O Carreteiro 500

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EDITORIAL O CARRETEIRO E O TEMPO

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e alguém perguntar sobre a profissão a um motorista de caminhão mais vivido, daquele que nos 70 anos batia marchas pelas rodovias do País, possivelmente ele vai responder que naquele tempo a vida do carreteiro era melhor, mais tranquila, menos corrida e com mais segurança nas estradas. Poderá até dizer que viu muitas coisas melhorarem, como os veículos, as formas de comunicação etc. Dificilmente negará que não sente saudade do tempo que o caminhão tinha cabine apertada, pouco confortável, baixa potência, gastão, “caixa seca” e “queixo duro” entre outras características que lhe faziam merecer a palavra “bruto”. Era a realidade daquele tempo, o presente com seus problemas e soluções, encantos e desencantos, como tinha de ser. O que havia não era o suficiente para se pensar, de forma racional, como seria o transporte rodoviário de cargas décadas à frente. Quem poderia imaginar que se contrataria frete à distância utilizando um aparelho que cabe no bolso. E que esse mesmo aparelho lhe permitiria falar e ver em sua tela familiares e amigos? E que seu caminhão estava tempo todo, em movimento ou parado, entre outras coisas? Não dava para imaginar como seria o mundo quando a revista O Carreteiro publicasse a edição número 500. Olhando para traz, vemos uma longa viagem no tempo, na qual retratamos a história do transporte nos últimos 46 anos. Cá estamos em 2016 e temos até o caminhão que trafega sem motorista, que se comunica com outros e com centrais. Mas é provável que daqui a 50 anos sejamos vistos do mesmo modo como vemos hoje a condição dos anos 70. Porém, se lhe fosse perguntado sobre as expectativas da categoria naquela época em relação ao frete, ele não teria dúvida em responder que nada mudou. Isso porque a edição número 1 da Revista O Carreteiro, publicada em julho de 1970, citava os leilões e as baixas tarifas, entre outros problemas vividos pela categoria. Essas reflexões levam a pensar que o ser humano não avança no mesmo ritmo do ambiente que o cerca, isso deve explicar porque muitas coisas parecem não mudar, ou não mudam mesmo. E nem sempre a modernidade e os avanços tecnológicos, importantes para o mundo, fazem as pessoas mais felizes, porque toda época tem seus encantos. A dura realidade é que o futuro chega rápido e ninguém tem certeza se fará parte dele. Talvez a receita seja mais simples: quem gosta da profissão deve extrair dela o máximo que puder, para ser feliz e um dia dizer que no passado tudo era muito melhor. João Geraldo Editor


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SUMÁRIO

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PROFISSÃO

Atividade atravessa período de amadurecimento, no qual cursos e treinamentos passaram a ser requisitos. Pesquisa aponta que nos últimos três anos a presença de motoristas com mais de 55 anos de idade já representa 10% do mercado

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FRETE NO APLICATIVO

Estima-se que atualmente existam mais de 500 mil motoristas de caminhão autônomos que já baixaram algum tipo de aplicativo de frete. Trata-se de uma atividade em crescimento que já conta com atuação de grandes empresas


/OCARRETEIRO /OCARRETEIRO_ /OCARRETEIRO (11)95428-8803 /REVISTAOCARRETEIRO DIRETOR Edson Pereira Coelho

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FARÓIS À LUZ DO DIA

Lei que determina o uso de faróis baixos acesos durante o dia nas rodovias brasileiras já é obrigatória em vários países, inclusive na Argentina. No Brasil está prevista multa de R$ 85,13 para os motoristas infratores

REDAÇÃO redacao@ocarreteiro.com.br Editor João Geraldo (MTB 16.954) Colaboradores desta edição Evilazio de Oliveira, Leonardo Andrade e Daniela Giopato Ilustração Michele Iacocca REPRESENTANTES comercial@ocarreteiro.com.br Eurico A. de Assis Itamar F. Lima José Antonio Fernandes Ubiratan Alves Ferreira. Secretárias Nilcéia Rocha Juliana Vieira PROJETOS ESPECIAIS Jenner Nicodemos

VEJA TAMBÉM COMPORTAMENTO NAS ESTRADAS

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FRETE ONLINE E MOTORISTAS

LANÇAMENTOS DA FORD EVOLUÇÃO DO CAMINHÃO

NOVO VOLVO VM 32 MELHOR MOTORISTA

FÓRMULA TRUCK

Notícias Boletim Pneus Na Mão Certa Dica Federal

ADMINISTRAÇÃO Ed Wilson Furlan TI DC Code Soluções em TI Ltda.-ME DISTRIBUIÇÃO G.G. Ed. de Public. Técnicas Ltda Ricardo Lúcio Martins e Reginaldo Peixoto ASSINATURA assinatura@ocarreteiro.com.br 5035-0005 PROMOÇÃO promocao@ocarreteiro.com.br ARTE arte@ocarreteiro.com.br Andrea Tanaka Assinatura: Anual R$ 96,00 Exemplar avulso: R$ 8,00 Edição nº 500 - Circulação: Julho de 2016

Publicação de: G.G. Editora de Public.Téc. Ltda. Rua Palacete das Águias, 395 Vila Alexandria - CEP 04635-021-SP Tel.: (11) 5035-0000 - Fax: (11) 5031-8647 revista@ocarreteiro.com.br

www.ocarreteiro.com.br A Revista O Carreteiro é dirigida a motoristas de caminhão, empresários donos de transportadoras, frotistas, chefes de oficinas e demais profissionais ligados ao transporte rodoviário de carga.

SEÇÕES 10 29 37 59

NOVOS NEGÓCIOS Alexis Victor F. Coelho

74 História do Zé 77 Classificados 90 Tabelas 98 Jesuino

A publicação é distribuída em cooperação com postos de serviços rodoviários “ROD” (Rede Oficial de Distribuidores da Revista O Carreteiro). É proibida a reprodução total ou parcial de matérias sem prévia autorização. Matérias e artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Revista O Carreteiro. Impressão e Acabamento RR Donnelley Tiragem desta edição verificada pela PwC, cuja carta relatório encontra-se em nosso poder


NOTÍCIAS CAMPO DE PROVAS ocalizado numa área de 300 mil metros quadrados dentro do complexo industrial da Iveco, em Sete Lagoas/MG, o campo de provas da empresa está completando um ano de funcionamento. Com estrutura completa para testes de veículos comerciais e de defesa, neste período cerca de 500 veículos do Brasil e de países vizinhos enfrentaram testes de resistência e durabilidade. De acordo com Marco Borba, vice-presidente da Iveco para a América Latina, o objetivo é assegurar a qualidade dos produtos da marca e que eles sejam entregues aos clientes após rigorosas avalia-

ções. O executivo acrescenta que com o campo de provas a empresa obteve uma significativa redução nos custos e no tempo de validação de produtos. Lembra também que uma parceria da montadora com a rede de concessionárias possibilita que clientes da Iveco utilizam o complexo para testar os veículos antes da compra.

FOTO Duda Bairros

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PROMOÇÃO VIRE A CHAVE

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MAN Latin America mantém até 30 de setembro a promoção Vire a Chave, que vai sortear dois caminhões MAN TGX e uma picape Saveiro, além de diversos prêmios instantâneos como TVs, tablets e smartphones. Para participar basta o cliente visitar uma concessionária da rede que represente as marcas MAN e Volkswagen Caminhões e se cadastrar. No momento do cadastro o cliente recebe uma “chave da sorte” com um número que o habilitará a concorrer aos prêmios instantâneos e a Saveiro.

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O CARRETEIRO

A cada 500 reais em compra de peças ou serviços, o cliente ganha um número adicional para concorrer. Já o cliente que adquire um caminhão MAN ou Volkswagen, passa a concorrer aos dois MAN TGX. A quantidade de números para participar do sorteio varia de acordo com o investimento. A linha Delivery rende 10 números; Worker e Constellation 20 números. Já o MAN TGX dá direito a 30 números. Todos os detalhes da promoção estão no site www.promocaovireachaveman.com.br



NOTÍCIAS MISTURA NO DIESEL

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percentual do biodiesel no diesel pode aumentar de 7% para 15%. Para que a mudança aconteça, o Ministério de Minas e Energia criou um grupo de trabalho, composto pelo governo e representantes do setor privado para a realizações de testes para validar a nova mistura. O prazo para a conclusão dos testes com adição de

10% é dia 23 de março de 2017. Já para os estudos que atestam o aumento para 15% a data limite é 23 de março de 2019. A partir de 2017, a mistura de biodiesel ao diesel será de 8%, conforme lei sancionada em março deste ano, que determina também o aumento deste percentual para 9% até 2018 e para 10% até 2019.

NOVAS INSTALAÇÕES

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om mais de 5,4 mil m2 de área contruída em um terreno de 10,7 mil m2, a Rodobens Veículos Comerciais de Guarulhos, concessionário Mercedes-Benz, reinaugurou as suas instalações com o novo padrão global de identificação visual corporativa proposto pela fabricante. A nova unidade envolveu um aporte de R$ 5 milhões pelo Grupo Rodobens. “Por meio da renovação ou relocalização dos pontos de venda e de atendimento, a Mercedes-Benz incentiva seus concessionários a atuarem cada vez mais próximos das operações dos clientes”, diz Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing & peças e serviços caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. Os clientes que visitarem o

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O CARRETEIRO

concessionário terão acesso ao Consórcio Mercedes-Benz, que a Rodobens comercializará com exclusividade na Grande São Paulo. Outro produto oferecido será o Leasing Operacional, no qual o cliente tem acesso rápido ao veículo ou frota sem necessidade do pagamento de um valor de entrada.



PROFISSÃO

SEM ROMANTISMO

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O CARRETEIRO


Falta de segurança, de incentivo, custo do combustível, valor baixo do frete, períodos longe de casa, estão entre os principais motivos que provocam o desinteresse pela profissão de motorista de caminhão, antes vista como símbolo de liberdade e oportunidade para conhecer lugares e pessoas

POR Daniela Giopato

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er motorista de caminhão sempre teve um pouco de romantismo, seja pela possibilidade de poder explorar as estradas dentro e fora do País, ter liberdade para ir e vir e realizar um sonho de infância, ou até mesmo de dar continuidade à profissão herdada do pai ou avô. Todas essas circunstâncias envolvendo a imaginada rotina do carreteiro encantaram jovens das décadas de 70, que abandonaram os estudos acreditando que seriam os donos do seu próprio negócio trabalhando na estrada, livres, e ainda com perspectiva de obter sucesso profissional. Uns poucos conseguiram, enquanto a maioria continuou batendo marchas e brigando pelo frete. Motoristas mais velhos lembram que no passado era fácil conseguir frete. Dizem que havia menos roubos de carga e os transportadores solicitavam apenas a Carteira de Habilitação do motorista e uma condução responsável. Transportadores não exigiam cursos, palestras ou treina-

mento. A profissão era mais valorizada pela sociedade, que enxergava o caminhão como o principal meio para ter acesso às novidades. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Júlio Simões – braço social da companhia JSL – antigamente a profissão era passada de pai para filho, que ainda muito jovem iniciava a vida na estrada. Atualmente a profissão atravessa um período de amadurecimento. Pelos dados do levantamento, mais da metade dos entrevistados inicia a carreira em torno dos 36 anos e, como consequência, cresce também a participação no mercado daqueles profissionais que já poderiam se aposentar e continuar na estrada. Nos últimos três anos, a presença de profissionais com mais de 55 anos de idade triplicou e já representa quase 10% do mercado. Pesquisa CNT de Perfil dos Caminhoneiros 2016, também mostra que os profissionais têm em média 18 anos de profissão e mais de 44 anos de idade. www.ocarreteiro.com.br

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PROFISSÃO

Hoje, existe o risco de assalto e roubos, custo alto do combustível, valor baixo do frete e baixa expectativa de crescimento. Assim, poucos querem se submeter a arriscar a vida na profissão. Os próprios motoristas pararam de incentivar seus filhos a ganhar a vida na estrada. A pesquisa mostra também que dos 1.066 caminhoneiros entrevistados, 60,6% acham a profissão perigosa, 34,9% desgastante e 32,1% dizem que compromete o convívio familiar. A nova realidade acabou com o romantismo que envolvia a atividade, porém contribuiu para profissionalizar o carreteiro, que para se manter competitivo se atualiza, faz cursos, busca informações em feiras do setor, se preocupa com a aparência e enxerga o caminhão mais como um negócio do que um veículo que serve só para transportar carga. O novo carreteiro se transformou no principal formador de opinião dentro das transportadoras, das quais muitas já começaram a se preocupar em treinar e preparar seus motoristas, para que estes estejam atualizados com o setor e suas tendências. 14

O CARRETEIRO

Para o diretor executivo de operações da JSL, Adriano Thiele, hoje em dia existe uma preocupação das empresas e dos próprios motoristas em fortalecer a profissão. “Percebemos que junto com o amadurecimento profissional houve uma transformação do setor. A imagem do motorista bronco caiu em desuso e ganharam espaço os profissionais liberais, organizados em pequenas empresas ou cooperativas, que investem em veículos modernos, cercados de tecnologia e que utilizam aplicativos para fechar contratos”, afirma.

Para o diretor executivo de operações da JSL, Adriano Thiele, hoje em dia existe uma preocupação das empresas e dos próprios motoristas em fortalecer a profissão


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COMPORTAMENTO

NOVO TEMPO NAS ESTRADAS

Motoristas mais rodados e experientes dizem que já houve tempos melhores na profissão. Hoje, apesar dos novos caminhões e da facilidade de comunicação, faltam companheirismo, solidariedade e mais segurança na estrada

POR Evilazio de Oliveira

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inegável que as transformações do País nas últimas décadas, com abertura de estradas, construção de pontes e túneis, avanços tecnológicos em todas as áreas e, é claro, mudanças comportamentais das pessoas, tam-

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O CARRETEIRO

bém tiveram reflexos entre os motoristas de caminhão, com o fim de uma camaradagem entre os profissionais da estrada de uma época em que era comum a ajuda mútua para a troca de um pneu ou para resolver algum problema mecânico. Hoje tu-


do isso foi substituído pelo medo e desconfiança. Carreteiros mais antigos lembram com saudades do tempo que havia confiança e solidariedade entre os estradeiros. Júlio Cézar Silvelo tem 65 anos de idade, trabalhou como motorista de caminhão por 38 anos e há oito está afastado da estrada por motivos de saúde. Natural de Tupanciretã/RS e vivendo atualmente em Uruguaiana/ RS. Ele lembra que viajou muito na rota internacional e também no Brasil, conduzindo cargas para Estados das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e chegando. Hoje, mesmo se tivesse possibilidades não voltaria para o trecho. “Tudo está muito diferente”, admite. Considera que desde que começou a viajar com caminhão as coisas foram piorando cada vez mais, com a falta de segurança, roubos de cargas, uso de drogas e o fim da camaradagem entre os motoristas.

“Hoje é uma loucura. A ânsia de chegar primeiro, carregar e descarregar para seguir viagem. Não existe mais amizade”. Silvelo destaca que no passado tudo era mais fácil, porque existiam menos empresas de transportes e menos caminhões disputando cargas e não havia tanta pressa. Também reconhece os avanços do setor de transportes de cargas nessas décadas, com caminhões modernos e confortáveis, mais estradas, comunicações e também na legislação trabalhista, mas mesmo assim afirma que antigamente era bem melhor. “Hoje é lobo comendo lobo”, lamenta. Na opinião do estradeiro Luiz Fernando Sena Cardoso, 53 anos de idade, 33 anos de profissão, que viaja pela Argentina, Chile, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, muitas coisas melhoraram ao longo dos últimos anos. Ele cita a qualidade das estradas sob concessão - apesar de as não pe-

Depois de 38 anos na estrada, Júlio Cezar Silvelo comenta que hoje há muita pressa para chegar primeiro, carregar, descarregar e voltar para a estrada novamente

Luiz Fernando Sena lembra que muitas coisas melhoraram, como a evolução técnica dos caminhões e das comunicações, mas acha que falta companheirismo

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COMPORTAMENTO dagiadas estarem abandonadas - e da legislação trabalhista, há ainda muitos abusos. Cardoso elogia também a evolução técnica dos caminhões e das comunicações, as quais facilitam a vida do carreteiro, mas também vê desvantagens, como o aumento da insegurança e a falta de companheirismo entre os colegas. “É cada um por si, ninguém se ajuda”. Outro carreteiro, Luiz Tiago Zalasko, 35 anos de idade e seis de estrada, mesmo com pouco tempo na profissão acredita que antigamente as coisas eram melhores, mais fáceis e existia mais amizade entre os motoristas. Ele conta que entrou na profissão com a ajuda de um tio, Paulo de Lima Paz, motorista antigo, que o ensinou a dirigir e a gostar de caminhões. Acredita que ainda existe um bom companheirismo na estrada entre os colegas. Ele mesmo já ajudou e foi ajudado em casos de necessidade.

“Claro, sempre com muito cuidado para não entrar numa fria, pois existe muita malandragem e falta de segurança, mas de modo geral as pessoas são boas”, afirma. O carreteiro Miguel dos Santos, 59 anos de idade e 39 anos de profissão, dono de um caminhão ano 1991, considera que nada melhorou desde que começou a trabalhar com caminhão. Diz que apenas algumas estradas são boas, principalmente as do Estado de São Paulo, “que sempre foram melhores”. De resto, tudo piorou, chegando ao ponto de o motorista roubar óleo diesel dos colegas. Critica o uso de rebites e de álcool por alguns profissionais, embora ressalte que nunca viu alguém consumindo. Diz que sabe apenas por ouvir dizer. Santos lamenta a falta de segurança, o excesso de caminhões disputando cargas e a pressa em chegar antes ao destino. “ É uma loucura”, conclui.

Na opinião de Luiz Tiago Zalasko existe ainda companheirismo na profissão, já ajudou e foi ajudado, mas adverte que há muita malandragem e falta de segurança

Há 39 anos na profissão, Miguel do Santos diz que exceto algumas estradas que melhoraram, nada mais mudou desde que começou a trabalhar com caminhão

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O CARRETEIRO



TECNOLOGIA

FRETE ONLINE

Contratar frete e se comunicar pelo smartphone através de aplicativos passou a ser uma prática normal nas rodovias entre os motoristas, apesar de que no caso da carga ainda há quem prefira procurar as tradicionais agências físicas

POR Evilazio de Oliveira

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evolução tecnológica tem uma enorme participação no transporte rodoviário de cargas, com caminhões cada vez mais modernos, econômicos, confortáveis e equipamentos que até pouco tempo atrás nem mesmo eram imaginados pelos estradeiros. Com isso, as comunicações também evoluíram de tal forma que hoje os prosaicos rádios PXs são considerados quase como peças de museu; porque o pessoal do trecho aderiu, de forma massiva, ao smartphone, com o qual se comunicam com a família, com a empresa e, claro, na busca e negociação sobre os melhores fretes disponíveis nas rotas mais distantes. Agenciadores de cargas passaram a operar online, facilitando a vida dos carreteiros e das transportadoras, evitando uma eventual perda de tempo nas visitas a agências físicas ou então enfrentar longas negociações e esperas. Muitos estradeiros até admitem que recorreram aos filhos ou aos colegas para uma “ajudinha”, mas o certo é que hoje, na estrada, a conectividade via redes sociais é um fato consumado, agilizando negócios, contatos e, evidentemente, proporcionando economia. Tanto que um carreteiro brinca, lembrando como era a vida antes dos smartphones e do WhatsApp. Na opinião do motorista Cristiano da Rosa Santos, 39 anos de idade e 21 de profissão, a utilização de aplicativos para contratação de fretes torna tudo mais rápido e econômico. Ele é dono de dois caminhões e viaja entre Brasil, Argentina e Chile, fazendo uma rota de aproximadamente oito mil quilômetros.

Trabalha com um motorista que dirige o segundo caminhão e sempre que possível procura carga para os dois, no mesmo itinerário. Conta que no Brasil sempre recorre a agências de cargas virtuais ou grupos no WhatsApp especializados na oferta ou procura de fretes. Considera esses grupos de extrema utilidade, lembrando que no “começo a coisa era meio bagunçada", mas que aos poucos está se profissionalizando. Leandro Dorneles tem 39 anos de idade e atua há 23 anos no setor de transportes de cargas. É dono da RM Logística Ltda., com sede em Uruguaiana/RS, e trabalha no transporte internacional com dois caminhões próprios e cerca de 40 agregados “por uma questão de praticidade e economia”. Conta que há pouco mais de um ano ficou conhecendo a utilização do WhatsApp para a formação de grupos específicos para o setor de transportes de cargas, através do amigo Clé-

A utilização de aplicativos para a contratação de fretes torna tudo mais rápido e econômico, diz o carreteiro Cristiano Rosa dos Santos, que faz a rota internacional www.ocarreteiro.com.br

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TECNOLOGIA ber Scolari. Lembra que desde então tornou-se um grande admirador dessa ferramenta. Hoje ele mantém quatro grupos dirigidos para cada tipo de carga, veículo ou destino. No total reúne cerca de 500 seguidores e sempre com ótimos resultados para todos, facilitando os contatos entre o carreteiro e as transportadoras, a negociação dos valores dos fretes, adiantamentos, tudo online e de forma muito rápida, explica. Recorda que nas duas vezes em que o aplicativo esteve fora do ar foi um verdadeiro caos para os negócios, de tão grande que é a dependência desse sistema. Dorneles salienta que no início alguns estradeiros relutavam em comprar um aparelho mais moderno para fazer parte dos grupos. “Hoje, no entanto, a coisa se disseminou e todos estão usando, até mesmo as pessoas de mais idade e mais resistentes às novas tecnologias”, diz. Ele

Leandro Dorneles diz que ficou conhecendo o WhatsApp mais para a formação de grupo há pouco mais de um ano e se tornou grande usuário dessa ferramenta

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Quando precisa procurar frete, Pablo Machado recorre a agenciadores conhecidos, porque prefere fazer a negociação pessoalmente

acrescenta que tudo é feito com muita rapidez e economia, envio de fotos, cópia de documentos e detalhes sobre a viagem. “Uma ferramenta muito importante”, garante. O carreteiro Pablo Machado, 33 anos de idade e seis anos de volante, natural de Santo Ângelo/RS, dirige um caminhão na rota entre São Paulo e Chile, com carga certa para a mesma transportadora. Porém, quando precisa procurar frete, prefere recorrer a agenciadores conhecidos. Evita as agências online porque – segundo afirma – acabam sendo redirecionados para agências físicas ou para intermediários que acabam ficando com boa parte da comissão. Diz que é muita exploração, preferindo fazer as negociações pessoalmente. Agências virtuais, físicas ou grupos têm os dois lados: o bom e o ruim, afirma Sandro do Prado Candia, 47 anos de idade e 20 anos no


setor de transportes. Ele trabalha na Transmathias Transportes, de Uruguaiana/RS, e é membro de uma agência online, pagando um valor anual para anunciar a oferta ou procura de cargas. Também faz parte de grupos via WhatsApp. Apesar de gostar de todos, acredita que na agência física exista mais possibilidades de barganha, de negociação de valores, enquanto na agência virtual ou nos grupos os valores estão quase sempre fechados, dificultando a negociação. Destaca que são ferramentas muito úteis e com o tempo serão cada vez mais aperfeiçoadas. O autônomo Edenilson Conti tem 50 anos de idade, 15 anos de profissão, trabalha no transporte nacional de internacional, “ou para onde o frete for melhor”, como costuma dizer. Explica que prefere negociar direto

Sandro do Prado Candia, da Transmathias, diz que nas agências físicas existe mais possibilidade de negociação, mas admite que as ferramentas online são muito úteis

Na opinião do autônomo Edenilson Conti, o ideal é negociar direto com as empresas, porque os agenciadores se tornam sócios do frete

com as empresas porque os agenciadores se tornam sócios do frete. “Só em último caso”, afirma. Também não gosta de agências virtuais, prefere os grupos – está cadastrado em dois ou três – onde tudo funciona mais rápido e não tem despesa. Conti revela que no início ficou meio relutante em “adotar a nova tecnologia do smartphone,” porém com a ajuda do filho e de amigos foi se interessando. Ao final, ele próprio instalou o aplicativo e começou a usar. Hoje faz contatos para contratação de fretes através de grupos, fala com a empresa, envia fotos, documentos, fala com a família. Tudo de graça. E até aproveita para ensinar alguns colegas a fazer ligações ou utilizar o WhatsApp, Skype ou outros aplicativos em viagens internacionais. Lamenta que as conexões sejam tão ruins no Brasil. “Na Argentina e Chile é uma beleza, até nas Cordilheiras pode-se conectar”, afirma. www.ocarreteiro.com.br

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RODOVIAS

AQUÉM DAS NECESSIDADES

O desenvolvimento e o crescimento da malha rodoviária nas últimas décadas não acompanhou as reais necessidades do transporte rodoviário de cargas

Embora no Brasil a maior parte das mercadorias seja transportada por caminhões, em mais de quatro décadas o desenvolvimento da malha rodoviária foi bastante desproporcional ao crescimento do setor de transporte terrestre

POR João Geraldo

26 O CARRETEIRO


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os últimos 45 anos, a partir de 1970, os investimentos em infraestrutura rodoviária não se destacaram como uma das prioridades do País, embora mais de 60% das mercadorias sejam transportadas por caminhões. A diminuição do nível de investimentos em estradas ocasionou problemas no sistema em todo o Brasil, tais como custos adicionais, perda de competitividade, aumento nos tempos das viagens, acidentes, dentre outros problemas. Isso porque desde então, o crescimento da malha rodoviária brasileira foi desproporcional à evolução do transporte rodoviário de carga. Especialistas do setor defendem que enquanto o TRC avançou mais de 500%, as rodovias desenvolveram apenas 40%, um número muito abaixo das reais necessidades do setor para escoar a produção brasileira por estradas. Grandes obras, como a Rodovia Transamazônica, planejada durante o governo Médici, entre os anos de 1969 e 1974, não foram concluídas. Do total de 8 mil quilômetros previstos para ligar a região Nordeste e Norte do Brasil - além do

Peru e Equador - apenas 4 mil quilômetros foram concluídos, e com trechos sem pavimentação, o que dificulta o tráfego pela região. Taxas, contribuições e impostos criados para serem investidos em rodovias tiveram parte dos tributos recolhidos aplicados em outros setores da economia, conforme comprovam dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que mostram que entre 2002 e 2009 foram arrecadados R$ 51,8 bilhões com a Contribuição Social e de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) dos quais apenas R$ 19,2 bilhões (37,1%) foram destinados ao setor de transportes. Além disso, os investimentos públicos caíram de 1,80% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1975 para 0,1% em 1995, e fatos como esses trouxeram à tona a discussão em torno de um possível apagão logístico. De acordo com o coordenador técnico da NTC&Logística, Neuto Gonçalves dos Reis, a falta de aplicação de recursos na infraestrutura, ocorrida principalmente entre 1991 e 2003, resultou no mau estado das rodovias brasileiras.

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RODOVIAS Ainda de acordo com Reis, mesmo com o crescimento de 300% da malha pavimentada durante as últimas décadas, a situação das estradas ainda prejudica o setor de transportes e causa impacto direto sobre o custo operacional dos caminhões. A decadência da malha rodoviária, conforme explicou, gerou uma situação altamente prejudicial à economia do País, como aumento no consumo de combustível, elevação dos índices de acidentes e acréscimos nos custos operacionais dos veículos. A isso se somam também aumento nos tempos de viagem e elevação dos custos ambientais, entre outros pontos negativos. Em maio de 1996, por meio da lei 9.227, foi permitida a delegação de rodovias da União para Estados, Distrito Federal e municípios, que poderiam explorar diretamente os trechos que lhe interessavam ou transferir a concessão para o setor privado, mediante concorrência pública. Apesar da criação dos pedágios, uma figura nova nas estradas brasileiras, a concessão, resolveu

alguns dos problemas em algumas das principais rodovias que passaram para a inciativa privada. Estudos viabilizados por entidades representativas dos transportadores de cargas indicam que o ganho ao trafegar em rodovias concedidas é maior que o custo do pedágio, especialmente para caminhões. Em 2007, a criação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) possibilitou, em parte, um aumento dos investimentos em transportes. Neuto Reis relembra que incialmente se previa investimentos de R$ 33,4 bilhões em rodovias, sendo R$ 8,1 bilhões em 2007 e R$ 25,3 bilhões entre 2008 e 2011. Em 2010, o governo lançou o PAC-2, com investimentos que incluem as obras não concluídas no PAC-1, e verba de R$ 50,4 bilhões em rodovias, sendo R$ 48,4 bilhões entre 2011 e 2014 e R$ 2,0 bilhões após 2014. As metas incluíam a manutenção de 55 mil quilômetros e a construção de 7.989 quilômetros, além de projeto para se construir mais 12.636 quilômetros.

ÍNDICES ALARMANTES

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urante evento sobre perspectivas do setor de transporte e logística, realizado mês passado Instituto Legislativo Brasileiro, a coordenadora de economia da Confederação Nacional de Transportes (CNT), Priscila Santiago, criticou o baixo investimento público em infraestrutura e destacou que ao longo das últimas décadas vem diminuindo ainda mais. De acordo com ela, em 1975 o percentual era de 1,8% do PIB do Brasil e em 2015 caiu para 0,19%. A especialista defendeu também um plano de transporte integrado e ressaltou

28 O CARRETEIRO

a importância de uma política nacional com objetivos e metas de longo prazo. Na ocasião, Priscila Santiago também reclamou dos vários órgãos que se sobrepõem na gestão de transporte e o baixo índice de apenas 12,4% de quilômetros pavimentados com 57,3% das rodovias deficientes no estado geral de conservação. “É preciso incentivar o investimento privado oferecendo segurança jurídica, garantir a qualidade nos investimentos públicos e renovar a frota para mudar esse quadro no Brasil”, concluiu.


BOLETIM DE PNEUS CLASSIFICADOS

A IMPORTÂNCIA DAS REVISÕES

T

odos sabemos da importância de uma revisão antes da saída para uma viagem. Muitos itens são passíveis de falhas durante o trajeto. Temos notícias constantes sobre acidentes, nos quais fica claro que a causa foi alguma falha mecânica que poderia ter sido evitada se o veículo tivesse passado por uma simples revisão. Vários itens devem ser verificados tais como estado geral de todos os pneus. Cabe observar se há cortes, bolhas, desgastes irregulares, separações, desgaste geral, lembrando sempre que o limite legal de uso é de 1,6mm de profundidade de sulco. A pressão de ar também deve ser verificada e ajustada à carga e se está equalizada, sem diferença entre os pneus. O estado geral dos freios como trinca nos tambores de freio, circuito de ar, ovalizações etc, também merecem atenção. Igualmente importante é o estado geral das suspensões e do sistema de direção. Esses itens talvez sejam os mais críticos e os que mais provocam acidentes. Tanto o sistema de suspensão quanto o de direção devem ser verificados se apresentam folgas excessivas, trincas, eficiência dos amortecedores, desgaste das lonas e pastilhas de freio. Cabe verificar também se há rodas

presas que danificam todo o sistema, inclusive os pneus, devido ao superaquecimento etc. Outros itens que merecem atenção são o chassi, para ver se há trincas que podem comprometer todo veículo e sua carga; sistema de arrefecimento do motor; nível de todos os fluidos e a correção, se for o caso, e posicionamento correto da carga para evitar sobrepeso em determinado eixo. Aliás, a sobrecarga deve ser evitada, pois o veículo foi concebido para transportar determinado peso, assim como todos os seus componentes. A sobrecarga atinge com maior intensidade os pneus, os quais têm sua vida útil reduzida e sua segurança comprometida, pois podem falhar a qualquer momento durante a viagem e causar sérios danos ao veículo, à carga e/ou passageiros. Um veículo com uma boa revisão pode rodar praticamente 24 horas por dia fazendo com isso uma excelente utilização, já que o custo atual de um veículo novo é alto e temos de lembrar que uma máquina como o caminhão, ônibus, ou outros, não precisam de descanso. Vamos destacar também que uma simples revisão pode evitar muitos contratempos na estrada.

Esse boletim é de redigido por Guilherme Junqueira Franco que tem a formação TTS (Truck Tire Specialist). Qualquer dúvida entrar em contato diretamente pelos e-mails: guijunqueirafranco@gmail.com ou drpneus1@yahoo.com.br www.ocarreteiro.com.br

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O CARRETEIRO


LANÇAMENTO

FOTOS Divulgação

FOCO NA ROBUSTEZ E NA CAPACIDADE DE CARGA

Nova família de caminhões médios da Ford traz mudanças técnicas no trem de força, sistemas de suspensão e freio, entre outros itens que tornaram os veículos mais robustos e com maior capacidade de carga

POR João Geraldo

32 O CARRETEIRO


M

esmo diante da expectativa de que a recuperação do mercado de caminhões será lenta, a Ford prossegue apresentando novos produtos ao mercado. Depois do lançamento da linha automatizada Cargo Torqshift, no início deste ano, a companhia acabou de apresentar outros três novos modelos do seu portfólio de produtos da linha Car-

go 2017. Trata-se dos médios C-1415 e C-1519 (ambos com capacidade para transportar uma tonelada a mais em relação à respectiva versão anterior) e o C-3129 6X4, caminhão para aplicações pesadas. Dos três novos produtos apresentados, o Cargo 1419, modelo médio para PBT de 14.500 kg, utiliza motor Cummins de quatro cilindros com 189cv de potência a 2.300rpm e torque de 61,2 kgfm a 1.500rpm. Indicado para distribuição urbana, de curta e média distância, com diferentes implementos, o veículo tem como uma de suas características a capacidade para transportar até 1.300 kg a mais do que um dos principais concorrentes, conforme destacou Flávio Costa, gerente de marketing de caminhões. Outros detalhes técnicos do modelo são descritos pelo chefe de engenharia da Ford Caminhões, João Filho. Ele cita inicialmente o novo eixo dianteiro e a caixa de transmissão Eaton, de seis marchas, e o eixo traseiro Méritor de dupla velocidade, mais robusto e durável do que o do modelo anterior (C-1319). O quadro do chassi também mudou, de acordo com Filho, tem longarinas produzidas com aço de especificação superior e ganhou mais resistência, tanto pelo material com o qual é produzido quanto pelas travessas duplas. A engenharia mexeu também no sistema de freio, o qual ganhou novos componentes de maior durabilidade. Itens como a câmara de freio (20”) e as sapatas – com largura de 15x7 ficaram mais robustas do que as utilizadas na versão anterior de 13 toneladas. João Filho acrescenta que no C-1419 as rodas na medida www.ocarreteiro.com.br

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LANÇAMENTO

20x7,5 com 10 furos (ao invés de 8) e os pneus 275/80 R22,5 sem câmara, seguem o mesmo padrão dos modelos mais pesados da linha Cargo. Para finalizar, cita que o entre eixos é de 4.800 mm e o tanque de combustível tem capacidade para 275 litros de diesel e 25 litros o de Arla 32. O segundo modelo médio apresentado pela Ford, o 1519, cujo PBT é para 15.400 kg, tem as mesmas características técnicas do C-1419, inclusive motor de 189cv(com torque de 61,2 kgfm na faixa de 1.100 a 2.100rpm). Também são iguais a caixa de câmbio e eixo traseiro de dupla velocidade, este porém, com relação 4,56/6,21:1, enquanto no 1419 a relação é 4,45/6,36:1. Sistema de suspensão dianteira e traseira também recebeu componentes novos, como barra estabilizadora, suportes de mola, amortecedores etc. 34 O CARRETEIRO

Os tanques de combustível e Arla 32 têm as mesmas capacidades. O C-1519 será oferecido pela Ford como um caminhão também para aplicações urbanas, entre as quais a companhia destaca, distribuição de bebidas, de material de construção, mudanças e operações rodoviárias em trechos de médias e curtas distâncias. Já o Cargo 3129 6X4, equipado com motor de 6.7 litros e potência de 290cv e PBT para 30.500 kg – e capacidade máxima de tração de 42.000 kg, é um veículo para serviços pesados, como o transporte de cana de açúcar, madeira e operações na mineração. O modelo, cujo eixo traseiro motriz – de simples velocidade - tem redução de 5,38:1, ampliou a oferta de caminhões 6X4 da montadora. Outros produtos traçados da marca são o C-2623, C-2329 e C-3133.


Indicados para operações de distribuição urbana, curta e médias distâncias, os novos modelos cargo 1419 e 1519 trazem uma série de novidades

Flávio Costa explica que o Cargo 3129 6X4 combina o PBT do modelo 3133 com motor de 290cv e relações reduzidas para gerar maior torque e melhor partida em rampas. “É o veículo ideal para aplicações que exigem alta capacidade, mas não precisam de tanta exigência como os modelos fora de estrada, oferecendo melhor adequação ao custo”, detalha. O Cargo 3129 inclui também em suas aplicações a versão Mixer, com Escapamento vertical e tomada de força traseira para betoneira. De acordo com João Pimentel, diretor de operações da Ford Caminhões, os novos produtos atendem os desejos dos clientes, pois chegam ao mercado com maior capacidade de carga, consumo de combustível reduzido, menos períodos de manutenção e também passaram por

mudanças que os deixaram mais robustos. “Desenvolvemos o produto certo para a aplicação certa e com maior disponibilidade. Isso resulta em maior rentabilidade para o negócio do cliente”, comentou. Ainda de acordo com o diretor de operações da companhia, os novos modelos estão totalmente alinhados com as atuais necessidades do mercado. “Aumentar a produtividade tornou-se vital para todos os setores de atividade, principalmente no transporte”, disse o executivo acrescentando que toda a experiência da engenharia da Ford foi aplicada para o desenvolvimento desses novos caminhões, para que tragam um impacto positivo na operação do cliente.

O novo Cargo 1519 manteve o mesmo nome, porém oferece uma tonelada a mais de PBT em relação ao modelo anterior, explica Flávio Costa www.ocarreteiro.com.br

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LANÇAMENTO Em relação ao mercado de caminhões nos próximos meses, Pimentel acredita que o segundo semestre deste ano será um pouco melhor do que o primeiro para o mercado de caminhões, porque o índice de confiança está subindo no País. Porém, alerta que apesar da indústria brasileira de caminhões ter capacidade superior a 170 mil unidades, ainda deve demorar alguns anos para este volume ser atingido. Flávio Costa, acrescenta que independente da indústria, a Ford tem de continuar desenvolvendo novos produtos, principalmente porque a empresa conta com uma engenharia avançada, com modernas tecnologias e também o campo de provas em Tatuí/SP, onde a empresa desenvolve e simula todos os tipos de testes com o veículo. Os preços dos novos produtos, divulgados durante o lançamento, são os seguintes: Cargo 1419, R$ 165.000 Cargo 1519, R$ 171.900 mil; Cargo 3129, R$ 273,900 e Cargo 3133, R$ 273.900. Os veículos

são disponibilizados em seis opções de cores: Branco Ártico e Vermelho Bari (sólidas); Prata Geada (metálica) e Cinza Camburi, Azul Maresias e Vermelho Icaraí (perolizadas).

Os novos modelos atendem aos desejos dos clientes em relação à capacidade de carga, consumo e manutenção, diz João Pimentel

O Cargo 3129 6X4 Mixer tem também uma versão preparada também para betoneira, com escapamento vertical e tomada de força traseira

36 O CARRETEIRO


AS OLIMPÍADAS E PARALIMPÍADAS SE APROXIMAM!

C

ontagem regressiva para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 no Rio de Janeiro. Durante o mês de agosto, as Olimpíadas contarão com quarenta e dois esportes e trezentos e seis provas valendo medalhas nas modalidades masculina, feminina e mista. Enquanto nas Paralimpíadas, em setembro, atletas estarão competindo em vinte e três esportes e em mais de quinhentos e vinte provas. Com toda a atenção mundial e fluxo de pessoas que um evento esportivo deste porte cria, as estradas brasileiras podem ficar mais movimentadas, principalmente na região sudeste do país. Cuidados com a sua velocidade e dos outros motoristas e ultrapassagens são es-

senciais em tempos de muita movimentação nas rodovias. Além do cuidado na direção, o motorista de caminhão, enquanto agente de proteção, pode e deve ficar de olho em crianças e adolescentes em situação de risco. Se deparar com meninos ou meninas sendo explorados sexualmente dentro ou fora das estradas, disque 100. A ligação é gratuita e anônima. É muito melhor trafegar com segurança nas rodovias movimentadas e assistir aos jogos olímpicos, seja em casa com a família e amigos ou nos pontos de parada quando você se protege e garante também a proteção de crianças e adolescentes.

Para saber mais, acesse: Childhood Brasil www.childhood.org.br Programa Na Mão Certa www.namaocerta.org.br www.ocarreteiro.com.br

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CAMINHÃO

PRODUTO EM EVOLUÇÃO

Nos quase 50 anos entre a primeira edição da revista O Carreteiro e os dias de hoje, o caminhão evoluiu tanto que de uma máquina barulhenta, desconfortável e difícil de ser dirigida, passou a ser uma eficiente e importante ferramenta para o setor do transporte rodoviário

POR João Geraldo

40 O CARRETEIRO


Q

uando a edição número 1 da revista o Carreteiro chegou às estradas, em julho de 1970, os caminhões eram bem diferentes do atuais. Barulhentos, com cabines apertadas e baixa potência, não dispunham de ar-condicionado ou vidros com levantadores elétricos e direção com assistência hidráulica não era ainda um privilégio de todos os modelos. No início da década de 1970, os modelos com motor a gasolina mantinham ainda presença no mercado; e o conforto do carreteiro não estava entre as prioridades dos fabricantes do setor. Com a chegada no País de novas montadoras, mais o incremento da tecnologia e a especialização do transporte rodoviário de cargas, o caminhão foi deixando de ser o veículo carrega tudo e a ganhar definição para o tipo de aplicação.

Outro passo importante na trajetória do transporte é que o compromisso da concessionária e do fabricante do caminhão deixou de encerrar após entrega do veículo ao cliente. Manter o veículo rodando o maior tempo possível passou a ser fundamental para o resultado positivo do negócio de transporte. Com isso, o atendimento pós-venda e a manutenção preventiva ganharam mais importância. O transportador tinha de se dedicar a transportar e ter oficina própria já não era tão vantajoso. A busca pela eficiência provocou uma mudança na preferência dos transportadores, que passaram a preferir os caminhões com cabina avançada (cara-chata) ao invés dos convencionais. O motivo não era outro senão transportar mais carga por veículo, já que o espaço ocupado pelo motor – sob o capô – seria transferi-

Caminhões expostos na Fenatran de 2015 com as mais recentes tecnologias de eletrônica embarcada e da conectividade

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CAMINHÃO

Motores de baixa potência e um mesmo modelo para diversos tipos de trabalho eram parte do cenário do transporte no início dos anos 70

do para a plataforma de carga. Scania e Volvo foram as primeiras a tirar de linha os modelos bicudos. E o conceito de ouvir o transportador para lhe oferecer o produto mais adequado, também foi ganhando espaço no mercado. Convidar clientes para mostrar um produto para determinado segmento, ouvir suas sugestões de alterações, também. Além disso, as inovações nos caminhões e a era da eletrônica embarcada, em 1990, começaram a exigir melhor preparação dos motoristas. Além da entrega técnica, que passou a ser uma importante ação a fim de adequar o produto à aplicação a que será submetido. Atualmente, embora a frota esteja bastante envelhecida, o caminhão é visto mais como uma solução para o negócio de transporte do que propriamente como um veículo de carga. Além disso, os caminhões produzidos atualmente são muito mais seguros, confortáveis e eficientes. Poluem menos e estão entrando na era da conectividade, recebendo e enviando informações durante todo o tempo, fa42 O CARRETEIRO

cilitando a operação de transporte em diversos aspectos. Também já se prospecta para dentro de alguns anos o caminhão autônomo, que anda sozinho, mas os especialistas garantem que o motorista continuará na cabine e seu papel será o de gestor do transporte. Quem viver verá.

Depois de 500 edições da Revista O Carreteiro, o caminhão já viaja sem necessidade do motorista estar o tempo todo ao volante


O NOVO JÁ ESTÁ NO AR COM MUITO MAIS I NFORMAÇÕES E FACI LI DADE PARA NAVEGAR.

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FRETE ELETRÔNICO

O PARCEIRO DO CARRETEIRO Aplicativos eletrônicos de cargas ajudam os carreteiros a não rodar vazios e trazem uma nova era na negociação de fretes, informações para os motoristas e facilidades na estrada

POR Leonardo Andrade

44 O CARRETEIRO


E

ssa tal de era da informação está mudando o mundo e não é de hoje. A gente vê todos os dias como a Internet revolucionou as relações humanas, os hábitos de consumo, o acesso à informação. Hoje, tudo está na rede, todo mundo está conectado às mídias sociais e, com os celulares modernos, os smartphones, temos o

mundo na palma das nossas mãos a qualquer momento. E que vantagem o carreteiro e o mundo do transporte de cargas levou. Para começar, o Brasil começou a ver, em meados de 2013, o nascimento de um novo jeito de relacionar quem contrata frete com quem transporta carga. E esse jeito novo, usando aplicativos eletrônicos de cargas, está crescendo e se transformando em uma ferramenta importante para a vida do estradeiro. Estima-se que hoje existam mais de 500 mil motoristas de caminhão autônomos que já baixaram algum aplicativo de frete. Entre os principais do mercado, nomes como TruckPad, Busca Cargas, Fretebras, Brasil Frete e Sontra começam a ficar cada dia mais populares e a fazer parte do cotidiano do transportador autônomo. Em todos eles o carreteiro pode encontrar vantagens, informações e benefícios. Com o aplicativo é possível, por exemplo, o motorista receber as ofertas de carga, negociar o frete, saber qual é a distância para fazer a coleta e a entrega, calcular o pedágio, mandar uma mensagem à família que está em casa e ainda organizar suas finanças. A cada dia, os desenvolvedores criam novas aplicações e vantagens para os usuários. "O uso do aplicativo traz economia, agilidade e confiabilidade aos processos e beneficia os dois lados: o carreteiro e o embarcador. O Brasil tem um mercado enorme de transporte de cargas e, segundo nossas pesquisas, cerca de 80% dos transportadores autônomos já ouviram falar dos aplicativos eletrônicos de www.ocarreteiro.com.br

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FRETE ELETRÔNICO

Para dirigentes das empresas que operam frete com aplicativos eletrônicos, os agenciadores tradicionais ainda vão continuar no mercado

frete. Mas é um mercado ainda em expansão, precisamos disseminar esse conceito para melhorar o transporte brasileiro como um todo", comenta Amanda Hurtado, executiva do BuscaCargas, um dos aplicativos em ascensão. "Ainda há carreteiros que têm medo de usar a novidade, não querem colocar seus documentos no

aplicativo. A partir do momento em que ele confiar no sistema, sua vida vai mudar, pois ele não vai mais precisar gastar para correr atrás de uma carga de retorno, ser explorado por atravessadores e vai ter o direito de negociar seus fretes, ganhar melhor e ter mais orgulho de ser carreteiro", diz Carlos Mira, empresário e criador do TruckPad, um dos pioneiros dos aplicativos no Brasil, e que também já foi presidente de transportadora. Datar o início dos aplicativos de frete aqui no Brasil não é fácil, pois antes mesmo que houvesse os sistemas para dispositivos móveis, o conceito de frete eletrônico e sites que ofereciam fretes já existia desde 2008. Mas os pioneiros, os primeiros sistemas a surgir, foram o Fretebras e o TruckPad, um a partir da tradição dos fretes online via site, o outro com uma trajetória de startup vencedora de prêmios, aceleração nos Estados Unidos e grandes investidores. "Nosso aplicativo foi lançado em 2013, mas a ideia do TruckPad nasceu em 2011, quando voltei de uma viagem à Califórnia, visitando o Vale do Silício. Fomos ganhadores de

Segundo estimativas, atualmente mais de 500 mil motoristas de caminhão autônomos já baixaram algum aplicativo de frete

46 O CARRETEIRO


FOTO Leo Andrade

Pelo smartphone, os aplicativos possibilitam receber ofertas de carga, negociar o frete, calcular pedágio, se comunicar com a família, além de várias outras funções

prêmios internacionais de inovação em startups e ficamos seis meses aprimorando o sistema nos Estados Unidos", conta Carlos Mira. Hoje o TruckPad é o líder do mercado, com 450 mil downloads. Ariadne Godinho, diretora Comercial da plataforma Fretebras, destaca a plataforma de fretes online da empresa foi lançada nos anos 2000, e somente em 2008 o sistema foi batizado de Fretebras. Existimos para ampliar o campo de visão do

carreteiro e hoje temos 170 mil veículos cadastrados, com cerca de 300 novos usuários todos os dias", explicou a executiva. Já o BuscaCargas, que conta com mais de 20 mil usuários, surgiu da iniciativa do empresário Tiago Gobett que também viu nos Estados Unidos uma realidade de tecnologia que poderia ser aplicada no Brasil. "Após percorrer o território americano de caminhão, o Tiago percebeu que os motoristas ficavam buscando novas cargas pelo notebook. A partir daí voltou ao Brasil com a ideia de criar um sistema nacional, investindo pesado no sonho e conquistando uma base de motoristas e de embarcadores", diz Amanda Hurtado. Com o desenvolvimento de vários sistemas disponíveis no mercado, atualmente, todos gratuitos, a oferta de aplicativos de carga é grande e as facilidades para o usuário se multiplicam a cada dia. A unanimiwww.ocarreteiro.com.br

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FRETE ELETRÔNICO O Brasil tem um grande mercado de transporte de carga, onde mais de 80% dos autônomos já ouviram falar dos aplicativos eletrônicos de frete

dade entre os desenvolvedores dos sistemas é a otimização de recursos para o carreteiro, para o embarcador e para o transporte como um todo. "O Brasil depende do caminhão e em diversas frentes os aplicativos são uma forma de melhorar essa relação entre quem transporta e quem contrata o frete”, diz Leonardo Ribeiro, gerente de Desenvolvimento do Brasil Fretes, aplicativo que também segue em ritmo de crescimento. Ele acrescenta que a nossa proposta é oferecer uma base sólida de embarcadores, principalmente no agronegócio, para atrair os motoristas com boas ofertas de carga, facilitando a vida do carreteiro e trazendo mais confiabilidade aos processos. Além de oferecer a oportunidade de buscar novas cargas para não rodar vazio, oferecer mais informações ao embarcador, dar liberdade para o carreteiro negociar seu frete e tantas outras vantagens, os sistemas eletrônicos de frete estão preparando mais utilidades para facilitar a vida do estradeiro. Os sistemas já calculam o frete, o pedágio, faz as rotas, traz informações de trânsito e dão a localização do caminhão. 48 O CARRETEIRO

Agora, os sistemas querem ajudar o transportador autônomo mais de perto, oferecendo assessoria até para fazer o cadastro, ajeitar os documentos e fazer a checagem do caminhão. "Muitas vezes o carreteiro não consegue ser contratado pelo embarcador por uma questão de detalhe de documentação, ou por causa do cadastro.

Leonardo Ribeiro, do Brasil Fretes, explica que a proposta é oferecer uma base sólida de embarcadores, principalmente no agronegócio, com boas ofertas de carga


Nós estamos testando um serviço que liga para o motorista, o auxilia a fazer o cadastro na gerenciadora de risco, cuida dos documentos e tudo mais, para ajudá-lo em todo o processo e garantir a contratação", revela Carlos Mira, do TruckPad. O uso dessas tecnologias modernas em prol do transporte de cargas, para melhorar a vida do carreteiro é uma tendência irreversível. Mas será que isso vai acabar com os agenciadores de carga tradicionais? Segundo o pessoal dos aplicativos, ainda não. O frete direto no celular traz transparência para as relações, movimenta uma onda de organização, de valorização do trabalho do motorista de caminhão e espanta os oportunistas. Quanto ao agenciador que só atravessa a operação, que ganha porcentagem sobre o frete sem agregar nada, esse deve desaparecer aos poucos. Isso porque o carreteiro está cada vez mais bem informado e inserido em uma rede de informa-

ções que o ajuda a ser mais eficiente, mais rentável, produtivo e melhor em seu trabalho. A tecnologia veio para ficar e tem sido uma boa companheira até agora.

Ainda há carreteiro com medo da novidade, mas a partir do momento que ele confiar no sistema sua vida vai mudar, diz Carlos Mira, do TruckPad

OS CINCO MAIORES TRUCKPAD Um dos pioneiros, foi criado a partir de uma startup premiada, acelerada nos Estados Unidos e conta hoje com uma base de 450 mil veículos cadastrados. É parceira do MapLink. SONTRA Tem 250 mil usuários na base e trabalha para refinar as buscas e oferecer mais oportunidades aos carreteiros por meio de pesquisas. FRETEBRAS Pioneira na modalidade de fretes online, o aplicativo tem 170 mil veículos cadastrados e ganha 300 novos usuários todos os dias. BUSCA CARGA Com uma base de 30 mil carreteiros, o aplicativo tem a meta de ampliar as operações para cargas expressas e também para o transporte por meio de motocicletas BRASIL FRETES Com foco no agronegócio, o aplicativo tem nova versão disponível e promete trazer ofertas de peso para os carreteiros interessados nas cargas agrícolas

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LEGISLAÇÃO

LUZ NAS ESTRADAS Obrigatoriedade de rodar com faróis baixos acesos durante o dia é vista por motoristas de caminhão como uma medida sem efeito quando se trata de segurança nas rodovias

POR Evilazio de Oliveira

52 O CARRETEIRO


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brigatório em vários países, inclusive na Argentina, onde as multas aplicadas aos infratores são consideradas altas, o uso do farol baixo passou a ser obrigatório também nas estradas brasileiras. A lei é um assunto antigo no trecho, embora muitos carreteiros, motoristas de ônibus e de automóveis de passeio já trafegavam com as luzes acesas para seguir orientação das autoridades de trânsito visando o aumento de segurança. Até agora, os motoristas brasileiros estavam acostumados a determinações legais que - pelo menos aparentemente - tinham apenas o propósito de aumentar as despesas e causar transtornos burocráticos, como a obrigatoriedade do kit de primeiros socorros, extintores de incêndio, e exame toxicológico para a renovação da CNH, entre outros. A medida, sancionada pelo presidente da República em exercício, Michel Temer através da Lei 13.290, pune infratores com multa de R$ 85,13 e quatro pontos na CNH. Com as mudanças no Código de Trânsito Brasileiro, previstas para começar a valer no próximo mês de novembro, os valores das infrações terão aumento e passarão para R$ 130,16. Embora a utilização dos faróis baixos acesos durante o dia nas rodovias seja reconhecido internacionalmente como um importante item de segurança – inclusive nos novos caminhões a luz acende automaticamente ao se ligar o motor – ainda há quem torça o nariz, re-

clamando de um eventual desgaste do sistema elétrico do veículo, queima de lâmpadas, aquecimento da fiação e danos à bateria. Na opinião do carreteiro Gilvani Schaefer dos Santos, 55 anos de idade e 35 de profissão, a medida não muda em nada a segurança nas estradas. Ele, que trabalha com uma carreta tracionada por um cavalo-mecânico Scania ano 86, e roda apenas dentro do Estado do Rio Grande do Sul, acredita que é necessário dirigir com cuidado, obedecendo a sinalização e sobretudo com bom senso para evitar acidentes. Santos ressalta que é contra o uso de faróis acesos por causa da durabilidade de todo o equipamento elétrico. Para ele, trata-se de mais uma lei que vai pesar no bol-

Para o carreteiro Gilvani Schaefer, o que pode aumentar a segurança nas rodovias é dirigir com cuidado, obedecer a sinalização e ter bom senso para evitar acidentes

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LEGISLAÇÃO so do estradeiro, com o aumento do consumo de lâmpadas, sinaleiras e bateria. “Não vai adiantar nada”, diz. Além disso, vai precisar gastar com a instalação de uma chave para o farol baixo. Mesmo contrariado, ele afirma que vai obedecer a lei. Mesmo acostumado a viajar com os faróis baixos acesos durante o dia nas estradas argentinas, o motorista Delmar Rodrigues dos Santos, 50 anos de idade e 30 anos de volante, que trabalha com um caminhão ano 94 no transporte internacional, é contra essa determinação. Ele lembra que já foi multado na Argentina, onde é lei, por ter esquecido de ligar os faróis e acrescenta que no Chile não é obrigatório. Enfim, ele é contra, porque acha que esquenta a fiação, “judia” da bateria e facilita a queima de lâmpadas. Também

reclama de que no Brasil existem muitas obrigações para o carreteiro e pouco retorno. O autônomo Éder Freitas tem 36 anos de idade e 16 anos de profissão, natural de São Gabriel/RS, e dono de caminhão fabricado em 2014, viaja em todo o território nacional e considera a obrigatoriedade de usar os faróis acesos durante o dia “uma porcaria” que não vai evitar acidentes. Mas também não acredita que prejudique o sistema elétrico do veículo. E, como é lei para utilizar os faróis acesos, “que assim seja, vamos usar”, garante. Ao contrário dos colegas, Jaelson Andrade Soares, 48 anos de idade e 18 de profissão, natural, que dirige um caminhão ano 89, no transporte internacional, acha a medida muito importante para a segurança nas estradas. Afirma

Acostumado a viajar com faróis acessos nas viagens internacionais, Delmar Rodrigues acredita que será apenas mais uma obrigação sem qualquer retorno

Éder Freitas, que viaja por todos os Estados brasileiros, também não acredita que trafegar com os faróis acesos durante o dia possa evitar acidentes nas rodovias

54 O CARRETEIRO


Acostumado a rodar com o farol aceso em rotas internacionais, Jaelson Andrade acredita que se trata de uma medida importante para a segurança nas estradas

O eletricista de veículos, Rubens Telechea, garante que a exigência do farol aceso não vai causar qualquer dano aos veículos, conforme acreditam muitos motoristas

que já está acostumado e que ajuda muito na visibilidade, se enxerga melhor os veículos que trafegam em sentido contrário e auxilia nas ultrapassagens. Ele também lembra que rodar com faróis acesso é obrigatório na Argentina, país em que a maioria das rodovias são duplicadas. “Imagina nas estradas brasileiras, é uma medida muito importante”, reafirma. O dono da Auto Elétrica Silva, de Uruguaiana/RS, Rubens Telechea da Silva, 49 anos de idade e 16 de profissão, que trabalha no atendimento de caminhões e automóveis, garante que a medida não causa nenhum problema para os veículos. A não ser, a necessidade de se usar lâmpadas de boa qualidade. Ele lembra que todas as lâm-

padas têm um determinado tempo de vida útil. Então, além de produtos de boa qualidade, o carreteiro precisará se preocupar também em levar algumas peças para uma possível substituição. O eletricista lembra que é necessário revisar a fiação elétrica periodicamente e, em casos de caminhões mais antigos, aconselha a instalação de uma chave específica para o farol baixo, serviço que pode ser feito por cerca de R$ 100,00 incluindo material e mão de obra. Tudo muito simples, afirma. Ele é a favor da medida, por considerá-la importante em termos de segurança. Lembra que nas rodovias estaduais o uso dos faróis acesos é obrigatório em razão de uma lei antiga e que permanece em vigor. www.ocarreteiro.com.br

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FORA DE ESTRADA

FOTOS Divulgação

VOLVO APRESENTA VM PARA 32 TONELADAS

A maior capacidade de carga – 8 toneladas no eixo dianteiro e 24 nos traseiros – exigiu mudanças no sistema de freio do caminhão

Projetado para operações em áreas de terraplenagem, mineração leve e de construção civil, o VM 32 utiliza componentes dos modelos FH e FMX e está sendo apresentado pela Volvo como o caminhão com maior capacidade de carga em sua categoria

POR João Geraldo

56 O CARRETEIRO


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esenvolvido em parceria com clientes do segmento de caminhões vocacionais, no período de menos de um ano, o VM com PBT para 32 toneladas, apresentado pela Volvo no início de junho, chega ao mercado com capacidade de carga de 5,3 toneladas a mais do que seu antecessor, o VM 270 6X4, cujo PBT era de 26,7 toneladas. Entre outros detalhes técnicos, como eixos de tração com redução nos cubos, o novo veículo é equipado com caixa de transmissão I-Shift, a mesma utilizada nos modelos FH e FMX. O veículo chega ao mercado nas configurações 6X4 e 8X4 para atuar em operações de terraplenagem, mineração leve e construção civil, nichos de mercado com boa expectativa de crescimento nos próximos anos, considerando as obras de infraestrutura necessárias para o Brasil.

Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo do Brasil, disse que o lançamento do VM 32 ocorre num momento em que a confiança começa a voltar no País. “Em setembro já deveremos ter números mais positivos na indústria”, opinou o executivo, acrescentando que a Volvo investe continuamente para oferecer aos clientes a melhor solução para o transporte comercial. As alterações para o chegar ao PBT de 32 toneladas em relação ao modelo anterior passaram pela capacidade do novo eixo dianteiro, que subiu de 6,7 para 8,0 toneladas. Já o traseiro, com suspensão formada por molas semielípticas, é projetado para suportar 24 toneladas. O anterior era para 20 toneladas. O veículo tem entre-eixos de 3.650 mm e motor de 330cv a 2.200 rpm e torque de 1.300Nm/133kfm na faixa de 1.200 a 1.600 rpm “É uma suspensão mais robusta e proporciona manutenção simplifica-

Veículo foi desenvolvido em parceria com clientes para operar em diversas condições fora de estrada

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FORA DE ESTRADA

Eixos traseiros do VM 32 6X4 são os mesmos do Volvo FMX e com altura do solo que o possibilita trafegar em terrenos acidentados

da, pois em caso de necessidade, é possível trocar apenas uma das lâminas”, esclarece Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo. Ele acrescenta que os eixos do VM 32 são os mesmos usados pelos modelos Volvo fora de estrada FMX. Ainda de acordo com ele, o vão livre na área sob os eixos também permite uma operação mais segura em estradas sem asfalto. Tudo foi pensado para proporcionar maior disponibilidade do caminhão e, por consequência, mais produtividade e maior rentabilidade para operação”, detalhou Menoncin. Para que fosse viável suportar 8 toneladas, o eixo dianteiro recebeu mudanças por parte da engenharia da Volvo que envolveram a aplicação de molas parabólicas de alta capacidade, amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora. Os eixos traseiros, com redução nos cubos, e bloqueio de diferencial entre rodas e entre-eixos (de fábrica), também fazem parte do pacote técnico para dar mais robustez ao modelo. 58 O CARRETEIRO

Também são componentes da linha FMX os freios a tambor Z came. O engenheiro de vendas da Volvo, Ricardo Tomasi, destaca que esta configuração oferece diversas vantagens, entre as quais ele destaca maior durabilidade das lonas e maior capacidade de frenagem, além de mais segurança na operação. “Já os cilindros de freio traseiros foram montados sobre os eixos, posição que garante maior segurança para os componentes, protegendo-os de eventuais danos causados por obstáculos no solo”, acrescentou o engenheiro. Com as mudanças, afirma Francisco Mendonça, gerente de caminhões da Volvo, o VM 32, passou a ser o caminhão com maior PBT técnico em sua categoria. O executivo destaca ainda que na linha VM a transmissão automatizada tem obtido o mesmo sucesso alcançado nos modelos FH e FMX, nos quais a caixa I-Shift está presente em quase 100% dos modelos. “Na linha VM, em apenas três anos a caixa eletrônica já alcança cerca de 80% da produção”, finalizou.


DICA FEDERAL

USO DOS FARÓIS BAIXOS

E

ntrou em vigor no último dia 08 de julho a Lei 13.290, de 23 de maio de 2016, que torna obrigatório o uso de farol baixo aceso durante o dia nas rodovias. A lei alterou dois artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): os artigos 40, inciso I e o artigo 250, inciso I, alínea “b”. Nas duas situações, a nova redação acrescenta as palavras “nas rodovias”. Assim, a partir do dia 08 de julho, os condutores deverão acender os faróis baixos em todas as rodovias. A nova norma também prevê a multa para o condutor que não seguir a recomendação da Lei 13.290. A infração é média, com quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa no valor de R$ 85,13. Vale lembrar que em novembro, a infração média passará para o valor de R$ 130,16. A obrigatoriedade não é uma novidade para o condutor, já que o CONTRAN, em 1998 emitiu a Resolução 18/98, que recomenda o uso dos faróis em luz baixa com as seguintes justificativas: o sistema de iluminação é elemento integrante da segurança ativa dos veículos; as cores e as formas dos veículos modernos contribuem para mascará-los no meio ambiente, dificultando a sua visualização a uma distância efetivamente segura para qualquer ação preventiva, mesmo em condições de boa luminosidade. A norma é simples, mas tem gerado confusão em relação a qual luz

o condutor deve deixar ligada. A nova lei diz farol baixo, diferente do farolete, farol de milha, farol de neblina e Daytime Running Light (DRL). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que enviou ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) um questionamento sobre a utilização do DRL, também conhecido como farol de rodagem diurna. Até manifestação formal e definitiva do Contran, a PRF aceitará a utilização do DRL em substituição ao farol baixo durante o dia. Farol Baixo e Lanterna – Muitos condutores ainda têm dúvidas sobre a nova norma. O farol baixo não pode ser confundido com a lanterna ou luz de posição. A lanterna não substitui o farol baixo dentro da nova regra. O farol baixo é o mesmo utilizado durante a noite, destinado a iluminar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos condutores e outros usuários da via que venham em sentido contrário. O uso do farol baixo não é apenas para garantir que o motorista veja o que está à sua frente, mas também, para que seja visto por outros motoristas e pedestres. O uso simultâneo do farol baixo e do farol de neblina não é considerado infração de trânsito. Contudo, a PRF informa que o uso apenas do farol de neblina durante o dia, sem o acionamento do farol baixo nas rodovias, deverá ser enquadrado no artigo 250, I, b, do CTB. www.ocarreteiro.com.br

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FOTOS

Divulgação

MELHOR MOTORISTA

DISPUTA ENTRE ESTRADEIROS Está dada a largada para a competição que vai definir o melhor motorista de caminhão do Brasil, evento promovido pela Scania e que este ano vai definir também o melhor da America Latina, que vai levar como prêmio um caminhão Streamline Highline R 440 6X2

POR

João Geraldo

60 O CARRETEIRO


A

Scania do Brasil abriu inscrições para a sexta edição da competição que define o melhor motorista de caminhão do País. Agora, sob o novo nome de Scania Driver Competitions (SDC), o evento tem como meta principal o treinamento, valorização e qualificação do motorista de caminhão, e tem também como objetivo promover mais segurança nas estradas, reduzir custos operacionais e trazer mais sustentabilidade ao setor do transporte rodoviário. Criada na Suécia em 2003 pela Scania, com o nome de Young European Truck Driver, como um incentivo para atrair jovens para a profissão, a competição foi realizada pela primeira vez no País em 2005, com o nome de Melhor Motorista de Caminhão do Brasil. O MMCB, como ficou conhecido, já teve edições em 2008, 2010, 2012 e 2014.

Este ano, a ação promovida pela Scania - cujas inscrições estão abertas para todos os motoristas com CNH categoria E desde o dia 09 de junho e vão até 31 de agosto – conta com novidades no formato e na premiação. A primeira delas é a mudança de nome e Melhor Motorista de Caminhão do Brasil para Scania Driver Competitions (SDC). Outra novidade é que a partir deste ano, o Scania Driver Competitions passa a ter uma final latino-americana envolvendo os três finalistas do Brasil, Argentina, Chile e Peru. O motorista que se sobressair como o campeão latino americano receberá como prêmio um caminhão Scania Streamline Highline R 440 6X2, zero quilômetro, cujo preço de tabela é de R$ 548 mil. Em seu novo formato, o SDC tem seis fases e a única forma do motorista se inscrever no SDC é pelo site www.scaniasdc.com.br. Após o cadas-

Os 60 motoristas melhores na fase três estarão classificados para a semifinal nacional, da qual sairão 27 candidatos ao título nacional www.ocarreteiro.com.br

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MELHOR MOTORISTA

Além das provas que comprovam a habilidade do carreteiro, o percurso também tem grande importância na seleção dos finalistas

tramento, ele será avaliado por meio de uma prova que simula uma viagem online completa, da carga à descarga, na qual serão abordados temas relacionados à legislação, preocupação com meio ambiente, condução responsável, defensiva e econômica. Na segunda fase, ainda online (pelo site ou aplicativo), o motorista é sub-

O campeão da edição de 2014, Eliardo Locatelli, já confirmou que vai participar da competição e tentar chegar à final latino-americana

62 O CARRETEIRO

metido a uma prova teórica. Para ser aprovado para a fase três – das etapas regionais - o motorista tem de estar entre os melhores das fases um e dois e escolher uma concessionária Scania, dentro uma lista já definida, para fazer a prova teórica presencial. Os aprovados terão quatro horas de treinamento mais provas teóricas e práticas. Nesta fase serão 20 etapas em 20 locais diferentes, saindo três motoristas vencedores em cada uma delas. Ao final serão 60 participantes selecionados que disputarão a quarta fase, a semifinal nacional, dias 08 e 09 de novembro. Após as provas teóricas, checklist e provas de percurso e de manobras, restarão 27 motoristas (os quais já terão garantido um curso presencial Master Driver Scania de 40 horas) para disputar a final nacional, dia 10 de novembro. Rodrigo Machado, coordenador do Scania Driver Competitions Brasil, destaca que ao efetuar o cadastro o motorista pode baixar um folheto digital com conteúdo educativo so-


bre a legislação de trânsito vigente, preocupação ambiental e dicas relacionadas à condução responsável, defensiva e econômica. “O folheto ajudará o participante a passar para a próxima fase e ficará disponível no portal mesmo após o fim da competição”, acrescenta. De acordo com Rodrigo Machado, o vencedor da final brasileira receberá um prêmio no valor de R$ 40 mil; o segundo colocado de R$ 20 mil e o terceiro de R$ 10 mil. “Os três podem usar o montante para compras em rede conveniada e ainda levar para casa um kit de produtos Ipiranga”, acrescentou o coordenador da competição. A final para definir o campeão da America Latina, que reunirá 12 finalistas - sendo três de cada um dos quatro países participantes - aconte-

Rodrigo Machado, coordenador da competição, destaca que os 27 motoristas classificados para a final nacional vão ganhar um curso

cerá nos dias 26 e 27 de novembro, em São Paulo. O segundo colocado ganhará R$ 25 mil em dinheiro e o terceiro R$ 15 mil.

QUALIFICAÇÃO DE MOTORISTA

S

ó um motorista qualificado entrega o melhor resultado”. A frase é do diretor de vendas caminhões da Scania do Brasil, Victor Carvalho, para quem não investir em formação do condutor está fadado a não ser mais competitivo no mercado. De acordo com o executivo, uma das essências do SDC é conscientizar o setor de transportes sobre a importância do treinamento, por isso, acrescenta, a competição é uma grande aliada, porque parte dos participantes tem acesso a cursos presenciais e à distância, conforme forem avançando nas fases classificatórias. O gerente de comunicação e marketing, Márcio Furlan, acrescenta que o condutor é o elo que pode mudar as estatísticas de acidentes nas estradas na cadeira

de transporte. “A experiência de edições anterior comprovou que um motorista tem papel fundamental para tornar as viagens mais produtivas, reduzindo o consumo de combustível e contribuindo para o meio ambiente”, acrescentou. Este ano a competição vai acontecer em 40 países e deverá ter 100 mil motoristas escritos conforme previsão da Scania. Rodrigo Machado conta que o nome Scania Driver Competitions padroniza a competição em todo o mundo. No Brasil, a meta para este ano é que o número de participantes supere as 65 mil inscrições registradas na edição de 2014. “Estamos na expectativa de quantos motoristas participarão do SDC. Esperamos que mais um, sucesso”, concluiu Rodrigo Machado. www.ocarreteiro.com.br

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F-TRUCK

MERCEDES COMEMORA VITÓRIA EM LONDRINA

66 O CARRETEIRO


Paulo Salustiano, que havia vencido a quarta etapa da temporada, disputada em Goiânia no início de junho, venceu também corrida em Londrina e comemorou a sua segunda vitória seguida com o caminhão Mercedes-Benz

POR João Geraldo FOTOS Luciana Flores

A

quinta etapa do campeonato Brasileiro de Fórmula Truck, disputada no Autódromo Ayrton Senna, em Londrina/PR, teve como vencedor o paulista Paulo Salustiano. O piloto da ABF Mercedes-Benz fez uma corrida perfeita, ao largar na primeira posição e vencer as duas fases da prova. “A equipe me deu este belo caminhão e eu fiz minha parte”, disse o piloto que venceu pela ter-

ceira vez na pista paranaense, e que chega ao autódromo de Interlagos/ SP confiante em mais um primeiro lugar no pódio. Com a vitória, Salustiano chegou ao total de 164 pontos na disputa pelo título, porém se manteve na terceira posição, a qual mantinha desde o final da etapa anterior. No entanto, a vitória lhe deixou mais próximo do novo líder do campeonato, o paulista Felipe Giaffone, que chegou à Londrina na vice-lideran-

Felipe Giaffone terminou a corrida na segunda posição e assumiu a liderança do campeonato

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F-TRUCK

ça da competição e com a conquista do segundo lugar subiu para a liderança, com 198 pontos, contra 179 de Diogo Pachenki, que passou a ser o segundo na tabela de classificação. A vida de Paulo Salustiano não foi fácil durante a corrida, porque Felipe Giaffone o pressionou durante maior parte da prova, exceto nas voltas em que perdeu a segunda posição para Wellington Cirino.

68 O CARRETEIRO

Isso aconteceu na primeira volta da segunda fase da prova, quando Giaffone tentou fazer a ultrapassagem pelo lado de fora da curva, seu caminhão saiu da pista e Cirino aproveitou para fazer a ultrapassagem e assumir a vice-liderança. A partir daquele momento, passou a haver, por parte da equipe dos dois pilotos, a expectativa de uma possível dobradinha dos caminhões


CAMPEONATO DE PILOTOS NOME QTD. 1º Felipe Giaffone.....................................198 2º Diogo Pachenki....................................179 3º Paulo Salustiano..................................164 4º David Muffato......................................128 5º André Marques....................................126 6º Débora Rodrigues................................119 7º Alex Fabiano........................................114 8º Raijan Mascarello.................................11 9º Wellington Cirino....................................85 10º Adalberto Jardim.................................73 11º Régis Boessio......................................71 12º Valmir Benavides.................................67 13º Djalma Fogaça.....................................64 14º Gustavo Magnabosco...........................61 15º RobervalAndrade................................52 16º Pedro Muffato......................................50 17º Joel Mendes........................................47 18º Luiz Lopes...........................................42 19º Beto Monteiro......................................33 20º Leandro Totti.......................................29 21º Ricardo Sargo......................................28 22º Jaidson Zini.........................................26

Mercedes-Benz. Com a explosão da turbina do caminhão de Cirino, na terceira volta, Giaffone voltou à carga sobre Salustiano, porém haviam dois problemas a serem superados: o desempenho do caminhão do adversário e a pista estreita do autódromo de Londrina, onde normalmente o piloto que larga na pole position é o vencedor. A quinta etapa manteve a escrita. E mais uma vez, Leandro Totti, piloto londrinense e atual campeão na categoria, não venceu em casa. Seu caminhão quebrou ao completar a 10ª volta da primeira fase.

CAMPEONATO DE MARCAS NOME QTD. 1º Mercedes-Benz...................................422 2º MAN /Volkswagen................................403 3ºVolvo...................................................210 4º Ford....................................................160 5º Iveco…………….....................………..…155 6º Scania..................................................72

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CONJUNTURA

UM FANTASMA CHAMADO DESEMPREGO As demissões e a falta de emprego geradas pela redução do consumo tem sido um dos males que têm assombrado motoristas de caminhão e empresários do setor de transporte rodoviário de carga

POR Jaime Alves

70 O CARRETEIRO


O

ano começou com o anúncio de resultados negativos obtidos em 2015 sobre 2014 no licenciamento de caminhões (-47,7%) e nas vendas de implementos rodoviários (-45%). O desempenho fraco, porém, não parou por aí, como mostram outros indicadores. Entre janeiro e abril de 2016, o fluxo de veículos pesados nas rodovias concedidas à iniciativa privada diminuiu 4,9% sobre o mesmo período de 2015. É o que aponta o Índice ABCR, divulgado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. Porém, o pior retrato da recessão econômica, agravada pela crise política que culminou no afastamento da presente Dilma Rousseff, é o desemprego. Em abril, havia no Brasil 11,1 milhões de desempregados, volume que cresceu três pontos percentuais quando comparado ao primeiro trimestre de 2015, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre os milhares de desempregados, há muitos caminhoneiros. Sondagem informal do programa Pé na Estrada entre seguidores do Facebook dão uma indicação do problema. Muitos responderam a um post sobre desemprego no trecho, apontando que estão à procura de uma oportunidade. A maioria é formada por carreteiros experientes, com anos de estrada e cursos de qualificação no currículo, como MOPP, direção econômica, de transporte de passageiros e outros. “Sou de Araxá (MG) e está faltando serviço de carreteiro”, relata Denis Wilson Borges. Ele completa dizendo que fez de tudo e não deu nada. “E olha que tenho um currículo

de dar inveja, com mais de sete cursos pelo Sest-Senat”, acrescenta. Além de não contratar, muitas empresas estão demitindo. Só em um sindicato, o Simtratecor - entidade que representa motoristas e trabalhadores de empresas de transporte de carga em 15 cidades próximas a São Paulo - são realizadas de 20 a 25 homologações de recisão de contrato de trabalho por dia desde o início deste ano. “Antes, a gente tinha empresas que todo dia pedia currículo de caminhoneiro, agora o que temos é caminhoneiro mandando currículo”, diz Carlos Olivares, secretário de esportes, lazer e promoção social do sindicato. Ou seja, se antes faltavam motoristas, hoje sobram candidatos em busca de uma recolocação. Carlos disse que o sindicato oferece cursos em diversas áreas para os dependentes dos associados, mas nos últimos meses tem notado que alguns carreteiros também estão interessados em se qualificar em outras profissões. “É um pessoal com mais idade, já acima dos 50 anos, que busca se especializar em outras áreas, como refrigeração e mecânica de autos e de motos”, diz acrescentando que em 19 anos de sindicato é a primeira vez que ele presencia uma situação como a atual. “A coisa está feia. Outro dia, uma só empresa desligou 12 motoristas. A justificativa das empresas, segundo o sindicalista, é a perda de contratos, baixa no faturamento e ociosidade de mão de obra. O jeito é reduzir custos. O próprio sindicato, que tem sede em Osasco, foi obrigado a cortar gastos. Das três subsedes que mantinha, fechou uma e adiou planos de www.ocarreteiro.com.br

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CONJUNTURA

Com a queda do faturamento desde o início do ano, Marcio Barbosa se viu obrigado a demitir motoristas e vender caminhão para pagar contas

abrir outra. “Vamos esperar que dê um arrefecimento e as empresas voltem a contratar”, conta. Na maioria das vezes, a demissão é o último recurso. Ninguém quer se desfazer de mão de obra qualificada, com muitos anos de casa, mesmo porque é preciso arcar com multas rescisórias, que pesam no caixa da empresa. “A pior parte é quando você vai fazer a recisão”, afirma visivelmente emocionado o microempresário de São Paulo, Márcio Barbosa. Segundo ele, o faturamento vem caindo desde o início do ano passado até chegar a cerca de 60% em maio deste ano. Com este resultado, ele foi obrigado a tomar decisões de contenção de custos, sendo a mais drástica ter de demitir três motoristas de uma só vez. Para pagar os direitos trabalhistas, Márcio vendeu um caminhão Iveco Tector. De cinco veículos que tinha em meados de 2015, atualmen72

O CARRETEIRO

O motorista Antonio Marcos da Silva, afirmou que nunca passou por uma situação assim e que estava preocupado com a possibilidade de perder o emprego

te está com dois. “Já tinha passado por outras crises, mas esta está muito difícil. Está ruim demais. Nunca fiz tanta demissão na minha vida. É muito ruim você ter de desfazer das coisas que batalhou tanto anos para conseguir”, diz. Do quadro de funcionários ele ficou com apenas um motorista. No dia em que concedeu esta entrevista, o empresário teria uma reunião para discutir os trâmites de uma concorrência. Se fechasse o negócio poderia voltar a contratarr, além de manter o único funcionário que restou, o Tony. Funcionário com 12 anos de empresa, o Tony, apelido do motorista Antonio Marcos da Silva, 34 anos de idade, estava em um momento de grande ansiedade por não saber se continuaria empregado ou se seria mais um a engrossar as estatísticas do IBGE. “Nunca passei por isso”, afirma. Pai de três filhos menores, incluindo um bebê, ele transpirava


preocupação e disse que a mulher também estava agoniada. Agonia, aliás, tem sido um estado de espírito presente em muitas famílias brasileiras que dependem do caminhão. Tony e a esposa torcem pela recuperação da economia, assim como o patrão dele, o secretário do sindicato, além deste jornalista que escreve, os outros motoristas entrevistados, e os milhares de cidadãos brasileiros. “Só queria que os políticos parassem de pensar em si próprios e pensassem no povo”, diz Márcio, com a esperança de que vai recuperar o que perdeu. A esperança, como diz o ditado, é a última que morre. O baiano de Itabuna, Túlio Santos, jamais a perdeu. Aos 38 anos de idade, casado e pai de dois filhos - de 10 e 6 anos de idade - ele ficou seis meses fazendo bicos, procurando emprego e torcendo para ser chamado. No dia 19 de abril, finalmente foi contratado por uma empresa para a qual havia enviado currículo em janeiro. O sa-

lário, no entanto, é um pouco mais baixo, confirmando uma queda no rendimento do brasileiro, conforme pesquisa do IBGE. “Eu trabalhava no truck e ganhava mais, agora me colocaram no caminhão leve, com o salário menor, mas como estava parado não posso questionar”, reconhece. Frear o desemprego é uma das principais missões do Ministério da Fazenda, mas o ministro da pasta, Henrique Meirelles, já avisou que o resultado não é imediato, vai levar um tempo ainda. Em um de seus pronunciamentos, fez analogia com um veículo em alta velocidade em que o motorista pisa no freio, mas roda ainda por vários metros até parar de vez. Traduzindo as palavras do ministro, o desemprego atual é como um bitrem carregado na descida. Precisa agir rápido, mas com calma. Primeiro se tira o pé do acelerador, aciona o freio motor e depois o freio de serviço. Só então se para com segurança, bem mais à frente.

Queda na produção de bens reduziu o fluxo de caminhões nas rodovias e, como consequência, trouxe aumento no número de motoristas desempregados

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HISTÓRIAS DO ZÉ

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O CARRETEIRO


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"Quem se curva aos opressores mostra a bunda aos oprimidos." 79


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"Não sou dono do mundo, mas sou filho dele." Minha eterna admiração pelo caráter e pela honestidade do meu pai Raimundo Nonato da Costa, que me criou. Ele é um caminhoneiro de primeira, um ser humano honesto e sempre dedicado à família. Sei bem que nem todo herói usa capa, não é mesmo pai? Obrigada por você existir. Eu te amo! Grande beijo de sua filha. Malu por email

"Não jogue espinhos na estrada, na volta você pode estar descalço." 80 O CARRETEIRO


Carta Esse alerta á para os motoristas que param na Marginal da Dutra pista central para esperar a entrada na cidade de São Paulo após as 22h. No local há risco de assalto. Luiz Antônio Ancelmo São Paulo/SP

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CLASSIFICADOS CLASSIFICADOS Emprego CNH categoria E, 34 anos de idade e experiência na área de transporte, embora tenho apenas um ano de registro em carteira. Procuro colocação em empresa de transporte. Tenho ensino médio completo e cursos de Oratória, Informática, Direção Defensiva, Master Drive, Direção Econômica e MOPP. Wherbertsilva200 @gmail.com>

"O mundo é chato pra quem é quadrado." Aposentado por tempo de contribuição, curso MOPP, Pamcard, 40 anos de profissão, busca oportunidade de trabalho, de preferência sem registro. Wanderley Santana Santo André/SP Wcarlos52 @hotmail.com Tenho 34 anos de idade e procuro uma oportunidade para trabalhar com carretas. Tenho curso MOPP atualizado e disponibilidade para viajar pelo Brasil. Ronaldo Alves Feitosa Petrolina/PE alvesfeitosaronaldo @gmail.com 86 O CARRETEIRO


Recado Mando um abraço para toda turma do grupo GLA – Grupo Louco Amor - , de Eunapolis. Venho em nome de todo o Grupo prestar a nossa homenagem a família do nosso amigo Amendoim, que faleceu. Peço a Deus que conforte o coração de toda a família para que possam superar essa perca. Que Deus abençoe todos vocês e que de um bom lugar para ele descansar em paz. Fica o abraço de toda a turma. Descanse em paz amigo Amendoim. Renato Cazotti (QRA Pinto Doido) Colatina/ES

"Viajo pelo mundo e passeio em casa." Sou motorista há 25 anos e tenho muito orgulho da minha profissão de motorista de caminhão. Trabalho com MDF, na Madeiranit, de Rio Preto, é uma empresa ótima. Mando um abraço para a minha família e todos os motoristas da empresa. Victor Hugo Guidoni São José do Rio Preto/SP

"Pobre é igual pneu velho, só anda na lona." www.ocarreteiro.com.br

87


CLASSIFICADOS CLASSIFICADOS Homenagem Essa homenagem é para o Leandro, da empresa Jaloto, nosso amigo e irmão que faleceu recentemente. Quem presta essa homenagem é o Cowboy e todos os motoristas que estão na empresa e também outros parceiros que já trabalharam por lá. Armindo Liberato Gomes Neto (QRA Cowboy) Por Whatsapp

" Quem fala de mim sente inveja ou paixão."

Emprego Experiência de seis anos, CNH E, curso de MOPP, Direção Defensiva, Combate a Incêndio, Operador de Guindauto, Informática Profissionalizante, Treinamento de H2S e Primeiros Socorros. Ataide Silva de Jesus Alagoinhas/BA ataide1@hotmail.com

" A vida é mais dura pra quem é mole. " Motorista profissional, CNH Categoria E. Tenho disponibilidade para início imediato. Jose Carlos Raymundo Pires do Rio/DF josecarlosraymundo@ gmail.com 88 O CARRETEIRO


Emprego Motorista há 21 anos, sendo 11 trabalhando com tanque químico e inflamável; experiência em bitrem e rodotrem (graneleiro e caçamba), ônibus rodoviário (acostumado com rotas longas), tenho cadastro em seguradoras como Pamcary, Buonny , curso MOPP e conhecimento das estradas do Brasil e Mercosul. Jair Francisco de Oliveira Praia Grande/SP Tel.: (13) 99150-1510 (Whats app) Jairoliveira.2012 @hotmail.com

" Pior que cavalo e boi na pista é o burro na direção. "

MANDE SEU RECADO POR CARTA: REVISTA O CARRETEIRO RUA PALACETE DAS ÁGUIAS, 395 VILA ALEXANDRIA SÃO PAULO/SP CEP 04635-021 POR EMAIL: REDACAO@OCARRETEIRO.COM.BR

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89


TRANSPORTE & ECONOMIA PLANILHA DE CUSTOS OPERACIONAIS CAMINHÕES

SEMILEVES

LEVES

MÉDIOS

CUSTOS FIXOS MENSAIS Depreciação do Veículo

R$ 719,30

R$ 808,40

R$ 1.522,96

Remuneração de Capital

R$ 500,49

R$ 614,51

R$ 1.018,60

Licenciamento + Seg. Obrigatório + IPVA

R$ 199,55

R$ 245,94

R$ 304,02

Seguro do casco

R$ 552,36

R$ 684,38

R$ 794,54

Despesas com Comunicação TOTAL DOS CUSTOS

R$ 0,00

R$ 0,00

R$ 173,36

R$ 1.971,70

R$ 2.353,22

R$ 3.813,49

CUSTOS VARIÁVEIS POR KM Manutenção

R$ 0,199

R$ 0,218

R$ 0,172

Pneus, câmaras e recapagens

R$ 0,076

R$ 0,095

R$ 0,072

Combustível

R$ 0,454

R$ 0,517

R$ 0,598

ARLA 32

R$ 0,000

R$ 0,000

R$ 0,024

Óleo de carter

R$ 0,009

R$ 0,021

R$ 0,012

Lavagens e graxas

R$ 0,093

R$ 0,009

R$ 0,133

TOTAL DOS CUSTOS

R$ 0,830

R$ 0,123

R$ 1,012

CAMINHÕES

SEMIPESADOS

PESADOS

EXTRAPESADOS

CUSTOS FIXOS MENSAIS Depreciação do Veículo

R$ 1.409,47

R$ 2.242,09

R$ 3.091,70

Remuneração de Capital

R$ 1.000,86

R$ 1.500,02

R$ 1.808,16

Licenciamento + Seg. Obrigatório + IPVA

R$ 353,17

R$ 569,74

R$ 723,41

Seguro do casco

R$ 756,51

R$ 1.196,89

R$ 1.573,41

Despesas com Comunicação

R$ 173,36

R$ 245,59

R$ 245,59

R$ 3.693,38

R$ 5.754,33

R$ 7.442,27

TOTAL DOS CUSTOS

CUSTOS VARIÁVEIS POR KM Manutenção

R$ 0,207

R$ 0,342

R$ 0,345

Pneus, câmaras e recapagens

R$ 0,176

R$ 0,265

R$ 0,367

Combustível

R$ 0,760

R$ 1,181

R$ 1,324

ARLA 32

R$ 0,027

R$ 0,038

R$ 0,050

Óleo de carter

R$ 0,012

R$ 0,020

R$ 0,021

Lavagens e graxas

R$ 0,114

R$ 0,286

R$ 0,304

TOTAL DOS CUSTOS

R$ 1,296

R$ 2,132

R$ 2,412

90 O CARRETEIRO


TABELA REFERENCIAL DE TRANSPORTE DE CARGA LOTAÇÃO AUTÔNOMOS - CARGA GERAL DISTÂNCIA EM KM

CAMINHÕES LEVES R$/TON

CAMINHÕES MÉDIOS R$/TON

CAMINHÕES SEMI-PESADOS R$/TON

CAMINHÕES PESADOS R$/TON

BITREM 7 EIXOS R$/TON

1 a 50

81,70

43,79

22,28

22,22

20,48

51 a 100

127,88

66,19

34,02

30,37

27,94

101 a 150

174,06

88,59

45,76

38,51

35,39

151 a 200

220,23

110,99

57,51

46,65

42,85

201 a 250

266,41

133,38

69,25

54,79

50,30

251 a 300

312,59

155,78

80,99

62,93

57,76

301 a 400

404,94

200,58

104,47

79,21

72,67

401 a 500

497,30

245,37

127,96

95,49

87,58

501 a 600

589,66

290,17

151,44

111,78

102,50

601 a 700

682,01

334,96

174,93

128,06

117,41

701 a 800

774,37

379,76

198,41

144,34

132,32

801 a 900

866,72

424,56

221,90

160,62

147,23

901 a 1.000

959,08

469,35

245,38

176,91

162,15

1.001 a 1.250

1.189,97

581,34

304,09

217,61

199,43

1.251 a 1.500

1.420,86

693,33

362,81

258,32

236,71

1.501 a 1.750

1.651,75

805,32

421,52

299,02

273,99

1.751 a 2.000

1.882,64

917,31

480,23

339,73

311,27

2.001 a 2.250

2.113,53

1.029,30

538,94

380,43

348,55

2.251 a 2.500

2.344,42

1.141,29

597,65

421,14

385,83

2.501 a 2.750

2.575,31

1.253,28

656,36

461,84

423,11

2.751 a 3.000

2.806,20

1.365,27

715,07

502,55

460,39

3.001 a 3.250

3.037,09

1.477,26

773,79

543,25

497,67

3.251 a 3.500

3.267,98

1.589,25

832,50

583,96

534,95

3.501 a 4.000

3.729,76

1.813,23

949,92

665,37

609,51

4.001 a 4.500

4.191,54

2.037,21

1.067,34

746,78

684,07

4.501 a 5.000

4.653,32

2.261,19

1.184,77

828,19

758,63

5.001 a 5.500

5.115,10

2.485,17

1.302,19

909,60

833,19

5.501 a 6.000

5.576,88

2.709,15

1.419,61

991,01

907,76

NOTA 1: PREÇO DOS INSUMOS - Os cálculos acima tem como base o preço dos insumos pesquisados na região de São Paulo. NOTA 2: FRETE RETORNO VAZIO - Para que seja incluído retorno vazio no preço cobrado, deve-se utilizar os valores das faixas de distância que incluam a ida e volta do caminhão. NOTA 3: TAXAS, GENERALIDADES E SERVIÇOS ADICIONAIS - Os valores na planilha acima não incluem: pedágio e despesas de viagem (alimentação, estadia, chapa, etc), que deverão ser calculados e cobrados à parte. NOTA 4: IMPOSTOS - Os valores na planilha acima incluem PIS E CONFINS. Não incluem, no entanto, ICMS. NOTA 5: LUCRO - Na construção da planilha acima adotou-se, como parâmetro, margem de lucro de 20% Fonte: RLV Soluções Empresariais

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91


MERCADO DE CAMINHÕES LICENCIAMENTO 2016 UNIDADES

JUN

MAI

JAN-JUN

4.076

4.076

25.589

SEMILEVES Agrale FCA (RAM) Ford Iveco MAN/Volkswagen Mercedes-Benz Outras empresas

320 2 37 101 50 25 104 1

320 2 34 106 30 39 107 2

1.717 8 258 505 212 175 544 15

LEVES Agrale CAOA Hyundai Ford Iveco MAN/Volkswagen Mercedes-Benz Outras empresas

1.107 10 10 297 60 435 292 3

1.081 11 6 265 65 410 321 3

6.565 87 6 1.528 392 2.523 1.989 20

MÉDIOS Agrale Ford Iveco MAN/Volkswagen Mercedes-Benz Outras empresas

415 5 118 1 162 129 0

333 2 117 2 124 88 0

2.216 28 724 37 855 572 0

SEMIPESADOS Agrale Ford International Iveco MAN/Volkswagen Mercedes-Benz Scania Volvo Outras empresas

1.211 0 167 0 70 444 349 64 117 0

1.114 0 161 1 71 358 350 65 108 0

7.196 4 1.006 20 432 2.479 2.176 312 767 0

PESADOS DAF Ford International Iveco MAN/Volkswagen Mercedes-Benz Scania Shacman Volvo Outras empresas

1.147 38 21 3 42 123 244 364 0 296 16

1.228 48 26 2 40 143 333 319 0 315 2

7.895 277 171 8 318 922 2.273 1.764 0 2.136 26

TOTAL DE CAMINHÕES

92 O CARRETEIRO


RANKING DE CAMINHÕES POR MARCA JUNHO/2016 FABRICANTE

QUANT.

PART.

M.BENZ

1.141

27,24%

VW

1.127

26,91%

FORD

702

16,76%

SCANIA

428

10,22%

VOLVO

413

9,86%

IVECO

228

5,44%

MAN

63

1,50%

DAF

38

0,91%

SINOTRUK

16

0,38%

10º

AGRALE

15

0,36%

11º

HYUNDAI

10

0,24%

12º

FOTON

3

0,07%

13º

INTERNATIONAL

3

0,07%

14º

JBC

1

0,02%

ACUMULADO FABRICANTE

QUANT.

PART.

7.635

30,02%

M.BENZ

VW

6.508

25,59%

FORD

3.928

15,45%

VOLVO

2.903

11,42%

SCANIA

2.074

8,16%

IVECO

1.415

5,56%

MAN

452

1,78%

DAF

277

1,09%

AGRALE

122

0,48%

10º

INTERNATIONAL

28

0,11%

11º

HYUNDAI

26

0,10%

12º

SINOTRUK

25

0,10%

13º

FOTON

17

0,07%

14º

JMC

11

0,04%

15º

JBC

6

0,02%

16º

ENGESA

1

0,00%

17º

KENWORTH

1

0,00%

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93


CAMINHÕES NOVOS PREÇO (R$)

AGRALE

MODELO

PREÇO (R$)

142.326,00

DAILY TRUCK 7 TON 70C17 CS 3750

108.796,00

8700 TR (5ª RODA) – CUMMINS ISF 3.8

147.226,00

DAILY TRUCK 7 TON 70C17 CS 4350

110.664,00

10000 – MWM MAXXFORCE 4.8

144.613,00

DAILY 35S14 GRAN FURGONE 3300 H2

98.067,00

14000 - 4X2 – MWM MAXXFORCE 4.8

174.750,00

DAILY 45S17 GRAN FURGONE 3300 H2

110.626,00

14000 - 6X2 – MWM MAXXFORCE 4.8

202.869,00

TECTOR 170E22 ATTACK 4815 4X2 MLC TB

144.484,00

TECTOR 240E22 ATTACK 4815 6X2 MLC TB

163.480,00

390.743,00

TECTOR 240E28 5175 6X2 MLL TA

226.930,00 241.317,00

CF85 4X2

416.324,00 311.111,00

TECTOR 240E28 5670 6X2 MLL TA REL. 4,10/5,59 TECTOR 260E28 4815 6X4 MLC TB

267.797,00

CF85 6X2

336.000,00

STRALIS 600S40T AT 6X2 TA (OD) EUROTRONIC

350.655,00

STRALIS 600S44T AT 6X2 TA (OD) EUROTRONIC

374.825,00

DAF XF105 6X2 XF105 6X4

FORD CARGO 816

121.077,76

MAN

CARGO 1319

158.027,93

VW 5.150 D DELIVERY

130.126,00

CARGO 1519

168.851,05

VW 8.160 D DELIVERY

151.917,00

CARGO 1719

178.366,66

VW 9.160 D DELIVERY

171.075,00

CARGO 1723

188.173,50

VW 13.190 E DC CONSTELLATION

204.049,00

CARGO 1723 LEITO

200.588,14

VW 15.190 E DC CONSTELLATION

220.698,00

CARGO 1729 RIGIDO

191.298,54

VW 17.190 E DC CONSTELLATION

229.254,00

CARGO 1933 RÍGIDO

235.030,99

VW 17.280 E DC CONSTELLATION

244.394,00

CARGO 2423

207.412,30

VW 17.330 E DC CONSTELLATION

266.109,00

CARGO 2429

215.059,67

VW 24.280 E DC CONSTELLATION

284.087,00

CARGO 2429 LEITO

229.248,24

VW 24.330 E DC CONSTELLATION

311.418,00

CARGO 2623

239.289,66

VW 26.280 E DC CONSTELLATION

296.171,00

CARGO 2629

245.785,70

VW 31.280 E DC CONSTELLATION

317.059,00

CARGO 3133

291.592,22

VW 31.330 E DC CONSTELLATION

321.573,00

CARGO 1729 CAVALO MEC.

204.134,94

VW 19.390 E DC CONSTELLATION

336.535,00

CARGO 1933 CAVALO MEC.

242.359,15

VW 25.390 E DC CONSTELLATION

349.318,00

CARGO 2042

271.003,34

VW 26.390 E SC CONSTELLATION

378.188,00

CARGO 2842

302.133,21

VW 31.390 E DC CONSTELLATION

359.156,00

MAN TGX 28.440 6X4

449.100,00 484.370,00

INTERNATIONAL 9800I 6X4

320.000,00

MAN TGX 29.440 6X4

9800I 6X2

300.000,00

MERCEDES-BENZ

DURASTAR EURO III 4X2

190.000,00

ACCELO 815/31

145.005,77

DURASTAR EURO III 6X2

200.000,00

ACCELO 815/37

146.623,06

DURASTAR EURO III 6X4

215.000,00

ACCELO 815/44

148.142,24

ACCELO 1016/31

154.963,67

IVECO DAILY 35S14 CS 3450

87.833,00

ACCELO 1016/37

156.702,78

DAILY 35S14 CS 3750

89.085,00

ACCELO 1316/37

178.229,82

DAILY 45S17 CD 3750

115.307,00

ATRON 1319

179.007,03

94 O CARRETEIRO

Molicar

IVECO

8700 – CUMMINS ISF 3.8

Fonte:

MODELO


MODELO

PREÇO (R$)

Fonte:

Molicar

MERCEDES-BENZ

MODELO

PREÇO (R$)

SCANIA

ATEGO 1419

183.045,69

R 620 LA6X4 RBP835

722.427,00

ATRON 2324 6X2

227.109,56

HIGHLINE 440 LA6X2

548.536,00

ATEGO 1719

206.262,29

HIGHLINE 480 LA6X2

574.806,00

ATEGO 1726

220.158,96

HIGHLINE 620 LA6X4 RB662

699.589,00

ATEGO 1729

238.637,40

P 310 CB6X4 RB662

364.500,00

ATEGO 2426 6X2

244.538,79

G440 CB8X4 RBP835

702.160,00

ATEGO 2430 6X2

267.757,36

G480 CA6X4 RBP835

597.644,00

ATRON 1635S

290.144,22

P 250 DB4X2

283.500,00

AXOR 1933LS

296.809,53

P 250 DB6X2

310.500,00

AXOR 2533 6X2

345.079,14

P 310 DB8X2

378.000,00

AXOR 2036S

322.550,33

HIGHLINE R440 LA6X2 R885

474.300,00

AXOR 2041S

337.127,42

HIGHLINE 480 LA6X2 R885

486.800,00

AXOR 2536S 6X2

340.509,39

HIGHLINE 620 LA6X4 RB662

567.900,00

AXOR 2541S 6X2

371.631,39

P 310 CB6X4 RBP735

352.300,00

AXOR 2544S 6X2

387.858,44

G440 CB8X4 RBP835

596.100,00

AXOR 2644S 6X4

412.374,56

G480 CA6X4 RBP835

461.800,00

ACTROS 2546LS 6X2 CONFORTO T.ALTO

416.999,72

P 250 DB4X2 R780

279.300,00

ACTROS 2546LS 6X2 MEGASPACE (CONFORTO)

435.954,28

P 250 DB6X2 R780

305.100,00

ACTROS 2546LS 6X2 MEGASPACE PLUS (SEG.)

454.908,82

VOLVO

ACTROS 2646LS 6X4 CONFORTO T.ALTO

435.954,28

VM220 4X2R ST L1H1

201.500,00

ACTROS 2646LS 6X4 MEGASPACE (CONFORTO)

454.908,82

VM270 6X2R LX 6M L2H1

256.000,00

ACTROS 2646LS 6X4 MEGASPACE PLUS (SEG.)

473.863,34

VM270 6X2R LX 9M L2H1 VMEB235

264.500,00

ACTROS 2651S 6X4 CONFORTO ALTO

438.934,02

VM330 6X2R LX L2H1 VT VMEB235

294.500,00

ATRON 2729B 6X4

280.387,98

VM270 6X4R ST L1H1

282.000,00

ATRON 2729K 6X4

280.106,45

VM330 6X2R LX L2H1 VT VMEB235

351.000,00

AXOR 3131 6X4

324.081,19

VM270 8X4R ST L1H1

335.500,00

AXOR 3131 B 6X4

325.050,24

VM330 4X2T LX L2H1 VT VMEB235

323.000,00

AXOR 3131K 6X4

323.137,88

FH 420 42T SC AT SLP RS 1360

435.000,00

AXOR 3344 6X4

450.055,23

FH 420 62T SC AT SLP RS1360

460.000,00

AXOR 3344 K 6X4

448.892,06

FH 420 82T SC AT SLP RS1360

498.000,00

AXOR 3344S 6X4

449.560,70

FH 460 64T SC AT SLP RST2370

499.000,00

AXOR 4141K 6X4

481.453,30

FH 460 64R SC AT SLP RST2610

502.000,00

ACTROS 4844K 8X4

601.133,06

FH 540 84T SC AT HSLP RT3210

545.000,00

FM 380 42T SC AT SLP RS1360

391.000,00

SCANIA P 310 LA4X2

348.078,00

FM 380 62T SC AT SLP RS1360

416.000,00

P 360 LA6X2 – R 885

380.700,00

FM 380 82R SC AT SLP RS1360

454.000,00

G 400 LA6X2/4X2 3º EIXO

492.564,00

FMX 420 64T SX VT SLP RT3210

502.000,00

R 440 LA6X2 /4X2 3º EIXO

518.834,00

FMX 420 64R SX VT DAYCAB RT3210

505.000,00

R 440 LA6X4 RB662

545.104,00

FMX 460 84R SX VT DAYCAB RT3312

621.000,00

www.ocarreteiro.com.br

95


CAMINHÕES USADOS VEICULOS NACIONAIS

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

AGRALE 13000TD 4X2 Dies.

0

0

0

105000

97000

92300

75000

73000

68620

13000TD 6X2 3e Dies.

0

0

0

111300

102820

97838

79500

77380

72737

6000E-MEC 4X2 Dies.

0

0

0

70000

66000

63000

61000

58000

49950

8500E.III E-TRONIC (C.DUP) 4X2 DIES.

0

0

0

87344

81666

76426

72167

68455

59334

8500EURO III E-MEC 4X2 DIES.

0

0

0

80000

74800

70000

66100

62700

54345

9200EURO III E-TRONIC 4X2 DIES.

0

0

0

102000

89000

87000

82000

68000

63840

C-1317 CN 4X2 DIES.

0

0

0

90000

84600

0

0

0

0

C-1517 CN 4X2 DIES.

0

0

0

105000

98700

0

0

0

0

C-1517-E 4X2 Dies.

0

0

0

0

85000

82000

78000

73900

65596

C-1717 CN 4X2 DIES.

0

0

0

108000

101520

0

0

0

0

C-1717 CN 6X2 3E DIES.

0

0

0

114480

107611

0

0

0

0

C-1722 CN 4X2 DIES.

0

0

0

120000

112800

0

0

0

0

C-1722-E 4X2 Dies.

0

0

0

0

102000

89000

87000

85000

75968

C-1832-E 4X2 Dies.

0

0

0

0

112300

89000

83660

0

0

C-1932 CN 4X2 DIES.

0

0

0

129000

121260

0

0

0

0

Cargo 2428E 6X2 3e Dies. 2P

0

0

0

142500

116000

110000

103000

93000

87225

Cargo 2622E 6X4 3e Dies. 2P

0

0

0

0

132000

120000

112000

109000

93078

Cargo 2628E 6X4 3e Dies. 2P

0

0

0

0

140000

130000

120000

115000

101102

F-350 4X2 Dies.

0

0

0

74000

71000

69000

67000

62100

56160

F-4000 TB 4X4(N.Serie)(Cummins) Dies.

0

0

0

86320

82160

80080

76960

71760

0

F-4000 TURBO 4X2(N.Serie) Dies.

0

0

0

83000

79000

77000

74000

69000

62400

450E32T 4X2 Dies. 2P

0

0

0

135000

125000

116000

98000

95000

74200

450E33T(CurtaT.Baixo)4X2 Dies. 2P

0

0

0

135000

120000

112000

105280

0

0

450E33T(LeitoT.Alto)4X2 Dies. 2P

0

0

0

150000

138800

127000

119380

0

0

230E22 6X2 3e Dies. 2P

0

0

0

0

0

0

76800

73920

68544

230E24 6X2 3e Dies. 2P

0

0

0

121000

93000

86000

80000

77000

71400

260E25 6X4 3e Dies. 2P

0

0

0

126000

112200

100500

94000

88360

0

170E22 4X2 Dies. 2P

0

0

0

100000

95000

0

0

0

0

230E22 6X2 3e Dies. 2P

0

0

0

0

0

87220

85260

80360

76969

230E24 6X2 3e Dies. 2P

0

0

0

124000

107000

89000

87000

82000

78540

380T38 6X4 3e Dies. 2P

0

0

0

260000

253000

248000

240000

233000

210000 225000

FORD

0

0

0

275000

268800

260000

253300

248000

240E28 6X2 3e Dies. 2P

190000

160000

145000

136300

0

0

0

0

0

260E25 6X4 3e Dies. 2P

0

0

176000

163000

158000

150000

140000

131600

0

170E25 4X2 Dies. 2P

0

0

130000

120000

98000

92120

0

0

0

380T38 6X4 3e Dies. 2P

0

0

0

230000

220000

206000

190000

178600

0

1315(Atego) 4X2 Dies.

0

0

0

120000

112000

103400

95000

81000

75000

1315(Atego) 6X2 3e Dies.

0

0

0

126000

117600

108570

99750

85050

78750

1418(Atego) 4X2 Dies.

0

0

0

124000

110500

108000

99000

87000

83600

1518(Atego) 4X2 Dies.

155000

145000

137000

135500

112000

110000

100500

89000

84436

1718 4X2 Dies.

0

0

0

130150

111150

106400

97850

91200

0

1718 6X2 3e Dies.

0

0

0

136657

116707

111720

102742

95760

0

1718(Atego) 4X2 Dies.

0

0

0

137000

117000

112000

103000

96000

89000

1725(Atego) 4X2 Dies.

0

0

0

145000

122000

117000

112000

99000

96120

1725(Atego) 4X4 Dies.

0

0

0

150800

126880

121680

116480

102960

99964 105280

MERCEDES-BENZ

1728 (Atego)4X2 Dies. 2P

0

0

175000

166000

149000

136000

120000

112000

2429 (Atego)6X2 3e Dies. 2P

190000

184000

175000

166000

156040

0

0

0

0

2831-B(Axor)6X4 3e Dies. 2P

223000

215000

202000

190000

180000

169200

0

0

0

3340 (Axor)6X4 3e Dies. 2P

0

0

0

300000

288000

236000

221000

207740

0

L-1620 6X2 3e Dies. 2P

0

0

0

157000

130000

123500

117000

110000

103400

96 O CARRETEIRO

Fonte:

720T42 6X4 3e Dies. 2P

Molicar

IVECO


VEICULOS NACIONAIS

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

MERCEDES-BENZ 2535-S(Axor) 6X2 3e Dies.

0

0

180000

150000

140000

130000

122200

0

0

2540-S(Axor) 6X2 3e Dies.

0

0

0

207000

160000

137000

131000

113000

106220

2544-S(Axor) 6X2 3e Dies.

300000

281300

227000

210500

166000

143000

136000

120000

112800

2546-LS(Act.Megs.)(Al.Conf.) 6X2 3e Dies.

320000

312000

297000

275000

238000

223720

0

0

0

2546-LS(Act.Megs.Plus)(Seg.) 6X2 3e Dies.

330000

317000

306000

292000

260000

244400

0

0

0

G-420 B 6X4 SZ 3e Dies.

0

0

0

230000

200000

188000

0

0

0

G-420 B 8X4 SZ 4e Dies.

0

0

0

258000

220000

206800

0

0

0

G-470 B 6X4 SZ 3e Dies.

0

0

0

380000

346000

325240

0

0

0

G-470 B 8X4 SZ 4e Dies.

0

0

0

400000

370000

347800

0

0

0

P-230 B 4X2 SZ Dies.

180000

160000

150000

142000

134000

125960

0

0

0

P-310 B 6X4 SZ 3e Dies.

260000

250000

220000

215000

200000

188000

0

0

0

P-310 B 8X4 SZ 4e Dies.

270000

260000

238000

229000

218000

204920

0

0

0

P-420 B 6X4 SZ 3e Dies.

0

0

0

260000

250000

213000

202000

189880

0

SCANIA

P-420 B 8X4 SZ 4e Dies.

0

0

0

270000

260000

215000

212000

199280

0

R-580 B 4X2 SZ(HIGHLINE) DIES.

390000

372000

360000

342000

320000

300800

0

0

0

R-580 B 6X4 NZ(HIGHLINE) 3E DIES.

400000

377000

360000

340000

328900

309166

0

0

0

G-380 LA 4X2 NA Dies.

0

0

0

0

0

163000

160500

128000

120320

G-380 LA 4X2 SZ Dies.

0

0

0

0

0

159000

148000

125000

117500

G-420 A 4X2 NA Dies.

0

0

0

220000

184000

172960

0

0

0

G-420 A 6X2 NA 3e Dies.

0

0

0

227000

198000

186120

0

0

0

G-420 LA 4X2 NA Dies.

0

0

0

0

0

185000

164000

154160

0

13.180 TB-IC(E)4X2(Const.) Dies.

0

0

110000

108000

104000

100000

93000

85000

69006

13.180 TB-IC(E)4X2(Worker) Dies.

0

0

106000

104000

97000

92000

79000

75000

67704

13.180 TB-IC(E)6X2(Const.) 3e Dies.

0

0

115500

113400

109200

105000

97650

89250

72456

15.170 TB-IC(E)4X2 Dies.

0

0

0

105000

99000

93000

81000

77000

69440

15.180 TB-IC(E)4X2(Const.) Dies.

0

0

0

115000

113000

104500

87000

85000

74300

15.180 TB-IC(E)4X2(Worker) Dies.

0

0

0

110000

108500

97000

82000

78000

71523

17.180 TB-IC(E)4X2(Worker) Dies.

0

0

0

110000

108000

95000

91000

82000

76646

17.220 TB-IC(E)4X2(Worker) Dies.

0

0

0

129000

116000

108800

95000

91000

79652

17.250 TB-IC(E) 4X2 Dies.

0

0

0

125000

120000

112000

98000

95000

80403

17.320(E) 4X2(Const.) Dies.

0

0

0

126000

122000

113000

106220

0

0

24.220 TB-IC(E) 6X2(Worker) 3e Dies.

0

0

0

129000

124000

120000

110000

108000

96720

24.250 TB-IC(E) 6X2 3E DIES.

0

0

0

133000

129000

127000

125000

117000

97687

24.320(E)(Const.) 6X2 3e Dies.

0

0

0

145000

140000

135000

126900

0

0

26.220 TB-IC 6X4 3e Dies.

0

0

0

166000

156000

134000

132000

126000

99231

26.260 TB-IC 6X4 3e Dies.

0

0

0

0

0

0

0

128520

101215

31.260 TB-IC(E)6X4(CONST.) 3E DIES.

0

0

0

171000

160000

153000

147000

138180

0

9.150 TB-IC(E)4X2 Dies.

0

0

92000

85000

82000

78000

75000

70000

63440

Molicar

VOLKSWAGEN

VOLVO

Fonte:

FM 11 370 4X2 Dies. 2P

0

0

0

0

175420

170000

160000

150400

0

FMX 13 420 6X4R 3e Dies. 2P

390000

363000

345000

315000

296100

0

0

0

0

FMX 13 420 8X4R 4e Dies. 2P

500000

470000

454000

385000

361900

0

0

0

0

FMX 13460 6X4R 3e Dies. 2P

400000

360000

340000

310000

291400

0

0

0

0

FH 400 4X2 Dies.

0

0

0

0

181000

170000

157000

142000

133480

FH 400(GLOBETROTTER) 4X2 DIES.

0

0

0

0

184620

173400

160140

144840

136149

FH 440(GLOBETROTTER) 4X2 DIES.

0

0

0

0

195700

185400

175100

154500

145230

FH 480(GLOBETROTTER) 6X2 3E DIES.

0

0

0

0

224400

214200

193800

183600

172584

FH 480(GLOBETROTTER) 6X4 3E DIES.

0

0

0

0

233376

222768

201552

190944

179487

VM-220 4X2R Dies. 2P

150000

145000

139000

130000

122200

0

0

0

0

VM -270 4X2R Dies. 2P

180000

161000

137000

128000

120320

0

0

0

0

VM-330 4X2R Dies. 2P

220000

200000

175000

153000

143820

0

0

0

0

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