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La belle époque

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GUIA DE PREÇOS

GUIA DE PREÇOS

O futuro da Alpine passa por se transformar numa marca 100% elétrica com um portfólio de produtos mais extenso, mas sempre com a componente desportiva como referência. Até que chegue esse momento, o seu único representante é o A110, que acaba de receber um ligeiro restyling.

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Há quatro anos, quando a Renault anunciou o regresso da Alpine ao panorama automobilístico, todos os apaixonados por automóveis aplaudiram de forma efusiva. A marca desportiva do Grupo Renault despertava assim de uma letargia de mais de quatro décadas com a reinterpretação do seu modelo mais icónico: o A110. Pouco tardou para o dois lugares gaulês convencer-nos de que é um excelente desportivo e inclusive colocar em “sentido” os peso-pesados da categoria, como o Porsche 718 Cayman. Pois bem, para continuar a “dar luta”, pelo menos por mais quatro anos, o A110 atualizou-se.

Este restyling serve de base para iniciar um novo capítulo na marca desportiva francesa. As previsões falam do lançamento de três modelos inéditos, um deles 100%. elétrico. Nesta sua nova vida, o Alpine começou por ser vendido como produto limitado de caráter exclusivo (a edição Prèmiere Edition contabilizou apenas 1.955 unidades), mas com o passar do tempo a gama foi ganhando derivações, com até três alternativas. Assim, surgiu o A110 S com um toque e aspeto ainda mais radical que o modelo original, e posteriormente o Légende, de “look” um pouco mais estradista.

Agora, a gama 2022 do A110 foi reestruturada. Mantém a oferta reduzida, contudo o Légende foi substituído pelo GT. Quanto a preços, seguem o desnível prévio: 68.300

€ para a versão de entrada, 78.250

€ para o GT e 81.900 € para o S.

Todos utilizam o “pequeno” propulsor turbo a gasolina 1.8 TCe, que se destaca tanto pela capacidade de aceleração como pela sua sonoridade. Surge acoplado a uma caixa automática de dupla embraiagem, com sete relações; e envia a potência para as rodas traseiras.

V Rias Personalidades

Mas é precisamente quando se fala de rendimento que surgem as principais diferenças. Enquanto a versão base disponibiliza 252 CV e 320 Nm, acelera dos 0 aos 100 km/h em 4,5 segundos, graças à inédita função de saída rápida Launch Control, os S e GT sobem aos 300 CV e 340 Nm, baixando o tempo de aceleração em três décimas.

Em todos é possível gerir a resposta do ESP, direção, caixa de velocidades, acelerador… através dos modos de condução Normal, Sport e Track, este último destinado a tirar o máximo proveito do propulsor e do chassis.

O restyling cria, ainda, algumas distinções segundo as versões. Assim, no A110 normal o ajuste é mais equilibrado e no GT algo mais confortável, enquanto para o A110 S a conceção é mais “guerreira” e ideal para circuito. Neste sentido, os amortecedores foram recalibrados, a altura ao solo do conjunto reduzida em 4 mm, a rigidez das molas aumenta em 50% e duplica no caso das barras estabilizadoras. Os travões assinados pela Brembo, comuns a todas as versões, incrementam o diâmetro até aos 320 mm, enquanto o escape é mais largo.

Opcionalmente pode contar com um kit aerodinâmico dotado de splitter dianteiro, zona inferior carenada e um aileron traseiro em fibra de carbono que produz 81 kg de carga vertical sobre o eixo traseiro e 60 kg sobre o dianteiro. Como “cereja no topo do bolo” há a possibilidade de montar pneus Michelin Pilot Sport Cup 2 e de aumentar a velocidade máxima até aos 275 km/h.

No que concerne ao aspeto visual, o renovado Alpine A110 também apresenta algumas novidades. A primeira salta de imediato à vista: as cores da carroçaria. Mantém-se o azul Alpine ao qual se soma o cinzento Tormenta, exclusivo do GT, e o laranja Fogo do S a combinar, neste caso, com o tejadilho a negro. As jantes são de 17” no nível de entrada e de 18” nos restantes, lacadas a negro

50 Sombras De Azul

no S, que conta de série com bancos tipo bacquet desenvolvidos pela Sabelt, opcionalmente em microfibra.

Quanto à conectividade, recebe um novo ecrã de 7” compatível com Adroid Auto/Apple CarPlay. Na funcionalidade, toda a gama pode acrescentar o pack Assist, com sensores de estacionamento e câmara traseira.

No subconsciente coletivo, o azul é a cor mais facilmente associada à marca desportiva da Renault, muito por culpa dos seus carros de circuito, rali e estrada durante décadas. Mas, explica o diretor de Design da marca Antony Villain, não há só um azul Alpine… As proezas do A110 de ralis dos anos 60 e 70 marcaram, em parte, as mentes de várias gerações com uma associação instintiva entre marca e cor. “Para a Alpine é mais do que uma cor. É um território!”. Os primeiros Alpine não eram assim. Quando Jean Rédélé apresentou os seus primeiros carros utilizou azuis, brancos e vermelhos. Já na competição, o A106 estreou-se em branco e azul claro, e os A106 de estrada podiam ser comprados em vermelho, branco ou amarelo. Com a berlinetta A110 foi lançado o azul metálico, logo emblemático: Jacques Cheinisse, vendedor Alpine e piloto aficionado, viu esta cor e pediu-a para o A110 que se encarregou em 1963 de correr nos ralis. Referenciado durante muitos anos como RE 331, não era o único azul da Alpine: em conjunto com este azul surgiram o Acier, Pacifique, Azur e Estoril. E também o apelativo verde Normand que vestiu o último A110 em 1977.

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