Revista Famasul - 10ª edição

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CINTURÃO CITRÍCOLA CINTURÃO CITRÍCOLA CINTURÃO CITRÍCOLA CINTURÃO CINTURÃO CITRÍCOLA CINTURÃO CITRÍCOLA CITRÍCOLA CINTURÃO CITRÍCOLA CINTURÃO CITRÍCOLA CINTURÃO CINTURÃO CITRÍCOLA CINTURÃO CITRÍCOLA CITRÍCOLA CINTURÃO CITRÍCOLA

MS NO RUMO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE LARANJA

MS NO RUMO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE LARANJA

MS NO RUMO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE LARANJA

MS PRODUÇÃO NACIONAL DE LARANJA

MS NO RUMO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE LARANJA

MS NO RUMO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE LARANJA

 COP-30: Famasul participa de evento global sobre o meio ambiente

 COP-30: Famasul participa de evento global sobre o meio ambiente

 Do pasto à gôndola: MAPA impulsiona rastreabilidade dos rebanhos no estado

 Do pasto à gôndola: MAPA impulsiona rastreabilidade dos rebanhos no estado

Editorial

CAROS LEITORES

SEGUIMOS FIRMES NO COMPROMISSO DE REPRESENTAR E DEFENDER OS INTERESSES DOS PRODUTORES RURAIS. MUITAS AÇÕES ESTÃO POR VIR!

Nos primeiros meses do ano, tivemos a oportunidade de representar os produtores rurais em agendas estratégicas nacionais e internacionais, consolidando avanços e fortalecendo o diálogo com diferentes esferas de decisão.

Uma das principais pautas desse período foi a participação na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, onde discutimos temas essenciais como sustentabilidade, segurança alimentar e inovação na agricultura. Também estivemos no Parlamento Europeu, em Bruxelas, reforçando a verdade sobre o agronegócio brasileiro: um setor que produz com responsabilidade ambiental e tecnológica, alinhado às melhores práticas globais. Durante a missão na Europa, buscamos viabilizar o acordo Mercosul-União Europeia e minimizar os impactos da legislação internacional sobre desmatamento, defendendo os interesses da agropecuária sul-mato-grossense.

Ainda no setor ambiental, realizamos a assinatura do decreto de criação do Fundo Clima Pantanal, ao lado do governador Eduardo Riedel e demais autoridades relacionadas ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Com um investimento inicial de R$ 40 milhões, o programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) reconhece e valoriza aqueles que produzem e preservam o bioma pantaneiro, garantindo equilíbrio entre produção e conservação.

No cenário jurídico, avançamos com as reuniões de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), que ao longo de 19 encontros totalizaram mais de 100 horas de discussões sobre o Marco Temporal. Esse processo foi fundamental a fim de buscar soluções pacíficas para os desafios enfrentados pelo setor agropecuário e reforça a importância do diálogo institucional.

A Casa Rural também recebeu a visita da equipe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que pôde conhecer de perto o agro de Mato Grosso do Sul. Especialmente sobre a safra de soja 2024/2025, apresentamos dados históricos e atuais, demonstrando a precisão e a eficiência do monitoramento realizado pelo projeto SIGA/MS.

Outro destaque foi a participação no Seminário Internacional da Rota Bioceânica e no 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico. O evento reuniu representantes do Paraguai, Brasil, Argentina e Chile para debater as oportunidades de desenvolvimento regional proporcionadas pelo Corredor Rodoviário Bioceânico. A Famasul esteve presente para entender os impactos desse projeto na competitividade do agronegócio sul-mato-grossense e as estratégias para ampliar mercados e fortalecer a logística do setor.

Esses primeiros meses do ano foram intensos e produtivos, e seguimos firmes no compromisso de representar e defender os interesses dos produtores rurais. O trabalho continua e muitas ações ainda estão por vir. A Famasul permanece atenta aos desafios e oportunidades do setor, sempre buscando construir um futuro sólido e sustentável para o agro de Mato Grosso do Sul.

Sumário/

Sumário/

Projetos Especiais

Presidente: Marcelo Bertoni

Vice-Presidente: Mauricio Koji Saito

Diretor-Secretário: Fábio Caminha

Diretor Tesoureiro: Frederico Borges Stella

2º Secretário: Fábio Olegário Caminha

3º Secretário: Massao Ohata

2º Tesoureiro: André Cardinal Quintino

3ª Tesoureira: Stéphanie Ferreira Vicente

CONSELHO DE VICE-PRESIDENTES

Antônio de Moraes Ribeiro Neto - Antonio Silvério de Souza - Dario Antonio Gomes Silva - Manoel Agripino Cecílio de Lima - Luciano

Aguilar Rodrigues Leite - Leandro Mello Acioly - Rodrigo Ângelo Lorenzetti - Alexandre de Paula Junqueira Netto - Roberto Gonçalves de Andrade Filho

MEMBROS SUPLENTES DA DIRETORIA

Produtor se cura do câncer após atendimento pelo Senar/MS

Produtor se cura do câncer após atendimento pelo Senar/MS

Agronews

Dedo de Prosa

21 Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBA)

5 - Paten fortalece iniciativas sustentáveis do Sistema Famasul

Inova Agro

6 - Pantanal: a potência pecuária de MS movida pela genética

8 - Ensino e pesquisa, a união que revoluciona o campo!

Meio Ambiente

10 - COP-30: MS mostra compromisso do agro com meio ambiente

Mercado

13 - Mato Grosso do Sul é a nova fronteira da citricultura brasileira

Roda de Tereré

16 - Plano Nacional impulsiona rastreabilidade do rebanho estadual

Porteira do Conhecimento

18 - Produtor transforma hobby em profissão e ganha prêmio da CNA

Tendências de mercado

20 - Tendências dos principais produtos agropecuários

Assistência Técnica e Gerencial

24 - Senar On: Conexão que transforma vidas até no Pantanal

30 Agro Agenda

36 Famasul em Ação

38 Agro Doc

Paulo Renato Stefanello - Yoshihiro HakamadaAlessandro Oliva Coelho - Hilies de Oliveira - Bedson Bezerra de Oliveira - Lucicleiton Cirino da Rocha

- Durval Ferreira Filho - Vilson Mateus Brusamarello

- Valter Dala Valle - Herminio Pitão - Severino José da Fonseca - Antonio Gisuatto - Edson Bastos - Florindo Cavalli Neto - Romeu Barbosa de Souza - Hudson Amorim de Oliveira - Janes Bernardino Honório Lyrio

MEMBROS DO CONSELHO FISCAL

Efetivos: Jefferson Doretto de SouzaHenrique Mitsuo Vargas Ezoe - Telma Menezes de Araújo - Suplentes: Jesus Cleto TavaresDeny Meirelles Nociti - Fábio Carvalho Macedo

MEMBROS DO CONSELHO DE REPRESENTANTES (CNA)

Efetivo: Marcelo Bertoni - Mauricio Koji Saito - Suplentes: José Vanil de Oliveira GuerraAntonio Ferreira dos Reis

SENAR/MS - Administração Regional do Estado de Mato Grosso do Sul - Conselho Administrativo - Dirigente: Marcelo Bertoni | Membros titulares: José Pereira da Silva | Marcio Margatto Nunes | Valdinir Nobre de Oliveira | Daniel Kluppel Carrara | Suplentes: Mauricio Koji Saito | Janes Bernardino Honório Lyrio | Thaís Carbonaro Faleiros Zenatti | Maria Helena dos Santos Dourado Neves | Luciano Muzzi Mendes | Conselho Fiscal: Paulo César Bózoli | João Batista da Silva | José Martins da Silva | Suplentes: Rafael Nunes Gratão | Moacir Reis | Orélio Maciel Gonçalves | Superintendência: Lucas Duriguetto Galvan

REVISTA FAMASUL

Coordenação de Comunicação: Camilla Jovê | Coordenação de Marketing: Flávio Gutierrez | Coordenação de Eventos: Larissa Siufi | Equipe de Comunicação: Ana Palma | Michael Franco | Michelle Machado | Suelem Fonseca | Pâmela Machado | João Carlos Castro Estagiários: Júlia Nogueira | João Lucas Ribeiro Artes: Eduardo Medeiros | Loren Cruz | Rodrigo Scalabrini Redação, revisão, projeto gráfico, edição e diagramação: A2L Comunicação | Fotos da edição: Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul | Foto da capa: João Carlos Castro

Casa Rural: Sede da Famasul e do Senar/MS Rua Marcino dos Santos, 401 - Cachoeira IICampo Grande/MSFamasul - Tel.: (67) 3320-9700

Site: portal.sistemafamasul.com.br Senar/MS - Tel.: (67) 3320-6900

Site: senarms.org.br

Programa de Transição Energética fortalece iniciativas sustentáveis do Sistema Famasul

Em janeiro, o governo federal sancionou a lei que institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten). A iniciativa tem como objetivo fomentar a geração e o uso de energia de baixo carbono no país, viabilizando o financiamento de projetos sustentáveis. A nova legislação reforça ações já implementadas pelo Sistema Famasul em prol da sustentabilidade no agronegócio.

O Paten facilita o acesso ao crédito para empresas que possuem valores a receber da União, como precatórios e créditos tributários, permitindo o financiamento de projetos voltados à transição energética. Os recursos serão disponibilizados por meio de um Fundo Verde, sob gestão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Para o coordenador de Inteligência de Negócios do Sistema Famasul, Carlos Alberto Valle, o programa sancionado representa uma oportunidade estratégica para impulsionar a adoção de práticas mais sustentáveis no setor agropecuário. “O Paten é uma iniciativa promissora e mais uma alternativa para que o produtor rural tenha acesso a crédito e possa investir na transição energética dentro de sua propriedade”, destaca.

‘MOVIDO

PELO AGRO’ E OUTRAS INICIATIVAS

A sustentabilidade é um dos pilares do Sistema Famasul e está presente em diversas iniciativas que incentivam a transição energética. Um exemplo é a

campanha “Movido pelo Agro”, lançada em parceria com a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), que estimula o abastecimento de veículos com etanol. Como parte desse compromisso, toda a frota da entidade utiliza exclusivamente esse biocombustível.

Em fevereiro a iniciativa completou 11 meses, período em que foram consumidos 79,7 mil litros de etanol, possibilitando o deslocamento de 439,4 mil quilômetros. Essa mudança evitou a emissão de 47,5 toneladas de CO2 equivalente (CO2Eq), o que corresponde ao plantio de aproximadamente 285 árvores.

Outro exemplo de inovação sustentável é a usina fotovoltaica do Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte. Em três anos de operação, a estrutura já gerou mais de 422,6 megawatts-hora (MWh) de energia limpa, evitando a emissão de 140,5 toneladas de CO2 na atmosfera.

Conforme divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, entre as áreas contempladas pelo Paten estão o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, a valorização energética de resíduos, a modernização da infraestrutura de geração e transmissão de energia e a substituição de fontes poluentes por alternativas renováveis. Além disso, o Paten deverá estimular a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de captura e armazenamento de carbono, hidrogênio verde, biogás e outras soluções de energia sustentável.

Pantanal:

Pantanal:

A potência pecuária de MS movida pela genética

Apecuária do Pantanal de Mato Grosso do Sul passa por uma transformação significativa, impulsionada pelos avanços genéticos. É o exemplo da tradição aliada à tecnologia, com responsabilidade e sustentabilidade. A região, que abriga 4,1 milhões de bovinos e representa 22,3% do rebanho estadual, tem se destacado como a maior investidora em inseminação artificial do estado.

Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), no primeiro semestre de 2024, o Pantanal respondeu por 30% das mais de 200 mil doses de sêmen comercializadas no estado, consolidando-se como referência na adoção de tecnologias reprodutivas.

A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) tem sido um dos principais vetores desse avanço, proporcionando ganhos em produtividade e qualidade genética do rebanho. De acordo com Fernanda Lopes, consultora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o método revolucionou o manejo reprodutivo na região.

“A IATF eliminou a necessidade de observação de cio, o que facilitou sua adoção nas extensas propriedades pantaneiras. Além disso, ao utilizar sêmen de touros geneticamente superiores a técnica permite a seleção de características desejáveis, como maior ganho de peso, melhor conversão alimen-

tar e precocidade sexual”, explica a especialista.

Segundo Fernanda, a aplicação da inseminação artificial no Pantanal tem gerado benefícios econômicos e ambientais, pois “Um rebanho geneticamente aprimorado exige menos área para produzir a mesma quantidade de carne, o que reduz a pressão sobre os recursos naturais e fortalece a pecuária sustentável”, destaca Lopes.

Outro benefício significativo da IATF é a padronização do rebanho, formando lotes homogêneos que agregam valor ao mercado e facilitam a comercialização. Além disso, a técnica reduz a necessidade de touros em campo, minimizando custos e riscos sanitários.

“A redução do intervalo entre partos, o controle rigoroso da paternidade e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis são algumas das vantagens da inseminação artificial”, complementa a consultora da Famasul.

e das variações de temperatura na fertilidade do rebanho”, afirma Lopes.

O aprimoramento genético também contribui para a resistência a parasitas e doenças, reduzindo custos com tratamentos veterinários e diminuindo impactos ambientais.

REBANHOS MAIS ADAPTADOS

O avanço da inseminação artificial no Pantanal segue uma tendência global de busca por eficiência e sustentabilidade. Tecnologias como a seleção genômica e a fertilização in vitro prometem elevar ainda mais a qualidade genética do rebanho.

GARANTEM

MAIOR EFICIÊNCIA ALIMENTAR E RESISTÊNCIA A DOENÇAS

Mesmo enfrentando desafios logísticos, como os regimes de cheias e secas, o Pantanal se destaca na adoção da tecnologia. O relatório da ASBIA mostra que, em 2023, a região adquiriu 653.152 doses de sêmen, com uma taxa de fêmeas inseminadas de 35%, superior à média estadual de 30,6%. Sem o Pantanal, essa média cairia para 27,86%, evidenciando o protagonismo da região no setor.

A resistência dos animais às condições ambientais extremas também tem sido fortalecida com o melhoramento genético. “A seleção de animais adaptados ao calor e ao estresse hídrico aumenta a produtividade e reduz os impactos da seca

LOPES,

TÉCNICA DA FAMASUL

“O melhoramento genético permitirá a criação de rebanhos mais adaptados às mudanças climáticas, garantindo maior eficiência alimentar e resistência a doenças”.

A demanda crescente por carne de alta qualidade e a adoção de práticas sustentáveis são fatores que impulsionam os investimentos na região. A Famasul, em parceria com o Senar/MS, tem sido fundamental no processo de modernização da pecuária pantaneira. Por meio de programas de capacitação técnica, assistência técnica e gerencial e incentivo ao uso de tecnologias reprodutivas, a entidade tem apoiado os pecuaristas na adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis.

Com investimentos contínuos em melhoramento genético e tecnologia, o Pantanal de Mato Grosso do Sul se consolida como uma potência na produção pecuária, equilibrando eficiência produtiva e conservação ambiental.

Inova Agro

ensino e pesquisa

a união que revoluciona o campo!

Apesquisa é um dos pilares da evolução do agronegócio, impulsionando a produtividade, a sustentabilidade e a inovação no campo. Esse avanço é visível graças ao trabalho de instituições de pesquisas e desenvolvimento, e das universidades que desempenham um papel fundamental nesse processo, sendo centros de formação de novos profissionais e espaços para a aplicação prática do conhecimento acadêmico. Em Mato Grosso do Sul, as unidades de ensino pública e privada conectam a teoria e a prática, permitindo que estudantes e pesquisadores desenvolvam soluções inovadoras e contribuam diretamente para o crescimento do setor agropecuário.

O Estado se destaca nesse cenário com a atuação de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra pa), a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect) e as faculdades, como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Esses centros de ensino e pesquisa le-

vam ao campo soluções cada vez mais inovadoras. Para incentivar estudos que impulsionem o setor agropecuário nos âmbitos econômico, social e sustentável, o Sistema Famasul criou o Prêmio Agrociência. Em 2025, a iniciativa chega à sua sexta edição.

João Antônio Lorençone, um dos vencedores do Prêmio Agrociência 2024

João Antonio Lorençone, recém-formado em engenharia agrônoma e mestrando em Produção Vegetal pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, foi um dos vencedores do prêmio em 2024. Representando o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), da cidade de Navirai, o engenheiro apresentou resultados sobre a aplicação de conceitos da agrometeorologia e fitopatologia em um estudo de caso sobre a mandioca, analisando a relação entre o clima e o surgimento de doenças na cultura.

A tecnologia aliada à pesquisa de campo foi essencial para o avanço do estudo, como ele explica. O estudante também destaca que a agricultura digital tem permitido um uso mais preciso de insumos, reduzindo desperdícios e promovendo a sustentabilidade.

“As pesquisas estão em andamento, e o setor acadêmico

está ganhando força, o que demonstra que Mato Grosso do Sul tem um futuro promissor, sempre com a diversidade como um pilar. O mais impressionante é que essas pesquisas abrangem diversas áreas do agro, como agropecuária, celulose, silvicultura, entre outras. Dessa forma, estamos nos consolidando como uma referência para outros estados brasileiros, com grande potencial para seguir crescendo e se destacando no cenário nacional”, pontua.

Gabriella Silva de Gregori, engenheira florestal e técnica de laboratório na UFMS de Chapadão do Sul, também foi uma das vencedoras do Prêmio Agrociência 2024. Ela reforça a importância da integração entre universidades e instituições de pesquisa na busca por soluções inovadoras para o agro.

“A colaboração entre instituições e universidades é fundamental para impulsionar a inovação no setor agrícola de Mato Grosso do Sul. Essa sinergia une a expertise técnica, o conhecimento acadêmico e as demandas do setor produtivo, que possibilitam o desenvolvimento de soluções práticas e sustentáveis. Eu, por exemplo, apresentei um estudo que usa sensoriamento remoto e aprendizado de máquina para detectar o ataque de pragas em eucaliptos, possibilitando um manejo mais eficiente da infestação. Com essa tecnologia, conseguimos identificar danos precocemente, reduzindo perdas e minimizando o uso excessivo de defensivos”, explica Gabriella.

Fernando Curi Peres, professor titular sênior da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), enfatiza que a evolução tecnológica no agro brasileiro é resultado de décadas de investimentos em pesquisa.

“Desde os anos 1970, políticas públicas possibilitaram um grande salto tecnológico no agro. Hoje, avanços como biotecnologia, mecanização e digitalização revolucionaram a produção”, destaca.

Com anos de experiência, o professor ressalta que a pesquisa é um processo contínuo, sempre respondendo a novos desafios.

“O solo é um organismo vivo e complexo, e os problemas surgem o tempo todo. A ciência precisa evoluir continuamente para garantir soluções sustentáveis ao setor produtivo”, conclui Peres.

O Prêmio Agrociência é uma inciativa da Famasul, em parceria com a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de MS) cujo objetivo é reconhecer as propostas que estimulem

o avanço do setor do agro de maneira econômica, social e sustentável.

Além de uma bolsa de custeio para pesquisa de pós-graduação, o prêmio também contempla bolsas de iniciação científica para graduação. Podem participar estudantes matriculados regularmente em instituições de ensino superior de Mato Grosso do Sul e de qualquer área do conhecimento. Fique atento ao site do Senar/MS para mais informações sobre a 6ª edição.

Meio Ambiente

Cop-30

MS leva práticas sustentáveis do agro durante conferência global
MS leva práticas sustentáveis do agro durante conferência global

OBrasil receberá, em novembro de 2025, um dos mais importantes eventos globais sobre meio ambiente: a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), que será realizada em Belém, no Pará. Mato Grosso do Sul, um dos maiores produtores de alimentos e bioenergia do país e referência em produção sustentável, se prepara para participar do evento.

Líderes mundiais, especialistas e representantes da sociedade civil discutirão temas como redução de emissões de gases de efeito estufa, financiamento climático, energia renovável, preservação de florestas e biodiversidade, além de justiça climática.

“Temos o desafio e a oportunidade de compartilhar nossas experiências e práticas bem-sucedidas, para que o setor não apenas contribua com as discussões globais, mas também possa reforçar sua imagem no cenário internacional como um exemplo de produção responsável e sustentável”, destacou Marcelo Bertoni, presidente do Sistema Famasul.

sobre o tema, sempre com foco na defesa dos interesses dos produtores rurais.

”MATO GROSSO

DO SUL ESTÁ BEM

POSICIONADO PARA

SE TORNAR UMA

REFERÊNCIA E UMA

Bertoni afirma que o estado de Mato Grosso do Sul possui vários exemplos concretos de como a produção pode ser conciliada com a proteção ambiental. “O Cadastro Ambiental Rural (CAR) aponta que 35% do território sul-mato-grossense é composto por vegetação nativa, protegida dentro das propriedades privadas. De maneira geral, a preservação nas propriedades rurais vai além do que a legislação exige, o que diferencia a agropecuária brasileira e a de Mato Grosso do Sul. Além disso, implementamos serviços ambientais focados na conservação do solo, da água e da biodiversidade, o que contribui para a redução ou mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEEs)”, afirmou.

PEÇA-CHAVE NA

DIVERSIFICAÇÃO DA

MATRIZ ENERGÉTICA

BRASILEIRA

Por meio da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o Sistema Famasul esteve presente nas últimas conferências globais sobre mudanças climáticas. Esse alinhamento institucional será reforçado para o evento no Brasil, com o objetivo de garantir um protagonismo ainda maior do setor nas discussões e negociações

MARCELO

Entre as boas práticas ambientais e iniciativas sustentáveis adotadas pelo setor, Bertoni destaca o plantio direto, a recuperação de pastagens, o uso de sistemas integrados de produção como o Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a fixação biológica de nitrogênio, o tratamento de dejetos animais, o cultivo de florestas plantadas, a agricultura de precisão, o uso crescente da irrigação, a fertirrigação, o emprego de tecnologias voltadas para a certificação da produção, como as desenvolvidas pelas Embrapas (Carne Carbono Neutro, entre outras), além dos programas de sustentabilidade na

pecuária bovina (Carne de Baixo Carbono, Carne Sustentável, Carne Orgânica), o trabalho de melhoramento genético do rebanho, as pesquisas nas áreas animal e vegetal, e a produção e uso de energias renováveis e biocombustíveis, entre outros.

No que se refere às energias renováveis, Bertoni enfatiza que as agroindústrias ajudaram o estado a mudar sua matriz elétrica, com mais de 92% da geração vindo de fontes renováveis. “Com uma matriz elétrica predomi nantemente renovável, um forte investimento em tecnologias sustentáveis e a meta de se tornar Carbono Neutro até 2030, Mato Grosso do Sul está bem posicionado para se tornar uma referência e uma peça-chave na diversificação da matriz energética brasileira. Ao participar ativamente de discussões sobre energias renováveis em eventos de grande porte, como a COP-30, o estado e o setor podem não apenas liderar essa tendência no Brasil, mas também influenciar práticas globais em direção a um futuro sustentável e inovador”, comentou. Com esse conjunto de boas práticas para apresentar, Bertoni destaca que a COP-30 representa uma excelente oportunidade para dissipar equívocos sobre o setor. “O agronegócio sul-mato-grossense é comprometido com a produção sustentável e eficiente. Utilizar eventos como esse para esclarecer mal-entendidos sobre nossas práticas pode ser um desafio, mas também uma oportunidade de fortalecer nossa imagem internacionalmente, ao mesmo tempo em que ex-

pomos de forma prática a sustentabilidade da agropecuária. Além disso, o Sistema Famasul trabalha junto aos sindicatos rurais e à CNA em diversas representações em colegiados municipais, estaduais e federais, utilizando esses espaços, não só internacionais, para comunicar as boas práticas agropecuárias e de baixa emissão de carbono”, finalizou.

O PAPEL DO SENAR/MS

NA SUSTENTABILIDADE

O superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan, destaca que a entidade tem auxiliado o produtor sul-mato-grossense na jornada pela sustentabilidade, contribuindo de maneira significativa para melhorar as condições de vida da população do estado, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU. “O Senar/MS está intensamente envolvido em capacitar nossos agricultores e pecuaristas em práticas sustentáveis. Desde 2020, adotamos uma abordagem focada em ESG (Ambiental, Social e Governança) em nossas atividades, refletindo o compromisso do setor agropecuário com a sustentabilidade, que é parte da nossa essência”, disse Galvan. Ele menciona vários projetos específicos que exemplificam esse compromisso. “Projetos como o Soja Plus e a Proteção de Nascentes são fundamentais para fortalecer a agricultura sustentável no estado. Esses projetos não só promovem a proteção ambiental, mas também apoiam o desenvolvimento social das comunidades rurais de Mato Grosso

Marcelo Bertoni, presidente do Sistema Famasul

Meio Ambiente

do Sul. Além desses, implementamos programas como o ‘Carne Carbono Neutro’ e ‘Carne Sustentável’, que integram práticas de produção pecuária com reflorestamento e manejo sustentável dos recursos naturais, visando à mitigação de impactos ambientais”.

A agricultura e a pecuária desempenham um papel fundamental na sustentabilida de regional e global, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico dos municípios e contribuindo diretamente para diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Quando implementada de forma responsável, a agropecuária se torna um motor de progresso, promovendo equilíbrio entre crescimento econômico, preservação ambiental e bem-estar social.

Ele cita um exemplo desse impacto. “Quando a agricultura chega, seguida pelo setor agropecuário, há um impacto significativo na região. Isso eleva não apenas os índices de desenvolvimento sustentável, mas também todos os indicadores socioeconômicos do município. Ao orientar e acelerar o processo produtivo, o Senar/MS contribui diretamente para o desenvolvimento local, geração de renda e questões ambientais, como a recomposição florestal e das pastagens”.

mos o impacto ambiental. Isso leva a um uso mais eficiente dos recursos naturais e a uma menor utilização de defensivos, resultando em ganhos diretos na produção”.

A relevância desse trabalho se intensifica em cenários de crises e desastres naturais, como as enchentes no Rio Grande do Sul e os incêndios no Pantanal. Nessas situações, o atendimento foi ampliado, e as experiências vividas servem agora como aprendizado para fortalecer ações futuras. Esse conhecimento acumulado não apenas contribui para a preservação da flora e fauna, mas também abre novas oportunidades econômicas, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).

Diante desse cenário, Galvan destaca a ampla gama de projetos do Senar/MS, que não apenas abordam a produção agrícola, mas também o bem-estar e a dignidade das pessoas. “Nossos projetos nas áreas de saúde, odontologia, leitura para jovens e adultos, além da inclusão digital, têm melhorado significativamente a qualidade de vida da população, refletindo nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e a igualdade de gênero”.

Galvan também explica a importância do trabalho técnico que o Senar/MS realiza com os produtores rurais. “Ao ensinar novas técnicas, como a aplicação correta de defensivos agrícolas, otimizamos o uso desses recursos e reduzi-

O superintendente do Senar/MS mencionou que essas iniciativas de sucesso do Sistema Famasul serão apresentadas na COP-30 e em uma série de eventos preparatórios promovidos no estado, em parceria com instituições de ensino, pesquisa e o governo estadual, incluindo a Dinapec, em Campo Grande.

Lucas Galvan, superintendente do Senar/MS

MS impulsiona novas oportunidades no agro

MS impulsiona novas oportunidades no agro

Com o avanço da citricultura, Mato Grosso do Sul desponta como um novo polo de produção no país. Após a consolidação da indústria de celulose, o estado enxerga na fruticultura uma nova oportunidade econômica. Com solo e clima favoráveis, além do suporte técnico e estratégico do Sistema Famasul, a citricultura tem atraído produtores, investidores e empresas interessadas no potencial da região.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o estado já possui 30 mil hectares de laranja plantados, com a expectativa de alcançar 50 mil hectares nos próximos anos, o que viabilizará a industrialização da cultura. Entre os municípios que lideram essa expansão estão Sidrolândia, Paranaíba, Bataguassu e Ribas do Rio Pardo, impulsionados por empresas que já se instalaram na região.

O superintendente do Senar/ MS, Lucas Galvan, destaca que, historicamente, o estado de São Paulo e o Triângulo Mineiro sempre foram as principais regiões produtoras de laranja do país. No

Mercado

entanto, Mato Grosso do Sul já desponta como o novo “cinturão citrícola” do Brasil. “O Sistema Famasul tem acompanhado de perto os investimentos na citricultura, atuando para fortalecer o setor em parceria com produtores rurais e o governo estadual. Trabalhamos ativamente em discussões sobre políticas públicas, incentivos fiscais e desenvolvimento de infraestrutura, a fim de contribuir para a diversificação da economia e à geração de emprego e renda no estado”.

Galvan reforça que a citricultura sul-mato-grossense tem um futuro promissor, impulsionado pela combinação de solo fértil, clima adequado, legislação ambiental eficiente e incentivos fiscais, criando um ambiente favorável ao crescimento da atividade. Com isso, Mato Grosso do Sul pode se tornar uma referência nacional no setor em um horizonte de médio prazo.

PARCERIA COM O GOVERNO ESTADUAL

Entre as iniciativas da Famasul para impulsionar a citricultura, destaca-se o investimento em capacitação profissional. O curso “Plantio e Manejo de Pomar – Cultivo de Citros” já capacitou mais de mil participantes desde 2013, e o curso técnico em Fruticultura auxilia na qualificação da mão de obra qualificada para os novos empreendimentos.

Em parceria com o governo de Mato Grosso do Sul, a instituição também promove a capacitação de assistência técnica para aprimorar a sanidade vegetal na produção de

citros. O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, destaca que fatores como uma legislação rígida para controle de doenças — especialmente contra o greening, que afeta pomares em todo o mundo — e um ambiente de negócios favorável têm atraído investimentos para o estado. “Definimos uma estratégia de busca ativa por empreendedores em nível nacional, estabelecemos uma legislação sanitária rigorosa para garantir uma citricultura saudável e, em pouco tempo, conseguimos captar mais de 30 mil hectares para produção. O Brasil responde por 60% do mercado mundial de suco de laranja, e Mato Grosso do Sul agora passa a fazer parte dessa agenda”.

Para fomentar o crescimento do setor, o governo estadual implementou incentivos fiscais, reduzindo a carga tributária sobre as operações interestaduais de laranjas destinadas à industrialização. Até 2032, há uma redução de 80% sobre o ICMS próprio debitado na operação de saída do produto, proporcionando um ambiente ainda mais atrativo para novos investimentos.

O secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, destacou que a legislação vigente em Mato Grosso do Sul é uma das mais rigorosas do país no que diz respeito à sanidade vegetal e à prevenção de pragas e doenças que podem comprometer as lavouras. Segundo ele, o estado adota uma política de tolerância zero em relação ao greening ou HLB (Huanglongbing), uma das doenças mais destrutivas para a citricultura, causada por bactérias transmitidas

pelo inseto vetor psilídeo-di-asiático (Diaphorina citri).

“Toda planta infectada precisa ser erradicada imediatamente para evitar a disseminação da doença. Como parte das medidas preventivas, o estado também proibiu o plantio da murta, conhecida popularmente como dama-da-noite, uma vez que essa planta é hospedeira tanto do HLB quanto do inseto vetor. Essas ações reforçam o compromisso de Mato Grosso do Sul com a proteção da cultura e a sustentabilidade do setor”, pontua.

DESAFIOS NA CITRICULTURA

Apesar do cenário promissor, a citricultura enfrenta desafios que precisam ser superados para sua consolidação no estado. O coordenador da ATeG em Fruticultura, Dorly Pavei, aponta três gargalos principais: a escassez de mão de obra qualificada, a necessidade de infraestrutura específica — como estradas e instalações para processamento — e a prevenção do greening, que exige fiscalização e cumprimento rigoroso das normativas sanitárias.

“A falta de mão de obra pode ser um fator limitante, por isso o Senar/MS tem investido fortemente na capacitação de produtores e trabalhadores do setor. O programa ATeG é fundamental para aprimorar o manejo, otimizar a produção e aumentar a produtividade dos pomares”, explica Pavei.

UM SONHO QUE

SE TORNA REALIDADE

Antes mesmo da expansão da citricultura no estado, Waldemiro Bueke já produzia laranja e limão no assentamento Eldorado, em Sidrolândia. O produtor, que trabalhava com compra e venda de hortifruti, enxergou na dificuldade de encontrar frutas na região uma oportunidade para iniciar seu próprio cultivo. “O que começou com o plantio de 100 pés de cada fruta está prestes a se transformar em uma cooperativa com 23 associados, o que reforça o crescimento e o impacto positivo da citricultura na região”, comemora Bueke.

O produtor destaca que a cooperativa não apenas melhorará a renda das famílias envolvidas, mas também trará bons resultados para a economia local. Todos os associados recebem assistência técnica, e o apoio do Senar/MS tem sido essencial. “O Senar é um parceiro de primeira hora no nosso dia a dia. O técnico me

ajuda no controle financeiro e, principalmente, no manejo de pragas e adubação para garantir a qualidade da produção”, afirma.

Se você é produtor rural e ainda não conhece os serviços do Senar/ MS, procure o Sindicato Rural do seu município. Para mais informações, acesse o site: https://senarms.org.br/

Roda de Tereré

Do pasto à gôndola

Do pasto à gôndola

Plano Nacional de Identificação de Bovinos impulsiona rastreabilidade em MS

OPlano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), anunciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), promete acelerar o rastreamento de animais em Mato Grosso do Sul. A iniciativa fortalece ações já em andamento no estado, conforme avaliam o Sistema Famasul e o governo estadual.

O PNIB foi lançado no final de 2024, em um contexto de crescente demanda global por transparência na cadeia produtiva. O MAPA destaca que a iniciativa vai além do controle sanitário, posicionando o Brasil como referência mundial em segurança alimentar e qualidade na pecuária.

“O Plano será um grande impulsionador do monitoramento dos rebanhos, permitindo acompanhar de forma detalhada a movimentação e a sanidade de cada animal ao longo da cadeia produtiva. Estados que já avançavam nessa direção, como Mato Grosso do Sul, serão especialmente beneficiados”, destaca Mariana Urt, diretora-técnica da Famasul. Ela reforça que a certificação internacional de Mato Grosso do Sul como área livre de febre aftosa sem vacinação, prevista para maio de 2025, exige rigorosos padrões de controle sanitário, e a rastreabilidade será uma ferramenta essencial nesse processo.

O diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Daniel Ingold, concorda com a vi são de que o plano do MAPA impulsionará a rastreabilidade dos animais no estado. “Já existem ações conduzidas por associações como a Novilho Precoce e a ABPO [Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável] e com a certificação sanitária, a rastreabilidade, aliada à sustentabilidade, será um diferencial estratégico para ampliar o acesso a mercados internacionais”.

sões mais precisas sobre manejo, reprodução e nutrição, o que melhora a eficiência produtiva e reduz custos operacionais.

RASTREABILIDADE COMO

VANTAGEM COMPETITIVA

A certificação trará benefícios diretos à pecuária sul-mato-grossense, que já é modernizada e sustentável. “O PNIB fortalece a vigilância sanitária ao permitir um controle mais preciso da movimentação dos animais, o que reduz riscos e garante maior segurança à produção. Além disso, a certificação internacional eleva a credibilidade do estado, possibilitando uma melhor valorização da carne sul-mato-grossense no mercado global”, destaca Mariana.

Para Ingold, a rastreabilidade agregará valor à pecuária local ao oferecer mais transparência e controle sanitário. “O monitoramento individualizado atende às exigências de mer cados internacionais rigorosos, garantindo qualidade e sanidade, além de ser um diferencial para acessar nichos mais valorizados”.

A rastreabilidade permite acompanhar toda a trajetória do produto, do campo à prateleira, garantindo maior segurança alimentar. Além disso, o monitoramento individual possibilita um melhor controle zootécnico que favorece deci-

Ingold alerta ainda que essa nova fase da pecuária exige investimentos dos produtores. “A implementação da rastreabilidade pode gerar custos com tecnologias como brincos eletrônicos, sistemas de monitoramento e softwares de gestão. No entanto, a modernização da pecuária, aliada à evolução da gestão, pode compensar esses gastos, tornando a atividade mais eficiente e ampliando o acesso a mercados premium” Mariana concorda, mas reforça os ganhos com a adesão do sistema. “A identificação individual demanda investimentos iniciais, mas o registro será feito em um sistema informatizado gratuito. Além disso, a adesão voluntária antes da obrigatoriedade pode ser uma oportunidade, já que esse diferencial competitivo pode garantir melhores precificações” Outro aspecto relevante destacado por Ingold é a transparência que o sistema proporcionará. “A rastreabilidade plena elimina questionamentos sobre a sanidade do rebanho brasileiro, provando que seguimos os mais altos padrões internacionais. Isso fortalece a confiança no nosso produto e reduz incertezas sobre sua qualidade e segurança”.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apoia a iniciativa, reconhecendo o impacto positivo na sanidade do rebanho e no acesso a novos mercados. “A rastreabilidade individualizada reforça o controle sanitário do nosso rebanho e amplia nossa competitividade global”, afirma José Mário Schreiner, vice-presidente da CNA.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, enfatizou, durante o

lançamento do PNIB, que o plano não se limita a atender exigências do mercado internacional, mas busca superá-las. “Estamos estabelecendo um novo padrão de controle sanitário, ambiental e social para a pecuária brasileira, consolidando nosso compromisso com práticas sustentáveis e responsáveis”.

Fases do PNIB

A implementação do PNIB ocorrerá em quatro fases ao longo de sete anos:

2025

• Desenvolvimento do sistema informatizado e da Base Central de Dados, garantindo a integração entre os níveis federal e estadual.

2026

• Adequação dos sistemas estaduais para interoperabilidade com a base federal, assegurando a coleta e compartilhamento eficiente de informações.

2027 a 2029

• Início da identificação individual dos bovinos e búfalos, com a exigência de identificação para animais submetidos a manejo sanitário ou Protocolos Privados.

2030 em diante

• Identificação obrigatória de todo o rebanho nacional antes de sua primeira movimentação, garantindo rastreabilidade total dos animais no país.

Mariana Urt, diretoratécnica da Famasul
Daniel Ingold, diretorpresidente da Iagro

Porteira do Conhecimento

PAIXÃO QUE VALE OURO

PAIXÃO QUE VALE OURO

Produtor rural transforma hobby em atividade profissional e conquista premiação nacional da CNA

Produtor rural transforma hobby em atividade profissional e conquista premiação nacional da CNA

Oque começou como um hobby para Lupércio Landim Jr., conhecido como Juca, após sua aposentadoria como educador físico, tornou-se uma paixão e o levou a conquistar o “Prêmio ATeG 2024 - Gestão, Resultado que Alimenta” na categoria Apicultura. Depois de 32 anos lecionando e enfrentando uma rotina estressante, ele decidiu criar abelhas e produzir mel para se ocupar. O que ele não imaginava era o impacto dessa escolha. Junto com o técnico de campo Victor Okabe Gonçalvez, Juca venceu a premiação promovida pelo Sistema CNA/ Senar. A solenidade ocorreu em dezembro do ano passado, em Brasília (DF).

“O prêmio foi o reconhecimento de toda a dedicação dos últimos anos. Foi uma surpresa muito feliz, eu não imaginava. Quando recebi a notícia, achei que era brincadeira. Só caiu a ficha de que era real quando já estava dentro do avião a caminho de Brasília para a premiação”, disse o produtor.

Victor Okabe também foi reconhecido pelo prêmio devido à sua dedicação no acompanhamento técnico, essencial para os resultados alcançados. Ele presta assistência à propriedade de Juca desde outubro de 2023. Para o técnico de campo, receber o prêmio ATeG foi motivo de grande alegria e um reflexo do trabalho em equipe.

“O sentimento de ter ganhado o prêmio é magnífico, porque nos esforçamos muito para que o produtor obtenha bons resultados. Tudo o que aconteceu foi muito gratificante, não só pelo Juca e sua história, mas também pelo trabalho de excelência que estamos realizando juntos”.

Além da apicultura, a premiação avaliou propriedades das cadeias produtivas da agroindústria, fruticultura, bovinocultura de leite e olericultura, considerando critérios como aumento de renda, melhoria na qualidade de vida, sucessão familiar e aperfeiçoamento dos produtos comercializados.

A relação de Juca com as abelhas começou em 2017, quando faltavam pouco mais de dois anos para sua aposentadoria. Ele conta que a ideia de ficar totalmente parado não o agradava, e a apicultura surgiu como uma alternativa para se manter ativo. Com um sítio em Nova Andradina (MS) e experiência em agropecuária e horticultura, a produção de mel pareceu um caminho promissor.

“Participei de algumas exposições, conversei com outros produtores, mas, depois de um tempo, conheci a ATeG e a paixão cresceu porque tive acesso ao conhecimento técnico da cadeia produtiva de apicultura. Quando você começa a estudar o mundo das abelhas, se apaixona. Pelo menos comigo foi assim.”

Graças ao apoio do SENAR, o produtor relata que aprimorou o manejo das abelhas, aumentou a produção e deu início à comercialização dos seus produtos, transformando um passatempo em um negócio sustentável.

Além da nova atividade profissional e fonte de renda, Juca destaca que o trabalho diário com as abelhas melhorou sua qualidade de vida. “Tive depressão devido ao estresse da sala de aula. Hoje ainda tomo remédio controlado, mas já melhorei bastante. O prazer de colher o mel é indescritível. Quando você entra no apiário, é um mundo completamente diferente. É preciso tomar decisões rápidas, e esse trabalho faz você esquecer qualquer problema.”

O produtor ressalta que, mesmo após anos de experiência, o cuidado ao lidar com as abelhas é essencial para garantir a segurança. “Antes, eu tinha muito medo; hoje, tenho respeito. É preciso tomar todas as precauções para que tudo corra bem”.

A produção de mel de Juca era comercializada na associação de apicultores de Nova Andradina, mas o sucesso foi tão grande que ele decidiu abrir uma agroindústria. A premiação do ATeG garantiu-lhe uma mesa de desoperculação em aço inox e uma centrífuga para extração de mel, equipamentos que contribuirão para a expansão do seu negócio.

Com 86 colmeias em sua propriedade e novas ideias em desenvolvimento, Juca conta que a premiação e todo o incentivo recebido lhe deram ainda mais motivação para alcançar novos objetivos em 2025. O produtor sente-se mais seguro para os próximos passos, pois sabe que contará com o apoio e a assistência do Senar durante todo o processo.

“Hoje entendo que preciso transformar o apiário em uma empresa apícola. Não é mais apenas um passatempo. Minha meta agora é estruturar o negócio, com rotulagem e certificação dos produtos. O processo é bem bu-

rocrático, mas estou recebendo toda a assistência necessária para que minha agroindústria dê certo”.

PRÊMIO ATEG

O “Prêmio ATeG 2024” reconheceu a dedicação e os resultados alcançados por produtores rurais atendidos pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). Cada premiado recebeu um certificado, equipamentos específicos para sua atividade produtiva e um ano de internet gratuita em sua propriedade, com acesso às capacitações do SenarPlay e outros serviços digitais. Os técnicos de campo premiados receberam um notebook.

Tendências de Mercado

Os analistas técnicos do Sistema Famasul retratam o panorama atual de produtos do agro e as tendências baseadas nos principais indicadores e propensões de mercado.

BOVINOCULTURA DE CORTE -

Em 2024, o mercado da pecuária de corte superou expectativas. A arroba do boi valorizou 33% e a da vaca, 34%, impulsionadas pela baixa oferta e alta demanda. Os abates cresceram 12% em relação a 2023, e as exportações aumentaram 33%. Para janeiro de 2025, a arroba do boi apresentou valorização de 34% em relação a 2024, com comportamento semelhante para a vaca e os animais de reposição. A redução nos abates deve contribuir para a manutenção dos preços elevados.

AVICULTURA - No ano passado, a avicultura apresentou um desempenho positivo, com uma valorização de 11% no preço médio do frango abatido no atacado, superando R$ 10 por quilo. Houve também um aumento de 5% nos abates em comparação a 2023. Esses resultados foram impulsionados por uma melhor precificação e pelo aumento da demanda, refletindo em um crescimento de 12% nas exportações em 2024. Para 2025, o ano começa com preços 11% mais altos que em janeiro do ano anterior e uma redução de 9% nos abates.

SOJA - Com a expectativa de que, na safra 2024/2025, a área cultivada com soja cresça 6,8%, alcançando 4,501 milhões de hectares — o maior patamar da história de Mato Grosso do Sul — e com uma produtividade média estimada em 51,7 sacas por hectare, a projeção do Sistema SIGA é que os produtores colham 13,977 milhões de toneladas, o segundo maior volume já registrado no estado.

SUCROENERGÉTICO - Mato Grosso do Sul abriga 22 usinas sucroenergéticas, responsáveis pela produção de açúcar e etanol, incluindo etanol de milho. Na safra 2024/2025, a área de cana-deaçúcar expandiu, e a produção chegou a 45,2 milhões de toneladas. O estado se destacou com 2,2 milhões de toneladas de açúcar, apesar da redução na produtividade devido a condições climáticas adversas. Enquanto a produção de etanol caiu para 2,9 bilhões de litros, a de etanol de milho cresceu 51%, totalizando 1,5 milhão de litros.

SUINOCULTURA - A suinocultura apresentou resultados robustos em 2024, com uma valorização de 34% no preço pago pelo suíno, atingindo um valor médio próximo de R$ 6 por quilo e picos de R$ 6,70 no último bimestre. O número de abates cresceu 7%, ultrapassando 3,3 milhões de animais, e as exportações aumentaram 10% em relação a 2023. Em janeiro de 2025, os preços se mantiveram estáveis em R$ 6,70 por quilo, representando um aumento de 34% em relação a janeiro de 2024, enquanto os abates caíram 14% no mesmo período.

BOVINOCULTURA DE LEITE -

Em 2024, o setor lácteo enfrentou intensa concorrência das importações, que totalizaram 275,9 mil toneladas de lácteos. Apesar das dificuldades, o preço dos lácteos no estado valorizou em média 2% no ano de 2024. Para os produtores vinculados ao programa ATeG, o aumento nos preços alcançou 34% em dezembro, comparado a janeiro. Esse crescimento melhorou significativamente a relação de troca com insumos, reduzindo em 21% a quantidade de leite necessária para adquirir uma saca da mistura de milho com farelo de soja.

MILHO - Mato Grosso do Sul encerrou 2024 com a exportação de 970,848 mil toneladas de milho em grãos e uma receita de US$ 211,284 milhões. O cereal foi embarcado para 20 destinos, mas nove países responderam por 91,4% do faturamento. A China foi o maior comprador, adquirindo 281,929 mil toneladas, com uma movimentação de US$ 63,629 milhões, o que equivale a 30,12% do total comercializado pelo estado.

FLORESTAS PLANTADAS

- Em Mato Grosso do Sul, a Costa Leste se destaca como a principal região de cultivo florestal, estendendo-se de Campo Grande até o limite com São Paulo e abrigando cerca de 1,45 milhão de hectares de eucalipto. Ribas do Rio Pardo lidera em extensão de plantações, com 26,2% do total, seguido por Três Lagoas e Água Clara. Além disso, a região nordeste concentra mais de 23,2 mil hectares de seringueira, com Cassilândia liderando a área plantada.

Dedo de Prosa

PAULO HARTUNG, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA IBÁ

“MATO GROSSO DO SUL É HOJE A PRINCIPAL FRONTEIRA DE EXPANSÃO DA CELULOSE NO PAÍS”

Paulo Hartung é o presidenteexecutivo da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) desde 2019. A associação reúne a cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais e para restauração. Economista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) em 1978, é “Professor Honoris Causa” pela Universidade Vila Velha (2004) e “Doutor Honoris Causa” pela UFES (2006). Com uma longa carreira política, foi governador do Espírito Santo por três mandatos (2003-2010 e 2015-2018), senador, prefeito de Vitória, deputado federal e deputado estadual. Por seu trabalho de reorganização fiscal do estado do Espírito Santo, recebeu, em 2023, o Grande-Colar do Mérito do Tribunal de Contas da União (TCU).

Hartung atua em diversas frentes em prol da formação de novas lideranças, além de realizar palestras sobre gestão pública em todo o país. É membro do conselho do RenovaBR e participa do Instituto de Estudos da Saúde (IES), criado por Armínio Fraga. Também integra o Conselho da Vale. Atuou na iniciativa privada como conselheiro administrativo da EDP do Brasil (2012-2014) e da Veracel Celulose (2013-2014) e foi diretor de Desenvolvimento Regional e Social do BNDES (1997) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em entrevista exclusiva à Revista Famasul, Hartung discute a expansão do setor de celulose em MS, as evoluções tecnológicas da indústria, o desenvolvimento de novos produtos e as oportunidades em vista da COP30. Confira.

DIVULGAÇÃO/IBÁ

Dedo de Prosa

Mato Grosso do Sul se consolida, a partir de 2024, como o principal produtor e exportador de celulose. Com a produção nominal das plantas já em operação e a anunciada pelos projetos já confirmados, deve, a médio prazo, saltar de um volume de pouco mais de 5 milhões de toneladas por ano para 16 milhões de toneladas por ano. Ainda existe espaço para ampliar essa produção, em sua avaliação? O que fez o estado se tornar a bola da vez do setor?

Paulo Hartung - Mato Grosso do Sul é hoje a principal fronteira de expansão da nossa indústria no país. Para se ter uma ideia, dos 283 mil hectares de crescimento do setor no último ano, 221 mil foram no estado. Mas o potencial vai muito além: em termos de investimentos, da robusta carteira de R$ 105 bilhões previstos para serem investidos pelo setor até 2028, R$ 72,8 bilhões são destinados ao estado. No ano passado, tivemos o início das ope-

rações da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a maior do mundo, que já está batendo recordes de produção. Já está em fase de terraplenagem, no município de Inocência, a primeira fábrica de celulose da Arauco no país. E temos ainda a perspectiva de novos investimentos, como os da Bracell, em Água Clara, ou da Eldorado, em Três Lagoas. Isso tudo tem por trás a atitude proativa dos governos estadual e municipais no sentido de desburocratizar as relações com investidores e realizar parcerias com empresas para enfrentar os desafios de infraestrutura social e econômica. Esse é um exemplo a ser seguido e que aponta para um potencial de crescimento extraordinário nos próximos anos.

O setor de celulose cresce, alavancado principalmente pelo aumento da demanda mundial. O que vem sustentando esse incremento e quais são as perspectivas a médio e longo prazo?

MATO GROSSO DO SUL ESTÁ À FRENTE DESSE MOVIMENTO, CONSOLIDANDO-SE

COMO

UM MODELO GLOBAL

Hartung - A indústria de árvores cultivadas cresce hoje na esteira da demanda por produtos sustentáveis, renováveis e biodegradáveis, que substituem aqueles de origem fóssil. Podemos citar aqui as embalagens de papel, cada vez mais presentes no nosso dia a dia com o e-commerce e o delivery; a viscose, que hoje representa 6% da indústria têxtil e atende à busca por uma moda mais sustentável; e os chamados tissue, que incluem papel higiênico, lenços de papel, fraldas, guardanapos, entre muitos outros produtos do nosso cotidiano.

Vale lembrar que a expansão do setor ocorre sobretudo sobre pastagens degradadas, transformando terras outrora antropizadas em cultivos que sequestram e estocam carbono da atmosfera, contribuindo, assim, para o combate ao maior desafio de nossos tempos: as mudanças climáticas. Mas o setor vai muito além, preservando ainda 6,9 milhões de hectares de mata nativa, uma extensão maior que o estado do Rio de Janeiro. Plantamos 1,8 milhão de árvores por dia.

Fomos pioneiros e, há 20 anos, buscamos rígidas certificações internacionais que atestam práticas ambientalmente responsáveis, socialmente justas e economicamente viáveis. Para que uma empresa seja chancelada, é necessário evidenciar, todos os anos, que atende a mais de mil indicadores.

Ou seja, o setor está na vanguarda da nova economia, e a perspectiva é de

DIVULGAÇÃO/IBÁ

ainda mais crescimento conforme novos modelos sustentáveis se consolidam.

Mato Grosso do Sul acompanha de perto a evolução do estado da arte no segmento de celulose. A cada nova planta, a capacidade de produção em linha única é superada. Antes, o patamar girava em torno de 2,5 milhões de toneladas por ano; agora, uma das empresas que está chegando ao estado já anunciou a ampliação de seu primeiro projeto para 3,5 milhões em linha única. Essa deve ser a nova referência do setor?

Hartung - A capacidade de produção em linha única reflete o avanço tecnológico. Com plantas mais modernas e eficientes, a produtividade por linha aumenta significativamente, reduzindo custos e impactos ambientais. Vale ressaltar que as novas fábricas também surgem com tecnologias que caminham para a descarbonização.

Este é o novo paradigma do setor, e o Mato Grosso do Sul está à frente desse movimento, consolidando-se como um modelo global.

Ainda na questão da tecnologia, as plantas, além de produzirem celulose, têm se diversificado cada vez mais. Já produzem bioeletricidade, são autossuficientes, exportam o excedente e agora estão desenvolvendo novos produtos. Quais novidades vêm por aí?

Hartung - Os investimentos em ciência, tecnologia, pesquisa e desenvol-

vimento têm uma importância inestimável para o setor. Somos hoje o maior exportador de celulose do planeta e o segundo maior produtor. Mas, além disso, somos destaque em produtividade no cultivo de árvores. Saímos de uma produtividade de 10 m³/ha/ano na década de 1970 para 33 m³/ha/ano agora. E como chegamos aqui? As pessoas dizem que é o solo e o clima do Brasil que são bons, mas não só. Esse avanço foi feito em laboratório, em viveiros. Estamos falando de muita ciência aplicada.

É a partir deles que a indústria evolui utilizando menos recursos naturais, com modelos mais eficientes. É com pesquisa e desenvolvimento que oferecemos hoje uma gama infindável de bioprodutos que atendem às demandas atuais por artigos sustentáveis. É a pesquisa que nos permite avançar na descarbonização das fábricas, com o aproveitamento de coprodutos do processo de produção de celulose, como é o caso do licor preto, hoje o principal responsável pela geração de energia nas unidades fabris. Ou no caso da gaseificação da biomassa florestal nos fornos de cal e no reaproveitamento de resíduos que viram fertilizantes. É isso que coloca o setor na vanguarda da nova economia, com soluções e práticas verdes que são referência global.

Falando em meio ambiente, em 2025 teremos a COP-30 no Brasil. Como o setor deve participar desse evento?

Hartung - Nós, na IBÁ, acompanhamos de perto os fóruns globais, como as COPs do Clima, da Biodiversidade e da Desertificação, entre outros importantes eventos internacionais, tendo participação ativa nas negociações, oferecendo insumos que ajudem o país a mostrar seu potencial nesta seara e que auxiliem países desenvolvidos a compreender nosso modelo de negócio. Na COP30, não será diferente.

A IBÁ mensura o efeito que as companhias do setor têm diretamente na economia, no desenvolvimento social e no desenvolvimento logístico das regiões em que se instalam?

Hartung - O Relatório Anual da IBÁ 2024, que está disponível em nosso site, detalha o impacto positivo do setor nos municípios em que está presente e mostra como as empresas levam desenvolvimento para regiões de baixo dinamismo econômico, promovendo melhorias em educação, saúde, infraestrutura e geração de empregos. Em 2023, foram 33,4 mil novos empregos criados. Ao todo, a indústria emprega 690 mil trabalhadores de forma direta e outros 2 milhões de forma indireta. Em 2024, a IBÁ entregou ao governador Eduardo Riedel um estudo inédito, realizado pela ESG Tech, sobre o cenário de emprego e infraestrutura com a instalação de novas fábricas no estado.

SENAR ON

Conexão que transforma vidas

No Pantanal sul-mato-grossense, onde a vastidão das águas e a riqueza da fauna moldam a paisagem, comunidades ribeirinhas isoladas agora têm acesso ao mundo digital graças ao programa Senar On, como é o caso da Barra do São Lourenço, situada a 200 quilômetros de Corumbá e acessível apenas de barco.

A iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar/ MS) leva internet a regiões de difícil acesso, transformando a vida de centenas de famílias que antes enfrentavam grandes desafios para se comunicar. Para alcançar a comunidade da Barra do São Lourenço, foi necessário percorrer cinco horas de viagem pelo rio Paraguai. Apesar das dificuldades, a chegada da antena de internet via satélite, acompanhada de um notebook e uma TV, marcou o início de uma nova era para os moradores.

Segundo Wellington Matsumoto, coordenador do programa, o SENAR ON tem proporcionado uma nova realidade para essas comunidades ribeirinhas. “Por meio das nossas ações, aproximamos essas pessoas da realidade atual, permitindo o acesso a cursos, informações e novas oportunidades”, explica.

Antes da chegada do programa, essas comunidades viviam em isolamento digital. A internet possibilita o acesso a plataformas de ensino a distância, cursos online e materiais didáticos atualizados, criando oportunidades educacionais para todas as idades. Na saúde, a conectividade permite consultas médicas remotas e acesso a informações sobre prevenção de doenças. Além disso, facilita o acompanhamento de notícias, previsões climáticas e políticas públicas, tornando-se um canal essencial de comunicação.

“É incrível ver como algo tão comum nas cidades pode promover uma melhoria substancial na qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável dessas regiões”, destaca Matsumoto.

Jorgilene Aires, moradora da comunidade Barra do São Lourenço, relata como o SENAR ON tem mudado a rotina local. “Nosso Pantanal é a nossa vida. Eu sou descendente indígena do povo Guató e agradeço ao Senar/MS por trazer essa tecnologia, que antes não conhecíamos. É um recurso que faz uma diferença imensa para o nosso futuro”, afirma.

De acordo com a moradora, a internet abre portas para o conhecimento

e novas oportunidades. “As pessoas vão poder conhecer o que antes não conheciam. Se não buscarmos conhecimento, como vamos aprender? Essa é a primeira televisão e internet que tivemos aqui. Antes, era coisa rara”, acrescenta.

Além de ampliar o acesso ao conhecimento e às capacitações oferecidas pelo Senar/MS, o polo do Senar On também se torna um ponto estratégico para a comunicação dessas comunidades com serviços públicos essenciais. Com a conectividade, produtores e moradores conseguem relatar rapidamente situações de

emergência, como focos de incêndio, agilizando a resposta do Corpo de Bombeiros e reduzindo riscos ambientais e prejuízos. Essa integração fortalece a segurança no campo e contribui para a preservação do meio ambiente.

Atualmente, o SENAR ON conta com mais de 80 polos instalados em Mato Grosso do Sul, sendo nove no Pantanal, beneficiando centenas de famílias. Para o futuro, a meta é expandir ainda mais o alcance do programa. Nesse ano, pelo menos 30 novos polos de conectividade serão instalados na região pantaneira.

“Abaixo

de Deus, agradeço ao senar/mS”

Produtor descobre câncer após atendimento pelo programa

“Saúde

do Homem e da Mulher Rural”

OSenar/MS já atendeu mais de 46 mil pessoas entre 2016 e 2024 por meio dos programas Sorrindo no Campo e Saúde do Homem e da Mulher Rural. Jair de Almeida, produtor rural de 68 anos, é um exemplo de como essas iniciativas transformam e podem até salvar vidas. Um diagnóstico precoce garantiu que ele, morador da zona rural de Bodoquena, pudesse tratar um câncer de próstata, até então desconhecido. O caso foi identificado durante uma edição do programa, que leva atendimentos médicos gratuitos à população do campo e comunidades afastadas dos centros urbanos.

“O programa para mim foi às mil maravilhas porque eu poderia estar hoje com a doença em estágio bem mais avançado sem saber. Por isso, eu agradeço ao SENAR e à equipe que cuidou de mim. Abaixo de Deus, agradeço ao Senar por ter mostrado meu problema e o caminho da recuperação”, relata Jair.

Jair, que na época tinha 66 anos, não apresentava sintomas e havia realizado exames recentes, que indicavam normalidade. No entanto, ao ser informado por sua agente de saúde sobre a passagem do programa pela cidade, decidiu participar da iniciativa. Durante uma palestra sobre pre-

venção ao câncer, ele ouviu alertas de especialistas e optou por passar pela consulta médica.

“A equipe estava explicando no telão como o tumor se desenvolvia. Me chamou atenção quando comentaram que, no estágio inicial, o câncer não aparece no exame de sangue. Nessa situação, tinha que ter o toque. Foi quando decidi passar pelo médico”, relembra Jair.

Ao avaliar o histórico familiar do produtor, o médico recomendou o exame de toque retal, que apontou uma alteração na próstata. Jair foi encaminhado para exames complementares e, com a biópsia, veio a confirmação do câncer. O diagnóstico precoce, proporcionado pela ação do Senar/MS, permitiu que ele iniciasse o tratamento rapidamente, garantindo sua recuperação.

Essa história mostra como o Senar/MS encurta distâncias e melhora a qualidade de vida da população do campo ao oferecer consultas e exames gratuitos nas áreas de dermatologia, odontologia, oftalmologia, ginecologia, urologia e pediatria.

EXPANSÃO E NOVAS

ESPECIALIDADES EM 2025

Criado em 2016, o Saúde do Homem e da Mulher Rural já beneficiou mais de 40 mil pessoas em 60 municípios do estado. Neste ano, o programa trouxe novidades, incluindo consultas com clínico geral para o atendimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, além da realização de biópsias de pele em parceria com as secretarias municipais de saúde, visando ao diagnóstico precoce de câncer de pele em trabalhadores rurais.

O Sorrindo no Campo, lançado em 2023, já ofereceu tratamento odontológico gratuito para mais de seis mil pessoas, atendendo todas as faixas etárias.

Lucas Gottardi, coordenador dos programas de saúde do Senar/MS, destaca que o público-alvo das ações são os trabalhadores do campo e suas famílias, que, muitas vezes, encontram dificuldade para ter acesso a serviços de saúde. “O fortalecimento desses programas é essencial para garantir uma sociedade mais justa,

onde todos tenham acesso a cuidados básicos, independentemente de onde vivam”.

As ações são realizadas em parceria com os sindicatos rurais e as prefeituras municipais. “O sindicato solicita o programa, encaminhando ao Senar/MS as demandas do seu município”, explica Gottardi.

ATENDIMENTO

ONDE O POVO PRECISA

Sebastião Pinheiro Filho, de 42 anos, trabalha em uma propriedade rural a 90 km de Miranda e participou do Sorrindo no Campo. “É muito difícil para nós termos acesso a serviços odontológicos. A fazenda é distante da cidade e o deslocamento leva tempo. Eu fiz limpeza e extração de dente. Os profissionais foram aten-

ciosos e gentis. Todo mundo adorou e quer que eles voltem sempre”.

Sidney Hammer, de 43 anos, produtor de hortaliças orgânicas em Bonito, também elogiou a equipe. “O atendimento foi excepcional. Quando foram embora, teve gente da comunidade que até chorou porque criaram um laço de amizade muito grande. Estamos na expectativa de que o projeto retorne logo na nossa cidade”.

Cláudia Patrícia Silva, de 46 anos, mora com a família na zona rural de Figueirão e sentiu o impacto positivo da iniciativa. “Fiz uma extração de dente e nunca tinha passado por um procedimento tão bem feito. Meu marido e meus filhos também foram atendidos, e foi excelente para todos. Os médicos nem imaginam o quanto esse trabalho faz diferença para a gente”.

Projetos Especiais

Cronograma 2025

Os atendimentos serão realizados em todas as regiões de Mato Grosso do Sul, de fevereiro a dezembro.

• Saúde do Homem e da Mulher Rural: 39 eventos programados, o maior número desde a criação do projeto. Para o mês de abril, o programa passará nas cidades de Caracol, Eldorado e Mundo Novo.

• Sorrindo no Campo: 76 eventos confirmados, alcançando comunidades rurais, assentamentos e fazendas. As ações incluem aplicação de flúor, extrações simples, limpezas, restaurações e exames de raio-X odontológico. Em abril, o programa estará em Caracol, Eldorado, Mundo Novo, Sete Quedas e Campo Grande. “Estamos em constante reformulação das estratégias para atender melhor o público rural. Este ano, lançamos o Saúde no Campo, que levará técnicos de enfermagem e enfermeiros diretamente às propriedades já atendidas pela Assistência Técnica e Gerencial”, destaca Gottardi.

Os interessados em participar dos programas devem procurar o Sindicato Rural de seu município para realizar a inscrição em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Para conferir as datas e os próximos municípios atendidos, acompanhe as redes sociais do Senar/MS.

Agro Agenda

Stefano Rettore assume Sindicato Rural de Corumbá com foco na sustentabilidade e capacitação

O pecuarista e médico veterinário Stefano Santa Lucci Rettore, de 43 anos, representante da nova geração de lideranças do setor produtivo de Mato Grosso do Sul, assumiu, em janeiro, a presidência do Sindicato Rural de Corumbá. Ele sucede Gilson de Barros, que agora ocupa a vice-presidência na gestão eleita para o triênio 2025-2028.

Formado pelo programa de liderança empreendedora Líder MS, do Sistema Famasul, Stefano atuou como conselheiro fiscal na gestão anterior do sindicato. Com essa experiência, ele destaca que um dos principais objetivos de sua administração é manter as parcerias e relações construídas pela diretoria anterior, especialmente com o Poder Público.

“Queremos também ampliar a visibilidade da forma como realizamos a produção pecuária no Pantanal e demonstrar à sociedade — que muitas vezes desconhece nosso bioma — que nossa produção é sustentável e viável”, afirma Stefano. “A pecuária está integrada à planície pantaneira há mais de 300 anos e coexiste em harmonia com a fauna e a flora locais, preservando mais de 85% do bioma, que é, sem dúvida, o mais conservado do país”.

Outro foco da nova presidência será incentivar e ampliar a oferta de cursos em parceria com o Senar/ MS, promovendo a capacitação e o desenvolvimento de trabalhadores rurais, comunidades, assentamentos, colônias e da população em geral.

Uma das questões que receberá especial atenção de Stefano são os incêndios na vegetação, devido aos impactos significativos registrados no ciclo ante-

rior. O ex-presidente Gilson de Barros desempenhou um papel fundamental no enfrentamento desse desafio, auxiliando diretamente os produtores da região que sofreram com os incêndios. Além disso, o programa SuperAção Pantanal, do Senar/MS, foi essencial para ajudar os pecuaristas a compreenderem a extensão dos prejuízos e buscarem formas de reverter a situação.

“Continuaremos a incentivar a formação de brigadistas por meio dos cursos do Senar/MS e fortaleceremos a rede de apoio no combate aos incêndios. Além disso, vamos promover o uso do manejo integrado do fogo nas propriedades para reduzir o acúmulo de vegetação seca e trabalharemos na conscientização de todos que vivem e trabalham no Pantanal”, explica.

“Também vamos cobrar a implementação de ações preventivas em reservas e parques, utilizando a queima controlada na época adequada, conforme a tradição pantaneira, a fim de evitar incêndios como os que ocorreram no ano passado”, acrescenta.

PARANAÍBA

Capacitação do Programa SEJA garante emprego a jovens

A formação profissional no setor agropecuário avançou em Paranaíba com a conclusão da primeira turma do Programa SEJA (Senar Jovem Aprendiz Rural). Realizado pelo Senar/MS, em parceria com o Sindicato Rural do município e a Usina Cedro, o curso qualificou sete jovens para atuarem como mecânicos de manutenção de tratores – todos contratados pela usina.

A cerimônia de formatura, realizada em 11 de fevereiro, marcou o encerramento da capacitação iniciada em abril de 2024. Dos 16 alunos que ingressaram no curso, sete concluíram a formação. Ao longo do programa, os participantes adquiriram conhecimentos técnicos e desenvolveram habilidades essenciais para o ambiente de trabalho.

O presidente do Sindicato Rural de Paranaíba, Fábio Carvalho Macedo, destacou a importância da iniciativa e da parceria com a usina.

“Trabalhar com a Usina Cedro é muito gratificante. Temos uma excelente parceria com eles e com o Senar/MS. Já formamos cinco turmas de operadores de trator, todas contratadas. São mais de 70 pessoas capacitadas, com duas novas turmas em andamento, além de outras duas turmas de manutenção de tra-

tores. Agora, tivemos o SEJA, que também encerrou com os alunos empregados. Até abril, devemos ultrapassar 130 profissionais qualificados. É uma grande satisfação ver esses resultados”, afirmou.

O Programa SEJA visa preparar jovens de 18 a 24 anos para o mercado de trabalho rural. Diante do sucesso da primeira turma, uma nova turma será iniciada em agosto, novamente em parceria com a Usina Cedro.

Agro Agenda

Miranda “abre a porteira” do Sorrindo no Campo e Saúde

do Homem e da Mulher Rural em 2025

Em 2025, Miranda foi a primeira cidade a receber a edição dos programas de saúde Sorrindo no Campo e Saúde do Homem e da Mulher Rural, uma iniciativa do Senar/MS em parceria com o Sindicato Rural local e a prefeitura. Essa ação destaca-se por oferecer uma variedade de serviços essenciais à comunidade rural, reafirmando o compromisso das instituições com a saúde e bem-estar.

Entre os dias 28 de janeiro e 1º de fevereiro, dois consultórios móveis do programa Sorrindo no Campo prestaram atendimentos odontológicos à população do Assentamento Tupã Bae e da região da Fazenda Bodoquena. Os serviços oferecidos incluíram aplicação de flúor, extrações simples, limpeza (remoção de tártaro), restaurações dentárias e raio-X odontológico, além de outros procedimentos básicos.

Paralelamente, no dia 1º de fevereiro, foi realizado o evento Saúde do Homem e da Mulher Rural, com atendimentos especializados nas áreas de oftalmologia, ginecologia, dermatologia, urologia e pediatria. A partir desse ano, o Programa passa a oferecer biópsias de pele em parceria com as se-

cretarias municipais de saúde, para o diagnóstico de câncer de pele em trabalhadores do campo.

Outra novidade é a consulta com clínico geral, que atenderá pacientes com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. “Os programas possibilitam a melhoria da qualidade de vida, da saúde e da autoestima das pessoas que vivem no campo e das comunidades mais vulneráveis”, disse Massao Ohata, presidente do Sindicato Rural de Miranda e Bodoquena.

MIRANDA

Programa Despertando promove alfabetização de adultos

Em Cassilândia, o programa Despertando, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), em parceria com o Sindicato Rural local, presidido por Adenilson Pereira de Camargo, está transformando a vida de adultos por meio da educação. A iniciativa oferece cursos de alfabetização estruturados em duas etapas fundamentais para o desenvolvimento educacional dos participantes.

Uma nova turma iniciou suas atividades no dia 27 de janeiro de 2025, nas instalações do Sindicato Rural, com aulas realizadas no período noturno. O grupo é composto por 10 alunos, em sua maioria produtores rurais da região, que também recebem assistência técnica por meio do programa Prepara, do Senar/MS.

Simultaneamente, outra turma, iniciada em maio do ano passado, segue com atividades no período vespertino, na sede do Conviver. O grupo, formado por 10 mulheres, vivencia a incrível experiência de aprender a escrever o próprio nome pela primeira vez.

O presidente do Sindicato Rural de Cassilândia

destaca a relevância do programa: “O Despertando não apenas ensina a ler e escrever, mas abre portas para um futuro mais promissor para nossos alunos, reforçando a autonomia e a autoestima de cada participante”, relata Adenilson Pereira de Camargo.

As atividades da turma noturna devem se estender até agosto, quando terá início a segunda fase do programa. Já para a turma vespertina, o encerramento da primeira fase está previsto para maio de 2025, com a segunda fase programada para começar logo em seguida.

Agro Agenda

Programa de robótica em Eldorado impulsiona educação tecnológica em escola indígena

Em uma iniciativa pioneira em Eldorado, o Sindicato Rural, liderado pelo presidente Alexandre de Paula Junqueira Netto, em parceria com o Senar/ MS, concluiu com sucesso o curso de robótica destinado aos jovens da região. O programa SENAR Tec Educação Robótica, iniciado em julho de 2024, foi realizado na Escola Municipal Indígena Mbo’ero Tava Okara Rendy, beneficiando duas turmas de 20 alunos cada: a primeira entre 20 e 24 de janeiro e a segunda de 27 a 31 de janeiro.

Segundo Vandielly Pereira Souza Martins, assistente educacional do Senar/MS, o curso foi estruturado para desenvolver habilidades essenciais para o futuro tecnológico dos participantes. “Os alunos tiveram a oportunidade de aprimorar a lógica e a matemática, a coordenação motora, as habilidades manuais, o trabalho em equipe e a comunicação, além de estimular a criatividade e a capacidade de resolver problemas”, afirmou.

A cerimônia de entrega dos certificados, realizada no fim de janeiro, marcou a primeira formação em robótica na aldeia Cerrito, evidenciando o

compromisso do programa em ampliar as oportunidades educacionais para comunidades indígenas. “Estamos planejando novas edições para expandir o programa a outras escolas”, comentou o presidente do sindicato rural.

Segundo Vandielly, já estão programadas 15 novas turmas em diversos municípios de Mato Grosso do Sul, incluindo Campo Grande, Sete Quedas, Bataguassu e Sidrolândia, ampliando assim o impacto positivo do programa no estado.

Famasul em Ação

Marcelo Bertoni participa da assinatura do Fundo Clima Pantanal que garante o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Diretoria da Famasul recebe autoridades de Três Lagoas e o presidente do Sindicato Rural do município para firmar parcerias.

Marcelo Bertoni e Lucas Galvan participam, em Brasília, de agenda institucional com a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.

Diretoria da Famasul recebe visita do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para conhecer o agro de MS.

Bertoni e Frederico recebem visita institucional do presidente do Sindicato Rural de Camapuã e do presidente da Acricam.

Lucas Galvan, superintendente do Senar/ MS, e Mariana Urt, diretora-técnica, alinham parceria com a Agraer.

Dando continuidade às agendas no STF, Bertoni participa das discussões sobre o marco temporal em Brasília.

Em Corumbá, Lucas Galvan, diretorexecutivo da Famasul, participa da posse da nova diretoria do Sindicato Rural.

Lucas Galvan recebe representantes da Câmara de Tarapacá (Chile) e do AgroBr para discutir convênio de cooperação técnica

Marcelo Bertoni em reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária, em discussão de temas como Fiagro, poder de polícia para a Funai, inflação dos alimentos, entre outros temas.

Lucas Galvan se reúne com prefeito de Paranhos e representantes da habitação rural e discutem capacitações no município.

Reunião institucional com o Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Integrado de Nova Andradina.

Na Casa Rural, diretoria realiza reunião institucional com o diretor-presidente e o chefe de projetos do Inmetro.

Diretoria da Famasul participa de reunião com o secretário da SEMADESC para alinhar o PSA do Pantanal.

Lucas Galvan recebe visita institucional do secretário de Desenvolvimento Econômico de Cassilândia.

Marcelo Bertoni e Lucas Galvan se reunem com autoriades políticas de Aquidauana.

Marcelo Bertoni e Frederico Stella se reúnem com representantes da Associação Novilho Precoce para alinhar parcerias.

Presidente da Famasul, diretores e equipe técnica entregam prêmio Agroplus, da Abiove, para produtor rural de Sidrolândia.

Lucas Galvan reúne com servidores da Sec. de Cidadania e subsecretarias da Juventude, Povos Originários e Igualdade Racial.

Presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, e Lucas Galvan, superintendente do Senar/MS, se reúnem com o Conselho Municipal de Direitos e Defesa dos Povos indígenas.

Agro Doc

1) Cavalgada em Miranda, por Júlio César; 2) Em Dourados, produtor mobilizado para a ATeG Piscicultura, foto de Cesar Sary; 3) Ponte na Fazenda Nhumirim, por Camilla Jovê; 4) Estrada Parque, em Piraputanga, por Evelise Borges; 5) Produtor rural de 99 anos, por Camila Lima; 6) Christopher Cardoso em supervisão acompanhada em Japorã, por Fabiano Pessatti

AGÊNCIA

Benefícios:

Desenvolvimento

Networking

Aprendizado prático

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portal.sistemafamasul.com.br/agencia-de-estagios

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