Acima das expetativas

CARROS DO MUNDO

O novo SUV compacto da Renault supõe um significativo passo em frente face ao seu antecessor Kadjar. Imagem cuidada, qualidade superior e três opções mecânicas com tecnologia híbrida auto -recarregável e mild hybrid são o ponto de partida para uma nova vida no seio da marca francesa.

Nascido sob a égide do plano estratégico Renaulution, o Austral é muito mais do que um mero substituto do Kadjar. E isto porque, não só, marca um “antes e um depois” na vida da Renault, como vai posicionar-se num segmento (C-SUV) que representa cerca de 50% das vendas do mercado. Metade desses dispõem de motores eletriﬁcados, por isso o Austral chega ao mercado apenas com propulsores a gasolina que comtemplam dois tipos de eletriﬁcação. O primeiro, que a Renault apelida de mild hybrid, recorre a um alternador “ligado” a uma bateria de iões de lítio de 12V. Trata-se de um motor desenvolvido em parceria com a Daimler, de quatro cilindros e 1.3 litros de capacidade, proposto em duas versões: 140 e 160 CV; a menos potente pode ter caixa manual ou automática, enquanto a mais enérgica só está disponível com transmissão automática (CVT). O segundo recai num híbrido auto-recarregável com tecnologia de 400V e uma bateria de 2 kWh. Neste caso, a

Em destaque

• Plataforma CMF-CD

• Tablier OpenR Link em destaque no interior

• Bagageira até 555 litros

• Banco traseiro regulável longitudinalmente (16 cm)

• Três motorizações híbridas: 140, 160 e 200 CV

• A partir de 34.206 € base térmica é um três cilindros de 1.2 litros com turbocompressor e 200 CV, acoplado a uma transmissão automática Multimodo de sete relações (duas para o motor elétrico e cinco para o térmico).

A gama portuguesa foi criada em torno de três versões (Equilibre, Techno e Iconic), sendo que nas duas mais equipadas pode-se acrescentar o pacote Esprit Alpine, que confere ao Austral um aspeto mais desportivo. Assim, na base da gama encontramos o nível Equilibre que se carateriza exteriormente por uma grelha axadrezada, arcos de rodas e saias laterais em preto brilhante, faróis LED Pure Vision e sensores de estacionamento traseiros. No interior, além do painel de instrumentos de 12,3”, tem um ecrã central de 9". O Techno adiciona jantes de 19" Komah, estofos mistos em couro sintético/ tecido cinzento e iluminação ambiente. O sistema de infoentretenimento OpenR Link passa a ter um ecrã de 12,3" com conetividade e serviços Google integrados. No Iconic, jantes de 20" e ie, carroçaria bi-tom (tejadilho em preto), barras de tejadilho de aspeto cromado, farolins com efeito 3D, bancos dianteiros aquecidos (do condutor com regulação elétrica e função de massagem), portão da bagageira elétrico com função mãos-livres, cruise control adaptativo e câmara 3D com visão 360º.

Ambiente Premium

O Austral é um SUV moderno e mais apelativo que o seu predecessor. A poderosa secção dianteira e as linhas das janelas e da cintura deﬁnem um perﬁl que é complementado com umas jantes de dimensões generosas. A sensação é a de que este é muito mais automóvel que o Kadjar, apesar das dimensões idênticas (4,51 metros de comprimento).

A mesma sensação acontece quando se entra no habitáculo, sobretudo nesta versão com equipamento Iconic e pacote de acabamento Esprit Alpine, que lhe confere um toque de exclusividade; custa 46.200 €. Os materiais e os acabamentos estão num patamar muito elevado, a roçar o premium. Dispõe de alguns comandos mecânicos para a climatização, controlos variados no volante e as restantes funções centralizam-se num grande ecrã tátil de 12” colocado na vertical.

O nível de equipamento Esprit Alpine pretende dotar o Austral de uma imagem mais desportiva.

Em relação a este ecrã, dizer que é, sem dúvida, um dos grandes trunfos do Austral. Para além de ser compatível com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay, dispõe de software próprio OpenR Link que integra aplicações associadas aos serviços Google. Requer algum tempo de habituação, mas passado esse período facilita muito a tarefa do utilizador. Os assistentes de segurança ADAS levam o novo SUV da achatado, em cima e em baixo, não espere daqui um desportivo de raça. A direção não é especialmente direta e não pode ser aﬁnada através do programa Multi-Sense Advanced. Seja como for, o chassis é brando e isso permite-lhe ﬁltrar bem as irregularidades da estrada, o que aliado ao facto de o motor de combustão estar bem isolado reforça a vertente do conforto, enquanto a curvar é previsível e seguro, ainda que se note o peso nas transmissões de massas. Os travões são suaves e fáceis de dosear.

No caso da versão Esprit Alpine, conta ainda com um eixo posterior direcional (até 5º), que permite que a traseira rode com maior agilidade nas curvas mais fechadas.

FICHA TÉCNICA RENAULT AUSTRAL E-TECH FULL HYBRID 200

TIPO DE MOTOR Gasolina, 3 cilindros em linha, turbo

CILINDRADA 1.199 cm3

POTÊNCIA 130 CV às 4.500 rpm

BINÁRIO MÁXIMO 205 Nm às 1.750 rpm

TRANSMISSÃO Dianteira, caixa auto. multimodo de 15 modos

SISTEMA ELÉTRICO

TIPO DE MOTOR Dois motores elétricos síncronos permanente

POTÊNCIA (e-Motor) 68 CV (50 kW)

BINÁRIO MÁXIMO 205 Nm

POTÊNCIA (HSG) 34 CV (25 kW)

BINÁRIO MÁXIMO 50 Nm

BATERIA Iões de lítio, 2 kWh, 400 V SISTEMA HÍBRIDO

TIPO DE MOTOR Elétrico/gasolina

POTÊNCIA TOTAL 200 CV (146 kW)

BINÁRIO TOTAL N.D.

V. MÁXIMA 174 km/h

ACELERAÇÃO 8,4 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP) 4,6 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP) 104 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A) 4.510 / 1.825 / 1.644 mm

PNEUS 235/45 R20

PESO 1.517 kg

BAGAGEIRA 430-555 l

PREÇO 41.706 €

LANÇAMENTO Janeiro de 2023

Ficha T Cnica

RENAULT AUSTRAL MILD-HYBRID 140

TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo

CILINDRADA 1.333 cm3

POTÊNCIA 140 CV entre as 4.500 e as 5.750 rpm

BINÁRIO MÁXIMO 260 Nm entre as 1.750 e as 3.500 rpm

TRANSMISSÃO Dianteira, caixa auto. 7 vel. (conversor binário)

V. MÁXIMA 175 km/h

ACELERAÇÃO 10,0 s (0 a 100 km/h)

Renault ao Nível 2 de condução autónoma. São nada mais, nada menos, do que 32 (o dobro daquilo que o Kadjar oferecia) divididos por três grandes grupos: condução, segurança e estacionamento.

Eixo Traseiro Direcional

Aos comandos da versão mais potente, os 200 CV fazem-se notar debaixo do pé direito desde que a bateria tenha a carga necessária e o motor elétrico funcione como auxiliar do de combustão. A aceleração dos 0 aos 100 km/h em 8,4 segundos fala por si, já a velocida- de máxima de 174 km/h é claramente mais… comedida.

Com tudo isto e apesar da denominação Alpine ou do volante

Com uma condução relaxada rubrica consumos idênticos aos de um Diesel, com muita cidade e alguma autoestrada, sempre dentro de velocidades legais e aproveitando o pára-arranca e a energia produzida na travagem para manter a bateria carregada.