Revista Balcão Automotivo ed 229

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HÁ 19 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

DO BALCÃO AO FUTURO A TRANSFORMAÇÃO DE QUEM FAZ O MERCADO GIRAR

No Dia do Balconista, celebramos os profissionais que conectam indústria, distribuidor, oficina e motorista. Com conhecimento e dedicação, eles mantêm o mercado em movimento e o Brasil rodando.

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HÁ 19 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

Balcão Automotivo é uma publicação dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes. Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

NOSSA PLATAFORMA DIGITAL

NO BALCÃO, NASCE A CONFIANÇA

Ele pode até não perceber, mas o balconista de autopeças é uma das figuras mais importantes do nosso mercado. É ele quem recebe o cliente, entende a necessidade, traduz o problema técnico e encontra a solução. É no balcão que o conhecimento ganha voz e o atendimento se transforma em confiança.

quem quer se destacar e crescer na profissão.

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90 MIL VISITAS POR MÊS

O balcão de autopeças é muito mais do que um ponto de venda: é um espaço de relacionamento, aprendizado e crescimento. Ali, histórias se cruzam todos os dias: o mecânico que confia na recomendação, o motorista que busca uma solução rápida, o vendedor que faz mais do que vender: ajuda alguém a seguir viagem. Cada atendimento é um pequeno capítulo da grande engrenagem que move o setor automotivo.

Infelizmente, muitos jovens ainda não enxergam no balcão um caminho de carreira promissor. Talvez por falta de informação ou de incentivo. No entanto, o balcão continua sendo um espaço cheio de oportunidades. É onde se aprende sobre atendimento, gestão, vendas e técnica. Quantos empresários e executivos do setor começaram atrás de um balcão? Muitos, e todos carregam o mesmo orgulho de suas origens.

Por isso, é fundamental que a indústria olhe com mais atenção para esse profissional. Ele é o elo entre a marca e o consumidor, a voz que traduz o técnico em confiança. Valorizar o balconista é valorizar a própria cadeia automotiva.

SEGUIDORES

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Por isso, quem escolhe o balcão precisa ter algo que vai além da técnica: precisa gostar de atender pessoas. O balcão exige empatia, paciência e disposição para ouvir. É um trabalho que mistura conhecimento técnico com sensibilidade humana, onde cada dúvida é uma chance de demonstrar profissionalismo e cada cliente satisfeito é uma conquista.

Mas o mercado muda rápido, e o balconista também precisa acompanhar. Peças mais tecnológicas, veículos eletrificados e sistemas cada vez mais complexos exigem atualização constante. Buscar conhecimento deixou de ser um diferencial: tornou-se parte da rotina de

O Balcão Automotivo tem orgulho de ser parceiro desses profissionais, levando informação, conteúdo técnico e inspiração a quem vive o dia a dia do balcão. Acreditamos que cada atendimento é uma oportunidade de crescimento e que, por trás de cada venda, existe uma história de dedicação.

Parabéns a todos os balconistas de autopeças pelo seu dia, comemorado em 26 de novembro.

Vocês são a força que mantém o mercado em movimento.

O EDITOR

DIRETORIA / COMERCIAL: DIRETOR COMERCIAL - Edio Ferreira Nelson / edio@balcaoautomotivo.com

EXECUTIVO DE CONTAS - Richard Faria / richard@balcaoautomotivo.com

CONSELHEIRO CONSULTIVO: Carlos de Oliveira

REDAÇÃO: Editor-chefe - Silvio Rocha / redacao@balcaoautomotivo.com | Karin Fuchs

DEPTO DE ARTE: Gerente de Produção e Arte/Proj. Gráfico - Fabio Ladeira/ fabio@balcaoautomotivo.com

COLABORADORES: Felipe Orban | Lucas Piolla | Valtermário Rodrigues

MKT DIGITAL: Guilherme Nelson / guilherme@balcaoautomotivo.com | Lary Dias / larissa@balcaoautomotivo.com | Otavio Rocha / marketing@balcaoautomotivo.com

FINANCEIRO: Analista Financeira: Luciene Moreira / luciene@balcaoautomotivo.com

VELAS

DE IGNIÇÃO CHAMPION CHEGAM PARA AMPLIAR A COBERTURA DA DRIV NO MERCADO

REPARADOR

A DRiV™ anuncia a chegada das velas de ignição Champion® ao mercado brasileiro. Com mais de 110 anos de tradição, a marca estreia no País com 269 SKU’s que atendem a 51 marcas e mais de 2 mil modelos de veículos, cobrindo 85% da frota nacional. As velas combinam materiais nobres, como irídio e metais preciosos, garantindo desempenho superior, eficiência e durabilidade. O lançamento reforça a estratégia da DRiV™ de ampliar sua presença no mercado, oferecendo soluções de alto valor agregado e tecnologia de ponta aos reparadores brasileiros.

IQA REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA TROCA DO FLUIDO DE FREIO A CADA DOIS ANOS

A manutenção preventiva é essencial para a segurança e o bom desempenho dos veículos, e o fluido de freio merece atenção especial. Com o tempo, ele absorve umidade, perde eficiência e pode causar corrosão, aumentando o risco de falhas no sistema de frenagem. A troca deve ser feita a cada dois anos ou conforme o fabricante. O IQA realiza ensaios que avaliam o ponto de ebulição e a resistência química dos fluidos, assegurando conformidade com normas internacionais e mais segurança para motoristas e passageiros.

NAKATA OFERECE AMPLO PORTFÓLIO DE PEÇAS PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS E HÍBRIDOS BYD

A Nakata oferece uma linha completa de componentes para veículos elétricos e híbridos da BYD, incluindo amortecedores, bieletas, tulipas, juntas fixas, semieixos homocinéticos e cubos de roda. O portfólio contempla amortecedores HG para Dolphin e Dolphin Mini; bieletas para Dolphin, Seal e Song Plus; e cubos e componentes de transmissão para o Song Plus. Reconhecida pela qualidade e inovação, a Nakata segue ampliando seu portfólio. Mais informações em www.catalogonakata.com.br

SCHAEFFLER VEHICLE LIFETIME

SOLUTIONS FORTALECE SUA

LIDERANÇA DE MERCADO AO EXPANDIR O PORTFÓLIO DE SOLUÇÕES PARA SISTEMAS DE PROPULSÃO COM

PRODUTOS DA VITESCO

A Schaeffler Vehicle Lifetime Solutions (VLS) avança com a integração do portfólio da Vitesco Technologies, unindo expertise mecânica e inovação eletrônica. A iniciativa amplia o alcance no mercado de reposição e impulsiona soluções para mobilidade sustentável. Com tecnologias como sensores de NOx, atuadores e unidades de controle, a VLS reforça sua oferta de produtos com qualidade OE, reduzindo emissões e custos operacionais, além de oferecer treinamentos e suporte técnico pelo portal REPXPERT.

PHINIA CELEBRA TÍTULO DA EQUIPE DRIFT SHOW BRASIL NO CAMPEONATO BRASILEIRO DE DRIFT

Uma das líderes em sistemas de combustível e produtos de reposição, a PHINIA celebra o título do Campeonato Brasileiro de Drift conquistado pela equipe Drift Show Brasil, patrocinada pela Delphi, em Piracicaba (SP). A vitória reforça a conexão da marca com o automobilismo e seus valores de desempenho, inovação e precisão. Segundo David Angelo, da PHINIA, o esporte é uma plataforma para aproximar a marca do público automotivo. A Delphi segue apoiando iniciativas que unem tecnologia e paixão por motores, dentro e fora das pistas.

FIQUEPORDENTRO

MAHLE TECH CENTER AMÉRICA DO SUL EXPANDE OPERAÇÕES E AMPLIA CAPACIDADE TÉCNICA

Em 29 de setembro de 2025, a MAHLE inaugurou a expansão do Centro de Engenharia de Filtros das Américas, em Jundiaí (SP), reforçando sua capacidade técnica e infraestrutura. Com novos laboratórios, bancadas de teste e áreas de desenvolvimento, o Centro amplia sua atuação em soluções de filtração e componentes de motores para toda a região. O investimento fortalece o papel estratégico da MAHLE América do Sul no desenvolvimento de tecnologias para mobilidade sustentável e consolida Jundiaí como um hub global de inovação da empresa.

COFAP EXPANDE LINHA DE AMORTECEDORES PARA MOTOS DE MÉDIA E ALTA CILINDRADA

A Cofap amplia seu portfólio de amortecedores para motocicletas com o lançamento de 16 novos códigos voltados a modelos de média e alta cilindrada. Reconhecidos pelo desempenho equivalente ao original, os amortecedores Cofap garantem mais estabilidade, conforto e segurança na pilotagem. Com tecnologia avançada, atendem às exigências dos motociclistas e reforçam o compromisso da marca com qualidade e inovação. Mais informações em www.mmcofap.com.br

ZF AFTERMARKET AMPLIA PORTFÓLIO E LANÇA NOVAS

PASTILHAS DE FREIO DA TRW

A ZF Aftermarket amplia o portfólio da marca TRW com novas pastilhas de freio para veículos de passeio e utilitários leves, reforçando sua presença no mercado de reposição. Os novos códigos atendem a modelos como Fiat Argo, Cronos e Pulse, Mitsubishi Eclipse Cross, Chevrolet Tracker, Honda HR-V e CR-V, entre outros. Reconhecidas pela tecnologia e confiabilidade, as pastilhas TRW garantem frenagens seguras, durabilidade e baixo ruído, alinhadas aos padrões originais das montadoras.

DEDICAÇÃO, FORÇA DE VONTADE E VOLUNTARIADO EMPRESARIAL SÃO FÓRMULA

PARA SUCESSO NA FORMAÇÃO DE JOVENS EM

CAMPINAS

Desde 2005, o Programa Formare, promovido pelo Instituto Robert Bosch em parceria com a Fundação Iochpe, já formou 382 jovens em situação de vulnerabilidade social na unidade da Bosch em Campinas, com o apoio de mais de 1.500 voluntários. Em 2025, a iniciativa celebra 20 anos de parceria, reforçando o compromisso com a educação e o desenvolvimento social. Reconhecido pelo MEC, o Formare oferece cursos profissionalizantes com foco técnico e socioemocional, transformando vidas e preparando jovens para o futuro do trabalho.

WEBMOTORS LANÇA LINHA

INÉDITA DE AROMATIZADORES

AUTOMOTIVOS EM PARCERIA COM A COALA PARA CELEBRAR SEUS 30 ANOS DE ATUAÇÃO NO BRASIL

Para celebrar 30 anos de atuação no Brasil, a Webmotors firmou parceria inédita com a Coala para lançar uma linha exclusiva de aromatizadores automotivos, com fragrância criada especialmente para a marca. A edição limitada, disponível no site da Coala, inclui spray de 60ml e folhinha aromatizada. A ação reforça a presença física de uma marca digital que há três décadas faz parte da jornada dos motoristas. A Webmotors também promoverá um concurso que premiará 50 clientes com kits especiais da parceria.

VENDEDOR DE AUTOPEÇAS: OS DESAFIOS E OS ENCANTOS DA PROFISSÃO

Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

Muitas são as histórias do dia a dia de quem está à frente com o cliente, representando um setor que só cresce e move o País, e que requer muito conhecimento técnico e contínuo.

o mês em que se celebra o Dia do Balconista de Autopeças, em 26 de novembro, dedicamos a matéria de capa desta edição a esse profissional que tanto contribui para o fortalecimento e o desenvolvimento do setor automotivo, transmitindo conhecimento e confiança aos clientes, impulsionando os resultados e lucratividade para as lojas e, ao mesmo tempo, se superando diariamente – não apenas no balcão, mas também na constante busca por atualização em um mercado que não para de evoluir.

Muito mais do que atendimento, o balconista de autopeças é um consultor de soluções. “O balconista de autopeças é o maior ativo estratégico de uma loja de autopeças. Para ilustrar sua importância, no meu curso, o ‘Balconista de Alta Performance’, eu o defino como “O vendedor de autopeças é um profissional crucial na ligação entre consumidores e

“O balconista de autopeças é o maior ativo estratégico de uma loja de autopeças. Para ilustrar sua importância, no meu curso ‘Balconista de Alta Performance’, eu o defino da seguinte forma: ‘O vendedor de autopeças é um profissional crucial na ligação entre consumidores e o vasto mercado de peças automotivas. Sua principal função é acolher os clientes, identificar suas necessidades e comunicar-se de forma clara para facilitar a melhor escolha’.”
Francisco Gomes, consultor e instrutor do curso Balconista de Alta Performance

o vasto mercado de peças automotivas. Sua principal função é acolher os clientes, identificar suas necessidades e comunicarse de forma clara para facilitar a melhor escolha”. O balconista não é um mero atendente. Ele atua como um agente de confiança, cuja primeira missão é entender não apenas o problema técnico do veículo, mas também o estado emocional do proprietário”, disse Francisco Gomes, consultor e instrutor do Curso de Balconista de Alta Performance.

Segundo ele, como verdadeiro especialista na relação, o vendedor deve se colocar no lugar do cliente, transformando essa ansiedade inicial em segurança através de uma abordagem empática e atenta. “É esse acolhimento que define a imagem da loja e constrói a base para toda a experiência. E ao executar bem os papéis de acolhimento e de consultor técnico, o balconista se revela como o verdadeiro pilar estratégico para os resultados da loja. Um cliente que se sente compreendido e tem seu problema resolvido com precisão

volta sempre, transformando-se em receita recorrente. Em segundo lugar, ele impacta diretamente a lucratividade. Um balconista de alta performance conhece as margens dos produtos, sabe quando oferecer um item de maior valor agregado e identifica oportunidades para vendas complementares, que garantem a qualidade do serviço e aumentam o ticket médio”, explicou.

Digitalização, uma transformação profunda

Francisco Gomes, consultor e instrutor do curso Balconista de Alta Performance
Carlos Renir Teixeira, da Renir Peças, de Acopiara (CE)

Gomes também comentou o quanto a digitalização e a evolução do setor automotivo estão provocando uma transformação profunda, que vai muito além das ferramentas de busca de peças. “Elas estão redefinindo o papel, o valor e as expectativas sobre o vendedor de autopeças. O profissional que antes se diferenciava pelo acesso exclusivo a catálogos físicos e pelo conhecimento memorizado, hoje precisa ser muito mais. Eu divido essa mudança em duas grandes frentes: antigamente, o balconista era o detentor da informação. Hoje, a informação é um oceano. Com isso, a expectativa mudou. O cliente não quer mais apenas a informação, ele quer validação e clareza. O profissional moderno precisa saber navegar nesse volume de dados, filtrar o que é correto, corrigir equívocos e atuar como um facilitador técnico. Ele é quem diz: “Entendi

o que você viu naquele vídeo, mas para o seu modelo específico, o detalhe crucial é este, e a peça correta é esta outra””, afirmou.

Neste universo de multicanalidade, Gomes falou sobre as novas exigências aos vendedores e que a digitalização não ameaça o bom profissional. “A nova expectativa é que o profissional tenha fluidez digital. Ele precisa ser ágil para oferecer o mesmo nível de consultoria em todos os canais: balcão, telefone, WhatsApp, redes sociais e plataformas de venda. Ele se torna um consultor multicanal, garantindo uma experiência consistente e de alta qualidade, independentemente de onde o cliente escolha interagir. Em resumo, a digitalização não ameaça o bom profissional; pelo contrário, ela eleva a régua. O balconista de alta performance é um consultor técnico, digitalmente ágil e em constante aprendizado, que usa a tecnologia como sua principal ferramenta para entregar mais valor e confiança ao cliente”, concluiu.

Há 31 anos atuando como vendedor no setor de autopeças, Carlos Renir Teixeira, da Renir Peças, em Acopiara (CE), concorda com as colocações de Gomes. “A digitalização trouxe grandes transformações, principalmente, na agilidade dos processos e na forma de relacionamento com o cliente. Hoje, temos catálogos online, pedidos automatizados e sistemas de gestão integrados que facilitam muito o dia a dia. Além disso, o cliente também está mais informado,

muitas vezes já chega com pesquisas feitas pela internet. Isso exige que o vendedor esteja ainda mais preparado para oferecer informações técnicas corretas e um atendimento personalizado que vá além do que o cliente encontra online”, explicou.

De acordo com ele, os clientes estão mais exigentes e esperam rapidez, precisão e clareza. “Com tantas informações disponíveis online, o papel do vendedor mudou: ele deixou de ser apenas um intermediário para se tornar um consultor técnico. O cliente espera que o vendedor entenda de tecnologia, saiba identificar peças compatíveis com novos modelos e ofereça soluções completas, não apenas produtos. A confiança e o conhecimento se tornaram os principais diferenciais”, afirmou.

Para Teixeira, não há dúvida de que o vendedor de autopeças é uma peça-chave dentro da loja. “Ele é o elo direto entre o cliente e a empresa, e muitas vezes a imagem que o cliente forma da loja depende

Todas as Quintas às 17h

Camila Silveira, especialista em Marketing Digital e Desenvolvimento Empreendedor
Giuliano Martins de Rezende, gerente Comercial da Casa da Transmissão, de Uberlândia (MG)

do atendimento que recebe. Além disso, o vendedor precisa dominar o conhecimento técnico dos produtos, entender as necessidades do cliente e oferecer soluções assertivas, o que influencia diretamente nos resultados da loja — tanto em vendas quanto em fidelização. Ser um bom vendedor hoje vai muito além de vender: é orientar, resolver e agregar valor”, descreveu.

Por conta de tudo isso, ele procura estar sempre atualizado por meio de cursos, treinamentos e acompanhando as novidades do setor automotivo. “Tenho, inclusive, uma certificação do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), órgão que regula o setor automotivo no Brasil, como vendedor de autopeças. Além disso, busco aprimorar constantemente meus conhecimentos sobre ferramentas digitais, catálogos eletrônicos e novas tecnologias dos veículos. Acredito que o vendedor que se adapta às mudanças e se mantém em aprendizado contínuo está sempre um passo à frente, tanto no atendimento quanto nos resultados”, concluiu.

A tecnologia nos dias de hoje

Aprofundando um pouco mais o tema tecnologia, Camila Silveira, especialista em Marketing Digital e Desenvolvimento Empreendedor, mostrou o quanto os aplicativos, marketplaces B2B e plataformas digitais estão transformando completamente a rotina dos balconistas. “Não podemos esquecer que as redes sociais nada mais são que os novos ‘balcões’ do mundo nas ruas mais movimentadas do mercado. Automatizar e ter agilidade nas tarefas que antes tomavam muito tempo e energia é uma solução fundamental dentro da tecnologia. Hoje, em vez de depender apenas do telefone ou da presença física do cliente, o balconista pode realizar orçamentos, consultar estoques e fechar pedidos diretamente pelo celular ou computador. Isso traz agilidade, autonomia e mais tempo para o que realmente importa: o relacionamento humano e estratégico com o cliente”, relatou.

Em se tratando de autopeças, Camila

Ranieri Leitão, presidente do Sincopeças Brasil e do Sistema Sincopeças/Assopeças/ Assomotos Ceará (SSA/CE)

sintetizou que o WhatsApp ainda é o canal mais utilizado, mas que para se destacar, não basta somente ele. “O WhatsApp é rápido, direto e cria uma sensação de proximidade. Mas para se destacar, é importante ir além: ter um catálogo digital atualizado; manter presença ativa em marketplaces B2B, que ampliam a visibilidade da loja; usar CRM ou planilhas inteligentes para acompanhar o histórico de cada cliente; e, claro, redes sociais profissionais como Instagram e LinkedIn, que reforçam credibilidade e fortalecem a marca. Essas ferramentas, quando integradas, transformam o

Feliz dia do

Balconista de Autopeças

26 de novembro

Nesse dia, nós agradecemos quem entende tudo de peças e reconhecemos o papel essencial desses profissionais que fazem a diferença nas lojas, oficinas e na vida de tantos motoristas. Parabéns a todos os balconistas que mantêm o setor em movimento!

delp hi. com.br

atendimento em algo ágil, moderno e personalizado”, orientou.

E para os vendedores que ainda têm resistência às tecnologias, Camila deixou um recado. “Existe uma resistência natural, especialmente, entre profissionais que começaram suas carreiras antes da era digital. Mas o que costumo dizer é: a tecnologia não veio para substituir o vendedor, e sim para potencializar o que ele faz de melhor. Um bom vendedor continua sendo insubstituível, o que muda é o meio. Hoje, a tecnologia é uma aliada poderosa para vender mais, com menos esforço. Quem aprende a usá-la, ganha tempo, amplia seu alcance e se torna indispensável dentro da empresa. Quando o balconista une tecnologia + empatia, ele deixa de ser apenas um vendedor e se torna um consultor de confiança, conquistando clientes fiéis e resultados consistentes”, finalizou.

Uma nova jornada para os vendedores que Giuliano Martins de Rezende, gerente Comercial da Casa da Transmissão, em Uberlândia (MG), conhece muito bem. “Os recursos tecnológicos ampliaram o alcance dos vendedores, permitindo que as empresas atinjam um público muito maior, tanto no varejo quanto no atacado, de forma rápida e eficiente. Proporcionam maior praticidade e agilidade nas transações, facilitando a comparação de preços, prazos e disponibilidade de produtos. No ambiente B2B, as plataformas permitem

uma comunicação direta e automatizada entre fabricantes, distribuidores e oficinas, reduzindo custos operacionais e erros nos pedidos”, especificou.

Na Casa da Transmissão, o meio mais utilizado ainda é a rede social. “Nela conseguimos enviar promoções e ações de marketing proporcionando uma experiência muito interessante ao cliente”, informou. Ele disse também que com os sistemas digitais é possível monitorar estoques em tempo real, prever demanda e evitar rupturas (falta de peças). “Além disso, aplicativos de entrega e rastreamento permitem acompanhar o transporte das peças, otimizando a logística e garantindo a satisfação do cliente”, acrescentou.

Rezende também citou algumas ferramentas digitais para ganho de produtividade e fidelização de clientes. “Power BI, para acompanhar KPIs de vendas, produtividade e satisfação do cliente. Sistema ERP, o histórico de interações com clientes e facilitar a comunicação entre áreas. O resultado é maior agilidade nas respostas, decisões baseadas em dados e melhoria da coordenação interna. Decisões mais rápidas e assertivas, com base em dados em tempo real”.

Para finalizar, Rezende acrescentou que “ainda temos clientes que preferem o atendimento presencial, mas é considerável o aumento de vendas no ecommerce. Essa crescente se deve na maioria das vezes devido à facilidade de concluir uma compra de forma ágil e segura sem precisar se deslocar”, concluiu.

O balconista moderno

Para Ranieri Leitão, presidente do Sincopeças Brasil e do Sistema Sincopeças/ Assopeças/Assomotos Ceará (SSA/CE), o balconista moderno precisa ser um verdadeiro consultor técnico. “Não basta mais conhecer o nome das peças, é

preciso entender o funcionamento dos sistemas automotivos, as diferenças entre modelos de veículos e as novas tecnologias embarcadas. A base do bom atendimento está na combinação entre conhecimento técnico, agilidade na identificação da peça correta e capacidade de traduzir o problema do cliente em uma solução assertiva. Hoje, quem trabalha no balcão precisa também dominar o uso de catálogos digitais e ferramentas de gestão, compreender o estoque e o perfil do cliente, garantindo rapidez e confiança na venda”, pontuou.

Ranieri disse, ainda, que vender solução é entender o contexto. “O cliente chega com um problema e o papel do balconista é ouvir, interpretar e oferecer o que resolve, e não apenas o que está faltando. Isso exige empatia, escuta ativa e uma visão mais ampla da venda: entender a aplicação da peça, o impacto dela no funcionamento do veículo e até sugerir produtos complementares. O vendedor moderno precisa sair do papel de ‘tirador de pedido’ e assumir o papel de ‘consultor de confiança’, alguém que o cliente sabe que pode recorrer sempre que precisar. A fidelização nasce da experiência positiva, e isso está diretamente ligado à capacidade do balconista de entregar valor, não apenas preço”, ressaltou.

E que o grande diferencial hoje são as soft skills. “Podemos ensinar o técnico, mas o humano é o que conecta. O balconista que sabe se comunicar bem, que demonstra

Mirian Alves da Cunha, vendedora na Ray Maco Chan, em Bragança Paulista (SP)
Alexandre Xavier, superintendente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA)

empatia e que escuta com atenção o cliente, consegue transformar uma simples venda em um relacionamento de longo prazo. Essas habilidades tornam o ambiente mais acolhedor, ajudam a evitar erros e aumentam o nível de satisfação do cliente. O futuro da profissão passa justamente por esse equilíbrio entre o conhecimento técnico e as habilidades comportamentais, o que chamamos de inteligência relacional”.

Na visão de Ranieri, o vendedor moderno é aquele que une conhecimento, empatia e propósito. “É um profissional que entende o mercado, domina as tecnologias, valoriza o relacionamento e busca constantemente se aperfeiçoar. Ele é parte essencial da experiência do cliente e da sustentabilidade do negócio. Em resumo: o balconista moderno é um agente de transformação dentro do aftermarket, aquele que conecta a necessidade do cliente à solução certa, com técnica, sensibilidade e compromisso com a excelência”, concluiu.

Em vendas há quatro anos, Mirian Alves da Cunha, vendedora na Ray Maco Chan, em Bragança Paulista (SP), sabe bem o quanto as soft skills fazem a diferença. “Pratico soft skills diariamente, ouvindo o cliente com atenção, interpretando suas necessidades e comunicando soluções de forma clara e objetiva, garantindo um atendimento eficiente e de qualidade”, afirmou.

Em um passo a passo, ela contou que “procura entender primeiro a necessidade real do cliente, fazendo perguntas para identificar o problema que ele precisa resolver, seja uma falha no veículo, uma dúvida sobre compatibilidade ou uma busca por melhor desempenho. A partir disso, apresento a melhor solução, que pode envolver não apenas a peça certa, mas também orientações sobre instalação, manutenção preventiva e opções de custo-benefício. Meu objetivo é que o cliente saia satisfeito e confiante que encontrou uma solução completa, e não apenas um produto. Isso cria confiança, fideliza o cliente e valoriza o meu atendimento”, garantiu.

E ela está constantemente aprendendo. “Eu desenvolvo minhas competências buscando atualização constante sobre novas peças, veículos e tecnologias automotivas. Participo de treinamentos, consulto catálogos técnicos e troco experiências com colegas e clientes para aprimorar meu conhecimento no dia a dia. Pela minha experiência, o cliente valoriza

principalmente confiança, atendimento de qualidade e soluções completas, buscando orientação segura e transparência na escolha da peça certa”, afirmou.

Para ela, o vendedor moderno é um consultor de soluções. “Ele une conhecimento técnico, empatia e boa comunicação para entender e atender o cliente com qualidade. Está sempre atualizado, usa tecnologia a seu favor e busca gerar valor e confiança em cada venda”, finalizou.

Desafios do Dia a Dia

Entre os principais desafios do dia a dia do vendedor de autopeças, Francisco Gomes citou a construção de relacionamentos duradouros, a transição de vendedor a consultor técnico, a necessidade de filtrar o que é corretor na era da informação digital, a atuação multicanal e a otimização da lucratividade. “Além de resolver o problema do cliente, o balconista deve conhecer as margens dos produtos, identificar oportunidades de vendas complementares e itens de maior valor agregado para impactar positivamente o ticket médio e a rentabilidade da loja e da composição do seu salário”, explicou.

Para o superintendente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), Alexandre Xavier, a palavra-chave é capacitação. “Cada vez mais, a complexidade dos produtos, a velocidade das mudanças e as

Antonio Marcos Silva Santos, o Tony Santos, vendedor na Autopeças Perim, de Santos (SP)

novas exigências do mercado tornaram a capacitação uma necessidade constante. O vendedor que deseja se destacar precisa estar em permanente atualização: estudando, participando de treinamentos e buscando certificações reconhecidas. É isso que o diferencia e traz mais confiança tanto para o cliente quanto para a empresa”, ressaltou.

No IQA, eles têm observado um aumento expressivo na procura por cursos e pela certificação de vendedores. “O que demonstra uma conscientização crescente sobre o papel estratégico da qualificação na valorização profissional e na competitividade do negócio. A certificação do IQA é um instrumento de reconhecimento e de desenvolvimento. O processo foi desenhado para avaliar o vendedor de forma ampla, desde o domínio técnico até as competências de atendimento, ética, comunicação e postura profissional”, afirmou.

Segundo Xavier, ao se preparar para a certificação, o vendedor revisa conceitos, atualiza seus conhecimentos e passa a entender melhor a importância do seu papel dentro da cadeia automotiva. “Isso se reflete diretamente no atendimento: um profissional certificado tem mais segurança para orientar o cliente, recomendar o produto correto e contribuir para a credibilidade da loja e da marca que representa”, acrescentou.

Desde o lançamento da certificação, em 2023, mais de 118 vendedores de autopeças em todo o Brasil já foram certificados pelo IQA. “Esse número é aquém do que desejamos, mas expressivo para um momento de sensibilização, e nos motiva que a certificação mostra consistência no aumento de interesse crescente do mercado. Muitas redes e distribuidores têm estimulado suas equipes a buscarem esse reconhecimento, justamente porque percebem o impacto positivo que a capacitação tem sobre o desempenho das vendas e a satisfação dos clientes”, comentou.

Xavier disse também que entre os critérios para a certificação, as maiores dificuldades geralmente estão ligadas à interpretação técnica e à aplicação correta das peças, já que o mercado é muito dinâmico e o catálogo de produtos muda constantemente. “Por outro lado, a maior facilidade costuma aparecer nos aspectos de atendimento e relacionamento com o cliente, que são pontos fortes de muitos vendedores brasileiros. A certificação ajuda a equilibrar esses dois lados, reforçando o conhecimento técnico sem perder de vista o comportamento e a empatia, que são essenciais para o sucesso nas vendas”.

O próximo passo, antecipou Xavier, é ampliar o alcance da certificação em todo o País, fortalecendo parcerias com

fabricantes, distribuidores e redes de varejo. “A meta é chegar a 500 profissionais certificados até 2026, consolidando o programa como uma referência para o setor de reposição automotiva. Acreditamos que o balconista é um elo fundamental na cadeia automotiva e investir em sua formação é investir na qualidade, na segurança e na credibilidade de todo o setor”, finalizou.

Antonio Marcos Silva Santos, o Tony Santos, vendedor na Autopeças Perim, em Santos (SP), sabe muito bem o quanto a capacitação é fundamental. “Os desafios do dia a dia têm exigido cada vez mais capacitação dos vendedores de autopeças. O mercado muda rápido, surgem novos modelos, novas tecnologias e até novas formas de atender o cliente. Por isso, é fundamental estar sempre aprendendo, seja por meio de treinamentos, cursos ou até trocando experiências com colegas e fornecedores. A experiência é muito

Não podemos esquecer que as redes sociais são os novos ‘balcões’ do mundo, localizados nas ruas mais movimentadas do mercado. Automatizar e ganhar agilidade nas tarefas que antes exigiam muito tempo e energia é uma solução essencial dentro da tecnologia. Hoje, em vez de depender apenas do telefone ou da presença física do cliente, o balconista pode fazer orçamentos, consultar estoques e fechar pedidos diretamente pelo celular ou computador. Isso traz agilidade, autonomia e mais tempo para o que realmente importa: o relacionamento humano e estratégico com o cliente”.

Camila Silveira, especialista em Marketing Digital e Desenvolvimento Empreendedor

Yago Leite, fundador da peça.com

importante, mas ela precisa caminhar junto com a atualização constante. Eu costumo dizer que, mesmo depois de tantos anos na área, a gente aprende algo novo todos os dias. E é isso que mantém o trabalho interessante e nos faz evoluir sempre”, descreveu.

A Perim é referência no mercado de autopeças para a linha pesada e, segundo Tony Santos, o principal desafio de uma loja de autopeças é manter o equilíbrio entre estoque, prazo de entrega e a necessidade do cliente. “O mercado de caminhões e carretas exige agilidade, porque quando um veículo para o prejuízo é grande. Então precisamos ter as peças certas na hora certa. Ao mesmo tempo, não dá para manter um estoque muito grande, porque os custos aumentam. Por isso, é essencial conhecer bem os clientes, acompanhar as tendências de consumo e trabalhar em sintonia com os fornecedores. A experiência ajuda muito nisso. Com o tempo, a gente aprende a prever a demanda e evitar tanto a falta quanto o excesso de produtos”, afirmou.

No dia a dia, Tony Santos utiliza bastante os sistemas de gestão para consultar estoque, preços e prazos de entrega em tempo real. “Também faço uso de catálogos online dos fabricantes, que ajudam muito a identificar rapidamente o código correto da peça. Além disso, aplicativos de comunicação facilitam o contato com os clientes, principalmente quando precisam

enviar fotos de peças ou tirar dúvidas a distância. A tecnologia trouxe mais agilidade e precisão para o nosso trabalho e, quando bem usada, melhora muito a experiência do cliente. Hoje, conseguimos atender o cliente de forma mais rápida e assertiva, porque temos todas as informações na mão desde o código da peça até a disponibilidade no estoque e o prazo de entrega. Isso evita erros e retrabalhos”.

Para finalizar, ele contou como lida com clientes difíceis ou indecisos. “Isso faz parte do dia a dia de quem trabalha com vendas. Eu sempre procuro ouvir com atenção e entender o que o cliente realmente precisa. Muitas vezes, ele não está indeciso à toa, pode estar com dúvida sobre a peça certa, preocupado com o preço ou com o prazo. Então, a melhor técnica é ter paciência, conhecimento e transparência. Quando o cliente percebe que você quer ajudá-lo de verdade, e não apenas vender, ele confia em você. Com o tempo, esse tipo de cliente acaba se tornando um dos mais fiéis. Vender bem é, acima de tudo, saber ouvir e orientar com segurança”, concluiu.

HISTÓRIAS INSPIRADORAS

Uma vez vendedor, sempre vendedor

Yago Leite, fundador da peça.com, começou no balcão em 2015, e ali descobriu uma paixão pelo atendimento e pela dinâmica do varejo automotivo. “Logo, eu quis aprender mais e fui para o estoque. Entendi que quem domina o estoque domina o negócio. Depois vieram as visitas às oficinas, as negociações com fornecedores, as feiras… eu mergulhei de cabeça no segmento. Em 2019, dei o passo mais arriscado e mais transformador da minha vida. Abri a primeira unidade da peça.com, pequena, simples, mas carregada de propósito. A

partir daí, investi em pessoas, em processos e em tecnologia. Estudei, testei, errei e ajustei. Hoje, seguimos crescendo com visão, disciplina e fé em Deus”, relatou.

E os desafios foram muitos. “Aprender a gerir uma empresa do zero, controlar estoque, formar equipe, lidar com fluxo de caixa apertado, crises, pandemia, decisões difíceis. Mas, sem dúvida, o maior desafio foi vencer minhas próprias crenças limitantes. O medo de não dar certo, de arriscar, de crescer. Quando superei isso, as portas começaram a se abrir. As portas que Deus abriu foram maiores do que eu imaginava. Hoje tenho uma autopeça estruturada, referência no mercado e com resultados consistentes. Tornei-me palestrante em grandes eventos do setor, criei minha própria metodologia de formação para vendedores e empreendedores, e sou convidado para ensinar aquilo que um dia precisei aprender na prática. Crescer naquilo que amo fez meu propósito se tornar caminho para outras pessoas crescerem também”, ressaltou.

Segundo ele, “como vendedor, eu precisava dominar produto, aplicação e cliente. Como empresário, precisei dominar gente, gestão e números. Aprendi que motivar pessoas é tão importante quanto vender, que processos bem definidos salvam o negócio, que lucratividade vem da boa compra, do preço certo e do estoque saudável. Passei a olhar a empresa como um organismo vivo e não apenas como um balcão”, revelou.

E como dizem “uma vez vendedor, sempre vendedor”, Leite faz jus à frase. “Com toda certeza! Eu nunca deixei de ser vendedor. Posso estar como CEO, mentor ou palestrante…, mas quando estou no balcão, atendendo um cliente, com o mecânico ou negociando com fornecedor, me sinto em casa. Ser vendedor não é só uma profissão. É uma identidade. Foi no balcão que tudo começou e é nele que meu coração continua”.

Leandro Lucio, gerente de Produtos da Valclei

Para quem pretende abrir uma autopeças, o conselho dele é: aprenda antes de abrir. “Não basta gostar do segmento, é preciso entender de gestão, giro, margem, estoque e relacionamento com mecânicos. Comece pequeno, mas comece com método. Busque bons fornecedores, tenha disciplina financeira e nunca deixe faltar o básico. E, acima de tudo, tenha propósito, porque nos dias difíceis é o propósito que sustenta”, finalizou.

De

aprendiz

a gerente de produtos

A trajetória profissional de Leandro Lucio, gerente de Produtos da Valclei, começou com o contato que ele tinha na oficina mecânica especializada na linha amarela (máquinas e equipamentos pesados) em que seu pai trabalhava na sua cidade natal, Presidente Epitácio (SP). Com a mudança da família para São Paulo, o seu primeiro trabalho foi na área de transporte na Editora Globo e, logo, ele recebeu um convite de seu vizinho para trabalhar em sua autopeça, em Carapicuíba (SP).

“Eu tinha 14 anos e fui o primeiro funcionário da empresa. Naquela época me incomodava muito o reparador ir até a loja e eu não conhecer tanto de autopeças, apesar que eu sabia como funcionava o motor e alguns componentes. Eu aproveitava o horário de almoço e até os domingos para ir às oficinas aprender. Associando as peças e os fabricantes, fui me aprofundando, me

especializando e estudando, investindo em mim nesta parte mais técnica. Comecei a participar de matérias, inclusive, foi como eu conheci o Silvio Rocha, hoje editor-chefe do Balcão Automotivo, e fui ficando mais visível no mercado. Em 2006, um distribuidor, um amigo em comum, me apresentou para o dono da Valclei”, recordou-se.

Deste encontro, Lucio começou a ajudálo com a parte técnica, no desenvolvimento de produtos. Em 2009, ele assumiu o cargo de gerente de Produtos. “Com todo o conhecimento que eu já tinha, acredito que eu trouxe uma característica diferente para a empresa, a de desenvolver um produto, uma linha, antes da demanda. Eu fui com esse feeling, comecei a pesquisar, conhecer profundamente de sistemas, motores, câmbio, etc., e a identificar na nossa linha de produtos itens que em três anos sofreriam um pouco mais por várias situações ou por falta de manutenções. Um diferencial que a Valclei encontrou foi nos anteciparmos ao mercado e, de fato, desenvolvermos produtos que atendam às necessidades do reparador. Hoje temos o triplo de produtos que havia antes”, afirmou.

Ele também contou o que mais lhe encanta neste setor. “O desafio de enxergar no produto uma oportunidade que vai gerar uma boa demanda de vendas. E, claro, o relacionamento com os clientes me encanta demais. Quando você vai visitar um cliente não é apenas demonstrar o seu produto, é demonstrar os seus diferenciais. É o papel da fábrica levar esse conhecimento até a rede de

distribuição”, explicou.

Apaixonado pelo setor, Lucio sintetizou que o aftermarket como um todo gera muitas oportunidades e que o balcão é a porta de entrada. “O balcão é uma verdadeira faculdade, ali você vai lidar com cliente de vários perfis, várias montadoras, centenas de fabricantes de autopeças e esse ensinamento não tem preço. Quando o pessoal começar a olhar para essa galera que se destaca no balcão, eu acredito que o mercado será mais promissor na parte mais técnica. Então, tem que focar em aprender, estudar para depois colher os frutos e não ser tão imediatista. Quando você adquire conhecimento ele é seu e você tem a oportunidade de ser um profissional melhor e diferenciado”, finalizou.

Filho de peixe, peixinho é

Raphael Guidi Fabiano, gerente Geral na Auto Peças Fabiano, recorda-se dele

Raphael Guidi Fabiano, gerente Geral da Auto Peças Fabiano

Três gerações da Malachias Autopeças: Levino (à esquerda), ao lado do pai, Sérgio, e do filho, Raphael

com o seu pai (fundador da Loja) contando caixinhas de parafusos e organizando o estoque, desde o início da loja, em 1991. “Mas foi após os estudos de ensino médio que comecei oficialmente minha carreira, em 2003. Na época a empresa era menor, então, passei por área de compras, de estoque, de financeiro e vendedor de balcão, ou seja, essa base de experiências fez eu ter a visão de todos os setores da empresa”, relatou.

Em 2017, por questão pessoal, ele decidiu sair da loja e morar em São Paulo. “Essa decisão, que não foi fácil, com certeza mudou minha vida. Eu e minha esposa Leila, (aqui faço um agradecimento especial a ela, pois está comigo em todos os momentos da minha vida, me apoiando, me dando força, sendo minha base sempre),

chegamos em São Paulo com a certeza que tudo daria certo. Em 2018, iniciei a minha trajetória na Takao, uma empresa que me abriu muitas portas, tanto profissional como pessoal, que eu agradeço todos os dias nas minhas orações por ter feito parte da família Takao. Conheci pessoas, lugares, e formas de trabalhar que nunca imaginaria antes conhecer e me fez crescer profissionalmente e aceitar o desafio de voltar para a Auto Peças Fabiano e seguir com o legado do meu pai e fazer a empresa prosperar. Retornei em abril de 2024 e assumi a gerência geral da loja”, descreveu.

Nesta trajetória, Fabiano destacou o quanto o relacionamento com o cliente faz a diferença. “Quando um cliente precisa de uma peça ele irá encontrar em vários lugares, seja a mesma peça, seja peça de marcas

diferentes, mas irá encontrar. Um dos diferenciais que sempre me acompanhou é o relacionamento com a pessoa. Pois, seja o cliente final precisando de uma peça para o seu carro ou um distribuidor precisando de peças para repor o estoque, a venda será de pessoa para pessoa, então serão pessoas envolvidas. Gerando um relacionamento de confiança, com clareza, transparência, honestidade, de sentimento de ‘ele está preocupado comigo’, você gera a fidelização. Pode até não fechar aquela venda naquele momento, mas o cliente fideliza em sempre que precisar irá primeiro procurar você e até relevar quando o preço do produto está um pouco maior, pois passa de uma venda somente por preço para uma venda que envolve valor”, afirmou.

Para finalizar, ele deixou uma mensagem para quem é herdeiro. “Toda empresa teve seu início com um sonho de uma ou algumas pessoas. Esse sonho pode ter sido do nosso avô(á), tio(a) ou até mesmo do nosso pai(mãe), que no meu caso foi do meu pai. Ao assumir a empresa você está assumindo um sonho, um projeto de vida, uma inspiração e que nossa responsabilidade talvez seja ainda maior, pois se hoje estamos assumindo a empresa é porque nossos pais conseguiram iniciar e chegar até aqui. Agora, é nossa hora de seguir com o sonho, de fazer crescer, de

“Não basta mais conhecer o nome das peças — é preciso entender o funcionamento dos sistemas automotivos, as diferenças entre modelos de veículos e as novas tecnologias embarcadas. A base de um bom atendimento está na combinação entre conhecimento técnico, agilidade na identificação da peça correta e a capacidade de traduzir o problema do cliente em uma solução assertiva. Hoje, quem trabalha no balcão também precisa dominar o uso de catálogos digitais e ferramentas de gestão, compreender o estoque e o perfil do cliente, garantindo rapidez e confiança na venda”.

Ranieri Leitão, presidente do Sincopeças Brasil e do Sincopeças/Assopeças/ Assomotos do Ceará - SSA-CE

prosperar e construirmos uma nova página na história da empresa, da Auto Peças Fabiano”, finalizou.

De vendedor de concessionária à loja própria

No final de 1983, o pai de Levino Malachias, Sérgio Malachias, era gerente de Peças e Serviços na concessionária Chevrolet Copivel e o levava para o trabalho. “Foi quando iniciei a famosa ‘boqueta’, atendendo e fornecendo peças diretamente aos mecânicos. Esse primeiro contato durou pouco mais de um ano, mas foi o suficiente para despertar em mim o gosto pela venda de autopeças. Com dedicação e vontade de aprender, fui promovido ao balcão de vendas da concessionária. Ali descobri que tinha o verdadeiro DNA de balconista e me tornei um dos principais vendedores da loja. Dois anos depois, recebi o convite para assumir o balcão da nova filial da Copivel, recém-inaugurada em Porto Ferreira (SP). Permaneci lá por mais dois anos, acumulando experiência e fortalecendo minha paixão pelo setor”, recordou-se.

Foi então que o seu pai compartilhou um sonho com ele, o de abrir uma autopeças. “Abracei esse sonho com ele e como ainda estava na concessionária, comecei sozinho em 1987. O primeiro ano foi desafiador, principalmente pela falta de experiência em gestão, mas logo meu pai convidou João Pavan, ex-gerente de uma concessionária Ford na cidade, para ser nosso sócio. Com sua bagagem e visão, nasceu a Malachias Autopeças”, contou.

A loja deslanchou rapidamente, tornandose referência na região. “Infelizmente, em 2001, perdemos o João, que foi um verdadeiro mentor para mim. A partir daí, a sua esposa Rose começou a trabalhar conosco na área financeira e, mais adiante, meu pai Sergio se aposentou e veio agregar seu conhecimento e experiência na loja. A partir daí, com o apoio do meu pai e muita fé, assumi a administração da empresa. Pela graça de Deus, a Malachias Autopeças se consolidou como uma loja respeitada e referência em Pirassununga (SP), sempre pautada pelo bom atendimento, conhecimento técnico e compromisso com o cliente”, afirmou.

Hoje são cinco lojas e, desde o início, elas integram a Rede PitStop. “Principalmente, com sua consultoria, que nos elevou a outro patamar. Essa parceria nos proporcionou maior visibilidade, acesso a melhores condições comerciais e um suporte estratégico que impulsionou nosso crescimento e fortalecimento no mercado”, comentou.

Mas nem tudo foram flores. “Em novembro de 2024, um incêndio devastador consumiu por completo nossa matriz — edificação e estoque —, deixando-nos sem amparo de seguro e impondo um dos maiores desafios de nossa história. A perda não foi apenas física, o impacto se estendeu por toda a operação logística do grupo, exigindo resiliência e união para reconstruir o que o fogo levou. Foram três meses intensos, de esforço ininterrupto e fé inabalável, até que,

em 31 de março de 2025, erguemos das cinzas uma nova matriz em Pirassununga. Três meses depois, o faturamento já estava plenamente restabelecido. O que antes parecia um sonho distante, voltara a ser horizonte. O crescimento, novamente, tornara-se possível”, contou.

E o caminho continua próspero. “Não pretendemos parar nas cinco lojas. Hoje, meu filho Raphael, que desde pequeno respira autopeças e teve sua formação na USP, já está envolvido na transição sucessória. Com ele, temos planos concretos de expansão e seguimos confiantes de que, com o apoio da Rede PitStop, continuaremos crescendo com solidez e inovação”, revelou.

Para concluir, ele deixou uma mensagem para os vendedores de autopeças. “Tudo na vida é aprendizado e dedicação. Desde jovem, fui incentivado pelo meu pai a entrar no setor de autopeças, e nunca fiz outra coisa. São 42 anos de trajetória, construídos com esforço, ética e paixão. Tudo o que sou aprendi nesse universo. Minha motivação sempre foi ajudar pessoas e crescer com propósito. Ver o impacto positivo do nosso trabalho é gratificante. Aos vendedores e jovens que estão começando: tenham foco, sejam honestos, atualizem-se sempre e atendam com excelência. O setor exige conhecimento técnico e paixão. Com dedicação, os resultados vêm. O mercado é desafiador, mas oferece grandes oportunidades para quem se entrega de verdade”. finalizou.

IGP : 88 ANOS DE TRADIÇÃO, INOVAÇÃO E LIDERANÇA NO SETOR DE AUTOPEÇAS

Sempre em movimento, rumo a novos desafios

Em 1960, na cidade de Diadema (SP), os visionários Romeu Ciccarelli e Vicente Ceccarelli transformaram ideias inovadoras em realidade ao fundar a IGP. Inicialmente dedicada à produção de máquinas de endereçamento postal e móveis de aço para instituições financeiras, a empresa logo se destacou pela capacidade de antecipar tendências e identificar oportunidades.

Hoje, com 88 anos de história, a IGP é referência no setor de autopeças — resultado de decisões ousadas, gestão sólida e um legado de excelência que atravessa gerações.

Das máquinas postais ao setor automotivo: um marco de transformação

Na década de 1960, a IGP produzia móveis e equipamentos para bancos e instituições financeiras. No fim da década, ao identificar uma oportunidade junto à Volkswagen, iniciou sua trajetória no setor automotivo.

Nos anos 1970, consolidou-se como uma das principais fornecedoras de autopeças para montadoras nacionais, fortalecendo sua presença no mercado.

A sucessão familiar ocorreu de forma natural: Renato Ciccarelli ingressou aos 14 anos e assumiu papel-chave nas áreas comercial e de produção; depois, Ricardo trouxe sua experiência em administração e compras. Com o falecimento dos fundadores em 1983, os irmãos

Tradição e tecnologia unidas pela robótica

assumiram a direção e iniciaram um período de grande expansão.

Investimentos, expansão e foco em inovação

Sob a liderança de Renato e Ricardo Ciccarelli, a IGP passou por um intenso processo de modernização, com ampliação da área industrial para 30 mil m² e aquisição de maquinários avançados nacionais e importados.

O foco voltou-se à produção de peças de lataria automotiva e à expansão internacional, consolidando parcerias com grandes marcas e fortalecendo as exportações.

Mais recentemente, a IGP diversificou sua atuação ao ingressar na linha de suspensão automotiva, fruto de investimentos em retrofit e novas tecnologias. Qualidade, pontualidade e melhorias contínuas garantiram certificações como IATF e ISO 14001, além da busca pela ISO 45001 e por uma certificação internacional de energia limpa.

Depoimentos e o compromisso com o legado

A paixão e o profissionalismo que movem a IGP aparecem nas palavras de seus colaboradores e líderes. Para muitos, a empresa é sinônimo de oportunidade e crescimento.

Renato e Ricardo reafirmam o compromisso com o legado familiar: “Queremos honrar o que nos foi deixado. As melhorias e investimentos iniciados na nossa gestão não pararam e não vão parar”.

Com mais de 40 anos de casa, Dinorah destaca: “Trabalhar na IGP é crescer. Entrei como auxiliar de vendas e hoje sou gerente”.

Esse cuidado com as pessoas se reflete nos 360 colaboradores

que, todos os dias, ajudam a escrever a história de sucesso da IGP.

Planejando o futuro: expansão e sustentabilidade

Com dois turnos de operação, a IGP mantém alto ritmo produtivo e traça planos ambiciosos. Focada na expansão para setores como linha branca, construção civil e agro, busca diversificar seu portfólio e ampliar sua presença no mercado.

No campo da sustentabilidade, reforça o compromisso com práticas ambientais responsáveis, investindo em processos e certificações voltados à energia limpa — um passo importante para seguir como agente de mudança no setor industrial, unindo progresso econômico e cuidado ambiental.

88 anos de história e um futuro promissor

Em 88 anos de história, a IGP se consolidou como exemplo de resiliência, inovação e dedicação. De produtora de máquinas e móveis de aço à referência no setor automotivo, a empresa mostrou que o sucesso vem de decisões estratégicas, atenção às oportunidades e compromisso com a excelência.

Sob a liderança da segunda geração da família Ciccarelli, a IGP mantém o espírito inovador dos fundadores e segue em busca de novas tecnologias, expansão de mercado e práticas sustentáveis — pronta para escrever novos capítulos de sua história de sucesso.

Nova linha de suspensão: tecnologia e qualidade em cada peça

ESG, GOVERNANÇA E PROTAGONISMO FEMININO PAUTAM

O SEMINÁRIO DA REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

Lideranças do setor analisaram cenários, tendências e práticas que fortalecem a transformação do aftermarket

A31ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, realizada em 7 de outubro na Fiesp (SP), reuniu lideranças de toda a cadeia do aftermarket para debater ESG, sustentabilidade, governança, transição energética e o protagonismo feminino. Estiveram presentes entidades como ANDAP, ASDAP, CONAREM, IQA, SICAP, SINCOPEÇAS, SINDIPEÇAS e SINDIREPA BRASIL.

Cenário e perspectivas – Claudio Sahad (Sindipeças) apresentou dados positivos: entre janeiro e setembro de 2025, a produção de autoveículos cresceu 6% e os emplacamentos 2,8%. As exportações avançaram 51,6%, impulsionadas pela recuperação da Argentina. O faturamento das autopeças deve alcançar R$ 272 bilhões, com 18,6% vindos da reposição. Sahad reforçou a importância da inspeção veicular e da renovação da frota para segurança e práticas ESG.

Sustentabilidade na indústria – A Frasle Mobility destacou o Caldeira Verde e o Recycle Max, que recicla discos de freio e gera energia limpa. A MANN+HUMMEL já reciclou mais de 50 milhões de filtros com o Descarte Consciente Abrafiltros. BorgWarner e NTN Rolamentos abordaram metas de neutralidade de carbono e investimentos sustentáveis.

Governança e sucessão – Ana Paula Cassorla (Pacaembu), Eduardo Kalabaide (Scherer), Felipe Martins (PMZ) e Paula Soares (Goop) destacaram governança, profissionalização e transparência como pilares da continuidade nas empresas familiares.

Varejo e reparação – Priscila Rodrigues (Auto Peças Rodrigues) enfatizou liderança humanizada; Luiz Franga (The Specialist 4x4) destacou o uso da tecnologia; e Neno de Oliveira (Go!Mec) e Ricardo Cramer (Aires & Filhos) apontaram avanços em capacitação e valorização do serviço.

Transição energética – José Arnaldo Laguna (CONAREM) lembrou que, mesmo em 2040, 88% da frota nacional ainda será a combustão, exigindo políticas realistas e investimentos em biocombustíveis e qualificação.

Protagonismo feminino – Pela primeira vez, o evento teve um painel dedicado às mulheres, mediado por Carla Nórcia (AMMA). Tania Macriani (MHD Consultoria) destacou que elas já são 25% do setor, e Sabrina Carbone (Frasle Mobility), Simone de Azevedo (Mobensani) e Camila Bezerra (AutoEsporte) ressaltaram avanços em inclusão e competência técnica.

Organizado pelo Grupo Photon, o seminário reforçou o compromisso do aftermarket com sustentabilidade, inovação e diversidade. Teve patrocínio de Nakata, Fras-le, Controil, Sama, Laguna, Matrix, Pellegrino, Roles, Orbid, Rede PitStop, Authomix e Pronto, com apoio de entidades do setor.

Pela primeira vez, o evento contou com um painel dedicado às mulheres do aftermarket, mediado por Carla Nórcia, da AMMA

FÓRUM IQA DEBATE INOVAÇÃO E O

FUTURO DA QUALIDADE AUTOMOTIVA

Especialistas discutiram transformação tecnológica, digitalização e capacitação da mão de obra no setor automotivo

OIQA (Instituto da Qualidade Automotiva) realizou em 9 de outubro a 11ª edição do Fórum IQA, em São Paulo, com o tema “Coexistência Tecnológica e o Impacto dos Fatores Globais na Qualidade Automotiva: Navegando em Tempos de Mudança”. O evento reuniu profissionais e especialistas para debater os desafios e oportunidades que moldam o futuro da mobilidade e da qualidade no setor.

O Fórum contou com três palestras e três painéis, abordando transformações tecnológicas, regulatórias e econômicas, além de sustentabilidade, inovação, digitalização e formação profissional.

Natália Fingermann (ESPM) ressaltou a importância de investir em mão de obra qualificada e em cursos online, com foco em pesquisa e tecnologia. Ricardo Roa (KPMG) destacou os pilares da experiência do consumidor — integridade, personalização, empatia e agilidade — e apontou que 92% dos consumidores buscam veículos conectados. Já Leonardo Machado Rocha (Inmetro) apresentou a Estratégia Nacional de Infraestrutura da Qualidade (ENIQ), voltada à governança, integridade e modernização dos marcos legais.

No painel “Competitividade, Inovação e Desafios no Cenário Global e Brasileiro”, Maiara Castro (Stellantis) destacou a qualidade como uma cultura movida pela inovação. Em “Digitalização no Setor Automotivo”, Ricardo Martins (Hyundai) ressaltou a importância da digitalização para coleta de dados e estratégias de mercado, citando o Workshop Automation (WA) como exemplo de inovação contínua. Já o painel de Aftermarket Automotivo enfatizou, segundo Claudio Sahad (Sindipeças), a necessidade de qualificação da mão de obra jovem e educação técnica sólida.

Durante o evento, ocorreu a 5ª edição do Prêmio IQA, que reconheceu projetos de melhoria contínua e inovação. Em Jornalismo, Vitor Matsubara (Automotive Business) ficou em primeiro e terceiro lugares, e Cosme Gomes da Silva (Direção Sobre Rodas) em segundo. Em Inovação e Novas Tecnologias, venceram Antídio de Oliveira Santos Neto (Robert Bosch), Márcio Souza (ZF Automotive) e Wagner Habe (Stork Logistics). Em Processos Produtivos, foram premiados André Mota (Mercedes-Benz), Rodrigo Ramiro (ZF Automotive) e Iuri Caetano Frederico (Jaguar Land Rover), com destaque para eficiência, sustentabilidade e digitalização.

Alexandre Xavier, superintendente do IQA, destacou que o Fórum cumpre seu papel de unir e disseminar conhecimento, promovendo debates sobre qualidade, inovação e transformação no setor automotivo.

Líderes da Aliança do Aftermarket debatem os desafios da mão de obra durante o 11º Fórum do IQA

FIQUEPORDENTROPESADOS

MONROE AXIOS ANUNCIA

CHEGADA DE LINHA DE CRUZETAS PARA VEÍCULOS COMERCIAIS

A DRiV, uma das líderes globais em reposição automotiva, anuncia a nova linha de cruzetas Monroe Axios para veículos comerciais, ampliando seu portfólio no Brasil. Reconhecida pela qualidade em suspensão e direção, a marca agora oferece componentes de transmissão com a mesma robustez e durabilidade. São 26 códigos que atendem desde utilitários até caminhões extrapesados. Segundo Marcelo Rosa, diretor-geral, o lançamento reforça a estratégia da DRiV de oferecer soluções completas, com alta confiabilidade e excelente custo-benefício.

TRIADE REFORÇA LIDERANÇA NO MERCADO AUTOMOTIVO COM NOVO GERENTE COMERCIAL

Com mais de 60 anos de atuação, a TRIADE Indústria Automotiva reforça sua liderança nacional na produção de polias damper e anuncia Eric Ferreira como novo gerente Comercial. Engenheiro mecânico com MBA pela Esalq/USP, Eric tem 18 anos de experiência em empresas como EATON, BOSCH, IDEMITSU e FUCHS. Já Marcel Campos assume a gerência de P&D, fortalecendo a inovação da marca. A reestruturação reafirma o compromisso da TRIADE com qualidade, tecnologia e excelência no mercado automotivo.

DANA FORTALECE RELACIONAMENTO COM DISTRIBUIDORES E REVENDEDORES ATRAVÉS DE PROGRAMA EXCLUSIVO DE INCENTIVOS

A Dana lança o InformeAção, programa criado para fortalecer a conexão com distribuidores e revendedores, reconhecendo sua importância e impulsionando resultados. A iniciativa oferece ferramentas exclusivas, campanhas com premiações e treinamentos que elevam o desempenho comercial das marcas Dana, Spicer e Victor Reinz. Segundo Fabio Murta, gerente de Trade Marketing, o objetivo é criar oportunidades reais de crescimento e fortalecer parcerias. Mais informações em www.universodana.com.br

DENSO REFORÇA COMPROMISSO

A DENSO, uma das líderes globais em tecnologia automotiva, lança uma campanha para conscientizar o mercado sobre os riscos das peças falsificadas, com foco nos bicos injetores. A iniciativa inclui um vídeo educativo no canal da DENSO Brasil no YouTube e um canal direto para denúncias. Peças falsas comprometem o desempenho, aumentam o consumo e colocam em risco a segurança. Segundo Alexandre Passos, diretor de Aftermarket, o objetivo é capacitar reparadores e consumidores para identificar produtos genuínos e proteger vidas e investimentos.

CUMMINS BRASIL É RECONHECIDA

ENTRE AS MELHORES EMPRESAS PARA PESSOAS LGBTQIA+

TRABALHAREM

A Cummins Brasil foi reconhecida, pelo quarto ano consecutivo, no Índice HRC Equidade BR 2025 como uma das Melhores Empresas para Pessoas LGBTQIA+ Trabalharem. Promovido pela Human Rights Campaign Foundation, em parceria com o Instituto Mais Diversidade, o índice avaliou 92 companhias. A Cummins obteve pontuação máxima em todos os critérios, reafirmando seu compromisso com a diversidade, equidade e inclusão, e destacando o papel ativo de seus grupos de afinidade, como o ERG Pride.

(Da esq. p/ dir.) Eric Ferreira e Marcel Campos
Marcel Assarim, analista de Desenvolvimento de Produtos da DENSO

EVENTOS FIQUE PORDENTRO

Encontros que movimentam o setor automotivo

O segundo semestre foi intenso para o mercado de reposição! De Belo Horizonte a Campinas, grandes eventos reuniram profissionais, marcas e especialistas, reforçando conexões, compartilhando conhecimento e valorizando quem move o setor automotivo no Brasil.

RIOPARTS SUPERA EXPECTATIVAS E ANUNCIA EXPANSÃO PARA ÔNIBUS E VEÍCULOS

PESADOS EM 2027

A RIOPARTS 2025 consolidou-se como a principal plataforma do aftermarket automotivo no estado, reunindo mais de 15 mil visitantes e 200 expositores nacionais e internacionais, com destaque para a presença chinesa. O evento reforçou a importância da inovação, da qualificação profissional e da conectividade no setor. A próxima edição, de 29/09 a 02/10 de 2027, trará a nova área BusTruck, voltada a ônibus, vans e caminhões, refletindo o crescimento e a especialização do mercado de transporte pesado.

TRÍADE DO MECÂNICO MOVIMENTA

BELO HORIZONTE E VALORIZA PROFISSIONAIS

DA REPARAÇÃO AUTOMOTIVA!

A Tríade do Mecânico reuniu profissionais do setor automotivo na Escola do Mecânico para uma manhã de aprendizado e conexões. Idealizado por Rodrigo e Priscila Rodrigues, o evento abordou os pilares que sustentam o sucesso das oficinas: técnica, gestão e pessoas. Entre os destaques, palestras de Fábio Moraes, Priscila Rodrigues e Bruno Daibert inspiraram o público com estratégias de gestão, liderança e vendas. Patrocinado por grandes marcas do setor, o encontro reforçou o compromisso da Tríade com a valorização e o desenvolvimento profissional.

EXPO PEÇAS 2025 ENCERRA EDIÇÃO COM RECORDE DE PÚBLICO E EXPOSITORES EM GOIÂNIA

A Expo Peças 2025 encerrou mais uma edição histórica, marcada por recordes de público, palestras e expositores. Foram dias intensos de conhecimento, negócios e conexões que reforçaram a força do aftermarket automotivo. A organização agradece aos reparadores, expositores, profissionais do setor e visitantes que contribuíram para o sucesso do evento. Consolidada como referência nacional em inovação e capacitação, a próxima edição já tem data: 10 a 12 de setembro de 2026, no Centro de Convenções Goiânia.

CONGRESSO BRASILEIRO DO MECÂNICO CONSOLIDA PROTAGONISMO E INOVAÇÃO NA REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

O 8º Congresso Brasileiro do Mecânico (8CBM) reuniu milhares de profissionais no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), consolidando-se como um dos maiores encontros do setor automotivo. Com mais de 40 empresas expositoras e intensa programação técnica, o evento promoveu palestras, debates e os inovadores Boxes Técnicos Práticos, que aproximaram marcas e mecânicos em experiências reais de reparação. O 8CBM reafirmou seu papel como referência nacional em conhecimento, networking e valorização do profissional da reparação automotiva.

REFORÇA CONEXÕES E INOVAÇÃO NA RAV E EXPO AUTOZONE 2025 EM CAMPINAS

A Reunião Anual de Vendas (RAV) e a Expo AutoZone 2025 reuniram colaboradores, fornecedores e reparadores no Royal Palm Hall, em um dos eventos mais aguardados do setor automotivo. Com foco em inovação, conexão e crescimento, o encontro apresentou lançamentos, tendências e estratégias para fortalecer o relacionamento entre marcas e profissionais da reparação. A edição deste ano reforçou o compromisso da AutoZone com a qualificação técnica e o desenvolvimento sustentável do mercado de autopeças no Brasil.

Comportamento

MUDANÇA

Para o artigo dessa edição do mês de novembro, pensei em um tema, mas resolvi mudar e escrevi sobre mudança, um tema oportuno para o momento que estou passando no ambiente profissional.

O mês de novembro simboliza mudanças, afinal, é o mês em que se comemora a Proclamação da República, que mudou o sistema de governo do Brasil de monarquia para república presidencialista, mudança que ocorreu em 15 de novembro de 1889. Também é celebrado o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares, último líder do Quilombo dos Palmares, que resistiu por quase 20 anos aos ataques dos portugueses. Uma data importante para olharmos a questão negra não somente nesse dia, mas para pensarmos diariamente sobre as possibilidades de inclusão de populações que foram excluídas da história do Brasil.

“Todo dia é uma nova chance de viver e mudar a vida. Não precisamos esperar por datas especiais ou momentos certos para fazer mudanças positivas. Cada amanhecer oferece

a oportunidade de tomar decisões diferentes e melhores a cada novo dia”.

Mudança ou transformação é uma alteração de um estado, modelo ou situação anterior para um estado, modelo ou situações futuras, por razões inesperadas e incontroláveis ou por razões planejadas e premeditadas.

Mudança e decisão: dois amigos pegaram a estrada, cada um em seu próprio veículo, em uma viagem rumo ao mesmo destino. No meio do caminho, algo aconteceu e o trânsito travou. Um deles resolveu mudar de rota, pegou uma estrada alternativa e chegou no horário que havia programado. O outro permaneceu na mesma estrada, não quis mudar de rota e só conseguiu chegar ao destino com três horas de atraso.

A expressão “beco sem saída”, no sentido figurado, pode descrever uma situação da vida em que a pessoa se sente sem opções, como um problema familiar ou de carreira. Nesse contexto, uma mudança de atitude, direção ou estratégia pode ser a única saída, afinal, a falta de mudança leva a um beco sem saída.

A parábola “Quem Mexeu no Meu Queijo?”, sobre mudança, conta a história de quatro personagens: os ratos Sniff e Scurry e os duendes Hem e Haw – personagens que vivem em um labirinto em busca de queijo. O queijo que eles encontravam sempre acaba; com isso, os ratos logo saem para procurar em novos lugares, enquanto os duendes ficam paralisados pelo medo da mudança. Haw reflete e decide seguir os ratos; Hem, por sua vez, continua inerte. A história ilustra diferentes reações à mudança e a importância de se adaptar, correndo para encontrar “novos queijos” na vida.

“Cavalo selado só passa uma vez” representa uma oportunidade que pode não se repetir. Portanto, caso não esteja pronto para montar o “cavalo selado”, você pode deixar passar um momento decisivo na vida, como a oportunidade de um curso, uma vaga de emprego ou a possibilidade de mudar de carreira.

“Pular fora do barco” é uma expressão que significa desistir de algo — projeto, compromisso ou parceria — quando a pessoa percebe o risco de um fracasso, em que as circunstâncias desfavoráveis exigem uma mudança de rumo ou de ideia.

“Virar a página” significa recomeço e estar aberto para novas possibilidades, ao seguir em frente e escrever um novo capítulo na sua vida — exemplo de superação, busca pelo novo e mudança de hábitos.

A Síndrome de Gabriela, característica das pessoas que evitam sair da zona de conforto, representada pela frase “eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim”, revela uma atitude de inflexibilidade e recusa à mudança. Essas pessoas resistem em aceitar críticas e opiniões, o que pode prejudicar seus relacionamentos e oportunidades pessoais e profissionais, implicando consequências negativas, como estagnação e comodismo.

“Oh céus, oh vida, oh azar”, famosa frase da hiena Hardy, personagem pessimista do desenho animado Lippy e Hardy, expressa pessimismo e lamentação perante as dificuldades, a sensação de que tudo de ruim sempre acontece com ele. Esse comportamento paralisa a pessoa e impossibilita vislumbrar novas possibilidades.

A mudança por uma simples questão de “modismo”, um fenômeno social e cultural de curta duração, também pode atuar como um catalisador inicial para mudanças mais profundas e duradouras na sociedade. A mídia e os

influenciadores se constituem incentivadores de mudanças — sinais dos tempos, adoção de estilos e inovações tecnológicas — e, de forma duradoura, o modismo pode ser absorvido pela cultura e provocar uma mudança de comportamento ou de normas sociais.

Na vida cotidiana, é possível ocorrer uma mudança de paradigma (termo popularizado pelo filósofo da ciência Thomas Kuhn), ou seja, uma mudança na forma como as pessoas pensam e agem sobre um determinado assunto. Essa mudança pode acontecer não só no cotidiano, mas em diversos campos, como na ciência, nos negócios e na política, e ocorre quando o paradigma dominante se torna inadequado e é substituído por um mais satisfatório.

Toda mudança nasce a partir de um motivo: seja por um sonho, pelo exemplo de alguém que foi bem-sucedido naquilo que se propôs a fazer, pela característica empreendedora ou até pela falta de opção, quando somos forçados a mudar, quando algo independe de nossa vontade ou poder de decisão.

E, por falar em mudança, recomendo a leitura de “Coaching – A Hora da Virada”, da editora Literare Books, com coordenação editorial de Mauricio Sita, obra da qual sou um dos coautores. É uma obra escrita por muitas mãos e traz a seguinte mensagem: “organize sua vida, supere desafios e realize sonhos”.

Mudando de assunto, quero concluir lhe fazendo um convite à leitura do nosso próximo artigo, cujo tema abordado será: tomada de decisão.

Nossa missão, caro leitor, é trazer temas interessantes a cada edição, com artigos relevantes na minha coluna “Comportamento” e os conteúdos oferecidos pela Revista Balcão Automotivo sobre o mercado automotivo. Consequentemente, esperamos que você não tenha motivos para mudar, continuando a nos escolher como importante fonte de comunicação e informação.

Valtermário Rodrigues

Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

A RESPOSTA DO PROGRAMA CARRO SUSTENTÁVEL PARA O INCREMENTO DAS VENDAS

Pelos números da Anfavea, se não fosse ele, o resultado seria pior para automóveis e comerciais leves, enquanto as vendas de caminhões estão em queda no acumulado do ano. Já o segmento de seminovos e usados segue de vento em popa

Faltando pouco para o término de 2025, a Fenauto já computou no acumulado do ano, até outubro, 15.244.066 de veículos transacionados, 17% a mais do que o mesmo período do ano passado, incluindo automóveis, comerciais leves, comerciais pesados e motocicletas. Somente em outubro foram 1.765.539 de unidades comercializadas, 4% acima do mês anterior, e com uma média diária que atingiu a marca de 76.763 unidades. Com esse resultado, 2025 será recorde do volume de veículos seminovos e usados no País, desde que a entidade começou a contabilização dos resultados.

Segundo Enilson Sales, presidente da Fenauto, “as projeções que fizemos durante o ano estão sendo realizadas e, por isso, devemos fechar 2025 com um total de 18 milhões de veículos comercializados, o maior volume já registrado no segmento em todos os anos, desde que iniciamos a contabilização dos resultados. O segmento vem apresentando uma excelente performance desde o início do ano e deve acelerar as vendas nos dois últimos meses, segundo nossas expectativas”, afirmou.

Novos

Na rede de concessionárias associadas à Fenabrave, outubro terminou com 260.758 unidades emplacadas, 7,19% acima do mês anterior, somando veículos leves e pesados. Já no acumulado do ano, a alta foi de 2,25% sobre o mesmo período de 2024, com 2.171.237 unidades emplacadas.

Por segmento, em outubro, 192.752 automóveis foram emplacados 7,96% a mais do que em setembro e no acumulado do ano, 1.603.828, resultado 2,51% superior aos dez primeiros meses de 2024. Comerciais leves totalizaram 451.433 unidades emplacadas no acumulado do ano, 3,58% acima do mesmo período de 2024 e 55.125 unidades em outubro, 4,38% a mais do que no mês anterior.

No segmento de pesados, 10.462 caminhões foram emplacados em outubro, 9,07% acima do mês anterior, já no acumulado do ano, a queda foi de 8,04%, com 92.137 unidades emplacadas, ante 100.390 entre janeiro e outubro de 2024. Na contramão,

ônibus apresentou resultados positivos nas mesmas bases de comparação: 2.419 unidades em outubro (+ 4,40%) e 23.659 unidades no acumulado do ano (+ 3,90%). A título de comparação, o melhor desempenho do ano até outubro ficou para motocicletas: 1.823.553 de unidades emplacadas, 15,64% acima do mesmo período de 2024.

De acordo com Arcelio Junior, presidente da Fenabrave, “o ritmo diário foi levemente superior ao de setembro e o fato de outubro ter tido um dia a mais ajudou no resultado. Observamos, também, o crédito operando de forma mais funcional, que tem ajudado a converter intenção em venda, e um ambiente de políticas públicas que favorece eficiência e competitividade no tíquete de entrada, como o Programa Carro Sustentável, que reduziu ou zerou o IPI para compactos nacionais de maior eficiência”, comentou.

No período de 11 de julho a 31 de outubro, 163.403 veículos enquadrados no Programa Carro Sustentável foram emplacados, 26,1% acima do mesmo período de 2024, quando não havia os benefícios.

Sobre os resultados para caminhões, disse o executivo, “os negócios com caminhões estão condicionados a uma dinâmica de investimentos complexa, dada à volatilidade atual em segmentos como agro, construção e indústria. Os dois últimos meses foram positivos, o que pode amenizar a expectativa de queda este ano”, justificou.

Eletrificados

Pelas contas da Fenabrave, os veículos mais procurados, entre os eletrificados leves, continuam sendo os modelos híbridos. No acumulado do ano, 158.248 unidades foram emplacadas, 82,35% a mais do que no mesmo

Enilson Sales, presidente da Fenauto

período do ano anterior, enquanto os 100% elétricos tiveram um crescimento menor, de 17,85%, na mesma base comparativa.

“Temos observado um aumento consistente nos veículos híbridos, que parecem estar sendo a opção mais desejada pelo mercado, entre as opções de eletrificação. Notamos um crescimento gradual deste tipo de tecnologia (100% elétricos), ainda que menor do que a híbrida, que cresce de forma mais expressiva. À medida em que os sistemas e infraestrutura de recarga forem sendo aprimorados, talvez observemos um aumento mais forte das vendas deste segmento”, disse Arcelio Junior.

Anfavea na COP30

A tradicional coletiva mensal da Anfavea foi realizada diretamente da Casa do Seguro da CNseg, na COP30, no dia 13 de novembro, em Belém (PR), onde a entidade e as montadoras participam ativamente mostrando os caminhos para a descarbonização.

Igor Calvet, presidente da Anfavea, apresentou os destaques do mês de outubro. As exportações tiveram uma queda de 23% em outubro, reflexo do fim do acordo entre Brasil e Colômbia. No mês, a participação da Argentina nos embarques brasileiros foi de 58% do total exportado. “O acordo entre Brasil e Colômbia foi encerrado formalmente no mês de setembro, mas na última semana já houve um acordo entre o presidente do Brasil e o presidente da Colômbia e teremos uma prorrogação por 12 meses”, comentou Calvet.

Outra notícia ruim foi a queda da produção de caminhões para o último trimestre do ano. O equivalente a um mês inteiro de produção. “Isso traz a realidade do que está acontecendo no mercado de caminhões. A taxa Selic foi mantida em 15% a.a., temos crédito, mas não estamos conseguindo manter a nossa capacidade de vender caminhões, sobretudo os pesados que representam 45% do mercado de caminhões. Isso se deve a um momento muito ruim, embora a safra e o PIB estejam positivos neste ano, mas os juros são empecilhos”, explicou Calvet.

No segmento de leves, o destaque foi para o Programa Carro Sustentável, com 154.600 unidades vendidas desde o início do programa, 20,5% a mais do que no ano passado, levando em conta os modelos que foram habilitados no programa neste ano. “Isso demonstra que os nossos produtos são muito

sensíveis à tributação e ao preço”, justificou Calvet.

No acumulado do ano, as vendas de automóveis no canal varejo totalizaram 846.00 unidades, uma queda de 3,3% quando comparado janeiro a outubro de 2024, impulsionado pela retração de 8,3% das vendas de modelos nacionais, enquanto os importados tiveram uma expansão de 17,7%. A queda só não foi maior pelo aumento de 20,5% nas vendas de veículos habilitados no Programa Carro Sustentável. Na comparação de ambos os períodos, as vendas diretas cresceram 9,9%, somando 758.000 unidades.

Pelo terceiro mês seguido, a média diária de vendas em outubro foi menor que no mesmo período do ano anterior. Como resultado, o estoque de veículos atual é de quatro meses, sendo de 26 dias para os modelos nacionais e de 130 dias para os importados, não só das associadas da Anfavea.

Uma boa notícia para os fabricantes foi o aumento da participação no volume de emplacamentos de veículos eletrificados. No acumulado do ano passado, até outubro, das 138.700 unidades vendidas, 14,5% foram de modelos nacionais. No mesmo período deste ano, das 219.500 unidades vendidas, os nacionais corresponderam a 25% do total.

Ao todo, incluindo leves e pesados, 2.172.00 de unidades foram emplacadas no acumulado do ano, um crescimento de 2,2% sobre o mesmo período de 2024, sendo 2.057.00 automóveis e comerciais leves, ante 2.124.000 unidades no mesmo período de 2024, e 114.000 caminhões e ônibus, acima das 122.000 unidades vendidas de janeiro a outubro de 2024.

Quanto à produção, 2.234.000 de veículos leves e pesados foram produzidos neste ano, 5,2% a mais do que no mesmo período de 2024, sendo 2.099.000 leves e 135.000 pesados. O único segmento que apresentou queda no acumulado do ano foi o de caminhões, com uma retração de 7,3%, com um total de 108.800 unidades, ante 117.400 no acumulado de 2024.

Igor
Fonte: FENAUTO

Por: Otavio Rocha | Foto(s): Divulgação

AMMA NEXT DISCUTE

REPRESENTATIVIDADE FEMININA NO SETOR AUTOMOTIVO

No dia 11 de novembro, na sede da FIESP, em São Paulo, aconteceu o AMMA Next, evento promovido pela Associação das Mulheres do Mercado Automotivo (AMMA). Sob o tema “o futuro da diversidade dos negócios”, a cerimônia reuniu, em grande parte, profissionais mulheres do setor e contou com as palestras de Marcelo Gabriel, diretor da Aliança do Aftermarket Automotivo, Carol Albuquerque, mentora executiva, e Cristiana Arcangeli, empresária e investidora.

Na abertura da cerimônia, a presidente da AMMA, Carla Nórcia, ressaltou a importância do AMMA Next como “um espaço de escuta e construção, onde mulheres se encontram para falar de tecnologia, inovação e futuro”. A executiva frisou: “não é só pelas mulheres: é pelo setor automotivo”.

Marcelo abriu a rodada de palestras com um balanço sobre as mulheres no setor automotivo. Segundo pesquisa da Automotive Business, apenas 20% das pessoas que trabalham no mercado

automotivo são mulheres. Em cargos de liderança, o número é ainda menor: 5%. O palestrante também abordou o envelhecimento da mão de obra, inteligência artificial e sustentabilidade.

Na sequência, Carol Albuquerque trouxe uma abordagem focada na mudança de pensamento. Utilizando o batom vermelho como símbolo do empoderamento feminino, a mentora falou sobre coragem, a importância de se posicionar e de abrir portas para outras mulheres.

Da esquerda para a direita: Marcelo Gabriel, Carla Nórcia, Cristiana Arcangeli, Simone de Azevedo, Talita Peres e Carol Albuquerque

Popularmente conhecida pelo reality show Shark Tank Brasil, Cristiana Arcangeli subiu ao palco para discursar sobre empreendedorismo e gestão de negócios. A empresária enalteceu as mulheres do setor automotivo; inclusive, destacou a sua mãe, que teve uma empresa de autopeças. Realçou a ascensão da representatividade feminina em um meio majoritariamente ocupado por homens, assegurando continuar apoiando o trabalho feito por mulheres.

Ao Balcão Automotivo, Simone de Azevedo, vice-presidente da

AMMA, comentou o resultado do evento. “Teve insights, palavras e telas que foram ditas. É para a gente pensar. E o encontro de tantas mulheres juntas do mesmo segmento faz isso acontecer com mais força. Então, o AMMA NEXT cumpriu o seu propósito: dar pertencimento, abraçar as mulheres e fazer conexões de verdade”.

Sobre o próximo AMMA NEXT, a ideia, segundo a executiva, é realizar sempre no mês de novembro. “Essa é a diferença de você fazer uma coisa nichada, querer trazer mais mulheres para dentro do nosso segmento. É um setor maravilhoso, que recebe a gente de braços abertos”, enfatizou.

Carol Albuquerque, mentora executiva
Cristiana Arcangeli, empresária e investidora
Marcelo Gabriel, diretor da Aliança do Aftermarket Automotivo
Simone de Azevedo, vice-presidente da AMMA
Carla Nórcia, presidente da AMMA

COLUNA DO NONÔ

* Piloto, profissional do automobilismo, fundador e diretor técnico-esportivo da Cobra Racing Team, atuante na TCR South America

PIT STOP DA INOVAÇÃO: TECNOLOGIA, DADOS E O NOVO RITMO DO PÓS-VENDA

Nas pistas de corrida, a tecnologia faz toda a diferença — do acerto do carro à estratégia de box, passando pela comunicação entre piloto e equipe. No pós-venda automotivo, não é diferente. As oficinas e lojas de autopeças estão acelerando rumo à digitalização, e isso vem transformando o relacionamento com o cliente e a gestão dos negócios.

Hoje, o vendedor e o gestor têm muito mais acesso à informação. Mas não basta ter tecnologia: é preciso saber usá-la. Empresas que investem em ferramentas digitais, mas não treinam suas equipes para interpretá-las e aplicá-las no dia a dia, correm o risco de perder credibilidade rapidamente. Afinal, o cliente também está mais informado e pode checar em poucos cliques se o que a empresa diz faz sentido. Estar atualizado e bem preparado se tornou questão de sobrevivência.

Mas a enxurrada de dados que chega todos os dias pode confundir. No automobilismo, cada volta gera uma infinidade de informações — e o segredo está em saber o que realmente importa para ajustar o carro. No pós-venda é igual: o desafio é transformar o volume de dados em eficiência, vendas e melhores decisões.

Para isso, muitas empresas têm estruturado equipes de apoio que filtram e interpretam informações antes de entregá-las aos vendedores. Quando bem mastigados, esses dados ajudam o time de frente a atender melhor e com mais segurança.

O equilíbrio entre tecnologia e resultado vem do planejamento. É preciso conversar, definir prioridades e investir em capacitação. E, no meio desse processo, surge mais um elemento: a inteligência artificial. Ela chegou para revolucionar, mas também para confundir — pelo menos neste primeiro momento.

Enquanto o setor ainda aprende a lidar com o volume de dados, a IA adiciona uma nova camada de complexidade. É uma ferramenta poderosa, sem dúvida, mas que exige maturidade e senso crítico para ser usada com responsabilidade.

O pós-venda automotivo vive um momento desafiador, mas também cheio de oportunidades. A tecnologia está nas mãos de todos — a diferença está em quem sabe transformar informação em ação. E, como nas corridas, quem tiver a equipe mais bem treinada e o melhor ajuste entre homem e máquina vai cruzar a linha de chegada na frente.

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