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Curso de Jornalismo do Centro Universitário Barão de Mauá Ribeirão Preto, setembro de 2015

Jornal do Bem

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ONG’s em Ribeirão Preto atendem quatro mil pessoas No país, 54 mil entidades atuam nas áreas de saúde, educação, pesquisa e assistência social

Domínio Público

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ONG´s em Ribeirão Preto - SP atendem mais de 4 mil pessoas

soas, sendo crianças, idosos, portadores de necessidades especiais, dependentes químicos, moradores de ruas e famílias carentes. Das 26 entidades que

Caixinha do Bem

Que essa leitura possa revelar a dimensão destes obreiros. cuidam de crianças e adolescentes está a “Sociedade Espirita Obrei- Renata Canales ros do Bem”. A insti- Coordenadora do curso de Jornalismo da Barão de Mauá tuição oferece oficinas, esporte e assistência social.

Nota Fiscal Paulista é a principal fonte de renda da Associação Obreiros do Bem de Ribeirão Preto

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2 Jornal do Bem

Expediente Revista Ação

É uma publicação produzida pelo curso de Jornalismo do Centro Universitário Barão de Mauá. Chanceler Prof. Dr. Nicolau Dinamarco Spinelli (in memorian) Reitora Profª. Drª. Dulce Maria Pamplona Guimarães Vice-Reitor Prof. João Alberto de Andrade Velloso Pró-Reitoria de Ensino Profª. Ms. Valéria Tomás de Aquino Pró-Reitora de Pós-Graduação, Extensão e Iniciação Científica Profª. Drª. Joyce Maria Worschech Gabrielli Pró-Reitor Administrativo Antonio Augusto Abbari Dinamarco Coordenadora do curso de Jornalismo Profª. Ms. Renata Canales Reportagem e Fotojornalismo Comunicação Social Orientação de Textos Prof. Marcos de Assis Revisão de Textos Prof. Dra. Marilda Franco Tratamento de Imagens Prof. Erick Dallalana Diagramação Prof. Erick Dallalana Tiragem:

Domínio Público

Ananda Rodrigues ara estabilizar a situação financeira da Associação, foi realizada uma parceria com alguns estabelecimentos comerciais de Ribeirão Preto para a arrecadação de cupons fiscais. Dessa maneira, todo cupom fiscal que não for inserido o CPF ou CNPJ pode ser colocado na caixinha da entidade. Depois de cadastrar o cupom no sistema da Secretaria da Fazenda, a entidade participa também de sorteios mensais, concorrendo a mais benefícios. O dinheiro fica reservado apenas para emergências. A Associação mantém em seu quadro vinte e três funcionários e estagiários que exercem as funções de facilitadores de oficinas, psicólogo, assistente social, pedagogo, padeiro, auxiliar de limpeza e auxiliar administrativa.

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ada vez mais instituições, sejam privadas, públicas ou do terceiro setor, percebem a importância de se comunicar com a sociedade e também com o seu público interno. O jornalista é o profissional que torna possível essa troca de informações, abrindo espaço para que integrantes, beneficiados e pessoas externas àquela organização possam se inteirar sobre ações, fatos e trabalhos realizados. Nesta revista, os alunos da disciplina Comunicação Organizacional, ministrada pelo professor e jornalista Marcos de Assis, escolheram a ONG Obreiros do Bem para colocar em prática a teoria aprendida em sala de aula. As reportagens revelam o cuidado da instituição com a comunidade do bairro Parque Ribeirão. Esporte, arte, e projetos profissionalizantes integram os afazeres daqueles que sabem que solidariedade é muito mais que uma simples palavra. O nome não poderia ser diferente: Revista do Bem!

Nayara Barillari

sociedade civil é dividida em três setores. O primeiro setor é formado pelo Governo, o segundo, pelas empresas privadas, e o terceiro setor são as associações sem fins lucrativos que fazem ações solidárias. O balanço do terceiro setor em 2010 indicava que 54 mil entidades, atuavam nas áreas de saúde, educação, pesquisa e assistência social. A maioria não possuía sequer um empregado, apoiando-se em trabalho voluntário. Em Ribeirão Preto, são 54 ONG’s que atendem mais de quatro mil pes-

Editorial

Nossa Capa: Cupom fiscal que não for inserido o CPF ou CNPJ pode ser colocado na caixinha da entidade

Especial: ONG - Obreiros do Bem em Ribeirão Preto - SP


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Uma história especial

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a década de 1980, a ação e a boa vontade do psiquiatra Geremias Rodrigues Vivella foram os embriões do nascimento da Sociedade Espírita Obreiros do Bem, no Parque Ribeirão. No início, seu consultório era uma árvore e sua cadeira um caixote. Foi ali que o médico começou a realizar os primeiros atendimentos para a comunidade. Logo em seguida, veio sua esposa Carmem Silvia e vários voluntários. Entre eles, Gláucia Peterson e Leonor Veneziano que atuam na Sociedade até hoje. Localizada na região Oeste de Ribeirão Preto, a Obreiros sempre passou por dificuldades no decorrer dos anos. “Na década de 80, o bairro Parque Ribeirão estava começando. Não havia luz, água, esgoto e asfalto.

Lembro que levávamos um lampião e um garrafão de água para atender à população e resolvemos escolher o bairro pela carência”, explica a voluntária Gláucia. A aquisição dos terrenos para a construção da Obreiros do Bem foi complexa. “Um grupo de voluntários levou o projeto até a prefeitura e lá a responsável Branca Sales nos atendeu. Passaram-se alguns dias e o projeto foi aprovado e compramos três lotes e a prefeitura fez doação de mais dois”, esclarece Leonor. Em 1990, a sociedade ampliou as atividades oferecidas e passou a atender crianças de três a seis anos em uma creche de período integral, facilitando a rotina das mães que precisavam trabalhar. Depois a Associação abriu suas portas a crianças e adolescentes de seis a 15 anos e criou o NOEC (Núcleo Obreiros de Educação Complementar).

Fachada da Ong Obreiros do Bem

Crianças Atendidas na Ong Obreiros do Bem Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Amanda Lourenço

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

A sociedade Espírita Obreiros do Bem foi criada há 34 anos e até hoje oferece diversas atividades para crianças e adolescentes carentes

Terreno onde é hoje a Ong Obreiros do Bem

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Oficinas promovem aprendizado e socialização Os Projetos realizados pela Obreiros do Bem tem o intuito de oferecer a interação e o desenvolvimento social das crianças

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odos os dias, 160 crianças assistidas pela Sociedade Espírita Obreiros do Bem participam de diversas atividades educativas, entre elas, as oficinas culturais. Nelas as crianças com idade entre seis e 15 anos são divididas em dois períodos: manhã e tarde, no contra turno escolar. Os encontros são realizados de segunda a sexta-feira e duram, em média, 1h30 cada. Oficinas de música, esporte, cidadania, arte e teatro, culinária, inclusão digital, tear, karatê e comunicação levam conhecimento, lazer e alegria diária a essas crianças. As oficinas são conduzidas por profissionais especializados, responsáveis em levar o conhecimento, promover a interação, abranger formas de cidadania, respeito, convivência e estimular as expressões e movimentos. Para a coordenadora pedagógica, Maria José Soares, os projetos ajudam no desenvolvimento pessoal e educacional de cada um. “O nosso trabalho é transformar estas crianças e adolescentes para serem capazes de mudar o mundo. Sem cultura não somos nada’’. Oficinas oferecidas Música: proporciona o desenvolvimento de habilidades musicais, contato com instrumentos musicais. Esporte: tem o objetivo de utilizar a prática esportiva como forma de socializar fazendo uso de métodos lúdicos e recreativos. Inclusão digital: desenvolve a inserção da criança dentro do mundo da informação digital. Arte e Teatro: promo-

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ve o desenvolvimento de habilidades de coordenação motora fina, da beleza plástica e estética, expressão de sentimentos e construção da organização interna do ser. Comunicação: realiza a prática da leitura crítica e a construção da escrita dissertativa, com acesso à biblioteca existente na Associação para pesquisas e empréstimos de livros. Culinária: ensina noções básicas do preparo de alimentos, conhecimento dos valores nutricionais, cuidados com o manuseio dos alimentos como também com os utensílios da cozinha. Karatê: visa a saúde física e mental. Equilíbrio, harmonia, vigor físico e espiritual pelo rigoroso e disciplinado treinamento.

Crianças fazendo atividades durante as oficinas

Os alunos aprendem a tocar diversos instrumentos musicais

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Franciele Aurélio


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Oficinas de tear desenvolve o talento das crianças A oficina auxilia no desenvolvimento motor e criativo das crianças

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oficina de tear oferecida para crianças carentes do Núcleo Assistencial Obreiros do Bem, no bairro Parque Ribeirão, integra uma lista de várias outras atividades desenvolvidas dentro da Instituição. As peças feitas na oficina chamam a atenção pelo acabamento e a perfeição com que são confeccionadas. A oficina de tear existe há aproximadamente 20 anos. Sob o olhar atento e carinhoso das facilitadoras Fátima Aparecida da Silva e Roseli Sales, os alunos aprendem a importância de cada ponto no tear de prego, modalidade considerada iniciante na tecelagem. “Logo depois estão aptos para passarem para a turma vermelha, que realiza os trabalhos no tear mineiro”, explica a facilitadora Fátima. Para Fátima é “importante a atividade do tear no desenvolvimento motor das crianças, princi-

palmente das pequenas, ajudando em avanços físicos e psicológicos”. Ela conta com orgulho do interesse das crianças. “Tem dias que eu preciso dar bronca para que eles deixem o tear e saiam para o lanche, pois eles adoram a atividade, acabam encontrando aqui algo que eles realmente gostam” Transformação - O projeto além de transformar a vida das crianças também é uma realização para quem o faz. Fátima conta como a “Obreiros do Bem” mudou sua vida e hoje ocupa um lugar especial em seu coração e de sua família. “A instituição foi à base de tudo, tanto para mim, quanto para meus filhos, toda a nossa estrutura educacional foi construída aqui. Antes eu era apenas mãe dos meus filhos, hoje eu conquistei vários filhos. Existem antigos alunos que hoje são adultos e tem suas famílias e que sempre voltam aqui para me ver. É um orgulho fazer parte de tudo isso, uma realização!”, afirmou.

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Karen Fabiane

Oficina de Tear

Parceria da ONG Obreiros do Bem com o Senac qualifica mais de 170 pessoas da comunidade A oficina auxilia no desenvolvimento motor e criativo das crianças

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parceria da ONG Obreiros do Bem com o Senac tem gerado oportunidades para que a comunidade tenha acesso aos cursos profissionalizantes e posterior inserção no mercado de trabalho. Atendendo mais de 170 alunos, a Instituição oferece nessa parceria, os cursos de auxiliar de cozinha, auxiliar de escritório, auxiliar administrativo, curso de costura e empreendedor em pequenos negócios. Com cargas horarias diferentes e todo o ma-

terial disponibilizado, os alunos possuem toda a base necessária para suprir os requisitos solicitados pelo mercado. A professora do curso de auxiliar de escritório, Karina Gomes Oliveira, conta que a capacitação logo de início abriu as portas para que jovens iniciassem a sua carreira profissional. “O curso tem dado a oportunidade para que alunos de a partir de 14 anos, tenham acesso à qualificação. Sem dúvida é uma parceria que transforma, é importante que todos saiam daqui, não somente como uma nova

visão na profissão esco- possa ingressar na minha na escolha da minha fulhida, mas levar todas as tão sonhada faculdade, já tura profissão”, conclui a lições para sua vida coti- que, o curso me ajudou aluna Ana Gonçalves. diana”, afirma Karina. Os alunos demonstraram que estão muito contentes e motivados para os seus projetos do futuro. “De fato esse curso me fez acreditar que eu posso atingir meus objetivos. Agora é possível aprender sem que eu não precise pagar nada. Com toda certeza isso vai permitir que em breve eu

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Josy Silva

A Instituição oferece nessa parceria, os cursos de auxiliar de cozinha, auxiliar de escritório, auxiliar administrativo, curso de costura e empreendedor em pequenos negócios.

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Obreiros do Bem forma exemplos de determinação O jovem, de 16 anos, Leonardo Ribeiro projetou o seu futuro com a ajuda da ONG

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Obreiros do Bem se destaca por criar um mundo de boas possibilidades a crianças e adolescentes. Ao menos cinco mil jovens já passaram pela Ong, que começou como uma creche em 1980. Uma dessas crianças foi Leonardo Ribeiro Felipe, conhecido como Léo. O garoto, de 16 anos, foi levado a Ong pela sua mãe quando tinha apenas três anos. Aos 15 anos, se destacou por ser o melhor aluno de karatê. Por seu desempenho, foi convidado pelo facilitador da ofici-

na para ajudá-lo a administrar as aulas de artes marciais. Há 10 meses na função, Léo já projetou o futuro. “Eu quero ser professor de karatê”. Além de seu crescimento pessoal e profissional, o jovem lembra com carinho da primeira pessoa que lhe acolheu: a facilitadora Fátima na oficina de tear. “Ela cuidou bastante de mim, é a minha segunda mãe”, afirma. Com os olhos cheios de lágrimas, a facilitadora demonstra o amor que sente pelo menino. “Léo é como um filho. Entrou na Ong muito pequeno e hoje se transformou neste homem de bem”.

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Laura Scrapelini

Léo, que chegou a ONG aos três anos, hoje é um dos facilitadores

Padaria acumula duas funções dentro da ONG

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Além de servir crianças e adolescentes, a padaria também oferece o serviço Coffee Break

Gabriel de Faria Após quatro anos da inauguração, a padaria

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vem ajudando, há dois anos, na receita da Ong. O principal objetivo no começo era servir o café da manhã e o lanche da tarde para os jovens e

crianças, mas se tornou também uma fonte de renda com a venda de Coffee Break. “Estou aqui há apenas cinco meses, mas estou gostando.

É uma experiência nova trabalhar numa causa nobre como a da Obreiros do Bem”, diz o padeiro Sérgio Luiz Lima da Silva.

O Padeiro Sérgio Luiz Lima da Silva comanda as fornadas. A padaria atende toda a ONG e empresas com serviços de Coffee Break.


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A construção de um futuro melhor

Marilia Dovigues

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uito antes de surgir a parte física do Núcleo Obreiros do Bem, já existia a vontade de fazer a diferença no Parque Ribeirão e ajudar a comunidade. O trabalho foi tomando forma ao longo dos 34 anos de vida da Instituição e o que foi proposto vem sendo realizado: ajudar, acolher, amparar e educar. Uma das atividades na ONG é o trabalho realizado aos sábados, só por voluntários. Entre 8h30 e 11h30, a Instituição chega a atender 200 pessoas, número que passa a mil em datas especiais como Natal, Dia das Crianças

e Páscoa. Para manter o trabalho, a Obreiros conta com a ajuda de parceiros que fazem doações de alimentos, roupas e brinquedos. Há um grupo fixo de 35 voluntários que doa carinho, tempo e dedicação. O trabalho ocorre de maneira sistemática. As crianças são separadas por idade e recebem orientações de cidadania, fazem trabalhos manuais e brincam. Os adolescentes participam de atividades esportivas na quadra e no campo de areia. Os adultos recebem noção de cidadania e são orientados sobre seus direitos. Os adultos também assistem a palestras que abordam temas como a necessidade da fé, da de-

terminação, da bondade, do amor, de se fazer o bem, das responsabilidades da família, da coexistência pacífica entre pessoas da comunidade. Também é distribuído café da manhã e feita a distribuição de cestas básicas conforme alimentos disponíveis no estoque da Associação. Para José Argemiro, um dos idealizadores do projeto, o acolhimento é essencial para a comunidade. “Para muitos, a ajuda dos alimentos é o que a família come a semana inteira. Além disso, muitos chegam precisando de uma palavra de carinho e de fé”. Muita disposição logo as 8:30h para o atendimento à comunidade e internos

Grupo de Voluntários da ONG Obreiros do Bem

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Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Arquivo pesoal Obreiros do Bem

O acolhimento fraterno garante a esperança para a comunidade


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Voluntários da Obreiros do Bem A ONG conta com voluntários que exercem atividades variadas Thamires Bougleux

realiza um procedimento burocrático na ONG, separando cupons fiscais . Apesar de não ter um conObreiros do Bem tato direto com as crianconta com voluntá- ças, ela se diz orgulhosa rios que desenvol- do que faz, e se mostra savem atividades variadas. tisfeita em saber que seu A voluntária Nadir Cassab trabalho as ajuda tanto.

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Nadir dedica parte do seu tempo para estar na ONG, juntamente com o marido, que também é colaborador da Instituição. A voluntária e vice-presidente da “Obreiros do Bem”, Ivone Balthazar, orgulha-se em fazer par-

te da ONG há 20 anos e conta que neste período viu muita coisa mudar. “Comecei a ajudar as responsáveis pelo tear há 20 anos, vi quase todas as evoluções que a instituição teve. Hoje, além de colaborar com o tear, sou

vice-presidente”, explica Ivone. Ela ainda ressalta os motivos que a levou a ser voluntária. ““De alguma forma isso me faz bem, o trabalho ao próximo reverte em benefícios para quem o faz”, conclui.

Para ser voluntário na casa, é preciso procurar a gestão da ONG, onde o interessado preenche uma ficha e em seguida passa por uma entrevista. Este tipo de atividade não remunerada tem sido um importante fator de crescimento das organizações não governamentais

Obreiros do Bem faz intercâmbio para realizar projetos culturais Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Projetos aproximam as crianças de outras culturas, criando conexões e experiências únicas

Luiza Grynfogiel

ção de projetos voluntários em trabalhos sociais voltados à acessibilidade e convívio. A ação enriqueONG Obreiros do ce a conexão das crianças Bem, em parceria com estudantes de divercom o Organização sas partes do mundo. de intercâmbio Aiesec, reA ONG já recebeu estucebe jovens universitários dantes da Holanda, China, estrangeiros para realiza- Austrália, Rússia e Améri-

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ca do Norte. Ao chegar, os universitários são direcionados às organizações nas quais podem aplicar o projeto, escolhendo o período de atuação, durante a manhã ou tarde. Algumas das atividades desenvolvidas são gincanas do país de origem e outras voltadas

para música. Eles também mostram fotos e vídeos de suas terras natais. Como os estrangeiros geralmente não têm conhecimento básico de português, durante a primeira semana no Brasil, recebem suporte sobre o que podem ou não fazer,

Jovens universitários estrangeiros para realização de projetos voluntários A ONG já recebeu estudantes da Holanda, China, Austrália, Russia e EUA.

e como devem realizar as atividades. O projeto dura, em média, quatro semanas e essa relação cria laços de amizade entre os estudantes e as crianças.


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O esporte como impulsionador de mudanças Para os assistidos além de disciplina é fonte de alegria Arquivo pesoal Obreiros do Bem

Marilia Dovigues

N

son Vieira dos Santos, conhecido como Dan-Dan, o esporte ajuda na convivência. “Na rua se acon-

tece alguma coisa a gente briga, aqui não, o professor Marcelo dá o cartão [vermelho] e deixa a gente

sem jogar por até um mês. Como gostamos de vir aqui, ninguém quer ficar sem jogar”.

Grupo de crianças e jovens que participam das atividades esportistas Arquivo pesoal Obreiros do Bem

o Núcleo Obreiros do Bem, ocorrem três práticas esportivas que ajudam crianças e jovens na disciplina e no bem-estar físico e mental. Além disso, a vivência esportiva é uma oportunidade para a educação e um estimulo para mantê-los no caminho do bem e do dever moral. Habilidades necessárias aos esportistas como raciocinar, exercitar a memória e compreender situações ajudam na aprendizagem em sala de aula, mas os benefícios também são sociais e emocionais como aprender a trabalhar em equipe, no controle emocional, na perseverança. A primeira prática é o Programa Social Viva Vôlei, realizado em parceria com a Confederação Brasileira de Voleibol, e conta com o patrocínio do Banco do Brasil. O programa tem o objetivo de utilizar a prática esportiva como forma de socializar crianças e adolescentes. Já a segunda oficina é o karatê, que possui princípios filosóficos nos ensinamentos como a disciplina e a não violência. Já a terceira pratica é o futebol, realizado aos sábados e que conta com a participação, em média, de 40 meninos a partir dos 5 anos de idade. Para Marcelo Dovigues, voluntário como professor de futebol há mais de 20 anos, o trabalho é essencial para mostrar que todos ali são iguais. ‘Hoje o bairro melhorou muito, mas quando eu cheguei aqui, os meninos de um bairro não podiam jogar com os meninos de outro bairro, e nós, com jeito, fomos trazendo essa interação, mostrando que aqui dentro somos contra a violência e que futebol é futebol em qualquer lugar”. Para o jovem Ander-

Grupo de crianças e jovens que participam das atividades esportistas

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