IRRIGAZINE #92

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ENERGIA, ÁGUA E COMPROMISSO COM

O FUTURO

O estudo recém-divulgado pela CNA sobre a avaliação da demanda energética na agricultura irrigada escancara um desafio urgente: o peso da energia elétrica no custo de produção dos irrigantes. A irrigação depende diretamente de energia elétrica para movimentar água e as soluções passam por tarifas mais justas, geração e distribuição, modernização e políticas públicas que garantam competitividade e sustentabilidade da atividade. Nesse sentido, o estudo mapeou e identificou que a carência de redes de distribuição de energia em regiões propicias a irrigação é enorme e precisariam crescer entre 5 e 7 % ao ano em média. A questão é que o setor agropecuário sequer participa dos fóruns de debate para elaboração dos planos setoriais de energia.

Um importante passo foi dado durante a audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, foi assinado o Pacto pela Agricultura Irrigada, reunindo instituições, governo e setor produtivo em torno de um compromisso: promover a irrigação sustentável como vetor de desenvolvimento, segurança alimentar e gestão responsável da água. Poucos dias depois, no 15 de junho, celebramos oficialmente o Dia Nacional da Agricultura Irrigada, conquista que reconhece a importância estratégica desta atividade para o Brasil.

Esta edição traz esses temas centrais. Afinal, falar de energia, de água e de irrigação é falar de futuro — um futuro que só se constrói com planejamento, tecnologia e, sobretudo, compromisso.

Ainda nesta edição uma nova série de artigos do José Giacoia, Irrigação por gotejamento subterrâneo em paisagismoParte I.

Boa leitura!

DIREÇÃO

Denizart Pirotello Vidigal denizart@irrigazine.com.br

JORNALISTA

Bruna Fernandes Bonin MTB 81204/SP

COLABORAÇÃO

José Giacoia Neto

EDITORAÇÃO E CAPA André Feitosa

PRODUÇÃO/ PROJETO GRÁFICO

Interação - Comunicação e Design

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“Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares.” Josué 1:9

DENIZART
Diretor

Novo mapa aponta áreas com

Já está disponível para consulta pública a nova versão do Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil, ferramenta desenvolvida pela Embrapa Solos (RJ) em parceria com o IBGE, com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Águas do progresso: Irrigação entre o Sudeste e o Semiárido

Na terceira reportagem da série especial Polos Irrigados, a Irrigazine percorre dois territórios emblemáticos da agricultura irrigada brasileira: Holambra II (SP) e o Vale do São Francisco (PE/ BA). Muito distintos em clima, história e cultura agrícola, esses polos têm em comum o uso estratégico da irrigação como alicerce para o desenvolvimento regional, geração de renda e acesso a mercados exigentes.

Agricultura familiar ganha reforço tecnológico com app de irrigação em Goiás

A agricultura familiar do Nordeste Goiano ganhou um importante reforço tecnológico com o lançamento do aplicativo “Irrigar para Desenvolver”, apresentado durante a AgroBrasília. Desenvolvido pela Embrapa Cerrados em parceria com a Codevasf, o app teve investimento de R$ 2 milhões e oferece recomendações precisas de irrigação para as culturas da manga e do maracujá, com base em dados agrometeorológicos de três municípios: Flores de Goiás, São João D’Aliança e Formosa.

A ferramenta foi criada para atender os produtores do Projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã, permitindo um manejo mais eficiente e sustentável da água. O aplicativo

calcula a lâmina de irrigação, indica o melhor momento para irrigar e o tempo ideal de aplicação, contribuindo diretamente para o aumento da produtividade e para a economia de recursos hídricos.

Segundo a Codevasf, a iniciativa representa um avanço no apoio técnico à agricultura familiar e já mostra resultados concretos: o projeto-piloto beneficiou 10 famílias com sistemas de microaspersão para manga e gotejamento para maracujá. Disponível gratuitamente, o aplicativo pretende ampliar o alcance do projeto e impulsionar a geração de renda e segurança alimentar na região.

Lançamento: Manual de Válvulas de Controle

A 2ª edição do Manual de Válvulas Hidráulicas chega ao mercado com novo nome e uma proposta ainda mais completa. Agora intitulado “Manual de Válvulas de Controle”, o livro foi totalmente revisado, atualizado e ampliado, contando com mais de 100 páginas inéditas que aprofundam conceitos e aplicações em sistemas hidráulicos e de irrigação.

A nova edição marca também a união de grandes nomes da engenharia hidráulica nacional. Além de Rodrigo Ribeiro Franco Vieira, somam-se à obra os professores e especialistas João Luís Zocoler, João Carlos Cury Saad, Rodrigo Máximo Sánchez Román (todos da UNESP), Marco Aurélio Holanda de Castro (Universidade Federal do Ceará), reconhecido como “padrinho da irrigação nacional nos transientes hidráulicos” e Márcio Luiz de Carvalho.

O livro aborda de forma técnica e prática os fundamentos, tipos e funcionamento das válvulas de controle aplicadas em

sistemas de irrigação, pressurização e abastecimento.

A nova edição conta com o apoio institucional das empresas Bermad e Rain Bird.

Mais informações e pedidos de exemplares: Unesp, campus Botucatu: www.fepaf.org.br

Novo mapa aponta áreas com maior potencial agrícola no Brasil

Já está disponível para consulta pública a nova versão do Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil, ferramenta desenvolvida pela Embrapa Solos (RJ) em parceria com o IBGE, com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A nova edição, mais detalhada e tecnológica, traz uma leitura atualizada do potencial das terras brasileiras para usos agropecuários, considerando diferentes tipos de cultivo e níveis de manejo.

O lançamento oficial aconteceu em 28 de maio, durante a comemoração dos 50 anos da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro. A ferramenta está disponível gratuitamente nas plataformas GeoInfo Embrapa e PronaSolos.

Agricultura para todos os perfis de produtor

O mapa classifica as terras brasileiras conforme sua aptidão para o cultivo agrícola, considerando três níveis de manejo tecnológico:

• Nível A: manejo simples, voltado para agricultura familiar e produtores de baixa renda;

• Nível B: manejo intermediário, com uso moderado de insumos e maquinário;

• Nível C: manejo altamente tecnificado, com capital intensivo e mecanização avançada.

Essa segmentação torna o material acessível tanto para pequenos agricultores quanto para grandes empreendimentos agroindustriais. “A ideia é que todos possam entender o potencial produtivo da terra que possuem e tomar decisões mais conscientes”, afirma Amaury de Carvalho Filho, pesquisador da Embrapa.

Além de lavouras, o mapa também avalia a aptidão para pastagens (naturais e plantadas) e silvicultura — esta última, inclusive, com uma novidade: pela primeira vez, o modelo considera o potencial da silvicultura em áreas de alto nível tecnológico (Nível C).

O que o mapa mostra

A nova versão do Mapa de Aptidão Agrícola é considerada uma “segunda aproximação” e representa um avanço

metodológico importante em relação às versões anteriores. Para cada área analisada, o solo recebe uma das seguintes classificações:

• Boa

• Regular

• Restrita

• Inapta (deve ser destinada à conservação ambiental)

A análise leva em conta uma série de fatores limitantes ao uso da terra, como fertilidade do solo, presença de água, oxigenação, risco de erosão, viabilidade da mecanização e profundidade para enraizamento (no caso da silvicultura).

Base de dados e proteção ambiental

A base cartográfica utilizada inclui o Mapa de Solos do Brasil (IBGE, 2018), dados do Prodes/Inpe sobre áreas desmatadas da Amazônia Legal (2007) e informações do Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas (MMA, 2020). Importante destacar que áreas não desmatadas da Amazônia, terras indígenas e unidades de conservação foram propositalmente excluídas da análise, com o objetivo de preservar biomas sensíveis e respeitar os limites socioambientais.

Ferramenta estratégica para políticas públicas

Com escala de 1:500.000, o mapa é voltado especialmente ao planejamento agrícola e territorial em nível regional, como estados, bacias hidrográficas e regiões administrativas. Pode ser usado para subsidiar:

• Zoneamentos agroecológicos e de risco climático

• Planejamento de logística agrícola

• Identificação de áreas para expansão agrícola ou preservação

• Distribuição de incentivos e investimentos públicos

“O novo mapa é uma ferramenta poderosa para o planejamento racional do uso do solo no Brasil. Ele apoia ações mais sustentáveis e eficientes, tanto na produção agrícola quanto na conservação ambiental”, explica José Francisco Lumbreras, também da Embrapa Solos.

Foto: Divulgação | Mapa revela o potencial agrícola das terras brasileiras por tipo de manejo

Programas federais como o PronaSolos e o Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) estão entre os principais beneficiários dessa atualização.

Como acessar o mapa

A nova versão do Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil está disponível gratuitamente nos seguintes canais:

• GeoInfo Embrapa

• Plataforma PronaSolos, na seção Zoneamentos / Interpretações

Com esse avanço, o Brasil dá mais um passo rumo a uma agricultura mais planejada, inclusiva e sustentável, fundamentada na ciência do solo e no uso inteligente dos recursos naturais.

Estudo inédito indica baixa qualidade e falta de energia em regiões de agricultura irrigada

A energia que chega no campo, oferecida pelas distribuidoras, é deficitária e não tem atendimento satisfatório nas áreas irrigadas, aponta estudo da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), executado pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).

O documento, intitulado “Avaliação da demanda energética na agricultura irrigada para apoio na condução de políticas públicas do planejamento setorial”, foi lançado durante o 3º Workshop “Setor Agropecuário na Gestão da Água”.

O professor Afonso Santos, da Universidade Federal de Itajubá, apresentou o estudo e deu detalhes sobre a pesquisa.

“Os resultados obtidos não apenas oferecem uma visão clara da situação eletroenergética atual da irrigação no Brasil, mas também servirão como ferramentas valiosas para a análise das futuras expansões. O planejamento da demanda energética foi feito tendo como base as regiões onde há

potencial para o aumento da irrigação, evidenciando as regiões que necessitam de investimentos adicionais em energia elétrica para suportar esse crescimento, seja na infraestrutura ou na demanda de potência.”

Com o intuito de avaliar a disponibilidade de rede distribuição de média tensão e aspectos de continuidade do serviço de fornecimento de energia elétrica aos sistemas de irrigação, foram desenvolvidos dois índices técnicos: o IAR (Índice de Adensamento Rural), que avalia a disponibilidade de rede de média tensão das distribuidoras de energia nas áreas rurais, e o ENS (Energia Não Suprida), que analisa os aspectos de continuidade do serviço de fornecimento de energia elétrica aos sistemas de irrigação.

De acordo com os dois indicadores, a energia que chega ao campo ainda é deficitária e não atende a contento as áreas irrigadas. “O não suprimento de energia significa falta de água nas lavouras, tempo que os equipamentos de irrigação

não puderam funcionar por falta de energia, portanto, afeta diretamente a produção agrícola”, destaca o estudo.

O estudo identificou uma demanda reprimida em todas as regiões com elevada concentração de agricultura irrigada, outro ponto levantado foi a baixa qualidade ou até mesmo a falta de energia no campo, ofertadas pelas distribuidoras de energia do Brasil.

O estudo mostra ainda que, para suprir a demanda futura da irrigação (2040), será necessário um crescimento anual da rede elétrica entre 5% e 7%. Para alguns estados como SP, RJ, GO, BA, AL, TO, AM, PA, RR, a necessidade fica acima de 20% ao ano, o que é considerado fora da capacidade operacional das distribuidoras.

Polos de Agricultura Irrigada - O estudo levantou ainda as demandas atuais e futuras dos 16 polos de agricultura irrigada no país e alerta que há um déficit de 2,5 gigawatts para essas áreas irrigadas.

Em relação a 2040, marco temporal já considerado pelo setor no Atlas da Irrigação, a demanda total desses polos

será de 5 gigawatts. “Essa demanda evidencia a importância do desenvolvimento de políticas públicas, tanto no setor da irrigação quanto na área de planejamento e expansão elétrica, visto a necessidade de atendimento dos irrigantes” diz o documento.

Entre as estratégias sugeridas para o setor, o levantamento aponta ajustes necessários nos instrumentos do Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (Prodist) e na Política Nacional de Irrigação para melhor interpretação da realidade das áreas irrigadas.

Foto: Irrigazine | Detalhe do estudo apresentado no 3º Workshop “Setor Agropecuário na Gestão da Água”

O estudo também avaliou o histórico de políticas públicas e setoriais de energia, procurando identificar a existência de relação entre a evolução da área irrigada e a condução de políticas públicas, e de fato nenhuma política energética teve alguma estratégia ligada ao atendimento das áreas irrigadas.

O estudo da CNA usou como fonte para o crescimento da irrigação no Brasil o estudo da Esalq/USP, além da Base de Dados Geográficos da Distribuidora (BDGD) de 2022, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e de dados do Atlas Irrigação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Fontes já consolidadas de informação para que as propostas sejam coerentes com os anseios setoriais.

Foto: Irrigazine | Professor Afonso Santos (UNIFEI) apresenta o estudo na sede da CNA

Plano Safra 2025/26: Irrigação, tecnologia e armazenagem ganham protagonismo em debate nacional

Com foco na modernização da agricultura e no fortalecimento da segurança alimentar, o seminário “Plano Safra – Tecnologia Agrícola na Oferta de Alimentos e Controle da Inflação” reuniu autoridades, parlamentares e representantes do setor produtivo no último dia 28, em Brasília. O evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), antecipou as prioridades e desafios do próximo Plano Safra, com destaque para o papel estratégico da irrigação, mecanização e armazenagem no aumento da produtividade e na estabilidade econômica do país.

“A enxada é coisa do passado”, diz ministro Paulo Teixeira

Na abertura do encontro, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reforçou a urgência de ampliar o acesso a tecnologias no campo, principalmente entre os pequenos e médios produtores. Segundo ele, a mecanização e a irrigação são pilares fundamentais para melhorar a produtividade rural e garantir renda no meio rural.

“A enxada é coisa do passado e por isso nós temos que mecanizar”, declarou o ministro. “É preciso ampliar os investimentos em tecnologia para garantir segurança alimentar e transformar a vida do agricultor.”

Teixeira defendeu ainda o fortalecimento do diálogo entre governo, indústria e produtores, propondo que o seminário seja apenas o início de uma construção coletiva para um Plano Safra mais robusto e conectado aos desafios atuais do agro brasileiro. Ele também sugeriu novas linhas de crédito via BNDES e outros agentes financeiros, com foco na aquisição de máquinas, sistemas de irrigação e tecnologias sustentáveis.

Para José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, o Plano Safra não pode ser visto apenas como uma ferramenta de crédito rural, mas como uma política pública estruturante, com impacto direto na produção de alimentos, no controle da inflação e na geração de emprego e renda.

Velloso chamou atenção para o déficit de armazenagem no Brasil, hoje com capacidade para apenas 212 milhões de toneladas, frente a uma safra estimada em 330 milhões de toneladas. Segundo ele, o gargalo afeta a qualidade dos produtos, aumenta as perdas e reduz a margem de lucro dos agricultores.

A irrigação foi outro tema de destaque no seminário. Velloso

Foto: Abimaq | Autoridades, parlamentares e representantes, estiveram presentes no seminário “Plano Safra – Tecnologia Agrícola na Oferta de Alimentos e Controle da Inflação”

ressaltou que a tecnologia permite o cultivo em áreas marginais e o aumento do número de safras por ano, ampliando a produção nacional sem necessidade de novas aberturas de terra.

“A irrigação é chave para garantir competitividade e ocupação eficiente do território. Queremos contribuir para políticas públicas que impulsionem o setor e promovam o desenvolvimento rural”, concluiu.

O presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, Gino Paulucci, reforçou o papel da produção como base da segurança alimentar:

O secretário de Política Agrícola do MAPA, Guilherme Campos Júnior, também participou do evento e destacou que o Plano Safra hoje precisa atender demandas muito além do financiamento tradicional. Logística, irrigação, armazenagem e inovação devem estar no centro das estratégias públicas.

“O produtor brasileiro levou a agricultura a lugares antes impensáveis. Hoje somos líderes globais na produção de alimentos. Precisamos acompanhar essa evolução com políticas à altura”, disse.

Representando o parlamento, o deputado federal Alceu Moreira alertou para a carência de planejamento de longo prazo e para o impacto negativo da baixa capacidade de armazenagem.

“Não conseguimos armazenar nem 30% do que colhemos. Isso enfraquece o poder de negociação do produtor. Quem compra sabe que precisamos vender, e paga o que quer. Armazenagem é o gargalo central. Corrigir isso é elevar a rentabilidade do agro brasileiro”, defendeu.

Encerrando o seminário, uma série de painéis técnicos discutiu caminhos concretos para o aprimoramento do Plano Safra 2025/26, com foco em três eixos principais: irrigação, armazenagem e tecnologia agrícola. A proposta, segundo os organizadores, é construir uma política agrícola que seja motor da economia e instrumento de inclusão e sustentabilidade no campo.

Dia da agricultura irrigada: Como será a irrigação em 2050?

Comemorado em 15 de junho, o Dia da Agricultura Irrigada marca uma data fundamental para refletirmos sobre a eficiência do uso da água no campo e os desafios de ampliar a produção de alimentos com sustentabilidade. Em um país como o Brasil, com cerca de 10% da área agriculturável irrigada, pensar o futuro da irrigação é discutir diretamente a segurança hídrica e alimentar das próximas décadas.

Mas como será a irrigação em 2050? Quais tecnologias, manejos e estruturas estarão presentes nos campos irrigados do futuro? Para responder a essas questões, a Irrigazine conversou com o engenheiro agrônomo Lineu Neiva Rodrigues, pesquisador da Embrapa Cerrados e coordenador do Portfólio de Irrigação da Embrapa.

“Quando pensamos em 2050, precisamos lembrar que a maior parte da agricultura no Brasil ainda é de sequeiro, que depende da chuva. Isso deve continuar, embora o melhoramento genético possa trazer plantas mais adaptadas ao clima. Mas a agricultura irrigada é onde realmente podemos ter avanços significativos”, afirma Lineu.

Segundo o pesquisador, a tendência é que o uso da água se torne mais eficiente, com maior produtividade por metro cúbico de água utilizada. “Talvez os equipamentos não evoluam tanto em termos de estrutura, mas o manejo da irrigação sim. A aplicação de água de forma mais variável, controlada e inteligente vai crescer, inclusive com tecnologias acessíveis também aos pequenos produtores”.

Para ele, a irrigação será mais transversal, presente em diferentes setores e portes de produção, com acesso ampliado a tecnologias de manejo baseadas em sensores,

Foto: Divulgação | Tecnologia e manejo eficiente são pilares importantes para uma irrigação sustentável

Foto: Divulgação | Lineu Neiva Rodrigues, pesquisador da Embrapa Cerrados e coordenador do Portfólio de Irrigação da Embrapa

imagens de satélite, drones e inteligência artificial. “Vamos conseguir entender melhor quando a planta está entrando em estresse hídrico e agir com antecedência, aplicando água de forma muito mais precisa”.

Lineu também destaca a importância dos pilares que sustentam a irrigação: água, energia e legislação. “O Brasil precisa planejar melhor o uso da água e da energia para expansão da irrigação. Já temos 10% da área irrigada, mas onde queremos crescer? Como garantir qualidade da água, conservar o solo e aproveitar melhor a água da chuva? Isso exige estratégias regionais e uma gestão integrada”.

Sobre a atuação da Embrapa, Lineu ressalta que a instituição tem papel fundamental para esse futuro. “A Embrapa é transversal, tem parcerias com universidades e instituições do Brasil e do exterior. Trabalha desde dentro da porteira, no manejo, até o planejamento em escala nacional. Tem capilaridade e respeito, e pode articular soluções em diferentes níveis”.

Ele acredita que o principal avanço estará no manejo. “Ainda se faz pouco manejo na irrigação, ou seja, pouco uso do potencial real da técnica. Melhorar isso não só aumenta a eficiência hídrica, mas contribui para a segurança alimentar e reduz conflitos pelo uso da água”.

A visão para 2050 é clara: irrigação mais eficiente, conectada, acessível e integrada às realidades regionais. Uma agricultura irrigada sustentável, com gestão adequada da água e da energia, será essencial para garantir qualidade de vida no campo e na cidade.

Irrigaterra inaugura nova filial em Paranaíba e reforça expansão da agricultura irrigada no Centro-Oeste

A Irrigaterra, empresa com mais de três décadas de experiência em soluções para agricultura irrigada, deu mais um passo em sua trajetória de crescimento com a inauguração oficial de sua nova filial em Paranaíba (MS), realizada no dia 29 de maio. A unidade marca a chegada da empresa ao estado do Mato Grosso do Sul e reforça sua atuação nacional, agora em uma das regiões com maior potencial para a expansão da irrigação no país.

A nova filial está localizada na Costa Leste, sul-matogrossense, área estratégica para o agronegócio por suas

condições climáticas, disponibilidade hídrica e crescente adoção de tecnologias no campo. A abertura oficial contou com a presença de produtores rurais, parceiros comerciais, autoridades e representantes do setor agrícola.

Fundada em 1992 em Pereira Barreto (SP), a Irrigaterra consolidou-se como referência na oferta de sistemas completos de irrigação para as regiões Noroeste e Oeste Paulista. Entre seus principais projetos, destacam-se o uso de pivôs centrais na integração lavoura-pecuária e sistemas de gotejamento em cultivos de citros. Com unidades já estabelecidas em Pereira

Foto: Acervo Irrigaterra | Inauguração da nova filial da Irrigaterra reuniu produtores, parceiros e representantes do setor agrícola em Paranaíba (MS)

Barreto e Votuporanga, a empresa vem ampliando sua atuação com foco em sustentabilidade, inovação e assistência técnica especializada.

Durante a solenidade de inauguração, o engenheiro agrônomo e sócio fundador Marcelo Akira Suzuki agradeceu aos presentes e destacou a importância das alianças estratégicas com empresas líderes do setor, como Lindsay, NaanDan by Rivulis e Amanco Wavin. “Fizemos investimentos robustos e planejados para atender irrigantes de toda a região com excelência. Acreditamos que a irrigação é um vetor de desenvolvimento econômico e social, e queremos fazer parte dessa transformação em Paranaíba e nos municípios vizinhos”, afirmou Suzuki.

Francisco Nuevo, gerente comercial da NaanDan by Rivulis, reforçou o histórico de parceria com a Irrigaterra. “É uma empresa ética, sólida e respeitosa com todos os seus públicos. Participar deste novo capítulo em Paranaíba é motivo de orgulho para nós”, declarou.

Outro destaque da cerimônia foi o discurso de Fernando Braz Tangerino Hernandez, professor e também sócio fundador da Irrigaterra. Ele compartilhou a visão que orienta a empresa desde sua criação: “A irrigação transforma paisagens, gera renda, segurança alimentar e qualidade de vida. Nosso entusiasmo é o mesmo desde o primeiro dia, e agora estamos ainda mais preparados para promover essa transformação onde for necessário”, disse. A inauguração foi encerrada em clima de confraternização, com um churrasco típico da região.

A chegada a Paranaíba representa mais que uma expansão física: é um passo estratégico da Irrigaterra para fortalecer a irrigação como pilar do agronegócio sustentável no CentroOeste. A nova unidade permitirá maior proximidade com os produtores locais, oferta de assistência técnica especializada, suporte rápido e soluções personalizadas para cada tipo de cultivo e sistema produtivo.

POLOSIRRIGADOS

Águas do progresso: Irrigação entre o Sudeste e o Semiárido

Na terceira reportagem da série especial Polos Irrigados, a Irrigazine percorre dois territórios emblemáticos da agricultura irrigada brasileira: Holambra II (SP) e o Vale do São Francisco (PE/BA). Muito distintos em clima, história e cultura agrícola, esses polos têm em comum o uso estratégico da irrigação como alicerce para o desenvolvimento regional, geração de renda e acesso a mercados exigentes.

Enquanto Holambra II simboliza a força do cooperativismo e da agricultura intensiva no interior paulista, com destaque para a floricultura e hortaliças tecnificadas, o Vale do São Francisco se consolidou como referência internacional na produção de frutas tropicais irrigadas, exportadas para mais de 50 países.

Em ambas as regiões, a água é mais do que insumo: é motor de transformação econômica e social.

Holambra II (SP): agricultura irrigada no Distrito Campos de Holambra, em Paranapanema

Localizada no município de Paranapanema (SP), na região do Médio Paranapanema, Holambra II é um distrito agrícola. A região abriga a ASPIPP – Associação dos Produtores Irrigantes do Médio Paranapanema, que atua como entidade representativa dos produtores da região, promovendo a adoção de tecnologias sustentáveis, práticas eficientes de manejo e o fortalecimento do setor irrigado.

De acordo com informações da prefeitura da cidade, “a agricultura é a saída para enfrentarmos a crise que assola o país. Somos a maior região de plantio irrigado, agricultura de alta tecnicidade do Estado de São Paulo”.

O Médio Paranapanema é hoje a região com maior área de agricultura irrigada do Estado de São Paulo, com uso intensivo de tecnologias sustentáveis. O papel da ASPIPP é justamente garantir que a irrigação avance com responsabilidade técnica e social.

Principais cultivos e sistemas de irrigação

Na região de Paranapanema, os principais cultivos irrigados são grãos, algodão, frutas de clima temperado e pastagens para pecuária. A diversificação da produção agrícola é uma

característica marcante da economia da região, e a irrigação desempenha um papel crucial para garantir a produtividade.

Grãos: A produção de grãos, como soja, milho e trigo, é um importante componente da economia regional, e a irrigação contribui para aumentar a produtividade e a segurança da produção.

Algodão: O algodão é um produto de grande importância econômica, e a irrigação é fundamental para garantir a qualidade e o rendimento da fibra.

Frutas de clima temperado: A irrigação permite a produção de frutas de clima temperado, como maçã, pera, ameixa e cereja, em áreas onde as condições climáticas naturais seriam mais restritivas.

Pecuária: A irrigação contribui para o desenvolvimento da pecuária, fornecendo pastagem de qualidade e permitindo a produção de forragem em períodos de seca.

Holambra II é grande produtora de cereais por pivô central.

Em resumo: A irrigação é um fator essencial para a diversificação e o desenvolvimento da agricultura na região de Paranapanema, permitindo a produção de uma variedade de culturas em diferentes escalas e contextos econômicos. Foto: Divulgação | Cristalina combina altitude, clima e irrigação para liderar a produção de sementes e hortaliças no país

Desafios e oportunidades

Apesar do destaque na agricultura irrigada, a região de Holambra II enfrenta desafios importantes:

• Custo elevado da energia elétrica para sistemas de irrigação

• Necessidade de modernização de infraestrutura em algumas propriedades

• Pressões regulatórias e ambientais Por outro lado, há oportunidades significativas:

• Expansão da área irrigada com sistemas mais eficientes, como gotejamento e automação

• Avanço em fontes alternativas de energia, como solar, para reduzir custos

• Fortalecimento da atuação conjunta dos produtores por meio da ASPIPP

• Valorização de produtos com rastreabilidade, sustentabilidade e inovação

Vale do São Francisco (PE/BA): fruticultura irrigada em pleno Semiárido

Localizado entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), o Vale do São Francisco é um dos maiores polos de irrigação da América Latina. Em uma região de clima semiárido, a presença do rio São Francisco — com infraestrutura de canais e perímetros irrigados — tornou possível a produção de frutas tropicais de alta qualidade durante o ano inteiro.

O polo se desenvolveu a partir de projetos públicos de irrigação nos anos 1970 e 1980, com apoio de órgãos como a Codevasf e o DNOCS, e hoje abriga desde grandes empresas exportadoras até agricultores familiares organizados em associações e cooperativas.

“Esse polo é um exemplo global de como a irrigação bem conduzida pode transformar o Semiárido em um celeiro de frutas tropicais. Os desafios agora estão em modernizar a

infraestrutura e manter a sustentabilidade hídrica”, avalia Dra. Renata Tavares, pesquisadora da Embrapa Semiárido.

Principais cultivos e sistemas de irrigação

O Vale do São Francisco é líder nacional na produção irrigada de:

• Uva de mesa e para vinhos finos (com até 2-3 colheitas por ano)

• Manga (especialmente as variedades Tommy Atkins, Kent e Palmer)

• Banana, goiaba, melão, acerola, mamão e outras frutas tropicais

• Frutas orgânicas e exóticas (pitaya, romã, figo) para nichos especializados

Os sistemas de irrigação são adaptados ao clima quente e seco:

• Gotejamento com fertirrigação altamente controlada

• Microaspersão em cultivos perenes e pomares

• Automação com sensores e telemetria em tempo real

• Infraestrutura pública de canais e estações de bombeamento nos perímetros irrigados

A combinação de água, sol em abundância e manejo tecnificado permite a produção contínua ao longo do ano, garantindo vantagem competitiva no mercado nacional e internacional.

Desafios e oportunidades

Mesmo consolidado, o polo enfrenta alguns desafios:

• Modernização de canais e infraestrutura pública obsoleta

• Salinização do solo em áreas mal manejadas

• Conflitos pelo uso da água e regulação ambiental em tempos de estiagem

Entre as oportunidades estão:

• Ampliação de mercados internacionais e certificações de origem

• Fortalecimento da agricultura familiar irrigada e da inclusão de jovens

• Novas tecnologias para reuso de água, automação e irrigação sustentável

Dois polos, uma mesma certeza: a irrigação como caminho para o futuro

Apesar de suas diferenças, Holambra II e o Vale do São Francisco demonstram que o investimento em irrigação — aliado à organização produtiva e à inovação — é um dos caminhos mais eficientes para promover o desenvolvimento rural sustentável no Brasil.

Na próxima edição da série Polos Irrigados, a Irrigazine segue explorando novos territórios, tecnologias e histórias que mostram como a irrigação continua redesenhando o mapa da produção agrícola brasileira.

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Irrigação por gotejamento subterrâneo em paisagismo. Parte I

José Giacoia Neto - Engenheiro Agrícola, M.Sc. em Irrigação e Drenagem (UFV) e MBA em Gestão Comercial (FGV). Agriculture International Business Manager Global, Rain Bird.

A Irrigação por gotejamento enterrado é reconhecido como um método eficiente e perfeito para arbustos, plantas e gramados. No entanto, durante anos houve a receio da utilização e, também, devido a diversos problemas de instalação devido ao entupimento pela entrada de partículas e raízes das plantas.

As principais vantagens na utilização de tubos gotejadores (enterrados ou não), são:

1 A irrigação com tubos gotejadores menos água que outros métodos

2 Não há nebulização.

3 Não há escorrimento superficial.

4 Não há evaporação superficial.

5 Não existem perdas por deriva com vento.

Muitos produtos de linha de gotejadores subsuperficiais começaram a utilizar herbicida tóxico para resistir intrusão radicular. Basicamente, o que temos hoje é a utilização da trifluralina que é:

- Classificada no grupo “C” como causadora de câncer humano,

- Tóxica aos peixes e outros organismos aquáticos,

- Um herbicida banido de vários países europeus,

- Deve ser manuseado com EPIs,

- Não aceita por produtores orgânicos,

Ou seja, torna-se completamente não recomendável a utilização deste produto em áreas urbanas.

O gotejamento enterrado em áreas residenciais pode ser feito (e já está sendo), com tubos gotejadores normais. Existem várias opiniões e considerações a respeito e o assunto é polêmico e gera discussões.

Afirmamos que funciona, porém, nossa grande ressalva é que tem que se ter um manejo muito bem feito, utilizar tubos com espessura de parede compatível com a aplicação.

Existem, teorias que mantendo a umidade do solo na

capacidade de campo teremos como manter os tubos gotejadores livres de intrusão de raízes. Porém isto acaba elevando a um consumo maior de água. Porém quando por uma razão o sistema não liga ou a umidade cai as raízes entram nos gotejadores e temos o entupimento. Temos exemplos de inúmeros casos no mundo de projetos que falharam e grande parte da área perdeu a irrigação

Outro ponto é que os instaladores acabam programando um tempo de irrigação muito superior ao necessário para manter o bulbo molhado sempre úmido para evitar a intrusão de raízes. Resultado: a economia vendida pelo gotejamento vai literalmente por água abaixo e acaba resultando em uma conta de água ainda maior.

Em 2010, foi lançado a mais revolucionária tecnologia para utilização de gotejamento enterrado. Se trata de um sistema chamado de “Barreira de Cobre”, incorporado ao gotejador. Esta tecnologia patenteada protege os emissores da intrusão de raízes, criando um sistema de longa vida útil e baixa manutenção para os jardins.

Resultando num sistema que não necessita manutenção, uso, ou reposição de produtos químicos para a prevenção a entupimento. Os gotejadores são auto- compensantes e o tubo é feito em dupla camada (cor cobre sobre preto), garantindo grande resistência a produtos químicos, crescimento interno de algas e aos danos causados por radiação Ultravioleta.

A espessura da parede e a razão da cor cobre cara tem duas razões principais:

Em algumas aplicações o tubo gotejador é enterrado a profundidades pequenas de 10 cm e temos tráfego de pessoas além de passagem de máquinas e algumas vezes veículos. Para isso chegou-se ao valor ideal de 1,24 mm de espessura da parede.

Outro ponto importante é a flexibilidade e a necessidade de baixa contração e expansão ao câmbio de temperatura. O

espaçamento de gotejamento enterrado pode ser menos de 30 cm e qualquer mudança de espaçamento entre linhas para mais ou para menos gera desuniformidade na aplicação de água em um gramado.

Fig. 1 – Foto da bobina de tubo gotejador para uso enterrado

O gotejador possui uma placa de cobre interna e seu desenho do emissor são extremamente tolerantes a entupimentos devido à larga passagem da água combinada com a ação de autolimpeza.

Como funciona exatamente esta tecnologia?

1. As raízes das plantas exudam, naturalmente, ácidos orgânicos, que em contato com as placas de cobre dos emissores, liberam íons de cobre.

2. Os íons de cobre ficam localizados na “solução do solo” próximos aos orifícios de saída dos emissores/gotejadores.

3. Esses íons enfraquecem e inibem o crescimento das radicelas junto aos emissores.

4. O cobre não é absorvido pelas radicelas e transferido para outras partes das plantas, mantendo-as saudáveis e livres de produtos tóxicos.

5. Tecnologia usada há mais de 10 anos no controle de raízes em diversos outros tipos de aplicações.

Os dados que temos é que assumindo uma média de funcionamento de 45 min/dia, 4 dias por semana, a expectativa de vida do tubo xf-sdi ultrapassa os 16 anos.

Outro dado interessante já comprovado em pesquisas em universidades é sua eficiência em locais de águas alcalinas, as águas “duras”

O gotejamento subterrâneo com a placa de cobre funciona bem por as seguintes razões

Fig. 2 – Foto em corte do gotejador com placa de cobre

1. A flutuação de temperatura abaixo de 10 cm da superfície é cerca de 70% menor que na superfície ao longo do dia. A formação de carbonatos é sensível a altas flutuações de temperatura ao longo do dia

2. A precipitação se forma em ambiente alcalino. Devido a reação do cobre com os ácidos orgânicos das raízes temos um ambiente ao redor dos gotejadores com PH reduzido.

3. A precipitação ocorre com a presença de luz e não praticamente não existem luz.

Abaixo os dados técnicos e especificações recomendadas para este tipo de produto:

• Pressão de Operação: 0,6 a 4,1 bars

• Vazão: 1,6, 2,3 e 3,4 l/h

• Temperatura da Água (máxima): 38o C

• Filtragem necessária: 120 mesh

• Diâmetro Externo: 16,1 mm

• Diâmetro Interno: 13,6 mm

• Espessura da Parede: 1,24 mm

• Espaçamento entre Emissores: 30,5 cm

• Compirmento da Bobina: 152,4 m

• Cor: Cobre

Além do modelo autocompensado já existem no mercado modelos com válvula anti-drenante e anti-sifão para instalação em áreas não planas.

Fig. 3 – Sistema em instalação em um gramado existente

Fig. 5 – Ilustração do tubo gotejador subterrâneo instalado em um gramado.

Na próxima edição iremos abordar como fazer especificações e parâmetros de projetos para este produto

Fig. 4 – Sistema em instalação antes do plantio da grama.

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