Revista Balcao Automotivo ed 196

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VEÍCULOS COM MAIS

ANOS DE USO SE DESTACARAM NO VOLUME DE TRANSAÇÕES

Alguns fatores levaram os consumidores a se afastar do veículo 0km e até a buscar os chamados fora de linha em 2022. A verdade é que o setor está preparado para atender a demanda, uma vez que a retomada das vendas de novos depende de fatores econômicos.

Na área de vendas, conheça as características e os processos obsoletos

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VEÍCULOS ELÉTRICOS

Para especialista, é fundamental que exista uma estrutura de recarga sólida

TERMÔMETRO DO VAREJO

No mês de janeiro, as vendas de autopeças apresentaram bons resultados

no196 ANO XVII | FEV 2023
HÁ 16 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA
É ANACRÔNICO? Pág. | 24 Pág. | 46 Pág. | 48
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Balcão Automotivo é uma publicação dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes. Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

NOSSA PLATAFORMA DIGITAL

PARA A EUFORIA DO AFTERMARKET AUTOMOTIVO, VEÍCULOS COM MAIS ANOS DE USO SE DESTACARAM NO VOLUME DE TRANSAÇÕES EM 2022

Em nossa reportagem de capa, trazemos alguns fatores que levaram os consumidores a se afastar do zero km e até a buscar os chamados fora de linha. A reposição está preparada para atender a demanda e a retomada das vendas de veículos novos depende de fatores econômicos. Em 2022, as vendas de seminovos e usados somaram mais de 13 milhões de unidades. A maior participação foi dos produzidos há 13 anos ou mais, com 33,3% do total.

Varejistas das 5 regiões do País avaliam o primeiro mês do ano. Eles também fazem um balanço de 2022 e alguns deles planejam abrir novas lojas. No geral, o cenário se mostra ainda desafiador, mas sem pessimismo. No primeiro mês do ano, as vendas no varejo de autopeças apresentaram bons resultados por ser janeiro, historicamente, mais fraco do que dezembro e por ser um período de férias.

Sua empresa ou você é anacrônico? Confira quais são as características e os processos considerados obsoletos para, se necessário, fazer as mudanças e se adaptar aos dias atuais. Profissionais e empresas anacrônicos são caracterizados por serem antiquados, obsoletos e ultrapassados. Nos dias de hoje, em que as mudanças são cada vez mais rápidas, ainda mais com o uso da tecnologia, quem se identifica como anacrônico pode mudar, desde que queira.

Tão importante quanto a gestão eficiente da empresa é ter vendedores bem preparados e atualizados. Gestão passa por automação e uso da inteligência artificial com informações mais certeiras para a tomada de decisões. Dois podcasts realizados neste mês levaram aos tele

internautas exemplos de técnicas de vendas e uso da inteligência artificial para uma gestão empresarial mais eficaz e com informações em tempo real.

Ainda: especialista dá dicas de MKT para o varejo de autopeças colocar em prática; Fenabrave afirma que o volume de emplacamentos cresceu 16,3% e as transações de usados, 10,6%. A Anfavea divulga um aumento de 5% da produção de autoveículos. Leia também os artigos de Renato Lass, da Linx, “Experiência do cliente no setor automotivo: decifre os hábitos do consumidor”; e Valtermário Rodrigues, “Palavras são Palavras “.

Setor de eletrificados pode ganhar impulso com o novo governo. Para Ricardo David, diretor da Elev, são fundamentais uma estrutura de recarga sólida e uma política de incentivos fiscais integrada a uma Política Nacional de Eletromobilidade. O novo governo já sinalizou a intenção de investir no segmento de eletrificados, conforme as recentes declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas faltam projetos concretos.

Por fim, Copa Truck este ano terá a Escuderia do Grupo Vannucci. Aliás, o Grupo comemora em 2023 três décadas de atividades, solidez no segmento de linha pesada e muita sinergia com os patrocinadores nesta nova etapa da competição. O empresário Fábio Vanucci, fundador do Grupo, nesta temporada estreia com sua equipe própria, a Vannucci Racing, com os pilotos Leandro Totti (tricampeão) e Rodrigo Taborda, e dois caminhões Volvo.

Boa leitura!

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| EDITORIAL 4 BALCÃO AUTOMOTIVO Nº 196 | ANO XVII | FEVEREIRO DE 2023
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O EDITOR
MIL SEGUIDORES

GATES DO BRASIL ANUNCIA RESTRUTURAÇÃO

ORGANIZACIONAL

A Gates do Brasil anuncia sua restruturação organizacional no País. O diretor Sênior, Sidney Aguilar, responderá também pelas áreas de Vendas e Aplicação aos Montadores Automotivos e Industriais. Fabio Bastos, diretor de Vendas dos OEM’s (Fabricante de Equipamento Original), se reportará a ele. Sidney mantém suas responsabilidades nas áreas de Reposição Industrial, Agrícola e Automotiva, Engenharia de Aplicação de Produtos e Marketing. Keli Osako assume a Diretoria de Vendas da Reposição Automotiva, e Marcelo Crespo é o novo diretor de Vendas da Reposição Industrial e Agrícola.

NAKATA DESTACA ATUAÇÃO

O sistema de suspensão está ligado diretamente à estabilidade e dirigibilidade do veículo, bem como ao conforto dos ocupantes. A Nakata recomenda conhecer bem cada item que o compõe e também sobre o funcionamento dessas peças. Os itens mais conhecidos do sistema de suspensão são os amortecedores, que atuam com as molas, e, juntos, absorvem impactos recebidos pelo automóvel ao trafegar pelas ruas.

BRASIL COMPRA MAIS DE US$ 3 BILHÕES EM AUTOPEÇAS CHINESAS

PRESIDENTE DO SINDIREPA É ENTREVISTADO EM PODCAST DA G&B DISTRIBUIDORA

Podcast Automotivamente, apresentando por Antonio Carlos Beiram, da G&B Distribuidora de Autopeças, entrevistou o presidente do Sindirepa Brasil e Sindirepa São Paulo, Antonio Fiola. Transmitido ao vivo em 24 de janeiro de 2023, o Episódio #3 teve um convidado que compartilhou um pouco do seu conhecimento e de suas vivências no mercado. Assista à entrevista na íntegra em https://youtu.be/2hLLn0f_Ne4

SPAAL | DYNAMIC ANUNCIA NOVO COORDENADOR DE NEGÓCIOS

O expressivo volume de compra de autopeças chinesas contribuiu para o déficit comercial do setor em 2022. A China vendeu US$ 3,18 bilhões em componentes automotivos para o Brasil, crescimento de 16,2% sobre o total de US$ 2,74 bilhões registrado em 2021. No ranking das importações brasileiras, a China tem participação de 16,3%, seguida dos Estados Unidos, com 12,4%, Alemanha, 9,9%, e Japão, 8,6%, conforme o Sindipeças.

Para contribuir com seu time comercial e visando manter um excelente relacionamento com seus clientes e parceiros, a SPAAL | DYNAMIC anuncia novo coordenador de negócios, Rafael Langer Ventura, profissional que entra com a missão de fortalecer o compromisso da marca com a qualidade de seus produtos e preços competitivos, reforçando o relacionamento com toda a cadeia de distribuição.

6 | BALCÃO AUTOMOTIVO
DAS PEÇAS DO SISTEMA DE SUSPENSÃO DO VEÍCULO
FIQUEPORDENTRO
POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

VENDA DE CARROS ELÉTRICOS

NO BRASIL CRESCE 41% E ATRAI NOVOS NEGÓCIOS

De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétricos (ABVE), o mercado nacional já conta com mais de 100 mil veículos eletrificados (híbridos e elétricos). É um número expressivo e que pode aumentar, considerando o apelo pela energia renovável e sustentável. Ainda conforme o estudo, apenas no ano passado, esse mercado registrou um total de 49.245 unidades comercializadas, 41% a mais do que em 2021.

AUTOMEC 2023 ABRE

CREDENCIAMENTO PARA RECEBER 80 MIL VISITANTES

A Automec, maior evento do Aftermarket Automotivo da América Latina, vai ocupar todos os 8 pavilhões do São Paulo Expo, somando uma área total de 100 mil m2, para atender a grande demanda de expositores da feira que será realizada de 25 a 29 de abril de 2023. O evento tem o apoio das principais entidades setoriais - Sindipeças, Sindirepa, Sincopeças, Andap/Sicap – e conta com mais de 1.500 marcas expositoras. A edição desse ano deverá receber um público de 80.000 visitantes que, além das novidades que serão apresentadas, poderá acompanhar ainda uma variedade de atividades e experiências durante 5 dias.

MONROE LANÇA WEBSÉRIES COM

MANUTENÇÕES MECÂNICAS

A Monroe Amortecedores, da DRiV, lança três quadros especiais sobre manutenção mecânica e gestão de serviços em oficinas no Facebook e Instagram: o ‘Oficina Delas’, com Paula Mascari e Bárbara Brier, que orienta mulheres que querem trabalhar com mecânica de automóveis, o ‘Dica do Especialista’, com César Urnhani, sobre manutenções veiculares, e o ‘Guia da Oficina’, com o ADG, do canal High Torque, com dicas para gestão de oficinas.

INDÚSTRIA DE PNEUS ENCERRA 2022

COM QUEDA DE 0,2% NAS VENDAS

O decreto do Governo Federal que zerou a alíquota para importação de pneus de carga em 2021 continua impactando negativamente os resultados da indústria nacional de pneumáticos. O segmento fecha 2022 com queda de 0,2% nas vendas em unidades em relação a 2021, somando 56,6 milhões de pneus comercializados. Os dados são do levantamento divulgado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP).

CONTROIL EXPLICA DESGASTE DO CILINDRO MESTRE NO SISTEMA DE FREIOS

Parte do sistema de freios e um componente de segurança do veículo, o cilindro mestre tem como função a pressurização do fluido, ou seja, ele aciona a pressão hidráulica dos freios, bem como distribui para todo o sistema. “É muito importante que motoristas fiquem atentos a qualquer indício de que a peça possa estar danificada”, afirma Vagner Marchiniak, consultor de Marketing de Produto da Controil.

8 | BALCÃO AUTOMOTIVO FIQUEPORDENTRO
DICAS DE
E ORIENTAÇÕES PARA MULHERES QUE QUEREM TRABALHAR NO SETOR

BORGWARNER FORNECERÁ REFRIGERAÇÃO DE BATERIA DE ALTA TENSÃO PARA A MAIOR FABRICANTE ALEMÃ DE VEÍCULOS

FRAS-LE APRESENTA

GEOLOCALIZAÇÃO DE PEÇAS NA PLATAFORMA AUTO EXPERTS

A BorgWarner fornecerá a um fabricante alemão de veículos na Europa e nos EUA placas de refrigeração de bateria inovadoras destinadas à próxima geração de veículos elétricos da montadora. Em comparação com soluções alternativas, as placas de resfriamento BorgWarner fornecem capacidade de resfriamento em um pacote mais compacto com peso e custo reduzidos. O design da placa também compensa as tolerâncias de montagem.

ZF ESTARÁ NA FÓRMULA E: ALTA

A plataforma Auto Experts, ferramenta digital que reúne o catálogo de autopeças das marcas de produtos do Grupo Fras-le e das Empresas Randon, conta com uma nova funcionalidade, inédita para o setor automotivo, tem uma função chamada “Onde Encontrar”. Nela o usuário pode inserir palavras-chave, como marca, modelo e montadora do veículo, e deve informar sua localização geográfica.

PERFORMANCE COM TALENTO BRASILEIRO

Em 2022, o experiente piloto brasileiro Lucas Di Grassi, com passagem pela Fórmula 1, passou a integrar a Mahindra Racing, parceira da ZF desde a temporada 2019/2020. Para se ter uma ideia, os carros da equipe têm um conjunto propulsor elétrico totalmente novo, composto por um motor, um inversor e uma transmissão. As competições de alta performance como a ABB FIA Formula E World Championship permitem à ZF a oportunidade de testar a tecnologia de produção futura sob as condições mais demandantes em um estágio inicial.

MOTUL LANÇA PROJETO INÉDITO DE CAPACITAÇÃO E MARKETING NO BRASIL

A Motul anuncia o lançamento do projeto “Garagem Motul” para apoiar continuamente os parceiros automotivos da empresa e acelerar os negócios dos principais pontos de vendas da marca no Brasil. Para atingir esses objetivos, a companhia oferece treinamentos e capacitação, assim como condições especiais de merchandising, branding e campanhas de trade marketing aos lojistas.

COFAP LANÇA LINHA DE AMORTECEDORES SAFEGATE PARA TAMPAS DE CAÇAMBA

Dona do maior catálogo de amortecedores do mercado de reposição, com mais de 98% de cobertura da frota e cerca de 1.800 códigos ativos, a Cofap ampliou seu portfólio e lançou a nova linha de amortecedores Safegate para tampa de caçambas, que chega com seis códigos para proporcionar mais conforto e segurança aos proprietários de picapes, que não contam com um sistema de alívio de abertura da tampa da caçamba “de fábrica”.

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MARCA TAKAO FECHA 2022 COM MENOR ÍNDICE NA TAXA DE RETORNO DE PRODUTOS

Garantir produtos de qualidade, oferecendo aos motoristas a segurança de usar em seus veículos peças de alta performance e com o mínimo risco da necessidade de substituição, é uma das premissas da TAKAO, marca dos componentes para motor, distribuída pela empresa GOOP, e pelo quarto ano consecutivo, a empresa reduziu a taxa de retorno dos produtos da marca, batendo o índice de 0,21%, o menor número em sua história.

DÉFICIT DAS AUTOPEÇAS CRESCE EM 2022

Os dados consolidados da balança comercial da indústria de autopeças em 2022 indicam um déficit de US$ 11,3 bilhões, resultado que representa alta de 7,5% em relação ao do ano anterior, conforme revelado pelo Sindipeças em seu site. As exportações do setor de autopeças totalizaram US$ 8,3 bilhões, uma expansão de 26,5% no comparativo com 2021, quando foram embarcadas US$ 6,6 bilhões. As importações também cresceram, mas em índice inferior, de 14,8%. Com isso, as aquisições lá fora atingiram US$ 19,6 bilhões, ante os US$ 17 bilhões de um ano antes.

BRIDGESTONE DESENVOLVE PARA O HURACÁN STERRATO O PRIMEIRO PNEU RUN FLAT DE SUPERCARROS PARA TODOS OS TIPOS DE TERRENO DO MUNDO

AFTERMARKET DA EATON SUPERA PREVISÃO DE 2022 E PREVÊ CRESCIMENTO DE DOIS DÍGITOS EM 2023 COM LANÇAMENTOS PARA OS SEGMENTOS AUTOMOTIVO E AGRO

Com uma estratégia de negócios sólida, focada na expansão de novos mercados e uma agenda dinâmica de lançamentos, a Eaton superou o crescimento planejado de 2022 no mercado de reposição e prevê um aumento de dois dígitos para este ano. No total, serão cerca de 15 novos projetos lançados em 2023, que somam 190 itens aproximadamente – quase três vezes mais do que o apresentado para o mercado no ano passado.

A Bridgestone foi escolhida como parceira exclusiva do novo Lamborghini Huracán Sterrato, fornecendo pneus all-terrain e de inverno para o primeiro carro superesportivo all-terrain do mundo equipado com motor V10 e trem de força com tração nas quatro rodas. O novo pneu Bridgestone Dueler All-Terrain AT002 oferece aos motoristas o máximo desempenho no on e off-road.

NOVO CONCEITO DESTACA DIFERENCIAIS EXCLUSIVOS DA FREMAX

Marca referência em disco de freio, a Fremax, destaca todos os diferenciais que a linha de produtos oferece em termos de inovação e qualidade em um novo conceito que acompanha a sua comunicação em campanhas publicitárias e materiais promocionais. “A marca agora conta com uma nova assinatura que confirma os atributos já identificados pelo mercado”, revela Sabrina Carbone, gerente de Marketing da Fremax.

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FIQUEPORDENTRO

TOYOTA RAV4 GANHA EQUIPAMENTOS E FICA MAIS CARO NA LINHA 2023

Todo mundo ficou meio assustado com o preço do novo Civic híbrido. Mas a rivalidade entre Toyota e Honda é tão particular que até em impactar o mercado uma segue a outra. Basta ver o RAV4, SUV híbrido que chega em sua linha 2023 mais equipado, porém, mais caro. O modelo chega importado em versão única SX Connect Hybrid por R$ 322.890, ou seja: 3,5% – ou R$11 mil – mais caro que no ano passado, quando vendeu pouco mais de mil unidades no Brasil.

KOMBI ELÉTRICA PASSEIA

PELO RIO E GANHA FOTOS EM PONTOS TURÍSTICOS

Ver as imagens é admitir duas belezas em quadro: o Rio de Janeiro e o ID. Buzz. Nossa Kombi elétrica aproveita o melhor do verão brasileiro na Cidade Maravilhosa, enquanto passa por testes de engenharia com a Volkswagen do Brasil. Pelo Rio, o modelo recém-reconhecido como automóvel 5 estrelas em segurança veicular pelo Euro NCAP, ganhou até um ensaio fotográfico em pontos turísticos da Zona Sul.

VW TAOS MOSTRA A EVOLUÇÃO DOS VEÍCULOS VENDIDOS NO BRASIL

A indústria automobilística passou a lançar no Brasil alguns automóveis recheados de sistemas de avançada tecnologia, naturalmente, de custo elevado, mas muito modernos e diferentes de modelos até há pouco tempo à disposição do mercado. Entre essas novidades, o VW Taos, um SUV que surpreende pela agradável e excitante dirigibilidade, respostas rápidas, conforto para os ocupantes e, mais importante, em passar segurança para quem o conduz.

FABRICANTES TÊM NOVA REGRA

PARA DIVULGAR AUTONOMIA DE ELÉTRICOS E HÍBRIDOS NO BRASIL

A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) detalhou como funciona a nova metodologia de divulgação de autonomia dos veículos elétricos e híbridos no Brasil. Os critérios são baseados em instruções do Inmetro e que deverão ser seguidas por todas as montadoras. As marcas de veículos precisarão calcular um “pênalti” de 30% sobre os resultados de autonomia coletados em laboratório.

CHEVROLET ESTREIA NO

BBB 23 COM A NOVA MONTANA

A Chevrolet fez sua estreia na edição 2023 do Big Brother Brasil na noite de 26/01, na Prova do Líder. Estava em jogo a liderança e o mais recente lançamento da marca, a Nova Chevrolet Montana, picape com a caçamba mais inteligente da categoria. O objetivo da dinâmica era obter e organizar as peças que representavam cargas que podem ser acomodadas dentro das divisórias Multi-Board da Nova Montana, de acordo com o gabarito da prova.

12 | BALCÃO AUTOMOTIVO POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

SUDESTE PERDE PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE MOTOS

O Sudeste vem perdendo participação no mercado de motocicletas. A região fechou o mês passado com fatia de 38,2%. Neste mesmo período, a penetração da região Norte subiu de 7,9% para 12,7%. A participação do Nordeste teve perda pequena, 30% em janeiro deste ano. Na mesma ordem, a fatia do Centro-Oeste foi de 9,1%, 9% e 9,6%. A região Sul, por sua vez, tem índice similar ao do Nordeste, tendo fechado o mês passado também com índice de 9,6%.

VENDA DE BICICLETAS CAI 35% EM 2022; EXPECTATIVA PARA 2023 É DE RECUPERAÇÃO

As vendas de bicicletas no Brasil tiveram uma queda de 35% no ano de 2022, em comparação com o ano de 2021. Os dados são fruto do monitoramento feito pela Aliança Bike com lojistas de todo o País, e também da análise de dados de importação de bicicletas e componentes no Brasil. Segundo a Entidade, as bicicletas chamadas de “entrada”, com valores que vão de R$ 800,00 a R$ 2.000,00, foram as que apresentaram as maiores quedas.

COFAP AMPLIA CATÁLOGO DE PASTILHAS DE FREIO PARA MOTOCICLETAS

A Marelli Cofap Aftermarket ampliou o catálogo de componentes para motocicletas a fim de suprir as necessidades desse mercado. São oito novas pastilhas de freio moto Cofap que atendem as montadoras Dafra, Honda, Kawazaki, Shineray, Sundown, Suzuki, Triumph e Yamaha. Com esses lançamentos, a Cofap passa a oferecer mais de 40 códigos ativos nessa linha de produto, cobrindo mais de 80% da frota circulante.

SALÃO MOTO BRASIL ESTREIA NOVO FORMATO EM 2023; INGRESSOS À VENDA

MERCADO COMEÇA O ANO COM QUEDA NAS VENDAS EM RELAÇÃO A DEZEMBRO, MAS COM FORTE ALTA DIANTE DE JANEIRO DE 2022

A Honda continuou dominando as vendas em janeiro, com participação de 69,6%. Em segundo lugar ficou a Yamaha, com 19,5%, seguida por Shineray, com 1,7%; BMW, com 0,7%; e Kawasaki, com 0,5%. Em vendas por marcas, duas surpresas. A primeira é a Mottu, marca que não tem lojas e só vende para locadoras, na teceria posição, com mais de 4 mil unidades entregues. A segunda é a Bajaj à frente da Suzuki já em seu primeiro mês “cheio” de vendas.

Os motociclistas cariocas recebem o Salão Moto Brasil de 26 a 28/05 no Riocentro. E na edição de 2023 estreia um novo nome – Moto Brasil Experience – e o formato híbrido, mesclando eventos em área aberta e fechada. Na interna, o visitante do Salão Moto Brasil / Moto Brasil Experience poderá conhecer as principais novidades e modelos das principais fabricantes de moto presentes no Brasil, além de visitar estandes de empresas de acessórios e serviços.

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REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA COMEMORA BONS RESULTADOS DE TRANSAÇÕES DE SEMINOVOS E USADOS

Alguns fatores levaram os consumidores a se afastarem do zero km e até a buscarem os chamados fora de linha. A reposição está preparada para atender a demanda e a retomada das vendas de veículos novos depende de fatores econômicos

14 | BALCÃO
AUTOMOTIVO
CAPA
Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

Em 2022, as vendas de veículos seminovos e usados somaram mais de 13 milhões de unidades.

A maior participação foi dos produzidos há 13 anos ou mais, com 33,3% do total, seguidos pelos com 4 a 8 anos de idade (26,4%). Já a fatia dos veículos com 9 a 12 anos de uso, os chamados usados maduros representaram 24,1%, e os mais novos de 0 a 3 anos, 16% do total.

Questionado se os consumidores estão adquirindo veículos com mais anos de uso, o presidente da Fenauto, Enilson Sales, respondeu: “não podemos fazer esta afirmativa, mas sim, que o consumo vem se mantendo sempre em uma proporção muito similar ano a ano. Exceto em 2021, quando faltou carro novo e as vendas de

seminovos cresceram muito”.

Ele acrescenta que a sociedade tem um comportamento que varia muito pouco em termos percentuais para o consumo de carros. “Dentro das faixas econômicas da sociedade, percebemos claramente que elas se colocam muito alinhadas: o seu poder de compra com o ano do veículo”. Sobre o envelhecimento da frota, Enilson comenta que isso se dá basicamente pelo consumidor estar se afastando dos veículos novos.

“Seja pelo preço e a ausência dos novos no passado por falta de componentes eletrônicos e hoje basicamente por uma escolha das montadoras por trabalharem com modelos mais nobres, mais completos, o que faz com que o consumidor se afaste dos veículos novos e opte pelo seminovo ou pelo usado maduro”.

Sobre o balanço de vendas de 2022, ele diz que o resultado estava dentro do previsto e que para este ano, o volume de transações pode chegar a 15 milhões de unidades.

“Se as condições forem razoavelmente normais, a gente pode dizer que 15 milhões de veículos para 2023 é razoavelmente

dentro das nossas expectativas. Podemos fazer este número se não tivermos grandes solavancos na economia”.

RETOMADA

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, com a atual taxa Selic de 13,75% ao ano é impossível pensar em retomada. “Com essa taxa de juros o nosso mercado não cresce. É uma característica do Brasil juros elevados, mas talvez haja espaço para alguma adequação, tanto que os próprios bancos e os grandes

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CAPA
“Se as condições forem razoavelmente normais, a gente pode dizer que 15 milhões de veículos para 2023 é razoavelmente dentro das nossas expectativas. Podemos fazer este número se não tivermos grandes solavancos na economia”.
BONS RESULTADOS DAS VENDAS DE SEMINOVOS E USADOS
Enilson Sales, presidente da Fenauto Enilson Sales, presidente da Fenauto Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea

economistas não trabalham com essa taxa atual para o futuro. Nós desejamos que o novo presidente, Lula, no que ele tem mencionado sobre a redução da taxa, que ela ocorra no menor tempo possível”.

A taxa de juro alta impacta diretamente no volume de financiamentos, tanto que no ano passado, 75% das vendas de veículos novos foram à vista, um cenário oposto do que foi há três anos. Trata-se de um setor que depende muito do crédito. Para ilustrar, em 2022 foram emplacados 2,1 milhões de veículos, 0,7% menos que no ano anterior. A participação dos veículos leves (automóveis, picapes, vans e furgões) foi de 1,9 milhão de unidades, resultado 0,8% inferior a 2021. Para este ano, a Anfavea estima que sejam emplacados 2,168 milhões de veículos leves e pesados, se confirmado, o crescimento será de apenas 3% no comparativo com 2022.

MOVIMENTO NAS CONCESSIONÁRIAS

Presidente da Fenabrave, Andreta Jr. conta que a preferência do consumidor sempre foi por veículos mais novos, com até 3 anos de fabricação. Porém, com a falta de peças para a fabricação e oferta de veículos novos, o mercado apresentou uma alta na transação de usados no ano passado. “A idade média da frota, apenas considerando autos e leves, é de 16 anos, mas a idade média dos veículos que vêm sendo transacionados, nos últimos anos, é de 12 anos”.

Ele ressalta que tem sido notado um

certo padrão nas “ondas de troca”. “20% das transações ocorrem com veículos com até 4 anos de fabricação, 15% da comercialização de usados são de veículos entre 5 e 7 anos de idade e 10% das vendas, com veículos até 10 anos de fabricação. Por uma questão de política comercial, considerando que quanto mais velho mais difícil é revender um veículo usado, a maior parte dos comerciantes opera com usados na faixa até 7 anos de fabricação, que representam 35% do mercado de usados”.

No País são cerca de 7.300 concessionárias. A Fenabrave não tem estatísticas sobre a participação dessa rede nas vendas de usados e seminovos. “Mas vale ressaltar que a maior parte dos veículos novos, comercializados pelas concessionárias, têm um usado envolvido na negociação, o que eleva, proporcionalmente, a participação das concessionárias na comercialização de veículos usados”, afirma Andreta Jr.

No que tange à manutenção, o executivo diz que “a tendência do consumidor é cuidar cada vez melhor de seus veículos, embora a maior incidência de manutenção regular se dê enquanto duram as garantias de fábrica” e que as concessionárias sempre estiveram preparadas para atuar na manutenção e comercialização de veículos usados. “Pois, na maior parte das negociações, usados são ofertados como parte de pagamento de veículos novos”.

INDÚSTRIA PREPARADA

Em 2022, o faturamento da indústria de autopeças foi de R$ 191 bilhões, sendo 65,1% para montadoras, 18,4% para o segmento da reposição, 13%, exportações, e 4,3% as vendas intrassetoriais (um fabricante de autopeças fornecendo para outro). “Percebe-se de que há alguma variação estatística, mas a participação de cada segmento na distribuição do faturamento da indústria de autopeças mantém-se praticamente a mesma, com

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CAPA BONS RESULTADOS DAS VENDAS DE SEMINOVOS E USADOS
“Com essa taxa de juros o nosso mercado não cresce. É uma característica do Brasil juros elevados, mas talvez haja espaço para alguma adequação, tanto que os próprios bancos e os grandes economistas não trabalham com essa taxa atual para o futuro. Nós desejamos que o presidente Lula, no que ele tem mencionado sobre a redução da taxa, que ela ocorra no menor tempo possível”.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea
José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave
Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças

as vendas para montadoras na liderança”, comenta Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças.

Com base no levantamento do Sindipeças de 2021, em breve a entidade apresentará os números de 2022, a frota circulante de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foi de 46,6 milhões de unidades. O crescimento sobre o ano anterior foi de 0,7%. A idade média, de 10 anos e 3 meses, vem aumentando desde 2014. Em quase uma década, de 2013 a 2021, o envelhecimento elevou-se em 1 ano e 10 meses.

Para atender esta frota, Claúdio afirma que as indústrias associadas à entidade estão preparadas. “Nossos associados fornecem para a montagem de veículos e atuam no mercado de reposição de autopeças, uma vez que o setor é responsável pela manutenção da frota circulante brasileira e esteve sempre preparado para isso. Não há problema com o fornecimento de peças para manutenção dessa frota”. E se o envelhecimento da frota pode refletir numa mudança de produção nas indústrias de autopeças, ele respondeu que não é possível dar uma resposta conclusiva a essa pergunta.

“Nos últimos anos, a busca das montadoras pelo aumento do ticket médio dos veículos, com maior volume de conteúdo importado, somada ao crescimento das taxas de juros nos financiamentos, impactou no envelhecimento da frota

nacional. Porém, não é possível dar uma resposta conclusiva a essa pergunta. A variedade de produtos é imensa e a participação das empresas no mercado é bastante variada. É bom considerar que as vendas para o mercado de reposição têm representado de 18% a 19% das vendas totais do setor”.

Para finalizar, o presidente da entidade diz que o envelhecimento da frota é ruim para o País pelos problemas que pode causar ao meio ambiente e à segurança de motoristas, passageiros e pedestres, mas que é possível manter essa frota bem conservada. “Por isso, além de um Programa Nacional de Renovação de Frota, também defendemos a ITV (Inspeção Técnica Veicular). É importante frisar que os associados do Sindipeças fornecem para a montagem e também atuam no mercado de reposição de autopeças, sendo que nosso setor é responsável pela manutenção da frota circulante brasileira e esteve sempre preparado para isso”.

REFLEXOS NA REPOSIÇÃO

Diretor Geral da GiPA do Brasil, Laurent Guerinaud, avalia que para o setor de reposição automotiva o envelhecimento da frota tem um impacto positivo na manutenção e negativo na parte de funilaria. “Conforme a frota de veículos envelhece, ela traz um faturamento maior para o aftermarket. Os carros com mais de 15 anos de uso têm um custo anual de manutenção 27% superior à média, porém,

a tendência é de menos manutenção preventiva, o gasto maior é com a corretiva. Na parte de funilaria os impactos são negativos, pelo poder aquisitivo dos donos de carros antigos ser menor e por às vezes o valor do reparo não compensar quando comparado ao valor do carro”.

Laurent comenta que o envelhecimento da frota é uma tendência global e já existia antes da pandemia. “A GiPA tem uma ampla experiência de cálculo de frota circulante em mais de 35 países. Na maioria dos países onde a GiPA está presente, observamos, pontualmente, que a frota pode até rejuvenescer em alguns países. Porém, a tendência é de envelhecimento, pois 50% dos carros emplacados há 20 anos continuam em circulação”.

Para mudar esse cenário, ele diz que seria necessário um volume

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CAPA BONS RESULTADOS DAS VENDAS DE SEMINOVOS E USADOS
Laurent Guerinaud, diretor Geral da GiPA do Brasil
“Nos últimos anos, a busca das montadoras pelo aumento do ticket médio dos veículos, com maior volume de conteúdo importado, somada ao crescimento das taxas de juros nos financiamentos, impactou no envelhecimento da frota nacional. Porém, não é possível dar uma resposta conclusiva a essa pergunta. A variedade de produtos é imensa e a participação das empresas no mercado é bastante variada. É bom considerar que as vendas para o mercado de reposição têm representado de 18% a 19% das vendas totais do setor”.
Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças

exponencial de emplacamentos e medidas governamentais. “Matematicamente é impossível sustentar o rejuvenescimento do parque em longo prazo, a menos que tenham medidas governamentais para reduzir o prazo de vida dos carros e excluir de circulação os mais antigos, mas isso não tem hoje no Brasil e até nos países onde tem tais medidas, o parque continua envelhecendo”.

Um envelhecimento que tem um impacto muito importante para o aftermarket e Laurent destaca alguns pontos de atenção. “Não basta apenas olhar para a idade média do parque e a proporção de carros mais velhos. É interessante observar também a evolução do parque e a sua estrutura por idade, porque tem os veículos mais novos que frequentam as concessionárias, os que saíram do período de garantia e os veículos

mais antigos”.

Essa análise, segundo ele, significa dizer que os donos de veículos que saíram da garantia têm um poder aquisitivo melhor do que os que têm carros mais antigos. “Para atender esse público de veículos mais antigos, é preciso ter uma oferta muito adequada de peças e serviços. Os intermediários que deixaram de frequentar as concessionárias têm um certo poder aquisitivo e o desafio das concessionárias é aumentar a fidelização deles. As montadoras estão trabalhando muito fortemente nisso, após anos seguidos de “maus” emplacamentos. Outro canal que pode aproveitar isso são as oficinas”.

MAIS JOVEM QUE A MÉDIA EUROPEIA

Nas palavras de Heloisa Monzani, diretora da TecAlliance para o Brasil e América do Sul, são vários os fatores para os consumidores adquirirem veículos com mais anos de uso nos últimos 10 anos. “Em 2022, podemos citar alguns pontos importantes, tais como: a queda de produção de veículos novos pela falta de componentes, o aumento do preço dos veículos novos ou seminovos, a inflação que voltou a preocupar o Brasil e que tem sido um problema para diversos países que não sofriam deste mal há décadas”.

Ela explica que a combinação de inflação acima da expectativa, alta nos preços dos veículos e a incerteza política e econômica

levaram os consumidores a buscarem veículos mais antigos e mais baratos. “Com a particularidade de que em alguns Estados, veículos entre 10 e 20 anos são isentos do IPVA, outro motivo que leva as pessoas a optarem pela compra dos ‘velhinhos’”.

E que o processo de envelhecimento da nossa frota foi acentuado nos últimos 10 anos, ao contrário da europeia, “que sofreu o impacto da crise de 2007/2008 muito mais duramente que nós, mas o fenômeno é global. Ainda assim, a idade média da frota do Brasil, de 11,8 anos, em 2022 é mais jovem que a média europeia. Nas cinco maiores frotas europeias, a idade média é: Alemanha, 9,8, França, 10,3, Itália, 11,8, Espanha, 13,1 e Polônia, 14,3. Cabe mencionar as políticas governamentais de cada país e da União europeia para a substituição da frota diesel para elétricos e híbridos minimizando a taxa de envelhecimento”.

Na avaliação de Heloísa, o envelhecimento da frota tem impactos negativos e positivos. “Negativos, porque a venda de veículos novos tem uma participação muito importante na nossa economia de forma geral e movimenta uma cadeia de negócios e oportunidades muito longa e importante. Positivos, porque nosso mercado vive da venda de peças para veículos fora da garantia e quando esta fatia aumenta, a reposição em geral é positivamente afetada, bastando observar os resultados do nosso mercado mesmo

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CAPA BONS RESULTADOS DAS VENDAS DE SEMINOVOS E USADOS
Heloisa Monzani, diretora da TecAlliance para o Brasil e América do Sul

durante a pandemia”.

E que, logicamente, “as peças para os veículos novos, com mais tecnologia embarcada, são naturalmente mais caras e isto propicia um faturamento mais elevado, mas nos veículos mais antigos, as peças que se trocam também são peças mais técnicas: peças de motor, embreagem, transmissão, não ficando restrito somente as peças de revisão, como filtros, óleo e pastilhas”.

Para finalizar, ela ressalta que se não houver uma renovação da frota, em médio e longo prazos, os efeitos serão negativos para o setor e para a economia. “Precisamos que novos veículos entrem em circulação para manter e aumentar a nossa frota, principalmente de veículos que valham a pena fazer a manutenção e que não signifiquem um risco para a segurança dos condutores e os demais aspectos

relacionados com a qualidade de vida e de mobilidade da sociedade”.

FORA DE LINHA

Um levantamento inédito da Mobiauto revelou que em 2022, entre os 100 modelos e versões mais clicados pelos potenciais compradores, 51 modelos não são mais produzidos, os chamados fora de linha. “Indiscutivelmente é uma imensa mudança. O consumidor brasileiro está mais maduro. E a própria diversidade de modelos e versões, ante o que tínhamos décadas atrás, promoveu essas mudanças de hábitos”, afirma Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto.

Uma diversidade que ele explica como funciona. “Há dez anos, quando eu resolvia comprar um SUV usado, compacto ou médio, as opções que existiam eram poucas: EcoSport, Blazer, Vitara e Tucson. Quando a Blazer saiu de linha, em um nicho tão estreito, isso ganhava uma relevância grande, pois os consumidores se assustavam com o risco da depreciação acentuada. Hoje, o mercado é muito mais pulverizado e qualquer escolha de SUV usado, para ficar no mesmo exemplo, permite que você encontre 10, 12 ou 15 veículos diferentes”.

Do levantamento, ele destaca outras constatações. “Há várias curiosidades que podem ser destacadas de acordo com esse levantamento, como o predomínio absoluto das picapes produzidas pela Fiat na

preferência do consumidor (Strada e Toro), o final da maldição contra carros de origem francesa (principalmente da Renault, que têm se saído muito bem) ou a ascensão de marcas como Hyundai e Nissan na lista dos modelos mais procurados”.

Ainda de acordo com ele, o movimento de compra e venda no segmento de seminovos e usados foi bastante acentuado nos últimos anos. “O cliente A vende seu carro 2015 e adquire um 2020. O consumidor B pega esse 2015 e vende o 2011, que é passado às mãos do cliente C, que assume o 2011 e vende o 2002. E assim por diante. Como entraram menos unidades zero km nas ruas, devido à queda nas vendas, a idade média da frota acaba aumentando”.

Os chamados fora de linha continuam em circulação e Heloisa Monzani, diretora da TecAlliance para o Brasil e América do Sul, diz que é uma oportunidade para o mercado de reposição. “Nosso mercado, principalmente distribuidores e autopeças, via de regra possuem estoques de peças destes modelos que não mais produzidos e garantem o abastecimento da demanda existente. Este aumento nas vendas de veículos que não são mais produzidos estimula que os mesmos tenham que ser revisados, ou pelo vendedor ou pelo comprador, para circular de forma mais econômica e segura, ou seja, é uma oportunidade comercial importante de curto prazo”.

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CAPA BONS RESULTADOS DAS VENDAS DE SEMINOVOS E USADOS
“20% das transações ocorrem com veículos com até 4 anos de fabricação, 15% da comercialização de usados são de veículos entre 5 e 7 anos de idade e 10% das vendas, com veículos até 10 anos de fabricação. Por uma questão de política comercial, considerando que quanto mais velho mais difícil é revender um veículo usado, a maior parte dos comerciantes opera com usados na faixa até 7 anos de fabricação, que representam 35% do mercado de usados”.
Andreta Jr., presidente da Fenabrave
Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto

SUA EMPRESA OU VOCÊ É ANACRÔNICO?

Profissionais e empresas anacrônicos são caracterizados por serem antiquados, obsoletos e ultrapassados. Nos dias de hoje, em que as mudanças são cada vez mais rápidas, ainda mais com o uso da tecnologia, quem se identifica como anacrônico pode mudar, desde que queira. Segundo Antonio Wrobleski,

presidente do Conselho Administrativo da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind, profissionais e empresas anacrônicos andam de mãos juntas.

“Você jamais será um profissional obsoleto trabalhando em uma empresa de ponta. Há muitos fatores para identificá-los, mas há

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# 21 FEV / 2023 SUPLEMENTO ESPECIAL
Confira quais são as características e os processos considerados obsoletos para, se necessário, fazer as mudanças e se adaptar aos dias atuais
Texto: Karin Fuchs Foto(s): Divulgação

um fundamental, que é a falta de digitalização. Empresas que ainda trabalham em cima de planilhas Excel e têm muitas pessoas analisando muitos dados, sem as devidas conclusões, são anacrônicas. O profissional obsoleto é a mesma coisa, não interage com o mercado como um todo, não está entendendo o mercado atual e não está nem olhando para o mercado futuro. Essa é uma maneira de começar a morrer diante do seu segmento”, afirma Antonio.

Edson Teixer, sócio-diretor do Grupo IRKO, professor do IBMEC-RJ e diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) no Estado do Rio de Janeiro, diz que profissionais ultrapassados são facilmente identificáveis por serem aqueles que sempre resistem a mudanças ou novidades. “Eles são resistentes à inovação, têm dificuldade com coisas novas, querem fazer as coisas sempre do mesmo jeito. Por várias razões, isso é bastante prejudicial no mundo atual”.

Fundador e CEO da FM2S Educação e Consultoria, Virgílio Marques dos Santos, considera quatro pontos principais que podem ser identificados o anacronismo no trabalho:

1/ Falta de habilidades digitais, quando não se está familiarizado com tecnologias atualizadas e não se sabe como usá-las para melhorar suas habilidades e sua eficiência no trabalho;

2/ Mindset obsoleto, quando utilizam uma abordagem rígida e inflexível para o trabalho e não estão dispostos a mudar ou aprender novos métodos;

3/ Não conseguem se adaptar às mudanças no mercado ou no setor em que trabalham,

4/ Falta de inovação, em que não estão constantemente procurando maneiras de melhorar suas habilidades e sua empresa.

Impactos negativos

Virgílio destaca cinco impactos negativos para profissionais e empresas considerados anacrônicos. “O primeiro é a desvantagem competitiva, em que os profissionais e as empresas anacrônicos ficam para trás em relação à concorrência e podem perder oportunidades para aqueles que estão mais atualizados e capacitados. O segundo ponto é a dificuldade em atrair talentos, já que os profissionais

modernos procuram empresas que ofereçam tecnologia e oportunidades de crescimento”.

Outro impacto negativo é a baixa eficiência, pois tendem a ser menos eficientes devido à sua falta de habilidades digitais e adaptabilidade. “Além disso, há uma dificuldade em se manterem relevantes, ou seja, esse perfil (especialmente no caso de empresas) corre o risco de perder sua relevância no mercado e se tornar obsoleto. Por fim, o impacto negativo de ter dificuldade para satisfazer as expectativas do cliente”, especifica Virgílio.

Para Antonio, empresas anacrônicas não têm futuro. “Os impactos negativos são custos maiores, má precificação, falta de entendimento do mercado. Portanto, não terão o desempenho que deveriam ter. São empresas e pessoas com tempo contado, limitado”. Visão similar compartilha Edson, “o mercado atual se move na onda da Quarta Revolução Industrial, a tecnológica. Assim, companhias que queiram crescer, se desenvolver e até mudar de patamar precisam trabalhar levando em consideração a inovação e as novas tecnologias. Empresas anacrônicas já não têm espaço no mundo atual e, principalmente, no futuro”.

Mudança

Para quem se identificou como anacrônico e quer mudar, a dica de Antonio é investir em educação “Fazer parte de associações relativas ao seu negócio para trocar informações com seus pares e o benchmarking. Isso eliminará o anacronismo de sua empresa, caso contrário, ela vai morrer”, explica.

Ele conta que tem visto profissionais acima de 50 anos totalmente inseridos no mercado, atualizados. “Eles não utilizam mais planilhas Excel, que é um símbolo do anacronismo. São profissionais e empresários que têm muita clareza em sua visão de como deixar a empresa pronta para os próximos cinco anos, independentemente do tamanho dela”.

Teixer orienta as empresas a olharem para dentro de casa e analisarem os seus processos internos. “Como eles funcionam? São exclusivamente manuais? Parcialmente automatizados? Olhar para isso vai ajudar a avaliar se o seu time é composto de profissionais anacrônicos ou não, já que profissionais que acreditam na inovação tendem a atuar para construir processos automatizados ou buscar soluções automatizadas”.

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Antonio Wrobleski, presidente do Conselho Administrativo da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind

Já Virgílio deixa sete recomendações: “avalie seus processos, ouça o cliente, fique atento às tendências, acompanhe as tendências tecnológicas e de negócios, identifique como elas podem ser aplicadas ao seu negócio, invista em inovação, capacite sua equipe, trabalhe em equipe e seja aberto a mudanças. Mantenha uma postura flexível e esteja disposto a abandonar processos e ferramentas ultrapassados se for necessário; tenha um espírito aberto para mudanças”.

Processos antiquados

Com base nas respostas dos entrevistados, confira a seguir quais ferramentas e processos são considerados hoje obsoletos:

- Planilhas manuais: foram substituídas por ferramentas de gerenciamento de dados, como o Google Sheets ou o Microsoft Excel;

- Correspondência por fax: com a popularização do e-mail, o fax perdeu sua relevância como meio de comunicação (e inexiste nas empresas, atualmente);

- Agenda de papel: as agendas digitais, como o Google Agenda, tornaram as agendas de papel obsoletas, embora muita gente use, ainda;

- Discos rígidos externos: a nuvem e outras formas de armazenamento em nuvem substituíram os discos rígidos externos como meio de backup de dados;

- Atualmente, há ferramentas que ajudam no processo de monitoramento e gestão, que hoje não são mais controlados por meio do manuseio ou inserções manuais dos profissionais. Os processos estão cada vez mais automatizados, com a ajuda de ferramentas e aplicações que o próprio mercado disponibiliza;

- Os modelos de negócio atuais têm utilizado muito o que chamamos de ecossistema. Quando falamos de aplicações, sistemas ou ferramentas, já não existe apenas um que consiga dar solução a tudo. No dia a dia, é preciso utilizar várias aplicações e integrá-las num ecossistema,

- Exemplo disso é a indústria automotiva. A linha de montagem não é construída por uma única empresa. São várias máquinas, de diferentes fornecedores, cada uma fazendo sua parte no processo produtivo. Elas se integram, trabalham em conjunto, para produzir o que a empresa precisa.

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Edson Teixer, sócio-diretor do Grupo IRKO, professor do IBMEC-RJ e diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) no RJ
“Avalie seus processos, ouça o cliente, fique atento às tendências, acompanhe as tendências tecnológicas e de negócios, identifique como elas podem ser aplicadas ao seu negócio, invista em inovação, capacite sua equipe, trabalhe em equipe e seja aberto a mudanças. Mantenha uma postura flexível e esteja disposto a abandonar processos e ferramentas ultrapassados se for necessário; tenha um espírito aberto para mudanças”.
Virgílio Marques dos Santos, fundador e CEO da FM2S Educação e Consultoria
Virgílio Marques dos Santos, fundador e CEO da FM2S Educação e Consultoria

ATIVO E OPERANTE

Empresário de Curitiba (PR), André Keppe, da Keppe Autopeças, sempre foi inquieto por aprender e está longe de ser anacrônico, ao contrário. Vendedor de autopeças há 28 anos, ele assumiu uma loja há praticamente dez meses e é bastante atuante nas redes sociais. “Eu sempre fui muito criativo, nunca gostei de fazer as mesmas coisas do mesmo jeito sempre, o metódico me deixa incomodado, estou sempre buscando inovar, fazer algo diferente. Todos os dias, antes de abrir a loja, eu posto uns dois reels (formato de vídeo para ser compartilhado nas redes sociais)”, afirma.

O contato pessoal ele também nunca dispensou. “Eu falo com no mínimo 100 pessoas por dia e nesses dez meses à frente da loja, os contatos que eu tenho feito têm dado muito retorno, muitas portas estão se abrindo. Seja em qualquer ramo for, é preciso estar sempre atualizado, escutando as pessoas e eu sou muito antenado. Leio muito e estou fazendo faculdade de História, pode não ter a ver com o nosso setor, mas tudo é história e tudo é aprendizado”, enfatiza.

Ele aproveita para deixar uma dica. “É exigido do profissional de vendas do ramo automotivo muito conhecimento técnico, quem entra nesse ramo não sai mais, porque ele aprendeu o que é muito difícil de aprender, leva anos, não tem cartilha e nem faculdade. Por isso, a pessoa tem que estar aberta para mudanças, buscar se adaptar e com as ferramentas digitais, ter o cuidado de não perder a habilidade de dialogar, do olho no olho e de ligar para o cliente”.

“É exigido do profissional de vendas do ramo automotivo muito conhecimento técnico, quem entra nesse ramo não sai mais, porque ele aprendeu o que é muito difícil de aprender, leva anos, não tem cartilha e nem faculdade. Por isso, a pessoa tem que estar aberta para mudanças, buscar se adaptar e com as ferramentas digitais, ter o cuidado de não perder a habilidade de dialogar, do olho no olho e de ligar para o cliente”.

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André Keppe, da Keppe Autopeças, de Curitiba (PR) ANDRÉ KEPPE

Comportamento

PALAVRAS SÃO PALAVRAS

Etimologia é a parte da gramática que estuda a história das palavras e da explicação do significado das palavras através de seus elementos (morfemas).

Palavra é um conjunto de sons articulados que expressam ideias e são representados por uma grafia, formada por uma reunião de letras, que quando agrupadas formam as frases.

A comunicação é uma característica especialmente humana. Por meio dela é possível estabelecer uma interação entre as pessoas. Ela se divide em três elementos: emissor (aquele que transmite a mensagem); código (conjunto de sinais que são

decodificados pelo receptor) e receptor (aquele que recebe a mensagem transmitida pelo emissor).

O código utilizado em um processo de comunicação pode ser verbal ou não verbal (por sinais, gestos, sons, textos, desenhos, etc.).

Em uma conversa entre surdos-mudos, por exemplo, onde ambos compartilham do mesmo código, a comunicação se estabelece de forma tranquila, do contrário, uma pessoa que usa a linguagem oral ao tentar dialogar com um surdo-mudo, em que não compartilharem do mesmo código (línguas dos sinais), a

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ARTIGO
Foto(s): Divulgação
“A ciência moderna ainda não produziu um remédio tranquilizante tão eficaz quanto algumas poucas palavras carinhosas”.
Sigmund Freud

PALAVRAS SÃO PALAVRAS

comunicação não será estabelecida, pois o receptor não tem o conhecimento para decodificar a mensagem.

O jogo de palavras faz parte das relações pessoais e profissionais e pode implicar em consequências positivas ou negativas.

Quando criança, palavras ditas de forma espontânea e inocente criam situações inusitadas e engraçadas. Servem até de alivio para o estresse dos adultos. Por outro lado, na vida adulta, é preciso ter o máximo de cuidado com as palavras. Se ditas, em excesso, podem magoar, causar ressentimentos e prejuízos aos relacionamentos, da mesma forma, a falta de diálogo pode causar enormes prejuízos.

“Palavras são palavras

E a gente nem percebe

O que disse sem querer

E o que deixou pra depois”.

As redes sociais, importante meio de comunicação, têm o poder de aproximar e ao mesmo tempo de distanciar pessoas. A falta de tempo e a correria do dia a dia inibe o contato físico, uma visita pessoal, uma pausa para uma ligação telefônica. A escrita, por exemplo, muitas vezes cede lugar aos emojis, as famosas figurinhas que expressam reações de alegria, afeto, tristeza, etc. Quem de nós já não encaminhou uma mensagem de aniversário a um amigo após receber lembrete de uma rede social?

“Morreu de que? – Se sufocou com as palavras que nunca disse”.

Conta-se a história de um casal que tomava o café da manhã no dia em que comemoravam suas Bodas de Prata. Para satisfazer seu próprio desejo, a mulher que durante 25 anos sempre deu o miolo do pão ao marido, pensou: “acho justo, pelo menos uma vez na vida, comer o miolo do pão”, então, passou manteiga na casca do pão e deu ao marido.

Tamanha foi a surpresa da esposa com a reação do marido quando ele abriu um enorme sorriso e agradeceu pelo presente, ao receber a casca do pão. Ele revelou à esposa que jamais ousou pedir a casca do pão, por imaginar que era a parte que ela mais gostava e, para satisfazê-la, preferia comer o miolo do pão.

Moral da história: não espere que o outro adivinhe. É importante dizer claramente o que deseja.

“Eu tenho tanto pra lhe falar Mas com palavras não sei dizer...”

Roberto Carlos

Um casal, amigos de infância, se reencontra na terceira idade. A vida de cada um tomou rumos bem diferentes. De repente, por ironia do destino, se reencontram mais de 50 anos após perderem contato na adolescência. Ele, então, resolveu expressar por meio de palavras o que não teve coragem de falar no passado. Falou do amor que sentia por ela, por sua vez, ela disse que sentia o mesmo por ele. Resultado: um amor perdido no tempo veio à tona. Como mostra o ditado “antes tarde do que nunca”. Com mais de meio século de atraso, se casaram e, felizes, pretendem ficar juntos até o final dos dias.

No ambiente de trabalho, feedbacks são dados e, a depender da forma, se positivos, podem impulsionar carreiras, do contrário, podem trazer consequências indesejadas a quem recebe e ao clima organizacional, por exemplo:

FEEDBACKS NEGATIVOS:

• Não vejo sentido nesse projeto;

• Esse curso de graduação não se adequa ao seu perfil;

• Seu desempenho no último ano ficou muito abaixo do esperado. Você realmente acredita que pode fazer algo melhor a partir dessa avaliação? Tenho dúvidas se poderemos contar contigo daqui pra frente!

FEEDBACKS POSITIVOS:

• Esse último projeto foi bem difícil, porém, você conseguiu nos ajudar de forma impecável e isso demonstra o seu comprometimento. Parabéns!!

• Sua ajuda no treinamento à nova colaboradora foi muito útil para o ótimo inicio dela na empresa, ajudando-a a se sentir confortável na função;

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Comportamento

• Sua contratação foi a melhor escolha para a nossa empresa. Parabéns pelo seu excelente desempenho.

No ambiente pessoal ou profissional, convivemos com diferentes comportamentos de pessoas, em relação ao uso das palavras. Vejamos alguns exemplos de pessoas que:

1. Por omissão, evita se posicionar em situações de conflitos;

2. Embora seja uma pessoa do bem, seu temperamento explosivo causa mágoas e ressentimentos, difíceis de esquecer;

3. Introspectivo(a), não expõe seus posicionamentos, convicções e sentimentos;

4. Sem conhecimento de causa, apenas por dedução, “palavras jogadas ao vento”;

5. Por meio da escrita, sem os devidos cuidados, acabam por causar conflitos desnecessários;

6. Em momentos inadequados, fazem brincadeiras fora de contexto que implicam em constrangimentos;

7. De forma deselegante e indelicada, costumam “dizer a

verdade na cara, doa a quem doer”;

8. Não guardam segredos, dão ouvidos e espalham Fake News;

9. Prestam atenção ao que ouve. Sinal de boa educação e respeito para com o próximo. Saber ouvir é uma arte!;

10. Sabem se expressar de forma clara, pausada, sem rodeios e com linguagem condizente ao ouvinte.

PALAVRAS SÃO PALAVRAS:

• Como diria Chacrinha, o velho guerreiro: “quem não se comunica, se trumbica”:

• Em um time de futebol bem treinado, seus jogadores, por sintonia, conseguem surpreender os adversários sem a necessidade de fazer uso das palavras;

• “Eu gosto das coisas muito bem explicadinhas, nos mínimos detalhes”, dizia o conhecido personagem de um programa humorístico;

• O tipo de comunicação se diferencia a depender do público

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Comportamento

PALAVRAS SÃO PALAVRAS

(cliente). O atendimento em um balcão é diferente do atendimento em uma visita pessoal, online ou por telefone;

• Os extremos: excesso de palavras (falar demais) ou pela escassez (falar de menos) não é salutar para o processo de comunicação;

• Através da palavra escrita, é possível transmitir emoção e reflexão;

• Feedbacks negativos geram desconforto; feedbacks positivos impulsionam pessoas ao alcance dos objetivos;

• Por orgulho, deixamos de pedir perdão, de voltar atrás e reconhecer um erro...

• Manter a palavra, cumprir com o prometido, ainda que isso lhe cause algum prejuízo é bonito, afinal o mais importante é a consciência tranquila;

• Palavras de carinho podem e devem ser ditas a todo o momento. Palavras de repreensão precisam ser ditas no momento

certo e de forma adequada, a fim de não causar “feridas” de difícil cicatrização. “É que um carinho às vezes cai bem”, quer dizer, um carinho sempre cai bem;

• Palavras que expressam ódio, revolta, indignação e agressividade podem contaminar um ambiente.

As palavras têm um incrível poder. Se bem utilizadas, de forma verdadeira, simpática, respeitosa, convincente, colocadas no tempo certo, fortalecem as amizades e os relacionamentos e, sobretudo, causam a sensação de felicidade, impulsionam carreiras profissionais e acadêmicas e encantam pessoas.

Espero, caro leitor, que ao escrever esse artigo, eu tenha me expressado de forma clara e tenha atingido o objetivo de gerar uma reflexão sobre esse tema tão importante. Afinal, a comunicação é uma necessidade inerente a todo e qualquer ser humano.

Até a próxima edição!

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*Analista Administrativo Sênior da Distribuidora Automotiva S/A – Filial Salvador; Bacharel em ADM; MBA em Gestão de Empresas; MBA em Liderança Coaching; Co-autor dos livros “Ser Mais Inovador em RH” – “Motivação em Vendas” e "Planejamento Estratégico para a Vida”

PARA UM MELHOR DESEMPENHO DOS SEUS NEGÓCIOS

Tão importante quanto a gestão eficiente da empresa é ter vendedores bem preparados e atualizados. Gestão passa por automação e uso da inteligência

Conduzidas pelo diretor de redação do Grupo de Mídia do Balcão Automotivo, Silvio Rocha, dois podcasts realizados em fevereiro levaram aos tele internautas exemplos de técnicas de vendas e uso da inteligência artificial para uma gestão empresarial mais eficaz e com informações certeiras em tempo real. Ambos foram transmitidos

pelo YouTube, Facebook e Linkedin do Balcão Automotivo.

A primeira transmissão, intitulada “Não, Obrigado. Estou só olhando! Técnicas de vendas de varejo para transformar clientes potenciais em efetivos compradores”, teve a participação de Mário Rodrigues, CEO do IBNVendas, Instituto Brasileiro de Negociação e Vendas. Na segunda, “A Digitalização e a Inteligência Artificial

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Por: Karin Fuchs e Silvio Rocha| Foto(s): Divulgação
#PODCASTDOBALCAO

na gestão da reposição automotiva”, foi a vez de Marco Flores, fundador da 2D Consultores Associados.

Mário desmistificou que não tem idade para ser um bom vendedor e que o bom vendedor é aquele que nasce com o dom para vender. “Não existe a história de que a gente está muito velho, pois nunca estamos muito velhos para comprar, portanto, não estamos velhos para vender. Vendas é uma relação humana, tem que entender de gente para entender de vendas. Isso requer confiança, ouvir o problema do cliente e ele sentir a confiança de que o seu problema será solucionado. Não há gente velha para as relações humanas”, afirmou.

Competências fundamentais

Pela experiência de Rodrigues, ele listou dez competências fundamentais para ser um bom vendedor. “Muitos nascem com a aptidão para vendas, mas também é possível desenvolvê-la. Fruto de um estudo que eu venho fazendo há mais de 15 anos, para ser um bom vendedor, eu listo dez competências

fundamentais: disciplina, adaptabilidade, resiliência, proatividade, criatividade, comunicação, empatia, capacidade investigativa, tenacidade e ambição”.

Segundo ele, disciplina é a capacidade de pensar, projetar e cumprir um projeto. Adaptabilidade é estar preparado para mudanças, resiliência é saber lidar com o maior desafio do ser humano, que é ouvir um não, e não desistir. Proatividade é fazer antes, chegar antes. Criatividade é fazer de um jeito diferente, comunicação é entender o que seu cliente está dizendo, empatia tem a ver com comunicação, é a capacidade de saber o que ele está sentindo e demonstrando.

Capacidade investigativa é a curiosidade, é perguntar sempre. Tenacidade é não aceitar simplesmente um não, mas ajudar o cliente a tomar a melhor decisão. Ambição não é ganância, é querer crescer sempre para o próximo desafio. “Grande parte dessas capacidades a gente desenvolve desde pequeno, em função da nossa criação. Mas as

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Marco Flores, da 2D Consultores Associados

que não são desenvolvidas, podemos aprender”, disse Mário.

Inteligência artificial na gestão certeira

Marco criou uma estrutura baseada em inteligência artificial que faz a leitura de qualquer banco de dados para identificar a situação em tempo real das empresas, a demonstração dos resultados, o que segundo ele, é acessível para todas, independentemente do seu faturamento ou porte. “O mundo de gestão é cada vez mais digital e ele antecipa fatos de forma muito objetiva, cada vez mais robótica e com a inteligência cada vez mais viva”, afirmou.

Em tempo real, o modelo retrata o que está acontecendo na sua empresa, como está sendo a performance por produtos, eventuais clientes que deixaram de comprar e os vendedores que mais afetaram negativamente a operação.

Quando isso ocorre, Marco diz que é proposta uma ação imediata.

“Pois, o departamento de compras obteve com a visão da performance do mês passado e o departamento de contas a pagar está carregado do produto e não tem saldo de liquidez no futuro e precisa começar a agir. Isso é uma inteligência artificial

para gestão. Quem não se antecipa, não governa. Quantas vezes te faltou a correta informação para você tomar a decisão? As oportunidades perdidas são encontradas por alguém, pelo seu concorrente”.

Ele exemplificou que se uma empresa precisa comprar R$1milhão e comprou um volume superior, haverá duas situações. “Se ela tiver reservas bancárias, isso não trará nenhum problema aos seus fornecedores, pois ela irá liquidar o volume adicional de compras com um saldo de liquidez que ela tem disponível no banco. Mas se ela não tiver essa liquidez, ela vai antecipar recebíveis ou vai postergar o pagamento dos fornecedores. Isso é tardio e não resolve nada”.

De acordo com ele, “os modelos cada vez mais autônomos e robóticos apontam que a empresa terá uma perda de liquidez em um período com absoluta segurança, entre 35 e 45 dias de antecedência, isso norteia quais produtos que neste momento comprou em excesso e que foram para contas a pagar e não conseguiu vender”.

Desempenho

Outra funcionalidade, além dos robôs nutrirem quais são os clientes e os vendedores que neste momento não estão

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alavancando suas vendas como deveriam, é ajudá-lo a identificar as oportunidades. “A inteligência artificial identifica quais são as oportunidades. Informações em tempo real é um acelerador de operações específicas que apontam as oportunidades perdidas”.

Marco mostrou mais um exemplo, no caso, de um varejo que fatura R$ 1 milhão, tem uma taxa média de retorno de 8% e com um modelo de gestão baseado em inteligência artificial, ele pode aumentar essa taxa para 25%, a cada 0,20 itens adicionados ao aumento da venda no balcão e, ainda, com a estrutura que ele já tem. O que significa R$ 20 mil a mais de lucro líquido por mês ou em torno de R$ 250 mil no ano.

“Isto se resolve com gerenciamentos objetivos com inteligência artificial, cada vez mais robotizada e mais dinâmica para identificar em tempo real quem é o balconista que deixa de vender e em qual cliente. Com essa informação disponível em tempo real para os tomadores de decisões é obvio que isso muda toda a dinâmica do negócio. As empresas que têm modelos de inteligência artificial ganham uma velocidade enorme”, ressaltou.

Olhar a concorrência

Para Mário, o profissional de vendas tem que sair da posição de mero vendedor para ser um consultor de consumo. “Ele precisa estar sempre atualizado. Ante a tantas possibilidades, cada vez mais por conta da tecnologia, com tamanha automação, o consumidor ganhou muita autonomia e cabe ao vendedor conduzi-la no melhor caminho; na melhor decisão para que ele compre aquilo que ele quer e precisa”.

Em linha com o que Marco falou sobre perdas para a concorrência, Mário defendeu o benchmarking, ver o que o seu concorrente está fazendo e as tendências da sua profissão. “Todo mundo toma uma decisão por comparação, então, ele deve sim saber o que a concorrência está fazendo e se aprimorar.

É colocar o concorrente para trabalhar para a gente e estar atento no que tem de novidade e que passa pela tecnologia, desde um simples produto até a peça mais complexa da mais moderna tecnologia”.

Estoque saudável

Nas palavras de Marco, o volume de peças paradas no estoque do varejo é descomunal. “Ao longo do tempo, isso não é uma regra, mais uma linha, muitos trocaram o saldo bancário por mercadoria e grande parte dela está parada. O pior lugar do mundo para colocar dinheiro é na conta estoque, principalmente de uma empresa que passa por uma perda de liquidez, por três razões: a venda é incerta, o preço é incerto, pois não sabe dizer a que preço venderá hoje o que comprou há anos, e muitas vezes, o recebimento também incerto”.

Segundo ele, a grande estratégia para aumentar a liquidez não é comprar muito, mas comprar com dias de antecedência, de forma que seja seguro para a sua reposição. “A única forma de aumentar a liquidez é o sistema identificar de forma clara quais são os itens que estão abaixo do nível de compra e fazer as correções cada vez mais robóticas para ir repondo o estoque”.

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Mário Rodrigues, CEO do IBNVendas
Marco Flores,da 2D Consultores Associados Podcast
“Pois, o departamento de compras obteve com a visão da performance do mês passado e o departamento de contas a pagar está carregado do produto e não tem saldo de liquidez no futuro e precisa começar a agir. Isso é uma inteligência artificial para gestão. Quem não se antecipa, não governa...”.

EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NO SETOR AUTOMOTIVO: DECIFRE OS HÁBITOS DO CONSUMIDOR

uito se fala sobre experiência do cliente, o famoso CX, como sendo uma das chaves para o sucesso no varejo em 2023. Mas o que muitos não dizem é que, para chegar a esse ponto, antes de tudo, é necessário entender o comportamento desse comprador. Afinal, o que seu cliente busca? Quanto ele está disposto a investir por determinado serviço? Quais são os hábitos que permeiam a sua rotina?

Para responder essas e muitas outras questões, não existe mágica: é preciso estudar e se aprofundar neste universo com dados consistentes, de modo que essas informações tragam clareza e uma ampla visão sobre o seu negócio e o futuro do setor automotivo como um todo.

De acordo com a pesquisa Global Automotive Consumer Study, divulgada pela Deloitte no ano passado, cerca de 50% dos consumidores estão dispostos a permanecer mais tempo com seus veículos. Com base nessa informação, podemos concluir que os

motoristas devem passar a investir em manutenções preventivas e peças que façam seus veículos ter mais durabilidade, por exemplo.

Um outro dado relevante dessa pesquisa é que 42% dos consumidores estão dispostos a pagar mais pela conveniência, se tiverem uma experiência positiva. Neste cenário, começam a surgir novos modelos de atendimento que vão até o cliente e não o cliente indo até o estabelecimento, como é o caso de Vans de Serviços Automotivos, que podem realizar serviços de troca de pneus e balanceamento, tornando-se um posto avançado da oficina, que pode se deslocar para locais de maior fluxo ou até ao local de trabalho do cliente. A partir daí, vemos que existem oportunidades de gerar maior receita e fidelizar os consumidores através de conveniência, que pode se tornar um diferencial competitivo para um cliente com tempo curto e dificuldade de deslocamento.

Para evoluirmos ainda mais nesse assunto, vou elencar a seguir algumas frentes que podem ser endereçadas para que o consumidor

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Diretor de novos negócios da Linx
Tendências M
Foto(s): Divulgação

EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NO SETOR AUTOMOTIVO

tenha a melhor experiência possível. A primeira e talvez uma das mais importantes é o atendimento. Uma grande tendência nos últimos anos é investir no atendimento humanizado, não somente na tecnologia, um equilíbrio é necessário para estabelecer uma conexão genuína com o cliente. A equipe precisa trabalhar sua capacidade de criar conexões, empatia e estabelecer relações de confiança com seus clientes. Isso é o que realmente faz a diferença, portanto é fundamental treinar o time para desenvolver habilidades interpessoais reais e não apenas em capacitação técnica.

Uma vez que o consumidor tenha tido o primeiro contato com seu negócio, o mais importante é trabalhar para garantir que ele volte. Isso pode ser feito levando em conta o histórico de compras e passagens que ele teve no seu estabelecimento e juntando esses dados com outros externos para estabelecer recomendações de produtos ou serviços no tempo certo. Por exemplo, compreendendo o comportamento da quilometragem média por tempo do cliente e, levando em conta o histórico de compras e passagens, é possível determinar o que oferecer prevendo a quilometragem do veículo e que peças se aplicam naquele ponto do ciclo de vida dele.

Outro recurso extremamente importante para atrair o cliente novamente, fidelizá-lo e ainda propiciar uma ótima experiência é a promoção. As ofertas podem ser encaradas como uma parte do seu “Custo de Aquisição de Clientes” (CAC) e sempre analisadas por meio de uma comparação com o potencial de receita esperado para aquele cliente ao longo do tempo de relacionamento que ele terá com você (Lifetime Value). Para se certificar de que essas ofertas chegarão ao seu público de interesse, vale investir em canais digitais para geração de fluxo, sem depender apenas dos passantes. Mídias sociais são ferramentas poderosas e que, se bem utilizadas em conjunto com uma boa plataforma de relacionamento, geram fluxo e receita adicional ao seu negócio.

Já em outro momento da jornada do cliente, temos também o pós-venda. Qual é o cliente que não se sente valorizado ao perceber que sua loja de autopeças favorita está preocupada em ouvir suas considerações sobre a experiência de compra? Esta é a oportunidade

de ouro de entender se o consumidor ficou satisfeito, e, caso não esteja, é a chance de corrigir e manter aquele cliente fiel.

Por fim, é importante lembrar que “aquilo que não é medido não é gerenciado”. Dessa maneira, torna-se fundamental estabelecer métricas e indicadores que facilitem a compreensão rápida de como tem sido a experiência do seu cliente. Nesse momento, é importante definir metas e engajar o time para buscá-las com cadência e visibilidade constante de sua evolução. Somente com números conseguimos tangibilizar a evolução do atendimento.

Investir em elevar o patamar da experiência do cliente, colocá-lo no centro da estratégia e fazer disso uma prioridade é pavimentar o caminho do sucesso para qualquer empresa. A lição de casa que temos para este ano é estudar as tendências que o setor apresenta, colocar em prática os planos traçados e continuar acompanhando bem de perto a evolução das ações junto aos clientes. Este é, sem dúvida, o caminho mais certeiro para resultados memoráveis em 2023.

da plataforma de software StoneCo, especialista em tecnologia para o varejo e líder no mercado de software de gestão, com 45,6% de market share do mercado varejista, conforme atesta o IDC. Toda a expertise da Linx é focada em um varejo de - e para - pessoas, conectando o indivíduo à facilidade, inteligência e experiência desejada do mundo online ao offline

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Tendências
*Renato Matias Vieira Lass é diretor da vertical de Aftermarket Automotivo da Linx, empresa
“... cerca de 50% dos consumidores estão dispostos a permanecer mais tempo com seus veículos. Com base nessa informação, podemos concluir que os motoristas devem passar a investir em manutenções preventivas e peças que façam seus veículos ter mais durabilidade...”
Renato Lass, diretor de novos negócios da Linx

Balcão dos Pesados & Comerciais

TEXTO: KARIN FUCHS E SILVIO ROCHA | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

ESCUDERIA DO GRUPO VANNUCCI NA COPA TRUCK É A REALIZAÇÃO DE UM SONHO

O Grupo comemora 30 anos de atividades, solidez no segmento de linha pesada e muita sinergia com os patrocinadores nesta nova etapa de competição

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BALCÃO AUTOMOTIVO
O piloto e tetracampeão da categoria, Leandro Totti

Empouco tempo, o empresário Fábio Vannucci, fundador do Grupo Vannucci, realizou dois sonhos no automobilismo. O primeiro deles foi patrocinar a equipe de Fábio Fogaça, na Copa Truck, no campeonato de 2022, a partir do mês de junho. O segundo foi estrear neste ano, também na Copa Truck, com a sua própria escuderia, a Vannucci Racing, com os pilotos Leandro Totti e Rodrigo Taborda, e dois caminhões Volvo.

“Gostamos do retorno ao patrocinarmos a equipe do Fogaça, vimos que tínhamos muita sinergia com o negócio e entendemos que daria para fazer uma equipe de uma distribuidora e fábrica de autopeças. Sonhamos com isso em outubro do ano passado, em janeiro e fevereiro deste ano estávamos com o projeto andando”, afirma.

A sinergia com o próprio negócio, ao qual Fábio se refere, é o modelo praticado pela maioria dos patrocinadores. “Percebemos que a maioria deles patrocinava com produtos, ao invés de dinheiro, e nós temos uma máquina de vendas na nossa distribuidora, com um time de 160 vendedores”.

No dia 19 de março, em Goiânia (GO), a Vannucci Racing estreia nas pistas na 1ª etapa da Copa Truck com grandes patrocinadores, a Evora Lubrificantes,

Reserplastic Peças Automotivas, Amalcaburio, Otmus Equipamentos de Direção e Suspensão, IABV Indústria de Artefatos de Borracha, Chipi Implementos Rodoviários, IVA Auto Peças e Autiva Peças para linha pesada.

“No automobilismo tem que ter dinheiro e talento, só um dos dois não funciona”, destaca o empresário.

Visibilidade

Fábio conta que a expectativa com a Vannucci Racing é alinhar a parte esportiva com a parte Comercial e de Marketing, “para expor muito mais o nosso nome”. E para os patrocinadores, é oferecido um pacote de benefícios.

“Eu, a Janice Marie, diretora de Exportação e Importação, e o Marcio Guedes, diretor de Compras, criamos um projeto para os nossos patrocinadores, um pacote que inclui adesivo no caminhão, acesso ao box, camarote e torcida premium”.

Além disso, acrescenta o executivo, “nas etapas onde serão realizadas as corridas, o patrocinador pode indicar algum cliente para levarmos o caminhão com o piloto e deixá-lo por um dia exposto. Com isso, a gente aumenta a exposição da corrida. É uma ação de marketing para a Vannucci Racing e para o patrocinador”, diz.

“Gostamos do retorno ao patrocinarmos a equipe do Fogaça, vimos que tínhamos muita sinergia com o negócio e entendemos que daria para fazer uma equipe de uma distribuidora e fábrica de autopeças. Sonhamos com isso em outubro do ano passado, em janeiro e fevereiro deste ano estávamos com o projeto andando”

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Fábio Vannucci projeta grandes resultados com Totti

PERFIL

Fábio Vannucci

Engenheiro mecânico por formação, Fábio Vannucci é o que podemos chamar de empreendedor nato, aquele que enxerga as oportunidades e faz elas acontecerem. Foi assim que, ao longo dos 30 anos do Grupo Vannucci, ele transformou a pequena empresa de peças para veículos da linha pesada, que dependia de uma metalúrgica para fabricá-las, em um grupo consolidado com uma fábrica e uma distribuidora, hoje com filiais em dez cidades do País.

Apaixonado por automobilismo, “eu sempre gostei de velocidade, sempre fui um amante do automobilismo, da Fórmula 1, Stock Car e Copa Truck, e sempre alimentei o sonho de patrocinar alguém da Copa Truck”, afirma ele, que realizou este sonho no ano passado. Sonho que atingiu voos mais altos, com a criação de sua própria escuderia, a Vannucci Racing. E muitos mais voos virão para este empreender que está sempre antenado aos bons negócios.

30 anos de know-how

Neste ano, o Grupo Vannucci comemora 30 anos de atividades como fabricante e distribuidor de peças para a linha pesada. Hoje, ele está presente fisicamente em São Paulo (SP), onde estão localizados a matriz e o seu principal centro de distribuição, e em Santana do Parnaíba (SP), onde fica a fábrica. Ao todo são dez filiais nas principais cidades do País: em São Bernardo do Campo, Guarulhos, Campinas, Ribeirão Preto, Araçatuba, São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Itajaí (SC) e Recife (PE).

A sua trajetória começou em 1992, quando Fábio Vannucci, recém-formado em Engenharia Mecânica, decidiu que era hora de empreender. “Falei para um amigo que era do setor que eu queria fabricar umas peças e ele me incentivou a produzir pinos. Eu mesmo fiz o desenho das peças, comprava o aço e levava para uma pequena metalúrgica para fabricá-las. Com a pastinha de representante de vendas, ia nos clientes para oferecê-las e eu mesmo fazia as entregas. Eu era tudo na empresa: representante de vendas, faturista, embalador, motorista, datilografava as duplicatas e as levava no banco”.

Em uma conversa com um representante de vendas, Fábio viu uma oportunidade. “Eu disse que tinha uma fábrica e queria produzir outras peças. No dia seguinte, ele me mostrou os embuchamentos da manga de eixo, que são o nosso carro-chefe na fábrica. Eles representam uns 30% do nosso faturamento”. Mas para produzi-los, ele teve que investir.

“O meu amigo, que tinha a pequena metalúrgica, não tinha todas as máquinas para fabricar o embuchamento da manga de eixo e eu comprei as máquinas que eram necessárias para produzi-lo e as coloquei na fábrica dele. No início, a produção era bem pequena e começamos a visitar muita gente. Começamos produzindo para as marcas Volkswagen e Ford, é por isso que hoje os principais produtos que eu fabrico são para caminhões dessas montadoras, e

depois expandimos para as outras”.

Hoje, o Grupo Vannucci fabrica para todas as marcas da linha pesada, Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, peças para carreta, Iveco, Volvo, Scania e Agrale, nessa ordem. Em 1994, foi construído o prédio próprio e, em 1998, a fábrica. O passo seguinte foi a estreia na distribuição de peças.

“Eu montei a distribuidora em 1999 na parte superior da fábrica e, com ela, começamos a trabalhar com caminhões Volkswagem e o faturamento começou a crescer geometricamente, de um ano para o outro dobrava. Foi na época em que o caminhão Volkswagem precisava de muitas peças e não existiam grandes distribuidores focados nesta marca. E nós éramos focados. A distribuidora cresceu muito mais do que a fábrica e pretendemos abrir outras filiais. Agora, vamos fazer o prédio de Campinas (SP)”, finaliza.

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Patrocinadores que fazem parte da Vannucci Racing Equipe cuidadosamente escolhida por Totti na categoria Competente equipe do Grupo Vannucci envolvida no projeto Foto: Leandro Totti e Fábio Vannucci

Texto: Redação | Foto(s): Divulgação

VOLVO CELEBRA INÍCIO DA PRODUÇÃO DE CAMINHÕES E ÔNIBUS EURO 6 NO BRASIL

DANA RELANÇA JUNTAS DE MOTOR VICTOR REINZ IMPORTADA DA ALEMANHA

Já estão em plena produção na fábrica de Curitiba (PR) os novos caminhões e ônibus Volvo com tecnologia de emissões Euro 6. Além de atender à norma de emissões em vigor no Brasil desde janeiro, os novos veículos trazem aprimoramentos em tecnologia, desempenho e segurança, e destaque para a economia de combustível. A introdução dos modelos Euro 6 no mercado brasileiro é mais um passo da Volvo na descarbonização dos transportes comerciais.

A Dana, especialista em juntas de motores para o segmento automotivo, e pioneira no desenvolvimento e produção de juntas MLS no mercado brasileiro desde 1999, acaba de relançar na reposição as juntas de motor Victor Reinz®. É um retorno da marca ao Brasil, que já havia lançado recentemente a junta líquida Reinzosil®, e a amplia com as opções de vedação para motores de alta qualidade e tecnologia com a nova linha de juntas importadas da Alemanha.

VW CAMINHÕES E ÔNIBUS OBTÉM RECORDES DE VENDAS EM PEÇAS E ACESSÓRIOS

O aumento expressivo se deve aos novos canais de venda da marca e à compra de grandes lotes com fornecedores. As linhas Economy e Volks Greenline também tiveram uma grande participação para o aumento desses números, e juntas possuem mais de 130 itens disponíveis. Outra linha de produtos VWCO que conquistou clientes em 2022 foi a linha de lubrificantes originais da montadora com a marca ALMAX, batendo recorde de vendas desde o início.

NOVOS MERCADOS: JOST BRASIL DESENVOLVE COMPONENTES PARA ÔNIBUS

A JOST Brasil chega ao mercado de transporte de pessoas. A primeira solução para o segmento é o Bus link, articulação para ônibus. O produto, aplicado a veículos urbanos articulados, foi desenvolvido com materiais mais leves e design atualizado, resultando em melhor custo-benefício para montadoras e operadores de transporte urbano. A solução, fabricada na unidade JOST em Campinas (SP), já é fornecida para a MercedesBenz no Brasil.

ZF AFTERMARKET LANÇA PASTILHAS DE FREIOS TRW PARA

LEVES E PESADOS

Os componentes para a linha leve atendem a veículos da Audi, Citroën, Chery, Fiat, Ford, GM, Honda, Hyundai, Infiniti, Iveco, Jac, Lifan, Mercedes-Benz, Nissan, Peugeot, Kia, Ssangyong, Suzuki, Toyota, Volvo e VW. Alguns modelos atendidos são o Hyundai HB20, Toyota Corolla e Chevrolet Onix. Já os da linha pesada atendem Iveco, Mercedes-Benz, Renault Trucks, Volvo e VW. Alguns dos atendidos são o Iveco Daily e o VW Delivery 6.160.

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COBREQ IMPLEMENTA NOVO PADRÃO DE GRAVAÇÃO PARA LONAS

A COBREQ, uma das marcas da multinacional TMD Friction, acaba de investir em tecnologia para implementar um novo padrão de gravação de identificação, inicialmente em dois modelos de lonas de freios com o material NABK140C. As lonas com códigos 4644T e 4533T agora estão saindo de fábrica com a gravação a laser da marca COBREQ, além de data/horário, número do código e lote de fabricação no corpo da peça.

CAMINHÃO DE RALLY EQUIPADO COM

ALLISON VENCE O RALLY-RAID

DAKAR 2023

FILTROS FLEETGUARD EURO VI PARA MOTORES DIESEL E GÁS

CUMMINS DESTACA

A Cummins Brasil anuncia novos sistemas de filtração Fleetguard Euro VI para as plataformas Diesel e Gás. O filtro lubrificante LF14009 para aplicações Diesel estreia no País combinando as tecnologias patenteadas da marca Nanonet e Stratapore. Outro lançamento para esta linha é o módulo separador de água com cartucho ecológico. Já o filtro blindado Fleetguard NG atende às aplicações a gás.

MERCEDES-BENZ DO BRASIL GANHA EFICIÊNCIA NA LINHA DE PRODUÇÃO DE CAMINHÕES COM ETIQUETAS ELETRÔNICAS

Em constante aprimoramento de sua eficiência operacional em sua fábrica de veículos comerciais em São Bernardo do Campo (SP), a Mercedes-Benz do Brasil adotou etiquetas eletrônicas na linha de produção, com foco nas fases de pré-montagem e montagem de cabinas de caminhões. Com essa tecnologia, a unidade passou a automatizar a contagem e a reposição das peças usadas nessas etapas, otimizando o trabalho dos colaboradores.

O Team De Rooy venceu na categoria de caminhões do Rally Dakar 2023 com um caminhão equipado com Allison. A 45ª edição da mais difícil competição anual de automobilismo do mundo apresentou temperaturas e terrenos extremos diariamente. O rally-raid começou em 31 de dezembro às margens do Mar Vermelho, cruzou a Arábia Saudita e terminou nas areias do Golfo Pérsico, em Dammam, em 15 de janeiro.

JAC LANÇA E-JS1 CITY CARGO, ÚNICO VEÍCULO 100% ELÉTRICO DE SUA CATEGORIA PARA ENTREGA URBANA

Celebrando os resultados de 2022, quando foi a segunda marca que mais vendeu veículos 100% elétricos no Brasil, com 894 unidades emplacadas (share de 12,4%), a JAC Motors amplia a família de seu modelo 100% elétrico mais vendido do País, visando aumentar sua participação de mercado em 2023, com a chegada do JAC E-JS1 City Cargo, versão “furgoneta” do E-JS1, que é adaptado ao transporte de pequenas cargas para entregas urbanas.

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UMA TRANSMISSÃO

O COMPORTAMENTO DO MERCADO DE VEÍCULOS NOVOS E USADOS NO PRIMEIRO MÊS DO ANO

Omês de janeiro apresentou um cenário positivo, ainda que o início do ano seja caracterizado por um período de sazonalidade, o qual os consumidores têm o comprometimento de suas rendas com várias despesas, entre elas, IPTU, IPVA e material escolar. Pelos dados da Fenabrave, foram 268.381 veículos emplacados, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e implementos rodoviários, 16,31% acima de janeiro de 2022 e 26,85% inferior ao mês anterior.

Em volume de vendas, quando comparado a janeiro do ano passado, o destaque foi para o segmento de motos, com 110.493 unidades comercializadas, alta de 23,23%, seguido por automóveis, que somaram 103.872 unidades e um crescimento de 12,65%. Comerciais leves tiveram um aumento de 8,87%, somando 26.588 unidades, caminhões, alta de 20,08%, com 10.215 unidades, e o segmento de ônibus cresceu 61,32% fechando o mês com 2.152 unidades comercializadas.

Na análise de Andreta Jr., presidente da entidade, “a queda em

relação a dezembro de 2022 é sazonal no nosso setor. Nesta época, despesas como IPVA, material escolar e IPTU acabam pesando na decisão de compra das famílias. Tanto que o resultado de 2023 não fica muito distante da média registrada nos meses de janeiro dos cinco anos anteriores”.

Em relação a janeiro de 2022, disse ele, “temos que lembrar que em janeiro do ano passado, o setor registrou o pior resultado para o mês desde 2017, já que os estoques das concessionárias estavam baixos, por conta da crise de abastecimento global, além de ter sido um período em que a variante ômicron (da Covid-19) causava grande preocupação na população”.

Ponto de atenção

Para Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, não preocupa a base de comparação com o mês de dezembro, mas sim se haverá continuidade de crescimento das vendas. “Não sabemos se continuaremos com um crescimento significativo ou se começaremos a ter uma certa desaceleração”, afirmou.

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NÚMEROS DO SETOR
Pelas contas da Fenabrave, o volume de emplacamentos cresceu 16,3% e as transações de usados, 10,6%. A Anfavea divulgou um aumento de 5% da produção de autoveículos
Por: Silvio Rocha | Foto(s): Divulgação

A título de comparação pelos números da entidade, em janeiro deste ano, as vendas de autoveículos foram de 142,9 mil unidades. Em janeiro de 2020 foram 193 mil e, em 2021, 170 mil. Já a base fraca de 2022 foi de 126,5 mil unidades comercializadas. Os números levam em conta a soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

As projeções da Fenabrave apontam para uma estabilidade nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves neste ano. Para o segmento de caminhões, é previsto crescimento de vendas neste início de ano, por conta da mudança de tecnologia. “A mudança de tecnologia, provocada pelo PROCONVE P8, pode aumentar a procura pelo estoque de modelos adequados à norma anterior, que podem ser emplacados até março, e ainda têm bom mercado entre os transportadores”, garantiu Andreta Jr.

Motorização

Pelo balanço da Anfavea, as vendas de automóveis e comerciais leves, híbridos e elétricos, no último mês, totalizaram 4.500 unidades, 76% acima de janeiro de 2022. Ainda que não seja uma base tão expressiva no volume total de emplacamentos, vale destacar que este resultado, em um único mês, foi bem acima de todo o volume emplacado em 2018 (4.000 unidades).

“Entre os eletrificados, 90% são híbridos e eles têm uma pegada bastante interessante em termos de industrialização e utilização dos nossos biocombustíveis. Para os elétricos, o maior desafio da Anfavea é trabalhar para que tenhamos infraestrutura no País para este mercado crescer mais e conquistar um volume maior, inclusive para produção local”, comentou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

Apesar da base baixa de comparação com janeiro de 2022, quando apenas 2.558 automóveis e comerciais leves eletrificados foram emplacados, nas palavras de Andreta Jr, “houve aumento não só da demanda, mas da oferta de eletrificados nos últimos meses, já que diversas montadoras têm ampliado seus portfólios de opções de híbridos e elétricos”. A Fenabrave prevê que ambos os segmentos manterão crescimento ao longo deste ano.

Produção

O mês de janeiro terminou com 142.900 autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) produzidos nas fábricas, volume que superou em 5% a produção de janeiro de 2022. “Foi um crescimento tímido, em janeiro de 2022 foi o momento de maior incerteza de falta de insumos, neste ano, não temos esse problema tão evidente; o problema do mercado foi mais de demanda do que de oferta”, avaliou Márcio.

Usados

Pelos dados da Fenabrave, no mês de janeiro foram contabilizadas 1.060.073 transações de veículos usados, 10,6% acima do mesmo mês do ano anterior e 19,4% inferior ao resultado de dezembro de 2022. Assim como dito anteriormente por Andreta Jr., em relação à sazonalidade, “o início de ano é uma época em que muitos consumidores estão lidando com despesas. Apesar disso, o resultado foi melhor do que no ano passado”, comentou.

No segmento de automóveis e comerciais leves, nota-se no último mês um aumento de participação nas transações de veículos com até três anos de uso. De um total de 784.651 unidades comercializadas ou um crescimento de 12,2% sobre o mesmo mês de 2022, eles corresponderam a 14,1% do total. Em janeiro de 2022 essa participação foi de 12,2%.

Também no comparativo com janeiro de 2022, o segmento de caminhões registrou alta de 5,1%, com 24.533 unidades, ônibus tiveram um aumento de 22,6%, com 3.347 unidades comercializadas, e o segmento de motocicletas cresceu 6%, com um total de 232.823 unidades transacionadas no mês.

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NÚMEROS DO SETOR
José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea

ELETRIFICADOS

SETOR DE ELETRIFICADOS PODE GANHAR IMPULSO COM O NOVO GOVERNO

Para Ricardo David, diretor da Elev, são fundamentais uma estrutura de recarga sólida e uma política de incentivos fiscais integrada a uma Política

Nacional de Eletromobilidade

Onovo governo já sinalizou a intenção de investir no setor de eletrificados, conforme as recentes declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas faltam projetos concretos. Nesta entrevista com Ricardo David, diretor da Elev, empresa especializada em soluções para todo o ecossistema dos carros elétricos, ele esclarece o que é necessário para este setor crescer, o que inclui investimento na infraestrutura de recarga e uma política de incentivos fiscais integrada a uma Política Nacional de Eletromobilidade.

Balcão Automotivo – Quais são as expectativas do setor com o novo governo?

Ricardo David – Nós estamos apenas no início do governo e ainda há muito o que esperar. Porém, tenho a convicção de que o reconhecimento da necessidade de um plano nacional é de grande importância para o setor. Mas ainda aguardo propostas concretas, principalmente conversando com os empresários que estão investindo no setor.

BA – O que é necessário para crescer o mercado de eletrificados no Brasil?

RD – Para o crescimento deste mercado são fundamentais o investimento na infraestrutura de recarga e os incentivos. Sem uma estrutura de recarga sólida, fica difícil para os motoristas optarem pelos veículos elétricos, pois eles precisam se preocupar em encontrar pontos de recarga durante suas viagens. Além disso, os incentivos fiscais são importantes para atrair as montadoras para produzirem veículos elétricos no País, o que pode gerar empregos e impulsionar a economia.

BA – Quais seriam os incentivos fiscais?

RD – Em primeiro lugar é importante ressaltar que uma política de incentivos fiscais deve estar integrada a uma Política Nacional de Eletromobilidade, onde toda a cadeia produtiva e de consumo precisa ser contemplada. Sendo assim, devemos desonerar a prospecção dos minerais indispensáveis à fabricação das baterias,

Foto(s): Divulgação

46 | BALCÃO AUTOMOTIVO ARTIGO

ELETRIFICADOS

com o objetivo de sermos protagonistas na produção desse elemento essencial do ecossistema da eletromobilidade. Nesse caso, estamos nos referindo ao PIS, COFINS E ICMS.

Na produção dos veículos elétricos, incentivos no IPI são absolutamente necessários para atrair novos investimentos. Na infraestrutura de carregamento é preciso definir o modelo tributário mais adequado, uma vez que existem conflitos entre a aplicação do ICMS ou ISS no fornecimento desses serviços. Essa insegurança tributária gera desconfiança por parte dos investidores e muitos projetos são adiados.

BA – Pela frota atual e a demanda que virá, qual seria o número de eletropostos necessário?

RD – Essa proporção tem variado de país a país, em função, basicamente, de sua extensão territorial. País como a Noruega possui uma proporção de 30 veículos para cada carregador. Na China, segundo a Bloomberg NEF, existem 16 veículos para cada carregador, enquanto na Alemanha esse número atinge a marca de 8 veículos por carregador.

No Brasil temos aproximadamente 40 mil veículos elétricos que demandam infraestrutura de carregamento e um total de 2,3 mil eletropostos, resultando em 1 eletroposto para cada 17 veículos elétricos. Esse número, apesar de não ser distante de países como a China, apresenta uma distorção, por estarem concentrados nos grandes centros urbanos das regiões sul e sudeste. Acreditamos que o número de 25 veículos para cada carregador seja um alvo a ser alcançado nos próximos anos.

BA – Ainda que em 2022 o mercado de veículos leves eletrificados no Brasil tenha registrado um crescimento de 41% em relação a 2021, com 49.245 unidades comercializadas, o volume ainda é pequeno. Em sua opinião, como se dará o aumento da participação dos eletrificados na frota brasileira?

RD – O crescimento do mercado precisa estar em sintonia com uma política nacional de eletromobilidade. O usuário de um veículo elétrico precisa estar seguro de que encontrará

um eletroposto nos principais pontos de circulação no País, sejam em rotas turísticas ou comerciais. Outro fator é a disponibilização pelas montadoras de modelos mais econômicos, que permitam o acesso a essa tecnologia de camadas cada vez maiores da população. Mas tudo isso vai depender das condições que os governos municipais, estaduais e federal propiciem ao crescimento desse setor.

BA – O senhor acredita em uma tendência para os 100% elétricos no País ou a grande demanda será para os híbridos? Apenas para ilustrar, no ano passado, do total de veículos eletrificados emplacados, 63% ou 30.439 unidades foi a participação dos veículos híbridos.

RD – Os números de crescimento do mercado de eletrificados já sinalizam uma certa tendência para os 100% elétricos. Acredito que, com um sinal governamental mais em sintonia com o mercado, teremos um forte avanço dos 100% elétricos nos próximos anos, seja devido a pressões por políticas ambientais mais efetivas ou mesmo pelo sinal econômico que esses modelos representam.

BA – Para finalizar, em sua opinião, como deveria ser o plano nacional para impulsionar este setor?

RD – Em primeiro lugar, defendo uma forte iniciativa na inserção do veículo elétrico no transporte público. Teríamos uma consequente melhoria da qualidade do ar nos grandes centros urbanos e uma redução nas tarifas públicas, afetando de forma positiva as camadas mais carentes da população, que efetivamente dependem do transporte público para sua locomoção.

Em seguida, buscar incentivar o setor de escoamento da produção e logística, de modo a reduzir a contribuição do frete no preço final de insumos básicos, gerando economias para os mais necessitados e, por fim, incentivos para frotistas e motoristas de aplicativos, objetivando uma aceleração na conversão dessas frotas. Dessa maneira, a eletromobilidade contribuiria para uma melhor distribuição de renda em nosso País e melhorando as condições ambientais dos grandes centros urbanos.

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ARTIGO
“O futuro do Brasil provavelmente não será 100% elétrico, mas, sim, híbrido, aproveitando a matriz energética baseada no etanol, que continua trazendo desafios na manutenção de veículos a combustão ...”
Ricardo David, diretor da Elev
Ricardo David, diretor da Elev

VAREJISTAS DAS 5 REGIÕES DO PAÍS AVALIAM O PRIMEIRO MÊS DO ANO

No primeiro mês do ano, as vendas no varejo de autopeças apresentaram bons resultados por ser janeiro, historicamente, mais fraco do que dezembro e por ser um período de férias. Alguns empresários já falam em abertura de novas unidades neste ano e aproveitam para comentar o seu balanço de 2022. Nesta matéria, ouvimos varejistas das cinco regiões do País, confira!

Região Centro-Oeste

Em Cuiabá (MT), Silvano Ramalho, da Edson Autopeças, conta que eles terminaram 2022 com um crescimento de 30% em relação a 2021. Em dezembro eles bateram recorde de vendas e janeiro deste ano foi melhor

do que janeiro de 2021. “A loja está bem movimentada, acho que os resultados têm a ver com a postergação da troca do carro.

Antes, as vendas de carros novos caíram pela indisponibilidade nas concessionárias, agora já tem oferta de carros novos e muitos usados no mercado, o que movimenta o nosso setor”.

A Edson Autopeças faz parte da Rede Âncora e Silvano faz parte da diretoria da rede, com uma visão ampla, ele comenta que melhoraram muito as entregas por parte das indústrias. “Hoje, praticamente não temos falta de mercadorias, as indústrias voltaram à normalidade, e quando há é uma falta muito pontual. Mas com os aumentos de preços, o pessoal está com o pé atrás para ampliar o seu negócio”. Nesse sentido, ele vai na contramão. Hoje com 4 lojas da linha leve, ele planeja a abertura da 5ª unidade.

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Por: Redação | Foto(s): Divulgação
Eles também fazem um balanço de 2022 e alguns deles planejam abrir novas lojas. No geral, o cenário se mostra ainda desafiador, mas sem pessimismo
Silvano Ramalho, da Edson Autopeças, de Cuiabá (MT)

“Até meados deste ano eu vou abrir uma loja da linha pesada com um parceiro da Rede Âncora. Ele tem 7 lojas deste segmento no interior de Mato Grosso e está muito bem posicionado. Pela minha experiência, ela trará um retorno rápido, como aconteceu quando eu abri mais uma loja e, em seis meses, ela já estava dando lucro. Aqui no Mato Grosso a linha pesada é muito forte, o movimento de caminhões é grande”, afirma.

Região Norte

Márcio William de Sena França, da Radial Pneus e Peças, localizada em Ananindeua (PA), também planeja abrir mais uma loja neste ano. Hoje são três lojas da linha leve. “O nosso projeto é abrir uma loja só de peças para picapes neste ano”, valida. Sobre os resultados de 2022, ele conta que cresceram 10% quando comparado ao ano anterior.

“No ano passado houve muita oscilação de preços e de peças. Eu não sei dizer o que mais impactou nos resultados e a falta de produtos ainda está grande. Posso dizer que, infelizmente, o retorno de garantia aumentou e de muitos itens. Isso não chega a representar 1% das nossas vendas, mas o percentual de garantia cresceu uns 30%”, especifica.

Sobre janeiro deste ano, ele conta que na sua região as pessoas reclamaram muito acerca do fraco movimento. “As pessoas estão assustadas e sem dinheiro”, crê, acrescentando que em duas de suas lojas o desempenho foi bom e, em uma

delas, foi muito ruim, quando comparado a novembro de 2022. “Não dá para comparar com dezembro, pois é difícil empatar com ele”, comenta. “Na matriz e na loja três, eu empatei com novembro, na loja dois, vendi 20% menos do que novembro. Com isso, eu posso dizer que foi um mês razoável”, diz.

Região Sudeste

Sidney Campos, da Campos Autopeças, em São Paulo (SP), informa que 2022 foi um ano que demandou mais investimentos em canais de vendas. “Desde o início da pandemia, nós já vínhamos nos preparando para mudanças que foram aceleradas com ela, tanto estruturais da empresa, de sistemas e de canais de atuação, como na parte de estoque. Não tínhamos um e-commerce muito atuante e como a maioria das empresas que viu o risco de ter suas vendas minguadas, elas buscaram este canal como secundário ou até principal. No nosso caso, ele se tornou um canal secundário”.

Sobre resultados, ele diz que em 2022 não houve aumento de vendas, mas nem queda. “Acabamos nos mantendo no ano passado. Temos notado que muito dos nossos clientes não estão fazendo as manutenções necessárias, estão sempre tentando gastar o menos possível, em virtude dos preços que aumentaram muito. A frota está mais velha,

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com demanda de manutenção, porém, sem ser feita da forma necessária”.

Em relação a janeiro, Sidney conta que as vendas estão acontecendo, mas não no ritmo desejado. “Posso dizer que foi um mês normal de vendas e, com isso, a gente também deu uma segurada nas compras, só por necessidade, até conseguirmos avaliar se fevereiro será melhor”. Para driblar a falta de peças, assim como outros varejistas, eles buscaram novos fornecedores.

“Como mudamos a nossa forma de reposição, nós não estamos tendo faltas. Privilegiamos as marcas que trabalhamos, mas se elas não tiverem o produto, nós compramos de outra. Assim, estamos conseguindo ter a nossa reposição em dia, mas como deve ter acontecido com outros, acabamos inflando o estoque. Porém, mesmo de marcas conhecidas, o retorno de garantia aumentou muito, está na faixa de 30%. O normal é em torno de 5%”.

Região Nordeste – linha pesada

Na Truckão Autopeças, em Fortaleza (CE), Rogério Nobre Façanha avalia que 2022 foi um ano bem desafiador e quem conseguiu sair na frente fez a diferença. “Ainda assim, nós tivemos um crescimento tímido, muito aquém do que estávamos prevendo. Mas, acima de tudo, não tivemos queda em relação a 2021. Qualquer aspecto que tira o foco da gente, como a economia, Copa do Mundo, eleições e o custo do diesel, reflete nos nossos negócios”.

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Rogério Nobre Façanha, da Truckão Autopeças, de Fortaleza (CE) Márcio de Sena França, da Radial Pneus e Peças, de Ananindeua (PA) Sidney Campos, da Campos Autopeças, de São Paulo (SP)

Termômetro do Varejo

Já o mês de janeiro, diz ele, “começou bem promissor, nós tivemos crescimento na primeira quinzena, mas a segunda não deu a aquecida que sempre dá. Foi um mês desafiador e complicado, pois no início do ano as empresas e os consumidores têm muitas despesas e junto ao custo elevado do País, isso faz com que o início do ano não seja dos melhores. Além disso, mudança de governo atrapalha. Mas, acho que teremos um primeiro semestre bom em termos de investimentos no País. Temos que ter muita dedicação, foco e, principalmente, persistência. Sou sempre otimista, mas sempre preocupado”.

No quesito abastecimento, Rogério informa que em 2022 algumas entregas demoraram e que ele redobrou a atenção em relação à qualidade. “Eu senti muita falta de peças de fornecedores e tendo que cotar com outras. O cuidado é com a qualidade, tem que ter confiança para revendê-las e para aplicá-las”. Um quesito que ele continua seguindo à risca.

Região Nordeste – linha leve

Para José Ribeiro dos Santos, da Zelitão Auto Peças, em Cícero Dantas (BA), o único ano ruim foi o da pandemia. Ele atua com a linha leve até caminhonetes. “O único ano ruim até agora foi o da pandemia, no ano passado crescemos mais do que em 2021. O envelhecimento da frota foi um dos fatores que ajudaram, mas o principal é o bom atendimento ao cliente e ter a mercadoria na sua empresa para poder atendê-lo na hora que ele precisa”, diz.

E no mês passado o resultado foi muito bom. “Nós tivemos um movimento

grande na loja e, cada vez mais, a gente vem acompanhando um aumento deste movimento. Começamos com os dois pés e creio que este primeiro bimestre será melhor do que no ano passado. Tem que pensar positivo, senão, as coisas dão erradas”, ressalta.

Região Sul

Em Chopinzinho (PR), Thiago Secchi, da Secchi Autopeças, também diz que em 2022 o crescimento foi maior do que em 2021. “Nós estamos em uma escala crescente após a pandemia. Porém, analisando a inflação nacional, nós crescemos acima dela, mas em relação ao nosso setor, aqui na nossa região crescemos abaixo, pois alguns itens quase dobraram de preço, principalmente de derivados de aço, e a gente acaba tendo que vender com preço mais alto”.

Ele comenta que houve muita falta de peça, o que também os fez buscarem novos fornecedores. “Assim, nós fomos pulando de galho em galho até poder encontrar o que precisávamos. Não estávamos olhando muito para o preço, mas sim preocupados em ter a mercadoria na prateleira para

atender o cliente”.

Agora, Thiago informa que a situação é outra. “O que vem importado está normalizado. As indústrias e importadoras estão com uma nova onda de gerenciar seu próprio estoque e nós também estamos com uma visão diferente em relação ao estoque. Temos feito uma armazenagem para um período maior para podermos nos antecipar, regularizamos o nosso estoque mínimo e máximo, com isso, o cenário está se mostrando bem otimista nesse pós-pandemia, o pessoal vem cotando e comprando com a gente”.

Fato que se comprovou em janeiro. “Foi um mês excelente, o melhor dos últimos quatro anos para nós e acima da expectativa que tínhamos no final do ano, apesar de ser um mês em que as famílias gastam muito, com IPVA e material escolar, entre outros. Pelo menos na nossa região o pessoal se manteve bem otimista”, conclui.

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“E no primeiro quadrimestre, nós tivemos um leve crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. Temos observado a manutenção mais corretiva. O combustível está muito caro e as pessoas têm outras prioridades, como abastecer o carro ao invés de consertá-lo”.
Thiago Secchi, da Secchi Auto Peças, de Chopinzinho (PR)
José Ribeiro dos Santos, da Zelitão Auto Peças, de Cícero Dantas (BA) Thiago Secchi, da Secchi Auto Peças, de Chopinzinho (PR)

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TENDÊNCIAS DE MARKETING NO

VAREJO NESTE ANO

A especialista Larissa Lopes dá várias dicas para o mercado de autopeças colocar em prática: estratégias omnichannel, comunicação personalizada e marketing de influência

ano já começou e cada vez mais o universo digital está presente nas empresas. Para este ano, Larissa Lopes, Head de Marketing na Pontaltech, empresa especializada em comunicação omnichannel, aponta três tendências de marketing para o varejo: estratégias omnichannel, comunicação personalizada e marketing de influência.

“Embora amplamente abordada, a omnicanalidade ainda tem um longo caminho a ser percorrido até oferecer experiências realmente completas e satisfatórias aos clientes. Viver experiências integradas entre loja física e online é um ponto indissociável para os consumidores, já que 87% dizem que pesquisam o preço na loja e compram pela internet e 80% pesquisam o preço na internet e compram na loja física”, afirma.

MERCADO DE AUTOPEÇAS – Em especial, ela comenta que o mercado de autopeças é bem específico e seu público vem mudando de comportamento ao longo do tempo. “A exemplo do que acontece em outros segmentos, ele tem se tornado mais exigente e interessando em tecnologia. Por isso, implementar estratégias ominicanais não é mais um diferencial, é básico para continuar se relacionando com o novo consumidor”.

Ela acrescenta que pensar em omnicanalidade é pensar em estar disponível para o cliente onde ele preferir e garantir que ele tenha uma experiência contínua e completa, independentemente do canal escolhido. Ou seja, uma empresa omnichannel permite que o consumidor dite a sua jornada de compra. Para que isso aconteça, dois pontos são importantes: tecnologia e pessoas.

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Tendências
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Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

“É preciso investir no treinamento das equipes de vendas para que todos os profissionais saibam consultar o histórico de compras e as reclamações, para assim oferecer a solução mais adequada em menor tempo. No segmento de autopeças, por exemplo, é importante que a equipe de vendas das lojas físicas também conheça o site, produtos e ofertas disponíveis lá, porque é comum que as pessoas que buscam esse tipo de produto pesquisem na internet e já cheguem ao ponto de vendas preparadas para a compra”.

No que tange às ferramentas, ela diz que fica a cargo da tecnologia prover canais de comunicação adequados ao perfil de cliente, a integração entre canais e o CRM ou sistemas de vendas. O mais importante é armazenar e organizar a base de dados.

COMUNICAÇÃO PERSONALIZADA – Para isso, um ponto importante é estabelecer uma relação de confiança com o cliente, pedindo autorização para envio de comunicação e respeitando os que optarem por não receber. A empresa também precisa se identificar e deixar claro o motivo do contato. “Levar para o cliente assuntos do interesse dele é uma estratégia que funciona, por isso é importante ter o registro de compras e segmentar a base conforme o perfil”.

Segundo ela, conhecer o cliente e qual seu canal de comunicação preferido também garante mais eficiência na comunicação. “Algumas pessoas preferem não se relacionar com marcas pelo WhatsApp, por exemplo, porque aquele é um canal pessoal, por onde elas falam com amigos ou família. E aí entra novamente a ominicanalidade, a empresa precisa ter vários pontos de contato como e-mail, chatbot no site e até o novo RCS (um novo protocolo de comunicação, que funciona da mesma forma que o SMS”.

ATENTE-SE – Na comunicação personalizada, Larissa alerta que um erro comum é o excesso. “O envio de muitas mensagens com o objetivo de vendas causa o efeito contrário, cansa o consumidor e o faz querer sair da base de relacionamento.

O inverso também é verdadeiro, quando o consumidor fica frustrado em falar com uma empresa e ter retorno somente horas depois. Obviamente, ele busca o concorrente que responda mais rápido”, explica.

MARKETING DE INFLUÊNCIA – Larissa cometa que o marketing de influência já é bastante difundido no Brasil e que deve continuar neste ano. Segundo a pesquisa da Opinionbox, essas estratégias exercem um grande impacto nas vendas, sendo que 41% dos entrevistados disseram já ter comprado produtos indicados por influenciadores digitais.

“É preciso que o influenciador tenha afinidade com a marca. Isso é mais importante que ser famoso ou ter milhares de seguidores. No caso de autopeças, por exemplo, é esperado que o influenciador transite no universo automotivo, não adianta focar em personalidades que não têm essa vivência”.

Outro ponto, acrescenta ela, “é entender se o influenciador está na mesma plataforma de conteúdo que o público da sua marca está, para que a mensagem realmente chegue a quem deve chegar. Apostar em influenciadores menores (micro ou nano-influenciadores) e regionais também funciona muito. As pessoas se identificam e mostram interesse pelo conteúdo criado por pessoas que têm a vivência mais próxima a delas”, afirma.

MENSURAÇÃO – Larissa conta que há várias formas de medir o resultado de qualquer estratégia digital. “No caso de ação com influenciadores, a criação de cupons de desconto personalizado para o influencer, de maneira que o usuário precise digitar o código para acessar o desconto, funciona muito bem para medir o resultado em vendas. A marca também pode comparar por conta própria o resultado antes e depois da ação. Além disso, o influenciador também pode fornecer o relatório das visualizações e percepções do post, e a marca pode monitorar cliques no site com o Google Analytics, por exemplo”, conclui.

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Tendências
MARKETING NO VAREJO
Larissa Lopes, Head de Marketing na Pontaltech

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