Nº 225 - JORNAL FOLHA DA ENGENHARIA - ED. ABRIL - 2023

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63 ANOS DE BRASÍLIA O grande Sonho de JK

Brasília, uma Capital no Interior

Brasília foi sonhada durante mais de dois séculos, com projetos esboçados ainda na fase colonial. Uma capital no interior do país garantiria a soberania nacional sobre os vastos territórios despovoados e mal explorados, proporcionaria mais segurança política e, principalmente, interiorizaria o desenvolvimento, até então restrito ao litoral.

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ANO XXVI, Nº 225, ABRIL DE 2023 Charges de JK, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa

“MÃO DE OBRA DESQUALIFICADA”

O boom da construção chegou ao ponto de a mão de obra qualificada como engenheiros, arquitetos, pedreiros, carpinteiros, eletricistas, bombeiros, etc, estar se tornando cada vez mais escassa. Já não é fácil encontrar no Brasil, profissionais competentes e disponíveis para contratação.

A solução imediata é a importação da mão de obra estrangeira. É muito provável que dentro de alguns anos, os estrangeiros venham preencher as lacunas que existem no mercado brasileiro. O que traz à tona a preocupação da possível falta de qualificação dessa mão de obra.

A geração de empregos para 2023 é esperada que venha de forma lenta, pois ocorre um desaceleramento na economia nacional e mundial. A falta de qualificação é uma das maiores ameaças para o crescimento do número de postos de trabalho formais em todo o país, de acordo com o Ministério do Trabalho, existindo desta forma, um crescimento alto da informalidade trabalhista, fenômeno que vem aquecido com as recessões que vieram antes e depois da pandemia. Diversos empregos exigem uma formação especifica junto de uma experiência, entretanto a maior parte dos pretextos candidatos a uma vaga, são recém formados do Ensino Médio, jovens que não têm nenhum curso básico profissionalizante ou o mínimo de experiência na função pretendida. Outra parte, são profissionais que possuem um tempo grande na área, mas, não possuem capacitação plena ou não reciclam os seus conhecimentos, principalmente na parte da tecnologia que constantemente evoluí ao longo do tempo. Um sério problema que afeta, principalmente, os setores da construção civil e de serviços.

No Brasil, existe uma cultura conhecida como “A Cultura do Diploma Universitário”, onde a ideia é deixar de lado os cursos profissionalizantes, técnicos e de aperfeiçoamento, os julgando como desnecessários e não validos. Não há uma política para estimulo da utilização de cursos de qualificação e aperfeiçoamento de curto e médio prazos.

O Brasil precisa acordar para estes fatos o quanto antes e investir pesado em cursos de formação/capacitação da mão de obra, para que no futuro, a problemática não seja agravada de forma fatal e interfira negativamente nos setores mais importantes para a economia do país.

ANO XXVI, Nº 225, ABRIL DE 2023
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63 ANOS DE BRASÍLIA O grande Sonho de JK

Estudantes desfilam na solenidade de inauguração da nova capital do país. (Foto: Arquivo Público do DF)

Presidente Juscelino Kubitschek acena para a multidão na inauguração de Brasília. (Foto: Arquivo Público do DF)

Precedentes históricos de um sonho realizado

José Bonifácio de Andrada e Silva, presidente da Assembleia Constituinte de 1823, incluiu a mudança da capital entre as prioridades nacionais. A Assembleia, porém, foi dissolvida pelo imperador Pedro 1º, e o assunto só seria retomado em 1891, na primeira Constituição da República, que fixou como meta a transferência da capital. Disso resultou, em 1892, a criação da Missão Cruls — grupo de 21 cientistas, técnicos e engenheiros chefiado pelo geógrafo belga Louis Cruls e encarregado de explorar e conhecer a região. O grupo demarcou uma área de 14,4 mil quilômetros quadrados, chamado de “Quadrilátero Cruls”, que abrigaria o futuro Distrito Federal. O relatório, entretanto, foi engavetado.

O presidente Getúlio Vargas debruçou-se duas vezes sobre a ideia. Primeiro no Estado Novo, quando lançou, na década de 1940, a Marcha para o Oeste, mas acabou cedendo a outras prioridades. A proposta reapareceria no artigo 4º das Disposições Transitórias da Constituição de 1946. Em 1953, Getúlio, já presidente eleito, criou a “Comissão de Localização”, presidida pelo general José Pessoa, que iria a campo no turbulento ano de 1954, concluindo seus trabalhos já no governo de Café Filho. Pessoa alterou o quadrilátero fixado por Cruls.

Não foi acidental, portanto, o episódio apontado como decisivo para a realização do velho sonho. Candidato a presidente, Juscelino Kubitschek participava de um comício na cidade goiana de Jataí, em 4 de abril de 1955. Do meio do povo, um popular o interrompeu com uma pergunta: já que o candidato falava tanto em cumprir a Constituição, cumpriria o artigo que previa a mudança da capital para o Planalto Central? Juscelino titubeou por um momento, mas assumiu o compromisso. Os técnicos que elaboravam seu Plano de Metas foram surpreendidos pela inclusão da chamada meta-síntese, a construção de Brasília em apenas quatro anos. Eleito, o presidente deu início à epopeia que seria uma das maiores provas da capacidade realizadora dos brasileiros.

Anos mais tarde, JK diria que o projeto só não foi barrado pela oposição porque a UDN apostava no fracasso da empreitada, cujo efeito seria seu enterro político.

Brasília foi construída entre 1956 e 1960. Durante quatro anos, a paisagem inóspita do Planalto Central brasileiro foi radicalmente alterada pela abertura de largas avenidas e quadras e pela construção de palácios e edifícios. Por trás dessa empreitada estavam vidas que para ali afluíram dos quatro cantos do país em busca de um objetivo comum: participar de um projeto que mudaria o Brasil e suas vidas. Operários, engenheiros, arquitetos, mestres de obra, prostitutas, famílias inteiras, todos com seus sonhos individuais, deram vida ao canteiro de obras e suas imediações.

Quem olha hoje para a metrópole moderna e cosmopolita talvez não consiga imaginar como foram os anos de sua construção. Naquele período, o presidente viveu entre o Catete — onde trabalhava, no Rio — e o Catetinho — a rústica estrutura de madeira no Cerrado, construída para servir de gabinete provisório da Presidência. É difícil presumir que uma cidade “paralela”, a Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, tenha se iniciado de maneira voluntária, abrigando operários e alojamentos de construtoras, enquanto as obras avançavam. Quem vê o espelho tranquilo do lago Paranoá cortado por veleiros e lanchas não tem ideia de como ele se formou.

Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960. A data não fora escolhida ao acaso: o novo centro de decisões da República viria ao mundo oficialmente no Dia de Tiradentes, símbolo da luta pela independência e pelos valores republicanos no Brasil. O dia foi intenso: missa, festas, apresentações, baile, abertura de espaços, desfile da Caravana de Integração Nacional e fogos de artifício.

ANO XXVI, Nº 225, ABRIL DE 2023 Memorial da Democracia
Memorial da Democracia Fonte: Memorial da Democracia

63 ANOS DE BRASÍLIA O grande Sonho de JK

Os Criadores

Oscar Niemeyer

Nascido no Rio de Janeiro em 1907 e consagrado como um dos mais respeitados arquitetos em todo o mundo, Oscar Niemeyer foi decisivo na concepção e realização de Brasília. O concreto armado que se apresenta plástico e suspenso no ar, as linhas sinuosas que parecem desafiar as leis da física, a grandiosidade de uma arquitetura que lembra um conjunto de esculturas semipousadas no solo, todas essas características, que ao longo dos anos se firmaram como marca da capital federal, fluíram de uma convicção básica: “De curvas é feito o universo, o universo curvo de Einstein!”

Lúcio Costa

Lúcio Costa nasceu na cidade francesa de Toulon em 1902. Conhecido pela racionalidade e funcionalismo de seus projetos, o arquiteto Lúcio Costa pode ser considerado, sem exagero, o grande inventor de Brasília na forma que conhecemos hoje. As largas avenidas, as superquadras, os setores urbanos, o traçado de um verdadeiro plano cartesiano em pleno Cerrado; tudo isso virou realidade a partir de um rápido esboço feito a lápis em 1956, para o Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil.

O Catetinho, onde o presidente JK despachava quando estava no planalto Central. (Foto: Arquivo Público do DF)

O Catetinho - ‘Palácio de tábuas’ foi residência provisória de Juscelino

Construído para ser residência e escritório provisórios do presidente da República em suas visitas às obras da nova capital, o Catetinho foi inaugurado em 10 de novembro de 1956. A pequena construção de madeira — chamada na época de ‘palácio de tábuas’ — foi a primeira erguida na região e abrigava também visitantes e acompanhantes do presidente. O projeto fora rascunhado por Oscar Niemeyer e imediatamente aprovado por Juscelino.

Na clareira aberta no Cerrado foi erigida uma construção retangular, com telhado de uma só água, dois cômodos e uma varanda. O Catetinho foi ampliado em 1957, com a construção de um segundo prédio, residencial, igual ao primeiro. As obras mobilizaram caravanas do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, levando um jipe e um trator, além de ferramentas e materiais necessários. A equipe incluía amigos de longa data de Juscelino, como Roberto Pena e Bernardo Sayão. O material foi pago por meio de uma nota promissória assinada pelo engenheiro José Ferreira (Juca) Chaves e pelo próprio Niemeyer, e descontada no Banco de Minas Gerais. A construção não duraria mais de dez dias — entre 22 e 31 de outubro daquele ano — e sua inauguração ocorreria dias depois, com um almoço oferecido por Juscelino aos convidados. O nome foi dado pelo compositor Dilermando Reis, um dos idealizadores do prédio, em referência jocosa ao palácio do Catete, sede do governo federal no Rio de Janeiro.

Cobras, gambás, tamanduás e outros animais cruzavam o caminho dos habitantes urbanos do Catetinho. Um regato próximo garantia o abastecimento de água. Um gerador foi trazido para fornecer energia. Da varanda, Juscelino e os visitantes contemplavam, à noite, o céu incomparavelmente estrelado do planalto Central. Amante da música, às vezes ele trazia amigos seresteiros para uma violada ao luar.

O Catetinho é hoje uma obra tombada e funciona como museu.

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63 ANOS DE BRASÍLIA O grande Sonho de JK

Os “Tocadores de Obra”

Israel Pinheiro

Mineiro de Caeté, Israel Pinheiro da Silva nasceu em 1896 e formou-se em engenharia pela Escola de Minas de Ouro Preto. Era enérgico e voluntarioso, características que contribuíram para seu êxito como um dos responsáveis pela construção de Brasília em apenas 42 meses.

Bernardo Sayão

Nascido no Rio de Janeiro, em 1901, Bernardo Sayão formou-se na Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária de Belo Horizonte. Diante da sua trajetória profissional, Juscelino Kubitschek, o considerava um Fernão Dias do século 20: um bandeirante moderno, que andava de avião e não usava botas, mas também dotado de audácia e coragem.

Ernesto Silva

Nascido no Rio de Janeiro em 1914, o “doutor Ernesto Silva”, como era chamado, conheceu em estado bruto a região que sediaria Brasília, o que lhe valeu a alcunha de “o pioneiro do antes”. Médico pediatra, era também oficial do Exército. Foi um dos diretores da Novacap.

Trabalhadores e pioneiros - A “Cidade Livre”

Em 1957 chegaram ao local da futura capital os primeiros trabalhadores: uma massa humana de diferentes origens e características sociais que, mesmo sem garantia de conforto ou de bem-estar, dispunha-se a trabalhar para a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

De acordo com o censo daquele ano, esses 256 primeiros migrantes procediam, na maioria, do Norte e do Nordeste do país. Eram os primeiros “candangos”, como ficaram conhecidos aqueles trabalhadores pioneiros, que vinham atraídos pela possibilidade de um novo começo e novas oportunidades. Saíam da terra natal com uma mala e pouquíssimo dinheiro — às vezes nem isso, só com a roupa do corpo — e lotavam a carroceria dos caminhões para viajar 45 dias em estradas precárias, de terra batida, até o local demarcado para a construção de Brasília, onde só havia mato e poeira.

Trabalhadores não paravam de chegar para a construção de Brasília. Com a população cada vez maior — que até então se espremia nos barracões de acampamentos improvisados —, as demandas por comércio e por serviços também cresciam na mesma proporção. Como abastecer a despensa da casa? Onde cortar o cabelo? E aonde ir quando chegava a hora do almoço?

A fim de atrair rapidamente comerciantes e empresários que pudessem suprir necessidades tão básicas, o governo passou a conceder benefícios aos novos comerciantes, liberando-os de obrigações como alvará, pagamento de tributos e limitação de horário para funcionamento. Nascia a “Cidade Livre”.

Quando a Novacap começou o loteamento e a instalação da nova cidade, no final de 1956, abriu três largas avenidas e algumas ruas transversais, que inicialmente abrigaram 500 casas na região da chamada Candangolândia. As construções eram todas de madeira, e o plano inicial era derrubá-las assim que a nova capital fosse inaugurada. A Cidade Livre, porém, cresceu tanto que, após a inauguração do Plano Piloto, tornou-se uma cidade-satélite: o Núcleo Bandeirante, que ganhou esse nome depois que o presidente Juscelino Kubitschek viu diversos operários chegando à região trajando calça de brim e os chamou de “bandeirantes modernos”.

Com o fim das Obras, antes mesmo da inauguração e da capital federal ser transferida definitivamente para Brasília, a sociedade se dividiu entre os que apoiavam a “meta-síntese” do governo Kubitschek e os que se opunham a ela. E não foi apenas no plano dos partidos políticos que isso aconteceu, vários setores da sociedade ficaram divididos. Entretanto, a Capital do Brasil cresceu e se tornou o que é hoje, uma cidade rica em histórias e reviravoltas da politica brasileira.

Em caminhões, operários desfilam na inauguração de Brasília. (Foto: Arquivo Público do DF)

Comitiva de trabalhadores chega a Brasília para assistir à inauguração. (Foto: Mário Fontenelle/Arquivo Público do DF)

Construção da Esplanada dos Ministérios. (Foto: Arquivo Público do DF)

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Memorial da Democracia Memorial da Democracia Memorial da Democracia

Prof. José Dimas Rietra COLUNA

Livro o Kennedyano - págs. 92 e 94

“Medalha - Eng. Mauro Pereira Lopes”

RECORDAÇÕES Walacy Modesto

DN: 02/01/1927

DF: 07/03/2023

Nascido na cidade de Conselheiro Lafaiete no ano de 1927, filho de Sr. Amadeu Modesto e D. Efigênia Dias Modesto, veio para Belo Horizonte aos 12 anos de idade, já naquela época começou a trabalhar como Cortador de calçados em uma fábrica, entregador de medicamentos em Farmácia entre outras coisas, como Professor de ensino supletivo no antigo Madureza e também fazendo atendimento odontológico, tendo seu consultório no bairro Anchieta na rua Jornalista Jair Silva.

VI EDIÇÃO

- Eng. Roberto Matozinhos

Formado em 2001, Roberto é Assessor Técnico do SINDUSCON-MG, além de seu Consultor Técnico. Responsável pelas diversas publicações tais como: Resíduos Sólidos, Guia de Sustentabilidade, Manual de Garantias do SINDUSCON-MG, Edição com Reconhecimento Nacional, Qualidade dos Materiais e membro do Comitê Brasileiro de Construção Civil da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Foi um dos responsáveis pelo Projeto Brechó da Construção que recebeu o Prêmio Nacional da CBIC. Responsável pelas Comissões de Meio Ambiente e Comissão de Materiais e Tecnologia do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (SINDUSCON-MG). Roberto é sócio diretor da ENCIV Engenharia e Construções.

- Eng. Sebastião Mendes da Silva

Formado em 1975, Sebastião é Sócio Diretor das empresas SMS Projetos Estruturais e Consultoria, S/C LTDA e da Mendes Ferraz Engenharia LTDA executando serviços para as seguintes empresas: Ameron Polyplaster – ETA, Petrobrás, USIPAR, Lhoist Belocal, AHETRA Indústria de Autopeças, Thera Indústria de Autopeças, Gerdau S/A (Autoforno 2) e SUDECAP.

- Engª. Sandra Parreiras Pereira Fonseca

Formada em 1986, Sandra é Mestre em Irrigação e Drenagem, Doutora em Recursos Hídricos e Ambientais pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MBA em Gestão de Negócios e Aperfeiçoamento em Administração Estratégica pela UNIVIÇOSA. É Sócia Proprietária e Diretora Técnica e de Meio Ambiente da SARSAN Engenharia e Saneamento LTDA. Ex-funcionária da COPASA, Sandra publicou vários artigos científicos no Brasil e exterior pois, atua na área de pesquisa da UFV.

Muito inteligente e estudioso, passou em um Concurso Público para Auditor da Receita Federal, vindo a se tornar chefe de sessão do Estado de Minas Gerais, onde se aposentou!

Conheceu a sra. Marcelina Yole Modesto, onde foram casados por 70 anos, formando uma linda e bela família. Todos, bem sucedidos graças ao seu DNA.

Alcilene Geralda da Silva

Formação Técnica em Química

Nesse período em que ficou Aposentado e com pensamentos visionários, precisou contratar um motorista, que na verdade se tornou seu secretário particular e daí se tornaram grandes amigos, mas amigos mesmo, quase que um pai. (Grandes histórias e aprendizados viveram juntos).

Industrial e Bacharelado em Química. Supervisor do Transporte Público há 10 anos.

Foi um grande homem: Calmo, Observador, Inteligente, sempre querendo ver as pessoas indo para frente, agindo sempre com muita passimônia.

Foi morador do bairro Anchieta, situado na Rua Vitório Marçola, até então, onde deixa viúva a sua querida e amada esposa e o seus grandes amigos.

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Professor José Dimas Rietra
Arquivo Pessoal

Uma bela imagem da atual Estação Ferroviária de BH (usada, atualmente, apenas pelo trem de passageiros da EFVM) feita no final dos anos 80 ou início dos anos 90.

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Fonte: Arquivo Público Mineiro - SIAAPM SIAAPM Rua Aarão Reis - Década de 80/90
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SÔNIA PEDROSO ASSUME DIREÇÃO DA CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES

No mês internacional da Mulher, março/2023, a bailarina e coreógrafa Sônia Pedroso assume a Cia. de Dança Palácio das Artes como diretora. Escolha unânime dos bailarinos da companhia e da atual gestão do Palácio das Artes, Pedroso possui uma trajetória de trabalho extensa com a instituição, fazendo parte do corpo de funcionários desde 1984. Já atou como bailarina, coreógrafa, assistente de direção, assistente de coreografias, de ensaios e de criação de diversos espetáculos de dança, ópera e teatro.

Para a bailarina, é uma honra muito grande assumir a direção de um Corpo Artístico tão profissional como a Cia. de Dança do Palácio das Artes. “Assumir a companhia é um desafio muito grande. Foi uma escolha unânime dos bailarinos, e tenho uma sensação de poder trazer para a CDPA todos os ganhos, transformações e aprendizados que fizeram parte de minha carreira. Seguindo o padrão da Cia de Dança, buscarei trazer desafios artísticos e técnicos, fazendo jus a esse corpo artístico cinquentenário. Trabalharemos com uma condução de direção na horizontal, sempre em diálogo e parceria, compartilhada e com flexibilidade. Vida nova para cumprir os desafios artísticos e profissionais que estão vindo por aí”, celebra a nova diretora.

Durante seus 39 anos de atuação na FCS, Sônia Pedroso foi responsável pela escolha e planejamento junto à direção da CDPA de toda a programação artística anual e de novas criações artísticas e remontagens de repertório, assessorando a direção artística nas demandas frente à Cia de Dança. A partir de agora, Pedroso assume a direção artística e tem como assessor direto Fernando Cordeiro, que passa a ser seu assistente em todas as criações.

Em seu currículo, um novo desafio se desenha. Sônia Pedroso se prepara para supervisionar o processo criativo do próximo espetáculo inédito da CDPA, inspirado no Vale do Jequitinhonha. Essa é uma ambiciosa aposta da Fundação Clóvis Salgado para unir duas linguagens artísticas: a Dança e as Artes Visuais. O trabalho resultante vai ocupar a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes.

CONHEÇA SÔNIA PEDROSO

Formada em Dança Clássica pela Royal Academy of Dancing (1978 a 1984), Sônia Pedroso teve como professores em sua formação Maria Clara Salles, Carlos Leite, Graça Salles, Eduardo Helling, Betina Bellomo, Norma Binaghi, Lennie Dalle, Jean Marie Dubrout, Sonia Mota, Tindaro Silvano, Tuca Pinheiro, Dudude Herman, Luis Arrieta, Ismael Guiser, Tony Abbot e Alex Monroe.

Trabalhou com diversos nomes de peso da coreografia em dança, em parcerias e cocriações, e venceu como Melhor Bailarina pela SATED (1996). Já atuou como diretora e coreógrafa do Grupo de Dança do Colégio Marista Dom Silvério (1996 a 2013), foi professora de dança e coreógrafa da Compasso Academia de Dança (1992 a 1998), da companhia Primeiro Ato (1994 a 1997), do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart (1986 a 1988) e do Centro Mineiro de Danças Clássicas (1977 a 1984).

CIA. DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES

Reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil, é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.

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FCS FCS

NOVA LIMA TERÁ EMPREENDIMENTO DE R$ 1 BILHÃO

Planejado pela Everest Empreendimentos, o Himalaya Town Center é um projeto reúne no mesmo espaço torres residenciais e corporativas, studio de apartamentos, hospital (do grupo Oncoclínicas), shopping center, centro de convenções, teatro de arena, praça com 20 mil metros quadrados de jardins e pista de corrida de 1 km de extensão, além de um estacionamento para 2.500 veículos.

Localizado na Alameda Oscar Niemeyer, no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, o empreendimento receberá aportes da ordem de R$ 1 bilhão e conta, além da Everest, com os seguintes investidores: Cedro Participações, Makalu Participações, Somar 4 e Fumec.

A apresentação do empreendimento foi feita pelo presidente da Everest, Eduardo Gribel, que destacou o conceito mixed use do projeto, orientado para pedestres e lançando mão da arquitetura como elemento de expressão do complexo, que contará com várias opções para o lazer e a atividade física.

Outro destaque do empreendimento, segundo ele, será a sustentabilidade. “O Himalaya terá uma estação de tratamento de esgoto própria com reuso do efluente tratado e mecanismos para redução de consumo de água e energia”, explica Gribel.

Durante as obras, a previsão é que sejam gerados cerca de 2.500 empregos diretos.

Em termos de impostos, a estimativa é de um recolhimento de R$ 3 milhões para o município e R$ 10 milhões para os governos estadual e federal, anuais.

Mobilidade urbana

Para mitigar os impactos que o empreendimento causará no trânsito da região, Eduardo Gribel apresentou propostas que promovem melhoria substancial das condições operacionais de trânsito na região, considerando reserva de capacidade viária que poderá absorver parte do crescimento vegetativo da região.

Estas propostas independem e não interferem a qualquer tipo de solução que seja dado para o leito da linha férrea localizado na divisa entre Nova Lima e Belo Horizonte.

Uma delas é o alargamento da MG-030 abaixo da linha férrea, que contará também com um viaduto ligando a rodovia estadual à BR-356.

Dessa forma, quem quiser ir para a rodovia federal em direção ao bairro Jardim Canadá, Anel Rodoviário ou Rio de Janeiro não vai mais precisar fazer o retorno no trevo do BH Shopping, reduzindo, de forma considerável, o grande fluxo de veículos que hoje é registrado no trevo em boa parte do dia.

No momento, o empreendimento vem trabalhando na obtenção das licenças e aprovações necessárias à implantação e operação do complexo, com parte dos processos já concluídos.

A previsão é que as demais autorizações legais sejam obtidas nos próximos meses, com a primeira fase das obras sendo iniciadas no segundo semestre deste ano.

O Himalaya Town Center já foi apresentado para autoridades do município de Nova Lima, Belo Horizonte e do Governo do Estado.

O evento contou com as presenças do prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez Pereira; do presidente da Câmara dos Vereadores de Nova Lima, Anísio Clemente Filho; e do secretário-adjunto do Governo de Minas Gerais, Gustavo Corrêa, entre outras lideranças e empresários.

FONTE: Jornal “O Tempo”

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O Tempo
Projeto Himalaya Town Center será construído no bairro Vila da Serra, em Nova Lima.

ARCELORMITTAL CONCLUI AQUISIÇÃO DA CSP NO BRASIL

A ArcelorMittal anuncia que, após o recebimento das aprovações regulatórias necessárias, concluiu a aquisição da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Brasil,

em uma operação que totalizou, aproximadamente, US$ 2,2 bilhões.

Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Brasil| Créditos: Divulgação

A CSP é uma operação de classe mundial e produz placas de alta qualidade a um custo globalmente competitivo. Sua instalação, localizada no estado do Ceará, foi comissionada em 2016. Ela opera um alto-forno com capacidade de 3 milhões de toneladas, tendo acesso ao Porto de Pecém via correias transportadoras, um porto de águas profundas de grande escala, localizado a 10 quilômetros da usina.

A aquisição oferece sinergias operacionais e financeiras significativas e um potencial para futuras expansões, como a opção de adicionar capacidade primária de fabricação de aço (incluindo processo de redução direta) e capacidade de laminação e acabamento. Dada a sua localização, a CSP também apresenta uma oportunidade para criar um novo centro de produção de aço de baixo carbono, capitalizando a ambição do estado do Ceará de desenvolver um centro de hidrogênio verde de baixo custo em Pecém.

Sobre a aquisição, o CEO da ArcelorMittal, Aditya Mittal, disse:

“Esta é uma aquisição estratégica muito importante para a ArcelorMittal. Ela nos permite atender o crescimento da demanda de aço, através da adição de capacidade de produção de placas de alta qualidade e competitivas em custo, provendo oportunidade de vender tanto dentro do nosso próprio grupo quanto para os mercados da América do Norte e do Sul. A longo prazo, também temos a opção de aumentar sua capacidade e adicionar instalações de acabamento, enquanto há um caminho claro para descarbonizar o ativo, tendo em vista os investimentos em energia renovável que estão sendo feitos no estado do Ceará.”

“Gostaria de dar as boas-vindas a todos os colaboradores da CSP na ArcelorMittal e agradecer à nossa equipe interna que trabalhou na transação e planejamento de integração. Estou confiante de que a CSP e nossos negócios atuais no Brasil formarão uma combinação sólida.”

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ArcelorMittal ArcelorMittal
FONTE:

Este assunto tem se constiruído em um dos principais temas colocados com veemência pelo presidente Lula (PT) e membros de sua equipe econômica. Por esta razão, considero de bom alvitre reproduzir a fala do ex-ministro Paulo Guedes, que explica sua reconhecida competência, a importância para a economia do país, termos um Banco Central (BC) independente.

“A inflação é, em qualquer lugar do mundo, um fenômeno monetário. Tem sempre um BC omisso para isto poder florescer. A sua função clássica é garantir a estabilidade da moeda e a manutenção do seu poder de compra, porque isto é crítico. É a principal engrenagem de alocação de recursos, organização da produção, coordenação de fatores de produção. Tipo o empresário chegar e falar: vou alugar este lugar, vou pagar tanto, estou contratando a mão de obra de tantas pessoas. Ao mesmo tempo, vou comprar insumos, então, todo este sistema de coordenação depende dos preços, quanto é que estão os salários, quanto vai custar um engenheiro e os outros contratados, tendo tudo isto uma coordenação dos fatores de produção, que a economia do mercado faz. Sete bilhões de pessoas acordam todos os dias e vão consumir o dia inteiro. Acordam pela manhã, vão ao banheiro, usam papel higiênico, tomam banho, usam sabonete, se vestem com suas roupas, saem, pegam o carro ou uma condução, tudo isto é consumo, de energia e materiais. Aí, na hora de almoçar, do lanche, do jantar e quaisquer outras atividades, estas bilhões de pessoas fazem esta rotina diária, destruindo os recursos que estão disponíveis. Quem organiza isto? Quem preparou tudo isto? É um mecanismo extraordinário de cooperação humana.”

Ao longo de milhares de anos, a população mundial sobreviveu com todas as guerras e epidemias. Com a idade moderna e a revolução industrial, a percepção de economia de mercado permitiu o uso da divisão do trabalho. Você precisava fazer tudo, podendo se concentrar em sua especialidade e comprar o resto. Hoje, o sujeito é pianista ou jogador de futebol, podendo seguir suas preferências e trocar isto no mercado. Isto é um algoritmo de cooperação, não é invenção de uma pessoa, vem de longa data, desde as feiras medievais da época dos fenícios. Desta forma, os mercados existem há séculos, bem como os governos e impostos, geralmente com cobranças em espécie. Aí, chegamos na atuação do BC, que tem uma certa coordenação de recursos. É praticamente invisível, dentro de um controle de preços. Subiu o preço do

pão, terá uma produção maior para atender esta demanda. Subiu o preço do petróleo, vamos perfurar em águas mais profundas no mar. Desceu o preço internacional, então, aquele poço que perfurou no meio do mar já não é mais rentável. Este sistema de preços manda sinais o tempo todo. A estabilidade do sistema de preços, o seu funcionamento, precisa da estabilidade da moeda. Se tem inflação e os preços começam a subir, geram uma extraordinária confusão. Com a preservação do valor de compra da moeda, mantendo o funcionamento desta engrenagem, com o controle da microeconomia formando o alicerce com a lubrificação correta para a macro. A moeda valorizada garante ainda o valor da poupança, que no caso de uma inflação deixa de ser um atrativo. Já vivemos esta situação a anos atrás, que deixou sequelas.

O BC tem esta função de manter o valor do salário sendo preservado, o mercado poder se programar, a poupança ter valor para o futuro, entre outros, sendo fundamental para a economia funcionar a contento. Ele não pode ser sequestrado, corrompido, prostituído, para cumprir outros objetivos. Como exemplo, o governo pode ser capturado por uma manifestação pública, que é o caso dos primeiros revolucionários russos, dizendo que corrompendo a moeda você destrói o capitalismo, ou seja, a primeira coisa a ser feita é incentivar a inflação para destruir o sistema. Conseguindo este intento, você desorganiza tudo. Veja, exemplos em alguns de nossos vizinhos, como Venezuela e Argentina. Cabe o BC não deixar esta desorganização, com o objetivo de garantir a estabilidade da moeda nacional, não permitindo uma pertubação da ordem econômica. A inflação é sempre, em qualquer lugar do mundo, um fenômeno monetário. Pode ter a causa que quiser, o crédito, o choque do petróleo, mas tem sempre um BC omisso para que isto possa florescer. Ou um BC que não seja independente, que seja submisso.

Uma economia de mercado funcionando bem, com descentralização de recursos, um sistema político com descentralização de poderes, com devida limitação, pede para um bom funcionamento estabilidade para o poder de compra de uma moeda, sendo que o mundo está indo nesta direção, vendo isto acontecer com as grandes moedas, com o euro, dólar, yauan e outras poucas. Um BC independente é uma garantia de que o sistema de preços deverá funcionar bem nesta extensa região continental que o Brasil tem. É relativo à estabilidade da moeda e bom funcionamento do mecanismo de preços

e de sua engrenagem, ao incentivo de acumulação de poupança, de recursos para assegurar a capacidade produtiva no futuro e, principalmente, exercendo uma influência positiva sobre o sistema político que não tem o envolvimento direto com a moeda. É uma garantia que o banco pode cumprir a sua missão, com foco, independência e metas estabelecidas.

Independente dos atores atuais, o script está escrito e sendo cumprido, tem uam grande peça sendo elaborada, que é esta dinâmica de uma sociedade aberta, tipicamente brasileira, em contínuo aprendizado. A economia é um sistema cooperativo que independente de avaliações ou julgamentos, interesses, etc. Da mesma forma, o Legislativo parece querer se apresentar como um sistema independente. Se o Executivo fizer besteira, faz um impeachment e derruba o presidente. E tem todas as armas para tal. O perigo do Executivo comprar o Legislativo e aí entrar no processo o Poder Judiciário. Se tivermos os três poderes funcionando da maneira correta, daremos uma demonstração inequívoca de que vivemos em uma república democrática e independente.

Em que pese o limite do espaço, estas são algumas das colocações que consideramos relevantes para levar àqueles que nos prestigiam com a leitura.

Engenheiro; Presidente da Federação de C&VB-MG; VP do Brasil C&VB; VP da FEDERAMINAS;Presidente do Conselho do Instituto Sustentar; Sócio-Diretor da CLAN TURISMO - roberto@clan.com.br

ANO XXVI, Nº 225, ABRIL DE 2023
Roberto Luciano Fortes Fagundes O
Jornal Tempo
A IMPORTÂNCIA DO BANCO CENTRAL INDEPENDENTE

Imprensa FIEMG: Graciele Vianna

MAIS SEGURANÇA NOS PROJETOS DA CONSTRUÇÃO

Empresários do Sinduscon-JF participam de workshop sobre Norma de Garantias de Edificações

Civil. O evento aconteceu em São Paulo e contou com a participação presencial de Aurélio Marangon Júnior, diretor financeiro da entidade. Outros empresários, como o presidente Aurélio Marangon Sobrinho, também puderam acompanhar as palestras por meio de transmissão virtual, que o Sindicato possibilitou a seus associados. Foram montados pontos de transmissão nas construtoras Wao-Mar e Haec Congel.

A partir de 11 de junho, todos os projetos de construção que vierem a ser protocolados precisarão atender à Norma Técnica NBR ABNT 17170 –Edificações – Garantias – Prazos Recomendados e Diretrizes, publicada em 12 de dezembro do último ano. A norma foi concebida para oferecer referências e diretrizes de garantias dos sistemas, componentes e equipamentos de qualquer tipo de edificação. Ela complementa a legislação existente, que define as garantias que o incorporador, o construtor ou o prestador de serviços de construção precisam oferecer, relacionadas à solidez e à segurança das edificações.

Para conhecer mais detalhadamente os aspectos jurídicos da norma, empresários do Sinduscon-JF participaram, do workshop Norma de Garantias, que abordou a NBR 17170, seus aspectos jurídicos e seu papel na Construção

O objetivo do workshop foi apresentar a norma e suas características aos agentes direta e indiretamente abrangidos por ela, visando iniciar o processo de sua efetiva implantação. As garantias devem ser prestadas junto com o manual de uso, operação e manutenção das edificações e documento específico fornecidos pelo construtor, incorporador ou prestador de serviços de construção em edificações de toda natureza de uso. A realização do evento foi do Sinduscon-SP e seu Conselho Jurídico (ConJur), com apoio de várias entidades, entre elas a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Participaram da abertura do workshop Carlos Del Mar, advogado e coordenador do Conselho Jurídico do SindusCon-SP; Yorki Oswaldo Estefan, presidente do SindusCon-SP; e Lilian Sarrouf, superintendente da ABNT/ CB002 e gestora da Cobracon. Os palestrantes foram Carlos Del Mar; Fabiana Albano, engenheira civil e representante do CREA-SP; Ricardo Campelo, advogado e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP; José Carlos Baptista Puoli, advogado e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP; e Flávia Zoéga, engenheira civil e representante do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (Ibape-SP).

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FIEMG

NOVO PLANO DIRETOR DE BH PREOCUPA O MERCADO IMOBILIÁRIO

Fonte: Diário do Comércio Por Thyago Henrique

Em vigência plena desde o início de fevereiro, o Plano Diretor de Belo Horizonte, aprovado em 2019, preocupa o mercado imobiliário da Capital, que estima queda nos lançamentos de imóveis neste ano. Com a nova legislação, o aproveitamento construtivo dos lotes passou a ser o Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) próprio do zoneamento. Ou seja, se o terreno tem mil metros quadrados poderá ser utilizado apenas esta metragem para construção.

Anteriormente, em um área com essa dimensão, na região Centro-Sul da cidade, poderia ser construído um empreendimento de 2.700 m², visto que o coeficiente de aproveitamento era de 2,7 vezes o tamanho do lote. Para aproveitar a legislação antiga e fugir de possíveis prejuízos, proprietários de terrenos “correram” para vendê-los e empresários para comprá-los. Por consequência, os lançamentos de novos apartamentos na Capital bateram recorde em 2022.

Quem explica é o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel. Ele afirma que o potencial construtivo retirado até pode ser recomposto comprando-o da Prefeitura, mas os valores são altos, o que tende a impactar ainda o preço dos imóveis e, consequentemente, o bolso dos consumidores.

“Um apartamento na Savassi de 100 mil m² que custava ontem R$ 1 milhão, se aplicarmos a lei tal como ela está hoje, vai custar R$ 1,400 milhão, R$ 400 mil a mais só por essa mudança do Plano Diretor. Então, no final das contas, temos que entender que se o governo aumentar o imposto, quem vai pagar por isso é o comprador. Se a prefeitura retira o coeficiente e cobra por ele, quem vai pagar por isso é o comprador. O construtor é só o intermediário. Ele compra o terreno, faz a instalação e vende. Quanto mais obstáculos e sobrepesos os nossos entes federativos, tanto município quanto Estado e União colocarem, mais caro o consumidor vai pagar”, ressalta.

“São discussões que a gente teve muito forte no ano de 2019 quando essa lei foi aprovada e agora voltamos a discutir exatamente porque a fase de transição terminou no dia 5 de fevereiro e começamos uma nova fase, na qual temos muitas dúvidas sobre o que vai acontecer com o mercado. Então, houve uma antecipação e daqui para frente, provavelmente, teremos uma queda no volume de lançamentos pelas dificuldades trazidas pelo novo plano”, complementa.

Segundo Michel, há conversas com a Prefeitura de Belo Horizonte para tentar flexibilizar alguns pontos do Plano Diretor, porém, as tratativas ainda não avançaram.

Ele ainda salienta que a provável queda vem em um momento de baixo estoque na Capital, o que eleva ainda mais os valores dos novos apartamentos, afastando compradores e fazendo com que Belo Horizonte “exporte riqueza”. O executivo do Sinduscon-MG ressalta que os imóveis estão indo para municípios da Grande BH como Nova Lima, Contagem, Betim e Santa Luzia, justamente por oferecer opções de moradias mais baratas.

Mercado em 2022

De maneira oposta à alta de 12,36% nos lançamentos, as vendas de apartamentos novos na Capital e Nova Lima caíram 6,93% no ano passado. Ao todo, foram 5.036 imóveis vendidos, com destaque para a categoria standard (de R$ 236.501 até R$ 500 mil), com 2.463 comercializações e 48,9% de participação no total de negociações. O padrão econômico (até R$ 236,5 mil), primeiro no ranking de 2021, registrou 1.172 vendas e 23,3% de participação.

As informações são do Censo do Mercado Imobiliário, realizado pela Brain Consultoria para o Sinduscon-MG. Conforme o levantamento, uma das justificativas para a retração foi o aumento de 12,76% do Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²). Este fator fez com que o preço médio das novas moradias subisse 13,31%, afetando a compra pela população de mais baixa renda. Apesar do recuo, foi o segundo melhor desempenho de vendas desde o início da série histórica do estudo, iniciada em 2016.

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Diário do Comércio
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