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de choque

de choque

O mercado automóvel deixou de ser o feudo exclusivo de construtores de renome e com muita tradição “às costas”. A globalização e, sobretudo, a eletrificação trouxe consigo um bom punhado de MARCAS inéditas, muitas delas estreantes na Europa e no mercado nacional.

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Que os tempos mudam de uma forma tão rápida que nem damos por ela é inegável, como demonstra a profunda transformação que atravessa o setor automóvel, uma mudança frenética promovida pela globalização e, mais ainda, pela tecnologia e eletrificação. Já são poucos os modelos exclusivos de certos países, e apesar de o domínio ain-

Byd Atto 3

KARAM EL SHENAWY

da estar nas mãos dos combustíveis fósseis, muito em breve a eletricidade vai assumir o controlo. Na verdade, a eletrificação trouxe consigo novos construtores.

A MAIORIA, CHINESES

Em concreto, nos últimos cinco anos chegaram à Europa cerca de 20% de novas marcas, sendo que atualmente já são mais de 60 (antes eram 50). Aqui ao lado, em

Fundada em 1995, esta marca de origem chinesa apadrinhada, entre outros, por Warren Buffet, está presente em quatro dos setores mais importantes da indústria: eletrónica, novas energias, transporte ferroviário e automóvel. Desde a criação da marca, a Build Your Dreams (é o que as iniciais BYD significam), rapidamente desenvolveu uma sólida experiência em baterias recarregáveis. A partir daí foi fácil crescer num mercado sempre aberto a carros elétricos. Um dos seus modelos mais importantes para o Velho Continente é o Atto 3, um SUV do segmento C de 203 CV e 440 km de autonomia. Em Portugal, quando chegar no início de 2023, deverá custar cerca de 40 mil euros.

O ATTO 3 É UM C-SUV COM 203 CV E 440 KM DE AUTONOMIA

Espanha, por exemplo, desembarcaram 13 novos construtores, a maioria de origem asiática, mais concretamente chinesa, pois o gigante oriental é um dos mais predispostos à mudança do paradigma. Por isso, às marcas clássicas a que estávamos acostumados juntam-se outras novas que pode ficar a conhecer nestas páginas, na sua maioria desconhecidas para grande parte das pessoas.

De momento “jogam” com uma percentagem reduzida do mercado, mas a sua progressão é constante, ao ponto de se estimar um crescimento de 40% por ano impulsionado, principalmente, pelo carro elétrico. Das marcas que lhe vamos falar, a maioria ainda não se vende por cá, mas a tendência é que cheguem ao mercado nacional a curto prazo, provavelmente durante 2023 ou 2024.

Aiways U5

“A Aiways é uma marca emergente dirigida a um público preocupado com o meio ambiente e perita em tecnologia que procura um tipo de mobilidade diferente”. É assim que se autodefine a chinesa Aiways. Fundada em 2017 com a ideia de combinar a produção na China e a experiência tecnológica internacional, chegou à Europa há dois anos. Desde então já superou as 20 mil encomendas no Velho Continente e o objetivo é alcançar os cinco dígitos já no final de 2022. O responsável por este sucesso é o U5, o seu primeiro modelo de produção em série. Trata-se de um SUV médio com 4,68 metros de comprimento e além de exibir um design exterior diferenciador, propõe virtudes como um generoso espaço interior graças aos seus 2,80 m de distância entre eixos. O motor elétrico debita 204 CV e a autonomia ronda os 400 km graças a uma bateria de 63 kWh. Custa 34 mil euros + IVA. No próximo ano, a gama vai crescer com o lançamento do U6, outro SUV que se assume como uma declinação coupé do U5.

Desde 34.000 € + IVA

Byd Han Ev

A marca chinesa, que deverá chegar para o ano a Portugal, vende vários furgões e autocarros elétricos um pouco por toda a Europa com grande sucesso. Porém, para este ano tem programado a estreia de um trio de veículos de passageiros, sendo um deles o Han EV, que se vai transformar no porta-estandarte do construtor asiático e que tem como concorrentes modelos como o Tesla Model

Byd Tang Ev

Com o objetivo de entrar com força no mercado europeu, o Grupo BYD ciou a BYD Europa com sede nos Países Baixos, um dos primeiros países onde será comercializado o Tang EV (também será vendido em primeira instância na Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Dinamarca). Trata-se de um SUV de grandes dimensões (4,87 metros de comprimento) com elementos estéticos tão apelativos com umas jantes de 22”. Das portas para dentro, destaque para o posto de condução totalmente digital, no qual sobressai um ecrã central multimédia, capaz de mudar de orientação. De igual forma, oferece um amplo espaço, com uma notável bagageira que chega aos 1.655 litros. É mais um modelo 100% elétrico impulsionado por dois motores (um por eixo, pelo que tem tração integral) que brindam 517 CV. A sua bateria de 86,4 kWh de capacidade bruta permite uma autonomia de 400 km, ciclo WLTP.

S. Para tal, conta com um comprimento de quase 5 metros e um desenho elegante e até desportivo, acompanhado por um interior de qualidade, amplo e com design minimalista e soluções Premium. Em princípio, será comercializado apenas numa versão de grande rendimento que produz 487 CV, conta com tração integral graças aos seus dois motores elétricos e equipa uma bateria de 79,6 kWh de capacidade bruta, anunciando uma autonomia de 550 km, valor ainda obtido em ciclo NEDC. O preço deverá rodar os 72 mil euros.

DFSK – SERES

A DFSK pertence à Dongfeng Motor Group (DFM), o segundo maior construtor de automóveis da China e décimo a nível mundial, com uma produção que se aproxima das quatro milhões de unidades por ano e que detém o fabrico exclusivo para o mercado chinês de modelos da Citroën, Kia, Honda, Nissan e Peugeot. Dispõe de uma ampla gama de ligeiros de passageiros, comerciais ligeiros e motociclos, estando presente em mais de 70 países. A marca chegou a Portugal através da Irrimac e da NTA, empresas que vendem apenas modelos comerciais ligeiros. Em breve, os ligeiros de passageiros também poderão chegar ao mercado nacional seja pelas mãos destas ou de outros importadores. Destes, destaque para o 580 e o F5. O primeiro é um SUV de 4,70 m de comprimento que conta com um design sóbrio e um interior adaptado a famílias numerosas, graças aos seus sete lugares de série. O motor é bifuel e pode funcionar a gasolina e a GPL. Debita 146 CV e custa, por curiosidade, em Espanha 24.500 €. Esta mesma motorização é utilizada pelo F5, um SUV de aspeto coupé de 4,69 m de comprimento e que “nuestros hermanos” podem comprar por 29 mil euros. Existe ainda um terceiro modelo que será comercializado sob a marca Seres. Trata-se do Seres 3, um elétrico de 163 CV que anuncia 405 km de autonomia (ciclo NEDC).

Faraday Future

Até 1.050 CV

A Faraday Future é uma empresa de mobilidade avançada que surgiu em 2014 cuja sede é no sul da Califórnia. Conta com o apoio financeiro do milionário chinês Jia Yueting, que permite que a sua equipa global contrate talentos emergentes da indústria da tecnologia

Gordon Murray

Depois de mais de duas décadas como diretor técnico de equipas de Formula 1, Gordon Murray decidiu embarcar na aventura pessoal de fabricar e desenvolver os seus próprios superdesportivos. Experiência não lhe falta, pois entre os seus registos figura ser o pai do lendário McLaren F1. Fundada em 2007, a ideia e o objetivo deste engenheiro de origem sul-africana para a Gordon Murray Automotive é produzir pequenas séries de carros e convertê-los em e da mobilidade para produzir veículos elétricos Premium, intuitivos e totalmente conectados. O primeiro e de momento único modelo chama-se FF 91, mas que ainda é apenas um protótipo. Quando foi apresentado, a própria marca americana catalogou-o de ‘anti-Tesla’, mas agora, com a chegada de novos “players”, parece ter a vida mais complicada. Pouco ou nada se sabe do seu futuro, porém correm rumores de que a empresa tem uma necessidade premente de capital. Se for lançado, o FF 91 terá 1.050 CV, 1.800 Nm de binário máximo e até 600 km de autonomia entre carregamentos. peças de coleção. O T.50 é o seu primeiro modelo. Com um peso de 980 kg, incorpora um motor V12 atmosférico desenvolvido conjuntamente com a Cosworth para debitar 700 CV graças a uma ajuda Mild-Hybrid. Serão produzidas apenas 100 unidades, as mesmas que o T.33, segundo hipercarro com mecânica V12 que rende 615 CV e pesa apenas 1.090 kg. Os preços são exorbitantes: 2,3 e 1,5 milhões de euros, respetivamente.

100 unidades de cada modelo

Preco: 61.990

Ineos Automotive

Em 2017, o presidente da INEOS, empresa líder na produção de produtos petroquímicos, químicos especializados e derivados do petróleo, Sir Jim Ratcliffe, amante de carros e grande aventureiro, detetou um vazio no mercado para um 4x4 funcional, simples e fiável, capaz de dar tudo para enfrentar as exigências da vida contemporânea. Na realidade, a ideia de criar um veículo do zero nasceu de Sir Jim e de alguns amigos no seu pub favorito, o Grenadier, no bairro de Belgravia, em Londres, nome com o qual batizou o veículo. Primeiro fundou a INEOS Automotive Limited, e agora, depois de muito tempo de desenvolvimento, está quase a lançar no mercado o Grenadier. Desenhado em

Lucid Motors

Fundada sob a designação de Atieva, a empresa californiana nasceu em 2007 com o objetivo, entre outros, de destronar a Tesla no seu empenho em monopolizar o automóvel elétrico mais exclusivo. Porém, ao contrário da empresa de Elon Musk, os problemas vividos

Quatro versões parceria com marcas peritas no setor como a BMW, ZF, Recaro, Brembo, Bridgestone e Bilstein…, o Grendiaer pretende transformar-se num 4x4 capaz de ultrapassar qualquer obstáculo. As pré-reservas do modelo arrancaram em outubro de 2021 e a primeiras unidades vão começar a ser entregues em 2023. Custa a partir de 61.990 € (versão curta, dois lugares). no lançamento do primeiro modelo da Lucid Motors persistiram quase até aos nossos dias. Tanto assim é que o Air foi revelado como protótipo em 2016 e as primeiras entregas só foram realizadas no final de 2021. O seu principal mercado é o local, ainda que a intenção da marca norte-americana seja expandir operações para mercados mais importantes como o europeu. Em detalhe, o Air é uma berlina de 4,98 metros de comprimento equipada com um ou dois motores elétricos para produzir uma potência entre os 620 e os 1.080 CV. Todas as versões montam bateria de 113 kWh, capazes autonomias de 653 a 832 km. Pode ser uma das marcas a desembarcar em 2023/2024 em Portugal.

Até 1.080 CV

LYNK & CO

A Lynk & Co é uma empresa de soluções de mobilidade flexível pertença do construtor chinês Geely que, por sua vez, é proprietária de outras marcas de automóveis como a Polestar e a Volvo. Vende na Europa um modelo disruptivo, não pelo design mas pela forma de comercialização. Batizado de 01, trata-se de um SUV médio de 4,54 metros que partilha a base com o Volvo XC40 e que propõe uma mecânica híbrida plug-in de 261 CV. Homologa uma autonomia elétrica de 69 km (cilco WLTP) graças a uma bateria de 17,6 kWh de capacidade. A Lynk & Co convida a desfrutar deste modelo mediante uma subscrição. Não há compromissos: o utilizador é que decide a duração do contrato. Além disso, a empresa oferece ainda a possibilidade de partilhar o veículo (CarSharing) com outros utilizadores.

maior fabricante de baterias para automóveis do mundo. Em Portugal, os modelos da Maxus (furgões E Deliver 3 e E Deliver 9) são distribuídos através dos canais do Grupo Astara, dispondo de alguns concessionários espalhados pelo país. A gama de veículos ligeiros ainda não se vende, mas está segmentada em três modelos: Euniq 5, na imagem, um monovolume de sete lugares 100% elétrico com 177 CV e uma autonomia homologada de 270 km; MFA9, um monovolume de maiores dimensões (mede 5,27 m), também para sete ocupantes, com 245 CV e 450 km de autonomia; e T90, uma pick-up zero emissões de 204 CV, 330 km de autonomia e uma capacidade de carga de 1.030 kg.

Gama 100 % elétrica MG

Maxus

A marca Maxus tem a sua origem no Reino Unido e possui uma grande trajetória no desenvolvimento e produção de veículos industriais. Atualmente pertence ao grupo asiático SAIC Motor, sétimo construtor de automóveis a nível mundial, e o

Dona de uma história com mais de 100 anos, a marca britânica Morris Garage (MG é o acrónimo) desapareceu do panorama automobilístico em 2005 depois de sofrer uma profunda crise financeira. Em 2021 retomou a sua atividade empresarial graças à injeção de dinheiro do gigante chinês

SAIC Motor (proprietária entre outros da Maxus e da Roewe), que procurou manter a sua essência histórica revolucionando o conceito de mobilidade. E a verdade é que todos os atuais produtos MG têm uma componente eletrificada, ao ponto de procurar converter-se no construtor que quer democratizar esta tecnologia a preços acessíveis. A gama estreou-se com os modelos ZS EV e EHS que custam, respetivamente, 29.998 e 34.259 €. Mais recentemente, a MG somou os modelos HS (42.097 €), Marvel R (40.187 €), 5 (34.793 €) e 4 EV, um ambicioso compacto 100% elétrico à venda por 30.590 €. De referir que a MG chegou a Portugal pelas mãos da JOP, no Porto, mas os concessionários irão, em breve, estender-se a todo o país.

Polestar 2: desde 48.900

Polestar

Embora muitos vejam a Polestar como uma filial da Volvo, ao fim de contas partilham elementos e alguns rasgos estéticos, esta marca sueca do gigante asiático Geely (também proprietário da Lyink & Co e inclusive da Lotus) é independente daquela. O seu centro de operações situa-se em Gotemburgo, no seu país natal, enquanto a sua fundação como marca isolada remonta a 2017. A Polestar fixou como objetivo para 2023 estar presente em 30 mercados de todo o mundo. Além disso, anunciou a intenção de lançar um novo modelo por ano até 2026. O Polestar 1 foi o seu primeiro modelo, ainda que já não se produza. O segundo é o 2, disponível no nosso país, cujas vendas são realizadas apenas pela net ou em www.polestar. com/pt. A este juntar-se -ão os

Potência: 1.914 CV!

Rimac

Fundada em 2009, é uma marca croata dedicada ao fabrico e desenvolvimento de modelos de altas prestações com sistemas de propulsão 100% elétricos. Do mesmo modo, a Rimac Technology, filial da Rimac Group, centra-se no desenvolvimento e produção de componentes para veículos

Swm

Nascida em 1971 por Piero Sironi e Fausto Vergani como marca italiana de motociclos de todo-o-terreno com sede em Milão, em 2014 passou a fazer parte do gigante chinês Shineray Holdings, especialista em maquinaria industrial, veículos agrícolas, comerciais ligeiros, automóveis e motos, além de construtor de diferentes modelos futuros 3, 4, 5 e 6, todos com sistema de propulsão elétrica de alto rendimento. Alguns prometem potências superiores a 600 CV e autonomias de mais de 500 km. desportivos elétricos de altas prestações, como baterias e sistemas de propulsão. No final de 2021, a Porsche adquiriu 10% da empresa, juntando-se à chinesa Camel, que possui uma significativa participação (o fundador Mate Rimac continua a ser o acionista maioritário). De momento, o único modelo que apresentou foi o Nevera, um superdesportivo elétrico de que lhe falámos recentemente na rubrica “Superdesportivo” e que rende nada mais, nada menos do que 1.914 CV e 2.360 Nm; acelera dos 0 aos 100 km/h em 2 segundos e anuncia uma autonomia de 550 km. Serão produzidas apenas 150 unidades ao preço de 2 milhões de euros cada. da BMW e Renault destinados aos seus países de origem. A SWM chegou recentemente à Europa com os modelos G01 e G01 F, dois SUV médios desenhados num centro de estilo de Milão e produzidos em Congqing, na China. Medem 4,61 metros de comprimento e são locomovidos a partir de um motor 1.5 turbo de 131 CV que pode funcionar a gasolina ou GPL. Embora ainda não estejam à venda em Portugal, a marca disponibiliza um site (swmmotors.es/pt-pt/) onde pode ficar a conhecer os dois produtos em detalhe. A SWM está presente em mais de 40 países.

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