Revista Balcao Automotivo ed 208

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HÍBRIDOS OU ELÉTRICOS? O FUTURO DA MOBILIDADE NO BRASIL

Nossa reportagem de capa discute as tendências dos veículos eletrificados, com ênfase nos modelos híbridos e elétricos no Brasil, e seus efeitos na reposição automotiva. Especialistas analisam o programa Mover e as expectativas em relação à mobilidade sustentável e inovação.

CENÁRIO

Volda

quer crescer no

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ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO
REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA Pág. | 14 no208 ANO XVIII | FEV 2024
HÁ 17
DE QUALIDADE À
Em janeiro, foram emplacadas 162.000 unidades pela Anfavea e 322.505 pela Fenabrave. Seminovos e usados venderam 1.201.177 itens, enquanto a produção de veículos estagnou. DAS ENTIDADES
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
Recrutar vendedores no setor de autopeças é desafiador devido à escassez de mão de obra. Especialistas destacam habilidades essenciais e oferecem dicas para processos eficazes.
Pág. | 28
VOLDA EM CRESCIMENTO
mercado
com um amplo portfólio
de marketing para atrair diferentes clientes
aumentar
visibilidade da marca. Pág.
36
A
nacional
e estratégias
e
a
|

HÁ 17 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

Balcão Automotivo é uma publicação dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes.

Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

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PERSPECTIVAS DOS VEÍCULOS ELETRIFICADOS: TENDÊNCIAS GLOBAIS E EXPECTATIVAS LOCAIS NO MERCADO DE REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

Na nossa segunda edição de 2024, abordamos as tendências dos veículos eletrificados no Brasil e no mundo, com foco nos híbridos e veículos totalmente elétricos. Discutimos o potencial desses veículos no mercado brasileiro, os impactos na reposição automotiva e as expectativas com o programa Mover para mobilidade verde e inovação. Especialistas do nosso setor e da indústria automobilística compartilham suas visões.

Também destacamos as habilidades essenciais para recrutamento e seleção no setor de autopeças, enfatizando a importância tanto das competências técnicas quanto das habilidades interpessoais dos vendedores. Os entrevistados ouvidos ressaltam a necessidade de adaptabilidade às novas tendências e demandas do mercado. Uma pesquisa da Catho indica um foco crescente em aumentar equipes de vendas em 2024.

O balanço das entidades automotivas revela que os emplacamentos de veículos em janeiro atingiram seu nível mais alto para o mês desde 2021. Além disso, o segmento de seminovos e usados também registrou resultados favoráveis. No entanto, a produção de veículos ficou estagnada. Esses dados sugerem um cenário misto no setor automotivo, com indicadores de crescimento em algumas áreas e estabilidade em outras.

Em entrevista exclusiva, Ivan Furuya, diretor Comercial e de Marketing da Volda, compartilha detalhes sobre os esforços da empresa para fortalecer suas bases e avançar no competitivo mercado de reposição. Ele destaca estratégias específicas adotadas pela empresa, como investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aprimoramento da cadeia de suprimentos e fortalecimento das relações com os clientes.

Com projeções otimistas para 2024, a Tuba Cabos se destaca no mercado automotivo nacional e internacional graças aos seus investimentos contínuos em novos projetos de cabos de comando. Fundada em 1980, a empresa reforça sua posição impulsionada pela busca da excelência e inovação. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento capacitam a Tuba Cabos a oferecer produtos que atendam às demandas em constante evolução dos clientes.

Encerrando esta edição, destacamos o artigo do nosso colunista Valtermário Rodrigues, que explora o fascinante tema “O Sexto Sentido: Decisões Baseadas na Intuição”. Neste artigo, Rodrigues mergulha na complexidade da tomada de decisões, sejam elas de natureza pessoal ou profissional, e como a intuição ou o tão debatido “sexto sentido” desempenham um papel crucial nesse processo.

Aproveite a leitura!

DIRETORIA

DIRETOR COMERCIAL

Edio Ferreira Nelson edio@jornalbalcaoautomotivo.com.br

CONSELHEIRO CONSULTIVO Carlos de Oliveira

COMERCIAL

EXECUTIVO DE CONTAS Richard Faria richard@jornalbalcaoautomotivo.com.br

REDAÇÃO EDITOR-CHEFE

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Karin Fuchs redacao2@jornalbalcaoautomotivo.com.br

COLABORADORES

Felipe Orban Robson Breviglieri Valtermário Rodrigues

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DEPTO DE ARTE

Supervisor de Arte/Proj. Gráfico Fabio Ladeira fabio@jornalbalcaoautomotivo.com.br

MKT DIGITAL

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FINANCEIRO

Analista Financeira: Luciene Moreira luciene@jornalbalcaoautomotivo.com.br

BALCÃO AUTOMOTIVO Nº 208 | ANO XVIII | FEVEREIRO DE 2024
| EDITORIAL 4 O EDITOR 60 MIL VISITAS POR MÊS www.BalcaoAutomotivo.com

DELPHI AMPLIA O CATÁLOGO DE SENSORES DE OXIGÊNIO PARA O MERCADO DE REPOSIÇÃO

A Delphi, marca do grupo PHINIA, expande sua linha de eletrônica veicular com novos sensores de oxigênio para a reposição, voltados para veículos da marca Chevrolet. Fabricados na unidade industrial da PHINIA, em Piracicaba (SP), esses sensores oferecem alta precisão no monitoramento dos gases do escape, garantindo eficiência no controle de consumo de combustível e emissões. Este lançamento visa fortalecer a presença da Delphi no mercado de reposição local, ampliando sua oferta para uma ampla gama de modelos da GM no Brasil.

MONROE E MONROE AXIOS CELEBRAM PARCERIA COM INSTITUTO AYRTON SENNA

A DRiV, divisão do grupo Tenneco na indústria automotiva, e o Instituto Ayrton Senna estabelecem uma parceria inédita para promover a inclusão social através da educação no Brasil. Enquanto isso, a Monroe celebra seu jubileu de ouro no País, destacando-se como líder em qualidade e inovação no mercado automotivo ao longo de 50 anos. A marca Monroe Axios, renomada por sua segurança em componentes de suspensão por 65 anos, agora se compromete com o propósito de aprimorar a educação pública no Brasil.

CONTROIL LANÇA PRIMEIRO EAD GRATUITO SOBRE SISTEMAS DE FREIO PARA VEÍCULOS LEVES

A Controil oferece um curso online gratuito acerca de sistemas de freios hidráulicos, destinado a profissionais da reparação, estudantes de mecânica automotiva, proprietários de oficinas e profissionais de autopeças. Dividido em três módulos, o curso abrange desde a história e funcionamento dos sistemas de freio até tecnologias avançadas como ABS e controle de estabilidade. Com quizzes para avaliação, ao concluir as 12 aulas, os participantes recebem um certificado. O curso pode ser acessado através do link https://www.cursodomecanico. com.br/sistema-de-freios-hidraulicos

NITERRA, DETENTORA DAS MARCAS NGK E NTK, DESTACA 3 BENEFÍCIOS DE USAR VELAS DE IGNIÇÃO DE METAIS NOBRES

A Niterra, multinacional japonesa proprietária das marcas NGK e NTK, destaca três vantagens das velas de metais nobres em comparação com as convencionais: desempenho aprimorado, maior durabilidade e eficiência ambiental. Apesar dos benefícios, é importante estar atento a sinais de problemas nas velas, como dificuldade de partida a frio e aumento do consumo de combustível. Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da Niterra do Brasil, enfatiza a importância de agir prontamente diante desses alertas.

COM AS MARCAS KOLBENSCHMIDT (KS) E PIERBURG, MOTORSERVICE INICIA PROGRAMAÇÃO DE PALESTRAS GRATUITAS EM PARCERIA COM O CONAREM PARA 2024

A Motorservice, parte do Grupo Rheinmetall e responsável pelo aftermarket das marcas de componentes motor Kolbenschmidt (KS), Pierburg e BF, mantém em 2024 sua programação de treinamentos gratuitos em parceria com o CONAREM. Estes treinamentos visam oferecer conteúdo técnico aos profissionais de retíficas, abordando temas como novas tecnologias em motores e dicas de aplicações. Ao todo, estão programados 15 treinamentos para 2024, começando em fevereiro. A programação está disponível nas redes sociais da empresa.

6 | BALCÃO AUTOMOTIVO
FIQUEPORDENTRO
POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

INSTITUTO DO SETOR AUTOMOTIVO LANÇA CARTILHA SOBRE QUALIDADE E SEGURANÇA EM VEÍCULOS ELETRIFICADOS

O IQA lançou uma cartilha inovadora a respeito da segurança e qualidade para veículos elétricos e híbridos, visando auxiliar profissionais a reduzir riscos e promover práticas seguras. Alexandre Xavier, superintendente do IQA, destaca o apoio da Fenabrave na elaboração do material, que incluiu um levantamento detalhado junto a concessionárias e postos de serviço. A cartilha aborda aspectos como verificação da bateria, instalações adequadas, uso de equipamentos e espaços estratégicos para emergências.

MAHLE APRESENTA COLETORES DE ADMISSÃO DE AR COM ALTA

TECNOLOGIA

A MAHLE desenvolveu uma linha de coletores de admissão de ar que vai além da simples distribuição de ar pelos cilindros. Os coletores são produzidos utilizando o processo de moldagem por injeção, garantindo durabilidade, resistência e precisão. Projetados para minimizar as perdas de carga, esses coletores garantem uma distribuição uniforme de carga e mistura homogênea para cada cilindro, resultando em uma combustão mais eficiente, economia de combustível e redução de emissões de poluentes.

COFAP

ANUNCIA

NOVOS CÓDIGOS DE PIVÔS DE SUSPENSÃO, TERMINAIS AXIAIS

E DE DIREÇÃO

A Marelli Cofap Aftermarket lança 14 novos códigos de pivôs de suspensão, terminais axiais e de direção, abrangendo modelos de marcas como Chevrolet, Hyundai, Honda e Volkswagen. Com essa ampliação, a empresa reforça sua estratégia de oferecer um portfólio completo de produtos para seus clientes. Seu catálogo abrange mais de 130 códigos de pivôs de suspensão e mais de 200 terminais axiais e de direção, atendendo a 90% da frota nacional. Essas peças são cruciais para o desempenho, segurança e dirigibilidade dos veículos.

NOVA FAMÍLIA DE BANDEJAS DE SUSPENSÃO DA VOLDA JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NO PORTFÓLIO DA EMPRESA

A Volda lançou uma nova família de bandejas de suspensão, com 94 novos itens aplicáveis a 85 modelos de automóveis. As bandejas desempenham um papel decisivo na conexão das rodas ao chassi do veículo, mantendo o alinhamento e prevenindo atrito entre os metais. Ivan Furuya, diretor Comercial e de MKT da Volda, destaca a importância da qualidade dessas peças para garantir a estabilidade e o controle do veículo, especialmente em altas velocidades. Os distribuidores e lojistas interessados podem obter mais informações e fazer pedidos através do www.volda.com.br/produtos

O software de diagnóstico ESI[tronic] da Bosch passou por uma atualização para se tornar mais rápido, intuitivo e simples, agora conhecido como ESI[tronic] Evolution. As mudanças incluem um novo menu inicial que proporciona acesso direto aos principais recursos, como visão geral do sistema e dados técnicos. Isso economiza tempo e simplifica a navegação, tornando mais fácil para os usuários encontrar as informações desejadas. Além disso, a função de identificação do veículo foi aprimorada para facilitar a seleção do modelo.

7 BALCÃO AUTOMOTIVO |
ESI[TRONIC] – BOSCH REALIZA ATUALIZAÇÃO DO SOFTWARE DE DIAGNÓSTICO

Amortecedor dianteiro esquerdo

Código KYB: 9337516

WEGA INAUGURA CENTRO DE TREINAMENTO E AUDITÓRIO EM

SUA SEDE

A Wega Motors inaugurou dois novos espaços em sua sede em Itajaí, Santa Catarina: o Centro de Treinamento Wega Motors e o Auditório Rafael Teodoro Rodrigues Neto. O Centro de Treinamento oferece treinamentos presenciais e práticos para clientes, com capacidade para mais de 50 pessoas e equipamentos adaptados para caminhões, veículos leves e motocicletas. O Auditório Rafael Teodoro Rodrigues Neto, homenageando o fundador da empresa, oferece espaço para 60 pessoas e reconhece sua contribuição para a indústria automotiva.

O

NOVO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DO GRUPO ISAPA PROPORCIONARÁ MAIOR AGILIDADE PARA AS REGIÕES

NORTE E NORDESTE DO BRASIL

O Grupo ISAPA celebra seus 60 anos com o lançamento de um novo centro de distribuição em Conde, Paraíba, visando melhorar e agilizar a entrega aos clientes da região. Com uma área de mais de 9 mil metros quadrados e tecnologia de ponta, o novo CD atenderá às regiões Norte e Nordeste, garantindo qualidade e inovação. Um Encontro de Negócios em João Pessoa, nos dias 22 e 23 de fevereiro, marcará a chegada do novo CD, seguido por uma festa de inauguração com autoridades públicas, funcionários e clientes locais.

TECNOLOGIA E DURABILIDADE ESTÃO PRESENTES NOS NOVOS LANÇAMENTOS DA LINHA K’LASSIC DA KYB EM 2024

A linha K’lassic da KYB apresenta seus mais recentes lançamentos, disponíveis desde janeiro de 2024, preparados para atender às expectativas dos clientes. Os amortecedores da Kayaba são reconhecidos pela tecnologia e durabilidade, fabricados com materiais de alta qualidade e testados em condições rigorosas para proporcionar uma experiência de condução suave e segura. Amortecedores dianteiros da marca KYB são disponíveis para diversos modelos de veículos Chevrolet, com códigos específicos para cada aplicação. Para mais informações, www.kyb.com.br

A EXCELITE ILUMINAÇÃO AUTOMOTIVA AGORA FAZ PARTE DA MANDALA DE MARCAS HOMOLOGADAS NOS POSTOS IPIRANGA/JETOIL

Os produtos da fabricante de lâmpadas automotivas Excelite agora estão disponíveis nos postos Ipiranga/JetOil, oferecendo aos motoristas acesso conveniente a soluções de iluminação automotiva de alta qualidade durante o abastecimento. Essa parceria não apenas amplia a disponibilidade dos produtos da Excelite, mas também valida sua qualidade e confiabilidade, solidificando sua posição como uma escolha líder para consumidores em busca de soluções de iluminação automotiva confiáveis e de alto desempenho.

PHINIA CONQUISTA CERTIFICAÇÃO GREAT PLACE TO WORK EM SUA UNIDADE FABRIL, EM PIRACICABA

A PHINIA obteve a certificação Great Place To Work para sua unidade fabril em Piracicaba, São Paulo. Com cerca de 800 funcionários, a divisão “Fuel Systems” produz componentes de injeção de combustível para montadoras e mercado de reposição, nacional e internacional. Piracicaba é a terceira fábrica do grupo a receber essa certificação. Selma Pinto, gerente de RH da PHINIA, destaca a importância do trabalho em equipe e da escuta ativa dos funcionários para alcançar esse reconhecimento.

8 | BALCÃO AUTOMOTIVO
FIQUEPORDENTRO

ELETRIFICADOS RESPONDERAM POR 8% DAS VENDAS DE VEÍCULOS EM JANEIRO

Em janeiro, as vendas de veículos eletrificados ultrapassaram 12 mil licenciamentos, representando cerca de 8% do total de automóveis e comerciais leves. Dos veículos eletrificados, mais da metade corresponderam a modelos híbridos, com 7,7 mil unidades, enquanto os veículos totalmente elétricos totalizaram quase 4,4 mil emplacamentos. Os plug-in lideraram entre os híbridos, com 3,8 mil unidades, seguidos pelos híbridos convencionais, com 2,6 mil, e pelos híbridos leves, 1,2 mil veículos.

VOLKSWAGEN DOBRA INVESTIMENTOS E PREPARA LANÇAMENTO DE 16 VEÍCULOS

BYD REVELA NOVO SUV ELÉTRICO QUE SERÁ VENDIDO NO BRASIL

A BYD revelou as primeiras imagens oficiais de seu novo SUV elétrico, o Yuan Up, que promete ser o utilitário esportivo movido a bateria mais acessível da marca em diversos mercados, incluindo o Brasil. Prevê-se que o modelo chegue por aqui alguns meses após seu lançamento na China, com um preço esperado inferior a R$ 200 mil. O design do Yuan Up apresenta linhas mais retas, seguindo a mais recente atualização da identidade visual da BYD, presente nos modelos mais recentes da marca.

A Volkswagen reafirma seu compromisso com o Brasil ao mais que dobrar seus investimentos para R$ 16 bilhões, superando seu aporte anterior de R$ 7 bilhões na América Latina entre 2022 e 2026. Agora, adiciona-se um montante adicional de R$ 9 bilhões de 2026 a 2028. Com isso, a Volkswagen se destaca como a montadora com o maior investimento no País no período pós-pandemia. A empresa planeja lançar 16 novos veículos até 2028, incluindo modelos híbridos, 100% elétricos e Total Flex.

RENAULT EQUIPA KWID, LOGAN, STEPWAY E OROCH PARA ATENDER À NOVA LEI

A Renault realizou uma atualização na lista de equipamentos de grande parte de seus modelos nacionais, em resposta às novas normas de segurança implementadas para todos os veículos fabricados no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2024. Como resultado, os modelos Kwid, Logan, Stepway e Oroch agora vêm com uma gama expandida de itens de série, oferecendo aos clientes uma experiência ainda mais completa e segura.

MITSUBISHI LANÇA SÉRIE ESPECIAL PARA O ECLIPSE CROSS

A Mitsubishi lançou uma série especial do Eclipse Cross, chamada de Rush, com o intuito de impulsionar as vendas. Limitada a 150 unidades, essa edição do SUV médio, fabricado em Catalão (GO), apresenta distinções visuais características das séries especiais. Destacam-se a grade frontal com acabamento preto brilhante, o skid plate e as capas dos espelhos em cinza metálico, assim como as rodas exclusivas de 18 polegadas nesse mesmo tom.

10 | BALCÃO AUTOMOTIVO POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

CORTECO DÁ DICAS PARA MANTER A MANUTENÇÃO DA

MOTOCICLETA EM DIA

A manutenção é crucial para a segurança do motociclista. A Corteco recomenda a verificação regular da suspensão, válvulas, virabrequim, pinhão e embreagem da moto. A empresa oferece uma ampla gama de peças para motocicletas, cobrindo diversos modelos populares. Para mais informações, visite www.corteco.com.br ou entre em contato pelo Whatsapp (11) 95033-8809, nas redes sociais: @cortecobrasil

HONDA PCX GANHA SELO MAIOR VALOR DE REVENDA MOTO

O scooter Honda PCX conquistou a certificação Selo Maior Valor de Revenda 2023, em sua 8ª edição, resultado do Estudo de Mercado conduzido pela Agência Autoinforme em parceria com a Textofinal de Comunicação. Esta é a segunda vez que o scooter da Honda recebe a certificação principal, destacando-se como o veículo mais valorizado entre todas as categorias. Em 2023, o índice de depreciação foi notável, com uma desvalorização de apenas 3,1% após um ano de uso, em comparação com o índice de 8,9% em 2016, quando também foi premiado.

WEGA APRESENTA FILTROS E VELAS DE ALTA PERFORMANCE PARA MOTOCICLETAS

A linha de motos da Wega Motors é composta por aplicações fabricadas com tecnologia de ponta, oferecendo desempenho e confiabilidade para motocicletas. O amplo portfólio da empresa inclui velas e filtros de óleo, ar e combustível, reconhecidos no mercado por sua qualidade e desempenho. As velas de ignição e os filtros Wega, para ser ter uma ideia, são desenvolvidos seguindo os mais altos padrões de qualidade e tecnologia exigidos pelas montadoras em todo o mundo.

SEGMENTO DE MOTOS SEGUE AQUECIDO NESTE INÍCIO DE ANO

O setor de motocicletas destacou-se como o único com desempenho positivo em janeiro, em comparação com dezembro, de acordo com dados divulgados pela Fenabrave. No mês, foram emplacadas 143.327 motos, representando um aumento de 7,9% em relação a dezembro (132.752) e uma expansão significativa de 29,6% em comparação a janeiro do ano anterior, quando foram licenciadas 118.341 motocicletas. A entidade atribui esse crescimento a uma série de fatores favoráveis para o setor neste início de 2024.

MOTO SEMINOVA É SINÔNIMO DE ECONOMIA, MAS EXIGE CUIDADOS NA COMPRA

Para quem busca economizar na locomoção e manutenção de uma motocicleta, as opções seminovas frequentemente se destacam por serem mais acessíveis ao orçamento inicial. No entanto, é importante estar atento aos cuidados para evitar possíveis problemas futuros e perdas financeiras. Embora o preço atrativo das motos usadas seja sedutor, é prudente exercer cautela ao adquirir uma que esteja consideravelmente abaixo do valor de mercado.

11 BALCÃO AUTOMOTIVO |
POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

O FUTURO DOS VEÍCULOS

ELETRIFICADOS

Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

Os movimentos que estão acontecendo no Brasil e no mundo apontam as direções para os híbridos e 100% elétricos, e as expectativas, por aqui, para o mercado de reposição automotiva

14 | BALCÃO AUTOMOTIVO CAPA

Nesta matéria, apresentamos as tendências para o mercado dos veículos híbridos e elétricos, qual deles tem maior potencial no mercado brasileiro, os reflexos no segmento de reposição automotiva, as estimativas com o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), o comportamento do mercado nacional e muito mais, nas palavras de especialistas do setor e da indústria automobilística.

Participam dela, Luciano Pires, exexecutivo do segmento de autopeças e hoje CEO do Café Brasil Editorial; os jornalistas

“Os veículos eletrificados, atualmente, possuem um passivo muito grande. Tudo que é novidade tem um preço e no setor automotivo o que pesa mais é a manutenção destes carros”.

especializados na indústria automobilística, Boris Feldman e Fernando Calmon; Vinicio Grimalt Pigozzo, sócio proprietário da BV Import, em Caxias do Sul (RS); Paulo Miranda, idealizador da Expopeças, em Goiânia (GO); e Enilson Sales, presidente da Fenauto, sobre o mercado de seminovos e usados. Além de trechos da última coletiva da Anfavea, com Márcio Leite, presidente da entidade, e Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, falando sobre o programa Mover.

Híbridos ou elétricos

Questionados sobre os prós e contras dos veículos híbridos e elétricos no mercado brasileiro, a começar por Luciano Pires, ele

disse que na teoria, os veículos híbridos e elétricos oferecem redução significativa na emissão de poluentes e dependência de combustíveis fósseis, alinhando-se às crescentes preocupações ambientais, além de uma eficiência energética superior e custos operacionais mais baixos comparados aos veículos tradicionais a combustão. Mas ele reforçou que na prática, a teoria pode ser outra.

“Ainda há um “buzz” muito grande na onda dos carros elétricos, não sabemos com certeza quais são os números reais, especialmente considerando a realidade brasileira. O alto custo de aquisição é um dos principais obstáculos, tornando esses veículos menos acessíveis à maioria dos brasileiros. A infraestrutura de recarga ainda

15 BALCÃO AUTOMOTIVO |
CAPA
O FUTURO DOS VEÍCULOS ELETRIFICADOS
Luciano Pires, CEO do Café Brasil Editorial

é limitada em muitas regiões, dificultando a adoção em larga escala. Os custos dessa infraestrutura também não estão claramente definidos. A durabilidade e o custo de substituição das baterias também são preocupações relevantes. E a produção das baterias parece causar mais danos ao meio ambiente que qualquer economia proporcionada pelos veículos. Ainda é cedo para projeções confiáveis”, pontuou.

Em sua opinião, “dado ao contexto brasileiro, com uma ampla disponibilidade de etanol, uma fonte de energia renovável, os veículos híbridos que podem operar com este combustível tendem a ser uma opção atraente. Eles oferecem flexibilidade no uso de combustíveis e se beneficiam da produção local de etanol, o que pode favorecer sua adoção, dando mais segurança por conta da rede de abastecimento, o que ainda é um risco para os carros puramente elétricos”.

Para o jornalista Boris Feldman, os híbridos são mais baratos e eliminam o fantasma da “pane seca”. “Sua carga é suficiente para rodar eletricamente no dia a dia e, quando necessário, pode rodar trechos mais longos com o motor a combustão. Os elétricos oferecem um desempenho superior e rodam quilometragem bem maior que o híbrido, eletricamente. Mas custam mais e o motorista fica inseguro com o alcance (autonomia), seu valor como usado é muito baixo e a recarga nas estradas é problemática”.

Na análise de Vinicio Grimalt Pigozzo, o setor automotivo passa por uma evolução muito grande com as tecnologias embarcadas. “São veículos que praticamente têm vida própria e estão cada vez mais tomando decisões autônomas para segurança de condutores e pedestres. Esta evolução engloba os veículos elétricos e híbridos, com uma proposta de baixar níveis de poluentes, que é uma prioridade mundial. Porém, um veículo nesta modalidade possui opiniões a favor e contra”.

Como, por exemplo, ele citou a mudança de cultura ao dirigir, que precisa ser adaptável a um carro deste segmento. “Acredito ter mais pontos contra do que a favor. No Brasil, existe uma preocupação nos veículos eletrificados que são tanto 100% elétricos ou híbridos, ou seja, o País tem um potencial muito grande para geração de energia, mas precisa intensificar postos de carregamento para este tipo de veículo”.

Vinicio frisou que a falta de pontos de recarga é a parte negativa para os elétricos, além do preço. “Um veículo 100% elétrico, hoje, vai muito bem em perímetros urbanos, mas se tiver que viajar em distâncias mais longas a autonomia é baixa. As montadoras já testam tecnologias em baterias e sistemas para poder ter uma autonomia maior, porém ainda há a falta de postos de carregamento, onde existem, tem filas para fazer a carga. Outro ponto que pesa é o valor do produto.

Hoje um carro elétrico ou híbrido, sem ser premium, o valor ainda é muito caro de aquisição”.

Em sua opinião, “os veículos híbridos aqui no Brasil são mais eficientes que os 100% elétricos, não pela questão somente do combustível, mas pela sua eficiência em combinar duas formas de propulsão e saber tirar o máximo de rendimento delas; tanto na autonomia quanto na performance, pode ser usado um motor a combustão de menos potência, mas em combinação com um motor elétrico, o resultado é impressionante. A opção de etanol nos postos de gasolina é um atrativo a mais com certeza nos veículos híbridos, mas para mim isto se aplica em carros mais populares onde se visa menor custo”.

Outro fator negativo, colocado por ele, é a desvalorização alta na revenda destes carros. “Quem pega de segunda mão, provavelmente, vai arcar com a manutenção que não é barata neste segmento. Por outro lado, é um veículo que tem emissões de carbono zero no caso dos 100% elétricos, possui tecnologias fantásticas embarcadas, conforme o modelo pode ser até autônomo, os designs são cada vez mais inovadores e sempre tem o cliente que quer uma exclusividade primeiro”.

Na análise de Paulo Miranda, o contra é o abastecimento para a mobilidade. “O próprio fabricante não diz quantas horas você pode andar com o carro elétrico. Quantos mais

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Fernando Calmon, jornalista Vinicio Grimalt Pigozzo, sócio proprietário da BV Import, de Caxias do Sul (RS)
CAPA O FUTURO DOS VEÍCULOS ELETRIFICADOS
Boris Feldman, jornalista

postos de abastecimento tiverem, mais segurança o consumidor terá. Outro fator limitador é a questão de preço, uma barreira no Brasil. Por outro lado, é mais um item para agregar nas vendas. Quanto mais veículos pudermos agregar no nosso portfólio de vendas, é mais uma oportunidade de negócio. Acredito no puramente elétrico para um público e que o híbrido é mais desejado pela facilidade de abastecimento”.

Ele também destacou como ponto de atenção o descarte da bateria. “Até o momento, a gente não vê a reciclagem das baterias dos elétricos, mas acredito que em breve terá um local de descarte, pois a própria bateria normal do carro já tem uma normativa para a reutilização. A sucata de baterias é um item que tem um valor agregado muito grande de recompra. Acredito que funcionará da mesma forma para a bateria dos elétricos”.

Investimentos

Sobre os anúncios de investimentos das montadoras em veículos eletrificados, Boris respondeu que os investimentos englobam os híbridos e elétricos. “Não existe uma demanda de mercado que justifique o investimento só nos elétricos. Não só no Brasil, mas isso é um fenômeno mundial”.

A mesma avaliação fez Luciano. “Considero que ainda não temos o potencial de consumo para os carros elétricos, no patamar dos preços de vendas atuais. Mesmo as ofertas mais baratas ainda restringem o público consumidor, especialmente quando fazemos uma relação custo x benefício indireto. O que tenho percebido é mais um movimento de estabelecimento da marca como sendo inovadora, ou seja, ter a oferta do produto elétrico por uma questão de branding. Trata-se mais de um movimento de marketing do que qualquer outra coisa. A exceção é a BYD, que me parece que está interessada mais em desbravar um mercado do que na produção em alta escala”.

Vinicio foi enfático ao dizer que a evolução dos veículos não tem volta e que cada vez mais, as montadoras investem em tecnologias embarcadas e ditam o rumo do mercado automotivo. “Porém, tudo que é novidade paga o valor do investimento dos projetos. Existe mercado para todos, o que vai acontecer são novas marcas desconhecidas no Brasil que vão se instalar oferecendo

veículos com tecnologias, conforto e preço atrativo, gerando assim, uma demanda e crescimento deste segmento. Existem fabricantes que se especializaram somente nos eletrificados, gerando valores mais baixos com carros de padrão elevado. Outro fator que não podemos esquecer é que os veículos 100% elétricos em muitos estados têm impostos reduzidos e IPVA isento, dando assim um atrativo a mais para aumentar as vendas do segmento”.

Programa Mover

Em dezembro do ano passado, a Medida Provisória 1.205/2023 instituiu o Programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), em substituição ao antigo Rota 2030. Na última coletiva da Anfavea, no início de fevereiro, Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que o Mover, com incentivos fiscais de R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais ao setor automotivo até 2028, terá a legislação mais moderna do mundo.

“O Brasil terá a legislação mais moderna do mundo, no sentido de promover a inovação e a descarbonização. Uma legislação extremamente avançada e com previsibilidade, de até 2028 com R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais ao setor. O novo regramento já está em vigência, vamos acelerar no Congresso Nacional, e devemos anunciá-lo após o Carnaval”, declarou.

“O mercado de reposição não tem abertura à tecnologia por parte dos fabricantes. Então, isso dificulta o nosso mercado, o de manutenção, que exige que você tenha o conhecimento da tecnologia. Se as montadoras tivessem abertura para o mercado, treinamentos, elas teriam mais sucesso. Esses carros também terão manutenção, mas quando dão defeito, poucos profissionais estão inseridos no contexto de tecnologia”.

Paulo Miranda, idealizador da Expopeças, em Goiânia (GO)

18 | BALCÃO AUTOMOTIVO
CAPA O FUTURO DOS VEÍCULOS ELETRIFICADOS
Paulo Miranda, idealizador da Expopeças, em Goiânia (GO)

Na visão do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o mais relevante do programa Mover é a previsibilidade. “Esse programa traz mecanismos muito inteligentes para o futuro da indústria automotiva. O que justifica a resposta a esse programa são os investimentos. Vamos chegar a mais de R$ 100 bilhões, serão muitos empregos, pesquisa e desenvolvimento, isso é fundamental para um país produtor. Quando apresentamos o programa para as matrizes, o retorno que temos tido é que esse programa é extremamente inteligente, tem lógica, princípio, meio e direcionamento para o futuro da indústria”, afirmou.

Para Andressa Melo, gerente de Inovação do FI Group, o programa chega para fomentar de maneira expressiva o desenvolvimento da sustentabilidade no setor automotivo, com a descarbonização dos veículos e a bonificação de empresas que investem em projetos de inovação tecnológica, estimulando a competitividade global. “As novidades impostas pelo programa vão desde a criação do IPI verde, que será aplicado conforme os atributos sustentáveis dos veículos, até o aumento do incentivo fiscal para as empresas que investem em inovação”, segundo divulgado em release.

Repercutindo com os entrevistados desta matéria, Luciano afirmou que incentivos fiscais, investimentos em infraestrutura e campanhas de conscientização são

ferramentas culturais do Brasil, que sempre lhe trazem dúvidas sobre a sustentabilidade.

“São instrumentos válidos, especialmente para dar a largada numa mudança em alta escala, como essa que os carros elétricos vão exigir, mas o sucesso dependerá da implementação efetiva das políticas e da capacidade de atrair investimentos para o setor, além da adesão dos consumidores. Eu prefiro aguardar para que os números mostrados sejam mais firmes”, argumentou.

Paulo também vê com ressalva. “O Mover é um programa muito bom, mas o Brasil tem uma questão peculiar. O Governo cria alguns benefícios, mas depois volta atrás muito rápido, já vimos isso em outros programas de incentivo ao setor”. “Se realmente for aplicado o investimento correto e feito um acompanhamento das empresas que entram neste programa, nós teremos retorno. O programa nacional de mobilidade verde e inovação vem para a sucessão do Rota 2030, sendo assim, a indústria tem um compromisso de produção de novas tecnologias para o setor automotivo. Estes investimentos devem trazer com certeza novidades gigantes aos carros eletrificados”, afirmou Vinicio.

Para Boris, “o programa vai incentivar consideravelmente o desenvolvimento tecnológico, pois é mais exigente na redução de consumo e emissões. E vai destinar verbas ainda maiores que o antigo programa (Rota 2030) para as empresas que cumprirem suas metas”.

Cemitérios de elétricos

Matérias publicadas na imprensa já falam de cemitérios de veículos elétricos. Questionados se esta pode ser uma realidade aqui no Brasil, Luciano disse que não podemos fazer suposições, pois esse mercado ainda não existe no País. “O risco de acúmulo desses veículos, como observado na Europa e na China, pode se tornar uma realidade se os desafios relacionados à infraestrutura de

recarga, custos de manutenção e atualização tecnológica não forem adequadamente abordados”.

Segundo ele, “políticas de incentivo à reciclagem e ao mercado de segunda mão podem mitigar esse risco, mas não conseguimos resolver esse problema nem com os atuais veículos a combustão, imagine com um produto totalmente novo, que exige cuidados especiais. Vejo aí um potencial problema de longo prazo”.

O problema do carro elétrico, disse Boris, é mundial. “Os governos cortam subsídios, o alcance teórico é bem maior que o real, seu valor no mercado de usados cai 30% ou mais, a recarga nas estradas é um perrengue, pois ou tem fila ou a tomada está quebrada, e o reparo no caso de acidente pode custar mais que o próprio carro. No Brasil, o problema é mais grave ainda pelo baixo poder de compra e nossas dimensões continentais”.

Paulo comenta que pode haver o risco de os elétricos no Brasil terminarem em cemitérios. “Também é um risco para o Brasil. A depreciação desses carros acontece porque a bateria tem 5 anos, em média, de vida útil e quando vai chegando o período da troca, o seu custo é muito alto, às vezes, praticamente 50% do valor do carro. Se não tivermos um pós-garantia que dê segurança para quem compra, vira cemitério pelo custo de manutenção”.

Vinicio comentou sobre o peso da manutenção. “Os veículos eletrificados, atualmente, possuem um passivo muito grande. Tudo que é novidade tem um preço e no setor automotivo o que pesa mais é a manutenção destes carros. Quando falamos em carros híbridos e elétricos, logo pensamos nas baterias que são utilizadas em ambas as situações e elas têm um valor agregado de manutenção. Não é qualquer profissional que tem o conhecimento para mexer nestes carros, quando eles saem do período de garantia, o proprietário

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CAPA O FUTURO DOS VEÍCULOS ELETRIFICADOS
Enilson Sales, presidente da Fenauto

normalmente procura uma segunda opção de reparo para baixar o custo e aí começam os problemas. Nem sempre o profissional que lhe atendia no antigo carro vai ter o conhecimento para mexer nos eletrificados e qualquer diagnóstico errado pode gerar um grande prejuízo ao dono do veículo”.

O que virá para o mercado de reposição

Nas palavras de Boris Feldman, a eletromobilidade ainda vai demorar a ter peso no mercado de reposição. “Mas ele deve se preparar para uma razoável redução de faturamento em longo prazo pela simplicidade do motor elétrico, ele tem uma peça móvel que dura quase eternamente (rotor do motor), ao contrário dos atuais com centenas de componentes, quase todos com possiblidade de desgaste em curto, médio ou longo prazo”.

Para Paulo Miranda, o desafio é o acesso à informação. “O mercado de reposição não tem abertura à tecnologia por parte dos fabricantes. Então, isso dificulta o nosso mercado, o de manutenção, que exige que você tenha o conhecimento da tecnologia. Se as montadoras tivessem abertura para o mercado, treinamentos, elas teriam mais sucesso. Esses carros também terão manutenção, mas quando dão defeito, poucos profissionais estão inseridos no contexto de tecnologia”.

Segundo Vinicio, além de profissionais

que se dediquem a aprender e dominar diagnósticos avançados, “existe uma mudança muito grande em diagnósticos avançados para este tipo de veículo, o profissional tem que ter domínio em ferramentas jamais utilizadas em carros a combustão. É uma oportunidade muito grande que o setor proporciona a estes reparadores, a especialização no ramo pode ser um grande diferencial na empresa do reparador”.

Os maiores desafios são: “temos que ter acesso a informações corretas para estes veículos, temos que ter um canal com a montadora mais facilitado para poder reparar com excelência, temos que ter valores mais justos em equipamentos e ferramentas para atender os carros eletrificados e, por fim, uma disposição de peças com mais agilidade para não ficar com um veículo aguardando peça dentro de sua empresa por muito tempo”, pontuou.

De um lado, Luciano Pires colocou que o mercado de reposição automotiva para veículos híbridos e elétricos fora do período de garantia apresenta um potencial significativo, mas requer adaptação. “Profissionais do setor precisarão de formação específica para lidar com as tecnologias avançadas desses veículos. A disponibilidade de peças compatíveis e a capacidade de realizar manutenções complexas em baterias e sistemas eletrônicos são fundamentais para o desenvolvimento desse mercado. Se pudermos comparar com os celulares,

veremos o surgimento de um mercado paralelo próprio, mas considerando as exigências de segurança do produto automóvel, não sei se haverá viabilidade econômica para atender às especificações”.

Do outro lado, a necessidade de especialização técnica para reparos e manutenção, dada à complexidade dos sistemas eletrônicos e de baterias é o principal desafio. “A disponibilidade e o custo de peças de reposição específicas para veículos elétricos e híbridos também são preocupações. Além disso, a rápida evolução tecnológica pode tornar alguns modelos rapidamente obsoletos, impactando a demanda por peças de reposição. O setor precisará se adaptar a essas novas realidades, investindo em formação técnica e em parcerias com fabricantes para garantir a disponibilidade de peças e informações técnicas. Vejo um desafio imenso nessa área”.

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CAPA O FUTURO DOS VEÍCULOS ELETRIFICADOS
Márcio Leite, presidente da Anfavea

Eletrificados no mercado de seminovos e usados

Ainda que a comercialização de eletrificados tenha crescido bastante nos últimos anos, a participação ainda é incipiente no volume total, mas a Fenauto prevê que este crescimento, assim como tem sido, será constante. “Em 2023, cresceu em 80% versus a base de 2022 e no primeiro mês deste ano, cresceu 112% sobre janeiro de 2023. É um crescimento consistente, mas é importante dizer que a base ainda é pequena, estamos falando de 0,25% dos veículos seminovos comercializados no Brasil. Em 2023, foram 14.454.000 unidades comercializadas e apenas 35.877 veículos elétricos e eletrificados”, colocou em números, Enilson Sales, presidente da Fenauto.

Segundo ele, “a procura dos puramente elétricos não é tão grande, a maior é pelos híbridos, com a liderança do Corolla, modelos sedan e Cross, e o Volvo X 60, os três representaram mais de 40% do volume de eletrificados comercializados em janeiro deste ano. O que deixa claro que os híbridos ainda são as melhores opções encontradas ou pelo menos procuradas pelo nosso público”, afirmou, acrescentando que faltam algumas respostas para impulsionar o mercado de veículos elétricos no Brasil.

“Nós achamos que ainda terá uma acomodação deste mercado, porque várias perguntas ainda não estão bem respondidas. O mercado ainda tem uma base muito baixa para fazer comparações e um histórico muito pequeno para que venha responder questões como autonomia real dos veículos, o tempo de recarga da bateria e o número de pontos de recarga, o que é um problemaço”.

Segundo ele, é importante que essas perguntas sejam respondidas, além da vida útil dos componentes, ainda que haja as especificações técnicas dos veículos entregues aos consumidores e aos formadores de opinião. “Como, por exemplo, o tempo de recarga depende de cada carregador, que tem

MERCADO GLOBAL

Na análise do jornalista Fernando Calmon, há um tropeço dos elétricos nos Estados Unidos e a Europa pode atrasar eletrificação, de acordo com notícias internacionais. “Algumas já questionam se a Europa vai mesmo confirmar o prazo fatal de 2035 de proibir as vendas de veículos novos movidos por motores a combustão interna (MCI). Os comentários desde agora é que haveria exceção para os híbridos que conjugam MCI e motor elétrico com baterias menores e mais em conta”.

Segundo ele, “é certo que a China continua como o maior mercado de carros 100% elétricos do mundo graças aos subsídios explícitos e implícitos, além das imposições por parte do governo ditatorial.

uma potência diferente. Pontos de recarga são um desafio grande a ser superado, pois não dependem do fabricante, os postos de gasolina não foram instalados pelas montadoras, mas pelas petroleiras. Quem vai fornecer esses pontos de recarga para oferecer conforto aos usuários”?

A conclusão da Fenauto, disse Enilson, é que este mercado ainda demorará muito para ficar maduro e para ter todas as respostas possíveis. “Mas, é um mercado em crescimento, eu uso um carro híbrido, estou satisfeito com ele, mas não com os pontos de recarga, mas tenho feito uma boa avaliação desse carro. Outro ponto a ser questionado é o preço do veículo com a volta dos impostos, que deixa a população muito distante deles e ainda não sabemos exatamente o valor da depreciação”.

Para finalizar, Enilson disse que não acredita que os elétricos ou eletrificados vieram para tomar o lugar dos veículos a combustão, mas que vieram para dividir o mercado. “Cada um assumindo a sua fatia, de acordo com o que for mais atraente para o consumidor naquele momento. Não vejo eles chegando para tomar um lugar expressivo e ser preponderantes no cenário nacional. Vislumbro ao longo do tempo um equilíbrio e uma participação maiores de mercado”.

No continente europeu os países também oferecem bônus atraentes para quem decide adquirir um VEB (Veículo Elétrico a Bateria). As vendas vinham subindo rapidamente, mas arrefeceu no final do ano passado. Algumas projeções apontam para uma recuperação em 2024, mas não há realmente certeza”.

Nos Estados Unidos, “os novos registros de veículos elétricos ainda crescem a um bom ritmo, mas limitados ao mercado de marcas de luxo. Porém, segundo dados da consultoria Experian, os segmentos de altas vendas não conseguem avançar sobre modelos a gasolina e híbridos”, comentou.

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CAPA VEÍCULOS ELETRIFICADOS
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República

Texto:

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NO SETOR DE AUTOPEÇAS

Especialistas no tema destacam as habilidades que o mercado busca dos vendedores e orientam as empresas sobre os pontos cruciais para evitar o turnover

Encontrar a pessoa certa para a vaga de vendedor nem sempre é uma tarefa fácil. Além disso, o setor ainda enfrenta escassez de mão de obra. Nesta matéria sobre recrutamento e seleção, especialistas no tema dão dicas preciosas para os dois lados: para os vendedores se preparem e do outro, como fazer um processo de recrutamento e seleção eficiente.

Diretora da Unidade Recrutadores da Catho, Christiana Mello, contou que as habilidades exigidas dos vendedores podem variar dependendo

do setor, mas que existem competências gerais altamente valorizadas tanto em vendas no mercado geral quanto no mercado de autopeças, e que os profissionais dessa área devem estar preparados para se adaptar às novas tendências e demandas.

Segundo ela, “no recrutamento e seleção de profissionais de vendas, tanto no mercado geral quanto no de autopeças, é essencial buscar candidatos que demonstrem não apenas as habilidades técnicas necessárias, mas

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# 30 FEV/ 2024 SUPLEMENTO ESPECIAL
Karin Fuchs Foto(s): Divulgação
Christiana Mello, diretora da Unidade Recrutadores da Catho
“O recrutamento e seleção é um processo dinâmico, sua assertividade depende de fatores variáveis. Possivelmente, a variável mais complexa é o fator humano”...

Genildo Gomes de Sousa, coordenador de Recrutamento e Seleção da Gi Group Holding

também as habilidades interpessoais que permitirão a criação de relacionamentos duradouros com os clientes”. As chamadas hard skills e soft skills (ver box).

“Além disso, de acordo com a pesquisa da Catho sobre as tendências de Recursos Humanos para 2024, a área de vendas é um grande foco dos recrutadores para 2024, mostrando que as empresas querem aumentar seus times de vendas”, acrescentou.

Genildo Gomes de Sousa, coordenador de Recrutamento e Seleção da Gi Group Holding, adicionou. “Percebemos que há uma mudança constante quanto às demandas das organizações em relação às habilidades requeridas de seus colaboradores. Considerando as vivências técnicas, destaca-se a especialização em novas tecnologias; do ponto de vista comportamental, nota-se a necessidade de uma postura inovadora e criativa e facilidade na adaptação a novos cenários”.

E Cynthia Chazin, psicóloga, coach, mestre em administração de empresas, consultora em gestão humana da Juntos Educação Parental, destacou “habilidade de relacionamento interpessoal, persuasão, ousadia, facilidade de comunicação e negociação. E ter bons conhecimentos no segmento ou similar, saber argumentar perante objeções dos clientes e ter superior em administração ou publicidade e marketing”.

O QUE MUDOU

Nos últimos anos, de acordo com Christiana, “várias mudanças significativas no recrutamento e seleção de profissionais de vendas refletem as transformações no comportamento do consumidor. Essas mudanças estão profundamente interligadas, já que o comportamento do consumidor dita as estratégias que as empresas devem adotar para se manterem competitivas e eficazes”.

São elas: a digitalização das vendas; valorização da experiência do cliente; crescimento do comércio eletrônico e sustentabilidade e responsabilidade social, visto que um número crescente de

consumidores está priorizando marcas que demonstram compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. “As empresas buscam profissionais de vendas que possam comunicar os valores e práticas sustentáveis da empresa, conectando-se com os consumidores que valorizam essas questões”, afirmou.

Nas palavras de Cynthia, o cliente busca especialização. “O consumidor está muito exigente e não aceita mais ser atendido por qualquer vendedor tanto no quesito técnico como comportamental. Por este motivo as empresas estão cada vez mais rigorosas para avaliar os perfis e definir “quem serve” para a posição”.

Já Genildo citou a velocidade bem maior em que novos produtos são apresentados, bem como a pluralidade de ofertas. “Há um notado foco para a comodidade do cliente, e percebo que o consumidor tem sido mais exigente, tem tido mais ferramentas para análise e comparação. Com o consumidor mais exigente, os profissionais de vendas precisam estar mais preparados para oferecer um atendimento de excelência para conquistar e fidelizar o cliente”.

ETAPAS

Sobre as principais etapas para um processo de recrutamento e seleção bem-feito, Cyntia pontuou: “o levantamento de perfil, divulgação da vaga, triagem de currículo, convocação, entrevista, aplicação de testes da área, assessment e apresentação da proposta para o aprovado”.

Genildo Gomes de Sousa, coordenador de Recrutamento e Seleção da Gi Group Holding

Christiana complementou com a identificação das necessidades, elaboração da descrição da vaga, verificação de referência e contato com referências, estar aberto para negociações, se necessário, e o feedback, “além do retorno para o candidato aprovado, é extremamente importante dar retorno negativo aos candidatos que não avançaram no processo”, ressaltou, incluindo nas etapas, o processo de onboarding. “Uma vez aceita a oferta, iniciar um processo de integração estruturado para acolher o novo colaborador, apresentá-lo à equipe, à cultura da empresa e aos processos de trabalho”.

29 BALCÃO AUTOMOTIVO | SUPLEMENTO ESPECIAL

E, de acordo com Genildo, a variável mais complexa no processo de recrutamento e seleção é o fator humano. “O recrutamento e seleção é um processo dinâmico, sua assertividade depende de fatores variáveis. Possivelmente, a variável mais complexa é o “fator humano”, considerando as etapas basais, pode-se citar o alinhamento da posição, isto é, um ajuste claro entre o requisitante da posição e o profissional que fará a captação. Para tanto, é imprescindível delimitar requisitos, tanto técnicos como comportamentais, que alinhem o candidato com a cultura da organização”.

CONTRATAÇÃO EQUIVOCADA

Não é raro as empresas contratarem profissionais e depois de um tempo as expectativas não corresponderem, e isso se deve a vários fatores, conforme explicaram os especialistas. “O arrependimento dos varejistas de autopeças em relação à contratação de vendedores, mesmo após inicialmente acreditarem ter encontrado o candidato certo, pode resultar de uma combinação de fatores que vai além da qualidade do processo de recrutamento e seleção. Enquanto um processo de contratação bem estruturado é crucial, outros elementos também desempenham papéis significativos”, disse Christiana.

Entre os fatores, ela mencionou: o processo de recrutamento e seleção incompleto ou aplicado de forma ineficaz; falta de avaliação profunda; avaliação insuficiente das necessidades do cargo; mudanças nas necessidades do negócio ou do mercado; evolução do mercado; mudança nas estratégias de vendas; falhas no processo de onboarding e desenvolvimento; integração inadequada; falta de treinamento contínuo; cultura organizacional e relacionamento com a equipe; desalinhamento cultural e relacionamentos internos e expectativas irrealistas.

Sobre as expectativas irrealistas, afirmou Christiana, “às vezes, as expectativas em relação ao que um novo vendedor pode alcançar são irrealistas, especialmente sem o suporte adequado, treinamento ou tempo para se adaptar. Da mesma forma, o vendedor pode ter expectativas irrealistas sobre o cargo, levando a desilusões e desempenho insatisfatório”.

Cynthia também falou sobre a falta de um processo de seleção adequado. “Normalmente, isso acontece porque contratam profissionais indicados e quando analisam melhor, não têm perfil para a

vaga. Isso acontece porque a pessoa acaba entrando sem passar por um processo seletivo convencional”. E Genildo destacou que um alto turnover gera custos para as empresas e impacta em seus resultados.

“Quando profissionais são contratados com a percepção de que são aderentes à posição e pouco tempo depois declinam, os fatores que contribuem são múltiplos, desde um processo seletivo conduzido com certa superficialidade, aquele gestor que quer a vaga para início imediato e assim acaba “pulando” etapas essenciais do processo, como a uma crescente competitividade no mercado por bons profissionais. Outro fator é o processo de integração desse novo colaborador que, por vezes, é minimizado pela necessidade de produzir imediatamente”, explicou.

ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA

No setor de autopeças é sabido que um dos maiores desafios é a falta de mão de obra e que os varejistas concorrem com outros setores. Segundo Cynthia, entre alguns setores que mais têm disponibilidade de vendedores são o de vestuário, cosméticos, tecnologia, joia e semijoias. “São produtos muito procurados, portanto, tem opções diversas de vagas, em locais diversos da cidade. Geralmente, as vagas são CLT, têm benefícios, salário fixo e comissão/bonificação por atingimento de meta”, afirmou.

Genildo ressaltou que a escassez de mão de obra qualificada é um desafio que perpassa o setor de autopeças. “É um desafio não só para o Brasil, mas em nível mundial, não há um desenvolvimento equiparado entre habilidade técnica e as novas tecnologias, cada vez mais complexas. Setores que não possuem maior especificidade tendem a ter uma mão de obra mais abundante, como o de alimentos e bebidas, portanto, investimento em formação específica é uma solução possível”, declarou.

De acordo com Christiana, “a disponibilidade de vendedores no mercado de trabalho pode variar significativamente de um setor para outro, influenciada por diversos fatores como condições de trabalho, oportunidades de carreira, benefícios, bonificações e a própria natureza do segmento. Enquanto o setor de autopeças enfrenta desafios relacionados à escassez de mão de obra qualificada, outros setores podem experimentar uma maior disponibilidade de vendedores por diversos motivos”.

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Cynthia Chazin, psicóloga, coach, mestre em adm. de empresas, consultora da Juntos Educação Parental

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NO SETOR DE AUTOPEÇAS

Para exemplificar, ela citou o de Tecnologia e SaaS (Software como Serviço). “Este setor tende a atrair uma grande quantidade de talentos devido ao rápido crescimento, inovação contínua e a percepção de oferecer oportunidades de carreiras promissoras. Além disso, empresas deste setor frequentemente oferecem pacotes de compensação atraentes, incluindo salários competitivos, bonificações, opções de ações e benefícios como flexibilidade de trabalho, que podem aumentar a disponibilidade de vendedores qualificados”.

Outro exemplo é o de serviços financeiros e seguros. “Eles oferecem estruturas de bonificação lucrativas e oportunidades de desenvolvimento profissional. A estabilidade percebida e a possibilidade de altos ganhos por meio de comissões tornam esses setores atraentes para profissionais de vendas”.

ATRAÇÃO E RETENÇÃO

Conforme dito anteriormente por Genildo, um alto turnover gera custos para as empresas e impacta em seus resultados. Para atrair e reter talentos, a orientação dele é “oferecer um ambiente de formação profissional, não perpetuar a insistência na busca do candidato “pronto” no mercado, que de fato tem sido escasso e, por vezes, incompatível com o perfil das novas vagas”.

Ele complementou que a retenção tem cada vez mais relação com o ambiente de trabalho oferecido, a qualidade de vida proporcionada. “Embora não se possa desprezar uma política de remuneração sólida, com foco para variáveis/ bonificação por desempenho e resultado, esse último não é fator decisivo para muitos candidatos quando decidem por uma transição ou aceitar uma oferta”.

Nas palavras de Christiana, “para atrair e reter talentos no setor de autopeças, os varejistas precisam adotar estratégias que não apenas destaquem as oportunidades de carreira, mas também melhorem a proposta de valor para os funcionários”. Segundo ela, é preciso oferecer programas de treinamento e desenvolvimento; oportunidades de crescimento; melhorar a compensação e os benefícios; salários competitivos; bonificações e comissões; benefícios diferenciados. “Além dos tradicionais, como plano de saúde e seguro de vida, considerar benefícios adicionais, como flexibilidade de horário, trabalho remoto (quando possível), programas de bem-estar e descontos em produtos”.

Além dos citados acima, ela complementou com engajamento e reconhecimento; investir em tecnologia e ferramentas de vendas; modernização das ferramentas e capacitação tecnológica. “Prover aos vendedores as últimas tecnologias e ferramentas digitais que possam facilitar o processo de vendas, aumentar a eficiência e melhorar a experiência do cliente”, pontuou. Além de fomentar a responsabilidade social e sustentabilidade, e promover uma cultura positiva e inclusiva.

No quesito inclusão, Cynthia destacou a participação das mulheres no setor de autopeças. “Oferecer incentivo para contratação de mulheres, por ser um segmento muito masculinizado, e outros incentivos, de modo geral, auxílio financeiro para tirar CNH, cursos de direção defensiva, visitas a grandes indústrias automobilísticas em diversos setores do Brasil, como, por exemplo, em Camaçari (BA), e incentivo para aquisição de automóveis ”, finalizou.

“Oferecer incentivo para contratação de mulheres, por ser um segmento muito masculinizado, e outros incentivos, de modo geral, auxílio financeiro para tirar CNH, cursos de direção defensiva, visitas a grandes indústrias automobilísticas em diversos setores do Brasil, como, por exemplo, em Camaçari (BA), e incentivo para aquisição de automóveis”.
Cynthia Chazin, coach, mestre em administração de empresas, consultora em gestão humana da Juntos Educação Parental
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# 30 FEV/ 2024

HARD SKILLS E SOFT SKILLS

Cada vez mais tem se falado sobre as habilidades hard skills e soft skills exigidas no mercado de trabalho. A seguir, a diretora da Unidade Recrutadores da Catho, Christiana Mello, especifica o que é cada uma delas.

HARD SKILLS - HABILIDADES TÉCNICAS

1/ Conhecimento do Produto: Profundo entendimento dos produtos ou serviços que estão vendendo, incluindo especificações, benefícios e aplicações. No mercado de autopeças, isso inclui conhecimento técnico sobre as peças, compatibilidade com diferentes modelos de veículos e compreensão das necessidades do cliente.

2/ Habilidades Tecnológicas: Proficiência em ferramentas de CRM (Customer Relationship Management), plataformas de vendas online, análise de dados de vendas e software específico do setor. A capacidade de utilizar tecnologia para melhorar a eficiência das vendas é crucial.

3/ Gestão de Pipeline de Vendas: Compreensão de como gerir e avançar as oportunidades de vendas através do funil de vendas, desde a prospecção até o fechamento.

4/ Conhecimentos de Marketing Digital: No ambiente de vendas moderno, é cada vez mais importante entender os fundamentos do marketing digital, incluindo SEO, marketing de conteúdo e redes sociais para atrair e engajar clientes potenciais.

SOFT SKILLS – HABILIDADES COMPORTAMENTAIS

1/ Comunicação Eficaz: Habilidade para comunicar-se claramente e persuasivamente, tanto por escrito quanto verbalmente. A capacidade de escutar ativamente as necessidades dos clientes e responder de forma adequada é fundamental.

2/ Resiliência e Adaptabilidade: Capacidade de lidar com rejeições e adaptar-se rapidamente a mudanças no mercado ou no comportamento do cliente. No setor de autopeças, isso pode incluir adaptação a novas tendências automotivas ou mudanças na demanda.

3/ Habilidades de Negociação: A capacidade de negociar preços, prazos e condições, buscando sempre um resultado que seja vantajoso tanto para o cliente quanto para a empresa.

4/ Trabalho em Equipe e Colaboração: Mesmo em posições de vendas, que muitas vezes são vistas como papéis individuais, a capacidade de trabalhar em equipe com outros departamentos, como marketing e suporte ao cliente, é essencial para o sucesso das vendas.

33 BALCÃO AUTOMOTIVO | SUPLEMENTO ESPECIAL

Comportamento

O SEXTO SENTIDO:

DECISÕES BASEADAS NA INTUIÇÃO

Noartigo anterior, abordamos o tema: “os cinco sentidos no ambiente de trabalho”. Nessa edição, abordaremos a tomada de decisões, pessoais e/ou profissionais, baseadas na intuição ou sexto sentido. Nós, humanos, possuímos cinco sentidos tradicionalmente conhecidos: visão, audição, paladar, olfato e tato, os quais nos permitem a captação de imagens, sons, sabores, odores e toques, garantindo uma percepção de todo um ambiente, o que nos possibilita meios para sobrevivência.

A habilidade intuitiva ou perceptiva, além dos cinco tradicionais sentidos, é popularmente denominada de sexto sentido, habilidade essa que nos proporciona a capacidade de perceber ou compreender algo sem o uso dos sentidos físicos.

É muitas vezes descrita como uma sensação inexplicável ou uma intuição profunda. É uma forma de conhecimento que vai além da lógica e da razão, alicerçada no pressentimento.

Intuição é um sentimento que os seres humanos afirmam manifestar ao tomar uma decisão sobre algo ou uma situação. Segundo a psicologia, é uma forma de conhecimento inconsciente.

Os palpites tomados pelos indivíduos são gerados na parte inconsciente da mente, por meio de experiências anteriores.

O neurologista Dr. Martin Portner explica que as mulheres possuem um sexto sentido mais aguçado do que os homens. As mulheres conseguem perceber detalhes e interpretar gestos, sinais corporais e imagens. Captam o estado emocional de alguém com mais facilidade e isso se dá, segundo o neurologista, porque as meninas são mais afetivas que os meninos, transformando-as em mulheres mais intuitivas que os homens, os quais são mais racionais.

Elas analisam rapidamente a coerência de algo e correlacionam dados, tudo ao mesmo tempo. Entre um e outro sinal, acontece a união de circuitos cerebrais que detectam possibilidades que elas nem imaginam. No nosso dia a dia, podemos observar situações que podemos relacionar com o sexto sentido:

1. Sexto sentido x estatística: Profetizar, no futebol, está na moda. Muitos torcedores que profetizam tentam prever, adivinhar, dizer antecipadamente o que há de suceder nas partidas. Nem sempre usam o sexto sentido, a intuição, pois seus palpites são baseados em estatísticas e dados matemáticos, o que lhes possibilitam um elevado percentual de acerto e, consequentemente, ganho financeiro.

2. Sexto sentido x falta de comunicação: Conta uma história sobre o

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ARTIGO
Foto(s): Divulgação

casal que, no dia de suas bodas de prata, tomava café. A mulher passou a manteiga na casca do pão e a entregou ao marido, ficando com o miolo, e pensou: “sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o meu marido e, por 25 anos, sempre lhe dei o miolo”.

Por sua vez, o marido agradeceu pelo presente e disse: “meu amor, durante 25 anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!”.

3. Sexto sentido x preconceito: Dois clientes entram na concessionária: um deles de paletó e gravata; o outro de bermuda, camiseta, chinelo e boné. Automaticamente, o vendedor avisou ao colega que iria abordar o senhor de paletó e gravata e sugeriu que ele atendesse o senhor que estava usando bermuda. Após atendimento finalizado, o senhor de bermuda comprou um SUV e pagou à vista. O senhor de paletó, em horário de almoço, entrou na concessionária apenas para apreciar alguns modelos de veículos, sem pretensão de comprar, pois estaria passando por um momento financeiro delicado.

4. Sexto sentido / intuição x falta de comprometimento: Todo um semestre para se preparar para responder uma importante prova, porém, optou por viajar, curtir, trabalhar.... Respondeu praticamente toda a prova com base na intuição, no “achômetro” e, como resultado, foi reprovado.

5. Sexto sentido x falta de conhecimento: Decisões equivocadas no trânsito causaram um grave acidente. Ao ser questionado sobre as causas e consequências do acidente, o senhor que há um bom tempo não dirigia, respondeu: “ouvi a voz da minha intuição e tive a certeza que o outro motorista iria seguir para a direita, virei à esquerda e a colisão aconteceu”. Mas pela sinalização da via, disse o agente de trânsito, “o outro motorista não poderia virar a direita, pois estaria cometendo uma infração de trânsito”.

6. Sexto sentido x experiência: Perguntou o diretor da empresa ao gerente geral de uma das unidades da Companhia: sua decisão foi baseada em quais fundamentos? Ao que obteve como resposta: “tomei a decisão com base na intuição, em minha experiência do saber vivido”.

7. Sexto sentido x falta de clareza no que se pede e no que se entrega: O gestor passou uma importante tarefa para seu subordinado, porém, não deu detalhes de como deveria ser entregue, tais como: o prazo de entrega, o tipo de material a ser utilizado, o custo máximo possível, quantas pessoas poderiam ser envolvidas no projeto, enfim, sem essas informações, pela falta de clareza do gestor e por conta do subordinado não esclarecer o que lhe foi solicitado, executou a tarefa da forma que achou mais conveniente e o projeto foi um fracasso, pois não atendeu às expectativas do gestor.

8. Sexto sentido x medo ou risco: Sem conhecimento técnico para executar determinada tarefa, por medo ou receio de ser considerado incapaz, aceitou o desafio, assumiu o risco e partiu para a execução tomando decisões equivocadas apenas com base na intuição e teve como resultado final, o fracasso.

9. Sexto sentido x impulso: Em uma situação de conflito, o gestor, sem ouvir as partes envolvidas, com base apenas no que lhe contaram e na sua intuição, tomou uma série de decisões equivocadas e a situação ficou ainda mais delicada.

A todo momento em nossas vidas, precisamos tomar decisões, das mais

simples às mais complexas. Nesse contexto, é importante trabalharmos a boa comunicação, o comprometimento, o conhecimento, a experiência e, assim, evitar tomar decisões arriscadas, por impulso ou simplesmente na base do achismo.

O processo de tomada de decisões nas empresas:

São cinco os principais tipos de tomada de decisões: decisão intuitiva, decisão colaborativa; decisão baseada em valores; decisão especializada e a decisão racional.

A tomada de decisão intuitiva é a mais arriscada. Normalmente é tomada por profissionais que têm como característica a falta de planejamento, o que leva a uma conclusão baseada somente em experiências prévias, achismos e respostas emocionais, diferente da tomada de decisão racional, a qual leva em consideração uma série de fatores lógicos e, como o próprio nome já diz: racionais. Essa escolha aporta mais resultados aos gestores.

Já a tomada de decisão colaborativa é um tipo de decisão mais abrangente, tomada por mais de um profissional, tendo como principal vantagem o fato de agregar diferentes pontos de vista e opiniões.

A tomada de decisão baseada em valores demanda cautela, afinal são ações que podem ser influenciadas pela família, experiências de vida e profissionais, referências. Entre outros fatores, a visão, a missão e os demais conceitos que guiam o negócio também embasam as decisões, portanto, os valores pessoais podem entrar em conflito com os empresariais.

No universo organizacional, a tomada de decisão especializada é um dos tipos de decisão mais confiável. Consiste em fazer deliberações com a ajuda de especialistas (profissionais experientes em determinado segmento), o que pode ser crucial para uma atuação mais estratégica e competitiva no mercado.

O processo de tomada de decisões nas empresas não é tarefa fácil. Um bom gestor não deve agir por impulso, bem como não é adequado levar muito tempo para tomar decisões. As empresas possuem normas, procedimentos, ferramentas de gestão, treinamentos, códigos de ética e conduta, que ajudam a evitar que decisões sejam tomadas com base na intuição e no achismo.

É verdade sim que não devemos desconsiderar nossa intuição. Muitas decisões tomadas após seguirmos nossa intuição mostram que foram tomadas de forma acertada, contudo, é importante que nossa vida pessoal e profissional seja baseada em conhecimentos científicos, racionalidade, planejamento, comprometimento e foco.

Concluído esse artigo, espero que tenham gostado, pois essa é expectativa de todo escritor. Para a próxima edição, vou usar minha intuição ou uma criteriosa análise de perfil de vocês, fiéis leitores, que nos prestigiam, mensalmente, com a leitura dos mais de sessenta artigos já publicados na Revista Balcão Automotivo e tentar escrever algo interessante, uma leitura que faça algum sentido.

Até breve!

*Analista Administrativo Sênior da Distribuidora Automotiva S/A – Filial Salvador; Bacharel em ADM; MBA em Gestão de Empresas; MBA em Liderança Coaching; Co-autor dos livros “Ser Mais Inovador em RH” – “Motivação em Vendas” e "Planejamento Estratégico para a Vida”

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Comportamento O SEXTO SENTIDO

VOLDA FORTALECE SUAS BASES PARA AVANÇAR NO MERCADO DE REPOSIÇÃO

A Volda está empenhada em expandir sua atuação de âmbito regional para nacional, atraindo uma clientela diversificada por meio de um portfólio abrangente e investindo em estratégias de marketing para estimular o reconhecimento da marca

Nestaentrevista exclusiva, Ivan Furuya, diretor Comercial e de Marketing da Volda, destaca o compromisso da empresa em estabelecer uma base concreta para seu crescimento sustentável, priorizando a credibilidade e a entrega de produtos de qualidade, visando consolidar uma reputação sólida e duradoura no mercado.

BA - Poderia compartilhar mais sobre a trajetória e o crescimento da Volda? Qual é a extensão da presença da marca no mercado automotivo brasileiro, incluindo cobertura da frota de veículos e diversidade de produtos? Além disso, como a Tagia Importadora está envolvida na distribuição nacional dos produtos da Volda? Ivan Furuya - A Volda, empresa com sete anos de mercado, busca consolidar sua presença. Ao ingressar como diretor Comercial e de Marketing em 2023, meu foco foi reestruturar equipes e canais de distribuição, além de fortalecer a marca. Nosso diferencial competitivo reside na oferta de produtos com preços competitivos, mantendo alta qualidade. Investimos em assistência técnica e comunicação, com treinamentos, SAC e gestão de redes sociais. Atualmente, concentramos esforços no mercado de reposição, sem planos imediatos para o mercado de peças originais. Nosso objetivo é atingir 90% de cobertura de frota em veículos leves antes de expandir para outros segmentos.

BA - Como a empresa percebe as oportunidades atuais e desafios no segmento? Quais ações estão sendo consideradas para aproveitar essas oportunidades? E em que áreas a empresa identifica margem para melhorias adicionais?

IF - A manutenção preventiva da suspensão é fundamental, mesmo quando não há ruídos perceptíveis. Estamos comprometidos em fornecer suporte técnico e informações detalhadas para garantir que mecânicos e consumidores estejam bem informados sobre nossos produtos. Com a crescente eletrificação dos veículos, que reduz o ruído do motor, a suspensão se destaca como uma fonte de ruído mais proeminente. Isso aumenta a importância da qualidade dos componentes da suspensão, já que pequenos barulhos podem

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SUSPENSÃO E TRANSMISSÃO
Silvio Rocha | Foto(s): Divulgação
Por:

se tornar mais perceptíveis e incômodos.

BA - Discorra sobre a relevância da presença das empresas no ambiente virtual, destacando a importância do comércio eletrônico para impulsionar o crescimento do faturamento e consolidar marcas no mercado.

IF - O e-commerce está se tornando uma tendência significativa em nosso segmento, embora ainda existam desafios a serem superados. No setor de autopeças, onde as relações interpessoais são essenciais, a transição para o comércio eletrônico tem sido mais lenta devido à natureza técnica das vendas e à necessidade de informações detalhadas. A integração entre plataformas de e-commerce e distribuidores físicos tem facilitado esse processo, permitindo um estoque mais eficiente. No entanto, problemas como devoluções de produtos errados e informações imprecisas continuam a ser obstáculos importantes. É essencial uma abordagem mais profissionalizada e dedicada ao e-commerce, com equipes especializadas, em vez de depender apenas do marketing. Embora o varejo esteja se adaptando mais rapidamente, a indústria também precisa acompanhar esse movimento para alcançar o potencial completo do comércio eletrônico.

BA - Descreva os eventos esportivos patrocinados pela Volda que impulsionam a visibilidade da marca e fomentam o avanço do automobilismo no Brasil, além de outros patrocínios mantidos pela empresa.

IF - Quando entrei na empresa, meu foco era associar a marca Volda ao alto desempenho, buscando oportunidades no automobilismo e no apoio às mulheres em nosso segmento, que têm crescido significativamente. Optamos por patrocinar pilotos como Antonella Bassani, na Porsche, sugerida por Bia Figueiredo, e Adalberto Batista, na categoria TCR, através de Nonô Figueiredo, obtendo sucesso desde o início. Também estabelecemos parcerias com Walter Savaglia e Bia Martins, competindo na HB20, onde agora temos o “Volda Racing Team”. No segmento feminino, apoiamos o Instituto MV8 e a influenciadora mecânica Niela Marques. Também patrocinamos um time local de futebol e o programa “Viajando Pelo Brasil”, que busca ampliar nossa visibilidade e engajamento nas redes sociais. Estamos otimistas com essas parcerias de longo prazo e ansiosos para ver os resultados no futuro.

BA - Como foi o desempenho da empresa em 2023 e quais as expectativas para 2024?

IF - Em 2023, registramos um crescimento de aproximadamente 37%, apesar de alguns ajustes necessários ao longo do ano, como políticas comerciais, gestão de estoque e expansão do portfólio, que atrasaram um pouco. Para 2024, esperamos manter um aumento semelhante, fortalecer nossa plataforma, introduzir novas linhas de produtos e reestruturar os canais de distribuição. Estamos focados em ampliar nossa presença de regional para nacional, atraindo clientes com um portfólio diversificado e investindo na divulgação da marca. Começamos um projeto de trade marketing, inicialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, com o objetivo de promover nossa marca nos pontos de venda e lançamos campanhas de vendas para estimular nossos distribuidores. Reconhecemos a importância de expandir o canal de distribuição e gerar demanda no varejo simultaneamente para alcançar o crescimento desejado. Nosso compromisso é construir uma base concreta para o desenvolvimento sustentável da Volda, priorizando a credibilidade e a entrega de produtos de qualidade no prazo esperado pelos clientes, com o objetivo de estabelecer uma reputação sólida e duradoura no mercado.

BA - Faça suas considerações finais..

IF - Agradeço pela oportunidade de compartilhar nossa visão e estratégia. Estou confiante de que, com dedicação e comprometimento, alcançaremos nossos objetivos.

Antonella Bassani, piloto patrocinada pela Volda

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VOLDA
Eventos esportivos patrocinados pela Volda que elevam a visibilidade da marca e incentivam o crescimento do automobilismo no Brasil

Texto: Redação | Foto(s): Divulgação

NAKATA EXPANDE SEU PORTFÓLIO

COM AMORTECEDORES DE CABINE PARA VEÍCULOS

PESADOS

A Nakata anuncia a ampliação de seu portfólio para a linha de veículos pesados com o lançamento de amortecedores de cabine. Com mais de 300 novas aplicações para o mercado de reposição, os amortecedores atendem aos principais modelos das montadoras DAF, Ford, Iveco, Mercedes-Benz, Scania, Volkswagen e Volvo, garantindo uma ampla cobertura da frota circulante no País. Os amortecedores de cabine desempenham um papel crucial na absorção e redução das vibrações provenientes da suspensão do veículo.

MERCEDES-BENZ APRESENTA

ATUALIZAÇÕES NA LINHA DE CAMINHÕES ATEGO

A Mercedes-Benz renovou o visual dos caminhões médios e pesados da linha Atego. A atualização incorporou as identidades visuais do Actros para as versões urbanas e rodoviárias, e do Arocs para as operações fora de estrada. Além disso, novas configurações foram adicionadas à gama, como o modelo 1729, destinado a serviços de coleta de resíduos com compactadores de 15 m³ ou 19 m³, e o 1733 Bombeiro, ambos equipados com caixa de transmissão automática da Allison.

MERCADO DE CAMINHÕES INICIA 2024

COM QUEDA DE 20% NAS VENDAS

O mercado de caminhões iniciou 2024 com uma demanda enfraquecida, segundo números consolidados pela Fenabrave. Em janeiro, os emplacamentos atingiram aproximadamente 8 mil unidades, representando uma queda de 20,6% em relação a dezembro, quando foram emplacados 10 mil caminhões. Na comparação com janeiro do ano anterior, houve uma redução de 21,7%. O presidente da federação, Andreta Jr., afirmou que o desempenho das vendas era esperado.

ZM LANÇA NOVA LINHA DE BARRAS DE DIREÇÃO PARA VEÍCULOS PESADOS

A ZM, indústria com mais de 40 anos de tradição e especializada na fabricação de peças para sistemas elétricos, de suspensão e direção, anuncia o lançamento de suas novas barras de direção para veículos pesados. Com seis novos códigos de barras de direção e quase 100 aplicações diferentes, os produtos atendem às exigências das principais montadoras mundiais, incluindo Mercedes-Benz, Ford e Volkswagen.

A Foton, subsidiária da Foton Motor Global, está dando os primeiros passos em suas operações no Brasil com uma abordagem estratégica centrada no segmento de caminhões voltados para operações logísticas urbanas. A empresa disponibiliza quatro modelos distintos de caminhões, cada um projetado para atender às demandas específicas do mercado brasileiro. Para garantir um alcance abrangente e um serviço de alta qualidade, a Foton estabeleceu uma rede de aproximadamente 30 concessionárias, distribuídas em dez estados e no Distrito Federal.

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FOTON APRESENTA CAMINHÕES LEVES E MÉDIOS COM OPÇÃO SEMILEVE 100% ELÉTRICA

VENDAS DE ÔNIBUS REGISTRAM QUEDA DE 17,6% EM JANEIRO

Os licenciamentos de ônibus em janeiro apresentaram uma redução de 17,6%, totalizando 1,5 mil unidades em comparação com as 1,87 mil unidades registradas em dezembro. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 28,2%, com 2,1 mil ônibus emplacados. Apesar disso, a Fenabrave acredita em uma recuperação gradual, atribuindo o resultado de janeiro a ajustes na programação das fabricantes para atender a uma esperada alta na demanda.

PROJETOS SOCIAIS DA CUMMINS BRASIL

BENEFICIAM MAIS DE 12 MIL PESSOAS EM 2023

Os programas sociais liderados pelos funcionários voluntários da Cummins Brasil registraram um impacto significativo em 2023. Além dos avanços nos programas já existentes, novas iniciativas foram introduzidas, abrangendo áreas como educação, meio ambiente e igualdade de oportunidades. No último ano, os projetos sociais da Cummins Brasil beneficiaram um total de 12.290 pessoas, representando um aumento de mais de 300% em relação a 2022.

BORGWARNER ASSINA ACORDO ESTRATÉGICO

PARA BATERIAS LFP COM A FINDREAMS BATTERY

A BorgWarner Inc. anunciou acordo estratégico com a FinDreams Battery, uma subsidiária da BYD Company Limited. Este acordo estabelece a BorgWarner como líder exclusivo na distribuição de baterias LFP para veículos comerciais em uma escala internacional, abrangendo os mercadoschave da Europa, Américas e Ásia-Pacífico. Com uma vigência estendida de 8 anos, esta parceria representa um compromisso sólido com a inovação, a sustentabilidade e o progresso tecnológico para os anos vindouros.

TRANSMISSÃO ALLISON 3400 ORS EQUIPA CAMINHÃO DE 30 TONELADAS DA BELL

A Sandritter Transport, com sede em Wiesloch, na Alemanha, conhecida por sua excelência na mineração de argila, fez recentemente uma significativa atualização em parte de sua frota, adotando o modelo Bell B30E de 30 toneladas. Equipado com um robusto motor turbodiesel Mercedes-Benz/MTU de seis cilindros e 7,7 litros, este veículo oferece desempenho excepcional em ambientes desafiadores. Além disso, a transmissão totalmente automática Allison 3400 ORS proporciona uma operação suave e eficiente.

FRASLE MOBILITY APRESENTA INOVAÇÕES NA HDAW 2024

A Frasle Mobility participou da Heavy Duty Aftermarket Week (HDAW) 2024, nos Estados Unidos, apresentando tecnologias e produtos desenvolvidos para o mercado de reposição de veículos pesados. Destaques incluem modelos de Lonas de Freio, Pastilhas de Freio Hidráulicas (HYD) e Pastilhas de Freio a Ar (ADB), além de uma nova linha de rotores HYD e ADB. A marca também introduziu pastilhas comerciais GRN Tech, desenvolvidas para diferentes aplicações em caminhões, semirreboques e ônibus, livres do uso de cobre em sua formulação.

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TUBA CABOS: UMA TRAJETÓRIA DE SUCESSO E INOVAÇÃO

Com projeções ainda mais otimistas para 2024, graças aos investimentos em novos projetos de cabos de comando, a Tuba Cabos reforça sua posição no mercado automotivo, tanto nacional quanto internacionalmente

Por trás do nome que hoje é sinônimo de qualidade e confiabilidade no mercado automotivo, há uma narrativa cativante: a Metalúrgica Tuba Ltda., fundada em 1980, sucedendo a Irmãos Tuba Ltda. Em 1990, a empresa deu um passo ousado ao ingressar no cenário automobilístico, começando a produzir cabos de comando. Essa trajetória de evolução culminou na formação da respeitada Tuba Cabos.

A Tuba Cabos destaca-se pela diversidade e excelência de seus produtos. Com um portfólio de 2.700 itens, incluindo cabos de comando para veículos leves, utilitários, estacionários e caminhões/ônibus, a empresa se diferencia pelo compromisso com a produção nacional, com 90% dos componentes fabricados internamente. “Esse compromisso com a qualidade e a verticalização de nossa produção garantem à Tuba Cabos uma posição de destaque no mercado de reposição automotiva”, afirma Marcelo Justino da Silva, gerente de Vendas da Tuba Cabos.

A certificação ISO 9001:2015 assegura a qualidade dos produtos. Procedimentos rigorosos, controle de qualidade, sistema informatizado e mão de obra qualificada são a base desse compromisso. “Auditorias internas e externas reforçam nosso compromisso com a

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INDÚSTRIA
Por: Redação | Foto(s): Divulgação

excelência, impulsionando-nos para o futuro com planejamento estratégico e investimentos contínuos”, destaca o gerente.

Inovação, presença e perspectivas

Com a inauguração do novo pátio fabril prevista para o segundo semestre de 2024, a Tuba Cabos se prepara para uma nova fase de inovação. “Novas tecnologias, máquinas e equipamentos impulsionarão o desenvolvimento de produtos ainda mais avançados, alinhados com as demandas do mercado e as tendências do setor automotivo”, descreve Marcelo.

A presença da Tuba Cabos em todas as principais feiras e eventos do setor automotivo, como a Automec, é uma constante, proporcionando a troca de informações e o estabelecimento de conexões com os profissionais do ramo. “Essa participação ativa reflete o compromisso da empresa em compartilhar conhecimento e estar sempre atualizada sobre as últimas tendências e inovações do mercado”, conta o gerente.

O ano de 2023 foi marcado por um desempenho excelente, com crescimento significativo em números e peças vendidas, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia. “Para 2024, as expectativas são ainda mais promissoras, impulsionadas pelos investimentos em novos projetos em cabos de comando. A Tuba Cabos continua sua trajetória de sucesso, firmando-se como uma referência no mercado automotivo nacional e internacional”, finaliza ele.

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INDÚSTRIA
Marcelo Justino da Silva, gerente de Vendas da Tuba Cabos

Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

STELLANTIS ADQUIRE 70% DO GRUPO DPASCHOAL

Somada à aquisição da Norauto Argentina, a operação Stellantis se torna a número um na distribuição de peças e serviços no Brasil e na América Latina

As metas de expansão no mercado de peças e serviços com a aquisição de 70% do Grupo DPaschoal foram apresentadas pelos executivos da Stellantis, na coletiva de imprensa, no dia 19/01. Luis Norberto, proprietário da DPaschoal, ficou com 30% de participação e compartilhará toda a sua experiência para impulsionar o crescimento, no cargo de vicepresidente do Conselho Administrativo.

Com a aquisição da Norauto Argentina, em 2023, a operação Stellantis se torna a número um na distribuição de peças e serviços no Brasil e na América Latina, como dito pelo novo presidente do grupo automotivo, Emanuel Capellano. “Um dos nossos pilares é sermos líderes em providenciar peças e serviços para os nossos

clientes. Começamos 2023 com uma expansão da nossa rede de distribuição de peças e serviços na América Latina, com a compra da Norauto Argentina, e neste ano adquirimos 70% da DPaschoal, sempre com o objetivo de ter centralidade no cliente. Com isso, a operação Stellantis se torna a número um na distribuição de peças e serviços no Brasil e na América Latina”.

Na sequência, Paulo Solti, vice-presidente de Peças e Serviços para a América do Sul, falou sobre a força da marca DPaschoal. “É um negócio que agrega valor não só financeiro, mas valor em satisfação do cliente. Agrega todo o ciclo completo da experiência do cliente das nossas marcas e das multimarcas; uma abrangência em todo o mercado com uma cobertura muito forte baseada na

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DESTAQUE NA WEB

DPaschoal, uma marca conhecida e reconhecida, com uma força de brand muito grande e é nisso que vamos trabalhar”, ele também reforçou a estratégia global da Stellantis, de ser a número um em serviços, “e estamos replicando isso na América Latina”.

Mercado de autopeças

A DPaschoal tem 74 anos, 9 plataformas de marcas, 123 lojas e 28 hubs. “O mercado de autopeças no Brasil é de R$ 61 bilhões, totalmente pulverizado, e a gente entra como uma força para

acelerar esse crescimento e trabalhar fortemente para capturar esse potencial de mercado que existe, pensando na venda, no serviço e no atendimento. Já somos no mercado de peças OEM a número um, tanto no Brasil como na região. Com a aquisição da DPaschoal, o número dois no segmento de distribuição de peças, nos tornamos o maior distribuidor de peças no Brasil e da América Latina”, disse Solti.

A meta com a aquisição é expandir para todo o território nacional. “Vamos trabalhar forte no reforço da marca DPaschoal e ampliar a nossa cobertura territorial. Somos mais presentes no Sul e Sudeste e vamos cobrir o Brasil inteiro com lojas, muito apoiado na parceria que já existe com as concessionárias do nosso grupo com mais de 1200 pontos de assistência em todo o Brasil. Vamos trabalhar para sermos a referência no mercado. O nosso foco é sermos o número um na satisfação do cliente”, afirmou Solti. No guarda-chuva da Stellantis estão as marcas Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot.

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WEB STELLANTIS
DESTAQUE NA

O BALANÇO DAS ENTIDADES

Emplacamentos em janeiro são o maior para o mês, desde 2021. Segmento de seminovos e usados também teve um resultado positivo, já a produção de veículos ficou estagnada

Omês de janeiro terminou com 162.000 veículos emplacados, incluindo todas as categorias, 13,1% acima de janeiro de 2023 e o melhor resultado para o mês, desde 2021, de acordo com a Anfavea. Pelos números da Fenabrave, que incluem motocicletas, foram 322.505 unidades emplacadas, o maior volume dos últimos nove anos. E entre seminovos e usados, a Fenauto fechou o mês passado com 1.201.177 unidades comercializadas, um crescimento igual ao computado pela Anfavea, de 13,1% superior a janeiro do ano passado.

Por categoria, os números da Anfavea mostram que no mês passado foram 119.000 automóveis emplacados, ante 104.000 em janeiro de 2023 e perdendo para janeiro de 2021, quando o volume foi de 155.000 unidades. Comerciais leves fecharam o mês com 33.700 unidades, em janeiro de 2023 foram 26.800, porém, inferior a janeiro de 2015, que teve 38.000 unidades emplacadas.

Entre automóveis e comerciais leves, com 12.000 unidades eletrificadas (híbridos plug-in, híbridos e elétricos) emplacadas,

a participação no volume total de emplacamentos foi recorde chegando a 7,9%, quase o dobro dos 4,3%, registrados em janeiro de 2023. Já o segmento de pesados retraiu no mês passado. Foram 8.200 caminhões emplacados, 21,4% inferior a janeiro de 2023, e ônibus, com um total de 1.200 unidades emplacadas, teve um resultado 32,4% abaixo, na mesma base de comparação.

Na análise do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, “caminhões tiveram uma queda de 21,4% (em janeiro deste

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NÚMEROS DO SETOR
Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação
Por:

ano), porque no ano anterior teve uma forte demanda por conta do Proconve P7 e agora nós estamos com a nova tecnologia, o P8. 2023 foi um ano muito ruim para o setor de caminhões, principalmente no segundo semestre”.

Produção e importação

No mês de janeiro, somando todas as categorias, a produção ficou estagnada em 153.000 unidades, segundo a Anfavea, explicada pela queda das exportações, 43% inferior a janeiro de 2023, e o aumento das importações. Tanto que a participação dos importados no volume total de emplacamentos chegou a 19,5% no mês passado, a maior dos últimos dez anos, com um total de 31.500 unidades. A cada dez veículos vendidos no mês, dois foram importados, e entre os eletrificados emplacados, 14% dos modelos elétricos vieram de fora, percentual que sobe para 19%, no caso dos híbridos.

Nas palavras de Leite, o aumento da participação dos importados acende um sinal amarelo no volume das importações. “Há um crescimento significativo das importações e isso atrapalha a produção. É importante entender se esse crescimento é em um mês específico, temos dados para esta análise, mas também tem uma questão de um aumento de forma sistemática. O que nós queremos é a produção local, o fortalecimento da indústria, a geração de empregos. A importação é fundamental, mas tem que ser em um patamar que não prejudique a indústria”, justificou.

Pesados

No segmento de pesados, a produção teve alta em janeiro, 96,1% acima de janeiro de 2023, com um total de 7.900 unidades. Para ônibus, o resultado foi ainda maior, de 104,1%, fechando o mês com 1.600 unidades produzidas. Um dos impulsionadores deste segmento é o programa Caminho da Escola.

“Foram licitadas 16 mil unidades, que dão um impacto bastante significativo para o mercado. Lembrando que no segundo semestre nós teremos eleições municipais, parte do efeito do programa Caminho da Escola começa a ser sentida no primeiro

semestre deste ano e a outra, no primeiro semestre de 2025”, comentou o economista da Anfavea, Vinicius Pereira.

Na distribuição

Pelo balanço da Fenabrave, as 322.505 unidades emplacadas em janeiro, considerando todos os segmentos automotivos, representou o maior volume dos últimos nove anos e um crescimento de 20% em relação a janeiro de 2023. Quando comparado ao mês anterior, a queda foi de 19,38%, por ser um mês que registra maior índice de emplacamentos e pela sazonalidade no início do ano, conforme disse o presidente da entidade, Andreta Jr. “Os primeiros meses do ano concentram algumas despesas que afetam a decisão de compra dos consumidores, como as aquisições de material escolar, pagamentos de IPVA, IPTU e matrículas escolares, entre outros gastos sazonais”.

Para ele, o resultado de janeiro foi positivo. “Apesar de estarmos distantes do nosso pico histórico para janeiro, que foi no ano de 2014, quando emplacamos 446 mil unidades, este é um bom resultado, ainda mais ao considerarmos os números dos últimos anos. De modo geral, há uma melhora no ambiente do varejo da distribuição de veículos, com evolução dos índices de emprego, quedas seguidas nos juros oficiais e, principalmente, por conta de um fluxo maior de crédito em diversos segmentos”.

Por segmento, foram 118.507 automóveis emplacados em janeiro, 14,1% acima do mesmo mês do ano passado, 33.555 comerciais leves, alta de 26,24%, caminhões, 7.993, crescimento de 21,7%, motos, 142.327 unidades, 29,66% superior ao resultado de janeiro de 2023, implementos rodoviários tiveram uma expansão de 8,13% (7072 unidades) e outros somaram 10.505 unidades. Do total do volume de emplacamentos em janeiro, 60% foram vendas para o varejo e 40% para pessoas jurídicas. A entidade mantém a previsão de um crescimento de 13,5% para este ano.

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NÚMEROS DO SETOR
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea

Seminovos e usados

Pelo balanço da Fenauto, que computou 1.201.177 unidades comercializadas em janeiro, 13,1% acima de janeiro de 2023, a maior procura continua sendo pelos veículos classificados como “velhinhos” (com 13 anos ou mais de uso), que somaram 408.734 unidades vendidas no mês, seguidas por veículos de 4 a 8 anos de uso, com 314.992 unidades comercializadas.

Quando comparado a dezembro do ano passado, o número total de veículos comercializados em janeiro foi 13,2% menor, o que também se justifica pela sazonalidade. “O resultado não nos surpreendeu, pois é um comportamento muito frequente em todo começo de ano. Além das vendas serem melhores nos últimos meses, por conta da injeção do 13º salário, por exemplo, nos

OS MODELOS

MAIS VENDIDOS

JAN / 2024

Automóveis

VW - GOL 58.957

FIAT - UNO 32.033

FIAT - PALIO 31.102

Comerciais Leves

FIAT - STRADA 24.693

VW - SAVEIRO 16.656

GM - S10 12.355

Enilson Sales, presidente da Fenauto

dois primeiros meses do novo ano o consumidor já se depara com gastos com o IPTU, IPVA, matrículas escolares e reajustes que acabam impactando as vendas do varejo. Mesmo assim, consideramos que mais de 1,2 milhão de veículos vendidos é um resultado muito bom. Por isso, temos boas expectativas para este ano”, afirmou o presidente da entidade, Enilson Sales.

EMPLACAMENTOS - RESUMO MENSAL / JANEIRO DE 2024

MERCADO GLOBAL

O Brasil caminha para voltar aos patamares do período prépandemia, enquanto alguns países já superam e outros, ainda não. Na análise da Anfavea, sobre os efeitos da pandemia nos mercados dos dez países maiores consumidores de autoveículos novos, os melhores classificados são a Índia e a China. Percentualmente, saindo de uma base 100, a Índia atingiu 133% em 2023 e a China, 117%.

O Brasil, com um índice de 83%, ficou abaixo do Japão, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, mas acima da França e Alemanha. “Outros países, assim como o Brasil, estão abaixo dos números pré-pandemia. O Brasil tem apresentado crescimento, mas outros países têm se recuperado em uma velocidade maior”, comentou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

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