TRANSFORMAÇÃO DA FROTA
IMPACTO CRESCENTE DOS VEÍCULOS
ELETRIFICADOS NA REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA
Estudos apontam a crescente participação dos veículos eletrificados na frota circulante e as oportunidades que isso traz para a reposição automotiva. O aumento da presença de veículos eletrificados abre novas portas para o mercado de reposição, impulsionando a demanda por peças e serviços especializados.
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PESADOS & COMERCIAIS
Renovar e MP 1.175/23
impulsionam a renovação da frota de caminhões com abordagens estratégicas.
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RENOVAÇÃO DA FROTA
Projeções de vendas de veículos novos mantêm-se estáveis apesar do programa de incentivo em vigor.
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VENDEDOR AUTOMOTIVO
Retenção de talentos: Capacitação, treinamento e ambiente saudável como diferenciais para o sucesso empresarial.
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HÁ 16 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA no201 ANO XVII | JUL 2023
HÁ 16 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA
Balcão Automotivo é uma publicação dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes. Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
NOSSA PLATAFORMA DIGITAL
PARTICIPAÇÃO DE VEÍCULOS ELETRIFICADOS
NA FROTA CIRCULANTE AUMENTA, ABRINDO OPORTUNIDADES PARA A REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA
Nesta edição, trazemos em nossa reportagem de capa estudos que apontam a crescente participação dos veículos eletrificados na frota circulante e as oportunidades que isso traz para o setor de reposição automotiva. O mercado de veículos elétricos está em plena expansão, especialmente os veículos elétricos híbridos plugin (PHEV), e estamos presenciando uma mudança significativa nos caminhos da mobilidade.
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os números de emplacamentos de veículos leves eletrificados atingiram a marca de 158.678 unidades desde 2012, sendo que o primeiro semestre deste ano registrou o melhor desempenho da série histórica para esse período, com 32.239 emplacamentos. Esses números englobam veículos elétricos híbridos (HEV), veículos elétricos híbridos plug-in (PHEV) e veículos elétricos 100% a bateria (BEV).
e na criação de um ambiente saudável faz toda a diferença quando se trata de reter talentos. Em autopeças, a qualificação e a capacitação dos colaboradores são temas recorrentes e de extrema importância. Reconhecer a importância de desenvolver habilidades e conhecimentos técnicos, bem como valorizar o crescimento profissional de cada indivíduo, é fundamental para o sucesso e a evolução do setor.
Além disso, abordaremos em detalhes como foi a emocionante quinta etapa da Stock Car, principal categoria do automobilismo nacional, que ocorreu no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Destacamos a conquista de Felipe Massa (ex-piloto de Fórmula 1), que, pela primeira vez na categoria, subiu ao pódio, garantindo o terceiro lugar na primeira corrida e o vice na segunda.
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Jornalista Responsável: Silvio Rocha – MTB: 30.375
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Apoios e Parcerias
Ricardo Bastos, presidente da ABVE, destaca que a frota de veículos eletrificados leves tem crescido no Brasil, dobrando ou até mesmo triplicando em número de emplacamentos a cada dois anos. Dos veículos eletrificados em circulação, os veículos 100% a bateria (BEV) representam uma participação de 10,7%, ou seja, 17.071 veículos. No primeiro semestre de 2023, foram emplacados veículos de 38 fabricantes de veículos elétricos e híbridos leves.
Apesar do programa de incentivo de vendas de veículos novos, as projeções para este ano não foram alteradas significativamente. Embora o volume de licenciamentos de automóveis tenha alcançado um recorde na segunda quinzena de junho, especialmente na faixa de até R$ 80 mil, a expectativa é encerrar o ano com um resultado semelhante ao de 2022. A Medida Provisória 1.175/23 foi implementada com o objetivo de impulsionar as vendas de veículos novos.
Investir em capacitação, treinamento, incentivo
DIRETORIA
DIRETOR COMERCIAL
Edio Ferreira Nelson edio@jornalbalcaoautomotivo.com.br
CONSELHEIRO CONSULTIVO
Carlos de Oliveira
COMERCIAL
EXECUTIVO DE CONTAS
Richard Faria richard@jornalbalcaoautomotivo.com.br
Também destacamos a 14ª edição do Prêmio Sindirepa-SP Os Melhores do Ano, reconhecendo as marcas líderes de fabricantes de autopeças, equipamentos e serviços com base na avaliação dos reparadores do estado de São Paulo. A premiação ocorreu na Fiesp, e três empresas em cada uma das 16 categorias foram premiadas com os selos Ouro, Prata e Bronze, que poderão ser utilizados pelas vencedoras em seus materiais de comunicação ao longo de 12 meses.
Por fim, abordaremos os programas Renovar e a MP 1.175/23, complementares para a renovação da frota. Enquanto o programa Renovar é de longo prazo, a MP 1.175/23 possui caráter mais imediato e traz detalhes sobre a destruição de caminhões antigos. A renovação da frota de caminhões é uma discussão de décadas, e esses programas visam retirar de circulação os veículos com mais de 20 anos de uso em troca de caminhões novos.
Aproveite a leitura!!!
REDAÇÃO
EDITOR-CHEFE
Silvio Rocha redacao@jornalbalcaoautomotivo.com.br
Karin Fuchs redacao2@jornalbalcaoautomotivo.com.br
COLABORADORES
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Analista Financeira: Luciene Moreira luciene@jornalbalcaoautomotivo.com.br
DEPTO DE ARTE Supervisor de Arte/Proj. Gráfico Fabio Ladeira fabio@jornalbalcaoautomotivo.com.br
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| EDITORIAL 4 BALCÃO AUTOMOTIVO Nº 201 | ANO XVII | JULHO DE 2023 O EDITOR
DRIV AMPLIA PARCERIA COM BIA FIGUEIREDO E APRESENTA PILOTA COMO NOVA EMBAIXADORA EM SUAS REDES SOCIAIS
A DRiV, Divisão global do Grupo Tenneco Automotive, tem como sua mais nova embaixadora a pilota, influenciadora digital e apresentadora Bia Figueiredo. Agora ela também fará parte das redes sociais da marca, apresentando toda semana o quadro “O segredo das pistas”, focado em assuntos voltados ao automobilismo. “Estamos no segundo ano juntos. Ano passado, a DRiV patrocinou a minha equipe na TCR, a Cobra Racing Team, e esse ano optaram por ir comigo para a Copa Truck. A Monroe é pioneira, foi a criadora do amortecedor. Acredito que temos essa proximidade por quebrar barreiras, já que fui a primeira a vencer em várias categorias.”, comenta Bia.
MERCADO DE CARROS USADOS REGISTRA RETRAÇÃO EM JUNHO
A FENAUTO informou, em seu relatório mensal, que as vendas de veículos seminovos e usados, durante o mês de junho, diminuíram 7,8% em relação a maio. No entanto, a entidade ressalta que o total acumulado neste ano é positivo em 13,7% em relação ao mesmo período de 2022. Outro ponto importante no relatório é que as vendas de junho de 2023 foram 2,4% maiores do que as de junho de 2022. Em junho de 2023 foram comercializadas 1.175.174 unidades, contra 1.274.333 em maio. O total acumulado de veículos seminovos e usados comercializados, nos seis primeiros meses deste ano, chegou a 6.851.087 unidades.
AUTOZONE BRASIL LANÇA
CAMPANHA DE PREVENÇÃO PARA VIAGEM SEGURA DURANTE AS FÉRIAS
A AutoZone acaba de lançar no mercado sua campanha publicitária especial de julho, com o slogan “Partiu, férias”! As ativações, desenvolvidas pela agência IT.Rocks, têm o objetivo de promover os itens de manutenção preventiva da marca (como amortecedores, disco e pastilha de freio, bomba, vela, óleo, bateria, palhetas, kit calibrador de pneus, entre outros), considerados itens essenciais para o período de férias escolares e de grande movimento nas estradas. A campanha começou a ser veiculada no dia 1º de julho em todo o País, atingindo jornais, revistas, sites e rádios das praças e regiões onde a AutoZone possui lojas.
NOVA LINHA DE CABOS E CARREGADORES VALEO INEEZ É PREMIADA NA FRANÇA
O Sindirepa Brasil lançou o Anuário da Indústria da Reparação de Veículos do Brasil 2023.O material, lançado pela primeira vez em 2017, é um instrumento para os profissionais que atuam no mercado da reposição automotiva. “Um anuário, de forma geral, torna-se uma ferramenta de pesquisa para diversas áreas, como empresas, órgãos públicos e acadêmicos. Em especial, um anuário da reparação de veículos vem colaborar positivamente com a sociedade”, explica Luiz Sergio Alvarenga, diretor executivo da entidade. Conheça todos os números acessando www.sindirepabrasil.org.br/ anuario-2023/
A Valeo Ineez, marca do Grupo Valeo de cabos e carregadores para veículos eletrificados, venceu o Prêmio Auto Plus 2023 na categoria Equipamento. Realizado pela revista francesa Auto Plus, especializada no mercado automotivo, o reconhecimento contemplou outras categorias, como, por exemplo, veículo elétrico, híbrido, distribuidor de autopeças e setor da reparação. Além de investir no desenvolvimento de tecnologias não só para os motores a combustão como também em sistemas de mobilidade elétrica, a Valeo ainda atua na área de carregamento de veículos eletrificados com uma gama completa de cabos e carregadores comercializados sob a marca Valeo Ineez.
6 | BALCÃO AUTOMOTIVO
FIQUEPORDENTRO
BRASIL APRESENTA ANUÁRIO DA INDÚSTRIA DA REPARAÇÃO 2023
SINDIREPA
POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO
COFAP INVESTE NO DESENVOLVIMENTO DE AMORTECEDORES PARA O SEGMENTO DE HÍBRIDOS E ELÉTRICOS
PARTICIPAÇÃO DA REPOSIÇÃO
NO FATURAMENTO DA INDÚSTRIA RECUA 4,1%
Em um mês que apresentou menor número de dias úteis e assistiu a várias paralisações em montadoras, era de se esperar queda no faturamento das empresas do setor automotivo. E, de fato, aconteceu. O faturamento nominal da indústria de autopeças recuou 18,8% em comparação ao mês anterior, puxado pela forte queda das transações com montadoras que encolheram 22,9% no período. Para além dos negócios com as OEM, houve retração também das vendas para o mercado de reposição (- 4,1%), devido, provavelmente, ao menor número de dias em atividade, e das exportações medidas em dólares que encolheram 10,0%.
A Cofap segue investindo na expansão de seu catálogo de amortecedores incluindo o desenvolvimento de amortecedores para veículos híbridos e elétricos. Tanto que já neste ano a marca anunciou o lançamento de amortecedores para os modelos Caoa Chery Arrizo 5e, Nissan Leaf e Toyota Corolla Hybrid, Corolla Cross Hydrid e Prius. Já deu início, também, ao desenvolvimento de amortecedores para os modelos Chevrolet Bolt, Renault Zoe, Chery iCar e Toyota Rav4. Estarão também, em breve, na reposição com a marca Cofap, os amortecedores para os veículos Caoa Chery Tiggo 5X Pro Hybrid, Tiggo 7 Pro Hybrid, Arrizo 6 Pro Hybrid e Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid; além de Fiat 500e e Kwid E-tech.
KNORR-BREMSE INVESTE NO MERCADO DE REMANUFATURADOS COM PORTFÓLIO ECONX
A Knorr-Bremse está investindo no mercado de peças remanufaturadas originais, com o lançamento do portfólio EconX. Atualmente, a empresa remanufatura produtos das famílias de compressores, freio a disco, secadores de ar, midi servo e cilindros combinados. Futuramente, serão incluídos no rol os produtos eletrônicos. O produto remanufaturado original reduz em até 95% no consumo de energia no processo fabril e também no consumo de matéria-prima. Além disso, minimiza a geração de resíduos sólidos, o processo de manufatura, a emissão de gases e, para o cliente final, reduz o custo, proporcionando preços mais baixos, o que é benéfico para o consumidor.
ELECTRIC DAYS ATRAI 800 ESPECIALISTAS E GERA MAIS DE 100 REUNIÕES DE NEGÓCIOS
Já consagrado nos Estados Unidos e em países da Europa, o Electric Days foi um sucesso em sua primeira edição no Brasil, que aconteceu nos dias 26 e 27 de junho, em São Paulo (SP). O Electric Days é um evento global, organizado pela Motorsport Network, com a participação de empresas e especialistas na transição para um futuro de zero emissões, discutindo a fundo a mobilidade elétrica e o ESG nos dias de hoje. No encontro, o foco principal foi o papel do Brasil nesse cenário global que vem mudando rapidamente.
FREMAX INICIA COMERCIALIZAÇÃO
PIONEIRA DE PRODUTOS COM REVESTIMENTO CONTENDO
NANOTECNOLOGIA
A Frasle Mobility, por meio da Fremax, inicia a comercialização da linha de produtos Maxcoating. Lançada oficialmente neste ano, na feira Automec, a nova linha traz ao mercado global discos e tambores de freio revestidos com pintura que contém nanotecnologia exclusiva e patenteada. As primeiras unidades comercializadas chegam nas próximas semanas para clientes da América do Norte, um dos principais mercados potenciais para essa tecnologia inovadora. A linha Maxcoating recebe um revestimento protetivo contendo nanopartículas de pentóxido de nióbio, que agem para aumentar a performance da pintura e a resistência à corrosão.
7 BALCÃO AUTOMOTIVO |
TAGIA DIVULGA REFORÇO EM SUA EQUIPE COMERCIAL PARA AUMENTO DE SHARE DA MARCA VOLDA NO AFTERMARKET BRASILEIRO
A Tagia, empresa detentora da marca Volda para o mercado brasileiro, informa a chegada de Julio Zanin (à esq.), com mais de 23 anos de experiencia na reposição, como novo gerente regional de Vendas. Julio terá como objetivo o fortalecimento da marca para o mercado de aftermarket brasileiro e o desenvolvimento dos canais de distribuição. Ao mesmo tempo, Izequiel Carraro, que possui mais de 16 anos de experiência no mercado de reposição, é promovido ao cargo de gerente regional de Vendas e irá dividir o Brasil no desenvolvimento dos negócios da Volda no aftermarket brasileiro juntamente com Julio. Ambos irão se reportar a Ivan Furuya, diretor de Vendas e Marketing da Tagia.
CORTECO MARCA PRESENÇA NA EXPOPARTES 2023
TECFIL ANUNCIA NOVO MEMBRO PARA O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
A Tecfil anuncia a chegada de Jorge Schertel para integrar o Conselho de Administração da empresa. O executivo acumula mais de 50 anos de experiência no setor. “Estamos seguros de que a chegada de Jorge Schertel trará benefícios significativos para a Tecfil e seus stakeholders, de forma alinhada ao nosso compromisso em oferecer produtos e serviços de alta qualidade e manter nossa posição de liderança no mercado”, afirma o Conselho de Administração da Tecfil. Schertel é graduado em Administração de Empresas pela PUC/RS, com formação em programas de gestão executiva pela Business School da University of Michigan e Pennstate University.
A Corteco, marca do Grupo Freudenberg e uma das principais fornecedoras de itens automotivos para o mercado de reposição, esteve na Expopartes 2023, uma das principais feiras de autopeças da América Latina. O evento aconteceu de 21 a 23 de junho, em Bogotá, na Colômbia, contou com mais de 450 expositores e apresentou as principais novidades e tendências do segmento de autopeças. As executivas da Corteco no Brasil, Estela Pacheco, gerente de Trade Marketing; Eryka Yared, gerente de Vendas Exportação; e Thamiris Martín, gerente de Vendas Exportação; estiveram no evento em conjunto com a Fertrac e a Fatco, cliente e representante da empresa, respectivamente.
BOSCH LEVA CAPACITAÇÃO
PROFISSIONAL PARA DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL
ZF AFTERMARKET REALIZA EVENTO DIGITAL FOCADO NA SUSTENTABILIDADE INTEGRADA À SUA ESTRATÉGIA PARA O AFTERMARKET MUNDIAL
A Bosch lançou o projeto EVO Automotiva, que leva treinamentos para algumas regiões do Brasil com a mesma qualidade dos realizados no Centro de Treinamento Automotivo (CTA), localizado em Campinas (SP). O escopo do EVO contempla uma semana de treinamentos voltados para a área de diagnóstico das linhas leve e diesel, além de cursos de gestão de oficinas que acontecem de maneira simultânea, com uma estrutura preparada para receber os profissionais, pacotes de ingressos personalizados, kit de aprendizado do aluno e certificação Bosch. A primeira turma foi em São José (SC), em maio, e o treinamento ainda passará por Campinas (SP), 7 a 11/08; Goiânia (GO), 2 a 6/10, e Recife (PE), 6 a 10/11.
Durante o “ZF Aftermarket Chat 2023”, a empresa anunciou seus objetivos, incluindo a meta de alcançar neutralidade climática total até 2040. No entanto, a ZF ressalta que a sustentabilidade vai além da descarbonização. A indústria enfatizou a importância de produtos e modelos de negócios voltados para um futuro mais sustentável. No evento, especialistas da ZF Aftermarket e membros da equipe de liderança apresentaram sua abordagem holística para o mercado de pós-venda. Foram discutidos os conceitos existentes de economia circular e o portfólio de produtos resultantes, assim como as próximas medidas para recrutamento sustentável e soluções digitais.
8 | BALCÃO AUTOMOTIVO
FIQUEPORDENTRO
(Da esq. p/ dir.): Thamiris Martín, Eryka Yared e Estela Pacheco
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FIAT CHEGA AO RECORDE NO ANO DE 23,6% DE MARKET SHARE EM JUNHO
A Fiat foi a que mais cresceu de forma geral no mercado, obtendo recorde de market share em 2023 com 23,6% (2,9 p.p a mais que em maio). Quando considerado apenas o varejo (venda para pessoas físicas) – foco do plano do Governo, a marca também foi a maior com um ganho de 4,1 p.p. em relação a maio, liderando no canal e apresentando sua melhor participação no ano: 19,1%. A Fiat também teve o modelo que mais cresceu em vendas para pessoa física no período: o Mobi, que garantiu um acréscimo de 168% em volume. Para completar, a Fiat também teve recordes nos volumes de vendas mensal em 2023 com Mobi, Argo, Cronos, Pulse e Fiorino.
GWM HAVAL H6 É O HÍBRIDO MAIS
VENDIDO EM JUNHO
Pelo segundo mês consecutivo – e o seu segundo de comercialização no Brasil –, o Haval H6 da GWM bateu recorde e foi novamente o híbrido mais vendido no País. Em junho, para se ter uma ideia, foram emplacadas e entregues 969 unidades da linha Haval H6, número ainda maior do que o obtido no mês de maio, o que representa 15,3% de todos os eletrificados do mercado. Com este volume, segundo informação da assessoria de comunicação da montadora chinesa, a linha Haval H6 fica à frente, mais uma vez, do Toyota Corolla Cross híbrido (890 unidades), Toyota Corolla híbrido (626), Caoa Chery Tiggo 5X (525) e Volvo XC60 (392).
ELA ESTÁ DE VOLTA: VW CONFIRMA KOMBI ELÉTRICA NO BRASIL
No ano em que a Volkswagen comemora 70 anos no Brasil, um ícone ressurgirá: a Kombi está de volta! Ela retorna em sua versão eletrificada, o ID Buzz. E isso dez anos após o fim de produção do modelo que conquistou o coração dos brasileiros. Sua versão 100% elétrica chega em lote limitado especial com 70 unidades. “O ID Buzz é o ícone da era eletrificada da Volkswagen. Após 56 anos de histórias e emoções a bordo da Kombi, os brasileiros poderão reviver a liberdade, independência e emoção da Velha Senhora, agora zero emissões e totalmente sustentável”, enfatiza satisfeito Alexander Seitz, Chairman da Volkswagen América Latina.
HYUNDAI CAOA LANÇA KONA EM VERSÕES HÍBRIDA E ELÉTRICA NO BRASIL
O Grupo Caoa acelerou o passo em sua “frente” Hyundai e de forma eletrificada. Agora o importador oficial da marca sul-coreana lança no Brasil o Kona em configurações híbrida e elétrica. Importados da Coreia do Sul, a variante híbrida custa R$ 169.990, enquanto a 100% movida a bateria sai por R$ 219.990. O Kona Hybrid combina o motor 1.6 GDI a gasolina de 105 cv e 15 kgfm a um motor elétrico de 43,5 cv e 17,3 kgfm. Segundo a Hyundai, a potência combinada fica em 141 cv e torque de 27 kgfm. Já a variante elétrica usa motor de 136 cv de potência e 40,3 kgfm de torque máximo, alimentado por baterias com capacidade de 39,2 kWh. A autonomia, segundo os padrões do Inmetro, é de 252 km.
MARCO NA HISTÓRIA DOS
AUTOMÓVEIS NO BRASIL: BYD CHEGA À BAHIA
Potência global de inovação tecnológica, a BYD – Build Your Dreams, acaba de confirmar o acordo para desembarcar na Bahia e iniciar a operação de três fábricas ao mesmo tempo – um feito inédito – no complexo de Camaçari, a 50km de Salvador. Com investimento de R$ 3 bilhões, a BYD estabelece um marco histórico na indústria automobilística brasileira. A proposta do grupo é a transição energética e a mobilidade sustentável. Uma revolução verde sem volta. A produção nacional vai permitir preços mais competitivos e a possibilidade de um povo apaixonado por carros ter acesso a um sonho de consumo da era moderna: um elétrico na garagem.
10 | BALCÃO AUTOMOTIVO POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO
MOBILIDADE, OS CAMINHOS PARA A ELETRIFICAÇÃO ATÉ 2030
Estudos apontam qual será a participação deles na frota circulante. Números da ABVE mostram um mercado em plena expansão e há muitas oportunidades para o setor de reposição automotiva
14 | BALCÃO AUTOMOTIVO
CAPA
Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação
s caminhos da mobilidade apontam para um crescimento de participação dos veículos eletrificados na frota circulante, principalmente os chamados veículos elétricos híbridos plug-in (PHEV). Em junho deste ano, computados desde 2012, os veículos leves eletrificados chegaram à marca de 158.678 unidades e o primeiro semestre deste ano foi o melhor da série histórica para o período, com 32.239 emplacamentos, 58% acima do primeiro bimestre de 2022 e quase o mesmo volume total de 2021, que teve 34.990 unidades emplacadas.
Os números são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e incluem os veículos elétricos híbridos (HEV), veículos elétricos híbridos plugin (PHEV) e os veículos elétricos 100% a bateria (BEV). “A frota de eletrificados leves tem crescido exponencialmente no Brasil. Tem dobrado ou mais do que dobrado em número de emplacamentos a cada dois anos (ver box)”, afirma o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. Do total da frota de eletrificados, a participação dos 100% a bateria (BEV) é de 10,7% ou 17.071 veículos.
As montadoras
No primeiro semestre de 2023, a ABVE Data registrou emplacamentos de 38 fabricantes de veículos elétricos e
19.745 em 2020, 34.990 em 2021 e 49.245 em 2022”.
híbridos leves, dos quais duas instaladas no Brasil, a Toyota (São Paulo) e a CAOA Chery (Goiás). “Essas duas empresas lideram o mercado de eletrificados no Brasil, com quase a metade dos 32.239 emplacamentos de janeiro a junho de 2023. Mas produzem apenas veículos híbridos elétricos HEV, não plug-in. Neste momento, não há produção brasileira de veículos PHEV e BEV. São todos importados”, informa Bastos.
A exceção, diz ele, “talvez seja a Hitech, uma nova e criativa empresa brasileira do Paraná que começou a produzir veículos compactos 100% elétricos, de passageiros e carga. Tecnicamente, porém, esses veículos são enquadrados na legislação como levíssimos, e não
leves. Esse cenário, no entanto, vai mudar em breve, com o início da produção de BEVs e PHEVs por empresas como Great Wall Motors e BYD”.
Curva de evolução
Ricardo Bastos comenta que a ABVE não tem uma estimativa segura sobre as projeções de frota eletrificada porque ainda não há clareza sobre a rota tecnológica que o País quer adotar para a descarbonização do transporte. “A estimativa oficial de referência do governo brasileiro, feita em 2018 pela Empresa de Pesquisa Energética do Ministério de Minas e Energia (EPE), é claramente conservadora. A EPE previu um crescimento quase vegetativo de
EVOLUÇÃO DA FROTA DE ELETRIFICADOS
15 BALCÃO AUTOMOTIVO |
CAPA O
“Quando o governo lançou a primeira fase do programa automotivo Rota 2030, em 2018, com alguns poucos e tímidos incentivos à eficiência energética dos veículos, o mercado reagiu imediatamente. Os emplacamentos de eletrificados saltaram de 3.970 em 2018 para 11.858 em 2019,
MOBILIDADE 1.091 veículos em 2016 3.979 em 2018 (+ 265% sobre 2016)
em 2020 (+ 396% sobre 2018)
em 2022 (+ 149% sobre 2020) 75 mil é a projeção para final de 2023 (+ 52% sobre 2022)
Ricardo Bastos, presidente da ABVE
19.745
49.2456
veículos elétricos e híbridos nesta década e um aumento da curva de penetração dessas tecnologias só a partir de 2030, no cenário otimista, ou a partir de 2040, no cenário realista”.
No cenário otimista, em 2050 haveria 15% de BEVs e 85% de híbridos em circulação; no realista, seriam 11% de BEVs, 61% de híbridos e ainda 28% de veículos a combustível fóssil. “No entanto, os fatos e a evolução recente dos emplacamentos demonstram que a curva de penetração dos elétricos será muito mais rápida. Mas a velocidade desse processo depende de haver um plano nacional com um conjunto de estímulos coerentes e duradouros, tanto para o consumidor quanto para as indústrias”,
diz Bastos.
Ainda assim, o executivo destaca que o consumidor brasileiro é aberto às novas tecnologias e reage muito bem aos poucos incentivos existentes à eletromobilidade, e cita dois exemplos. “Quando o governo lançou a primeira fase do programa automotivo Rota 2030, em 2018, com alguns poucos e tímidos incentivos à eficiência energética dos veículos, o mercado reagiu imediatamente. Os emplacamentos de eletrificados saltaram de 3.970 em 2018 para 11.858 em 2019, 19.745 em 2020, 34.990 em 2021 e 49.245 em 2022”.
Outro exemplo foi em dezembro de 2021, quando o Distrito Federal zerou por cinco anos o pagamento de IPVA para veículos elétricos e híbridos. “Hoje, Brasília é a segunda cidade do País que
mais emplacou veículos eletrificados no primeiro semestre de 2023, superando grandes capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Salvador”, afirma.
Projeções da Roland Berger
Pelas projeções do estudo “Auto Brazil Cenário do Brasil”, produzido pela Roland Berger, o mercado automotivo brasileiro deve atingir 3,6 milhões de unidades produzidas até 2030 e a eletrificação do mercado brasileiro de carros de passeio deve evoluir dentro de três cenários. O mais esperado é que os veículos eletrificados tenham uma participação de 12% nas vendas totais e nesse percentual, 3% corresponderão aos veículos elétricos 100% a bateria (BEV). A Roland Berger também coloca que no curto prazo os biocombustíveis e o etanol permanecerão como solução, pelo Brasil ser o País com maior penetração de etanol na gasolina e o segundo maior produtor mundial.
Cristiano Doria, sócio e diretor da Roland Berger, comenta os resultados do estudo. “Vai demorar para os veículos 100% elétricos ganharem tração no Brasil e eles não serão veículos de entrada. Devido à nossa matriz energética, limpa e ao etanol, a tração dos veículos elétricos será mais lenta, ao contrário dos países que não têm uma matriz tão boa quanto a nossa, por conta dos biocombustíveis em geral”.
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CAPA MOBILIDADE
“Vai demorar para os veículos 100% elétricos ganharem tração no Brasil e eles não serão veículos de entrada. Devido à nossa matriz energética, limpa e ao etanol, a tração dos veículos elétricos será mais lenta, ao contrário dos países que não têm uma matriz tão boa quanto a nossa, por conta dos biocombustíveis em geral”.
Cristiano Doria, sócio e diretor da Roland Berger
Cristiano Doria, sócio e diretor da Roland Berger
Ricardo Bastos, presidente da ABVE
Considerando o percentual de participação de 12% dos eletrificados nas vendas totais em 2030, Doria diz que isso já é significativo para mudar a composição do setor de autopeças para abastecer esse mercado. “Acontecerá em uma escala maior o que já está acontecendo em uma escala menor. Haverá uma diversidade da quantidade de componentes. Um carro moderno tem cerca de 30 mil peças e o setor terá que lidar com essa complexidade”.
Pelo estudo, a complexidade mecânica e eletrônica dos carros modernos significa mais peças, em preços mais elevados. Os sistemas de conforto (arcondicionado, aquecedores de bancos, infoentretenimento) e eficiência (indução forçada, atualizações de suspensão) são responsáveis por esse aumento de complexidade. As estruturas eletrônicas respondem pela maior parte e pelas estimativas, cerca de 40% das peças de carros mais novos estão relacionadas à eletrônica.
Para o mercado de reposição se preparar, Doria relata que são observadas duas tendências. “Uma delas e, cada vez mais, é o surgimento do mercado de peças remanufaturadas (recondicionadas pela
fábrica original) e players do setor criando marcas secundárias para poderem ter competividade em custos, sem prejudicar a sua marca original”.
Outra constatação do estudo da Roland Berger é o aumento da receita do setor de reposição no mercado de autopeças, cuja maior participação é da venda direta para OEMs. Em 2022, o mercado de reposição representava 5% das vendas. Em 2025, representará 7% e 10%, em 2030, o que está diretamente relacionado ao envelhecimento da frota.
3,6 milhões de veículos produzidos em 2030
Atualmente no patamar de 2,2 milhões/ ano, a Roland Berger projeta uma produção de 3,6 milhões de veículos em 2030. Na análise de Dória, este número é factível. “Se olharmos para trás, em 2013 foram vendidos quase 4 milhões de veículos no País. Nós estamos vivendo em um momento de juros altos, de esmagamento da classe média, e ao que tudo indica pelos cenários e projeções do Banco Central, a inflação está arrefecendo e a taxa de juros voltará a cair. Se chegarmos a 3 milhões ou 3,2 milhões de unidades produzidas, já é um grande aumento. Tem oportunidade e tem mercado”.
Escalonamento das vendas
Para ilustrar o cenário para os veículos eletrificados e o que mudará para o setor de reposição automotiva, Marco Flores, fundador da 2D Consultores Associados, cita um estudo da consultoria BCG, encomendado pela Anfavea, o qual indica que os eletrificados responderão por cerca de 60% das vendas de veículos no Brasil, a partir de 2035, e a participação deles na frota brasileira será entre 10% e 18%, podendo até superar esses percentuais.
“Outro cenário aponta que em 2030, 22% da frota será de eletrificados, primordialmente de veículos elétricos híbridos plug-in (PHEV). E se a
participação dos eletrificados nas vendas chegar a 60%, o Brasil já seguiu o ritmo global. Olhando para os números atuais de vendas, percebe-se que eles estão aumentando muito”, comenta.
Ele explica que há uma enorme ameaça para impulsionar o mercado de veículos eletrificados. A matriz energética do planeta só tem reserva de petróleo para mais 50 anos e há uma corrida das montadoras chinesas para dominarem o mercado. “Elas têm a pretensão de deter 20% do mercado de veículos elétricos, enquanto os Estados Unidos estão se esforçando para terem 4%. Em 2021, a China produzia 10% menos veículos elétricos do que a Europa e, no ano passado, ela produziu 50% a mais que a Europa”.
Marco destaca que no Brasil as montadoras chinesas contam com uma vantagem competitiva. “Quase todos os grandes mercados mundiais têm montadoras nativas. O Brasil não tem e os chineses entendem que isso é um validador estratégico para utilizarem o mercado brasileiro como uma vitrine para o planeta. Haverá uma invasão chinesa no mercado brasileiro. A BYD e a GWM vieram para cá para transformar o segmento”. O que fará com que o poder público se movimente para criar uma infraestrutura de abastecimento.
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Efeitos no mercado de reposição
CAPA MOBILIDADE
Roberto Turatti, o Billy, da Invest Auto, de Balneário Camboriú (SC)
Marco Flores, fundador da 2D Consultores Associados
“No Brasil, a maioria dos postos ainda é de iniciativa privada. Dado o interesse do mercado chinês, isso empurrará o poder público para preparar as redes de abastecimento e isso vai acontecer”, prevê Marco.
Novos empreendedores
Na avaliação de Marco Flores, os eletrificados revolucionarão o conceito de mão de obra do setor, elevando-a para outro patamar. “O mercado de reposição tem pouca atratividade e a mudança de matriz energética tem potencial de ser extremamente atrativa para fazer a reparabilidade, o que precisará obrigatoriamente de outro tipo de qualificação”.
O maior risco, prevê Marco, são as montadoras qualificarem as pessoas e elas partirem para o seu próprio negócio. “Essa será uma segregação natural e haverá dois tipos de treinamentos, um deles impulsionado pelo próprio segmento de reposição automotiva e outro, de pessoas que foram treinadas nas montadoras,
abriram seu próprio negócio e haverá empresas extremamente especializadas só em baterias, por exemplo”.
Além disso, ele comenta que as próprias montadoras não darão conta do tamanho da demanda. “Se multiplicarmos 150 mil veículos elétricos vendidos por ano, em sete anos, nós estamos falando de mais de 1 milhão em circulação”.
Cautela na ponta
Ainda que os números sejam bastante atrativos, empresários de oficinas mecânicas enxergam este mercado com bastante cautela. Um dos pontos principais, diz Roberto Turatti, o Billy, da Invest Auto, de Balneário Camboriú (SC), é avaliar se vale a pena investir na oficina ou firmar parcerias.
“Eu vejo empresas de pequeno e médio portes se preparando para 2030, quando haverá uma incidência de 10% desses veículos dentro de suas empresas, considerando o percentual estimado de 12% da frota eletrificada no País. O
investimento tem que trazer retorno, ele é muito alto quando se pode buscar parcerias de empresas que só fazem a reparação desse tipo de veículo”, sugere.
Segundo ele, tem que prestar muita atenção sobre qual é a perspectiva deste veículo ir para a sua empresa, qual é o investimento necessário em equipamento e qual é o resultado que ele pode trazer. Outra questão que ele coloca é sobre o equipamento investido hoje. “Está previsto
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CAPA MOBILIDADE
Alessandro de Souza, o Kiko, da Tecnocar, de Brusque (SC)
para 2030 um aumento de até 30% da frota desses veículos, considerando a garantia da montadora, por volta de 2035 eles irão para o mercado de reposição. Será que o equipamento investido hoje será funcional em 2035 ou ele ficará obsoleto?”.
Para Billy, o caminho para o Brasil são os veículos híbridos. “Não só no Brasil, mas em nível global, não há estrutura de redes de abastecimento para os 100% elétricos. Vejo que para esses veículos, o futuro é bem distante”. Ele também alerta que falta no Brasil uma norma técnica sobre como deve ser o reparo de um veículo híbrido ou elétrico, o que também foi comentado por Alessandro de Souza, o Kiko, da Tecnocar, de Brusque (SC).
“Falta no Brasil uma norma específica sobre como trabalhar com esse tipo de veículo. Hoje ela é baseada na norma NR 10, que o profissional tem que ter
para atender esse tipo de veículo, mas ela é focada em alta tensão de linhas industriais. Aqui, cada montadora tem a sua norma enquanto na Europa tem uma norma única”, explica Kiko.
Custo de manutenção
Em 2015, Kiko foi fazer um curso na Europa e parte deste treinamento foi focado em veículos híbridos eletrificados. “Hoje, a gente está colhendo os resultados e há vários anos nós atendemos esse tipo de veículo”, afirma. A sua oficina recebe pelo menos um veículo eletrificado todos os meses e o peso está no custo de reparação e das peças.
“Estou com uma Outlander na oficina, para se ter uma ideia, a tabela do carro é de R$ 160 mil e se for trocar a bateria, o que é o correto, o valor dela é maior do que a do carro. Também estamos com um Ford Fusion com uma avaria interna na transmissão e o valor do câmbio é 70% do valor do carro. Outro exemplo é de um Fiat 500 elétrico, ano 2014, com 20 mil quilômetros que eu atendi. Só a bateria deste carro custava US$ 34 mil, ou cerca de R$ 150.000. A realidade é começar a ter veículos parados pelo custo de reparação e de peças e já há vídeos que mostram cemitérios de carros elétricos na Europa”.
Assim como Billy, Kiko também prevê que o futuro é para os veículos híbridos, com células a combustível que produzam hidrogênio a partir do etanol. “Na Suécia era para vender só carros elétricos em 2025 e eles voltaram atrás por não terem
geração de energia suficientemente para abastecer esses veículos. No mercado norte-americano, se 50% dos carros pararem ao mesmo tempo para recarregarem causam um apagão no país, a rede não está preparada. E em vários países da Europa não pode mais carregar o veículo em horário de pico”.
A mesma opinião compartilha Silvio Ricardo Candido, da Peghasus Powered Motors, de São Paulo (SP). “Eu acreditava muito no carro 100% elétrico, mas hoje eu estou desacreditando”, comenta. Ele tem uma loja especializada para atender os veículos eletrificados e são representantes da marca BYD.
E um dos percalços para o setor, assim como dito por Billy e por Kiko, é a falta de uma norma técnica específica. “Não existe uma regulamentação no País para o reparo desses veículos, a que tem, a NR 10, não condiz com o setor, pois ela é de alta tensão”, afirma.
Questionado sobre o potencial da frota para 2030 e o quanto ela será revertida em demanda para a oficina, Candido acredita que ela não será grande. “Eu acredito que não haverá uma grande demanda, mas haverá muitos carros sinistrados que vão requerer trocas de componentes e peças. Tem que estar preparado para atender esses veículos colididos”, finaliza.
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Mensalmente, eles recebem pelo menos um veículo eletrificado para reparação
Silvio Ricardo Candido, da Peghasus Powered Motors, de São Paulo (SP)
“O mercado de reposição tem pouca atratividade e a mudança de matriz energética tem potencial de ser extremamente atrativa para fazer a reparabilidade, o que precisará obrigatoriamente de outro tipo de qualificação”.
Marco Flores, fundador da 2D Consultores Associados
Redução de preço dos carros
A BYD já anunciou a produção de veículos elétricos no Brasil prevista para 2024, em sua fábrica na Bahia. Em pouco tempo desde o lançamento no País, a montadora vendeu mais de 1,2 mil unidades do Dolphin, veículo 100% elétrico. No próximo ano, ela trará o modelo mais barato do seu portfólio, o Seagull, lançado na China em abril, custando o equivalente a R$ 55 mil.
Fabrizio Romanzini, CEO da Rinno Energy, empresa especializada em soluções para o mercado de mobilidade eletrificada, explica que vários fatores indicam um cenário favorável para a redução dos preços dos carros elétricos. Um deles é a economia de escala proporcionada pela BYD. “Com a produção em larga escala, a empresa tem a capacidade de aproveitar as vantagens econômicas desse modelo,
reduzindo os custos de fabricação e, consequentemente, os preços dos veículos”.
O segundo ponto é que com a instalação de uma fábrica no Brasil, a BYD poderá reduzir os custos de importação e tarifas. “Essa estratégia possibilita que a empresa ofereça modelos com preços mais acessíveis aos consumidores brasileiros, impulsionando a demanda e tornando os veículos elétricos uma opção viável”. Além disso, “reconhecida mundialmente por sua expertise em baterias e veículos elétricos, a empresa tem a capacidade de fornecer tecnologia de ponta a preços competitivos. Essa combinação entre qualidade e acessibilidade pode atrair uma nova geração de consumidores brasileiros e gerar uma competição saudável para o setor”, esclarece.
Segundo ele, a redução dos custos de produção das baterias é fundamental para tornar os veículos elétricos mais acessíveis e melhorar a experiência
dos usuários em termos de recarga e autonomia. “Atualmente, as baterias representam uma parcela significativa do custo total de um veículo elétrico. No entanto, a indústria vem investindo em pesquisa e desenvolvimento para aumentar a eficiência e reduzir os custos de produção das baterias”.
Ele acrescenta que a diminuição dos custos das baterias estimula o investimento em infraestrutura de recarga. “Com preços mais baixos, torna-se mais viável para empresas e governos expandirem a rede de estações de recarga, aumentando a conveniência e a disponibilidade para os proprietários de veículos elétricos”. Outro ponto favorável pela sua análise é que a vinda da BYD pode incentivar o governo a adotar políticas públicas mais favoráveis à mobilidade elétrica, bem como aumentar a competitividade entre os players do setor, levando a uma queda nos preços dos veículos elétricos.
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Reparação Automotiva terá que se preparar adequadamente para atender a demanda de novos serviços
Desafios para a ampliação da frota
Para a ampliação da frota de eletrificados, Ricardo Bastos, presidente da ABVE, diz que a entidade defende que é fundamental haver uma estratégia nacional de eletromobilidade alinhada com o Governo Federal e o Congresso Nacional. “Essa estratégia deve ter objetivos claros e integrados às iniciativas dos estados e municípios. Esse plano nacional dará segurança às empresas e aos consumidores para programar investimentos e apostar na eletromobilidade. É o que já existe nos Estados Unidos, Europa, China e até em países como Chile, Paraguai e Colômbia, que estão à frente do Brasil nesse ponto”.
Segundo ele, um plano como esse permitirá estabelecer metas de eletrificação de frotas de passageiros e de carga, de transporte urbano e de infraestrutura de recarga, além de incentivar a produção de baterias, minerais estratégicos e outros componentes que reduzirão o custo dos veículos.
Bastos acrescenta que a ABVE tem 120 associados, que cobrem quase toda a cadeia produtiva da eletromobilidade no Brasil, e que a entidade lidera vários grupos de trabalho que atuam diretamente na formulação de políticas públicas, nos três níveis de governo, para ampliar o mercado do transporte sustentável.
As empresas associadas à ABVE se dividem em seis grandes grupos temáticos: veículos leves, levíssimos, pesados, indústria de componentes, de infraestrutura e mobilidade urbana. “Esses grupos têm propostas concretas para aperfeiçoar cada um desses segmentos do mercado”.
A ABVE atuou e atua diretamente no Rota 2030 (política automotiva), na Lei Municipal 16.802 (eletrificação das frotas de ônibus de São Paulo), na regulamentação do Contran para o trânsito de veículos levíssimos nas cidades (patinetes, e-bikes, scooters elétricas), no debate sobre tributação do serviço de recarga elétrica, etc. “Neste momento, estamos contribuindo para organizar a Frente Parlamentar da Eletromobilidade no Congresso e vamos
participar intensamente do futuro GT-7 do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), cujo objetivo é formular um plano nacional de eletromobilidade”.
Programas de capacitação
A ABVE participa da Plataforma Nacional da Mobilidade Elétrica, que tem entre seus objetivos a formulação de conteúdos para cursos técnicos de formação profissional para a eletromobilidade. Outra ação, diz Bastos, “com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a ABVE lidera um GT sobre segurança na instalação de eletropostos e interconectividade entre esses equipamentos. Associados da ABVE também têm programas muito inovadores de segunda vida e reciclagem de baterias de veículos elétricos”.
Por fim, ele destaca que a ABVE também está aprofundando seu intercâmbio com universidades, como Unicamp, USP, UFRJ e outras, para atingir vários objetivos, entre eles colaborar em programas de formação profissional para a eletromobilidade. “Esses programas incluem reparos de veículos elétricos, iniciativas de prevenção de acidentes e incêndios, instalação correta de pontos de recarga, dimensionamento de rede elétrica, protocolos de interconectividade entre veículos e equipamentos, etc.”.
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Fabrizio Romanzini, CEO da Rinno Energy
Automobilismo
5ª ETAPA DA STOCK CAR EM INTERLAGOS TEM DISPUTAS ACIRRADAS E PÓDIO INÉDITO
Felipe Massa, pela primeira vez, subiu ao pódio na categoria; ele conquistou o terceiro lugar na primeira corrida e foi o vice-campeão na segunda
Por: Gabriela Medeiros | Foto(s): Divulgação/Duda Bairros
Aquinta etapa da Stock Car ocorreu no último domingo (9/07), no autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP). Mais uma vez, a principal categoria do automobilismo nacional garantiu fortes emoções e disputas fantásticas. O final de semana foi particularmente marcante para o piloto Felipe Massa, que corre pela equipe Lubrax | Podium Stock Car Team. Pela primeira vez, o vice-campeão mundial de Fórmula 1 subiu ao pódio na categoria, ele conquistou o terceiro lugar na primeira corrida e foi o segundo colocado na segunda.
O final de semana também coroou o Argentino Matías Rossi, que após conquistar a pole position no sábado, foi o primeiro colocado na primeira corrida. Ricardo Zonta levou a segunda corrida. O novato Gianluca Petecof
também celebrou no “templo do automobilismo nacional”, o estreante teve o seu melhor resultado na Stock Car e ficou no Top 10 em ambas as corridas.
Houve também uma homenagem aos 40 pilotos que já venceram em Interlagos correndo na Stock Car, isso porque a categoria alcançou o número de 150 largadas na lendária pista. Os pilotos triunfantes foram recebidos na sexta-feira (7/07), além dos representantes daqueles que já haviam falecido. Após posarem para foto, a velha guarda e nova geração receberam uma salva de palmas de todos os presentes.
A próxima etapa da Stock Car acontecerá no dia 5/08, no Velocita, na cidade de Mogi Guaçu, interior paulista.
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Pódio da primeira corrida / Felipe Massa comemora com equipe / Matías Rossi celebra Pole / Carro Matías Rossi / Pódio da segunda corrida / Carro de Gianluca Petecof
GO!MEC AUTO PEÇAS MIRA A CAPITAL PAULISTA
Com 20 anos de mercado e consolidada em Diadema (SP), a empresa ganhou um grande impulso com as vendas on-line, abriu recentemente um CD e uma filial em Vila Velha (ES), e tem novos planos de expansão, conforme conta o seu fundador
Ahistória da GO!MEC Auto Peças, localizada em Diadema (SP), teve início em 2003. A loja foi fundada por Anorval Pereira de Oliveira, mais conhecido como Neno.
A vontade de ter seu próprio negócio sempre fez parte da sua vida, embora ele não soubesse exatamente qual modelo de negócio seguir. No entanto, tudo mudou quando ele teve um
sonho revelador.
“Em certo dia, sonhei que possuía uma loja, e um mecânico veio procurar por uma peça. Fiquei com esta visão em mente e não comentei com ninguém, porém meu cunhado me falou de uma mulher chamada Tati que estava vendendo uma pequena loja de autopeças. Ele me incentivou muito e acabei aceitando o
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LOJA EM DESTAQUE
Por: Redação | Foto(s): Divulgação
Fachada da loja em Diadema (SP). Abaixo, a área de atendimento ao público da Go!Mec
desafio. Era uma loja pequena, mas foi assim que dei início ao meu empreendimento, colocando o nome da loja de Gol Auto Peças”, recorda Neno.
No início, sem ter familiaridade com o ramo de autopeças, a própria Tati desempenhou um papel importante de treinar Neno, por um certo período. Posteriormente, sua esposa, Alda Fatima de Oliveira, que acumulava experiência no setor financeiro e gestão comercial em uma grande loja de móveis, juntou-se à equipe.
Em 2009, ainda “Gol Auto Peças”, havia alcançado um bom nível de crescimento, que os impulsionou a mudar para uma sede bem maior e com mais visibilidade. “Contratamos mais vendedores, e passamos por um aprendizado significativo ao iniciar um canal de venda para reparadores, nesse momento minha esposa assumiu a tarefa de prospectar clientes profissionalizando o setor comercial, enquanto eu me dedicava às operações. Como resultado, nossa gestão tornou-se impecável”, afirma Neno. Mesmo diante desses desafios, a loja manteve um crescimento constante.
VENDAS DIGITAIS
Em 2018, a “Gol Auto Peças” deu início às suas operações de vendas online por meio do Mercado Livre. “Com o surgimento do comércio eletrônico, experimentamos um crescimento significativo e decidimos, então, criar a marca GO!MEC Auto Peças”, comenta Neno. No entanto, a pandemia chegou, impactando diretamente o negócio. Apesar dos desafios, a equipe da empresa, composta por cerca de 40 pessoas, permaneceu unida com grande determinação,
mantendo a firmeza e a fé, para evitar demissões.
UM NOVO OLHAR
A verdadeira expansão da empresa ocorreu quando Neno e sua esposa Alda começaram a crescer como indivíduos. Em 2020, a loja passou a ocupar um novo endereço, com 2,5 mil m2 de área e mais estrutura, situado atualmente na Av. Dona Ruyce Ferraz Alvim, 130, no bairro Vila Nogueira, Diadema.
Com uma equipe de 76 colaboradores diretos e 21 indiretos, Neno ressalta que a maioria deles não possuía experiência prévia no setor de autopeças. “Descobri uma habilidade que possuo, que é enxergar o talento das pessoas, e com um bom processo seletivo e treinamentos, conseguimos uma equipe extraordinária, e uma cultura muito densa”.
A IMPORTÂNCIA DOS DADOS
Com sua mentalidade empresarial, Neno destaca a importância da qualidade da informação no sucesso do negócio. “Possuímos um sistema de busca bastante assertivo, que nos ajuda a ser mais eficientes”.
De acordo com Neno, a qualidade e confiança transmitida ao cliente interno e externo são os pontos de destaque da GO!MEC. “Monitoramos todo o processo de entrega para que o cliente esteja ciente do momento exato em que a peça chegará à sua oficina,
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LOJA EM DESTAQUE GO!MEC
Anorval Pereira de Oliveira (Neno) e a esposa, Alda Fatima de Oliveira: parceria de décadas
isso permite que ele programe o horário de entrega do veículo ao seu próprio cliente, garantindo eficiência e satisfação”, diz.
PLANO DE EXPANSÃO
Neste ano, em março/23, a GO!MEC Auto Peças expandiu seus horizontes com a abertura de um centro de distribuição e uma filial em Vila Velha (ES), especialmente voltados para as vendas online. Nossa área total já está com 6 mil m2. “A experiência de abrir essa unidade no Espírito Santo foi fantástica, mesmo estando distante geograficamente, temos todos os indicadores para acompanhar e avaliar seu desempenho”, comenta Neno. A visão é aumentar os pontos de vendas em um processo contínuo de melhorias e expansão.
Com foco na linha de peças para veículos leves, a GO!MEC Auto Peças já está consolidada na região do ABCD, oferecendo um
Átila com a equipe da Go!Mec; presenteando participantes e com o gerente da loja, Renato Lourenço
portfólio em constante crescimento, com aproximadamente 50 mil itens disponíveis. “Quanto mais opções oferecermos, maior será a satisfação e fidelidade do cliente”, diz Neno. “Nossos valores têm sido responsabilidade, resiliência e resultado”, conclui.
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GO!MEC LOJA EM DESTAQUE
Equipe Go!Mec
A FALTA DE PROFISSIONAIS
QUALIFICADOS PODE ESTAR NO
MODELO DA EMPRESA
Capacitar, treinar, incentivar e criar um ambiente saudável faz a diferença para reter talentos, que muitas vezes estão ao seu lado e só esperam por uma oportunidade
Atualmente, quatro gerações convivem no mercado de trabalho: Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1964), Geração X (nascidos entre 1965 e 1981), Geração Y ou Millennials (nascidos entre 1982 e 1994) e a Geração Z (nascidos entre 1965 e 1981). Elas têm características diferentes, mas que se complementam, por isso, é papel da empresa promover a integração e a harmonia no ambiente de trabalho, e um tema recorrente no setor de autopeças é a qualificação e capacitação de seus colaboradores.
A orientação de Reginaldo Andrade, consultor de Negócios do Sebrae São Paulo e especialista em Gestão de Pessoas, é as empresas terem uma gestão de desenvolvimento do colaborador, independentemente do seu porte. “Desta forma, elas envolvem os seus colaboradores em todo o processo, lhes dão autonomia e mantêm uma equipe qualificada. O empresário deve gerar líderes e empreendedores com senso de propósito, engajálo para ajudá-lo a caminhar para o seu sonho e se realizar profissionalmente”.
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# 24 JUL / 2023 SUPLEMENTO ESPECIAL
Texto: Karin Fuchs Foto(s): Divulgação
Reginaldo Andrade, consultor de Negócios do Sebrae São Paulo e especialista em Gestão de Pessoas
Andrade ressalta que o engajamento é o que difere um vendedor de um consultor. “Um consultor é o profissional que não só entende tecnicamente do produto, mas do cliente para solucionar o problema dele. A experiência do cliente na loja tem uma relação direta com a qualidade do atendimento. Eu costumo dizer que o grande problema do empresário é quando ele começa a crescer, pois ele precisa sair do operacional e criar uma estrutura funcional que gire sem ele. Caso contrário, ele pode ficar refém do seu próprio negócio e acaba sendo o próprio problema para o seu negócio não crescer”.
Clareza de cargos e funções
Na gestão de desenvolvimento do colaborador é importante a empresa ter com clareza critérios para reter talentos com incentivos e bem definidos os cargos e as funções, conforme explica Andrade. “A falta de mão de obra qualificada é uma dor recorrente do empresário do pequeno negócio e, muitas vezes, o problema está no próprio modelo de negócio. Falta à empresa ter um descritivo de cargos, as designações claras e objetivas para a equipe, de forma que no desenho organizacional cada colaborador entenda a sua função e desenvolva o seu potencial”.
Ele comenta que às vezes, na dinâmica natural e operacional, o empresário acaba vendo o colaborador como mais uma engrenagem, sem saber liderar e ter critérios para manter e reter talentos, com benefícios, cargos e salários muito bem especificados. “A pequena empresa não gosta de ouvir o termo gestão de carreira, pois realmente isso é trabalhado nas grandes. Nas pequenas, a gente fala muito em gestão de desenvolvimento do colaborador”.
Engajamento das diferentes gerações
Gestora de carreira e CEO das empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias, Madalena Feliciano, comenta que ainda que as gerações Y e Z tenham crescido em um mundo digital e estão acostumadas a usar a tecnologia em todas as áreas de suas vidas, essas gerações preferem as relações mais humanizadas. “O que levanta a importância do apoio dos líderes e boas relações no trabalho, que podem ser cultivadas através do diálogo para gerar maior identificação com o local
de trabalho”, acrescenta.
Essas gerações também valorizam a diversidade e a inclusão no local de trabalho e um ambiente inclusivo e colaborativo. Para que haja engajamento, a orientação de Madalena é investir em treinamentos, palestras e jogos corporativos. “Treinar, desenvolver, engajar, deve ser um trabalho contínuo, desta forma reforçamos o objetivo em comum e desenvolvemos habilidades necessárias de cada funcionário. É fundamental ter um ambiente de confiança, onde as diferenças são vistas como ponto positivo”.
E nunca, segundo ela, estimular a concorrência entre os colaboradores. “Muitos líderes acreditam que estimular a concorrência interna trará mais resultado, ao contrário disso, é necessário que essa concorrência seja saudável, que os colaboradores confiem no seu time e gestor e trabalhem unidos por um bem maior e comum”, esclarece.
Motivação e plano de carreira
Composto por 15 lojas e mais quatro empresas de outro segmento, hoje o Grupo Perim emprega 500 colaboradores e tem uma política muito clara de motivação e valorização, e preza por um ambiente de trabalho saudável e colaborativo, graças às lideranças muito próximas dos liderados. Quando uma nova vaga é aberta, o primeiro passo é buscar internamente quem pode ocupá-la. “Antes de buscarmos fora, verificamos internamente. Tanto que a maioria dos nossos vendedores e gerentes entrou como auxiliar de estoque”, conta a gerente de Recursos Humanos, Mariza Roberto de Campos.
E exemplos não faltam. No Grupo Perim, três encarregados de estoque entraram na empresa como auxiliares de limpeza, uma supervisora administrativa também começou como auxiliar de limpeza e um gerente de estoque, como auxiliar de estoque. “A gente tem esse plano de carreira e incentivamos as pessoas a ficarem com a gente. O que dá certo, pois temos muitos colaboradores que estão na empresa há anos”.
Para qualificar e capacitar o time, a fórmula é fazer isso internamente, envolvendo as próprias lideranças e os colaboradores. “Nós investimos bastante em treinamentos com as lideranças e os funcionários, gostamos de treinar internamente e, desta forma, eles têm o sentimento de pertencimento.
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#24 JUL / 2023
Mariza Roberto de Campos, gerente de Recursos Humanos do Grupo Perim
Madalena Feliciano, gestora de carreira e CEO das empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias
Ao contrário de uma consultoria externa que não conhece a realidade de cada um, internamente, nós sabemos quem é quem, as dificuldades que cada um tem e a sua história, o que facilita para mapearmos e fazermos esse trabalho motivacional e de capacitação, inclusive, com as novas gerações”.
Mariza comenta que como reflexo deste trabalho, em pouco tempo, desde 2022, houve uma redução significativa de turnover dentro da empresa. “Nós estamos bem focados em motivar os funcionários para que eles trabalhem felizes, pois sabemos também que um funcionário motivado rende até 70% do seu potencial e ao contrário, não rende nem 7%, além de desmotivar outras pessoas que estão próximas a ele. Nós também fazemos um trabalho preventivo, pois funcionário desmotivado adoece”.
O Grupo Perim tem a certificação ISO 9001, versão 2015, um padrão internacional que estabelece os requisitos para um sistema de gestão de qualidade eficaz em uma organização, o que a impulsionou a adotar a Kaizen, uma ferramenta de Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta) que melhora tanto a qualidade quanto a produtividade, a segurança e a cultura no local de trabalho. “Nós criamos o nosso primeiro grupo para utilizar essa ferramenta no nosso estoque em Guarulhos (SP). Nós estamos sempre inovando”, conclui.
Saber valorizar
Por aproximadamente 15 anos, Marcio Antonio dos Santos atuou em renomadas distribuidoras de autopeças do País. Ele começou como promotor de vendas e na última empresa, a SK Mobility, foi gerente de filial. Hoje à frente de um novo desafio, ele é consultor Comercial da Radial Mais, empresa de manutenção de caminhões da Radial Transporte, que atua no transporte coletivo na região do
Alto Tietê, ele recorda-se o quanto bons mentores fizeram a diferença na sua carreira profissional e dos ensinamentos que teve, o quanto aprendeu a enxergar e a valorizar as pessoas.
Ele concorda com Reginaldo Andrade, que disse no início desta matéria que muitas vezes o problema de mão de obra qualificada está no modelo de gestão da empresa. “Eu trabalhei em uma distribuidora que tinha um sistema de gestão pioneiro na época, mas que não dava incentivo e oportunidade para os seus colaboradores evoluírem, os que se destacavam não tinham opção, ou continuavam no mesmo cargo, o que gerava uma insatisfação, ou buscavam uma nova oportunidade em outra empresa”.
Mas para ele foi diferente. “Eu tive ótimos mentores que me incentivaram muito, um deles foi o Mauro Loureiro, no Grupo Real Motopeças, que dizia: ‘vão para cima, tem que ser assim’. Com ele, missão dada era missão cumprida, e foi com ele que eu mais aprendi. Também tive uma escola com o Pedro Molina, uma referência no setor. E quando eu mesmo passei a fazer o papel de gestor, eu sabia o quanto era importante incentivar as pessoas e a enxergar o potencial delas”.
Entre vários casos que ele citou, um deles foi na SK Mobility. “Eu trouxe de volta um vendedor que se tornou o meu coordenador externo. Surgiu uma oportunidade para ele trabalhar em uma indústria, eu o incentivei a ouvir a proposta, e hoje ele está lá como coordenador de vendas nacional”, orgulha-se.
Também na SK Automotive, ele deu a oportunidade para um garoto de 19 anos, que tinha perdido o emprego em uma empresa de kart durante a pandemia e estava trabalhando como pedreiro. “O Vitor não tinha experiência em vendas de autopeças, mas eu vi o seu potencial.
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Marcio Antonio dos Santos, consultor Comercial da Radial Mais
Recentemente, ele me ligou para me agradecer por eu tê-lo ajudado e para me contar que tinha fechado o mês com R$ 150 mil em vendas e que tinha aprendido o que de fato era vender. Eu fiquei muito feliz”.
Com as novas gerações, ele tem uma dica preciosa. “Eles são muito conectados ao WhatsApp e ao envio de e-mails, mas não fazem o relacionamento pessoal. O meu jargão para eles é ‘se ligar, vende’. Como gestor, o meu papel é levar o vendedor até o cliente e mostrar o trabalho na prática. Eu fiz muito isso, e percebia que alguns travavam. Pela minha experiência como promotor, eu fui ensinando como quebrar o gelo e se aproximar do cliente”.
Hoje, ele tem um desafio no novo emprego como consultor Comercial. “A linha pesada nunca foi o meu forte e o que eu tenho feito é visitar os mecânicos para aprender mais. Muitas vezes, você se tem o conhecimento e não a capacidade da prática, o que vai te dificultar a estar dentro do mercado de trabalho”, afirma.
Falta formação técnica
Coordenador Regional de Vendas da Filtros Turbo, Fabio Sartorelli,
tem mais de 40 anos no setor e por 20 anos foi proprietário de uma oficina mecânica para veículos leves. De toda a sua vivência, ele conta o quanto faz falta cursos técnicos para vendedores de autopeças. “Quando eu comecei com a minha empresa, eu era da área química e sempre gostei de carros, eu fui me especializando no setor e participei de vários cursos e treinamentos. Me especializei em algumas linhas, como filtros, lubrificantes, a parte mecânica e a parte técnica de softwares, o que ajuda muito no dia a dia até hoje, mas percebo que para vendedores não há cursos técnicos”.
O que há, diz ele, são treinamentos promovidos pelos fabricantes e distribuidores. “Porém, muito voltados para os produtos que os próprios vendedores já comercializam. A capacitação é mais superficial, os vendedores aprendem mesmo na raça e os que vieram do estoque têm uma visão mais ampla de todos os produtos. De maneira geral, não tem muita gente especializada para vender peças e, principalmente, fora de São Paulo, como Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, o consenso é de que não há mão de obra. Vejo também que são poucos os que querem trabalhar em autopeças, o mais comum é nas empresas familiares as novas gerações chegando”, finaliza.
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SUPLEMENTO ESPECIAL #24 JUL / 2023
Fabio Sartorelli, coordenador Regional de Vendas da Filtros Turbo
Comportamento
por: Valtermário Rodrigues*
AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO PROFISSIONAL
Otemapara o nosso sétimo artigo de 2023, publicado nessa edição do mês sete, abordará curiosidades sobre o número sete e as sete maravilhas relacionadas ao mundo profissional.
No mês sete é comemorado o dia da amizade. No Brasil o dia do amigo é comemorado em 20 de julho, porém, como a comemoração do dia do amigo varia de país para país, a ONU resolveu oficializar o Dia Internacional da Amizade como 30 de julho, valorizando a importância da amizade na vida das pessoas de todo o mundo.
É, também, comemorado no mês sete o “Dia Nacional do Escritor”, instituído em 25 de julho de 1960 com a realização do I Festival do Escritor Brasileiro, sendo uma iniciativa da União Brasileira de Escritores (UBE) e o “Dia do Motorista”, importante profissional, responsável por transportar mercadorias ou pessoas por diversos lugares do país.
O número sete é cercado por algumas curiosidades:
1. Sete são os pecados capitais: soberba, avareza, inveja, ira, luxuria, gula e preguiça.
2. Sete são as notas musicais: dó; ré; mi; fá; sol; lá; si.
3. Sete são os conhecidos dias da semana.
4. Sete são as cores do arco-íris: vermelha; laranja; amarela; verde; azul; anil e violeta.
5. Sete, conforme dito popular, é a quantidade de vidas que tem o gato.
6. Sete é a conta do mentiroso, diz um ditado popular.
7. Sete são os continentes: África; América do Norte; América do Sul; Antártida; Ásia; Europa e Oceania.
8. Pintando o sete é uma expressão popular que significa fazer grande alarido, diabruras, desordens.
9. Deus criou o mundo e descansou no sétimo dia.
10. Sete são as maravilhas do mundo antigo: a Grande Pirâmide de Gizé; o Mausoléu de Halicarnasso; o Templo de Ártemis; a Estátua de Zeus; o Colosso de Rodes; o Farol de Alexandria e os Jardins Suspensos da Babilônia.
11. Sete são as maravilhas o mundo moderno: Cristo Redentor (Brasil); Machu Picchu (Peru); Chichén Itzá (México); Coliseu (Itália); Petra (Jordânia); Taj Mahal (Índia); Grande Muralha da China.
12. “Fechado a sete chaves” é uma expressão popular utilizada para se referir a algo guardado com muita segurança e sigilo.
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ARTIGO
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13. “Debaixo de sete palmos” é uma forma de expressão e definição/ditado popular que implica em mostrar o falecimento ou, de forma metafórica, a ida de um indivíduo a outro mundo ou dimensão.
14. Em 2 de julho comemora-se a Independência do Brasil na Bahia, constituindo-se em um importante desdobramento da independência em nosso País. A Bahia era uma província insatisfeita com o domínio português e isso fez os conflitos com os portugueses se iniciarem em fevereiro de 1822 e se ampliarem após o sete de setembro. Os conflitos se encerraram quando os colonos capturaram Salvador, em 2 de julho de 1823.
Elencamos abaixo, sete dentre outras maravilhas que formam um profissional de sucesso:
1. Boa comunicação verbal e escrita;
É uma maravilha o quanto uma comunicação eficiente proporciona melhora no clima organizacional e na integração de uma equipe. Evita mal-entendidos e problemas; facilita o processo de negociação, persuasão e acordos com clientes, parceiros e fornecedores. São muitos os benefícios de uma boa comunicação: facilita a divisão de tarefas, entrosamento da equipe, solução de possíveis conflitos, proporciona feedback de forma mais constante e melhor direcionamento do time quanto aos objetivos propostos pela empresa; uma boa comunicação, portanto, aumenta a produtividade e inovação, evita retrabalhos e erros e possibilita uma maior coesão à equipe.
2. Empatia;
Nas relações de trabalho, conseguir entender por completo as emoções, sentimentos e pensamentos de outras pessoas, fortalece as relações profissionais e propicia um ambiente mais saudável e seguro. Empatia é, portanto, a habilidade interpessoal de sentir a dor do outro sem a necessidade de passar pela mesma situação. Impulsiona ações
altruístas que buscam ajudar problemas do outro. É importante no ambiente de trabalho, compreender o sentimento alheio, principalmente em momentos de conflitos, pois ajudar prontamente membros de uma equipe que, porventura, estejam passando por momentos de dificuldade, ajuda a impulsionar todo o time.
3. Ética e justiça;
A ética profissional refere-se aos princípios que regem o comportamento de um trabalhador e da sua equipe no ambiente de trabalho. São “caminhos” de como uma pessoa deve agir em relação a outras pessoas e instituições, incluindo a própria empresa onde trabalha. Atitudes éticas demonstram profissionalismo, responsabilidade, disciplina, confiabilidade, honestidade e respeito ao próximo.
4. Resiliência;
A palavra resiliência vem de um termo da física, representando a ação de quando um corpo sofre pressão e estresse e consegue voltar ao seu formato normal. Uma pessoa resiliente não se deixa abater por sentimentos e sensações ruins; se adapta e encontra as soluções dentro de si; tem controle emocional; maior possibilidade de alcançar um bom plano de carreira na empresa; mantém uma postura positiva diante de problemas do dia a dia; é flexível na medida em que aceitam mudanças; tem a mente aberta para absorver novas funções ou ferramentas para facilitar o trabalho. Dessa forma, os profissionais resilientes são bem aceitos por todos.
5. Autoconhecimento;
De acordo com Heloísa Capelas, especialista no tema, CEO do Centro Hoffman e autora de O Mapa da Felicidade (Gent), saber quem você é, verdadeiramente, ajuda a conquistar resultados melhores. Falandose do mercado de trabalho, saber quais são seus pontos fortes e fracos, não ter medo de arriscar é uma grande qualidade, valorizada pelos gestores.
6. Amor;
“Se alguém varre as ruas para viver, deve
varrê-las como Michelangelo pintava, como Beethoven compunha, como Shakespeare escrevia”, disse Martin Luther King, certa vez. Portanto, fazer o seu melhor desencadeia um processo de satisfação que gera felicidade e amor pelo que faz. Amar o que faz é a chave do sucesso. É necessário dedicação e propósitos claros. A frase de Confúcio, “Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida”, retrata muito bem esse tópico do artigo. Quem ama e se dedica ao que faz, está mais propenso a encontrar motivação, felicidade, se destaca e mais facilmente atinge os objetivos.
7. Motivação / foco.
Basicamente, motivação são razões que encontramos para fazer algo que nos leva a um lugar onde queremos estar. Com uma visão clara de onde você quer chegar fica muito mais fácil usar o seu tempo de maneira saudável, com foco e sem distrações.
Lewis Carroll, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase dita pelo Gato Cheshire a Alice: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”.
Sem querer ser pretensioso, espero, caro leitor, que você tenha gostado da leitura, e, quem sabe, tenha achado esse artigo, uma das maravilhas dessa edição número 201, do mês sete, do ano de 2023.
Em “uma viagem entre os extremos”, da edição 01 a 200, a Revista Balcão Automotivo é um importante veículo de comunicação, que traz informações relevantes do setor automotivo.
Tive a honra e o privilégio de, a partir da edição 136, fazer parte da revista na condição de colaborador e colunista.
Até a próxima edição!
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Comportamento AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO PROFISSIONAL
*Analista Administrativo Sênior da Distribuidora Automotiva S/A – Filial Salvador; Bacharel em ADM; MBA em Gestão de Empresas; MBA em Liderança Coaching; Co-autor dos livros “Ser Mais Inovador em RH” – “Motivação em Vendas” e "Planejamento Estratégico para a Vida”
dos Pesados &
Comerciais
TEXTO: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO
RENOVAR E A
MP 1.175/23 SÃO
COMPLEMENTARES
PARA A RENOVAÇÃO DA FROTA
O primeiro é um programa de longo prazo e o segundo de curto prazo; teve uma portaria recente que detalha a destruição dos caminhões antigos, o que faltou no início
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renovação da frota de caminhões é discutida há décadas e dois programas estão em vigor, o Renovar, e mais recentemente a MP 1.175/23, que visa tirar de circulação e destruir os veículos com mais de 20 anos de uso na troca por um caminhão novo, através de créditos tributários no valor total de R$700 milhões por parte do Governo Federal às montadoras, revertidos em um bônus de até R$ 80,3 mil para o consumidor. Pelo balanço do Governo Federal, até o final do mês de junho, foram utilizados R$100 milhões e o programa tem prazo para acabar, de 120 dias, computados a partir do dia 6 de junho.
Na avaliação de Gustavo Bonini, 1º vicepresidente da Anfavea, os números mostram o interesse e o apetite das montadoras de participarem do programa, mas faltava um detalhamento sobre a destruição do caminhão antigo. “Recentemente, foi publicada uma portaria que mostra esse detalhamento e a nossa expectativa agora com esse pacote pronto é que o programa siga adiante, com os créditos que já estão com as montadoras”, afirmou.
Bonini também comentou sobre a complexidade desta renovação. “O programa para caminhões tem uma complexidade adicional se comparado
aos veículos leves, justamente para a destruição do veículo, em como levá-lo para esta finalidade, dar baixa e conectála ao crédito que será dado na venda do veículo novo”. Outro desafio refere-se às baixas nos Detrans, exatamente para que esses caminhões sejam retirados de circulação.
O que, segundo Geraldo Alckmin, vicepresidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), já está sendo providenciado. “Eu já falei com o Denatran para que sejam providenciadas as medidas necessárias para que as baixas desses veículos nos Detrans sejam mais rápidas. É isso que levará ao crédito tributário e à renovação da frota de caminhões e ônibus”, informou, durante a coletiva da Anfavea em julho.
Programas complementares
Nas palavras de Bonini, o Renovar e a MP 1.175/23 são programas complementares. O primeiro visa a renovação da frota, gradualmente reduzindo a idade do veículo, até que o consumidor consiga comprar um novo, já o segundo, um programa de curto prazo, é um salto do antigo, com mais de 20 anos de uso, para um zero quilômetro. “A expectativa é termos esses programas
“O programa para caminhões tem uma complexidade adicional se comparado aos veículos leves, justamente para a destruição do veículo, em como levá-lo para esta finalidade, dar baixa e conectá-la ao crédito que será dado na venda do veículo novo”.
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Gustavo Bonini, 1º vice-presidente da Anfavea
avançando. São quase 450 mil veículos com mais de 25 anos de uso. Tanto o Renovar como a MP 1.175/23 endereçam o grande problema da frota envelhecida e eles se complementam”.
Nova tecnologia
Outro ponto colocado por Bonini foi sobre a mudança de tecnologia, do Proconve P7 para o P8, com o novo motor Euro 6, o que naturalmente encareceu os caminhões. Tanto que no primeiro semestre deste ano, do total de caminhões comercializados, apenas 22,8% foram produzidos neste ano, o que, de acordo com as estatísticas da Anfavea dos últimos cinco anos, esse percentual deveria estar na casa dos 44%. “Há um desafio por conta do P8 na adequação da produção e os emplacamentos estão muito conectados ao volume de P7 no mercado. As montadoras estão adequando seu volume de produção, de acordo com a demanda do P8, e nós continuaremos a usar esse indicador, pois ele mostra o quanto tem de estoque de P7 sendo comercializado e em qual mês ele terminará”.
Produção e emplacamentos
No primeiro semestre deste ano, a produção de caminhões registrou uma queda de 34,3% na comparação do mesmo período de 2022, totalizando 47,2 mil unidades e de 16,2% entre os meses de maio e junho, com 7 mil unidades, ante 8,4
mil fabricadas em maio. Ao todo, foram emplacados 57.282 caminhões no primeiro semestre, resultado 12,10% inferior ao mesmo período de 2022, e 7.722 unidades em junho, abaixo das 7.893 unidades emplacadas em maio.
De acordo com Marcelo Franciulli, diretor Executivo da Fenabrave, “são necessários alguns ajustes para a retirada do caminhão de circulação, para que seja dada a sua baixa, ele seja escopeado e descontaminado. Nós estamos trabalhando no maior programa de renovação, o Renovar, na melhoria para a retirada desses veículos de circulação com todo o arcabouço legal. Estamos trabalhando junto ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para que haja uma readequação dos valores que foram aprovados pela MP 1.175/23 para o programa no Renovar”.
Vale lembrar que pela MP 1.175/23 cabia às concessionárias o destino dos caminhões entregues para a troca do veículo novo, em condições de rodar, licenciado e regularizado, para a devida desmontagem/descontaminação e baixa do veículo, e que na última hora foram incluídos os veículos pesados no programa, sem que houvesse uma definição clara de como seria todo esse processo. Por isso, é esperado que ela surta efeito com a recente portaria que detalha a destruição dos caminhões antigos.
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... são necessários alguns ajustes para a retirada do caminhão de circulação, para que seja dada a sua baixa, ele seja escopeado e descontaminado. Nós estamos trabalhando no maior programa de renovação, o Renovar, na melhoria para a retirada desses veículos de circulação com todo o arcabouço legal.
Marcelo Franciulli, diretor Executivo da Fenabrave
Balcão dos Pesados
& Comerciais
ALLISON TRANSMISSION EQUIPA NOVA GERAÇÃO DO VEÍCULO UTILITÁRIO AGRALE MARRUÁ AM250
A Allison Transmission anuncia que os utilitários Agrale Marruá AM250, com tração 4x4, tanto com Cabine Simples quanto com Cabine Dupla, agora estão equipados com as transmissões totalmente automáticas Allison da Série 1000™. Os Agrale Marruá AM250 receberam as transmissões Allison 1000 xFE™, que foram idealizadas para proporcionar maior durabilidade e eficiência nas operações off-road, bem como maior capacidade de tração e locomoção nos mais diversos tipos de terrenos. Ela está acoplada ao motor Cummins Euro VI de quatro cilindros e 3,8 litros com 170 cavalos de potência (125 quilowatts) e 61,2 kgfm (600 Nm) de torque.
MERCADO DE CAMINHÕES FECHA PRIMEIRO SEMESTRE EM QUEDA DE 12%
DAF PRODUZ 30 MIL CAMINHÕES E CRESCE 18,2% EM VENDAS
No ano em que comemora 10 anos de história no País, a DAF bateu a marca de 30 mil caminhões fabricados. Um marco importante para a companhia que fechou os seis primeiros meses de 2023 com aumento de 18,2% nas vendas no comparativo com o primeiro semestre de 2022. Mesmo dentro de um momento de retração do setor, que registrou queda de 12% de janeiro a junho deste ano, em relação ao acumulado no período em 2022, a confiabilidade e a alta competitividade dos caminhões premium da DAF deram, também, à companhia um lugar entre as três marcas que mais emplacaram caminhão Euro 6 até agora.
VENDA DE IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS CAIRÁ
13% EM 2023
A venda de implementos rodoviários no primeiro semestre somou 72.971 unidades. O número representa ligeira queda de 2,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. A retração foi puxada pelos implementos leves, ou carrocerias montadas sobre chassi. Elas recuaram 11,3%, enquanto os equipamentos pesados (reboques e semirreboques) anotaram aumento de 4,6% nas entregas. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), que revisou para baixo sua projeção anual de 140 mil para 135 mil unidades licenciadas até o fim do ano.
As vendas de caminhões novos na primeira metade do ano somaram 50,3 mil unidades, volume 12,1% menor ao registrado no mesmo período do ano passado, quando os emplacamentos acumularam perto de 57,3 mil unidades. Os dados são da Fenabrave, apresentados na terça-feira, 4/07. Cabe lembrar que ao longo do primeiro semestre do ano passado, o setor automotivo enfrentava a fase mais aguda da escassez de componentes nas linhas de montagem, o que provocou falta de produtos. Segundo a federação que representa os concessionários, as tensões agora têm naturezas mais econômicas em vez de logísticas.
MAGNETI MARELLI OFERECE FLUIDO DE RADIADOR PARA VEÍCULOS LEVES E PESADOS
Uma das linhas que mais cresce na extensa gama de produtos Magneti Marelli, a linha térmica automotiva da marca também oferece à reposição fluidos para radiadores de veículos leves e pesados. Ao todo são sete produtos: dois anticorrosivos com inibidores inorgânicos e cinco aditivos à base de glicol com inibidores orgânicos, sendo quatro na versão concentrada e um na versão pronta para uso. Hoje, o catálogo da linha térmica Magneti Marelli conta com mais de 900 códigos de produtos como radiadores, eletro-ventiladores, visco-fans, intercoolers, bombas d’água e válvulas termostáticas, além de compressores, evaporadores e condensadores para sistemas de ar-condicionado.
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Texto: Redação | Foto(s): Divulgação
BIA FIGUEIREDO, PRIMEIRA MULHER A VENCER A COPA TRUCK
Na corrida 2, da quinta etapa, realizada em Cascavel (PR), Bia Figueiredo tornou-se a primeira mulher a vencer na Copa Truck. Rachel Loh, chefe da equipe ASG Mercedes-Benz e engenheira da Bia, também se consagra como a primeira mulher chefe e engenheira da Copa Truck a subir no lugar mais alto do pódio. “Não é uma vitória minha e da Rachel. É uma conquista de todas as mulheres que ocupam profissões e têm cargos que as pessoas gostam de rotular como se fosse um lugar só deles. Essa é uma conquista de uma piloto e de uma engenheira, e também das mulheres que estão nos volantes, nas estradas, trabalhando nas montadoras, na logística e em tantas outras profissões”, diz Bia, emocionada.
ACCELERA BY CUMMINS ENTREGA 60 CAMINHÕES
BASCULANTES COM EMISSÃO ZERO PARA OPERAÇÕES URBANAS
MAIS LIMPAS
A Accelera™ by Cummins, Unidade de Negócios de emissão zero da Cummins Inc., entregou 60 caminhões basculantes movidos a célula de combustível de hidrogênio para a cidade de Xangai, na China, e anuncia 100 veículos programados para ainda este ano. Desenvolvidos em conjunto com a Dechuang Future, os caminhões a célula de combustível de 31 toneladas contam com um avançado sistema e-powertrain - composto pelo motor de célula de combustível de hidrogênio de 120kW da Accelera, integrado a uma bateria de fosfato de ferro e lítio de 127kW.h, um motor de acionamento de 410kW e um sistema de transmissão automática AMT de consumo de energia ultrabaixo.
EATON AMPLIA PORTFÓLIO DA EATON AFTERMARKET PARTS COM SINCRONIZADORES, EIXOS E ENGRENAGENS PARA O MERCADO DE REPOSIÇÃO
A EAP, marca que oferece ao mercado peças de longa durabilidade com preços mais acessíveis, contribuindo para a realização de uma manutenção mais econômica, eficiente e sustentável, com a qualidade do DNA Eaton, anuncia neste mês a ampliação do portfólio de sincronizadores, eixos e engrenagens para o mercado de reposição automotiva. No total, chegarão às prateleiras 56 novos itens que têm aplicações em câmbios manuais de ônibus e caminhões; e atendem a mais de 150 modelos de veículos da frota circulante da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Mercedes-Benz, Iveco, General Motors, Agrale e Ford.
AMORTECEDORES PARA VANS E PICAPES
A Nakata destaca sua linha de amortecedores para vans e picapes. Acompanhando a evolução deste segmento, considerando que a venda desta categoria vem crescendo, a fabricante diversifica o portfólio da linha de amortecedores. Os amortecedores pressurizados HG da Nakata atendem às montadoras Citroën, Fiat, Ford, General Motors, Kia Motors, Mitsubishi, Nissan, Peugeot, Renault, Toyota e Asia Motors. A Nakata é pioneira na produção da tecnologia de amortecedores HG pressurizados desde a década de 80, que consiste em um moderno sistema de injeção de gás nitrogênio, em conjunto com uma válvula de fluxo de gás, uma evolução que garante alto desempenho, conforto e segurança.
BRIDGESTONE BANDAG LANÇA A
BANDAG LIGHT S PARA O SEGMENTO DE VEÍCULOS RODOVIÁRIOS E LEVES
A Bandag, empresa Bridgestone dedicada à pesquisa, desenvolvimento e manufatura de bandas de rodagem, traz ao mercado a nova banda Bandag Light S. A novidade é destinada a veículos rodoviários e leves, para todas as posições, em percursos de curtas e médias distâncias. A nova banda vem para ser uma solução prática e de ótimo custo-benefício, voltada ao mercado de pneus diagonais. Ela substituirá as famílias HW HWR, BRYR, B12, otimizando o portfólio disponível para os motoristas e frotistas. “A Bridgestone trabalha para proporcionar uma mobilidade mais simples, acessível e integrada por meio de soluções inovadoras”, comenta o gerente Sênior de Categoria na América do Sul, Gonzalo Muzzupappa.
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O PROGRAMA DE INCENTIVO DE VENDAS DE VEÍCULOS NOVOS NÃO FOI SUFICIENTE PARA REVER AS PROJEÇÕES DESTE ANO
AMP 1.175/23 teve como objetivo incentivar as vendas de veículos novos através de créditos tributários para as montadoras e o melhor resultado foi para veículos leves, principalmente nos últimos dias de junho. Segundo a Anfavea, a média diária de vendas teve um ápice no dia 30 de junho, com 27 mil unidades, e entre os dias 26 e 30 de junho, o volume ficou em 16,2 mil unidades. “Foi a maior venda diária média dos últimos dez anos e a terceira maior da história”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Somente no mês de junho, pelos dados da Fenabrave, foram 142.017 automóveis emplacados, resultado 11,41% superior ao mês anterior e 6,33% acima do mês de junho de 2022. Já os comerciais leves tiveram uma queda de 3,09%, no comparativo entre os meses de maio e junho, porém, quando comparado com junho de 2022, a alta foi de 19,51%, totalizando 37.674 unidades. Ainda de acordo com a Fenabrave, na segunda quinzena de junho, as vendas de automóveis e comerciais leves tiveram uma expansão de 340%.
A partir do dia 20 de junho, o volume de efetivação das vendas passou a superar o volume diário de 5 mil unidades, com mais de 22 mil nos últimos dias do mês, similar ao alcançado em 2012. A explicação para o impulso das vendas a partir da segunda quinzena do mês se deve ao tempo necessário para a troca de notas fiscais entre concessionárias e montadoras, tanto que cerca de 79 mil veículos comercializados nos últimos quatro dias de junho serão computados no volume de emplacamentos de julho.
Destaque para veículos de até R$ 80 mil
Com o bônus concedido aos consumidores de R$ 2 mil a R$8 mil para veículos leves (automóveis e comerciais), sendo que para alguns modelos esse desconto chegou a até R$ 20 mil, houve uma expansão de 238% no volume de licenciamentos de veículos de até R$ 80 mil no mês de junho em comparação a maio e de 112% para os que se encontram na faixa de R$ 90 mil a R$100 mil. No fechamento do mês, o varejo teve uma participação de 58% nas vendas, o que representa um crescimento expressivo nas vendas
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NÚMEROS DO SETOR
Ainda que o volume de licenciamentos de automóveis tenha sido recorde na segunda quinzena de junho, principalmente na faixa de até R$ 80 mil, a expectativa é terminar o ano com um resultado similar ao de 2022
Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação
para a pessoa física, foco do programa instituído pela MP 1.175/23.
“As vendas em junho se concentraram em pessoas físicas, o que foi importante, pois este era o objetivo do programa: redução de preço e a possibilidade de o consumidor ter acesso ao carro novo. Houve a redução de preço por parte do bônus tributário concedido pelo Governo e automaticamente houve uma disputa entre os fabricantes para atenderem esses consumidores. Alguns veículos tiveram uma redução de preço de até R$ 20 mil”, validou Leite.
Balanço do Governo
Na avaliação do Governo Federal, o programa foi um sucesso, em especial, para veículos leves. Ele salvou empregos, estimulou a atividade industrial, ajudou os consumidores a terem carros com mais tecnologia, melhor segurança e o meio ambiente mais preservado. “Apenas nas três primeiras semanas de junho foram 95 mil veículos (comercializados) e com base em dados da Fenabrave, alguns modelos de carros tiveram um crescimento de 238% nas vendas. Embora o estímulo tenha sido para veículos de até R$ 120 mil, também foram vendidos mais veículos acima deste valor, pois despertou o interessou do consumidor”, declarou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
Balanço semestral
No acumulado do primeiro bimestre do ano, incluindo todas as categorias, foram 999 mil unidades emplacadas, 8,8% acima do mesmo período de 2022. Somente em junho foram 189,5 mil unidades emplacadas, alta de 7,4% sob o mês de maio. Já a produção de veículos totalizou 1,132 milhão de unidades no primeiro trimestre, 3,7% acima do resultado do mesmo período de 2022. No comparativo entre os meses de maio e junho, houve uma retração de 3,7% no volume de produção, chegando a 189 mil unidades. A queda foi justificada pela adequação dos estoques das montadoras.
O mês de junho terminou com um estoque de 223,6 mil unidades, sendo 138,1 mil nas concessionárias. “Ainda há muitos veículos em estoque nas concessionárias com o bônus concedido aos consumidores”, afirmou Andreta Jr., presidente da Fenabrave. Segundo a Anfavea, do volume total em créditos
tributários concedido pelo Governo para veículos leves, R$ 500 milhões e mais R$ 300 milhões adicionados posteriormente, R$710 milhões foram utilizados até o dia 30 de junho. “Em torno de 150 mil veículos foram contemplados pelo programa, 54 mil é a estimativa de vendas contempladas em junho e 79 mil foram vendas realizadas no mês e ainda não emplacadas”, expôs Leite.
Projeções mantidas
Na avaliação de Andreta Jr., o programa deu um impulso ao setor, mas não foi suficiente para rever as projeções para este ano. “O programa foi um sucesso para fazer bater o coração, mas é preciso dar continuidade. Se não fosse o programa, estaríamos projetando uma queda de vendas para este ano. Mas é preciso que haja uma sequência deste trabalho e na Fenabrave, nós já estamos trabalhando com o nosso pessoal técnico para apresentar ao Governo um programa que vise aumentar o volume de vendas, o que é bom para todo o setor, incluindo montadoras, concessionárias e autopeças”, afirmou.
A entidade continua trabalhando com os números que foram apresentados no início deste ano, de crescimento zero para automóveis e comerciais leves, fechando o ano com 1.957.702 unidades emplacadas, zero também para caminhões, com 124.584 unidades. Já os segmentos com previsão de alta são o de motocicletas, com 1.484.720 unidades, 9% acima de 2022, e para ônibus, é previsto um crescimento de 5% em relação ao ano passado, fechando o ano com 22.953 unidades emplacadas.
Para a Anfavea também não há motivo para revisar as projeções. “Não acredito que isso motive uma revisão dos números, ainda é cedo, porque começamos o ano com números baixos e o início de junho foi ruim. O que aconteceu acaba dando uma puxada no mercado, mas agora temos que ver como se comportarão os meses de julho e agosto. Ainda não há fundamento para revermos os números”, comentou Leite. O balanço do programa e do primeiro semestre foram apresentados por ambas as entidades, em coletivas de imprensa realizadas no início de junho.
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NÚMEROS DO SETOR
José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea
PREMIAÇÃO
14ª EDIÇÃO DO PRÊMIO SINDIREPA-SP
DESTACA AS MELHORES MARCAS ELEITAS PELOS MECÂNICOS
Pesquisa avaliou 16 categorias de produtos e evento de premiação reuniu representantes de empresas e entidades do setor automotivo
A14ª edição do Prêmio Sindirepa-SP Os Melhores do Ano reconheceu as marcas líderes de fabricantes de autopeças, equipamentos e serviços, conforme avaliação dos reparadores do estado de São Paulo, no dia 20/06, na Fiesp, capital paulista. Foram premiadas três empresas em cada uma das 16 categorias, recebendo os selos Ouro, Prata e
Bronze, que podem ser utilizados pelas vencedoras em todos os materiais de comunicação ao longo de 12 meses e proporcionam descontos em veículos de comunicação que apoiam a iniciativa, como o Balcão Automotivo, por exemplo.
Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP, enfatizou a importância da premiação ao ressaltar que ela avalia diversos
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Ouro
Por: Redação | Foto(s): Divulgação
Ganhadores
SINDIREPA-SP
critérios fundamentais para o sucesso das empresas no mercado de reposição automotiva. Entre esses critérios, destacam-se a qualidade dos produtos, o atendimento oferecido e a disponibilidade dos itens necessários para os reparos veiculares. Segundo Fiola, esse momento de reconhecimento é uma celebração do mercado e uma forma de homenagear as marcas que desempenham um papel fundamental no dia a dia das oficinas mecânicas.
O evento de premiação, organizado pelo Grupo Photon, contou com as presenças de representantes da Anfavea e da Stellantis P&S. Ainda: a cerimônia teve também os presidentes da ANDAP, Rodrigo Carneiro; Sincopeças-SP, Heber Carvalho; SICAP, Alcides Acerbi Neto; Conarem, José Arnaldo Laguna; Anfape, Renato Fonseca; e Afeevas, Stephan Blumrich. Além dos membros da diretoria do Sindirepa-SP, a jovem empreendedora Rieli Freire, proprietária da Garagem R Motors e mecânica qualificada, teve o prazer de entregar os prêmios aos ganhadores das 16 categorias.
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PREMIAÇÃO
Ganhadores Prata
Ganhadores Bronze
Tendências
por: Renato Matias Vieira Lass*
A TRANSFORMAÇÃO TECNOLÓGICA DAS REDES DO AFTERMARKET AUTOMOTIVO
Osetor automotivo passou por grandes transformações nos últimos anos, tanto em termos de avanços tecnológicos quanto na busca por melhores práticas de gestão. Duas importantes mudanças ocorreram em diferentes áreas da indústria: o movimento de homologação de sistemas de gestão pelas montadoras de veículos em suas redes de concessionárias nas décadas de 1990 e 2000; e uma tendência atual de homologação de sistemas de gestão por fabricantes de autopeças e pneus em
suas redes de varejistas e reparadores no Aftermarket Automotivo.
O primeiro movimento de homologação de sistemas liderado pelas montadoras ocorreu a partir do momento em que elas perceberam a importância de padronizar os processos de gestão e o atendimento em suas redes de concessionárias, o que permite um maior controle sobre a qualidade dos serviços prestados, aprimora a experiência do cliente e garante a consistência da
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Diretor de novos negócios da Linx
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A TRANSFORMAÇÃO TECNOLÓGICA DAS REDES DO AFTERMARKET AUTOMOTIVO
marca em todas as unidades.
Já o segundo movimento está ocorrendo neste momento no Aftermarket Automotivo, por meio de fabricantes de autopeças e pneus que possuem redes de reparadores e varejistas associados. Com o avanço da transformação digital, apenas a padronização de processos e capacitação técnica já não são suficientes para fundamentar as mudanças almejadas pelas grandes redes nos estabelecimentos que levam a sua bandeira, assim os sistemas de gestão passam a ser um desses fundamentos, pois permitem que os dados de cada estabelecimento sejam coletados, processados e analisados de maneira ágil e eficaz. Isso permite identificar tendências de consumo, personalizar ofertas, otimizar a logística e aprimorar a comunicação com o cliente.
Além disso, a padronização de sistemas de gestão facilita a colaboração entre os diferentes elos da cadeia de suprimentos do Aftermarket Automotivo. Ao adotar sistemas compatíveis, os fabricantes de autopeças e pneus podem alavancar suas parcerias com varejistas e reparadores, compartilhando informações e conhecimentos que impulsionam a inovação e o desenvolvimento de soluções mais eficientes. No entanto, é importante ressaltar que, independentemente de padrões definidos, os reparadores e varejistas, que fazem parte de redes, não devem limitar a sua criatividade e diferenciação, pois cada estabelecimento possui suas particularidades e estratégias próprias. Essas singularidades devem ser valorizadas e compatibilizadas com os padrões e requisitos definidos na rede.
Tendências
Já no caso de reparadores e varejistas independentes, é importante estar atento a esses movimentos das redes, buscando estar atualizado tecnologicamente para se manter competitivo. A partir desses movimentos de digitalização massivos das redes, a régua do consumidor deve subir ainda mais, pois cada vez mais ele terá contato com novas experiências, com as quais se acostumará rapidamente e, então, passará a exigir dos estabelecimentos nos quais é atendido. No final, o consumidor ganha por ser atendido de forma mais ágil e conveniente, mas o Aftermarket Automotivo como um todo também ganha por meio da inovação que impulsiona melhorias em gestão que geram crescimento sustentável.
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*Renato Matias Vieira Lass é diretor da vertical de Aftermarket Automotivo da Linx, empresa da plataforma de software Stone Co, especialista em tecnologia para o varejo e líder no mercado de software de gestão, com 45,6% de market share do mercado varejista, conforme atesta o IDC. Toda a expertise da Linx é focada em um varejo de — e para — pessoas, conectando o indivíduo à facilidade, inteligência e experiência desejada do mundo online ao offline.
“Com o avanço da transformação digital, apenas a padronização de processos e capacitação técnica já não são suficientes para fundamentar as mudanças almejadas pelas grandes redes nos estabelecimentos que levam a sua bandeira, assim os sistemas de gestão passam a ser um desses fundamentos, pois permitem que os dados de cada estabelecimento sejam coletados, processados e analisados de maneira ágil e eficaz...”
Renato Lass, diretor de novos negócios da Linx
VALORIZAR O CLIENTE VITALÍCIO (LIFETIME VALUE) É CRUCIAL PARA O SUCESSO DA SUA AUTO PEÇAS
Osetor de autopeças é altamente competitivo e as empresas que atuam nesse segmento precisam encontrar maneiras de se destacar em um mercado cada vez mais disputado. Para isso, é essencial que elas valorizem seus clientes e se esforcem para mantê-los engajados e fiéis à sua marca, tendo consciência de que ao atendê-los bem, estão trazendo longevidade para a parceria.
Uma métrica que pode ajudar as empresas de autopeças a alcançar esse objetivo é o Valor Vitalício do Cliente (Lifetime Value). O Lifetime Value permite avaliar a receita gerada por um cliente ao longo de todo o tempo em que ele mantém um relacionamento com a empresa. No caso das empresas de autopeças, essa métrica é ainda mais relevante, uma vez que muitos clientes são recorrentes na aquisição de peças e componentes para seus veículos, seja para substituição periódica ou para realizar manutenções preventivas.
Neste artigo, exploraremos como a métrica do Lifetime Value pode ajudar as empresas de autopeças a entender melhor seus clientes e desenvolver estratégias eficazes de fidelização. Veremos também como essa métrica pode ser utilizada para identificar os clientes mais assíduos e como as empresas podem criar programas de fidelidade para mantê-los satisfeitos, ressaltando sempre a importância da valorização da parceria e do cuidado com o cliente.
O valor que um cliente pode gerar ao longo do tempo para uma autopeças é muitas vezes subestimado. Ficamos presos ao pensamento de que um grande ticket médio é a chave para o sucesso, mas a longevidade da parceria é o verdadeiro diferencial. Uma pequena receita mensal e constante, proveniente de clientes recorrentes e fiéis, pode ser tão ou até mais importante do que uma grande venda esporádica. É importante lembrar que esses clientes proporcionam ao empresário uma estimativa de faturamento e
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MERCADO
Por: Francisco Gomes* | Foto(s): Divulgação/Nakata
confiança para pagar os custos fixos da empresa.
Para conhecer melhor o perfil do seu cliente e comprovar a recorrência, coloque como tarefa preencher os dados do cliente em cada Ordem de Serviço ou cupom fiscal e analise a frequência de compras. Com isso, é possível que identifique clientes que realizam revisões periódicas por quilometragem, manutenção preventiva, proprietários de veículos mais antigos, profissionais independentes de mecânica, oficinas parceiras, donos de pequenas frotas de veículos ou revendas, clientes de lava jatos, entre tantos outros. É importante conhecer o perfil dos clientes e suas frequências de compras para montar a melhor estratégia de fidelização e melhorar a parceria.
No setor de autopeças, é fundamental entender os fatores preponderantes para fidelizar um cliente e tornar-se a escolha na hora da compra. O cliente deseja sentir-se seguro na relação comercial e espera que a empresa demonstre comprometimento com a solução de seus problemas, ofereça bom atendimento e tenha um bom nível de estoque. Além disso, é importante oferecer preços justos e contar com balconistas com bom conhecimento técnico para auxiliá-lo. Outros fatores que podem ser decisivos incluem a localização da loja, possibilidade de crédito e valorização da parceria. Ao desenvolver estratégias eficazes para atender esses fatores, as empresas de autopeças conseguem melhorar a experiência de compra de seus clientes e aumentar sua recorrência, garantindo um relacionamento duradouro e rentável para ambas as partes.
O caso da Gillette é um excelente exemplo de como uma empresa pode acompanhar o cliente durante toda a sua vida adulta, fornecendo produtos que atendam às suas necessidades em diferentes fases da vida. Com uma estratégia bem definida, a empresa oferece um portfólio variado de modelos e preços, mantendo o cliente fiel à marca independentemente de seu poder aquisitivo. Essa estratégia também pode ser aplicada pelas empresas do setor de autopeças, oferecendo soluções que atendam às necessidades específicas dos clientes em cada etapa de sua jornada automotiva. Seja um cliente que precisa de peças para um veículo leve, pesado, nacional ou importado, é fundamental estar sempre à disposição para suprir suas necessidades e garantir uma parceria duradoura e rentável.
Algumas estratégias que podem ser utilizadas para aproveitar a métrica de Lifetime Value e vender mais:
1. Identificar os clientes com maior valor vitalício: Analisar o histórico de compras dos clientes e identificar aqueles que geram maior receita ao longo do tempo, destacando a frequência de compras e respeitando o perfil. Com essa informação, é possível enviar ofertas personalizadas na periodicidade adequada, como lembrar da revisão, do tempo para troca do óleo, da vida útil da correia dentada, entre outros. Isso permite que você mantenha uma comunicação constante com o cliente, ajude a evitar danos pela manutenção
negligenciada e crie um relacionamento duradouro e rentável.
2. Investir em atendimento personalizado: Utilize as informações coletadas dos clientes para oferecer um atendimento personalizado e soluções que atendam às necessidades específicas de cada um deles. Isso envolve estar atento à forma como se relaciona, incluindo a sugestão de produtos e serviços que agreguem valor além da compra regular. Além disso, é possível criar múltiplos canais de atendimento, oferecer um serviço de busca do veículo na residência do cliente para manutenção, estabelecer horário de atendimento estendido aos sábados e outras estratégias que proporcionem uma experiência mais satisfatória para o cliente.
3. Desenvolver programas de fidelidade: Criar programas de fidelidade que incentivem os clientes a manter um relacionamento duradouro com a empresa, oferecendo recompensas e descontos. Um bom exemplo é oferecer cashback para ser utilizado em produtos da própria loja ou até mesmo em parceria com outras empresas do mesmo segmento, aumentando a possibilidade de agradar ao cliente e gerando mais fidelidade.
4. Oferecer produtos e serviços complementares: Identificar as necessidades dos clientes e oferecer produtos e serviços que possam complementar as compras já realizadas. Isso pode incluir serviços de manutenção, peças de reposição e outros acessórios que possam melhorar a experiência do cliente com o seu veículo. Ao oferecer esses produtos e serviços, a empresa aumenta a satisfação do cliente, além de aumentar o ticket médio de cada venda.
A conclusão é de que o cliente fiel é um dos maiores ativos que uma empresa pode ter e, portanto, deve ser valorizado e mantido com investimento em estratégias que maximizem o seu valor vitalício. É importante lembrar que, mesmo diante de pequenos atritos que possam surgir durante a relação, como o processo de garantia, é fundamental pensar no valor do cliente fiel para a empresa.
É importante fazer um pequeno sacrifício hoje para salvar um cliente vitalício? A resposta é simples: sempre vale! Afinal, o valor que um cliente fiel pode trazer para a empresa ao longo do tempo é incomparável. Por isso, investir em estratégias que visem manter uma relação duradoura e satisfatória com o cliente é fundamental para o sucesso da empresa em longo prazo.
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MERCADO CLIENTE VITALÍCIO
Francisco Gomes Consultor e instrutor do curso de Balconista de Alta Performance