Revista Famasul - 11ª edição

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PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

PSA VALORIZA PRODUTORES QUE CUIDAM DO BIOMA HÁ 300 ANOS

 Presidente da FPA fala sobre o agro de MS

 Presidente da FPA fala sobre o agro de MS

 Senar/MS entrega meio milhão de certificados

 Senar/MS entrega meio milhão de certificados

Editorial

CAROS LEITORES

CADA CONQUISTA REFORÇA A CERTEZA DE QUE O CAMINHO QUE TRILHAMOS É CONSTRUÍDO COM TRABALHO SÉRIO, UNIÃO DE ESFORÇOS E VISÃO DE FUTURO

Já pararam para refletir que chegamos na metade de 2025 ? Quantas conquistas já celebramos, quantos desafios enfrentamos e quantas oportunidades surgiram. É com essa vontade de realização e comprometimento que seguimos nossa jornada, consolidando o agro de Mato Grosso do Sul nos cenários estadual e nacional. Nos últimos três meses, avançamos em pautas estratégicas que reafirmam nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável. Destacamos o lançamento do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA Pantanal), com a primeira doação institucional realizada pela Famasul ao Fundo Clima Pantanal — uma iniciativa pioneira que integra a preservação ambiental à produção rural responsável.

Fortalecemos, também, nossa atuação institucional. Entregamos ao governo de Mato Grosso do Sul um documento com as principais demandas do setor produtivo e formalizamos importantes avanços, como a assinatura do decreto que reduz a alíquota de ICMS na venda interestadual de peixe inteiro para abate e a celebração do convênio Proleite, focado no melhoramento genético do rebanho leiteiro. Outro marco recente foi a assinatura do decreto que encerra o regime de equivalência das exportações de soja e milho — uma reivindicação histórica do setor, especialmente dos produtores da região norte do estado, e que representa um avanço significativo para a competitividade do nosso agro.

No campo da inovação e da pesquisa, a Famasul esteve presente na Dinapec 2025 e no primeiro Fórum Pré-COP 30, eventos que reforçam a importância da ciência, da tecnologia e da responsabilidade ambiental na produção agropecuária moderna.

Reforçamos também o diálogo institucional, participando de reuniões estratégicas com a ministra Tereza Cristina, autoridades estaduais e federais, além de encontros que discutiram temas como o fortalecimento da pecuária e a segurança no campo.

Entre tantas ações, celebramos ainda a realização da 1ª Corrida do Agro, evento que uniu esporte, solidariedade e a força do nosso setor, em homenagem aos 50 anos da Embrapa Gado de Corte.

Cada conquista reforça a certeza de que o caminho que trilhamos é construído com trabalho sério, união de esforços e visão de futuro. Parabenizo cada produtor rural, cada colaborador, parceiro e instituição que fazem parte dessa história de superação e sucesso.

Seguimos firmes, com responsabilidade, inovação e o compromisso de sempre impulsionar o setor em Mato Grosso do Sul. Afinal, o agro não para — e nós também não.

Sumário/

Expediente

Presidente: Marcelo Bertoni

Vice-Presidente: Mauricio Koji Saito

Diretor-Secretário: Fábio Caminha

Diretor Tesoureiro: Frederico Borges Stella

2º Secretário: Fábio Olegário Caminha

3º Secretário: Massao Ohata

2º Tesoureiro: André Cardinal Quintino

3ª Tesoureira: Stéphanie Ferreira Vicente

CONSELHO DE VICE-PRESIDENTES

Antônio de Moraes Ribeiro Neto - Antonio Silvério de Souza - Dario Antonio Gomes Silva - Manoel Agripino Cecílio de Lima - Luciano

Aguilar Rodrigues Leite - Leandro Mello Acioly - Rodrigo Ângelo Lorenzetti - Alexandre de Paula Junqueira Netto - Roberto Gonçalves de Andrade Filho

Projetos Especiais

Projetos Especiais

MEMBROS SUPLENTES DA DIRETORIA

Programa pioneiro do Senar/MS prepara futuros líderes do agronegócio

Programa pioneiro do Senar/MS prepara futuros líderes do agronegócio

Agronews

5 - Famasul e Suzano auxiliam famílias com baixa renda

Cenário Agro

Dedo de Prosa

23 Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio

Porteira do Conhecimento

20 - Senar/MS atinge meio milhão de participantes em capacitações

Tendências de mercado

6 - Governo põe fim à paridade nas exportações de grãos

8 - Produtor rural da fronteira tem de ratificar imóvel

Meio Ambiente

10 - Queima controlada terá licenciamento mais simples

12 - Programa mede gases do efeito estufa no campo

Roda de Tereré

14 - PSA garante renda pela preservação do Pantanal

Mercado

17 - MS se torna 2º maior produtor de amendoim do País

22 - Tendências dos principais produtos agropecuários

Assistência Técnica e Gerencial

30 - Defensivos: Senar/MS reforça cuidados no manejo

33 Agro Agenda

36 Famasul em Ação

Agro Doc

38 - Rosangela Andrade Rique: 23 anos de um amor incondicional

Paulo Renato Stefanello - Yoshihiro HakamadaAlessandro Oliva Coelho - Hilies de Oliveira - Bedson Bezerra de Oliveira - Lucicleiton Cirino da Rocha

- Durval Ferreira Filho - Vilson Mateus Brusamarello

- Valter Dala Valle - Herminio Pitão - Severino José da Fonseca - Antonio Gisuatto - Edson Bastos - Florindo Cavalli Neto - Romeu Barbosa de Souza - Hudson Amorim de Oliveira - Janes Bernardino Honório Lyrio

MEMBROS DO CONSELHO FISCAL

Efetivos: Jefferson Doretto de SouzaHenrique Mitsuo Vargas Ezoe - Telma Menezes de Araújo - Suplentes: Jesus Cleto TavaresDeny Meirelles Nociti - Fábio Carvalho Macedo

MEMBROS DO CONSELHO DE REPRESENTANTES (CNA)

Efetivo: Marcelo Bertoni - Mauricio Koji Saito - Suplentes: José Vanil de Oliveira GuerraAntonio Ferreira dos Reis

SENAR/MS - Administração Regional do Estado de Mato Grosso do Sul - Conselho Administrativo - Dirigente: Marcelo Bertoni | Membros titulares: José Pereira da Silva | Marcio Margatto Nunes | Valdinir Nobre de Oliveira | Daniel Kluppel Carrara | Suplentes: Mauricio Koji Saito | Janes Bernardino Honório Lyrio | Thaís Carbonaro Faleiros Zenatti | Maria Helena dos Santos Dourado Neves | Luciano Muzzi Mendes | Conselho Fiscal: Paulo César Bózoli | João Batista da Silva | José Martins da Silva | Suplentes: Rafael Nunes Gratão | Moacir Reis | Orélio Maciel Gonçalves | Superintendência: Lucas Duriguetto Galvan

REVISTA FAMASUL

Gerente de Comunicação, Marketing e Eventos: Camilla Jovê | Coordenação de Comunicação: Laura Toledo | Coordenação de Marketing: Flávio Gutierrez | Coordenação de Eventos: Larissa Siufi | Equipe de Comunicação: Ana Palma | Michael Franco | Michelle Machado | Suelem Fonseca | Pâmela Machado | João Carlos Castro Estagiários: Júlia Nogueira | Mariana Vernochi da Conceição

Artes: Eduardo Medeiros | Loren Cruz | Rodrigo Scalabrini Redação, revisão, projeto gráfico, edição e diagramação: A2L Comunicação | Fotos da edição: Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul | Foto da capa: João Carlos Castro

Casa Rural: Sede da Famasul e do Senar/MS Rua Marcino dos Santos, 401 - Cachoeira IICampo Grande/MSFamasul - Tel.: (67) 3320-9700

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Site: senarms.org.br

Parceria entre Famasul e Suzano auxilia famílias com baixa renda no campo

A Famasul e a empresa de celulose Suzano estão desenvolvendo uma iniciativa para tirar famílias de pequenos produtores rurais da linha da pobreza em Mato Grosso do Sul. O projeto Inclusão Produtiva oferece gratuitamente capacitação, assistência técnica e apoio da produção à comercialização, para possibilitar geração de renda e a melhoria da qualidade de vida dos beneficiados.

O trabalho começou em 2024, nos assentamentos Nossa Senhora das Graças, Novo Modelo e Melodia, em Ribas do Rio Pardo, município em que a Suzano construiu uma nova fábrica de celulose, e depois o projeto foi ampliado para Aquidauana, Campo Grande, Cassilândia, Dois Irmãos do Buriti, Ribas do Rio Pardo e Santa Rita do Pardo.

A analista da Famasul Leticia Teruya comenta que os participantes foram selecionados por meio de questionário socioeconômico que identificou as famílias que estavam abaixo da linha da pobreza, segundo o critério de renda per capita definido pelo Banco Mundial.

Entre os meses de junho e agosto, 206 produtores foram cadastrados no projeto e, em razão das ações desenvolvidas pela iniciativa, em menos de cinco meses, o questionário de monitoramento parcial do trabalho mostrou que 190 pessoas, entre produtores e seus familiares, haviam superado a linha da pobreza. Segundo Letícia, essas famílias receberão insumos para a horticultura e bovinocultura de leite, além de suporte técnico, capacitação, apoio para comercialização, suporte de gestão do orçamento

familiar, socioemocional e de qualidade de vida, além de acesso à assistência de saúde.

“Mudou tudo, transformou nossa vida. Graças a Deus, nos procuraram. Antes, a maior parte do que produzíamos se perdia, porque não conseguíamos vender. A comercialização era na porta de casa somente. Agora não, tenho para quem vender, graças à feirinha que fazemos de 15 em 15 dias na cidade. Com o aumento da renda, consegui até abrir uma conta e criar um pix para receber as vendas”, comemora a produtora Lourdes Fermiana da Silva, de 50 anos, que, junto com o esposo Antonio Erivaldo Chaves, de 55 anos, produz hortifrutis em uma chácara em Cassilândia.

Com o sucesso da iniciativa, a previsão dos parceiros é atingir 300 produtores até o fim de junho deste ano, expandindo o trabalho para Paraíso das Águas e Inocência. “Seguindo nosso direcionador que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’, a expansão do projeto reforça o compromisso da companhia em apoiar a agricultura familiar, promover inclusão produtiva e fortalecer a sustentabilidade das comunidades rurais”, aponta o coordenador de Desenvolvimento Social da Suzano no estado, Andreone dos Santos Souza.

Ele destaca a importância da parceria para o sucesso do Inclusão Produtiva. “A Suzano enxergou na Famasul um parceiro fundamental para a implantação e expansão das atividades propostas. A expertise técnica da instituição contribui com a transferência de conhecimento e qualificação essenciais para o fomento da agricultura familiar”, concluiu.

Cenário Agro

reivindicação atendida

reivindicação atendida

Governo atende reivindicação de entidades do agro e põe fim à paridade nas exportações de grãos

Ofim da paridade nas exportações de grãos em Mato Grosso do Sul, anunciado em fevereiro de 2025, representa uma conquista histórica para os produtores rurais do estado e atende a uma antiga reivindicação de entidades como o Sistema Famasul e a Aprosoja/MS. A decisão, formalizada por meio de decreto assinado pelo governador Eduardo Riedel, encerra quase duas décadas de um modelo que condicionava a exportação de grãos à industrialização local, como critério para isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

O governo justificou a medida com base no amadurecimento do mercado e na consolidação do processo de agroindustrialização. Atualmente, cerca de 44% das operações com soja e milho no estado são realizadas internamente, impulsionadas pela presença crescente de plantas dedicadas à produção de etanol, ração e outros derivados. “A paridade funcionava como uma forma de evitar perdas de receita com as exportações, que são isentas de ICMS. Mas, com a estabilidade fiscal, a expansão da produção e o fortalecimento da agroindústria, criamos as condições para rever esse mecanismo”, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.

Para o produtor rural Geraldo Loeff, que cultiva soja em Chapadão do Sul e Cassilândia, o fim da paridade representa um alívio. “Esse sempre foi um anseio dos produtores, porque a paridade nos trouxe prejuízos, especialmente aqui na região leste e norte do estado, na divisa com Goiás. A maior parte

da nossa produção de soja — cerca de 98% — é destinada à exportação, e a falta de indústrias na região nos deixou em desvantagem”, afirmou.

Loeff destaca que a regra anterior limitava a atuação de compradores, concentrando o mercado em poucos grupos. “Ficamos de mãos atadas. Agora, na prática, o fim da paridade representa uma abertura de mercado. Com certeza, isso vai atrair cerealistas e novos compradores de soja para a nossa região.”

O presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, também celebrou a medida, que considera uma das mais importantes dos últimos anos. “O fim da paridade, decretado pelo governador, é uma pauta discutida há muito tempo. Inclusive, foi uma reivindicação dele próprio quando ainda presidia a Famasul.”

Michelc explica que a regra afetava principalmente as regiões norte e nordeste do estado, onde o processo de industrialização não avançou no mesmo ritmo. “Antes, a concorrência pela soja e pelo milho estava restrita a apenas três tradings, que dominavam o mercado em razão de sua capacidade de industrialização no estado.”

Com o decreto, a expectativa da entidade é por um mercado mais dinâmico e competitivo. “Agora, haverá um ambiente de concorrência mais equitativo, permitindo a entrada de novas empresas interessadas em disputar nossa produção. Isso deve resultar em preços mais justos e em condições mais favoráveis para os produtores.”

A Aprosoja/MS realizou um estudo comparativo entre os preços pagos pela soja em Chapadão do Sul, Maracaju e Rio Verde (GO). “Observamos que, em 2023, 96% da produção de soja de Chapadão do Sul foi destinada à exportação, e, em

determinados momentos, houve uma diferença de mais de R$ 6,00 por saca em relação aos preços praticados em Goiás. Com o fim da paridade, esperamos que os valores pagos nos municípios sul-mato-grossenses superem os de outros estados”, pontua Michelc.

O diretor financeiro da Aprosoja/MS e diretor-secretário da Famasul, Fábio Olegário Caminha, também comemorou a decisão. “Certamente o fim da paridade vai impactar positivamente as exportações de grãos no estado, já que não haverá mais necessidade de compensação. Com isso, o mercado se ajusta e mais empresas exportadoras poderão atuar aqui.”

Caminha acredita que essa abertura também impulsionará os investimentos em infraestrutura, especialmente com a operação do porto de Porto Murtinho, o avanço da Rota Bioceânica e a possível reativação do ramal ferroviário entre Campo Grande e Três Lagoas. “Na questão logística, o aumento do fluxo de exportações certamente trará impactos, mas o estado tem avançado muito nesse sentido.”

Por outro lado, ele alerta para os desafios relacionados à armazenagem. “A falta de armazéns ainda é um problema significativo. Mesmo quando o produto é destinado à exportação, ele precisa ficar armazenado por um tempo. Não vejo vantagem imediata nesse ponto, e é preciso continuar investindo para reduzir esse déficit.”

Sobre possíveis impactos na agroindústria local, Caminha avalia com naturalidade. “O mercado vai se tornar mais competitivo. O produtor vai buscar o melhor negócio, e as agroindústrias precisarão se adaptar a essa nova realidade. Mas vejo isso como um movimento natural, que não deve gerar grandes impactos negativos”, conclui.

Fábio Olegário Caminha, diretor-secretário da Famasul

Cenário Agro

Segurança jurídica

Sistema Famasul orienta produtor

rural

da fronteira a ratificar imóvel

Propriedades rurais sul-mato-grossenses localizadas até 150 quilômetros da faixa de fronteira com o Paraguai e a Bolívia, e com área superior a 15 módulos fiscais, precisam ter seus registros imobiliários ratificados quando originadas de alienações e concessões de terras públicas, conforme determina a Lei nº 13.178/2015.

O prazo vai até o dia 22 de outubro de 2025, conforme provimento da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (CGJ). O processo é feito diretamente nos cartórios de re gistro de imóveis dos municípios, e a pro priedade que não tiver sido regularizada pode ser registrada em nome da União.

Para auxiliar o produtor nesse procedimento, o Sistema Famasul lançou uma cartilha explicativa em parceria com a CGJ, a Anoreg-MS (Associação dos Notários e Registradores do Estado) e o RIB-MS (Registro de Imóveis do Brasil).

A coordenadora da Assessoria de Relações Institucionais da Famasul, Giovana Zampieri Omena, explica que a cartilha está disponível no site da entidade, onde é possível também encontrar um atalho para a live sobre o assunto, exibida no canal do YouTube da federação.

cípios do estado que estão na faixa de fronteira, levando palestras sobre o tema (veja a relação no mapa ao lado). No processo, a coordenadora comenta que o produtor pode contar ainda com o apoio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), que oferece, pelo e-mail grf@agraer.ms.gov.br, uma consulta gratuita para verificar se o imóvel possui título expedido pelo governo do Estado ou pela União.

Giovana ressalta que, para imóveis com menos de 15 módulos fiscais, ainda não foi definido um prazo para a exigência da ratificação, mas a orientação é que o procedimento seja feito “o mais breve possível”. Ela acrescenta que a referência para a regularização é outubro de 2015, ou seja, mesmo que o imóvel atualmente seja menor que o mínimo exigido, o que vale é o tamanho que tinha na época da criação da lei.

Além disso, Giovana destaca que está sendo realizado um trabalho em parceria com os sindicatos dos 45 muni-

Estão dispensados da ratificação em cartório os imóveis que já tenham o procedimento feito pelo Incra averbado na matrícula ou o certificado de ratificação emitido, que precisa ser transcrito na matrícula. Também estão isentos da exigência os imóveis originados de títulos emitidos pelo governo federal dentro das glebas públicas da União ou de títulos de assentamentos emitidos pelo Incra.

Giovana Omena, coord. da Assessoria de Rel. Instit. da Famasul

Municípios da faixa de fronteira que deverão ter imóveis rurais ratificados

Amambai

Anastácio

Antônio João

Aquidauana

Aral Moreira

Bela Vista

Bodoquena

Bonito

Caarapó

Caracol

Coronel Sapucaia

Corumbá

Deodápolis

Dois Irmãos do Buriti

Douradina

Dourados

Eldorado

Fátima do Sul

Glória de Dourados

Guia Lopes da Laguna Iguatemi Itaporã

Documentação exigida para a ratificação

• Requerimento do pedido de ratificação, com a matrícula atual do imóvel

• Certidões, matrícula atual e anteriores emitidas pelo cartório local, que possibilitem traçar a cadeia dominial do imóvel até sua titulação pelo Poder Público Estadual

• Caso o município não esteja totalmente na faixa de fronteira, deverá ser apresentada planta e laudo técnico com a localização do imóvel dentro dessa área

• Escritura pública de declaração de inexistência de questionamento ou reivindicação do imóvel na esfera administrativa

• Certidões negativas da Justiça Estadual de 1º e 2º graus, comprovando a inexistência de questionamento ou reivindicação do imóvel na esfera judicial

• Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (CCIR) atualizado

• Certidão Negativa de Débito (CND) do ITR

Itaquiraí

Japorã

Jardim

Jateí

Juti

Ladário

Laguna Carapã

Maracaju

Miranda

Mundo Novo

Naviraí

Nioaque

Nova Alvorada do Sul

Novo Horizonte do Sul

Paranhos

Ponta Porã

Porto Murtinho

Rio Brilhante

Sete Quedas

Sidrolândia

Tacuru

Taquarussu Vicentina

• Georreferenciamento, para imóveis com mais de 15 módulos fiscais

• Declaração do proprietário atestando que cumpre os requisitos formais, que o imóvel exerce sua função social e está submetido à política agrícola e ao Plano de Reforma Agrária

• Aprovação do Congresso Nacional para imóveis com área superior a 2.500 ha

• Comprovante de pagamento dos emolumentos no cartório local, equivalente a uma averbação

mais prevenção

Licenciamento para queima controlada será simplificado em MS

Ogoverno de Mato Grosso do Sul está implementando medidas para simplificar o processo de licenciamento para o uso do Manejo Integrado do Fogo em propriedades rurais. A iniciativa tem como principal objetivo ampliar a adoção das ações de prevenção a incêndios florestais, com atenção especial ao bioma Pantanal.

Pioneiro no país, Mato Grosso do Sul conta com o Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo (PEMIF), que regulamenta o uso controlado do fogo em propriedades privadas e em áreas públicas. A prática é voltada a regiões com acúmulo excessivo de biomassa, como capim em áreas sujeitas a alagamentos, onde o material vegetal seco pode se transformar em combustível para incêndios de difícil controle.

Para o consultor técnico do Senar/MS, Clóvis Ferreira Tolentino Júnior, a desburocratização do licenciamento é um passo importante para tornar as ações de prevenção mais ágeis e eficazes. “O uso do fogo, na época certa, com técnicas adequadas e dentro da legalidade, é benéfico para o meio ambiente, especialmente no Pantanal. Com a simplificação do processo, espera-se que mais produtores adotem a técnica no momento apropriado, reduzindo o risco de incêndios de grandes proporções”, afirmou.

Clóvis destaca ainda que a medida é especialmente positiva para o produtor rural, que costuma ser um dos principais afetados por incêndios descontrolados. “O fogo fora de controle pode destruir pastagens, cercas, moradias, causar perdas no rebanho e provocar danos severos à biodiversidade local”, alertou.

Com foco na prevenção, o Senar/MS oferece cursos como “Prevenção e Combate a Incêndios no Meio Rural”, que ensinam boas práticas e a utilização de equipamentos básicos, como os abafadores e bombas costais. Entre 2019 e 2024, mais de 2.500 pessoas já participaram das capacitações.

pessoas capacitadas e equipamentos adequados, garantindo que o fogo permaneça sob controle durante toda a operação.

USO DO FOGO PARA COMBATER O FOGO

O secretário-adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Artur Falcette, destaca que a simplificação dos procedimentos trará mais agilidade às ações de prevenção contra incêndios, considerando que o uso controlado do fogo só pode ser realizado em um curto período — entre o fim das chuvas e o início do inverno —, quando as condições climáticas ainda permitem a prática com segurança.

“Estamos revisando todo o procedimento em vigor para identificar o que pode ser agilizado, alterado ou simplificado, sempre preservando os cuidados necessários para evitar a propagação do fogo. Ao mesmo tempo, buscamos garantir que o processo ocorra com segurança e na velocidade que a situação exige”, explica.

O consultor reforça que o Manejo Integrado do Fogo deve sempre ser realizado de forma técnica e dentro da legalidade, com autorização do órgão ambiental estadual. Para isso, é necessário que as propriedades tenham

Em abril deste ano, o governo estadual realizou uma ação inédita de queima prescrita no Pantanal, abrangendo uma área de 78,3 mil hectares, no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro.

Clovis Ferreira Tolentino, consultor técnico do Senar/MS

Carbono ATeG

Senar/MS inicia medição de gases do efeito estufa em propriedades rurais

Diante dos desafios das mudanças climáticas e do alerta crescente sobre o impacto dos gases de efeito estufa, o Senar/MS lançou o projeto “Carbono ATeG”. O objetivo é auxiliar produtores rurais do Estado na mensuração das emissões em suas propriedades.

A ação está alinhada à nova legislação federal que regulamenta o mercado de carbono, incentiva práticas sustentáveis e deve beneficiar diretamente os produtores na compra e venda de créditos de carbono.

O programa realizou o diagnóstico inicial em 30 propriedades, das cadeias de grãos e bovinocultura de corte. A Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) utilizou metodologias reconhecidas internacionalmente, como o GHG Protocol e o Cool Farm Tool (CFT).

Segundo o gerente-técnico do Sistema Famasul, José Pádua, o GHG Protocol estrutura a coleta de dados e o cálculo padronizado das emissões “dentro da porteira”, enquanto o CFT calcula a pegada de carbono da propriedade, considerando os balanços (emissões e remoções) dos gases como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, além dos insumos/produtos.

Um relatório detalhado do inventário de carbono, agregando valor à produção, é entregue ao produtor. O documento descreve quais práticas mais contribuem para as emissões, além de recomendações técnicas para sua redução. “Com os resultados, o produtor pode adotar mudanças que aumentem a eficiência e a sustentabilidade. O relatório serve também como base para participação em programas privados e rastreabilidade de carbono.”

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS

Entra em vigor neste ano a nova lei federal que incentiva a sustentabilidade e a economia de baixo carbono, estabelecendo regras para o mercado.

Pela legislação, empresas que emitem até 10 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano devem declarar as emissões. Aquelas que ultrapassam 25 mil toneladas são obrigadas a compensar, comprando ou vendendo créditos de carbono.

Embora o produtor rural primário esteja isento, ele pode se beneficiar ao comercializar créditos com empresas que não conseguem compensar suas emissões, o que representa uma nova fonte de renda.

Nesse cenário, a equipe do Senar/MS avança para os próximos ciclos do projeto, que incluirá novos perfis de produtores e seguirá com a validação contínua da metodologia. A expectativa é atender mais de 250 propriedades ainda neste ano, segundo Pádua.

Com a iniciativa inovadora, o Senar/MS reafirma seu protagonismo na transformação do agro sul-mato-grossense, promovendo inovação, sustentabilidade e geração de valor para os produtores e toda a cadeia produtiva. “A instituição oferece as ferramentas e o conhecimento para que o produtor esteja pronto para comercializar créditos e atender às exigências da nova economia verde”, destaca Pádua.

Além de incentivar ações sustentáveis, o Carbono ATeG também ajuda o Estado na meta de se tornar carbono neutro, ou seja, neutralizando as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2030, 20 anos antes da meta estabelecida para o país no Acordo de Paris.

“O Senar/MS contribui de forma prática com a meta de neutralidade de carbono do Mato Grosso do Sul. A ação fortalece a sustentabilidade do agro e gera impactos positivos para todo o Estado.”

Roda de Tereré

conquista histórica conquista histórica

Programa de Pagamento por Serviços Ambientais reconhece

Depois de séculos cuidando da terra com respeito, desafios e sustentabilidade, os produtores rurais do Pantanal começam a colher o reconhecimento por esse trabalho. O Programa de Pagamento por Serviços Ambientais do Pantanal (PSA Pantanal) é uma conquista histórica, símbolo de valorização de quem sempre esteve na linha de frente da preservação do bioma.

Divulgado em março deste ano, o PSA Pantanal integra as ações do Pacto pelo Pantanal, maior iniciativa de conservação com desenvolvimento sustentável já lançada no Brasil. Criado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, o pacto reúne um conjunto de políticas públicas voltadas à preservação do bioma, como a Lei do Pantanal e o Fundo Clima Pantanal. A proposta reconhece e valoriza o papel de quem vive e produz no Pantanal, promovendo ações ambientais com geração de renda e inclusão social.

Foram anunciados dois tipos de PSA, um focado na prevenção e combate a incêndios,

que envolve a aquisição de equipamentos, a formação de brigadas e outras ações preventivas; e outro voltado à conservação da biodiversidade, que irá remunerar os produtores rurais detentotes de áreas excedentes de preservação no bioma Pantanal.

“Nós estamos construindo uma história de êxito para o Pantanal e as pessoas que vivem naquela região, para garantir o bem-estar de todos. O Pacto Pantanal é um conjunto de ações que contemplam diversas áreas, mas com foco na preservação e para beneficiar a população local”, explicou o governador Eduardo Riedel (PSDB).

O presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, celebrou a iniciativa voltada àqueles que contribuem para a preservação do bioma e o combate aos incêndios. Segundo ele, o PSA Pantanal reconhece a prática centenária de produção sustentável aliada à conservação ambiental. “Oficialmente temos uma política pública que reconheça esse trabalho silencioso e essencial. É uma conquista histórica que faz justiça e reforça o papel do

produtor como protagonista na conservação do Pantanal.”

A entidade foi a primeira instituição a apoiar a iniciativa do governo de Mato Grosso do Sul, doando R$ 100 mil ao Fundo Clima Pantanal logo após a assinatura do Pacto Pantanal. “Sempre defendi que houvesse um reconhecimento pelo trabalho dos produtores rurais no Pantanal. Não é justo que essa conta fique apenas com eles. Por isso, fizemos essa doação, porque acreditamos nesse projeto”, afirmou Bertoni.

Para participar, o produtor deve atender a alguns critérios, como possuir excedente de preservação, Cadastro Ambiental Rural (CAR) ativo e regular, estar nas áreas prioritárias e cumprir a legislação ambiental vigente no Pantanal.

Segundo a senadora Tereza Cristina (PP), o programa é um reconhecimento justo para o produtor que já cumpre o Código Florestal e as Leis Estaduais e mantém áreas de preservação além do exigido por estas leis. A parlamentar ressalta que os produtores contribuem para que aproximadamente 90% do bioma ainda esteja preservado, sem nunca ter recebido por isso.

“Temos a agropecuária mais sustentável do mundo porque precisamos cumprir exigências que não existem para produtores rurais na Europa, nos EUA ou na China. Ser recompensado por preservar além do que é obrigatório já é um bom começo. Essa é uma medida justa e muito aguardada, que incentiva as atividades sustentáveis e valoriza a preservação da vegetação

nativa. O governo do MS e a Famasul estão de parabéns por colocarem essa iniciativa em prática”, afirma a senadora.

COMO SERÁ A REMUNERAÇÃO

AOS PANTANEIROS?

O financiamento do programa será realizado com recursos do Fundo Clima Pantanal, criado pela Lei do Pantanal, de dezembro de 2023. Além disso, também poderá contar com aportes de outras fontes e instituições financiadoras. Os pagamentos serão formalizados por meio de um Termo de Adesão firmado entre os produtores rurais e o agente-executor designados pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

O PSA de conservação da biodiversidade vai remunerar produtores rurais que preservam vegetação nativa acima do mínimo exigido por lei. Nessas áreas, onde também ocorre a criação de gado, os proprietários deverão receber R$ 55 por hectare ao ano, com valor de teto de R$ 100 mil por propriedade.Já o programa de prevenção e combate a incêndios florestais vai destinar recursos a projetos de prevenção e combate a incêndios, sendo que as iniciativas vão receber apoio financeiro para estruturação, aquisição de equipamentos e capacitação de brigadas.

De acordo com o governador, o PSA de conservação da biodiversidade é voltado especificamente ao produtor rural

pantaneiro, sendo que o pagamento é feito anualmente, conforme os contratos são firmados. “As áreas de excedente de preservação são avaliadas e classificadas com base em uma categoria de priorização, que define a ordem de atendimento dos produtores, uma vez que o recurso disponível não é ilimitado. Após a assinatura do contrato, o produtor se compromete a manter a área de excedente durante todo o período de vigência do contrato, garantindo sua conservação”, diz Riedel.

PAPEL DA FAMASUL E PERSPECTIVAS FUTURAS

Bertoni pontua que a Famasul tem papel fundamental na mobilização, orientação técnica e capacitação dos produtores para a adesão ao PSA Pantanal. O presidente afirma que a entidade atuará para garantir que a burocracia não seja um obstáculo e que todos os produtores, independentemente do porte, possam participar.

“Um dos principais desafios será a capilarização da informação e o acesso dos produtores aos critérios e mecanismos do PSA. O nosso papel como Sistema Famasul será fazer a informação chegar em tempo e com clareza ao público. Nosso compromisso é estar ao lado dos produtores em cada etapa dessa implementação.”

O presidente destacou que a Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar) muito provavelmente irá atuar como agente-executora do PSA Pantanal, em parceria com o governo do Estado, o que reforça o pro-

tagonismo do setor produtivo nessa importante iniciativa.

Riedel ressaltou a importância de o programa alcançar os produtores rurais de todo o território pantaneiro. “O Pantanal é um território extenso, o que exige um esforço significativo de comunicação e capilaridade para que a informação chegue a todos e seja compreendida. Quanto maior o número de propriedades participantes, mais robusto o programa se torna – e, com isso, aumenta também sua capacidade de captar recursos e se expandir no futuro.”

A expectativa é que a experiência pioneira em Mato Grosso do Sul sirva de inspiração para políticas semelhantes em todo o país. “O PSA Pantanal reúne os principais pilares de uma política pública moderna e eficaz: escuta ativa dos envolvidos, base científica, recursos financeiros garantidos e um pacto concreto entre governo, produtores e sociedade civil. Se conseguirmos estruturar um sistema que reconheça e valorize a conservação realizada pelo produtor no Pantanal, isso abre caminho para replicar o modelo no Cerrado, na Caatinga e na Amazônia”, disse Bertoni.

A senadora Tereza Cristina reforçou a ideia de que o Pantanal pode servir de modelo para outros biomas. Ela apontou que, embora exista uma legislação geral sobre serviços ambientais, a falta de regulamentação impede sua aplicação prática e, consequentemente, a remuneração dos produtores. “Talvez cada estado deva criar sua própria lei, como fez Mato Grosso do Sul”, sugeriu.

É nosso!

De acordo com o boletim Radar Ambiental da Famasul, 64,5% do bioma Pantanal está localizado em Mato Grosso do Sul, abrangendo os municípios de Ladário, Corumbá, Aquidauana, Porto Murtinho, Rio Verde de Mato Grosso, Miranda, Coxim, Sonora e Bodoquena. No panorama da preservação ambiental, o Pantanal se destaca por manter aproximadamente 90% de seus ecossistemas em estado natural, apresentando a menor perda relativa de cobertura vegetal entre todos os biomas brasileiros ao longo da série histórica de 2000 a 2018. Essa conservação expressiva ocorre em harmonia com a tradicional atividade pecuária de corte extensiva, desenvolvida há cerca de 300 anos em propriedades privadas que ocupam aproximadamente 90% da área do bioma. Devido à sua importância ambiental, o Pantanal foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera. No bioma, já foram identificadas 3,5 mil espécies de plantas, 325 espécies de peixes, 53 de anfíbios, 98 de répteis, 656 de aves e 159 de mamíferos. O bioma conta com 3.500 produtores rurais e um rebanho de 4,1 milhões de bovinos, representando 22,3% do rebanho estadual. A Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/MS atende mais de mil produtores pantaneiros em diversas cadeias produtivas, oferecendo suporte para a melhoria da produtividade e da sustentabilidade.

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Expansão do amendoim gera oportunidades e investimentos no MS

Em meio à produção de celulose, soja, carne bovina e laranja, o amendoim conquista espaço e consolida Mato Grosso do Sul como o segundo maior produtor do Brasil, atrás apenas de São Paulo, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além de fortalecer o agronegócio, a produção da leguminosa diversifica áreas de pastagem.

Os dados reforçam que a produção de amendoim no estado está em forte expansão, com a área plantada crescendo de 2,5 mil hectares na safra 2016/2017 para 21,2 mil hectares em 2023/2024. Segundo a Conab, a safra 2024/2025 deve crescer ainda mais, com 42,3 mil hectares colhidos — um aumento de 99,5% em relação à 2023/2024. A produção estimada é de 95,7 mil toneladas, 126,5% superior às 42,5 mil toneladas da safra anterior.

O cenário promissor do estado atraiu investimentos importantes, como a chegada da cooperativa paulista Casul, que está em processo de instalação da primeira indústria de processamento de amendoim de Mato Grosso do Sul.

O investimento será de R$ 117,5 milhões para a construção de uma unidade industrial em Bataguassu. O projeto será desenvolvido em três etapas e contará com infraestrutura para recebimento, limpeza, secagem, armazenamento e industrialização do produto. Os principais produtos a serem comercializados incluem amendoim em casca, grão de roça e semente de amendoim, além de produtos industrializados como óleo bruto e farelo de amendoim.

SUSTENTABILIDADE E ALTERNATIVA

PARA ÁREAS DE PASTAGEM

A produção de amendoim também promove a sustentabilidade. O consultor técnico do Sistema Famasul, Lenon Lovera, esclarece que o amendoim melhora a qualidade das pastagens

ao fixar nitrogênio no solo, aumentando sua fertilidade. Em áreas degradadas ou suscetíveis à erosão, a rotação com amendoim contribui para a recuperação do solo, tornando-o mais produtivo e sustentável.

“O cultivo representa uma alternativa viável e produtiva, que permite o aproveitamento de regiões menos propícias ao cultivo da soja, contribuindo para a recuperação do solo por meio da fixação biológica de nitrogênio. Por ser uma cultura de ciclo curto e de baixa exigência hídrica, o amendoim adapta-se bem a diferentes condições climáticas.”

O especialista reitera que o amendoim apresenta tolerância à seca, podendo ser cultivado em regiões com baixa disponibilidade hídrica, e se destaca como uma opção eficiente na rotação de culturas. “O cultivo adequado promove a recuperação natural do solo, beneficiando tanto os sistemas agrícolas quanto os pecuários, ao viabilizar práticas integradas de manejo do solo.”

Nesse contexto, a região leste de Mato Grosso do Sul se destaca como o principal polo de produção de amendoim, concentrando onze municípios dedicados ao cultivo da leguminosa, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O amendoim tem se mostrado especialmente viável em áreas de solo arenoso, comuns nessa região, mas seu cultivo pode ser expandido para todo o estado, graças à sua adaptabilidade e baixa exigência hídrica”, pontua.

O cultivo de amendoim tem se mostrado promissor para o produtor sul-mato-grossense. De acordo com a Conab, a margem líquida da cultura em 2024 foi positiva, embora o custo operacional seja elevado e a atividade exija atenção. Nesse cenário, Lovera ressalta que a orientação técnica é essencial para mitigar riscos e assegurar a rentabilidade, sobretudo frente às oscilações do mercado e aos desafios climáticos.

ATEG IMPULSIONA

PRODUÇÃO NO ESTADO

O fortalecimento da cadeia produtiva do amendoim em

Mato Grosso do Sul conta com o apoio do Senar/MS, que oferece Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) gratuita a milhares de propriedades rurais. Cursos técnicos, capacitações online e eventos setoriais contribuem para a profissionalização dos produtores e a adoção de boas práticas agrícolas.

A atuação da instituição também se destaca no apoio à agroindustrialização, com projetos que promovem a formalização e agregação de valor aos produtos locais. Conforme a coordenadora da ATeG, Camila Arruda, agroindústrias que agregam valor ao amendoim têm acesso a consultoria para todo o processo de formalização, precificação, comercialização, desenvolvimento de logomarca, tabela nutricional, rótulo e projetos arquitetônicos.

“A atuação da ATeG valoriza a cultura regional e abre portas para que os produtores possam acessar novos mercados. Por meio da assistência técnica e gerencial, os produtores podem organizar seu processo produtivo, agregar valor ao que produzem e obter a formalização, transformando não apenas essa matéria-prima em alimento, mas em oportunidade de renda e reconhecimento”, disse.

O ATeG Agroindústria tem se consolidado como uma importante estratégia para o desenvolvimento das agroindústrias sul-mato-grossenses. Voltado a estabelecimentos que atuam na transformação da matéria-prima de origem animal, vegetal e bebidas, o projeto tem como foco a formalização, a profissionalização e a geração de valor aos produtos locais.

Desde o início do projeto, foram realizadas consultorias em agroindústrias, além da criação de mais de 130 logomarcas, 661 rótulos, layouts de embalagens, materiais de papelaria e mais de 100 projetos arquitetônicos.

Segundo a coordenadora da ATeG, a meta para 2024 era atender 491 agroindústrias, mas o número superou as expectativas, chegando a 539 unidades assistidas com acompanhamento técnico e gerencial. Em 2025, a expectativa é

alcançar 514 agroindústrias, sendo que atualmente 439 já estão em atendimento em 47 municípios.

TRADIÇÃO E OPORTUNIDADE DE RENDA

A produção de amendoim serve como base para produtos típicos e tradicionais, como as rapaduras produzidas pela empresa familiar Tacho Bonito, em Bonito (MS). Com três gerações dedicadas a essa atividade, a empresa conquistou espaço no mercado. Há três anos, Jefferson Sanches Rocha participa do programa ATeG Agroindústria, que ajudou a formalizar o negócio, aprimorar processos, obter alvarás e regularizar a marca como Microempreendedor Individual (MEI).

“O amendoim está presente na nossa família desde sempre. O nosso grande sucesso é a rapadura de amendoim e leite. Ele é uma fonte de renda para o meu negócio, pois consigo processar o produto de uma forma que valoriza os sabores regionais”, explica Jefferson.

Com produção artesanal e envolvimento familiar, a Tacho Bonito oferece rapaduras em dois tamanhos (250 g e 500 g) e sete sabores, que vão desde

amendoim até combinações com frutas. Para a produção, o amendoim é adquirido já torrado, sem pele e sem sal, facilitando o processo e garantindo a qualidade do produto final.

“O meu avô produzia rapadura, meu pai tocou o negócio por muito tempo, agora assumi e estou dando seguimento. Mesmo após a formalização, a empresa continua sendo familiar e todo mundo participa dos processos de produção”, detalha Sanches.

O microempreendedor relata que a atuação do Senar/MS foi essencial para a estruturação do negócio. Segundo Jefferson, o apoio da instituição ajudou na regularização

da empresa e na busca por novos mercados. “O Senar sempre esteve ao nosso lado, buscando soluções, incentivando a abertura de novos pontos de venda. Foi uma parceria fundamental para o crescimento do nosso negócio. Tive ajuda desde os trâmites burocráticos até na confecção da logomarca”, destaca. Hoje, o principal ponto de venda dos produtos da Tacho Bonito é a feira municipal de Bonito, mas o objetivo é a expansão gradual e o fortalecimento da clientela. “Aos poucos, estamos conquistando mercado. Graças a Deus, os clientes consideram a nossa rapadura a melhor da cidade”, celebra.

Capacitação rural do Senar/MS já soma mais de meio milhão de participantes

“OSenar/MS abre portas que você nem imagina que existam. A minha vida foi alavancada e hoje tenho o meu negócio”, esse é o relato de Alexander Vieira de Oliveira, de 46 anos, que encontrou um novo caminho por meio da capacitação. Ele é um dos mais de 500 mil participantes dos cursos de Forma ção Profissional Rural (FPR) e Promoção Social (PS), que teve sua vida transformada depois que conheceu a instituição.

Os cursos de Formação Profissional Rural capacitam trabalhadores e produtores do campo para atuarem com excelência no setor agropecuário, oferecendo informação técnica, atualização e aperfeiçoamento das práticas rurais, enquanto os cursos de Promoção Social ampliam a visão para além da produ ção, promovendo temas como saúde, alimentação, cultura, educação e geração de renda alternativa.

Alexander é de Campo Grande e conta que sua primeira capacitação foi de casqueamento. Em seguida, iniciou a de

adestramento — e, desde então, não parou mais. “Desde guri, eu sempre fui apaixonado por cavalo. Trabalhei por muito tempo em fazenda, mas eu sabia que precisava me aprimorar para crescer na área. Foi quando conheci os cursos e minha vida mudou. O menino que amava animais nunca imaginava ter o seu próprio centro de treinamento”.

De Campo Grande, Jefferson Rodrigues, 37 anos, também encontrou nos cursos do Senar/MS um caminho para transformar sua vida. Tudo começou com um curso de drone, que abriu as portas para uma oportunidade de estágio na ATeG. Atualmente, o produtor atua como técnico em bovinocultura e ovinocultura. “Quando fiz o curso de drone, poucas pessoas no estado tinham o certificado. Comecei por gostar de tecnologia e, hoje, já acúmulo mais de 15 cursos no currículo, o que faz toda a diferença em uma entrevista”.

Já em Rio Verde de Mato Grosso, Maria Elza Aureliano, de 56 anos, trabalha com artesanato há oito anos. No Senar/MS,

Lucas Galvan, superintendente do Senar/MS

ela encontrou uma nova alternativa de renda ao fazer o curso de corte e costura. “Fiquei sabendo dos cursos pela minha irmã e, desde então, já fiz mais de dez. Todo conhecimento agrega muito, seja para o trabalho ou para aprender algo novo. Sempre que surge um curso e tenho tempo disponível, estou de olho”.

MS COMO PROTAGONISTA

Os cursos são desenvolvidos e implementados para gerar impacto social, com foco em resultados, responsabilidade e transparência. Para o superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan, o número reforça o trabalho realizado pela instituição, baseado em escuta, inovação e proximidade com quem está no campo.

“Cada capacitação oferecida pelo Senar/MS é uma oportunidade de transformação, seja para quem busca uma recolocação no mercado, para quem deseja empreender ou mesmo para quem quer evoluir dentro da própria atividade rural. Queremos transformar essas 500 mil participações em um milhão, preparando o trabalhador rural para um futuro cada vez mais competitivo, sustentável e cheio de oportunidades”.

Nos últimos anos, a dinâmica do mercado de trabalho no agronegócio tem passado por transformações significativas. Galvan aponta que Mato Grosso do Sul se destaca como um dos estados que mais geram oportunidades no setor.

“O estado tem atraído muitos investimentos, com indústrias de celulose, frigoríficos e o setor sucroenergético. Hoje, estamos em condição de pleno emprego, com menos de 4% de desemprego, e há muitas oportunidades no campo. Além da boa remuneração e do crescimento profissional, a qualidade de vida é um fator cada vez mais valorizado. O Senar/MS tem uma série de cursos para capacitar essas pessoas e prepará-las para esse novo cenário”.

Os cursos mais procurados atualmente incluem Informática, Operação de Drones, Análise e Classificação de Grãos, Oratória e Segurança no Trabalho, além da crescente busca por capacitações voltadas a novas tecnologias e setores em expansão, como silvicultura, sucroenergia e citricultura.

COMPROMISSO COM A REALIDADE DO CAMPO

Alcançar a marca de meio milhão de participantes reafirma o compromisso do Senar/MS com o desenvolvimento humano e socioeconômico do agronegócio sul-mato-grossense, destaca Lucas Garcia, gerente educacional da instituição.

“Esse número representa a profundidade do impacto social que conseguimos gerar ao longo dos anos. Cada pessoa atendida carrega consigo uma história e um propósito. E, quando oferecemos conhecimento, estamos abrindo portas para novas possibilidades –seja por meio da inserção no mercado, da geração de renda, do fortalecimen-

to familiar ou do simples orgulho de aprender algo novo”.

O Senar/MS reforça seu compromisso com a excelência ao ampliar o portfólio de cursos e investir em inovação para atender às demandas do agronegócio. Para 2025, estão previstos 5.955 cursos de FPR e PS, com impacto estimado em cerca de 59.550 participantes. A instituição também planeja lançar novas capacitações em áreas estratégicas, como inteligência artificial no agro, automação, gestão e inovação no campo.

Para participar das capacitações, os interessados podem procurar o Sindicato Rural de sua região ou acessar a agenda de cursos no site do Senar/MS

Tendências de Mercado

Os analistas técnicos do Sistema Famasul retratam o panorama atual de produtos do agro e as tendências baseadas nos principais indicadores e propensões de mercado.

BOVINOCULTURA DE CORTE

- No mês de março, houve a recuperação no valor da carne bovina e, em abril, a arroba do boi gordo alcançou R$ 320 em Mato Grosso do Sul. O que significou valorização de 47% em relação a abril de 2024 e sinalizou um novo patamar para a proteína. O desempenho das exportações corrobora para a boa condição da pecuária. No primeiro trimestre do ano, embarcou mais de 67 mil toneladas, superando em 26% o mesmo período do ano passado. A China é o maior comprador, sendo responsável por 24,8% da receita.

AVICULTURA - No primeiro trimestre de 2025, a produção de frango de corte foi de 43,4 milhões de cabeças, 3,6% menor que no mesmo intervalo de tempo de 2024. A menor oferta contribuiu para a maior precificação do frango abatido no atacado. No trimestre, o valor médio do quilo foi de R$ 11,48, 15% acima do registrado nos três primeiros meses do ano passado. Entre janeiro e março deste ano, o estado exportou 49,6 mil toneladas de carne de frango, 27% a mais que no mesmo ciclo de 2024. A China, principal destino, respondeu por 16% da receita.

SOJA - A expectativa para esta safra é de que a área plantada seja 6,8% maior que no ciclo anterior, atingindo 4,501 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 54,4 sacas/ha. Se confirmados a dimensão das lavouras e o rendimento, a projeção de produção é de 14,686 milhões de toneladas. A adoção de tecnologias contribuiu para reduzir a necessidade de defensivos químicos, além de propiciar condições favoráveis e minimizar os efeitos das adversidades climáticas.

BIOENERGIA - MS possui 22 usinas bioenergéticas em operação, sendo 10 mistas (produzem etanol e açúcar), 9 de etanol de cana-de-açúcar e 3 de etanol de milho. Além disso, há um projeto em desenvolvimento. Na safra 2023/2024, o estado produziu 45,2 milhões de toneladas de cana, 2,2 milhões de toneladas de açúcar (destaque no Centro-Oeste) e 2,9 bilhões de litros de etanol. Mato Grosso do Sul é o segundo maior produtor de etanol de milho do país, com 962,1 milhões de litros.

SUINOCULTURA - O mercado de suínos em MS apresentou resultado positivo no primeiro trimestre de 2025. O preço base do suíno foi 31% superior ao registrado no mesmo período de 2024, alcançando valor médio de R$ 6,75/kg. O abate de suínos avançou mês a mês, atingindo 275,7 mil animais em março, o que representou aumento de 18% em relação a janeiro e de 9% em comparação a igual período de 2024. No trimestre, o total abatido somou 781,5 mil animais, indicando demanda aquecida, com prioridade para o mercado interno, mas também com investimentos nas exportações.

BOVINOCULTURA DE LEITE - O mercado de lácteos em Mato Grosso do Sul iniciou 2025 com comportamento positivo no preço pago ao produtor. O valor está cerca de 20% acima do registrado há um ano, com média de R$ 2,58 por litro. Houve retração na oferta, uma vez que a captação caiu 4% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com os três primeiros meses de 2024. As importações seguem em volume representativo: a quantidade de produtos lácteos importados no primeiro trimestre foi 5% superior à do mesmo período do ano passado.

MILHO - A estimativa aponta que a segunda safra será 0,1% superior em comparação ao ciclo anterior (2023/2024), com uma área cultivada de 2,103 milhões de hectares. A produtividade média esperada é de 80,8 sacas por hectare, alinhada ao potencial produtivo observado nos últimos cinco ciclos no estado. Com base nesses números, a expectativa é de uma produção total de 10,199 milhões de toneladas, o que representa um crescimento significativo de 20,6% em relação à temporada anterior.

FLORESTAS PLANTADAS - MS alcançou 1,45 milhão de hectares com eucalipto, distribuídos por 72 municípios, com maior concentração na Costa Leste. Ribas do Rio Pardo tem a maior extensão, com 26,2% do total, seguido por Três Lagoas (20,8) e Água Clara (11%). Em relação à seringueira, são mais de 23,2 mil hectares espalhados por 29 municípios. Cassilândia apresenta a maior área plantada, com 27,9%, seguida de Aparecida do Taboado e Inocência, com 14,6% e 9,5%, respectivamente.

Dedo de Prosa

PEDRO LUPION, PRESIDENTE DA FRENTE PARLAMENTAR DO AGRONEGÓCIO

“A INSEGURANÇA JURÍDICA NO CAMPO É ENTRAVE AO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL E PRECISA SER ENFRENTADA COM CORAGEM, SERIEDADE E AÇÃO LEGISLATIVA”

Pedro Deboni Lupion Mello, 41 anos, é deputado federal pelo Paraná e presidente da Frente

Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma das mais influentes do Congresso Nacional. Empresário, agropecuarista e publicitário, Lupion é mestre em Ciências

Políticas pelas universidades

Rey Juan Carlos e Francisco de Vittoria, na Espanha, e possui especializações em Comunicação

Política (Georgetown University) e Administração Pública e Governança (George Washington University), ambas nos Estados Unidos.

Filho do ex-deputado federal Abelardo Lupion, Pedro iniciou sua trajetória política como deputado estadual em 2011, sendo reeleito em 2014. No ano de 2018, foi eleito deputado federal e, desde então, se destaca pelo perfil combativo e pela defesa de pautas do agronegócio. Em 2023, assumiu a presidência da FPA e foi reeleito em 2024, estendendo seu mandato até 2027.

Reconhecido por sua atuação em prol do setor agropecuário, Lupion lidera debates sobre segurança jurídica no campo, sustentabilidade e políticas agrícolas, assuntos que aborda nesta entrevista à Revista Famasul, consolidando-se como uma das principais vozes do agro no cenário nacional. Confira:

Dedo de Prosa

Qual a principal frente de trabalho da FPA atualmente? E por qual motivo?

Lupion - Atualmente, a principal frente de trabalho da FPA é a construção e defesa do Plano Safra 2025/2026. A bancada trabalha para garantir um programa mais robusto, com maior previsibilidade orçamentária, segurança jurídica e a ampliação dos recursos disponíveis aos produtores. Essa prioridade se impõe diante das fragilidades evidenciadas no modelo atual, como a suspensão de contratações por falta de recursos para equalização de juros, a redução na cobertura do seguro rural, a burocracia excessiva e os impactos das adversidades climáticas extremas.

Paralelamente, a FPA atua em outras frentes estruturantes, como a aprovação de projetos voltados à regularização fundiária, ao licenciamento ambiental e ao combate às invasões de terra. A bancada defende que a segurança jurídica é condição indispensável para o desenvolvimento do setor agropecuário. Nes-

se sentido, tem trabalhado em propostas como o “Pacote Anti-invasão”, que coíbe ocupações ilegais e assegura o direito de propriedade. A regularização fundiária também é considerada estratégica para garantir acesso ao crédito e contribuir com a redução do desmatamento ilegal.

No campo ambiental, a FPA tem se empenhado na aprovação da Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2195/2021), que tramita no Congresso há mais de duas décadas. A proposta moderniza o regramento, proporcionando segurança jurídica para produtores e empreendedores, ao mesmo tempo em que assegura a proteção ambiental. Hoje, a ausência de uma legislação clara trava investimentos, paralisa obras essenciais e gera insegurança para quem deseja produzir respeitando a lei.

Recentemente a FPA pediu ao governo o aumento de mais de R$ 1 bi para o Seguro Rural. Com mais re-

A LEI É A SOLUÇÃO DEFINITIVA PARA OS CONFLITOS NO CAMPO

cursos é possível ampliar o alcance dessa proteção que chega a somente 10% dos produtores do país? Ou são necessárias também outras medidas? Lupion - A ampliação dos recursos para o seguro rural é fundamental e, por isso, a FPA defende que pelo menos 1% do valor total do Plano Safra — cerca de R$ 5,99 bilhões — seja destinado à subvenção do programa. Com mais orçamento, é possível ampliar o alcance dessa proteção, que hoje cobre apenas 10% dos produtores do país. Mas só o aumento de recursos não resolve. É preciso melhorar a gestão do programa, simplificar o acesso para pequenos e médios produtores e integrar o seguro a outras políticas agrícolas. Sem isso, o sistema segue vulnerável, como ficou evidente com a paralisação ocorrida em fevereiro. A FPA seguirá cobrando previsibilidade, segurança e continuidade para garantir que o seguro rural cumpra seu papel de proteger quem produz.

Como as dificuldades de acesso ao crédito agropecuário impactam a produção brasileira? Como a FPA vem trabalhando para enfrentar essa situação?

Lupion - O crédito agropecuário é essencial para garantir produção, adoção de tecnologia e segurança alimentar no país. Quando ele não chega na ponta, o produtor não planta, não investe e não cresce, e isso compromete toda a cadeia produtiva. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) atua

para ampliar o acesso ao crédito com juros justos, prazos adequados e menos burocracia. Apoiamos propostas como o PL 3.684/2024, que cria um programa nacional de cooperativas de crédito e seguro para agricultores familiares, fortalecendo quem mais precisa e enfrentando os impactos das mudanças climáticas.

Essa proposta representa um avanço importante ao prever juros subsidiados, apoio técnico e instrumentos de proteção contra perdas climáticas, inspirados em modelos já consolidados internacionalmente.

Também defendemos um Plano Safra mais robusto, com recursos suficientes para equalização de juros e fortalecimento do seguro rural. Garantir crédito é garantir produção, e esse é um compromisso permanente da FPA com o campo brasileiro.

O país vem batendo recordes sucessivos de produção no agro, mas essa competitividade acaba revelando a fragilidade brasileira em dois aspectos fundamentais na cadeia, a do armazenamento e a do seu escoamento. Como superar essas barreiras de infraestrutura para que elas não estrangulem o desenvolvimento do setor produtivo?

Lupion - De fato, o Brasil tem alcançado recordes históricos de produção no campo, resultado direto do esforço de milhões de produtores rurais e da constante evolução tecnológica do setor. No entanto, essa pujança escancara dois grandes gargalos estruturais: o armazenamento insuficiente e as dificuldades no escoamento da produção. Superar esses obstáculos exige uma abordagem coordenada e estrutural. A FPA defende a integração dos modais de transporte, com investimentos robustos e contínuos em rodovias, ferrovias, hidrovias e portos, especialmente em regiões estratégicas como o Centro-Oeste, onde se concentra boa parte da produção agrícola. A ampliação e modernização da capacidade de armazenagem nas propriedades e nos polos logísticos também é essencial para reduzir perdas e dar mais flexibilidade ao produtor na hora de negociar sua safra.

Para isso, é fundamental criar um ambiente regulatório estável, que garanta segurança jurídica e atraia capital privado — como já vem ocorrendo, por exemplo, no setor ferroviário. Hoje, mais de 90% das obras em andamento nesse modal são tocadas pela iniciativa privada, graças a uma legislação que a própria FPA ajudou a construir no Congresso Nacional.

A principal instituição de pesquisa agropecuária do país e uma das responsáveis por esse incremento produtivo do setor, a Embrapa, vem enfrentando severas crises de recursos. Isso pode afetar a evolução agropecuária do país? Como mudar esse quadro?

Lupion - A crise de recursos enfrentada pela Embrapa evidencia o descaso orçamentário com a pesquisa agropecuária no Brasil. Trata-se de uma instituição essencial para o desenvolvimento sustentável, soberano e inclusivo do setor, mas que vem sofrendo com o desprestígio fiscal. Em 2024, a Embrapa registrou um déficit de aproximadamente R$ 200 milhões, comprometendo a

continuidade e o surgimento de novos projetos de pesquisa e inovação, áreas que dependem diretamente de investimentos em custeio para funcionar. Apesar de perspectivas mais animadoras para o orçamento de 2025, os recursos garantidos ainda estão abaixo das necessidades mínimas apontadas pela própria empresa. A Embrapa estima que seriam necessários ao menos R$ 510 milhões para manter os projetos em andamento e atender às demandas emergentes do setor agropecuário. A expectativa é complementar esse orçamento por meio de parcerias com o setor privado e entidades de classe. Esse cenário reforça a urgência de um modelo mais sustentável de financiamento para a pesquisa pública no país. Nesse sentido, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) estuda propostas legislativas que permitam ampliar as possibilidades de investimento, com base em modelos bem-sucedidos como o da Coreia do Sul, que integrou institutos públicos, universidades e grandes empresas privadas para impulsionar a inovação tecnológica. Fortalecer a Embrapa é garantir a continuida-

Dedo de Prosa

de do avanço científico que sustenta a competitividade e a sustentabilidade do agro brasileiro.

O Brasil atualmente não tem estoques reguladores de alimentos e nem de insumos básicos da produção (como fertilizantes e diesel). Isso torna o país vulnerável a crises de abastecimento e, por consequência, econômicas também?

Lupion - Sim. A ausência de estoques reguladores de alimentos e de insumos essenciais à produção, como fertilizantes e diesel, torna o Brasil mais vulnerável a crises de abastecimento e, por consequência, a instabilidades econômicas. O país possui uma malha viária fundamental para o escoamento da produção agrícola e para o transporte de bens básicos, mas que depende fortemente do modal rodoviário, movido

majoritariamente a diesel. A falta de reservas estratégicas desse combustível cria uma fragilidade estrutural que pode comprometer toda a cadeia logística.

Embora o Brasil seja autossuficiente em petróleo bruto, ainda depende da importação de derivados, especialmente o diesel. Essa dependência aumenta a exposição do país às oscilações do mercado internacional e à variação cambial, o que pode elevar significativamente os custos de produção e transporte — refletindo diretamente nos preços dos alimentos e insumos.

O mesmo ocorre com os fertilizantes. Grande parte das matérias-primas vem do exterior, tanto por limitações naturais quanto pela ausência de investimentos estruturantes na produção e estocagem interna. Essa dependência dificulta a previsibilidade do forneci-

mento e compromete a segurança da produção agropecuária.

Atualmente, o Brasil não vive uma crise generalizada de abastecimento, mas enfrenta desafios localizados, sobretudo em regiões atingidas por eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. Nesses casos, a deficiência em infraestrutura e logística agrava os problemas de distribuição e pode provocar desabastecimento pontual e aumento de preços.

O grande desafio é a ausência de uma política pública de Estado que promova ações integradas e de longo prazo, capazes de mitigar essas vulnerabilidades. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem atuado fortemente na defesa de políticas que fortaleçam a segurança alimentar e reduzam os riscos de desabastecimento. A bancada cobra do governo ações concretas para o setor agropecuário, como ampliação de investimentos em infraestrutura, fortalecimento do seguro rural, maior acesso ao crédito e incentivos à armazenagem. A criação de estoques reguladores estratégicos e o estímulo à autossuficiência em insumos são medidas essenciais para garantir estabilidade à produção e segurança ao consumidor brasileiro.

Como a entidade tem atuado nas questões que envolvem as barreiras que prejudicam o desempenho competitivo do agro brasileiro no comércio exterior?

Lupion - A FPA tem atuado com firmeza para proteger o setor agropecuário contra barreiras comerciais, ambientais e tarifárias que comprometem a competitividade dos nossos produtos no mercado internacional. Muitas dessas exigências são unilaterais, sem base científica, e afetam diretamente a capacidade do Brasil de competir em igualdade com outros países. Nesse sentido, a aprovação da Lei nº 15.122/2025, originada do PL 2.088/2023, representa uma conquista importante para o agro brasileiro. A norma garante ao país o direito de adotar contramedidas proporcionais sempre que for alvo de

restrições injustificadas impostas por outros países ou blocos econômicos. Ela assegura que produtos importados cumpram regras equivalentes às exigidas da produção nacional, promovendo equilíbrio e reciprocidade nas relações comerciais.

E por outro lado, como a FPA tem atuado para que a redução das tarifas de importação de produtos agropecuários não afete as cadeias produtivas desses produtos no país?

Lupion - Acompanhamos com atenção as medidas que envolvem a redução de tarifas de importação de produtos agropecuários, especialmente em um momento de recuperação do setor, após um ano marcado por adversidades climáticas e queda de preços das commodities.

Embora reconheçamos a necessidade de ações para conter a inflação, é essencial que qualquer medida emergencial não comprometa a sustentabilidade das cadeias produtivas brasileiras. O Brasil é altamente competitivo em produtos como carne, café, açúcar e milho, justamente os itens incluídos na recente isenção tarifária. Por isso, a FPA tem atuado para garantir que essas decisões tenham caráter temporário, foco nos produtos com menor risco à produção interna e que sejam acompanhadas de políticas estruturantes, como estímulo à produção e fortalecimento de estoques reguladores.

Nosso compromisso é assegurar que o agricultor brasileiro, que já enfrenta altos custos e instabilidades climáticas, não seja penalizado por medidas pontuais. A bancada seguirá trabalhando no Congresso Nacional para preservar a competitividade do agro nacional, com equilíbrio entre responsabilidade fiscal e fortalecimento da produção interna.

Como o setor pode enfrentar a insegurança jurídica, que reflete no aumento do número de invasões e conflitos envolvendo trabalhadores rurais, sem-terra e indígenas em várias regiões do país?

Lupion - A insegurança jurídica no campo é hoje um dos principais entraves ao desenvolvimento do Brasil e precisa ser enfrentada com coragem, seriedade e ação legislativa. A FPA tem atuado de forma coordenada para combater o uso político da reforma agrária e enfrentar o avanço de invasões ilegais promovidas por movimentos que se beneficiam de portarias, decretos e omissões do governo.

A resposta do setor passa por reforçar o Estado de Direito. Por isso, a FPA apresentou um pacote de medidas legislativas que prevê o endurecimento contra invasões, a valorização da regularização fundiária e a proteção ao direito de propriedade, princípio constitucional que está sendo ameaçado.

Defendemos que o verdadeiro produtor rural, aquele que vive da terra e produz alimentos, tenha segurança para trabalhar e acesso ao título de propriedade. Ao mesmo tempo, a bancada atua para dar celeridade à tramitação de projetos que garantem segurança jurídica e responsabilidade no uso de terras públicas, como o PL 3768/2021. Esse tipo de proposta reconhece quem produz de forma lícita e pacífica, e corrige distorções provocadas por um modelo de reforma agrária aparelhado e ineficaz.

Como a entidade tem trabalhado com as instituições que representam o agro nos estados, como a Famasul, por meio do seu presidente Marcelo Bertoni, na busca por soluções e alternativas para essa extensa pauta de demandas que envolve o setor?

Lupion - A FPA trabalha em permanente sinergia com as entidades representativas do setor produtivo nacional e em suas demandas para garantir o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira. A Famasul tem sido parceira no combate à precarização da segurança jurídica no campo, especialmente no contexto do Marco Temporal - Lei 14.701/23, aprovada por ampla maioria no Congresso Nacional.

A Lei é a solução definitiva para os conflitos no campo, pois garante uma data limite para demarcação de terras indígenas no Brasil. No entanto, o Supremo Tribunal Federal discute em regime de conciliação o tema para garantir o direito de todos os brasileiros, indígenas ou não, que compraram suas terras com boa fé. Acompanhamos presencialmente as audiências, junto com o presidente Marcelo Bertoni, para garantir o direito à indenização de produtores rurais e a manutenção da legislação aprovada pelo Poder Executivo.

Projetos Especiais

Programa pioneiro do Senar/MS prepara futuros líderes do agronegócio

OPrograma Jovem Sucessor Rural, voltado para jovens a partir de 16 anos, surge como resposta à necessidade de preparar sucessores capazes de garantir a continuidade e a evolução dos negócios no campo.

Com duração entre 07 e 08 meses, o pro grama é promovido pelos Sindicatos Rurais, que organizam turmas de 10 a 15 participantes em cada município. A metodologia combina capacitação e concurso, com encontros voltados ao desenvolvimento de competências em sucessão familiar e liderança no agronegócio.

Durante as capacitações, os participantes desenvolvem competências como desenvolvimento pessoal, gestão de pessoas, oratória, além de aspectos como ética, gover nança, inovação e tecnologia, sustentabilidade, políticas públicas, gestão de projetos e legislação agrícola.

pelo programa, Sara Gomes, investir na formação de jovens líderes é fundamental para garantir o futuro próspero e sustentável do agronegócio. “O futuro do setor depende de jovens qualificados e engajados, capazes de dar continuidade às propriedades rurais e impulsionar a inovação no campo. O programa contribui para que mais talentos permaneçam no meio rural, enxergando oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional sem precisar migrar para grandes centros urbanos.”

Sara Gomes, analista educacional do Senar/MS

Para a analista educacional do Senar/MS e responsável

A primeira edição do programa contou com 89 participantes de sete municípios do Estado. Em 2025, a ação continua a todo vapor com dez turmas confirmadas nas seguintes cidades: Anastácio, Antônio João, Eldorado, Guia Lopes da Laguna, Inocência, Aral Moreira, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Sidrolândia.

A iniciativa, que é pioneira em Mato Grosso do Sul, estimula também o protagonismo jovem por meio da elaboração e implementação de um projeto final. “O ponto alto da competição é o desenvolvimento de um projeto final, que deve ser elaborado coletivamente pelos participantes e implantado no município, com base no tema proposto para trazer soluções inovadoras”, diz Sara Gomes.

Os grupos vencedores recebem viagens técnicas como premiação, proporcionando uma experiência imersiva no universo do agronegócio. Para os vencedores de 2024, o destino será Brasília, onde os jovens terão a oportunidade de visitar a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Congresso Nacional e outros pontos estratégicos do setor.

A responsável pelo Jovem Sucessor Rural reitera que o Senar/MS reconhece que a sucessão e a criação de novos negócios no campo exigem preparo, visão estratégica e desenvolvimento de competências socioemocionais. Para isso, programas de formação em liderança são fundamentais não apenas para capacitar jovens para administrar e inovar, mas também para atuar de forma ética e sustentável no setor.

João Pedro Franciscon um dos integrantes. “Aprendi muito sobre o agronegócio, empreendedorismo e também sobre o meu próprio potencial. Foi uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional que, com certeza, vou levar para a vida toda.”

A necessidade de equoterapia no município de Anaurilândia motivou o projeto final do grupo. “Vimos na equoterapia uma forma de oferecer um tratamento eficaz, que une o contato com o cavalo ao desenvolvimento físico, emocional e social dos praticantes. Nosso projeto foi pensado para atender tanto a comunidade rural quanto urbana, com uma estrutura adequada e profissionais capacitados”, disse.

e também brasileiros, o que acabou favorecendo a implantação do projeto final nos dois países.”

O grupo Agro Fronteiras, de Ponta Porã, também se destacou, conquistando o 2º lugar. O nome da equipe reflete sua localização estratégica na

O projeto final da equipe Agro Fronteiras criou hortas domiciliares para famílias em situação de vulnerabilidade. Materiais recicláveis foram arrecadados e vendidos para custear a compra de mudas. As famílias passaram a vender as verduras cultivadas, obtendo renda. “O que antes era um espaço tomado por entulho, lixo ou mato, hoje se transfor-

Cada canto deste estado conhecemos bem.

E agora, levamos toda essa experiência para um novo terreno: o campo! Chegamos para sermos parceiros do agro, lado a lado com quem planta, colhe e transforma.

Produtos de marcas líderes, que garantem tecnologia, segurança e desempenho no dia a dia da produção rural.

www.mecari.com.br O campo evolui, e a está junto nessa transformação!

Assistência Técnica e Gerencial

mais controle

Senar/MS reforça práticas sustentáveis no manejo de defensivos e descarte de embalagens

Mato Grosso do Sul é referência em sustentabilidade no agronegócio. Para fortalecer essa posição, o Senar/ MS intensifica suas ações, promovendo práticas responsáveis no manejo de defensivos agrícolas e no descarte correto de embalagens vazias — medidas essenciais para a preservação ambiental e a saúde dos trabalhadores rurais.

Mato Grosso do Sul é referência em sustentabilidade no agronegócio. Para fortalecer essa posição, o Senar/MS intensifica suas ações, promovendo práticas responsáveis no manejo de defensivos agrícolas e no descarte correto de embalagens vazias.

Desde 2014, a instituição atua diretamente nas propriedades de grãos. Inicialmente, o trabalho foi desenvolvido com o programa especial Soja Plus, que beneficiou 879 propriedades até 2020. Depois, a assistência passou a ser oferecida pela ATeG Grãos, que atualmente acompanha 970 propriedades.

Dailson Menezes, produtor do assentamento Santa Guilhermina, entre Nioaque e Maracaju, adotou as orientações dos técnicos e já sente os resultados. “Antes, eu não usava EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e não sabia ma-

nusear os insumos. Cheguei a me machucar, mas agora estou aprendendo. O Senar faz a vida da gente mudar”.

Mato Grosso do Sul é o 7º no ranking nacional de devolução de embalagens vazias de defensivos, de acordo com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV). Em 2024, destinou 4.894 toneladas de forma ambientalmente correta (7% do total nacional).

A coordenadora da ATeG Grãos, Gislene Pereira, destaca como o Senar/MS orienta os produto res. “Apresentamos as legislações, com foco na destinação correta dos resíduos. Orientamos a construção de depósitos específicos para armazenamento de defensivos e embalagens. Treinamos quem manuseia esses produtos, assegurando saúde e segurança do trabalho, além de conformidade legal e preservação ambiental.”

O Senar/MS oferece cursos nas áreas de Educação Ambiental e Saúde e Segurança no Trabalho na Aplicação de Defensivos Agrícolas. As capacitações seguem a NR-31.7, que orienta o manejo, armazenamento e descarte seguro de embalagens vazias.

DESCARTE CORRETO: RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA

após o uso e, em seguida, perfuradas para evitar a reutilização. Já as rígidas, de produtos que não empregam água, devem ser esvaziadas e entregues em centrais ou postos do InpEV.

Além das embalagens, tampas, lacres e caixas também devem ser devolvidos. O InpEV, inclusive, recebe defensivos em desuso (com registro cancelado ou vencidos). O processamento envolve classificação, prensagem e destinação para reciclagem ou incineração, conforme o tipo de material e a limpeza realizada.

Em Mato Grosso do Sul, os produtores têm acesso a uma rede de centrais e postos de recebimento do InpEV e de associações de revendas. A entrega deve ser agendada pelo site do InpEV. Alguns municípios fazem recebimentos itinerantes, em parceria com sindicatos rurais e revendas.

Gislene Pereira destaca que o envolvimento do produtor na logística reversa é fundamental. Segundo ela, a combinação de informação, assistência técnica e compromisso une produtividade e práticas ambientais, construindo um futuro sustentável.

O descarte correto das embalagens vazias de defensivos agrícolas é uma das principais preocupações do setor. A especialista orienta que as embalagens laváveis devem ser submetidas à tríplice lavagem ou lavagem sob pressão logo

Ailton Neves, do assentamento Uirapuru, em Nioaque, é um exemplo. “Antes das orientações do Senar/MS, eu passava o produto do jeito que acordava, mas agora uso EPIs. Até queimava as embalagens porque não sabia o que fazer. Agora, levo para a central de recebimento em Maracaju. No último descarte, foram três bags cheios e já estou juntando mais”.

Gislene Pereira, coordenadora da ATeG Grãos

Programas de saúde realizam mais de 600 atendimentos

O Sistema Famasul levou ações que oferecem atendimentos médicos gratuitos com foco na prevenção de doenças e promoção da saúde da população do campo de Caracol.

O programa Sorrindo no Campo, que oferece atendimento odontológico gratuito à população rural, esteve presente no distrito de Alto Caracol e região entre os dias 31 de março e 5 de abril. Nesse período, foram realizados 111 atendimentos e 527 procedimentos odontológicos.

Já o programa Saúde do Homem e da Mulher Rural foi realizado no dia 5 de abril, no Posto de Saúde da Família (PSF) Lidiane de Oliveira, por meio de uma parceria entre o Sindicato Rural de Caracol e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde.

Ao todo, foram realizados 251 atendimentos médicos, 372 procedimentos, aplicadas 27 vacinas, coletadas 19 amostras de exames preventivos e realizadas 5 biópsias de pele.

Para o presidente do Sindicato Rural de Cara -

col, Décio Albuquerque Godoy, a ação superou as expectativas. “Foi muito importante para a saúde dos nossos produtores rurais, dos nossos trabalhadores do campo e também para a população em geral”, destacou.

Senar/MS qualifica jovens em administração rural

O Sistema Famasul levou ações que oferecem atendimentos médicos gratuitos com foco na prevenção de doenças e promoção da saúde da população do campo de Caracol.

O programa Sorrindo no Campo, que oferece atendimento odontológico gratuito à população rural, esteve presente no distrito de Alto Caracol e região entre os dias 31 de março e 5 de abril. Nesse período, foram realizados 111 atendimentos e 527 procedimentos odontológicos.

Já o programa Saúde do Homem e da Mulher Rural foi realizado no dia 5 de abril, no Posto de Saúde da Família (PSF) Lidiane de Oliveira, por meio de uma parceria entre o Sindicato Rural de Caracol e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde.

Ao todo, foram realizados 251 atendimentos médicos, 372 procedimentos, aplicadas 27 vacinas, coletadas 19 amostras de exames preventivos e realizadas 5 biópsias de pele.

Para o presidente do Sindicato Rural de Caracol, Décio Albuquerque Godoy, a ação superou as expectativas. “Foi muito importante para a saúde dos nossos produtores rurais, dos nossos trabalhadores do campo e também para a população em geral”, destacou.

Agro Agenda

Nova diretoria do SRCG quer fortalecer a educação

A nova diretoria do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), presidida pelo engenheiro agrônomo e produtor rural José Eduardo Monreal, tomou posse em março com dois compromissos prioritários: fortalecer a educação e ampliar a capacitação no meio rural.

Nos últimos anos, a entidade tem investido fortemente na qualificação dos trabalhadores rurais. Em 2024, foram realizados 112 cursos, beneficiando mais de mil participantes. Além disso, os cursos técnicos em Agricultura, Florestas, Zootecnia e Agronegócio têm formado profissionais capacitados para atender à crescente demanda do setor.

“É imperioso trabalharmos para aumentarmos a oferta de mão de obra no campo. Nesse aspecto, os cursos profissionalizantes do Senar/MS serão cada vez mais implementados em nossa gestão, assim como novos projetos na área da educação”, destacou o novo presidente.

A cerimônia contou com a presença do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e do

presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, além de autoridades políticas e representantes de instituições do setor agropecuário.

O evento também foi marcado por homenagens aos produtores Antonio Moraes, Cristina Possari e ao casal Pio Queiroz e Rosangela Ruiz, reconhecidos por suas contribuições ao desenvolvimento do agro na região.

SR de Coxim inicia quatro novas turmas do Despertando

O Sindicato Rural de Coxim iniciou quatro novas turmas do Programa Despertando, uma iniciativa do Senar/MS que tem transformado a vida de produtores e trabalhadores rurais por meio da alfabetização.

Segundo o presidente do sindicato, Dorival Valvassori Junior, o programa já concluiu com sucesso cinco turmas no município. A mais recente foi iniciada em abril de 2024 e finalizada em outubro.

As aulas foram ministradas no Centro de Convivência da Pessoa Idosa (CCI), no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Nova Coxim e na Associação dos Amigos Voluntários e Colaboradores (AAVC). Um total de 40 alunos concluiu o letramento.

Valvassori Junior destaca que o Despertando tem apresentado resultados expressivos, com relatos positivos dos participantes. “Os alunos são apaixonados pelo programa e já demonstram interesse em uma nova etapa para continuar estudando”, afirma.

O Despertando é dividido em duas etapas, a primeira é voltada a adultos sem escolaridade for-

mal, mas com noções básicas de leitura e cálculo; a segunda, para aqueles com Ensino Fundamental incompleto. Interessados devem procurar o Sindicato Rural do município, munidos de RG e CPF para realizar a inscrição.

Com o Despertando, o Senar/MS reafirma seu compromisso de levar educação e transformação social ao campo, promovendo inclusão e oportunidades para quem mais precisa.

Programa Caminhos da Aprendizagem realiza turma piloto

Nova Andradina recebeu, neste ano, a turma piloto do programa Caminhos da Aprendizagem, do Senar/MS. A iniciativa tem o objetivo de preparar os jovens para os desafios do mundo do trabalho, por meio de atividades teóricas e práticas focadas no desenvolvimento pessoal, social e profissional.

Essa formação inicial fortalece competências essenciais que favorecem a inclusão e a permanência dos jovens nos programas de aprendizagem industrial, que, por sua vez, abrem as portas das contratações nas empresas.

O programa é voltado para jovens entre 14 e 24 anos, prioritariamente estudantes da rede pública de ensino ou em situação de vulnerabilidade social, que ainda não ingressaram em um contrato formal de aprendizagem, mas que demonstram interesse em se qualificar para futuras oportunidades no mercado de trabalho.

A turma piloto começou em abril, com 18 alunos, em uma parceria com o Sindicato Rural e o Centro da Juventude do município. Todos os participantes

foram contratados no município, na sequência, durante o programa de aprendizagem desenvolvido com uma agroindústria local.

As inscrições são realizadas por meio de parcerias com sindicatos rurais, escolas públicas e instituições sociais dos municípios atendidos. Os jovens interessados devem aguardar a divulgação de vagas na sua região e seguir as orientações de inscrição divulgadas pelas instituições parceiras e pelo Senar/MS.

Cem alunos concluem cursos de FPR e PS do Senar/MS

Em abril, o Sindicato Rural de Bonito realizou a entrega de certificados de conclusão dos cursos de Formação Profissional Rural (FPR) e Promoção Social, promovidos em parceria com o Senar/MS. Ao todo, 100 alunos foram certificados.

Segundo o presidente da entidade, Diego Bieleski, só em 2024 foram ofertados 48 cursos, capacitando cerca de 480 pessoas no município. A previsão para 2025 é de um crescimento de quase 19% na oferta de treinamentos, que deve chegar a 57 turmas ao longo do ano.

O curso mais procurado em Bonito é também um dos mais requisitados no portfólio do Senar/MS: Informática Básica. Com carga horária de 32 horas, a capacitação oferece noções fundamentais sobre o uso do computador, incluindo identificação de componentes físicos, armazenamento de arquivos, antivírus, sistema operacional Windows e pacote Office — tudo com foco na aplicação no meio rural.

“A maioria dos participantes dessa formação nunca teve contato com computadores ou teve acesso limitado à tecnologia. Por isso, o curso re-

presenta uma importante ferramenta de inclusão digital”, pontua Bieleski.

Os conhecimentos adquiridos podem ser imediatamente aplicados no campo. Os alunos aprendem a utilizar ferramentas que contribuem com a gestão da propriedade, como planilhas para controle financeiro, preenchimento de cadastros virtuais, acesso a aplicativos úteis e pesquisas. Além disso, abrem-se oportunidades para participação em cursos online e outras iniciativas de educação continuada.

Famasul em Ação

Marcelo Bertoni, presidente da Famasul, participa do Encontro Novilho Precoce MS, discutindo o futuro da pecuária brasileira

Marcelo Bertoni participa da assinatura de decreto que reduz ICMS na venda interestadual de peixe para abate.

O presidente da Famasul participou, em Brasília, do lançamento da Agenda Legislativa do Agronegócio 2025

O superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan, participa da Ação Agro Social da Prefeitura de Campo Grande.

Presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, participa da Corrida do Agro, evento que reforça parcerias e ações sociais.

Bertoni e Galvan participam, em Brasília, do 1º Fórum de Novas Lideranças do Agro, com foco em política e comunicação

Bertoni e Galvan participam da abertura da Tecnoagro, em Chapadão do Sul, feira referência em tecnologia no campo.

Marcelo Bertoni, Lucas Galvan e Frederico Stella participaram da abertura da Dinapec 2025 e do 1º Fórum Pré-COP

Marcelo Bertoni recebeu, na Casa Rural, os delegados Mateus Zampieri e Antônio Souza, da Delegacia de Combate a Crimes Rurais

Direto de Paris, presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, acompanha reconhecimento do Brasil como livre de aftosa sem vacinação

Frederico Stella, diretor-tesoureiro da Famasul, participa da reunião da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA.

Durante a Expogrande, Bertoni e a diretoria da Famasul entregam ao governador Riedel as demandas do agro

Presidente da Famasul participa da entrega de certificados dos alunos dos cursos técnicos do Senar/MS.

Na Casa Rural, Bertoni e Fábio Caminha recebem representantes da PMMS e PM Rural para tratar de pautas institucionais.

Marcelo Bertoni participa de mesa-redonda do 3º encontro da Suinocultura de MS na Expogrande.

Bertoni recebe a vereadora de Bonito, Michele Flores, para tratar das demandas do Sindicato Rural do município.

Sistema Famasul entrega cheque de R$ 100 mil ao Governo de Mato Grosso do Sul para o Fundo Clima Pantanal.

Em Bataguassu, Lucas Galvan se reúne com a Bracell para apresentar as ações de capacitação do Senar/MS.

Marcelo Bertoni e Lucas Galvan participam de Encontro Institucional do Comando Militar do Oeste.

Marcelo Bertoni formaliza parceria entre Senar/MS e Semadesc no lançamento do Plano de Desenvolvimento da Bovinocultura de Leite em Mato Grosso do Sul.

Agro Doc

23 ANOS DE UM AMOR INCONDICIONAL

No dia 1º de abril de 2002, iniciei uma jornada que mudaria a minha vida profissional e pessoal. Fui contratada como Secretária da Diretoria da Famasul pela atual senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, que, à época, ocupava o cargo de Diretora Secretária desta instituição. Hoje, com muito orgulho, completo 23 anos dedicados ao Sistema Famasul, a Casa Rural que abracei com entusiasmo, determinação e, sobretudo, um amor incondicional e muita gratidão.

Ao longo dessa caminhada, sempre esteve presente a vontade de contribuir e aprender; mesmo após mais de duas décadas, mantenho o entusiasmo do primeiro dia, procurando criar um ambiente harmônico e entendendo que a nossa maior missão é facilitar a vida dos produtores rurais, especialmente aqueles que estão em regiões distantes e enfrentam dificuldades para acessar serviços e informações de modo a ter suas demandas atendidas.

Nestes 23 anos a Famasul evoluiu muito o que podemos constatar através da sua atuação junto à sociedade participando de diversos Conselhos, formando lideranças para o agro através do Programa Lider MS; ampliando sua representação perante os poderes executivo, legislativo e judiciário; trazendo benefícios com o Famasul Vantagens e Famasul Conecta; participando de forma expressiva na condução dos destinos do agronegócio não só em MS como também no Brasil e no mundo, visto que a exportação é uma realidade expressiva para os nossos produtores rurais. A Famasul está sempre muito alinhada com a CNA, trazendo competitividade e inovação para o nosso setor. A Famasul também procuraorientar os produtores para que atuem dentro da propriedade como verdadeiros empresários do campo trazendo renda com sustentabilidade e procurando contribuir para a continuidade assegurada através de programas orientados para a Sucessão Familiar. Aqui temos um exímio corpo técnico que nos torna fonte de informações para diversos setores da economia.

Por estar ao lado da Diretoria pude participar de momen tos marcantes para esta Instituição dando suporte a eventos e reuniões com os Presidentes dos nossos Sindicatos Rurais, Di retoria da CNA, autoridades nacionais e locais e pude vivenciar transformações desde a modernização do prédio; a criação do Planejamento Estratégico deixando transparecer os nossos va lores e tradições bem como trazer ao conhecimento de todos nossa visão e missão; a integração da Famasul e do Senar que passou a ser Sistema Famasul; a criação do Centro de Excelência de Bovinocultura de Corte; o aumento de pessoas capacitadas através de inúmeros Progra mas ; a disseminação do Agrinho junto às escolas trazendo aos nossos jovens o conceito da transver salidade mostrando através de material didático a importância do campo no nosso cotidiano; a inclusão digital; a criação dos Polos de Ensino: os

Programas de Saúde proporcionando o atendimento as pessoas que moram no campo e têm dificuldade de acesso aos exames e consultas, enfim inúmeras ações que trazem benefícios constantes à nossa sociedade.

Tive o privilégio de acompanhar de perto cinco presidentes: Leôncio de Souza Brito Filho, Ademar Silva Junior, Eduardo Correa Riedel, Nilton Pickler e Maurício Saito que lideraram a Famasul com excelência. Cada um deles deixou sua marca, impulsionando a modernização, valorizando o planejamento estratégico e fortalecendo a representatividade da nossa Federação, que hoje se destaca nacionalmente.

Atualmente, sob a gestão do presidente Marcelo Bertoni, que muito nos orgulha por sua liderança, conquistas e posicionamento, seguimos crescendo com foco em resultados e compromisso com o futuro. A tecnologia, a sustentabilidade e o olhar humano andam lado a lado no dia a dia do Sistema Famasul, e é gratificante fazer parte disso tudo.

A minha rotina é movida pelo desejo de servir. Cada demanda que chega até mim é tratada com dedicação e respeito faço questão de oferecer um atendimento personalizado, porque acredito que cada produtor, cada colaborador, cada parceiro merece se sentir único. A leitura sempre foi minha fonte de inspiração e a busca pelo conhecimento me fornece energia. É por meio dela que busco atualização e preparo para acompanhar as mudanças aceleradas do mundo e do setor. É com esse mesmo espírito que me envolvo em iniciativas sociais que, devolvem à sociedade respeito e reconhecimento e assim, participamos de campanhas solidárias que aquecem corpos e corações.

Fazer parte da equipe do Sistema Famasul para mim é um sentimento, uma paixão. Hoje, posso afirmar com serenidade e alegria: sou fruto de um caminho de perseverança, de oportunidades e de aprendizado contínuo. E é com esse mesmo amor que sigo, pronta para novos desafios e capítulos dessa história que tanto me orgulha escrever.

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