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Versatilidade latina

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PROTECÇAO

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Aprilia Tuareg 660

As verdadeiras trail estão de volta, e ainda bem! Com a tecnologia atualmente disponível não fazia sentido não termos motos que possam ser ao mesmo tempo utilitárias, de turismo e que nos deixem desfrutar – sem medos! – os caminhos e trilhos na natureza. E a Aprilia Tuareg 660 é um bom exemplo dessa versatilidade, sem comprometer prestações

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Ficha T Cnica Aprilia Tuareg 660

Motor

Bicilíndrico paralelo

12.200 EUROS

Cilindrada

Potência

Binário

Caixa

Quadro

Suspensão dianteira

Suspensão traseira

Travão dianteiro

Travão traseiro

Pneu dianteiro

Pneu traseiro

Dist. entre-eixos

Altura assento

Peso

Depósito

Cores

Garantia

Importador

PVP

DOHC, 4 válvulas por cilindro, refrigeração por líquido

659 cc

80 cv / 9.250 rpm

70 Nm / 6.500 rpm

6 velocidades

Tubular em aço

Forquilha telescópica ajustável de 43 mm, curso 240 mm

Amortecedores progressivo regulável, curso 240 mm

2 discos de 300 mm, pinças Brembo, ABS Disco 260 mm, pinça Brembo, ABS

90/90-21

150/70R-18

1.500 mm

860 mm

187 kg

18,0 l

Acid Gold / Martian

Red / Indaco

Tagelmust

2 anos

C. Machado Lda.

12.200 euros

Motor bicilíndrico de 659 cc com 80 cv e um binário de 70 Nm 6 5 9 c c

Para andar na terra “sem medos” temos que ter roda 21 e suspensões “longo curso”; parece que é uma receita consensual e que desde sempre acompanhou as verdadeiras trail. Claro, que o motor também é um ingrediente importante, deve ser suficientemente redondo para permitir o melhor controlo quando o terreno é irregular, escorregadio e pouco firme. O mesmo se passa com os travões, mais importante do que a potência pura é a sua progressividade que, mais uma vez, deve permitir o melhor controlo. Mas se repararmos, tanto no motor com na travagem hoje temos a eletrónica que nas antigas trail não existia, agora é muito simples mudar a distribuição de potência, ou a tração da roda tra- seira com um simples toque num botão e apertar a fundo a manete dos discos dianteiros em caso de emergência na estrada sem que aconteça uma desgraça… Assim, parece que a receita será simples. Nem por isso, a geometria imposta por uma roda 21 na frente e suspensões que elevam o centro de gravidade da moto podem obrigar a uma condução “demasiado trail” em estrada. O que quer isto dizer? Que para entrarmos numa curva temos de “puxar” a moto para o seu interior e que chegando ao exterior vamos ser “empurrados” para fora. Acho que me percebem.

Pois bem, parece que os engenheiros da Casa de Noale encontram os ingredientes certos para tornar a nova Tuareg 660 num prato “gour- https://www.aprilia.com/pt_PT/ models/tuareg-660/

Pontua O

Aprilia Tuareg 660

met” entre as verdadeiras trail atualmente disponíveis no mercado.

Geometria Perfeita

A Tuareg 660 mostra um quadro tubular em aço com o subquadro soldado, o que segundo a marca permitiu ganhar algum peso no conjunto, tal como o uso de elemento em alumínio nos seis pontos de ancoragem do motor ao chassis, de modo a necessária rigidez. A distância entre eixos de 1.500 milímetros e a cuidadosa distribuição de massas também fazem parte da receita. Portanto, temos uns contidos 187 quilos (a seco) para serem suspensos pela forquilha e amortecedor traseiro e para isso a Aprilia escolheu a Kayaba; na frente um par de bainhas invertidas com 43 milímetros de diâmetro ajustáveis e atrás um monoamortecedor – também ajustável – de ação progressiva, ambos com 240 milímetros de curso.

Dito desta forma, parece que a equipa de desenvolvimento apenas se preocupou com a vertente off-road da nova Tuareg 660, mas não! A combinação entre a geometria do chassis e o equipamento de suspensões é… simplesmente perfeito. Temos mota para curvar nas horas em estradas de bom piso, mais ou menos enroladas, sem necessidade de forçar a entrada da roda 21 nas curvas e sem ter de segurar a mota de modo a aguentá-la na trajetória; temos mota para fazer uma condução despreocupada na cidade, sem afundanços excessivos em travagem; e temos mota (ou melhor, um motão!) para rodar o punho em terra e divertirmo-nos à brava. E mesmo sem ter explorado a fundo as afinações de forquilha e amortecedor, o elevado curso das suspensões permitem uma condução segura, seja em gravilha ou em areia solta (faltou a lama).

A cereja no topo do bolo está na posição de condução em pé; perfeita! Às peseiras bem posicionadas e dimensionadas, junta-se um depósito de boa capacidade, mas suficientemente estreito na zona das pernas, e um guiador amplo e integrado na frente, a permitir um total controlo quando a moto desliza – com o controlo de tração desligado.

PLATAFORMA

INTELIGENTE

O bicilíndrico paralelo de dupla árvore de cames e quatro válvulas por cilindro com 659 cc é talvez uma das

Os comandos estão bem localizados e têm uma utilização intuitiva. O guiador está bem dimensionado.

A frente garante uma boa proteção aerodinâmica, mesmo em velocidades de cruzeiro mais elevadas o conforto está garantido.

O TFT de 5 polegadas ajusta-se automaticamente à luminosidade ambiente, proporcionando sempre uma boa leitura. A informação é muito completa e está bem distribuída.

Mais do que uma trail, a Tuareg é uma moto off-road trail, mais inteligentes plataformas de motorização lançadas pela Aprilia na sua história. Deriva do bloco de 1.099 cc da poderosa RSV-4 (tem o mesmo diâmetro, de 81 mm), com um curso alongado de 63,93 mm, e depois de mostrar as suas valências nas RS e Tuono, foi agora internamente modificado para oferecer mais binário em baixo e médio regime, recebendo uma nova admissão com condutas mais longas e um diagrama de válvulas distinto. A gestão eletrónica do motor também foi estudada de modo a otimizar a distribuição de potência mas também para permitir o melhor desempenho de utilização sob temperaturas mais elevadas e, ao mesmo tempo, conseguir uma redução do consumo. Afinal esta moto tem o nome de Tuareg, portanto, tem de estar apta a enfrentar o deserto com poucos recursos (combustível).

O volumoso escape deixa ouvir o agradável som do bicilíndrico com ordem de explosão a 270 graus.

Os cerca de 80 cavalos às 9.250 rpm (menos 20 cv do que a RS) mostram-se amigáveis e fáceis de dosear através do punho de acelerador “ride by wire”. É curioso a resposta deste tipo de solução na terra, parece que dá uma resposta mais imediata da ação do punho à roda traseira. A essa ação não será alheio também

Aprilia Quick Shift – e tem um bom compromisso de escalonamento, com uma primeira muito curta e uma sexta suficientemente longa a permitir uma boa velocidade de cruzeiro em estrada sem vibrações incómodas. Embora seja notória uma melhor capacidade da caixa em estrada, quando rodamos em todo-o-terreno

A Combina O Entre A Geometria Do Chassis E A Suspens O Muito Bom

o efeito do motor com ordem de explosão entre cilindros de 270 graus que confere uma maior eficácia na passagem da potência ao solo.

A caixa de seis velocidades é precisa – está disponível com AQS podemos aproveitar o binário do motor e assim jogar um andamento mais “solto”, até porque as suspensões – e travões – o permitem.

Temos à nossa disposição quatro modos de condução, dois deles perso- nalizáveis e um dedicado à condução fora de estrada. O sistema Aprilia Performance Ride Control (APRC) compreende o Controlo de Tração (que pode ser desativado), o Cruise Control, os Mapas de Motor e o Travão-Motor, tudo intuitivamente acessível através dos comandos e do ecrã TFT de polegadas (que em ajuste de visibilidade automático, em função a luminosidade ambiente). O ABS pode ser desativado parcialmente – só na roda traseira – ou totalmente.

Da Estrada Para A Terra

Depois de um par de dias entre autoestrada, estrada de montanha, estradões e trilhos de terra, a Aprilia Tuareg 660 provou que com um bom chassis e toda a tecnologia disponível – tanto na arquitetura do motor, como na eletrónica e ajudas de con- dução – podemos ter uma trail muito versátil e eficaz em distintos tipos de utilização, contribuindo para isso também uma boa posição de condução. E até a proteção aerodinâmica conferida pela carenagem frontal é superior à que julgamos inicialmente avaliando as dimensões do ecrã, permitindo rodar a uma boa velocidade de cruzeiro sem esforço.

Naturalmente, existem situações de compromisso, por exemplo, o banco, firme e estreito é perfeito na condução em terra, poderá tornar-se um pouco firme após uma centena de quilómetros em autoestrada, mas isso também depende da capacidade física de cada um…

Numa condução desportiva em estrada a Tuareg 660 tem um comportamento irrepreensível, permitindo sacar do motor todas as suas capacidades e com as suspensões, apesar do elevado curso, a acompanharem perfeitamente o andamento. Pessoalmente julgo que o segredo está no chassis. A qualidade do equipamento de travagem também aqui se faz notar. Mas será certamente as capacidades fora de estrada que podem fazer a balança pender para o lado da Aprilia.

Conclus O

Como referi no início, a Aprilia Tuareg 660 é uma verdadeira trail, capaz de ser aproveitada tanto pelo mais experiente piloto de todo-terreno, que vai conseguir desfrutar de uma condução mais desportiva, aproveitando o extraordinário motor sem se ver limitado pelas suspensões (que vão cumprir), como por todos aqueles que gostam das chamadas motos “adventure” mas nunca conseguiram entrar na natureza com as suas “big trail”. Além disso, este último grupo também vai conseguir com a Tuareg melhorar o seu nível de condução off-road, sem comprometer uma utilização diária ou mesmo turística.

A MOTO PONTO VAI SEMPRE CONSIGO.

VENHA TAMBÉM CONNOSCO!

e 309 cc 33 cv é

ZONTES 310 M

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