
4 minute read
Direito à diferença
Com a mesma funcionalidade da irmã Forza 350, a nova Honda ADV350 assume-se como o patamar de acesso ao conceito de scooter de aventura inventado pela X-ADV 750. Uma forma diferente de estar na estrada, por 6250 euros.
Se há scooter que, desde 2016, se destaca da multidão, é a Honda X-ADV 750, uma espécie de maxi scooter com esteroides e aparência aventureira, que pisca o olho ao fora-de-estrada. Ciente da vaga de fãs que este Sport Utility Vehicle de duas rodas conseguiu reunir, a marca nipónica decidiu agora replicar o conceito numa versão mais acessível, combinando a base estrutural e mecânica da Forza 350, com soluções estilísticas e conceptuais da pioneira X-ADV. O resultado é esta ADV350, uma lufada de ar fresco para a gama de scooters médias da Honda e que, depois deste con- tacto dinâmico pelas estradas da Sicília, nos pareceu bem capaz de dar fortes dores de cabeça à concorrência e até de fazer sombra à Forza. Especialmente se levarmos em conta o preço de 6250€, uns meros 200€ acima daquela, em troca de maior diferenciação estilística, uma suspensão bastante mais sofisticada e a mesma dose de funcionalidade e sentido prático, para o quotidiano ou para uma eventual viagem, mesmo a incluir a autoestrada e uma ida à praia por caminhos alternativos.
Advertisement






Motor E Rendimento
Desenhada para ser fácil de utilizar em todas as situações, esta pequena aventureira mostra-se sólida, muito bem construída (na fábrica de Atessa, Itália, junto com a Forza) e carregada de argumentos funcionais e mecânicos. A começar pelo motor monocilíndrico SOHC de arrefecimento líquido, com 330 cc de capacidade, cabeça de quatro válvulas e injeção eletrónica. O pico de potência de 29 cv é atingido às
A Honda Adv 350 Bem Constru Da E Tem V Rios Argumentos Funcionais



7500 rpm, subindo convictamente até lá com a ajuda do binário máximo de 31,5 Nm entretanto entregue nas 5250 rpm. Balanceiros de rolete, bronzes nos moentes da cambota e um sistema de injeção de óleo na base do êmbolo contribuem para a redução de atritos e para um arrefecimento mais eficaz. A descentragem do cilindro em 5 mm é também decisiva para a redução das fricções internas. É, por outro lado, o veio contra rotativo o principal res-ponsável pela redução de boa parte das vibrações do motor e pela consequente suavidade de funcionamento da ADV350. Neste aspeto a transmissão V-Matic de variação contínua e a transmissão final por correia também dão o seu contributo. No final, o rendimento fica a ganhar, anunciando a marca uma velocidade máxima acima dos 140 km/h e uma média de consumo de 3,33 l/100 km (79 g/ km de CO2), garantida também a compatibili-dade com a norma de emissões Euro5.
ESS (Emergency Stop Signal) funciona em caso de travagem forte e acende os quatro “piscas” “piscas”




Há espaço para dois capacetes sob o banco e mais alguns objetos à volta. Este espaço inclui um
O vidro tem quatro posições, mas é de regulação manual
Suspens O Evolu Da
Nas suas formas sobressai a genética “arregaçada” da ADV. O Design muito esculpido recebe os faróis LED duplos bem acima da roda e carenagens laterais recolhidas, para que seja bem visível a bonita e dourada suspensão dianteira de forquilha invertida do tipo moto, para redução do peso não suspenso e com 125 mm de curso, o maior da classe. Na traseira encontramos dois amortecedores Showa com depósito exterior, associados a molas progressivas, tudo acoplado a um braço oscilante em alumínio.



Os 186 kg (mais 2 kg que a Forza 350) acusados na balança resultam bem disfarçados para quem conduz, em grande parte devido ao rebaixamento do centro de gravidade através da (habitual) colocação da bateria, radiador e do depósito de 11,7 litros na zona entre eixos, tendo como vantagem adicional a libertação de 48 litros de espaço sob o amplo banco duplo em degrau, onde cabem sem qualquer constrangimento dois capacetes integrais e mais uns quantos objetos à volta. Há ainda um pequeno porta-luvas (compatível com a chave mãos-livres de série) onde está disponível uma útil ligação USB-C e onde cabem o telemóvel e a carteira ou uma garrafa de água.
A separá-la da irmã Forza está a moderna e completa instrumentação em LCD e a conetividade para smartphones com comandos por voz, embora lhe falte a funcional regulação elétrica do vidro, ajustável manualmente e a implicar o uso de ambas as mãos.
Condu O
Na nossa experiência, que combinou um percurso de cidade, vias rápidas e montanha, sempre sem qualquer tipo de moderação no acelerador, a média final não foi além dos 4,2 L/100 km, com a ADV350 a marcar 143 km/h de velocidade máxima em estrada plana. Isto com esta grande top case de 50 litros (688€ e compatível com a Smart Key), com o ecrã na mais alta das suas quatro posições e com 85 kg de condutor em cima.


A transmissão automática do tipo CVT, combinada com um controlo de tração com duas leis de atuação selecionáveis no punho esquerdo (e desligável), encarregaram-se sempre de transmitir a potência ao chão com segurança, mesmo nas zonas de aderência mais incerta, por intermédio dos pneus mistos Metzeller Karoo (120/70 em jante de 15” à frente e 140/70 em jante de 14” atrás).
Também o sistema de travagem Nissin, com um disco em cada roda, revelou potência e precisão de doseamento à altura e com a vantagem de acordar automaticamente (de série) os piscas de emergência sempre que o ABS é chamado a intervir, um acréscimo de segurança muito bem-vindo.
O quadro tubular em aço é a base da sensação de rigidez geral, enquanto a distância entre eixos de 1520 mm (mais 10 mm que na Forza) tem uma certa influência na estabilidade e confiança, uma constante nesta aventureira urbana que reúne as vantagens funcionais das scooters modernas e os condimentos da X-ADV 750, mas a custar metade.