PODER DA SAFRA
uência do agro na produção e vendas de caminhões pesados
que o negocie o frete embarcador
Distribuição gratuita para motoristas de caminhão
RENOVAÇÃO
Seminovos e consórcio são opções menos difíceis para o autônomo trocar de caminhão
Ducato da 4ª geração chega ao mercado brasileiro preparado para enfrentar a concorrência
556 1970 TRANSPORTANDO INFORMAÇÃO | www.ocarreteiro.com.br | ano 52 | Nº
ATUALIZAÇÃO CURSOS MANTÊM MOTORISTA COMPETITIVO NO MERCADO
CARGA URBANA
CONTA NÃO FECHA
Ovalor do frete sempre foi um problema para os caminhoneiros autônomos. Nos últimos anos, a situação ficou ainda mais agravada com a alta do diesel, assim como o aumento de todos os custos do caminhão como pneus, manutenção e alimentação. O valor recebido muitas vezes não dá para suprir todos os gastos que uma viagem dispensa. E assim, com o faturamento curto, os autônomos não conseguem se programar para investir em seu próprio negócio; como consequência perdem a competitividade no mercado e não conseguem negociar fretes compensatórios. Pesquisa recente realizada pela CNTA – Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos – mostra que a média de idade dos caminhões é de 14 anos, porém, 17,7% dos caminhoneiros entrevistados possuem veículos com mais de 21 anos. Entre as principais dificuldades enfrentadas pelos caminhoneiros, quase 29% disseram ser a remuneração.
Outro agravante é a lei da oferta e da procura que contribui para puxar o valor do frete para baixo, obrigando muitas vezes o caminhoneiro a aceitar carregar, mesmo sabendo que não terá lucro.
Todos esses fatores, somados à falta de fiscalização para fazer valer na prática a tabela de frete vem desanimando os caminhoneiros e afastando os jovens da profissão.
Aqueles que ainda têm alguma esperança de dias melhores tentam driblar a situação diversificando o tipo de frete transportado, trocando viagens longas por trechos mais curtos ou simplesmente deixando o caminhão parado quando o frete não compensa.
O fato é que a conta não fecha já faz um bom tempo. E a falta de autonomia do autônomo de poder negociar diretamente o frete e também de uma política de preços realmente eficiente que permita ao motorista gerenciar melhor o seu negócio afasta a esperança de mudanças positivas no setor de transporte e de um futuro promissor a curto prazo.
4 EDITORIAL
DANIELA GIOPATO Editora
32 TROCA DO CAMINHÃO
Consórcio e seminovos são opções menos difíceis para a troca do caminhão
50 AGRONEGÓCIO
Agrishow se destaca como vitrine para a indústria de caminhões e comercais leves
SUMÁRIO
14 TREINAMENTO
Cursos rápidos e online de um dia, com videoaulas, são opções para o carreteiro autônomo se manter atualizado
20 SAFRA
Safra tem o poder de alavancar anualmente a produção e vendas de caminhões rodoviários e modelos off road para o campo
28 LEGISLAÇÃO
Medida provisória traz mudanças para garantir ao caminhoneiro autônomo o direito de negociar o frete com o embarcador
42 ESTRADA
A defasagem do valor do frete lidera a lista de reclamações dos caminhoneiros autônomos que dizem estar desanimados com a profissão
REVISTA
DESDE 1970 TRANSPORTANDO INFORMAÇÃO
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Ricardo Lúcio Martins
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56 NOVO FIAT DUCATO
Modelo Fiat da quarta geração desembarca no Brasil pronto para enfrentar a concorrência nas versões furgão para carga e passageiros
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ED. Nº 556 • MAIO-JUNHO / 2023
AGENDAMENTO NO PORTO
Desde o dia 02 de maio, o agendamento para caminhões com cargas soltas e conteinerizadas que chegam ao Porto de Santos passou a ser de duas horas. A mudança na Norma de Agendamento faz parte de um conjunto de soluções adotadas pela Autoridade Portuária de Santos (APS) após serem discutidas por um grupo de trabalho visando a melhoria da logística no Porto. Esta será a terceira fase dos períodos de adaptação para as tolerâncias de recepção de caminhões no Porto. No entanto, não há alteração para
os caminhões de granéis vegetais sólidos. O motivo são as distâncias de origem das cargas que exigem dias de viagem. Para esses casos, o ajuste do período é feito com a parada obrigatória em pátios reguladores fora do Porto. Os caminhões ficam estacionados aguardando a chamada aos terminais. Dessa forma, segundo a APS também se evita a formação filas de caminhões nas rodovias ou avenidas de acesso ao comoplexo portuário. A janela para estas cargas continua sendo de seis horas.
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Fotos
DIVULGAÇÃO
hora de um
SAIBA MAIS novo pesado da IVECO. na hora de criar novos caminhos.
No trânsito, a vida vem primeiro.
na
FROTA DO AUTÔNOMO
Do total de 1.233.047 transportadores registrados, 933.485 são autônomos. E do total de 2.716.656 da frota brasileira, 999.636 veículos estão nas mãos dos autônomos, com idade média de 22,3 anos. Já a idade média da frota concentrada na mão das empresas é de apenas 10,88 anos. Os dados são da Agência Nacional de Transportadores Terrestre (ANTT), com base nos números do Registro Nacional de Transportadores Rodoviário de Cargas (RNTRC). Esta realidade coloca os profissionais dentro de um ciclo oneroso complicado e
bastante difícil de sair, porque para conseguir fretes compensadores muitas empresas exigem caminhões com no máximo 10 anos.
A consequência por não atender essa exigência é a inviabilidade fazer uma reserva financeira e insegurança para assumir o financiamento de um veículo mais novo. Na visão, do assessor técnico da NTC, Lauro Valdivia, fazer conta é o primeiro passo para se tentar sair desse ciclo e decidir se vale a pena manter o caminhão antigo ou se arriscar para ter um caminhão fabricado a menos tempo.
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SHUTTERSTOCK/SIDNEY DE ALMEIDA
FILTRO SUSTENTÁVEL
A Tecfil, em parceria com a Ahlstrom acaba de anunciar o lançamento de um papel sustentável para filtros automotivos. O produto foi desenvolvido pela Ahlstrom em seu centro de tecnologia no Brasil, após anos de pesquisa sobre a substituição de materiais sintéticos por recicláveis e/ ou biodegradáveis. O novo produto passa a ser usado pela Tecfil após a empresa ter participação ativa nos testes e validação do papel nos filtros. A tecnologia será inicialmente utilizada nos filtros de óleo da marca, que atendem a mais de 4.000 modelos de veículos leves, pesados e motocicletas, e, posteriormente, nos filtros de ar. O diferencial tecnológico do material está em seu apelo ecológico. Seu Single Score (indicador proposto pela pegada ecológica da Comissão Europeia que avalia o impacto ambiental geral de
um produto) é 16% menor, com destaque para a redução de 18% na emissão de CO2, graças a uma diminuição nas emissões de matérias-primas e transporte. O diretor comercial da Tecfil, Wagner Vieira, explica que a expectativa é levar ao mercado uma nova linha de filtros com desempenho superior, e foco ainda maior na sustentabilidade bem como na proteção do meio ambiente. A Tecfil acabou completar 70 anos de atividades e atualmente produz mais de 5.800 modelos de filtros. A gama de produtos atende tanto veículos leves, pesados e motocicletas, quanto o segmernto de máquinas pesadas e implementos agrícolas. Nos últimos 10 anos, a empresa mais do que dobrou a sua capacidade industrial de produção, saltando de quatro milhões para mais de dez milhões de unidades por mês.
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AUTÔNOMO: COMO
Cursos rápidos, online de um dia, em plataforma de ensino a distância, ou videoaulas podem ser algumas opções para os caminhoneiros autônomos conseguirem se atualizar e se manter cada vez mais competitivos no mercado de fretes que hoje exige cada vez mais motoristas profissionais, responsáveis, econômicos e capacitados para operar a frota
DANIELA GIOPATO
Com a chegada de caminhões cada vez mais modernos, o mercado de transporte rodoviário de cargas tem exigido caminhoneiros ainda mais qualificados e responsáveis. Eles querem verdadeiros operadores logísticos para a tender a demanda de frete com eficiência. Portanto, para se manter competitivo, o motorista deve se profissionalizar e se manter sempre atualizado. Para o empregado o acesso a cursos e treinamentos é mais fácil já que geralmente as empresas oferecem esta oportunidade aos seus funcionários. Afinal, os empresários já entenderam que um
14 PROFISSÃO
COMO SE ATUALIZAR
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Fotos SHUTTERSTOCK, FREEPIK e DIVULGAÇÃO
caminhoneiro preparado traz melhores resultados em termos de redução de custos e também de segurança.
Hoje em dia existe uma preocupação das empresas e dos próprios motoristas em fortalecer a profissão. Atualmente o treinamento é peça chave para a valorização do caminhoneiro. Isso porque, são grandes as exigências na hora de contratar os serviços do motorista de caminhão. Para atender a nova realidade, o carreteiro deve adotar comportamento diferente de anos atrás, época em que para conseguir um bom frete bastava ter um caminhão e saber dirigir. A profissão de motorista podia ser resumida em pegar e entregar a carga, enlonar o caminhão e saber fazer nós. A concorrência está acirrada em todos as áreas no País neste momento de crise política, econômica, institucional e social, o treinamento ajuda a valorizar o motorista de caminhão. Não basta apenas ser um motorista habilitado e com experiência, é preciso
ser um profissional atualizado e capaz de garantir para a empresa resultados qualitativos e quantitativos efetivos, contínuos e duradouros. Dirigir com segurança, produtividade e baixo custo operacional é fundamental passou a ser exigência mínima do mercado de trabalho.
Em resumo, atualmente o perfil do caminhoneiro em destaque no mercado de fretes são profissionais que atuam como gerenciador de negócios, têm controle dos custos operacionais, aptidão para negociar frete, bom relacionamento com clientes, saúde em dia, condução eficiente e econômica, habilidade em tecnologia e são capacitados com cursos e treinamentos.
Porém, no caso dos autônomos, responsáveis pelo seu próprio negócio, se atualizar nem sempre é uma tarefa fácil.
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PROFISSÃO
O treinamento é uma das peças chaves de valorização do motorista por conta da alta exigência na hora de contrarar os serviços
Atualmente o caminhoneiro deve ser um profissional qualificado e trazer resultados qualitativos e quantitativos
Entretanto é essencial para que o profissional possa ter acesso a melhores fretes. Para Salete M. Argenton , gerente geral da Fabet Filial SP, o autônomo precisa estar em constante atualização para também oferecer um serviço de qualidade, conduzir o seu veículo com segurança e eficiência, aprender a lidar com as adversidades do cotidiano das operações, conhecer das inovações e tecnologias do setor, estar atento as mudanças do mercado e ter todas as habilidades e competências de um micro empresário, incluindo as habilidades sociais e de gerir os custos de forma profissionalizada.
A questão da disponibilidade é um dos fatores que impede os autônomos de se atualizarem com a mesma frequência e facilidade dos motoristas empregados. Porém, existem cursos, con-
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Salete Argenton, da Fabet, explica que o valor investido no curso é revertido na redução dos custos da operação
A procura por cursos de motorista profissional por parte das mulheres tem aumentando nos últimos anos
forme explica Salete, com durabilidade menor e, também, com a possibilidade de serem feitos de maneira remota.
“Temos cursos presenciais de curta duração (dois dias), mais extensos de uma semana, online de um dia, em plataforma de ensino a distância, com videoaulas, dando a oportunidade para o autônomo estudar e se atualizar usando o seu tempo livre entre uma viagem e outra ou mesmo nos momentos de espera para uma carga ou descarga. Também é importante para o autônomo que tem seu veículo agregado de forma fixa em uma operação, participar dos treinamentos que as transportadoras e embarcadores oferecem aos demais motoristas de frota própria. Quem tem o desejo de buscar a melhoria contínua, sempre encontrará uma boa alternati-
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va”, destacou Salete.
Outro fator de impedimento dos autônomos é a questão do investimento afinal uma das principais queixas da categoria é o frete defasado e o aumento dos insumos. Mas, Salete faz um alerta sobre essa preocupação e acredita que em pouco tempo o profissional consegue recuperar o valor investido com a economia que gera no dia a dia. Para um curso de especialização, envolvendo todos os temas técnicos de mecânica para condutores, direção econômica, tecnologias, segurança, legislação do transporte e desenvolvimento comportamental, com duração de uma semana, o retorno, segundo Salete se inicia no próximo abastecimento e em menos de 30 dias o curso foi pago apenas com a redução dos custos de operação. No caso de cur-
sos de curta duração e específicos, os resultados são rápidos e imediatos também, exemplo: Curso de Direção Econômica – resultado em redução de consumo de combustível, pneus, freios, aumento da vida útil de componentes e etc...
“Porém, mais do que retorno financeiro, com resultados quantitativos, é o retorno em resultados qualitativos, desenvolvendo suas habilidades sociais tão importantes na atualidade, para inclusive ter uma vida mais feliz diante das adversidades do dia a dia, das relações de trabalho e da própria vida pessoal. Enfim, o investimento sempre valerá muito a pena a trará resultados surpreendentes. O autônomo pode buscar mais informações no nosso site www. fabetsp.com.br, por um dos nossos telefones e demais redes sócias e conversar com um dos nossos profissionais que estarão sempre à disposição para tirar dúvidas e explicar as diferentes possibilidades de treinamentos”, explicou.
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Cursos com durabilidade menor e realizados de maneira remota podem ser uma opção para os autõnomos
POTENTES E TEC
Quem transporta grãos opera preferencialmente com caminhões pesados equipados com tecnologias que garantam maior tempo do veículo em operação, produtividade e segurança
Ninguém do setor do transporte rodoviário de carga tem dúvida sobre a importância do agronegócio nas vendas de cavalos mecânicos pesados e implementos rodoviários para escoamento de grãos, representados em maior parte pela soja, milho, arroz e feijão. Estimativa divulgada em 14 de abril pela Conab, estima em 312,5 milhões de
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JOÃO GERALDO
SAFRA
Fotos DIVULGAÇÃO
NOLÓGICOS
toneladas a safra de grãos 2022/2023. Este total supera em 40,1 milhões a safra anterior e os principais motivos apontados para essa alta são maior área plantada e melhoria da produtividade das culturas. Somente a soja responderá por mais de 153 milhões de toneladas e o milho mais de 124 milhões de toneladas.
A importância do agronegócio para a indústria e o mercado de caminhões pesados e de implementos rodoviários é
facilmente compreendida também pelo número de emplacamentos de caminhões pesados 6x2 e 6x4 e de semirreboques graneleiros. Em 2022, por exemplo, dos 126,6 mil caminhões licenciados no País, mais de 65 mil foram modelos de alta potência.
Além disso, a grande maioria dos compradores de caminhões para o transporte de longas distâncias já faz opção pelo plano de manutenção e conectivi-
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Volvo FH mantém há anos a posição de caminhão pesado rodoviário preferido para o transporte de longa distâncias
dade. As aquisições para renovação ou ampliação de frotas ocorrem tradicionalmente entre agosto e dezembro, período da virada da safra de soja, para atender ao movimento de transporte entre os meses de janeiro e março.
Do total de 28.616 licenciamentos registrados no primeiro trimestre desse ano, 13.712 são modelos classificados como pesados, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Esse número é composto por caminhões produzidos pela DAF, Iveco, Mercedes-Benz, Scania, Volkswagen e Volvo, os quais dispinibilizam altos níveis de tecnologia, desempenho e segurança. Cabe dizer que competem em um segmento tratado com muita atenção e cuidados pelos fabricantes para atender as expectativas dos transportadores.
Quando se olha somente para os números dos implementos rodoviários, das 83.143 unidades emplacadas consideran-
do toda a família de reboques e semirreboques formada por 15 tipos de produtos, 39.826 foram basculantes e graneiros carga seca. No primeiro trimestre, do total de 20.890 unidades licenciadas, 10.322 são reboques e semirreboques. Os números são Anfir, associação que reúne fabricantes do setor.
O maior volume de vendas de caminhões pesados é da Volvo. A marca se mantem na liderança desde 2018. Até o fechamento do terceiro timestre de 2023, as 3.493 unidades emplacadas no período mantinham a montadora na liderança nessa categoria. Esse total é representado em sua grande maioria por modelos da família FH. O diretor executivo de caminhões da companhia, Alcides Cavalcanti, assegura que a liderança no segmento ocorre porque os caminhões da marca superam as expectativas dos transportadores.
“Oferecemos uma linha de veículos com tecnologia de ponta, que contribui
Scania defende o caminhão produzido sob medida, de acordo com detalhes da operação, como solução para maior produtividade
SAFRA
de forma significativa para reduzir o consumo de combustível, aumentar a disponibilidade e a produtividade e, assim, entregar mais rentabilidade ao negócio do cliente”, disse. Ainda segundo Cavalcanti, vários itens devem ser levados em conta para manter fidelidade à marca, porém ele destaca como principais os avanços tecnológicos dos veículos, serviços, baixo consumo de combustível, segurança e soluções financeiras disponibilizadas pelo banco da montadora.
"O agronegócio brasileiro e sua evolução ao longo das últimas décadas mudaram o perfil do setor" , destacou o executivo, acrescentando tratar-se de um setor altamente produtivo, super diversificado e competitivo internacionalmente. Lembrou que o agronegócio atual produz diferentes safras ao longo do ano, seja de soja, milho ou trigo. Assim, os períodos de colheita são espaçados durante o ano, fazendo com que o transportador de grãos tenha uma demanda constante por caminhões para levar a produção do campo para os terminais de
Carro-chefe de vendas da Mercedes-Benz no segmento do agronegócio, o Actros se destaca pela tecnologia embarcada
exportação e indústrias locais”, concluiu.
O diretor de Vendas de Soluções de Transporte da Scania Operações Comerciais Brasil, Alex Nucci, acrescenta que as empresas de médio e grande porte geralmente têm programa próprio de renovação de frota. Elas usam o caminhão em um ciclo entre quatro e cinco anos, período em que rodam de 500 a 600 mil quilômetros. Disse também que os transportadores renovam 20% da frota a cada cinco anos normalmente, mas os menores permanecem um pouco mais de tempo com o caminhão e fazem a renovação de acordo com suas prioridades e contratos.
Nucci observa que o caminhão tem de ser adequado à operação do cliente e levando em consideração detalhes como rotas e relevos para indicar a potência, equipamentos e tipo de implemento do veículo a ser usado na operação. A prática de oferecer ao transportador o produto mais adequado às suas encessidades é comum a todas as marcas, considerando que a produtividade do veículo pode ser
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uma garantia de fidelidade à marca. Na Scania, a venda do caminhão certo para a aplicação correta é identificada pela sigla TMA (Taylor Made Aplication).
“A cada situação que o transportador coloca na mesa a Scania vai ofertando pacote de soluções, desde o produto, serviços e segurança. Quando determinar o como será o caminhão o vendedor programa o caminhão na fábrica com todos os opcionais e quando receber o veículo vem com tudo pronto”, finalizou.
Assim como as demais fabricantes de caminhões pesados, a Scania disponibiliza um pacote de segurança completo com sensores de leitura de faixa e de ponto cego e sinal que alerta o motorista em relação a aproximação do carro da frente, entre outros dispositivos.
Os frotistas estão valorizando cada vez mais as tecnologias nos veículos para aumentar a eficiência, a segurança e o conforto dos motoristas, assegura Roberto Leoncini, vice-presidente de Ven-
das e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. “É por isso que, ao ouvir os nossos clientes estamos oferecendo, cada vez mais, itens de segurança ativa e passiva de última geração no Actros. Combinado com o consumo de combustível cada vez menor, o modelo tem se destacado em nossas vendas para o segmento”, afirmou.
Leoncini acrescentou que o modelo inovou ao introduzir um exclusivo pacote com até 19 itens de segurança ativa. Ele destacou o assistente ativo de frenagem (ABA) de 5ª geração, que faz o reconhecimento de pedestres. Citou também a MirrorCam, câmera digital que auxilia na condução do caminhão e manobras.
O executivo destacou também outros quesitos do Actros, como o pacote de conectividade, o painel digital, carregamento sem fio de celular e o Uptime, um serviço exclusivo que monitora o caminhão por meio de inteligência artificial, além da plataforma Fleetboard que
Volkswagen Meteor é o maior representante da montadora para o transporte de cargas em percursos de longas distâncias
SAFRA
torista e do caminhão. O relato se estende ao sistema de telemática que integra recursos da Internet com telefonia móvel para proporcionar uma gestão avançada da frota, bem como aplicativos que contribuem na jornada do motorista.
O supervisor de Vendas de Caminhões da Volkswagen Caminhões e Ônibus Fábio Ferreira, confirma que a maioria dos frotistas já tem a telemetria ativada em suas operações, principalmente no segmento extrapesado, onde cada detalhe é importante e faz diferença na operação. “A telemetria tem ajudado no gerenciamento da operação e do maior controle do que cada caminhão está entregando em tempo real”, complementa.
Ferreira compartilha da opinião de que o crescimento da produção de soja e de milho ano após ano e as grandes quantidades de grãos estocadas têm movimentado o transporte praticamente o ano todo e provocado certa mudança no período de compra de caminhões pesados para o agronegócio.
Disse que no passado as negociações junto a clientes do agronegócio eram mais sazonais, e que nos períodos pré-safra da soja e durante a “safrinha” alguns veículos eram destinados para outras operações ou passavam por manutenções preventivas. "Porém, com o crescimento da safra de milho, praticamente deixamos de ter a “safrinha” e os caminhões estão operando quase durante todo o ano. Isso fez com que a sazonalidade de negociações diminuísse muito e negociamos com o agronegócio durante todo o ano”, disse.
O forte crescimento da produção de soja e milho nos últimos anos, em grande parte para atender a demanda por alimentos, tem causado impacto no mercado de caminhões, pois os grãos são geralmente transportados por caminhões até os portos e locais de processamento, destacou o Diretor Geral de Peças e Serviços para a América Latina da Iveco, Bernardo Brandão. O executivo também falou do planejamento com antecedência das compras de novos caminhões levan-
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O S-Way tem a missão de ampliar a participação da Iveco no segmento de pesados
do em consideração a produção agrícola de todo o ano e usualmente a relação com o período da safra e safrinha.
Brandão observou também que os frotistas de caminhões pesados já entendem as vantagens da conectividade e aceitam com mais facilidade os vários recursos disponibilizados para aumentar a produtividade e o nível de segurança dos veículos. “Com a crescente demanda por conectividade e telemática, é natural que essas tecnologias se tornem cada vez mais relevantes para os frotistas”, afirmou. De acordo com ele, na Iveco os feedbacks recebidos dos clientes da marca são extremamente positivos em relação aos benefícios proporcionados por essas soluções. “Hoje em dia, a conectividade é praticamente um requisito de produto para para grandes frotistas agrícolas, uma vez que a eficiência no transporte pode significar uma melhoria significativa na rentabilidade das suas atividades”.
Brandão aponta o cavalo mecânico pesado S-Way, mais recente modelo lançamento da Iveco no mercado brasi-
leiro, equipado com todas as tecnologias de ponta para se obter maior produtividade e manter o veículo rodando por maior tempo. Visto pela Iveco como melhor caminhão pesado da marca de todos os tempos, o S-Way traz conectividade, telemática, monitoramento remoto e condução econômica eficiente.
Também estão presentes no modelo sistemas de assistência ao motorista, como alertas de mudança de faixa e detecção de colisão e frenagem de emergência. “Esses e outros recursos disponíveis melhoram significativamente a segurança dos motoristas e passageiros, reduzindo a probabilidade de acidentes e minimizando os danos em caso de colisão”, finalizou Brandão.
A DAF, por sua vez, iniciou a produção para o mercado brasileiro no final de 2013. Ano passado a marca licenciou de 6.500 unidades pesadas. Assim como as demais fabricantes instaladas no País, seus caminhões são equipados com as mais recentes tecnologias disponíveis para modelos pesados.
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SAFRA
Caminhões pesados da DAF começaram a ser produzidos no Brasil em 2013. O XF é o representante da marca no segmento pesado
As estradas falam, a Mercedes-Benz ouve e traz a Ouvir as estradas é entender as suas necessidades e oferecer a solução completa para você. Potência, robustez, economia, a gente sabe o que o seu dia a dia exige. Por isso, a Mercedes-Benz tem a linha de caminhões mais completa e a maior rede de concessionários do Brasil: para oferecer os veículos, peças, serviços e o produto financeiro que é a solução exata para você. www.mercedes-benz.com.br | CRC: 0800 970 9090 MercedesBenzBrasil MercedesBenzCaminhoes mercedesbenz_caminhoes Uma empresa Daimler Truck AG No trânsito, escolha a vida! CONHEÇA NOSSAS SOLUÇÕES EM SHOWROOMMERCEDES-BENZ.COM.BR
nar o transporte rodoviário de cargas mais eficiente e garantir ao caminhoneiro autônomo o direito de negociar o frete diretamente com o embarcador, através da figura do administrador de frete, que garante ao profissional a administração do seu trabalho e contratação de seguro obrigatório, evitando assim prejuízos e descontos desnecessários. Com base em uma lei de 2007, as embarcadoras passaram a contra-
Em vigor desde dezembro de 2022, a medida provisória 1153/22 traz importantes alterações para tornar o transporte rodoviário de cargas mais eficiente e garantir ao caminhoneiro autônomo o direito de negociar o frete diretamente com o embarcador, através da figura do administrador de frete, que garante ao profissional a administração do seu trabalho e contratação de seguro obrigatório, evitando assim prejuízos e descontos desnecessários. Com base em uma lei de 2007, as embarcadoras passaram a contra-
tar os seguros de carga dos transportadores impondo as condições da apólice e o Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR). A seguradora assina uma Dispensa de Direito de Regresso (DDR), mas este documento tem inúmeras ressalvas e pouco valor jurídico. E, em caso de sinistro, a indenização é cobrada do transportador, causando prejuízos e insegurança no mercado, até com fechamento de empresas.
tar os seguros de carga dos dores impondo as condições e o Plano de Gerenciamento (PGR). A seguradora assina pensa de Direito de Regresso mas este documento tem ressalvas e pouco valor jurídico. caso de sinistro, a indenização da do transportador, causando zos e insegurança no mercado, fechamento de empresas.
O advogado Alziro da Motta da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), uma das enti-
O advogado Alziro da Motta federação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), uma
LEGISLAÇÃO
FRETE DIRETO
negociação de frete por parte dos autônomos, maior competitividade ao mais eficiência no transporte rodoviário exclusividade pela escolha da seguradora e apólice por parte do motorista são alguns incorporados na medida provisória 1153/22, dezembro do ano passado, e que até junho para não ser caducada
aprovação da MP confederação vem de viabilizar a autônomo e onde essa recargas são um operade armazém. pelos autônodireta entre embarcador sem o transportadespacho de
dades apoiadoras da aprovação da MP 1153, explica que a confederação vem trabalhando no sentido de viabilizar a contratação direta entre autônomo e embarcador nas cargas onde essa relação é possível. Algumas cargas são mais complexas e exigem um operador logístico de estrutura de armazém. Mas a maioria operada pelos autônomos pode ter uma ligação direta entre esse profissional e o embarcador sem o intermediário, seja ele uma transportadora ou um agenciador.
“A grande questão é o despacho de
documentos que esses atravessadores fazem e por esse motivo é consumido entre 30 e 40% do valor total do frete. Entendemos que o autônomo pela sua dinâmica de trabalho não consegue absorver mais a função administrativa do seu negócio. Criamos então a figura do Administrador dos Direitos dos Autônomos que é uma empresa que não fica entre ele e o embarcador, mas sim na retaguarda do autônomo prestando esses serviços burocráticos que os autônomos precisam fazer para executar o transporte por meio da contrata-
documentos que esses atravessadores fazem e por esse motivo é consumido entre 30 e 40% do valor total do frete. Entendemos que o autônomo pela sua dinâmica de trabalho não consegue absorver mais a função administrativa do seu negócio. Criamos então a figura do Administrador dos Direitos dos Autônomos que é uma empresa que não fica entre ele e o embarcador, mas sim na retaguarda do autônomo prestando esses serviços burocráticos que os autônomos precisam fazer para executar o transporte por meio da contrata-
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PIXABAY E DIVULGAÇÃO
Fotos
Medida provisória proibe que embarcadores contratem seguro de carga dos autônomos
ção direta. Como se fosse um contador. Emitir o conhecimento de transporte, o manifesto, recolhe imposto de renda, INSS, Sest Senat e contrata seguro. Hoje, quem faz isso para ele é o despachante, o atravessador”, explicou.
Um dos pontos da MP 1153/22 é determinar a agentes que façam parte direta ou indiretamente da negociação do frete não possam exercer a função de administrador para evitar conflito de interesses. “Imagina em uma discussão sobre estadia, danos na carga, frete. Esse profissional está de posse de todo o arcabouço de documento e do dinheiro do autônomo. Simplesmente se ele não paga, o autônomo fica sem ter com quem brigar em relação a isso. Outro ponto da MP que estamos brigando é que vede aos contratantes dos serviços dos autônomos serem ou fazerem parte direta ou
indiretamente da figura do administrador dos direitos desses profissionais. Antes era somente combustíveis e rede de distribuição. Isso porque podemos imaginar um cenário onde a empresa pode oferecer o frete apenas se ele o contratar como seu administrador”.
Outro ponto bastante importante da MP 1153 diz respeito ao seguro de carga. Com base em uma lei de 2007, as embarcadoras passaram a contratar os seguros de carga dos transportadores, impondo as condições da apólice e o Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR). A seguradora assina uma Dispensa de Direito de Regresso (DDR), mas este documento tem inúmeras ressalvas e pouco valor jurídico e, em caso de sinistro, a indenização é cobrada do transportador, causando prejuízos e insegurança no mercado, até com fechamento de empresas.
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LEGISLAÇÃO
A aprovação da MP 1153 vai ajudar o autônomo a negociar diretamente o frete, diz o advogado Alziro da Motta
A medida provisória proíbe esta prática e garante que o transportador tenha exclusividade pela escolha de sua seguradora e condições da apólice. Mas representantes de embarcadores que são contra a medida têm afirmado que a mudança incentiva a imprudência dos caminhoneiros. Mas a prática dessas embarcadoras, que são as donas da carga, é abusiva e só existe no Brasil, segundo a Câmara Internacional da Indústria de Transporte (CIT), organização que é parceira da Unctad/ONU e da OEA.
“O nosso objetivo é que os seguros RCTRC (Responsabilidade Civil pelo Transporte Rodoviário de Cargas); o facultativo contra danos a terceiros e o de roubo fossem obrigatórios e de contratação exclusiva do transportador. Assim em caso de um acidente com a carga o seguro vai indenizar o embarcador. Por uma questão clara, o seguro de responsabilidade civil protege quem esta transportando, então nada mais coerente do que esse seguro seja contratado por quem transporta a carga.
Porém, hoje quem faz a contratação é o embarcador. Eles fazem dessa maneira pois fica muito mais barato para eles. Por isso é tão importante a aprovação desses dois itens para a liberação da contratação direta. "Atualmente o autônomo tem essa dificuldade pois não tem estrutura para fazer a parte burocrática da negociação do frete e em caso de algum imprevisto com a carga como ele resolve? Liga para quem? O embarcador não quer ter trabalho. Então é necessário a figura do administra -
dor de frete e do seguro para dar mais seriedade e segurança”.
Além dessas duas questões, a medida provisória pede prorrogação da validade e multas do exame toxicológico, alterações no código de trânsito e o retorno da ANTT como fiscalizadora do pagamento ao autônomo. "Nossa luta pelo pagamento legal é muito antiga. O caminhoneiro fica à mercê do embarcador/transportador que pratica carta-frete se não houver fiscalização", explica Alziro Motta. Ele acrescenta que a sonegação no pagamento dos autônomos ultrapassa os R$ 12 bilhões por ano. "É uma evasão gigantesca; recurso que poderia ser usado para melhoria das estradas, para criação de paradas. Além disso, o caminhoneiro precisa receber dinheiro na sua conta corrente e poder abastecer e consumir onde quiser", completa.
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COMO TROCAR
Seminovos, consórcio e financiamento são algumas alternativas disponíveis para os motoristas autônomos conseguirem viabilizar a troca de caminhão. Porém, antes é preciso planejamento, informação, pesquisa e organização para que essa atualização traga realmente benefícios ao profissional e melhore o seu poder de negociação de frete
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SEMINOVOS
DANIELA GIOPATO
DE CAMINHÃO?
Trocar de caminhão é o objetivo de boa parte dos motoristas de caminhão autônomos. Com a atualização do veículo o profissional passa a ter expectativa de obter melhores cargas, além de reduzir gastos com manutenção. Mas esse passo nem sempre é fácil. Afinal, o autônomo tem um ganho variável e oaumento de custo dos insumos do transporte provocam sentimento de insegurança e falta de estabilida-
de entre os profissionais. E, como consequência, o sonho de ter um caminhão mais novo acaba ficando em segundo plano. Outra dificuldade para a categoria é a aprovação de crédito. A profissionalização da atividade de motorista de caminhão vem contribuindo para facilitar esse processo. Por isso é cada vez mais importante o autônomo demonstrar vínculo de prestação de serviço como forma de comprovação de renda, co-
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Fotos SHUTTERSTOCK, FREEPIK e DIVULGAÇÃO
mo cartas de agregamento ou contrato de prestação de serviços. Esses documentos são fundamentais para a obtenção de financiamento. Além disso, é importante que o autônomo não tenha pendências em relação à sua situação financeira no mercado.
Além de avaliar bem a sua capacidade de absorção de dívidas de longo prazo, é importante considerar como compor seus rendimentos caso aconteça um imprevisto, levando em conta que o caminhão é o seu instrumento de renda. Entregar o veículo usado como entrada na troca também é uma opção a ser levada em conta. O valor do usado convertido em entrada para o financiamento de um novo reduz o saldo devedor e reflete em parcelas de menor valor ou redução do prazo para quitação. Quanto mais novo o equipamentomaior é a segurança e menores chances de manutenção não programada.
Especialistas dizem ser imprescindí-
Caminhão com operação dentro de especificações do fabricante e boa manutenção são mais valorizados
vel também fazer contas antes de começar a pensar em trocar de veículo e entrar em um financiamento. O profissional deve saber o quanto a parcela de um possível financiamento vai comprometer sua renda e se o mercado no qual atua é promissor em relação a movimentação de frete. Seja qual for a modalidade escolhida é necessário pesquisar, se organizar e buscar sempre opções de contratação mais rápida e simples, que ofereçam condições de entrada, parcelamento e juros compatíveis com a sua realidade financeira.
O apoio do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à aquisição de caminhões novos para transportadores de cargas é realizado por meio do produto BNDES Finame na linha BK Aquisição. A taxa final é composta pela
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remuneração do BNDES de 1,15% ao ano (para transportadores autônomos de cargas e micro, pequenas e médias empresas) ou 1,25% ao ano (para grandes empresas); pelo custo financeiro TLP, Taxa Fixa BNDES (TFB) ou Taxa Selic; e pela remuneração do agente financeiro, a ser negociada com o cliente. O prazo de pagamento é de até 10 anos, com carência de até 2 anos. Nos financiamentos com custo financeiro TFB, a carência é de até 1 ano.
É importante mencionar que associado à agenda de sustentabilidade, o BNDES também financia a aquisição de caminhões elétricos, híbridos e movidos exclusivamente a biocombustível através de uma linha específica: BNDES Finame Baixo Carbono, a fim de contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Em termos de condições de financiamento, a diferença em relação à linha BK Aquisição é que a remuneração do BNDES é mais atrativa, de
Especialistas alertam o autônomo sobre a importância avaliar sua capacidade de absorção de dívida
0,95% ao ano.
Para aprovação do crédito, além das exigências ligadas à política de cada instituição parceira o BNDES exige documento que comprove o enquadramento do beneficiário na categoria de transportador autônomo de carga ou pessoa natural associada a cooperativa de transporte rodoviário de cargas; certidões como a CND (Certidão Negativa de Débitos de Tributos) e a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais aplicada a empresas que possuam empregados); e a não inclusão no “Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo (Lista Suja do Trabalho Escravo)”, gerido pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Previdência (MTE).
Para aqueles que ainda não conseguem o tão sonhado zero quilômetro, o seminovo pode ser uma boa alternativa para reduzir a idade do caminhão. Pa-
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ra que essa troca realmente traga vantagens é preciso ter atenção. O primeiro passo é analisar as opções de financiamento, juros e valor das parcelas. Assim é possível entender se o investimento realmente irá refletir em uma vantagem. É importante também verificar a procedência do veículo, manutenções realizadas e a documentação. Para isso, o autônomo deve fazer pesquisas e verificar se o local escolhido para a compra do seminovo é confiável.
Outro ponto é fazer uma avaliação. De acordo com especialistas, essa análise não deve ser apenas visual e sonora – no caso do motor. O comprador deve estar atento ao respiro, que nesse caso (motores a diesel usados) emite uma certa quantidade de fumaça a qual deve ser grande. Observar se há vazamentos de água e de óleo.
No caso da caixa de câmbio, pode ser utilizada uma técnica específica para testar os sincronizados, se as marchas
“escapam” e também ficar atento a barulhos e “choros” como se costuma dizer. No caso dos diferenciais, a atenção se volta a folgas e barulhos. Verificar a forma como o veículo trabalha e tipo de serviço realizado. Importante observar que um caminhão com alta quilometragem e boa manutenção, com operação dentro das especificações do fabricante, com certeza é superior a outro com quilometragem baixa, porém com manutenção e operação inadequada.
O comprador deve desconfiar de preços milagrosos, pois na maioria das vezes veículos oferecidos são comprados de empresas falidas ou de pessoas físicas com alto endividamento. Essas situações podem acarretar bloqueio judicial da documentação. Enfim, problemas que podem demorar meses ou até mesmo anos para serem resolvidos. Não se pode criar uma regra na qual cada caminhão tem um valor fixo de acordo com modelo e ano. Muitas vezes um veícu-
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SEMINOVOS
lo de má procedência oferecido por preço abaixo do valor de mercado pode precisar de reparos que vão custar mais do que o dobro do valor pago para que o veículo fique em condições de trabalho.
Para Derick Taborda, gerente de Loja Selectrucks, programa de seminovos da Mercedes-Benz, o seminovo é uma opção que vale a pena para o pequeno transportador que tem espaço dentro desse mercado. “Sabemos que o autônomo tem enfrentado dificuldades de conseguir crédito e um bom financiamento.
Ele recorda que entre 2018 e 2019 o programa atendia muito mais pessoa física do que jurídica. Hoje inverteu. Então, apesar de ser um mercado que deve ser considerado pelo pequeno transportador, é preciso se organizar, planejar, estudar as possibilidades e verificar se atende as exigências das financeiras para conseguir crédito”, destaca.
Ainda de acordo com Taborda, em
Aquisição de seminovos de montadoras têm diferenciais de terem passado por vistoria, revisão e garantia
primeiro lugar é importante avaliar o cenário que o autônomo se encontra e verificar se é promissor ou não. Feito isso, o profissional deve começar a se organizar para atualizar a idade do seu caminhão. Quando iniciar a buscar deve verificar a procedência e se o veículo passou por vistoria. “O ideal é que ele troque a cada três anos e fique atento a todas as manutenções para não perder o valor de revenda. Quando vamos avaliar um caminhão, um dos itens principais é o trem de força. Olhamos qual a quilometragem do veículo, as manutenções feitas e se os prazos e períodos foram respeitados. Esse histórico é importante”, alertou.
Alguns dos diferenciais do caminhão seminovo da Selectrucks apontados por Taborda são o fato de todos os veículos serem periciados, revisados e passarem por vistoria cautelar, credibilidade na procedência (não são de leilão, nem tombados) e garantia de 90 dias para o trem de força.
“Atualmente, temos no estoque uma média de 200 a 250 caminhões. Nosso principal canal de comunicação é o nosso site, que traz todos o leque de produtos disponíveis e link para whatsapp direto para algum consultor da região mais próxima. Aceitamos qualquer operadora de financiamento, mas temos o diferencial de oferecer aos nossos clientes as condições do Banco Mercedes-Benz”, concluiu.
A Volvo também disponibiliza programa para a compra e venda de caminhão seminovo multimarcas, também garante segurança ao cliente. “Um cami-
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Lojas Selectrucks têm estoque entre 200 e 250 seminovos. Atualmente os autônomos são a minoria dos compradores, o oposto de anos atrás
nhão que está no estoque de nossa rede é um veículo que passou por um rígido processo de inspeção feita por técnicos treinados pela fábrica. Após este processo, os caminhões são higienizados e reparados, corrigindo eventuais problemas técnicos de peças danificadas. Os caminhões seminovos Volvo têm confirmadamente um padrão superior ao dos veículos comercializados no mercado”, explicou Rogério Kowalski, gerente comercial de seminovos Volvo. Em 2022, foram comercializados 1.300 caminhões seminovos.
Para as operações de compra de seminovos dentro do programa é possível contar com o suporte do Banco Volvo. Conforme explica, todas as solicitações de créditos são analisadas, considerando o perfil do cliente. “Há planos de até 60 meses com carência em alguns casos”.
Kowalski acrescenta que é comum receber um caminhão usado do cliente como forma de pagamento e que não existe
restrição. “Se o caminhão ainda estiver alienado, ou com processo de financiamento em curso, ele também pode ser usado como entrada. Na troca não aceitamos veículos que tenham sofrido acidente de média ou de grande monta”.
Em relação aos principais diferenciais está o fato de todos os caminhões passarem pelo mesmo processo padrão desde cotação, avaliação, compra, reforma e reparos até serem disponibilizados para a venda. Todos são periciados e passam por avaliação técnica criteriosa, com procedimentos definidos pela própria Volvo. Além disso, Kowalski cita a documentação e a garantia do veículo, assim como a possibilidade de acrescentar plano de manutenção.
“Todos os veículos estão registrados em nome de “Volvo do Brasil Veículos Ltda.”, o que dá plena segurança ao comprador para a transferência. Além disso, eles possuem garantia de até 12 meses, com respaldo da rede das 105 con-
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cessionárias Volvo espalhadas de Norte a Sul do Brasil. Se o cliente comprar um caminhão seminovo Volvo no Rio Grande do Sul e registrar um problema técnico em outra região, ele será atendido em uma das concessionárias da marca localizadas no território brasileiro. Além disso, todo os caminhões da Rede de Seminovos podem sair com planos de Serviço Azul Clássico, com troca de óleo e filtros incluídos por até 1 ano”, destacou.
CONSÓRCIO – O consórcio pode ser considerado apenas para aqueles motoristas que não estão com pressa de trocar de caminhão. A decisão vai depender diretamente da necessidade e planejamento de cada profissional. Para aqueles que não se planejaram com antecedência para essa renovação, o consórcio para troca do caminhão pode não ser uma boa opção. Afinal, é preciso tempo para ser contemplado e poder utilizar o crédito na compra de um veículo novo
ou seminovo.
A modalidade oferece vantagens a longo prazo. Entre elas está o fato de não precisar dar entrada já que os pagamentos de parcelas mensais são feitas de acordo com as condições estipuladas no contrato. Outros pontos positivos são prazos maiores e parcelas menores, além da possibilidade de antecipar o crédito. Atualmente com a taxa de juros aumentando e a possibilidade dela se manter nesse patamar de 13,75%, o custo financeiro para o cliente ir até o banco adquirir dinheiro vai ser bem maior. E o consórcio passa ser uma boa opção. O segmento de veículos pesados tem batido recordes de vendas crédito de consorcio.
Para Rodrigo Clemente, diretor comercial do consórcio Scania, de uma maneira geral a modalidade serve como uma forma planejada de adquirir um bem. “Hoje, o consórcio Scania tem um grande público e foca no autônomo, justamente para oferecer a possibilidade de
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Seminovos vendidos pela Volvo passam por processo padrão desde a cotação, avaliação, compra, reforma e reparos, antes de serem colocados à venda
um crédito intermediário para ter acesso a um dinheiro a um custo bem menor em relação a um financiamento bancário. Além disso, o motorista tem a possibilidade de adquirir um caminhão seminovo ou zero dependendo do perfil, assim como o implemento rodoviário”, explicou.
Clemente faz questão de ressaltar a importancia do caminhoneiro entender que o consórcio passa por uma etapa de investimento, já que o acesso a carta de crédito acontece apenas após contemplação. Por esse motivo é imprescindível que o cliente tenha um planejamento para poder adquirir o bem. No caso de prazo curto para adquirir o bem, Clemente acredita que o consórcio não é a melhor opção para o cliente.
O prazo para contemplação pode variar conforme o grupo escolhido. “Se o cliente entrar em um grupo de 36 meses com certeza ele vai ter acesso ao crédito antecipadamente. Porém, o autônomo muitas vezes quando adquire uma carta de crédito deseja pagar em um prazo muito mais alongado (100 meses). Então, para esse perfil de cliente o processo de contemplação pode variar em torno de 20 a 30 meses. Porém, no caso de ofertas de lance, existe a possibilida-
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de de acelerar a contemplação. Então o cliente que necessita ter o dinheiro disponível em um curto espaço de tempo faz oferta do lance, onde ele entra com recursos próprios para acelerar”, afirma.
Entre as principais vantagens do consórcio para o autônomo estão o custo financeiro e menor burocracia para aquisição de crédito. A modalidade, conforme explica Clemente, como é legislada pelo banco central é necessário entrar em um processo de aprovação de crédito. Porém, é muito menos burocrático do que do sistema financiamento bancário. Afinal, o cliente já pagou parte do crédito para ter acesso a esse recurso.
Outro grande diferencial do consórcio é o custo financeiro, pois não há taxa de juros e a taxa de administração, de 14%, é diluída em 100 meses – prazo geralmente escolhido pelos autônomos. Assim, esse custo mensal será de 0,14%.
Hoje, a taxa de juros para uma operação de credito bancário varia entre
Consórcio pode ser uma boa opção para quem não tem pressa pegar o caminhão
1,35% a 1,40% ao mês. E isso vale para aqueles clientes que já tem um bom poder de aquisição de credito.
O consórcio foi criado para ser atrativo e abrir a possibilidade de todos terem acesso a bens de consumo e de produção. É considera uma das maneiras mais democráticas de acesso ao crédito, principalmente para os clientes de entrada.
O consórcio Scania tem grupos de 300 a 400 participantes e todos pagam um percentual mensal. Mensalmente acontece uma assembleia para uma contemplação por sorteio e duas por oferta de lances. “Hoje temos uma carteira em torno de 14 mil clientes ativos, administramos em torno de R$ 8 bilhões em crédito, e o percentual de autônomo é de 60%. Com a carta de crédito em mãos o cliente pode se dirigir a um dos concessionários para viabilizar a aquisição de um caminhão seminovo com mais segurança e garantia de 90 dias”, explicou Clemente.
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QUANDO A CONTA
Falta de manutenção e de planejamento para troca de caminhão, dificuldade para honrar pagamentos, desânimo com a profissão e insegurança são algumas das consequências vivenciadas diariamente pelos motoristas autônomos por conta o valor defasado do frete, que a muitos anos não acompanha a alta do diesel e de todos os insumos ligados ao mercado de transporte rodoviário de cargas
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Adesfasagem do frete é um dos fatores que lideram a lista de reclamações por parte dos caminhoneiros autônomos. Nos últimos anos a insatisfação ficou ainda mais evidente diante dos aumentos constante de diesel e todos os insumos ligados ao transporte rodoviário de cargas. A conta passou a não fechar e como consequência o autônomo vem enfrentando dificuldades para se manter competitivo na profissão. Afinal, algumas coisas importantes como a manutenção preventiva do caminhão vão ficando em segundo plano prejudicando ainda mais o dia a dia do motorista na estrada.
Todo esse cenário tornou ainda mais importante avaliar o valor do frete e todos os custos da operação para decidir se vale a pena ou não fazer determinado transporte. Isso porque, o jeito de conduzir o negócio é o principal pilar em qualquer tipo de atividade para que ela possa garantir algum resultado financeiro positivo. Se antes era necessário anotar as despesas, controlar os gastos e avaliar melhor o frete, agora, nesse cenário de crise econômica, é imprescindível para conseguir sobreviver na profissão.
O ideal seria calcular exatamente quanto irá gastar naque-
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CONTA NÃO FECHA
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SHUTTERSTOCK e ARQUIVO PESSOAL
Fotos FREEPIK,
le transporte, antes de fechar um contrato. Nesse cálculo, o autônomo deveria incluir gastos com pneus, distância, peso da carga, gasto com combustível, diárias trabalhadas, paradas para alimentação, entre outros custos operacionais. Porém, nem sempre o ideal é possível, pois, diante da grande oferta de mão de obra, o autônomo acaba aceitando o frete mesmo consciente do valor baixo. O maior perigo de não analisar o frete de maneira correta é o motorista ter de trabalhar cada vez mais, porque a medida que se reduz o frete, é necessário aumentar a quantidade de serviços para manter a receita no mesmo nível.
Luciano Cândido de Souza, Formiga/ MG, tem 44 anos e 17 de profissão, explica que para sobreviver da profissão e não sair no prejuízo fez algumas adaptações. Entre elas é percorrer distâncias menores e em períodos de pouca safra deixar o caminhão parado e arranjar trabalho em empresa. “Eu faço conta, e se é
No seu caso, Luciano garante ser mais vantajoso trabalhar com fretes em menor distância pois mesmo com menor faturamento, os gastos com manutenção, pneus e diesel são reduzidos
para ter prejuízo prefiro estacionar o caminhão e ganhar dinheiro com outra coisa. Estou em uma região de boa produção agrícola e de mineração. Uma região ótima para trabalhar. Porém, com a lei da oferta e da procura o frete muitas vezes é baixo. Da mesma forma que tem muito trabalho, tem muito caminhão, muita concorrência. No meu caso, por exemplo, concorro diretamente com os rodotrens que podem trafegar com até 51 toneladas. E, quanto mais peso um caminhão pode carregar, mais faturamento e melhor negociação do frete existira. E, nesse caso saímos em desvantagem”, explicou. Outro ponto é a questão da distância, Luciano garante que é mais vantagem para ele trabalhar com fretes com menor distância pois os gastos são reduzidos. Apesar de faturar menos, ele gasta menos com pneus, combustível e o próprio desgaste físico. Para mudar essa equação o ideai seria investir em caminhões com maior capacidade de carga para via-
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Para Ernanio, o que está agravando a situação do autônomo é o fato do valor do frete não acompanhar o aumento dos insumos sem contar com o valor absurdo para trocar de caminhão
jar distancias maiores. Mas Luciano explica estar bem difícil pensar em investir em um caminhão. “A taxa de juros está alta e o frete está difícil melhorar. Quanto maior a oferta menor o valor do frete. As vezes ficar em casa ou deixar o caminhão parado é a solução mais inteligente. Durante a safra trabalho com o meu caminhão. Mas, no período chuvoso fica complicado então não dá para se planejar. Então, prefiro arranjar um trabalho e deixar o caminhão parado para não dar prejuízo”, destacou.
Para Luciano apesar do valor defasado do frete, os aumentos constantes do diesel deram uma folga para os caminhoneiros. Ele explica que estava difícil trabalhar com toda aquela instabilidade. “Nesse ponto melhorou. Mas ainda a muito o que mudar para os autônomos conseguirem se sentir mais seguros. Um exemplo são os repasses baixos das transportadoras, que negociam direto o valor e depois nos pagam. Essa transi-
ção tira um valor significativo do frete. E tudo isso para a empresa poder emitir as documentações. E com isso vai sufocando o autônomo”, finalizou.
Ermanio Carlos de Almeida Junior, na profissão desde 2016, é graduado em ciências biológicas e pós graduado gestão ambienta, diz ser caminhoneiro por amor. Para ele, desde o fim da greve de 2018, com a implantação da tabela mínima de frete, o frente vem diminuindo e o principal motivo é a livre concorrência do mercado. Excesso de caminhão para pouco frete. “O que está agravando a situação do autônomo é o fato do valor do frete não acompanhar o aumento dos insumos, pneus e peças de reposição, sem contar com o valor absurdo que se tornou o caminhão. Um caminhão novo hoje chega a quase ou ultrapassa 1 milhão de reais, fazendo com que o autônomo não consiga mais renovar sua frota. Eu mesmo tenho um caminhão avaliado em cerca de 200mil
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reais, e hoje para mim, é impossível trocar por um caminhão zero, devido a diferença de valores”, explicou.
O problema maior, na opinião de Ernanio, não é o frete, é sim a falta de fiscalização. Pois, as transportadoras trabalham de forma a pagar menos, mesmo cobrando do cliente o valor de tabela. Se houvesse uma fiscalização e punição aos embarcadores talvez poderia surtir algum efeito. Ele explica que até existe uma fiscalização por parte da ANTT , porém é muito falha e raramente encontrada na estrada. “Hoje como não tenho muitas dívidas, consigo aguardar por um frete melhor. Mas, os colegas que têm suas prestações não pode esperar, e infelizmente acabam aceitando fretes que não compensam causando assim o desgaste de seu veículo e prejudicando ele mesmo, pois quando chegar as manutenções ele não terá condições de fazer”, opinou. Para melhorar, segundo ele, basicamente deveria ter fiscaliza-
Na tentativa de driblar a defasagem do valor do frete, Samuel esta optando em trabalhar com transportes de eventos para feiras pelo fato de já negociar antecipadamente o valor de ida e volta
ção e a longo prazo associações para poder brigar por fretes mais justos.
Samuel Dias de Oliveira, de Santo André/SP, há 20 anos na profissão, também concorda que a concorrência hoje está muito acirrada e todos precisam sobreviver. Na sua opinião, o valor do diesel pesa muito na balança e os custos altos e pouco lucro não permitem a conta fechar no final do mês. É preciso regularizar a tabela de fretes. “O período de pandemia mudou muito a rotina mundial e hoje estamos colhendo o que foi plantado nesse período. Tudo encareceu, os custos aumentaram muito e no meu ponto de vista, deveria ter mais uma fiscalização por parte dos governantes. O frete não está acompanhando o mercado. E, quem
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DICAS DE COMO ELABORAR UMA PLANILHA DE CUSTO
ANALISAR O FRETE
O maior perigo de não analisar o valor de maneira correta é o motorista ter de trabalhar cada vez mais, porque a medida que se reduz o frete, é necessário aumentar a quantidade de serviços para manter a receita no mesmo nível. E, mesmo assim, nem sempre será o suficiente para compensar os gastos com cada uma dessas viagens. A consequência, como tem acontecido, é a falta de condições para honrar pagamentos de compromissos assumidos.
COMO ANALISAR O FRETE
Na hora de negociar o frete é de extrema importância que o motorista analise se o valor oferecido será suficiente para pagar todos os custos da viagem e deixará algum lucro. O frete analisado deve ser a soma do valor recebido na ida e na volta. A planilha de custos bem elaborada dá condições para que o prestador de serviço analise de forma consciente o frete que lhe é oferecido. E assim consegue verificar quando o frete compensa. Além de ser base para a avaliação do negócio.
O QUE DEVE CONSTAR NA PLANILHA
Na planilha de custo devem constar todos os recursos consumidos e os custos com manutenção, pneus, despesas de viagem, combustível, taxas e impostos (licenciamento, IPVA, seguro obrigatório, RNTRC, taxa de vistoria de tacógrafo, etc) pagos para rodar com o caminhão, além de seguro do caminhão e os custos de depreciação do veículo. Desta forma será possível saber com mais certeza se a viagem será lucrativa. Essa é uma das maneiras mais simples de o motorista saber quando o frete compensa e cuidar bem do seu negócio. Para começar, basta ter um caderninho e anotar todos os custos acima citados e os fretes recebidos. Assim o carreteiro terá condições de fazer uma avaliação ao final de cada viagem, de cada mês, trimestre, semestre e ano, e saber se foi positivo ou negativo. Para aumentar a margem de lucro nos serviços de frete, especialistas alertam que os caminhoneiros precisam administrar melhor o seu negócio. Assim, é possível controlar melhor os custos e aumentar a margem de ganho em cada transporte de carga.
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Na opinião de Aguiar, o caminhoneiro sabe que o ideal é fazer conta para analisar se o frete oferecido é realmente
Porém, o autônomo endividado não tem condições de recusar um trabalho
Na opinião sabe que o analisar se satisfatório Porém, o autônomo tem condições
je, as grandes transportadoras acabam dando as regras do mercado. Assim podemos brigar, porém sempre vai prevalecer a vontade e as regras delas”.
der o menor preço ganha a concorrência. Sem contar que outros custos como o vale pedágio, por exemplo, que deveria ser custeado pelas empresas e não são incluídos no valor do frete, dando ainda mais prejuízo para os autônomos”.
der o menor preço ganha a concorrência. Sem contar que outros custos como o vale pedágio, por exemplo, que deveria ser custeado pelas empresas e não são incluídos no valor do frete, dando ainda mais prejuízo para os autônomos”.
Para tentar driblar a defasagem do valor do frete, Samuel explica que viaja no máximo 1.000 km e esta optando em trabalhar com transportes de eventos para feiras pelo fato de já negociar antecipadamente o valor de ida e volta. Além disso, mesmo parado, como está a disposição do cliente, também recebe e tem não tem custos. “Para nossa melhoria precisamos muitos que nossas autoridades vejam o transporte com outros olhos. O governo deveria baixar um pouco seus custos sobre impostos para melhorar e evitar as sonegações. Ho-
Para tentar driblar a defasagem do valor do frete, Samuel explica que viaja no máximo 1.000 km e esta optando em trabalhar com transportes de eventos para feiras pelo fato de já negociar antecipadamente o valor de ida e volta. Além disso, mesmo parado, como está a disposição do cliente, também recebe e tem não tem custos. “Para nossa melhoria precisamos muitos que nossas autoridades vejam o transporte com outros olhos. O governo deveria baixar um pouco seus custos sobre impostos para melhorar e evitar as sonegações. Ho-
Para Aguiar Pereira Arantes, 61 anos, 43 de estrada, de Acreuna/GO, geralmente o caminhoneiro fica nas mãos das empresas e mesmo se a negociação fosse direta não teria muita diferença. “O valor do frete realmente precisa ser reajustado. O preço do diesel está razoável, porém o do frete cada dia mais baixo. Na época da safra, por exemplo, o frete tem um valor de R$ 150 a tonelada quando a safra acaba, cai para R$ 60,00. Não tem condições, com o passar do tempo praticamente trabalhamos de graça. O autônomo não dá conta de pagar as suas contas e muito menos de pensar em trocar o caminhão, que fica sucateando e como consequência aumentando custo com manutenção, pneus e parte mecânica. A conta não fecha”, explicou.
je, as grandes dando as demos brigar, lecer a vontade Para Aguiar 43 de estrada, mente o caminhoneiro empresas se direta valor do frete justado. O porém o do época da um valor safra acaba, condições, ticamente tônomo não contas e muito car o caminhão, como consequência com manutenção, nica. A conta
Na opinião de Aguiar, o caminhoneiro sabe que o ideal é fazer conta para analisar se o frete oferecido é realmente satisfatório e compensatório. Porém, o autônomo endividado não tem condições de recusar um trabalho e muitas vezes aceita qualquer valor na tentativa de conseguir pagar as suas contas. Existe um leilão de fretes. A transportadora passa relatório para as empresas de quantos caminhões estão parados e, assim a empresa vai determinando o valor do frete, de acordo com a oferta”, explicou.
Na opinião sabe que sar se o frete fatório e compensatório. nomo endividado recusar um ta qualquer guir pagar lão de fretes. relatório caminhões presa vai de acordo
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Domingo no SBT
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A cada ano que passa, o agronegócio conta com caminhões cada vez mais preparados para atender o setor, principalmente no campo. Na Agrishow desse ano, montadoras apresentaram novos modelos pesados e também de menor porte para atender o segmento
Adequados tecnicamente às aplicações em terrenos fora de estrada, os caminhões se destacam cada vez mais como ferramentas fundamentais para o agronegócio, não somente para o escoamento das safras de grãos por rodovias, como também em operações nos canaviais, no transporte de madeira além de atividades da construção civil e mineração.
Apesar de todas as marcas terem iniciado 2023 com veículos adequados à legislação P8 (similar à norma Euro 6), o
50 AGRONEGÓCIO
JOÃO GERALDO
off road já conta com a chegaveículos pesados 6x4 destiaplicações severas, bem como menores para apoio no campo. lançamentos ocorreram na 28ª maior feira voltada ao da América Latina, realios dias 01 e 05 de maio em Preto/SP. Trata-se da mais imvitrine para o setor, que haconta com participação fabricantes de caminhões e a aprenovos veículos para o seedição desse ano as novidapor conta das montadoFord, Iveco, Mercedes-Benz e
segmento off road já conta com a chegada de novos veículos pesados 6x4 destinados a aplicações severas, bem como modelos menores para apoio no campo.
Os lançamentos ocorreram na 28ª Agrishow, a maior feira voltada ao agronegócio da América Latina, realizada entre os dias 01 e 05 de maio em Ribeirão Preto/SP. Trata-se da mais importante vitrine para o setor, que habitualmente conta com participação de fabricantes de caminhões e a apresentação de novos veículos para o setor. Na edição desse ano as novidades ficaram por conta das montadoras DAF, Ford, Iveco, Mercedes-Benz e
Volkwagen, tanto para aplicação direta no campo quanto para trechos mistos e distribuição em centros urbanos. Considerado uma das principais locomotivas da economia brasileira, o agronegócio supera a cada ano o volumes colhidos. A edição 2022/2023, por exemplo, vai superar os 312 milhões de toneladas de grãos, mais 596 milhões de toneladas previstos de cana de açúcar. Ambas as culturas, assim como outros setores do agronegócio, dependem de caminhões tecnicamente preparados, seja para a aplicação em terrenos fora de estrada ou em operações rodoviárias de longas distâncias.
Volkwagen, tanto para aplicação direta no campo quanto para trechos mistos e distribuição em centros urbanos.
Considerado uma das principais locomotivas da economia brasileira, o agronegócio supera a cada ano o volumes colhidos. A edição 2022/2023, por exemplo, vai superar os 312 milhões de toneladas de grãos, mais 596 milhões de toneladas previstos de cana de açúcar. Ambas as culturas, assim como outros setores do agronegócio, dependem de caminhões tecnicamente preparados, seja para a aplicação em terrenos fora de estrada ou em operações rodoviárias de longas distâncias.
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AGRONEGÓCIO
DAF XF fora de estrada tem versão para tracionar composição de 11 eixos e 91 toneladas
lo com CMT de 125 toneladas está preparado para tracionar composições de 11 eixos com 91 toneladas de PBTC. As relações diferenciais do novo fora de estrada DAF são 4,12:1, 4,55:1, 5,41:1 e 6,18:1
a transmissão para uma maior economia de combustível.
DAF – A montadora ampliou sua linha 6x4 com o lançamento do XF fora de estrada 6x4 com motor de MX 530cv e torque de 2.500/2.600 Nm. Esse modelo com CMT de 125 toneladas está preparado para tracionar composições de 11 eixos com 91 toneladas de PBTC. As relações diferenciais do novo fora de estrada DAF são 4,12:1, 4,55:1, 5,41:1 e 6,18:1 bem como chassi reforçado e modo de direção para terrenos não pavimentados e em rodovias.
bem como chassi reforçado e modo de direção para terrenos não pavimentados e em rodovias.
O diretor comercial da DAF Brasil, Luis Gambim, destacou que o novo XF Off-Road sai de fábrica equipado com eixos de alta eficiência com redução nos cubos; assistente de partida de rampa; admissão de ar ciclônica, com filtragem de até 80%, menor consumo de combustível e suspensão para até 26 toneladas. A quinta roda para pino de 3,5”, conta com rampa auxiliar para facilitar o engate de implementos mais robustos.
O diretor comercial da DAF Brasil, Luis Gambim, destacou que o novo XF
A transmissão é a ZF TraXon Automatizada Over Drive 12 velocidades, com
Off-Road sai de fábrica equipado com eixos de alta eficiência com redução nos cubos; assistente de partida de rampa; admissão de ar ciclônica, com filtragem
O XF off road é disponível também na versão com o mesmo motor MX de 12,9 litros com 480cv e torque de 2.350/2.500 Nm na faixa de @ 900 a 1.365 rpm. O freio motor de três estágios com 490 cv @2.100 rpm é o mesmo da versão rodoviária.
módulo totalmente integrado ao CCP (Controle de Cruzeiro Preditivo). Esse sistema faz a leitura do relevo dos dois quilômetros adiante, ajustando torque e a transmissão para uma maior economia de combustível.
Os novos veículos ampliam a oferta de modelos da marca para aplicações severas. Até agora, o segmento fora de estrada era atendido pelo DAF CF off road, cujo trem de força inspirou o XF off road, o qual traz cabine maior, com mais espaço e geladeira a bordo.
O XF off road é disponível também na versão com o mesmo motor MX de 12,9 litros com 480cv e torque de 2.350/2.500 Nm na faixa de @ 900 a 1.365 rpm. O freio motor de três estágios com 490 cv @2.100 rpm é o mesmo da versão rodoviária.
De acordo com Luis Gambim, o XF Off-Road foi pensado especialmente para atender o escoamento das safras de cana-de-açúcar e o agronegócio brasileiro em geral. "O modelo marca
Os novos veículos ampliam a oferta de modelos da marca para aplicações severas. Até agora, o segmento fora de estrada era atendido pelo DAF CF off road, cujo trem de força inspirou o XF off road,
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o começo de uma longa história que está sendo construída com excelentes resultados conquistados e muitos motivos para comemorar”, ressaltou o executivo.
MERCEDES-BENZ - O novo Arocs 6x4, produzido nos versões 3351, 4151 e 3353 plataforma, basculante e cavalo mecânico são as principais novidades para o agro anunciadas pela montadora. Vale lembrar que o Arocs era disponibilizado no Brasil apenas na versão para mineração 8x2. A partir desse ano, o modelo passou a ser o sucessor do Mercedes-Benz Axor, principalmente nos segmentos canavieiro e madeireiro.
Embora o Axor não seja produzido mais para o mercado brasileiro, a plataforma a versão 3131 continua a ser disponibilizada para empresa de tecnologia no campo Grunner, onde é transformado em caminhão autônomo para operar na colheita de cana. Outra novidade da marca é o projeto do Arocs 10x4 preparado pela Grunner para o transporte de
Produzido até 2022 apenas na versão plataforma 8x4 para mineração, o Mercedes-Benz Arocs 6x4 cavalo mecânico já chegou aos canaviais
até 30 toneladas de calcário para aplicação na plantação de soja. A expectativa da Mercedes, incluindo o Axor é atingir 1000 unidades em operação no campo até o final de 2023.
As novidades se estendem também ao Actros. Trata-se da versão rodoviária 2653 6x4 com o Pacote Robustez. A customização é feita dentro da própria fábrica e abrange mudanças no para-choque, conjunto ótico, protetor de cárter e estribo. Trata-se de um kit que pode ser retirado no momento da venda do veículo. “Isso resulta em maior robustez e resistência aos impactos das irregularidades das vias, preservando o veículo e a carga’, disse Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
VOLKSWAGEN – As novidades da montadora apresentadas na Agrishow são os cavalos mecânicos 33.480 e o 32.380 com tração 6×4. Os caminhões
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AGRONEGÓCIO
são equipados de fábrica com transmissão automatizada, para-choque metálico com proteção nos faróis, volante multifuncional, banco do motorista com cinto integrado e revestimento em couro sintético.
Também foi destaque da montadora uma vez mais o caminhão canavieiro autônomo Constellation 31.280 8X4 com autonomia nível 2. O veículo doi desenvolvido para operar em rota pré-programada na colheita e transbordo da cana sem pisotear os brotos. Segundo Ricardo Alouche, vice presidente de Vendas, Marketing e Serviços da VWCO, a empresa de locação Vamos adquiriu 20 unidades que já foram entregues e estão prontas para entrar em operação
De acordo com o executivo, a participação da montadora na Agrishow tem grande importância porque além de o agronegócio ser um dos principais setores da economia brasileira, o setor está no foco de investimentos da montadora. “O segmento representa uma fatia rele-
vante de nossas vendas”, disse. Ainda segundo Alouche, as conquistas no setor levam a VWCO a inovar ainda mais a linha de produtos do seu portifólio.
IVECO – Do total de R$ 1 bilhão de reais a serem investidos pela Iveco até 2025, boa parte será destinada ao agronegócio. Atualmente o setor representa representa 40% dos negócios da empresa e a meta é continuar crescendo, com expectativa de em 15% em 2023. O avanço esperado supera os 5% conquistados ano passado sobre 2021. Em relação ao agronegócio, atualmente são mais 50 clientes atendidos pela empresa.
A nova fase da Iveco é destacada pelo presidente da companhia para a América Latina, Márcio Querichelli. Ele disse que a fábrica em Sete Lagoas/MG já está operando com um novo robô que custou R$ 12 milhões. "Nem mesmo a nossa unidade de Madri, na Espanha, tem esse equiopamento", complementou. Ainda de acordo com o executivo, a fábrica
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Volkswagen Constellation 31.280 tem tecnologia de automação nível 2
brasileira é a maior da Iveco no mundo.
O cavalo mecânico S-Way, lançado no final de 2022, chegou ao mercado brasileiro com requintes para alavancar a participação da montadora no segmento rodoviário, especialmente no transporte de grãos. Disponibilizado nas versões a diesel de 480 cv (4×2), 480 cv (6×2) e 540 cv (6×4), o veículo foi um dos destaques da montadora na Agrishow.
O S-Way movido a GNV ou Biometano também foi um dos destaques da montadora. Seu lançamento oficial está previsto para o último trimestre desse ano. Conforme está anunciado, o veículo será equipado como ciclo Otto de 460cv. A expectativa em relação ao gás para mover caminhões se deve justamente ao fato de o Brasil ter alto potencial para suprir em até 70% o óleo diesel como combustível, destacou Bernardo Brandão, diretor de serviços da Iveco para a América Latina.
Além dos pesados S-Way para o transporte de grãos, insumos, máquinas e equipamentos, a Iveco destacou sua linha completa de veículos representada por modelos leves da família Daily e Tector médio para o transporte de última milha; Tector semipesado (de 17 a 31 toneladas de PBT) para operações de apoio nas plantações. Ainda sobre o S-Way, o diretor diretor Comercial da Iveco, Carlos Tavares, o classifica como um caminhão altamente tecnológico e robusto, projetado para atender com excelência as crescentes demandas do agronegócio, motor da economia do País.
FORD – A Ford segue fortalecendo a presença da Transit entre os veículos de distribuição urbana com a ampliação de opções da van mais vendida na Europa. Depois do furgão de carga nas ver-
Transit chassi-cabine terá rodado duplo e capacidade para 2.400kg de carga líquida. Modelo será disponibilizado somente com transmissão mecânica
sões L2H3 com capacidade volumétrica 10,7m³ e 1.222kg de carga líquida, e da a L3H3, o modelo longo longo com capacidade para 12,4m³ e 1.181 kg de carga líquida, a empresa trouxe em março desse ano a opção com transmissão automática. A mais recente novidade, apresentada na Agrishow, é a chassi-cabine prevista para esse ano.
Com rodado traseiro duplo e PBT de 4.700kg, dos quais 2.400 são de carga líquida, as vendas do veículo serão focadas em quatro principais: guincho, baú, carga-seca e carga refrigerada. A versão chassi cabine não será disponibilizada com transmissão automática. A Ford levou também para o evento as versoes Furgão e Minibus da Transit e apresentou as picapes Maverick, a F-150 recém lançada no Brasil e a nova Ranger.
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OPERAÇÃO URB
Novo Fiat Ducato chega ao mercado brasileiro preparado para enfrentar a concorrência e manter a marca fortalecida no segmento de distribuição de carga em centros urbanos e o transporte de passageiros
LANÇAMENTO
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ANA
Novo modelo disponibilizado no mercado brasileiro é da quarta geração da linha Ducato
Há anos, os caminhões dividem espaço com furgões e chassi cabine equipados com baús e carroceria carga seca a missão de distribuição de mercadorias em centros urbanos e pequenas rotas. E o avanço dos modelos semileves não parou. Em 2022, por exemplo, dos mais de 64 mil veículos comerciais para até 5 toneladas de PBT licenciados no Brasil, cerca de 27 mil são da faixa de carga de 3,5 a 4 toneladas, em sua maioria vans de carga e passageiros das marcas Mercedes-Benz, Iveco, Ford, Renault, Citroën, Peugeot e Fiat, entre outras.
Trata-se, portanto, de um disputado nicho com a oferta de produtos cada vez mais modernos, eficientes, seguros e confortáveis. O mais recente lançamento para esse mercado é o novo Fiat Ducato, disponível para compra a partir do início de abril desse ano. Essa é a 4ª geração do modelo a desembarcar no Brasil desde 1998; chegou renovada e com a proposta de manter a marca italiana fortalecida no segmento de vans para o transporte de mercadorias e de pessoas.
Segundo levantamento da montado-
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JOÃO GERALDO
ra, o mercado de vans é atendido por veículos para três diferentes segmentos: o B, que representa 38% e no qual a marca concorre com o Fiorino, com capacidade para 3,3m³; o D, para 6,1m³ cujo produto da fabricante é o Scudo (17% do segmento) e o E, segmento que reune 45% do volume de vendas e aonde o Ducato concorre com modelos de diversos fabricantes de origens alemã, norte-americana e francesa, entre outros.
Um dos primeiros itens técnicos observados no novo Ducato é o motor 2.2 turbodiesel com potência de 140cv e sistema SCR de tratamento de gases de es-
cape. Entre os trunfos desse propulsor que utiliza Arla32, consta a oferta de até 13% de ganho na economia de combustível em relação à versão anterior com potência de 130cv e torque de 320Nm. A caixa de câmbio de 6 velocidades tem alavanca de trocas posicionada no painel e a tração vem das rodas dianteiras.
O consumo médio do novo Ducato, segundo a Fiat, é de 10 km/litro no uso urbano e 9,9 km/litro na aplicação rodoviária. Parte das soluções para a redução do consumo de combustível é o Start Stop, sistema que desliga o motor nas paradas momentâneas e volta a ligá-lo quando o motorista pisa no pedal do acelerador. Considerada a média de consumo divulgada, um tanque de combustível cheio (90 litros) garante autonomia de até 900 km na cidade.
As cinco novas opções do Ducato estão atualizadas e com nível de desempenho, conforto e segurança à altura para concorrer no disputado segmento de vans. A linha de carga é formada pelos
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Furgão MaxiCargo mede 5.998 mm, altura de 2.522 mm e 3m3 de espaço para carga. O espaço entre-eixos é de 4.035 mm
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furgões Cargo, com espaço de 11,5m³ e MaxiCargo 13m³. Em ambas as versões o PBT é de 3,5 toneladas e até 1.308kg de carga líquida. O vão traseiro para carga e descarga tem medidas de 1,79m de altura e 1,56 m de largura com abertura das portas chegando até 270 graus. Para a movimentação de carga pela lateral do veículo, o espaço com porta deslizante aberta é de 1,75m de altura, 1,25m de largura e altura interna do furgão é de 1,75m. O interior conta também com ganchos para fixação de cargas.
A versão Multi, por sua vez, tem o mesmo comprimento de 5.998mm da MaxiCargo e também igual capacidade volumétrica de 13m³, porém traz vidros nas lateriais e portas traseiras. A Multi é a opção da linha Ducato para ser transformada em ambulância e diversas outras aplicações para o transporte de mercadorias e serviços. Ela vem com alarme de sensor volumétrico e pré-disposição para tacógrafo. Já os modelos para o transporte de passageiros são os
SEGURANÇA E CONFORTO – Todas as versões são equipadas com controle de estabilidade (ESP), controle de tração (TC) e o LAC (controle adaptativo de carga que mede o centro de gravidade para garantir a estabilidade lateral do veículo); freios ABS, EBD, Controle de Estabilidade (ESC). Outros itens são ar-condicionado, o indicador de troca de marchas, apoio de braço do motorista, ganchos para acomodação de carga, Assistente de Partida em Rampa e luz in-
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Minibus Executivo com 17 lugares e Minibus Confort com 19 lugares.
As portas traseiras abrem até 270 graus e a lateral deslizante tem espaço de 1,75m x 1,25m
terna na cabine com temporizador.
Os modelos para o transporte de cargas disponibilizam de dois pacotes opcionais: o Pack Cargo 1, que contém farol de neblina, sistema antifurto com sensor de perímetro e proteção da parede lateral do compartimento de carga); já o Pack Cargo 2 traz todos esses itens mais câmera de ré e ré, tela sensível ao toque com rádio 7" com bluetooth.
Internamente, a nova linha ganhou mais funcionalidade, conforto e, no quesito segurança, um airbag para o motorista e outro para o passageiro. O banco do condutor conta com regulagem de al-
tura, inclinação, ajuste lombar e apoio de braço. O encosto rebatível pode ser convertido em uma mesinha funcional.
O motorista conta ainda com 15 porta-objetos distribuidos pela cabine que juntos somam 37 litros de capacidade; entrada USB e central multmídia de 7 polegadas touchscreen com Android auto; Apple Carplay e câmera de ré. Piloto automático com regulagem de velocidade e assistente de partida em rampa também fazem parte do pacote.
A versão chassi-cabine não faz parte da nova linha. A Fiat decidiu pela não importação porque as vendas da versão anterior, importada do México, foram insatisfatórias frente aos concorrentes. O volume era muito pequeno. "Ao menos por enquanto esse produto não é interessante para a Fiat do Brasil. Pode ser que no futuro essa opção seja viável, mas hoje não", disse o vice-presidente sênior Fiat América do Sul, Herlander Zola.
Outra versão do Ducato que o mercado brasileiro também não terá é a au-
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Nova versão conta com parachoque robusto e faróis com DLR em posição elevada
LANÇAMENTO
tomática. Segundo Zola, embora essa opção seja vendida na Europa, ainda não é para agora sua chegada ao País. "Mas podemos trazê-la a qualquer momento, desde que haja viabilidade por parte do mercado", afirmou.
DESIGN – O design também está atualizado, com novos faróis posicionados mais acima do solo para maior proteção e facilidade de reparo em caso de colisão. O parachoque emborrachado ganhou robustez bem como os detalhes na parte frontal dão um visual avançado à nova família. As laterais contam com proteção e as maçanetas de portas ganharam mais resistência na posição vertical.
A nova geração do Ducato começou a ser comercializada com a proposta de oferecer o menor custo operacional em sua categoria. Segundo a Fiat, as revisões programadas, por exemplo, chegam a oferecer redução de até 30% em relação aos valores praticados pelos principais concorrentes.
Importado da Itália, o novo Fiat Ducato está disponível para compra desde o dia 05 de abril na rede de concessionários da marca. O cliente do produto passa a ter acesso ao Fiat Profissional, um programa de produtos, serviços e soluções para clientes profissionais, encontrado nos mais de 230 pontos de vendas e pós-vendas da marca em todo o País. Os preços sugeridos para os modelos da nova linha são os seguintes: Cargo, R$ 245.990; MaxiCargo, R$ 249.990; Multi, R$ 261.490; Minibus Confort, R$ 309.990 e Minibus Executivo, R$ 319.990
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Cabine oferece conforto, segurança e certa dose de requinte, itens comuns no segmento de vans
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Anuário de Ônibus e de Caminhões 2023
REDE PREPARADA
A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou que segue investindo para garantir a satisfação dos clientes que possuem veículos da marca. Um dos seus grandes trunfos está na equipe de atendimento qualificada. Em 2022 foram mais de 156 mil cursos realizados de forma virtual e três mil pessoas qualificadas de forma presencial. Esse volume é o alcançado em dez anos. Em 2023 já são cerca de 500 profissionais treinados presencialmente e mais de 32 mil nos diversos cursos online disponibilizados pela montadora.
62 CLASSIFICADOS
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JSL E IC TRANSPORTES
A aquisição da IC Transportes consolida a posição da JSL em transporte de gases, combustíveis, químicos e no agronegócio. A isso se inclui sua cadeia de suprimentos, e amplia a diversificação de setores impulsionando transporte de granéis e cargas de alta complexidade.
54 ANOS DA LIBRELATO
A Librelato completou em 03 de maio, 54 anos de história no mercado de implementos rodoviários. A empresa começou em 1969 dentro de uma serralheria de onde saiu a primeira carroceria em madeira. Evoluiu ao longo dos anos e adotou um novo posicionamento, com uma visão voltada para o futuro. Hoje, a empresa é uma das maiores da Região Sul do País, está entre as líderes de seu segmento, se posicionando como ágil e focada em fornecer soluções duradouras que atendem às necessidades de seus clientes.
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felicidade
não é um destino, É somente um jeito de viajar
MERCADO DE CAMINHÕES
EXPECTATIVA DE ARES MELHORES
O total de 36.440 de caminhões licenciados entre janeiro e abril desse ano não ficou acima do resultado alcançado no mesmo período de 2022; nada para se comemorar, pois o volume foi de apenas 204 veículos a mais. Os números são divulgados pela Anfavea, a associação que reúne as montadoras. O desempenho dos veículos pesados abaixo das expectativas se deve em parte à antecipação de compras de caminhões com tecnologia P7 (equivalente ao Euro 5) realizadas no segundo semestre de 2022 para evitar a alta de preços dos novos modelos Euro 6 produzidos a partir de janeiro desse ano. Em abril, por exemplo, foram licenciados 7.824 caminhões, volume 22,2% abaixo dos 10.051 registrados em março. Especialistas da indústria apostam em um segundo trimestre com melhores ares para o mercado de caminhões, porém, poucos se aventuram a fazer uma previsão sobre como terminará 2023 para o mercado de veículos de carga.
MODELOS MAIS LICENCIADOS POR MARCA
EM ABRIL/2023
ACUMULADO 2023
O Volkswagen médio Delivery 11.180 se destacou em abril como o caminhão com maior número de licenciamentos, com 350 unidades, depois do pesado FH 540 com 381. No acumulado dos quatro meses, o modelo atingiu 1.466 unidades licenciadas.
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POS. FABRICANTE QUANT. JAN/ABR 1º VOLVO FH 540 381 1.967 2º VW 11.180 350 1.466 3º VOLVO FH 460 254 964 4º DAF XF 530 238 1.105 5º VOLVO VM 270 218 1,275 6º MB ACCELO 1016 213 1.115 7º DAF XF 480 181 947 8º VW 24.280 177 805 9º VW 17.190 152 816 10º VW 24.260 152 783 POS. FABRICANTE QUANT. PARTIC. 1º MERCEDES-BENZ 10.231 29,45% 2º VOLKSWAGEN 9.237 26,59,% 3º VOLVO 5.997 17,26% 4º SCANIA 3.365 9,69% 5º IVECO 3.214 9,25% 6º DAF 2.321 6,68% 7º JAC 129 0,37% 8º HYUNDAI 121 0,35% Fonte:
FENABRAVE
LICENCIAMENTO 2023 - JAN A ABRIL
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UNIDADES ABRIL/2023 MARÇO/2023 JAN-ABRIL/2023 TOTAL DE CAMINHÕES 7.824 10.051 36.440 SEMILEVES 894 1.124 3.286 FCA (DODGE) 632 745 2.140 IVECO 53 69 229 VOLKSWAGEN 23 32 101 MERCEDES-BENZ 176 264 775 PEUGEOT/CITROËN 4 6 21 OUTROS FABRICANTES 5 1 12 LEVES 688 922 3.189 AGRALE 4 10 18 CAOA HYUNDAI 20 40 121 IVECO 72 53 1.091 VOLKSWAGEN 208 192 3.029 MERCEDES-BENZ 410 399 5.064 OUTROS FABRICANTES 53 83 491 MÉDIOS 649 924 2.918 AGRALE 1 2 4 IVECO 71 121 410 VOLKSWAGEN 452 628 1950 MERCEDES-BENZ 107 159 499 OUTROS FABRICANTES 18 14 55 SEMIPESADOS 2.048 2.930 9.790 DAF 44 58 228 FORD 4 0 4 IVECO 329 420 1.401 VOLKSWAGEN 884 1.333 4.270 MERCEDES-BENZ 475 722 2.383 SCANIA 0 0 0 VOLVO 308 394 1.496 OUTROS FABRICANTES 3 0 4 PESADOS 3.545 4.151 17.257 DAF 434 479 2.093 IVECO 164 220 803 VOLKSWAGEN 513 558 2.140 MERCEDES-BENZ 626 1.013 4.345 SCANIA 797 882 3.366 VOLVO 1.009 999 4.502 OUTROS FABRICANTES 2 0 8 Fonte : ANFAVEA
CONTRA A EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Carreteiro, você sabia que o mês de abril é muito importante para a proteção de meninas e meninos? Ele marca o 6º aniversário da Lei 13.431, mais conhecida como ‘Lei da Escuta Protegida’. A Lei determina que crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violências sejam ouvidas uma única vez por um profissional devidamen-
te treinado. A escuta protegida evita que o relato da violência tenha que ser repetido várias vezes, revivendo o trauma.
E por que estamos falando sobre isso? Sabemos que os casos de violência podem acontecer também nas estradas. A pesquisa “O Perfil do Caminhoneiro Brasileiro” de 2021 organizada pela Childhood Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, mostrou que cerca de 50% dos profissionais pesquisados dizem ser comum ver crianças e adolescentes oferecendo “serviços sexuais” nas rodovias brasileiras, ou seja, sendo vítimas da exploração sexual.
Por isso, contamos com a sua ajuda para proteger meninos e meninas. Lembre-se: Disque 100 ou mande Whatsapp para (61) 99656-5008 caso presencie uma situação suspeita. Carreteiro, você é um importante agente de proteção nas rodovias brasileiras!
Para saber mais, acesse: Childhood Brasil – www.childhood.org.br
Programa Na Mão Certa – www.namaocerta.org.br
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FREEPIK
Foto
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