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A sustentável leveza do ser
Para a Citroen o futuro dos seus automóveis começa com o oli, um protótipo que rima com sustentabilidade e baixo peso, e onde tudo é resumido ao essencial para permitir uma mobilidade para todos.

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Será um utilitário? Um SUV? Uma mini pick-up? Não. É o oli (lê-se all-ë), o novo protótipo da Citroën que pretende servir de musa inspiradora para algumas soluções a implementar nos futuros modelos da marca gaulesa. Mais do que o motor que, como seria de esperar, é elétrico, o oli serve, acima de tudo, “como uma plataforma de trabalho para exploração de ideias engenhosas, que são realistas para uma produção futura”, as palavras são de Laurence Hansen, diretora de produto e de estratégia da Citroën.



Segundo Cap Tulo

No fundo, e se quisermos fazer uma espécie de cronologia, o novo concept apresenta-se como um segundo capítulo da saga do bilugar AMI, mas agora direcionado para a mobilidade das famílias do futuro, cujos pilares assentam “na redução do peso e da complexidade para maximizar a eficiência, a versatilidade e a acessibilidade”.
Em resumo e de uma forma abrupta: limitar ao essencial a conceção do produto para o tornar acessível ao maior número de pessoas.
Neste sentido, e tendo sempre como linhas orientadoras o fator peso e a diminuição dos custos de produção, a Citroën aproveitou a plataforma E-CMP, utilizada no ë-C4, para criar um carro diferente, de aspeto aventureiro e linhas quadradas, daqueles que não deixam ninguém indiferente, desenvolvido a partir de materiais leves e sustentáveis (reciclados ou que possam ser reciclados). Exemplos: o capô, a bagageira (tipo pick-up) e o tejadilho são produzidos em cartão ondulado reciclado revestido com resina de Poliuretano que, depois de devidamente trabalhado, não só permite reduzir o peso em 50%, face aos componentes tradicionais, como suportar
A BAGAGEIRA TIPO PICK-UP RECLAMA 1.050 MM DE COMPRIMENTO POR 994 DE LARGURA o peso de um adulto. De igual modo, tanto as portas dianteiras, com montagem feita de forma oposta, como os para-choques são exatamente iguais. Em relação às primeiras, e para que se perceba a ideia da marca, o simples facto de se abdicar das colunas de som, dos revestimentos, dos materiais de isolamento e dos cabos elétricos permite poupar cerca de 7 kg em cada uma. Seguindo esta tendência, também os vidros são concebidos totalmente na vertical para garantir uma menor utilização de matéria-prima.
Minimalismo Ao Extremo
Continuando na senda da simplificação, o interior resume-se a um tablier simétrico, composto por 34 peças, contra as 75 habituais num hatchback (cinco portas) tradicional, onde pontificam o volante, um encaixe para o smartphone, cinco botões tipo “toggle switches” para a climatização, duas saídas para a climatização e duas zonas ocas para encaixe de colunas Bluetooth cilíndricas. Depois, bancos com estrutura tubular e encostos com recurso a impressão 3D, e piso em
PNEUS ATÉ 500.000 KM
Para assegurar a ligação do oli ao asfalto, a Citroën desenvolveu umas jantes de 20 polegadas com uma mistura de aço e ferro de maneira a minimizar o peso. Porém, o grande segredo está na parceria entre a marca francesa e a Goodyear, do qual resulta o designado pneu concept Eagle Go. Concebido a partir de materiais sustentáveis, como óleos de girassol ou resinas de pinheiros, este pode alcançar uma vida útil de 500.000 km, fruto da reutilização da sua carcaça, cuja profundidade de 11 mm permite ser renovada por duas vezes ao longo da vida do pneu. Além disso, conta com a tecnologia Goodyear SightLine, que inclui um sensor para monitorizar a utilização e respetivo estado do pneu.

Poliuretano Termoplástico Expandido (E-TPU). A lotação é de quatro lugares individuais, num ambiente jovem e moderno, que inclui vários práticos dispositivos de arrumação e fixação que ajudam a potenciar a funcionalidade acessível.
Apesar de, como salientámos, não estar prevista sua produção, a Citroën não deixou de aproveitar para demonstrar que a “política de baixo peso” tem as suas vantagens na hora de sair para a rua. Com um peso de 1.000 kg, o oli recorre a um motor elétrico alimentado por uma bateria de 40 kWh que lhe garante uma autonomia de 400 km e um consumo médio de 10 kWh/100 km. A velocidade máxima está limitada a 110 km/h e o carregamento da bateria entre os 20 e os 80% é feito em cerca de 23 minutos.



Grupos óticos com linhas quadradas e tecnologia LED para todas as funções.
Ainda no que concerne à bateria, destaque para os sistemas “Vehicle to Grid” (V2G) e “Vehicle to Load” (V2L), que permitem ao oli, não só, fornecer energia à rede como alimentar dispositivos externos; segundo a Citroën terá capacidade de, teoricamente, servir um dispositivo elétrico de 3.000 W durante 12 horas.
