetáculo “Ao Sabor da Dança”, para fazer jus ao tema, vai também haver um desfile de escolas de dança que farão atuações ao longo do percurso, o que acontecerá pela primeira vez nas Festas da Praia. É preciso não esquecer que normalmente a dança está presente em diversas atividades das Festas, como no Folclore, nas Marchas e até nos concertos, sendo a dança uma forma


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DESTAQUE | JP

DANÇA, GLAMOUR E SEDUÇÃO melhor dia das Sanjoaninas não faz qualquer sentido criar um dia de S. João em Agosto, por isso foi decidido fazer-se um desfile de marchas populares com as marchas do concelho e a oficial de Angra, a convite.

CARLOS AMANDO COSTA considera que “não faz qualquer sentido criar um dia de S. João em agosto”, e este ano, desfilarão apenas as marchas do concelho e a oficial de Angra. de expressão corporal e de comunicação. JP – Outro dos momentos altos das festas é o desfile infantil. Qual a temática do mesmo, como se desenrolará e por quantos carros e figurantes é composto? SB – O desfile Infantil tem como tema: “ Era uma vez...” e cada carro contará a sua própria historia! Este desfile é constituído por 3 carros, 1º “Os Vingadores Lego”, 2º “A Masha e o Urso” e 3º “Patrulha Pata”. Terá cerca de 40 figurantes! Haverá muita animação e diversão!!! JP – Tem sido comum nas edições anteriores um dia dedicado ao desfile e atuação das tradicionais Danças de Carnaval. Este ano este dia não consta do programa. Porquê? CAC - O Carnaval Terceirense é uma PUB

manifestação de teatro popular puro e tem a sua vivência própria na época de Carnaval. Contudo tratando-se de uma manifestação genuinamente desta ilha, poderia fazer algum sentido fazer uma noite de espetáculo com a atuação de uma dança de espada, um bailinho e uma dança de pandeiro. Teríamos assim uma mostra do nosso carnaval especialmente para os que nos visitam nesta altura do ano, mas tal intenção não foi possível, porque por razões diferenciadas as danças que convidámos não conseguiram marcar presença. JP – A quarta-feira é destinada ao desfile das populares marchas de São João. Quantas e quais as marchas a desfilar? CAC – As Festas da Praia são uma derivação das Sanjoaninas que começaram na Praia em 1978, organizando o ano alternativo das de Angra

que eram bienais. Tratando-se de um convite cujo objetivo era revitalizar as Festas da Cidade, como então se dizia pelos meios rurais, os praienses aceitaram o desafio e logo no início dos anos 80 criaram o dia das marchas de S. João que ao longo das seguintes edições, tanto na Praia como em Angra, tornou-se no dia mais popular e atrativo das Sanjoaninas, até à atualidade. Por deliberação da Câmara de Angra em junho de 1990 em que transmitiu que iria assumir as Festas de S. João todos os anos, a Praia ainda organizou uma edição das Sanjoaninas em simultâneo com Angra no mesmo ano. Chegou-se depois à conclusão que as Festa na Praia teriam que deixar de ser as Sanjoaninas e deslocar as suas datas para incluir o 11 de Agosto. Passou-se então a designar “Festas da Praia”. Embora tenha sido a Praia a criar o

JP – Quais são as expetativas para mais uma edição das Festas da Praia que abre portas logo mais com a abertura pelas 18:00 da XIX Feira de Gastronomia do Atlântico? CAC – A Feira de Gastronomia é sem dúvida um dos pilares das Festas da Praia e tem sofrido constantemente melhoramentos no sentido de uma melhor oferta e segurança, adequadas às exigências que se impõem. O certame a cargo da Escola Profissional da Praia da Vitória dá-nos a garantia de que é uma organização dirigida por profissionais do sector que nos garantem uma visão adequada dos diversos aspetos da Feira de Gastronomia. Esta é a décima nona edição e como habitualmente temos novas participações e algum reforço de presenças regionais uma vez que o crescimento do turismo obriga-nos a potenciar a oferta dos nossos produtos e, bem como, a nossa cozinha tradicional. JP – Por fim, Sara, quais as marcas que deixa da sua direção artística no evento? SB – Eu não desenvolvi o meu trabalho, ou melhor, a minha equipa não o fez com o intuito de este vir a ser uma referência. Foi feito sim tendo como principal objetivo proporcionarmos a melhor Festa para a Praia da Vitória e para aqueles que a visitarem entre o dia 3 e o dia 12 de agosto. Para mim a Praia está em primeiro lugar. Todas as restantes marcas deste trabalho se surgirem, surgirão por acréscimo. JP/Fotos: Rui Sousa e MPV•


JP | TURISMO

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NO PORTO COMERCIAL DA PRAIA DA VITÓRIA

VISITANTES DEPARAM-SE COM FALTA DE TRANSPORTE Atraca o navio, pisa-se terra e procura-se trasporte para o destino, mas não há.

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arlene, espelha num lindo rosto a inocência de 21 anos de sonhos por viver e um enorme “acreditar” que as sucessivas estações acabarão por quebrar. Por agora, “a vida é bela… e as Festas da Praia são o máximo!”, vai dizendo num aberto sorriso que contagia os que estão à sua volta. No porto da Praia da Vitória, são pouco mais das 5 da tarde, nesta terça-feira igual a tantas outras já vividas e muitas outras que estão por chegar. Acabou de atracar o navio da “Atlânticoline” que pelo sol poente vai trazendo-nos irmãos dos outros 8 torrões que nos fazem arquipélago. Estampados nos rostos estão os sorrisos de pisar terra firme, após horas de viagem embalada por marés que sendo para os mais jovens, sonhos de outros lugares, não deixam saudade, apesar da simpática visita dos golfinhos a meio da viagem, num ritual secular que terá encorajado os valentes baleeiros destas ilhas a navegar o sustento dos filhos, alguns deles hoje governantes, que tantas vezes ignoram esta imensa riqueza de um mar que lhes escorre nas veias. Acabou o tempo de desembarcar, é tempo de seguir para o destino e, com ele, aproxima-se o pesadelo.

“O quê? – Não há táxis nem autocarros para a Praia da Vitória?”, interroga, “epá a cidade está longe”, vai dizendo num rosto agora fechado e estupefacto – que acreditem – nem parece da mesma Marlene de há poucos minutos atrás. À nossa reportagem a falta de condições minimamente aceitáveis no porto comercial da Praia da Vitória parecem evidentes, a começar pelo minúsculo edifício de apoio, na caótica sinalização que atrapalha o escoa-

mento automóvel, desembocando no paradoxo de passageiros como a Marlene que não tendo gente à sua espera ou vão a pé até à Praia da Vitória ou ficam à mercê da boa vontade de qualquer voluntário prestável, que no caso da Marlene até poderão ser muitos, mas porventura nem todos, totalmente confiáveis. Maria e João também acabam de desembarcar, não trazem os sonhos de Marlene nem apresentam o seu sorriso, apenas um rosto sério de uma vida enfrentada com trabalho,

filhos criados, netos a fazerem-se homens e um pequeno descanso antes de um fim que pela simples ordem natural das coisas não estará muito distante. “Oh senhor queremos ir para a Residencial Terezinha, é aqui perto?”, pergunta-nos a Maria que nestas coisas, as mulheres acabam sempre por hesitar menos e vão logo ao que interessa. Na verdade, a cidade da Praia da Vitória está a 4 Kms, o que para um maratonista é mesmo ali, mas para um casal sénior é uma distância considerável, tanto mais que trazem bagagem para alguns dias de estadia. “E agora?”, interpela a mesma Maria ao saber que não existem transportes públicos no local. Desfecho feliz! – Um automobilista voluntariamente se dispôs a levar o casal até à Praia da Vitória. A Marlene, entretanto, seguiu viagem, nunca mais a vimos, desejamos que esteja bem! Os sonhos da Marlene e as férias da Maria e do José após tantos anos de trabalho mereciam outras condições na chegada por mar à ilha Terceira. Que futuro edificamos e que imagem deixamos, quanto no presente, deixamos os nossos irmãos ilhéus à mercê de desfechos felizes? JP•

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COMUNICADO Aos vinte e nove dias do mês de junho do ano de dois mil e dezoito, pelas dez horas, no Auditório da Casa das Tias de Nemésio, teve lugar a terceira sessão ordinária do ano de dois mil e dezoito, da Assembleia Municipal da Praia da Vitória. Foram apresentadas, no período antes da Ordem do Dia, as seguintes propostas: Pelo Grupo do Partido Socialista: ● Voto de Congratulação ao Juventude Desportivo Lajense pela conquista do título de Campeão da Ilha Terceira de Futebol no escalão de Seniores Masculinos. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao Clube Naval da Praia da Vitória, nomeadamente ao setor de patinagem, pelos resultados obtidos no Campeonato Regional 2018. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação ao jovem Ricardo Neves Garcia pelo título de Campeão Regional de Golfe no Campeonato Regional Individual Absoluto. Aprovado por unanimidade. Pelo Grupo do Partido Social Democrata e do Partido Socialista: ● Voto de Pesar pelo falecimento do Sr. John Carlos Martins. Aprovado

PUBLICIDADE | JP por unanimidade. ● Voto de Pesar pelo falecimento

bleia tomou conhecimento. 4. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E

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do Sr. Manuel do Couto Fagundes. Aprovado por unanimidade. Pelo Grupo do Partido Socialista: ● Voto de Congratulação à Junta de Freguesia do Cabo da Praia e ao Município da Praia da Vitória pela atribuição à Praia da Riviera do Título de Praia Zero Poluição 2018. Aprovado por unanimidade. ● Voto de Congratulação em reconhecimento do trabalho desenvolvido às freguesias do Cabo da Praia e do Porto Martins pelo galardão de Excelência; às freguesias Agualva, Biscoitos, Fonte do Bastardo, Quatro Ribeiras, Vila Nova e Vila das Lajes pelo galardão “Ecofreguesia, freguesia limpa”; e à freguesia das Fontinhas pelo galardão de reconhecimento. Aprovado por unanimidade.

VOTAÇÃO DO RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS/CERTIFICAÇÃO LEGAL DO MUNICÍPIO DA PRAIA DA VITÓRIA – ANO DE 2017; A Assembleia tomou conhecimento. 5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO 2018, 1ª REVISÃO AO PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO 2018, PROPOSTA DE TARIFÁRIO E MINUTA DO CONTRATO PROGRAMA ENTRE A TERAMB, EM E OS MUNICÍPIOS DE ANGRA DO HEROÍSMO E PRAIA DA VITÓRIA; A Assembleia tomou conhecimento. 6. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA REVISÃO N.º 2 AO ORÇAMENTO DA RECEITA E DESPESA DA CÂMARA MUNICIPAL DA PRAIA DA VITÓRIA DE 2018 E REVISÃO N.º 2 ÀS GRANDES OPÇÕES DO PLANO; A Assembleia tomou conhecimento. 7. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DA PRPOSTA DE APOIO AO REALOJAMENTO DOS AGREGADOS FAMILIARES CONDENADOS A ENTREGA DE PARTE DE PRÉDIO, COM A CASA NELE IMPLANTADA, NO BAIRRO DE SANTA RITA/BAIRRO DOS AMERICANOS, SITO NA SERRA DE SANTIAGO, CAMINHO DO FACHO, FREGUESIA DE SANTA CRUZ – PRAIA DA VITÓRIA; A Assembleia tomou conhecimento. 8. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE CONTRATAÇÃO DE FIANCIAMENTO DE

MUNICÍPIO DA PRAIA DA VITÓRIA; Aprovada, por maioria, com dezassete votos a favor do Partido Socialista, onze abstenções do Partido Social Democrata e uma abstenção do Partido Popular. 9. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE CÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA DA CÂMARA MUNICIPAL DA PRAIA DA VITÓRIA; Aprovada por unanimidade. 10. APRESENTA, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO DO PROVEDOR DO MUNÍCIPE; Aprovada por unanimidade. 11. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE APOIO CORRESPONDENTE A UMA FESTA DE PARÓQUIA À SEMANA CULTURAL DOS BISCOITOS NO ÂMBITO DO REGULAMENTO MUNICIPAL DE APOIO ÀS FESTAS NAS FREGUESIAS E VILA DO CONCELHO DA PRAIA DA VITÓRIA. Aprovada por unanimidade.

Da Ordem do Dia, constava o seguinte: 1. INTERVENÇÃO DO PÚBLICO 2. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE A ATIVIDADE MUNICIPAL DESENVOLVIDA NO PERÍODO DE 10 DE ABRIL A 11 DE JUNHO DO 2018; A Assembleia tomou conhecimento. 3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO RELATÓRIO DA QUALIDADE DE SERVIÇOS DO MUNICÍPIO DA PRAIA DA VITÓRIA, REFERENTE AO 2º SEMESTRE DE 2017; A Assem-

Praia da Vitória, 3 de julho de 2018. O Presidente da Assembleia Municipal Paulo Manuel Ávila Messias As atas aprovadas das sessões desta Assembleia Municipal encontram-se publicitadas no endereço eletrónico do Município da Praia da Vitória, em www.cmpv.pt


JP | EDITORIAL & OPINIÃO

2018.08.03

DIA 20 DE MAIO: “TIMOR HO LARAN TOMAK”

E DITORIAL

“Timor no Coração” hoje, 20 de Maio! Porquê?

O Vandalismo Restringe a Liberdade

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A viagem decorreu pelo Mediterrâneo até ao canal do Suez, poucos foram os contactos visuais com terra, além das duas margens do Estreito de Gibraltar, só se avistou a ilha de Malta. A travessia do Canal que teve início de noite, o navio seguia no silencio da mesma. Entramos no canal do Suez em Port Said e saímos pelo Suez. Curiosidade desta viagem foi a passagem por Ismaília, base aérea egípcia, que se preparava para a “Guerra dos Seis Dias”, que teve lugar poucos dias depois da nossa passagem. Saídos do Suez, o Mar Vermelho, o Indico e depois o Mar de Timor que se confunde com o Indico e o Pacifico.

ltimamente tem sido noticiado nos órgãos da comunicação social, factos que nos devem envergonhar a todos, por falta de educação e civismo de uma minoria que se propõe não acatar normas e regras que regem a sociedade, ao destruírem de forma vândala o património público, José Ventura* bens que as autarquias terceirenses construíram com grandes dificuldaegressemos à década de 50, do des e por vezes entraves económiséculo passado, propriamente cos para o bem-estar das populações ao dia 1 de Dezembro de 1951. residentes e das que nos visitam, e que são cada vez mais, naturalmente Local: Escola primária de S. José - Ponta Delgada. Evento: Dia da Restauracom o aumento do turismo. ção da Independência de Portugal. Estamos a referir-nos à destruição Actores: 10 alunos representando o da rede eléctrica do Passeio entre as então universo português constituído Baías de Angra do Heroísmo, recen- por Portugal Ilhas, e províncias ultratemente inaugurado aquando das marinas. Empoleirados cada um na sua 28 dias passados, eis Timor, porFestas de S. João, que sucederam cadeira, de bata branca obrigatória e, to de Díli sua cidade, era madrugada naquela Cidade Património Mundial de faixa ao peito com o nome do ar- uma luz aqui, outra ali. O sol nascia no há relativamente poucos dias. quipélago ou província que represen- seu esplendor dando razão à divisa tava, eis que declamavam por ordem, “Quando o Sol nascendo se vê primeiDepois assistimos na Vila das Lajes à destruição e mutilação da piscina pú- uma ode ao seu desempenho. A nós, ro”. Debruçados na amurada do pablica, na Caldeira das Lajes, inclusive coube a do longínquo Timor. Estava quete de nome “India” transformado lançaram excrementos de vacas para dado o mote para “Timor ho laran to- em transportes de tropas, cheiramos as águas da piscina, levando ao seu mak” (Timor no coração”) Passaram- a maresia, olhávamos embevecidos o encerramento por longo período de -se os anos sobre aquela data e, só azul do mar e os verdes da montanha tempo, para que se possa proceder à limpeza e recuperação daquelas ins- sabemos dizer que sem explicação os e, pensamos, estamos na nossa terra nossos sonhos muitas vezes vaguea- tal eram as semelhanças encontradas. talações. vam pelo fantástico do exótico orienA azafama no porto, começava a Por último, também tem sido notí- te India, Ásia, Oceânia (Timor situa-se cia muito badalada, a destruição ra- no Sudeste Asiático) Passados 15 anos notar-se, as Berliet, os Unimog e, os dical dos guarda-sóis e lançamento depois do Dezembro de 1951, a 14 de jeeps aprestavam-se para o transporde pedaços de vidro na piscina da Outubro de 1966, enquanto ao serviço te dos chamados “loricos” termo que Freguesia dos Biscoitos. militar, somos nomeados a servir no apelidava os recém-chegados), a camiUltramar como muitos outros jovens. nho dos seus destinos. A nós aguardaEstas pessoas que praticaram estes Destino Guiné. Durante a formação da va-nos o aquartelamento de Nuno Tali malefícios, não podem passar desa- companhia a que fomos incorporados, em Ermera a 58 km a sudoeste de Díli. percebidas, e as autoridades policiais e judiciais devem investigar, identifi- vem a notícia de que o destino da mes- Ali seria a nossa “casa” durante 2 anos ca-las e julga-las para as condenar de ma, seria Timor. Uma interrogação. ou seja até 14 de Junho de 1969 data de regresso a Lisboa no mesmo navio acordo com a justiça e a lei, portanto, Seria verdade? tais atitudes funestas devem ser pulevando 53 dias de viagem com duas nidas, porque põem em causa a nosA 5 de Abril de 1967, embarcamos curtas paragens, no então Lourenço sa pacatez e o nosso bem receber. no n/m “India” com destino a Timor Marques e Luanda. “Onde quando o sol nasce se vê priTemos que ter desde a tenra infân- meiro”. Fastidioso seria descrever a nossa cia princípios básicos sobre as boas maneiras e práticas salutares, a fim de nos comportarmos bem no seio O INVERNO DEMOGRÁFICO da família e da sociedade onde estamos inseridos, com apurado sentido sei uma semana na Praia da Vitória. A de justiça e honestidade, mas para meio de uma manhã resolvi dar uma tanto é necessária uma educação pevolta a pé; cheguei à Praça e olhei pela rene e eficaz virada para o civismo, rua de Jesus acima, não se via vivalma. quer na vida escolar, quer na vida Chegou um amigo e chamei a atenção doméstica, e que em nosso modesto entender ultimamente tem sido para o facto; ele comentou: a Praia radicalmente negligenciada, por isso tem cada vez menos gente. Ocorreué por vezes difícil fazer face às nume-me imediatamente uma afirmação rosas exigências da vida em sociedaque ouvi a um grande demógrafo, Joade. Silveira de Brito* quim Nazareth, professor na Universidade de Évora: “em demografia as Não podemos ignorar que o homem primeira vez que vi com os contas são simples: quem nasceu, nasdos nossos dias muitas vezes está olhos da cara esse “inverno” ceu; quem não nasceu, não nasceu!” disposto a demitir-se das suas obrigações e responsabilidades, gerando foi em 1985, em Liège, Bélgica; e, acrescento eu, “só damos por isso uma péssima imagem da nossa ilha, caminhando num grande jardim, cru- bastante tempo depois!”. e há que lutar pela extinção desses zei-me com muitos casais jovens que, actos bárbaros, que são certamente No nosso país a quebra da natalidaisolados, mas deixam manchas na na sua larga maioria passeavam cães e nossa boa reputação, não só pela im- não crianças. Em Março de 2005, pas- de é notória. O fenómeno é evidente PUB portância que tal património assume para as populações e para o turismo, mas sobretudo para consolidarmos a nossa imagem de pessoas de bem, porque um dos maiores inimigos da liberdade e da democracia é o vandalismo que temos de o erradicar.

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O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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missão naquela maravilhosa ilha que nos fazia recordar as nossas origens de ilhéu. O certo é que independente do desempenho da nossa responsabilidade quanto militar, ganhamos uma consciência de solidariedade e amizade com os timorenses apreciando e vivendo as suas tradições e a sua história, comungando as suas alegrias e as suas tristezas. Sobressai naquele espaço de tempo contado de 6.216 horas, que passamos na sua maioria transmitindo os nossos conhecimentos à população juvenil através da então chamada acção psico-social. Acção essa, desenvolvida quer na área educativa quer na profissional. Dou por bem empregue a missão cumprida e, guardo a todos e a todas no coração. Crianças, jovens, homens e mulheres, de raça e cor diferentes, timorenses, chineses e europeus. Recordá-los... é SAUDADE a expressão Açoriana que faz unir pelo imenso mar dois Povos, duas Pátrias. E, porque os tenho no coração, sempre procuramos estar atento aos acontecimentos após o 25 de Abril de 74, voltaremos no próximo artigo para falar sobre os mesmos e, a nossa participação solidária com a luta pela sua Autodeterminação. Ainda faremos uma referência especial ao cancelamento de evento previsto para a realização de um evento para celebração do XVI aniversário da Independência oficial de Timor no próximo domingo. (depois de amanhã). “Muita gente pequena em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da terra”. (provérbio africano) (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. •

há muito, embora só recentemente o tema tenha chegado ao discurso dos políticos. Já sinalizava esta caminhada o comentário que ouvi fazer há vinte anos a um casal que tinha três filhos: “tens uma família grande!”; hoje diriam: “tens uma família numerosa!” Há poucos dias a imprensa, fazendo eco do Relatório de Envelhecimento da Comissão Europeia, dizia que Portugal será dos países europeus com maior redução de população nos próximos 50 anos; em 2070, o país terá oito milhões de habitantes, menos 23% do que hoje. Nessa altura, se nada for feito, só 4,2 milhões terão idade para (Continua na página seguinte)


2018.08.03

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OPINIÃO | JP

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (XXXIII)

AS FESTAS, SEU VALOR E PESADELOS Os actos de vandalismo primário, de desrespeito pelos outros e pela segurança, peça essencial das comunidades, implicam a necessidade de uma nova maneira de ver e viver a vida nocturna e as festas.

nem promoções de coisas fúteis, mesquinhas, ou vernizes sociais. Isto está bem patente na sua patética recusa do prémio Nobel de Literatura que lhe fora atribuído.

N

António Neves Leal

estes dias preocupantes que vamos atravessando, cada vez mais receosos, urge fazer considerações oportunas sobre o tipo de eventos a realizar e os custos daí advenientes a pagar. Os actos de vandalismo primário, de desrespeito pelos outros e pela segurança, peça essencial das comunidades, implicam a necessidade de uma nova maneira de ver e viver a vida nocturna e as festas. Somos, por natureza, contra a violência, a permissividade e a indiferença, a abulia dos cidadãos conformados e resignados com tudo o que nos circunda. Nada é connosco, porque tudo é sempre com os outros. A culpa nunca é nossa, pertence aos outros e cada um que se governe. Ora Jean-Paul Sartre, filósofo de esquerda, muito conhecido, já pensava que a origem do mal estava em cada um de nós. Como se sabe, tomou parte nas manifestações revolucionárias do Maio 68, em Paris, e lutou ao lado dos trabalhadores, dos oprimidos e dos deserdados da sorte. Pelas suas ideias vemos que nunca defendeu nem contemporizações

Nos nossos dias, fala-se muitíssimo de populismos, fanatismos, pretensiosismos, mas poucos se dão ao trabalho de desvendar as suas causas e consequências. Entre nós temos poucos, sendo de salientar o filósofo José Gil, que estudou na Sorbonne, em França. No seu último livro «Caos e Ritmo» analisa o fenómeno do populismo, o qual tem sido muito escalpelizado por pensadores franceses, por motivos fáceis de entender. É preciso saber as razões do populismo e agir em conformidade com as conclusões tiradas pelos especialistas. Cenas repugnantes de alarvice e insegurança, praticadas em países ditos defensores da democracia e da liberdade são intoleráveis. Assim, a segurança impõe-se como primordial importância, constituindo a pedra angular de qualquer sociedade digna desse nome. Muitos de nós pela experiência colhida das nossas vivências pessoais e, sobretudo, pelos pesadelos, instabilidade e abandono de sólidos padrões de comportamento, já começamos a recusar, convictamente, o valor das festas e desta “democracia”, quando estas duas últimas em vez de alegria e felicidade nos trazem dissabores, vómitos, noites e dias mal dormidos. Inverteram-se

drasticamente

as

horas dos festejos com prejuízo da maioria. Para alguns é até chique e modernaço começar pela meia-noite e só acabar às 8 horas da manhã seguinte, cambaleando o bêbedo com uma forte carraspana, à saída do parque de diversões, e com a inevitável ressaca a perdurar nas restantes 16. Veja-se o triste e degradante espectáculo de centenas (milhares) de garrafas e outro lixo espalhado nos espaços públicos, quando se sai de casa para o trabalho. Isto vê-se por todo o país. Muitos gostariam que ele fosse um belo jardim e não uma lixeira à beira-mar plantada. E nos Açores, com a sua dita “autonomia”, a trair-nos a esperança cada dia que passa, para onde caminhamos? Será que disso estamos imunes? Sinceramente, não sei se a pacatez (ou a sensatez) dos açorianos resolverá os vandalismos cobardes feitos pela calada da noite. O que se passou, nas últimas semanas, com os pesados prejuízoz na zona marginal às baías de Angra e na conspurcação da piscina da Caldeira das Lajes, concelho da Praia da Vitória, são graves e envergonham as pessoas honestas e amantes da nossa ilha. Os actos de selvajaria são indignos de uma sociedade livre (não libertina) e democrática (não autocrática ou perversa) exigindo da justiça, que tem de ser célere e eficaz, uma mão pesada. Somos a favor das festas, sim senhor, mas com civismo. Quem quiser expandir as suas fantasias, frustrações ou traumas, fazendo aquilo que bem lhe apetece, está no

seu pleno direito de o fazer, desde que não seja nos espaços públicos, muito menos provocar danos em coisas que são de todos. Poderá utilizar recintos adequados e estar à sua vontade sem chatear os outros. Exige-se que as autarquias locais estejam, também, mais atentas ao cumprimento das posturas municipais, aprovadas por todas as assembleias concelhias, contra a poluição sonora ambiental, perturbadora do sono dos que estão doentes ou a trabalhar. Os concertos deviam acabar, às duas horas da manhã, e depois dessa hora a vigilância policial devia aumentar, a fim de se pôr cobro a eventuais desmandos, ou abusos de álcool e droga, como se faz em muitos países, nalguns casos com a colaboração dos cidadãos, como já observei. O Governo Regional e o partido dito socialista não deviam ter autorizado até agora a venda de bebidas alcoólicas aos menores com 16 anos, quando antes a idade legal era 18, não estando os dois isentos de responsabilidades pelo que vem acontecendo. Felizmente, já emendou o erro cometido, esperando-se que esta mudança seja em prol da segurança dos cidadãos. Não se pode tolerar mais que meia dúzia de energúmenos, cuja intenção é apenas destruir e apoquentar os outros, venham conspurcar espaços de convívio ou para a prática desportiva e provocar danos patrimoniais.

O INVERNO DEMOGRÁFICO (Conclusão da página anterior)

trabalhar, com todas as consequências que isso acarreta. Nos Açores essa quebra de população é notória. Nas últimas festas de Santo Cristo, numa curta entrevista dada à RTP Açores, D. João Lavrador, bispo de Angra e Ilhas dos Açores, chamava a atenção para a falta de gente que notava quando das suas visitas pastorais às diversas ilhas. Há poucos dias dizia-me um a migo que, excep(Continua na página seguinte) tuando São Miguel, todas as ilhas estão a perder população, o que a brochura RETRATO DOS AÇORES 2018, publicada PORDATA nas celebrações do 10 de Junho, em Ponta Delgada, parece comprovar (https://www.pordata.pt/ ebooks/AC2018v20180607/mobile/index.html#p=1).

Será possível alterar este estado de coisas. Será possível desenhar políticas amigas da natalidade? Não vai ser fácil nem se verão resultados a curto prazo. Muitas são as razões que contribuíram para a diminuição de filhos nos casais portugueses, limitar-me-ei a apontar algumas: a falta de emprego, a precariedade laboral, a incerteza relativamente ao futuro, os baixos salários, a organização do mundo laboral. Como dizia há dias uma investigadora do Observatório das Políticas de Família: “o nosso mercado de trabalho é inóspito para a vida familiar”. Mas há mais elementos que contribuíram para esta quebra da natalidade: o acentuado individualismo, o comodismo, a desvalorização da maternidade/paternidade, o modo de encarar a vida, a hipervalorização do bem-estar, uma mentalidade segurista … e um grande etc.!

Como o exemplo de vários países mostra, não vai ser fácil encontrar remédios para a diminuição da população em Portugal e, concretamente, nos Açores. Políticas activas pró-natalidade não são fáceis de desenhar, exigem pensamento estratégico de longo prazo, o que levanta imensas dificuldades numa época em que politicamente predomina a atenção ao curto prazo ditado pelos ciclos eleitorais. Como a quebra da natalidade tem repercussões negativas na economia, há quem aponte o recurso à imigração para ajudar a resolver o problema de falta de mão de obra. É, sem dúvida, um caminho possível, embora não seja fácil de percorrer. Portugal, e concretamente a Região Autónoma dos Açores, têm sido historicamente marcados pela emigração e não pela imigração; esta passagem de país de emigração a destino de imigração não

é fácil. Uma sociedade pluralista é culturalmente mais rica do que uma sociedade muito homogénea, mas até onde pode ir a diversidade cultural de modo a que a convivência seja possível? Em termos gerais, pode dizer-se que, no fim dos anos 80, princípio dos 90, tivemos no Continente uma experiência desta mudança; se é verdade que muita coisa correu bem, há que não esquecer o que correu mal. Pelo que se leu na imprensa, vários desses imigrantes passaram por experiências semelhantes às de muitos portugueses que nos anos 50 e 60 emigraram para França: foram sujeitos a idêntica exclusão, discriminação, chauvinismo e exploração. Tal como aconteceu a muitos dos nossos compatriotas imigrados, foram reduzidos a meros “factores de produção”.


JP | MARÉ DE POESIA

S

egundo Mário Quintana: “O fotografo tem a mesma função do poeta: eternizar o momento que passa”. Parece que no campo poético a imagem fotográfica possui a função de completar-se.

Atualmente muitos poetas e poetisas recorrem à imagem para dar vida as suas palavras, captando o leitor pela imagem que acompanha o poema. Para quem escreve , por vezes a imagem é o mote de partida para a inspiração. Noutros casos, esta vem em segundo plano quando o poeta/poetisa procura uma imagem para contextualizar os seus versos. Nesta edição trazemos alguns exemplos de poetas e poetisas que utilizam a fotografia na sua escrita, divulgando facilmente em meios como a rede social do Facebook ou Instagram.

2018.08.03

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Búzio Levo comigo o mar... As ondas e os sentidos O som que vibra no balanço da onda O garajau que planeia O cheiro do musgo O silêncio da vida A vida do pulsar das palavras Carla Félix

Contendas - Ilha Terceira - Açores Espreitei-te... agarrado ao perigo. Queria ver-te, estar contigo. Olhei-te... preocupado comigo. Era o meu próprio inimigo. Fotografei-te... que feito, que ousadia, que respeito, que acrobacia. Trouxe-te... porque fui audaz destemido, capaz. E agora... aqui estás, bela e luzidia, embora, em forma de fotografia.

A Praia é maré cheia Onda que bate na areia Com cheiro a maresia, Horizonte de trapézio Salga , a ilha de NEMÉSIO Com salpicos de poesia !! Ana Maria Lima

Mário Alves

É esta a Prainha!... É esta a Prainha De Veleiros guarida! À qual chamo de minha... Praia da minha vida! Prainha, tonta de mansa... Onde a mãe se bronzeia Enquanto brinca a criança Quer na água ou na areia! Quem faz deste mar O seu nobre recanto... Deve as mãos elevar Ao Espírito Santo! Fernando Mendonça

PARTICIPE

Pegadas na Areia Deixei o meu paradeiro, Ímpio, bélico, sorrateiro, o meu rasto vil e solitário fundindo pegadas na areia quando julguei necessário. Pedi mais luar à negritude e contei gotas, amiúde nessa chuva tão austera. Desnudei, ébria, meus pés e minh’alma e na ausência da calma açoitei tanta pele, nesse chão, qual gente da minha laia que confunde o mar da praia com outro céu, na escuridão. Carla Valadão

Envio os seus poemas maredepoesia@jornaldapraia.com FICHA TÉCNICA COORDENAÇÃO Carla Félix COLABORADORES Mário Alves; Ana Maria Lima; Fernando Mendonça; Carla Valadão Participe na Maré de Poesia Envio os seus poemas para: maredepoesia@jornaldapraia.com PUB


2018.08.03

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INFORMAÇÃO | JP 11 AGO Estrada 25 de Abril Santa Cruz Tourada tradicional Herdeiros de Ezequiel Rodrigues 18h00 – 20h30

03 AGO Areeiro Fontinhas Tourada tradicional Herd Ezequiel Rodrigues 18h30 – 21h00 04 AGO Cruz das Almas Feteira Tourada não tradicional Humberto Filipe 18h30 – 21h00 Rua da Guarita Conceição Tourada tradicional HF/FS 18h30 – 21h00 06 AGO Terreiro Terra-Chã Tourada tradicional Eliseu Gomes 18h30 – 21h00 07 AGO Juncal Santa Cruz Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 21h00 Ao Arco São Bento Tourada tradicional Ganadeiro não disponível 18h30 – 21h00 08 AGO Quatro Ribeiras Tourada tradicional C.A.J.A.F 18h00 – 20h30 Juncal Santa Cruz Tourada tradicional Humberto Filipe 18h00 – 20h30 Lameirinho Tourada não tradicional Ganadeiro não disponível 18h30 – 21h00 09 AGO Quatro Ribeiras Tourada Tradicional C.A.J.A.F 18h00 – 20h30 10 AGO Caminho Cemitério Santa Cruz Tourada tradicional João Gaspar/Eliseu Gomes/Humberto Filipe/ CAJAF 18h00 – 20h30

HOJE (03/08)

Cambalim São Bento Tourada não tradicional Ganadeiro não disonível 18h30 – 21h00

HOJE (03/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

ABERTURA DA XIX FEIRA DE GASTRONOMIA DO ATLÂNTICO - FP 2018 Local: Tenda junto à Marina Hora: 18H00

SÁBADO (04/08)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

Biscoitinho São Mateus Tourada não tradicional Ganadeiro não disponível 18h30 – 21h00

SÁBADO (04/08)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

CORTEJO DE ABERTURA “AO SABOR DA DANÇA” - FP 2018 Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem Hora: 22H00

12 AGO Areal da Praia Grande Santa Cruz Tourada tradicional Herd Ezequiel Rodrigues 18h00 – 20h30

DOMINGO (05/08) DESFILE E ATUAÇÃO DAS ESCOLAS DE DANÇA DA ILHA TERCEIRA - FP 2018 Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem Hora: 21H30

13 AGO Lameirinho Tourada não tradicional Ganadeiro não disponível 18h30 – 21h00

SEGUNDA-FEIRA (06/08)

DOMINGO (05/08)

SEGUNDA (06/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (07/08)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUARTA (08/08)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

CANTORIA - FP 2018 Local: Praça Francisco Ornelas da Câmara Hora: 22H00

QUINTA (09/08)

15 AGO Serra de Santiago Vila das Lajes Tourada tradicional Herd Ezequiel Rodrigues 18h30 – 21h00

TERÇA-FEIRA (07/08)

SEXTA (10/08)

16 AGO Rua da Igreja Agualva Tourada tradicional Rego do Botelho 18h00 20h30

QUARTA-FEIRA (08/08)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

MARCHAS POPULARES - FP 2018 Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem Hora: 21H30

DOMINGO (12/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Fontes: CMAH e CMPV

QUINTA-FEIRA (09/08) DESFILE DE FILARMÓNICAS - FESTAS DA PRAIA 2018 Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem Hora: 21H30

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

NOTA: Sujeito a alteraçõe

CORTEJO E ATUAÇÕES DE GRUPOS FOLCLÓRICOS - FP 2018 Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem Hora: 21H00

MISSAS DOMINICAIS SÁBADOS

NO CONCELHO

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 - Fontinhas (2); 18:00 - São Brás; 18:00 Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 - Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 - Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 - Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 - Biscoitos - São Pedro (4)

Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados (1)

DOMINGOS

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 - Casa Ribeira (1); 10:30 - Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 - Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 - Matriz Sta. Cruz (4))

Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro

SEXTA-FEIRA (10/08) CORTEJO INFANTIL - FESTAS DA PRAIA 2018 Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem Hora: 21H30

SÁBADO (11/08) CONCERTO FADO ALADO - FP 2018 Local: Praça Francisco Ornelas da Câmara Hora: 20H30

DOMINGO (12/08) CDESFILE DE GRUPOS PARTICIPANTES NO FESTIVAL INTERNACIONAL DE FOLCLORE “FOLK AZORES” - FP 2018 Percurso: Largo da Luz à Av. Álvaro Martins Homem Hora: 22H00 LANÇAMENTO DE SKYLANTERNAS E FOGO DE ARTIFÍCIO - FP 2018 Local: Areal da Praia Grande (Sujeito às condições Climatéricas) Hora: 00H00

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290 Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADO (11/08)

SEGUNDA (13/08)

TERÇA (14/08)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUARTA (15/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (16/08)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

(1)

Nota Editorial Esteja na nossa “Agenda Cultural”, envie toda a informação para: noticias@jornaldapraia.com. •

Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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