Edição Nº 33

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CAPITAL

30 de Novembro a 06 de Dezembro de 2010

Ministro diz que câmbio favorece modernização da indústria

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que a valorização do real ante o dólar está favorecendo a modernização da indústria brasileira. Segundo o ministro, a indústria do país importou em máquinas e equipamentos, nos últimos quatro anos, o dobro do que comprou do exterior nos quatro primeiros anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados, segundo ele, mostram que falar em desindustrialização no Brasil parece um “paradoxo”. “Um país que importa em quatro anos US$ 125 bilhões em máquinas e equipamentos, que a indústria está produzindo a plena capacidade e que os relatórios contábeis publicados agora, dos resultados trimestrais, mostram que a indústria brasileira nunca teve tanta rentabilidade, falar em desindustrialização parece um paradoxo”, disse depois de participar de evento no escritório do

abr/wilson dias

Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sociais (BNDES), em São Paulo. - Cerca de 78% das importações brasileiras são de máquinas, equipamentos e de insumos. Quem está importando isso é a indústria, que está impor-

tando para se modernizar e para ser mais produtiva. E o câmbio favorece essa modernização - completou. Miguel Jorge ressaltou ainda que, para competir com as empresas do exterior, a indústria nacional precisa produzir com mais eficiência, com mais

produtividade e elevar o investimento. “Mesmo trazendo equipamento mais moderno, você tem que aumentar a produtividade. Isso não estamos conseguindo e isso compete ao empresário, junto com trabalhadores e sindicatos”, afirmou.

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Novo sistema vai registrar exportações brasileiras na internet As exportações brasileiras passaram a ser registradas na internet desde o dia 17, através do Novoex, que substitui o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), criado em 1993. A principal diferença do novo sistema em relação ao Siscomex é o acesso direto pela internet, sem a necessidade de instalação de programas adicionais nos computadores. No Novoex, as transações de comércio exterior deixarão de ser armazenadas nos servidores do Banco Central e passarão para a plataforma do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Novoex proporciona registros de exportação mais ágeis. O novo sistema também permite a simulação de operações e a transmissão de registros em lotes. Em caso de dados incompatíveis, o próprio sistema aponta

as divergências depois da totalização online dos valores e das quantidades. De acordo com o MDIC, não há necessidade de recadastramento. Todos os usuários do Siscomex estão automaticamente habilitados a operar o Novoex, com a mesma senha. Assim como no sistema atual, somente são registradas as operações comerciais. As operações alfandegárias continuam sob responsabilidade da Receita Federal. Por meio do Novoex, os comerciantes podem gravar os registros de exportação (REs) e os registros de crédito (RCs), no caso de exportações financiadas com recursos privados ou públicos. Quem tiver feito o registro de crédito no sistema antigo deverá atualizar as informações no Novoex. Não será possível vincular os registros de exportação e de crédito criados em sistemas diferentes. Dessa forma, os RCs precisam ser refeitos para que o saldo restante possa ser usado.

Leilão do trem-bala é adiado para abril de 2011 Três grandes bancos testam sistema de A Agência Nacional de (ANTT), Bernardo Figueiredo. volvimento Econômico e So-

compartilhamento de caixas eletrônicos

O Banco do Brasil (BB), o Bradesco e o Santander iniciaram semana passada os testes para o compartilhamento de caixas eletrônicos instalados fora do ambiente das agências. Serão compartilhados caixas localizados em shopping centers, aeroportos, postos de combustíveis,

farmácias e supermercados. Segundo a assessoria do BB, nesta etapa foram colocadas em operação cerca de 700 máquinas dos três bancos, que poderão ser identificadas com adesivo contendo a logomarca dos bancos participantes. A interligação dos terminais deve durar cerca de

180 dias, mas pode ser prorrogada. Durante esse período, os bancos darão continuidade aos estudos e às negociações iniciadas em fevereiro deste ano, para análise de eventual implementação de modelo de compartilhamento das redes de terminais de autoatendimento.

Transportes Terrestres (ANTT) anunciou que o leilão do trem de alta velocidade (TAV) foi adiado para o dia 29 de abril. A data definida anteriormente era 16 de dezembro. O adiamento do leilão é uma reivindicação de indústrias do setor ferroviário e de equipamentos que justificam que, com mais prazo, a licitação poderá ter mais participantes. A entrega das propostas dos interessados em participar do leilão do trembala, que seria feita na última segunda (29), ficou para o dia 11 de abril do ano que vem. O adiamento dos prazos do leilão do trem de alta velocidade (TAV) atendeu ao pedido de investidores que confirmaram a intenção de participar da licitação, mas precisavam de mais prazo para concluir os estudos, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres

Segundo ele, o objetivo do governo é aumentar a competição do leilão, que estava marcado para 16 de dezembro e foi adiado para 29 de abril de 2011. Figueiredo disse que nenhuma outra condição do leilão será alterada e que o adiamento comprometerá o cronograma da obra. Segundo ele, os prazos concedidos foram adequados e o projeto foi exaustivamente discutido com a sociedade e com empresas interessadas. Ele voltou a garantir que não haverá risco para o poder público se houver alguma alteração no valor final do empreendimento, orçado em R$ 33 bilhões. - Se o orçamento da obra, de qualquer investidor, for maior do que o orçamento que estamos apresentando, a taxa de remuneração desse investidor será menor - disse. Segundo o Banco Nacional de Desen-

cial (BNDES), a participação máxima de recursos públicos será de R$ 19,977 bilhões. O financiamento será concedido ao consórcio vencedor da licitação com correção pela taxa de juros de longo prazo (TJPL), atualmente em 6% ao ano, mais 1% de taxa de risco. O prazo de pagamento será de 30 anos, com seis meses de carência após o início da operação do TAV, previsto para 2016. A tarifa máxima estipulada pelo governo federal para o trecho Rio-São Paulo é de R$ 199. O tempo de viagem entre as duas capitais é estimado em 90 minutos. Cálculos iniciais apontam para um potencial de 32 milhões de passageiros por ano, gerando receitas de R$ 2 bilhões anuais à concessionária. A geração de empregos durante a obra é estimada em 12 mil postos de trabalho.


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