Revista Famasul - Edição 06

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 Dedo de Prosa com o presidente da OCB/MS, Celso Régis

 Dedo de Prosa com o presidente da OCB/MS, Celso Régis

 Agrinho completa

10 anos conectando o campo à cidade

 Agrinho completa 10 anos conectando o campo à cidade

Ano 2 - Nº 6 - dezembro a fevereiro 2024
MOTOR DO DESENVOLVIMENTO EM MATO GROSSO DO SUL

CAROS LEITORES

MARCELO BERTONI

Presidente do Sistema Famasul

O TRABALHO

REALIZADO PELAS EQUIPES DO SISTEMA FAMASUL REFLETE

DIRETAMENTE NOS RESULTADOS DE UM AGRO PRÓSPERO, RESILIENTE, INOVADOR E ATENTO À QUALIDADE DE VIDA DO PRODUTOR RURAL

Iniciamos 2024 com a 6ª edição da Revista Famasul, sempre trazendo a vocês informações sobre a representatividade e a produção da agropecuária sul-mato-grossense. Nesta publicação, você vai mergulhar em um universo de conhecimento, dados técnicos, curiosidades e da atuação do Sistema Famasul nos 79 municípios do estado, incentivando uma produção de qualidade com sustentabilidade.

Na editoria AgroNews mostramos a redução de um milhão de hectares de áreas degradadas no estado, o que vem proporcionando uma série de benefícios como aumento da produtividade, pastagens mais nutritivas e a diminuição do tempo de abate dos animais.

Falando em sustentabilidade, Mato Grosso do Sul já produz agroenergia suficiente para atender todo o seu consumo residencial, a partir das matrizes energéticas mais limpas e sustentáveis do país, tendo o setor agropecuário como um componente fundamental devido às fontes renováveis (biomassa, hídrica e solar).

No quadro Roda de Tereré, trouxemos entrevistas especiais com participantes do programa Agrinho em 2023. Eles nos contaram sobre todo o aprendizado e as experiências proporcionadas pelo maior programa de responsabilidade social do Senar/MS.

Em relação às projeções para 2024, a Funar (Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural), ligada à Famasul, planeja ampliar em mais de 35% o número de estudantes encaminhados para estágios neste ano. Em 2023 foram 111 encaminhamentos para empresas do agronegócio.

E quando o assunto é educação, o Senar/MS é mestre! O Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte se consolida cada vez mais como referência nacional e estima diversificar seu portfólio de cursos em 2024. Com infraestrutura moderna, tecnologia de última geração e profissionais capacitados, o Centro tornou-se modelo em educação profissional de qualidade por entregar ao mercado do agronegócio técnicos extremamente preparados.

Ainda nesta edição, você irá conferir um Dedo de Prosa com Celso Ramos Régis, presidente do Sistema OCB, que fala sobre a importância do cooperativismo para o agro, dos grandes investimentos por parte das cooperativas locais, das novas unidades que estão se instalando no estado e dos setores que devem despontar ainda mais nos próximos anos.

Com essa pequena amostra dos destaques de nossa revista, convido todos a acompanharem o resultado de um grande trabalho realizado por todas as equipes do Sistema Famasul, que reflete diretamente nos resultados de um agro próspero, resiliente, inovador e atento à qualidade de vida do produtor rural.

Boa leitura!

DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 3
” Editorial

Expediente

Educação

Presidente: Marcelo Bertoni

Vice-Presidente: Mauricio Koji Saito

Diretor Secretário: Claudio George Mendonça

- Diretor Tesoureiro: Frederico Borges Stella

- 2º Secretário: Fábio Olegário Caminha - 3º

Secretário: Massao Ohata - 2º Tesoureiro:

André Cardinal Quintino - 3ª Tesoureira:

Stéphanie Ferreira Vicente

CONSELHO DE VICE-PRESIDENTES

Antônio de Moraes Ribeiro Neto - Antonio

Silvério de Souza - Dario Antonio Gomes Silva

- Manoel Agripino Cecílio de Lima - Luciano

Aguilar Rodrigues Leite - Leandro Mello Acioly

- Rodrigo Ângelo Lorenzetti - Alexandre de Paula Junqueira Netto - Roberto Gonçalves de Andrade Filho

28 Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte diversifica portfólio

Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte diversifica portfólio

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Agronews

5 - MS reduz área de pastagem degradada

Inova Agro

6 - Genética transformou estado em referência

8 - Agroenergia: produção já supera consumo

Meio Ambiente

9 - COP: CNA mostra potencial do agro brasileiro

10 - Insumos biológicos são nova fronteira sanitária

Roda de Tereré

12 - Agrinho 10 anos: Conexão do campo com cidade

Dedo de Prosa

Mercado

16 - Agro é motor do desenvolvimento social

18 - Funar quer ampliar encaminhamento para estágios

Tendências

20 - Tendências dos principais produtos agropecuários

Porteira do Conhecimento

26 - Campo fértil e amplo mercado para a fruticultura

30 Agro Agenda

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MEMBROS SUPLENTES DA DIRETORIA

Paulo Renato Stefanello - Janes Bernardino

Honório Lyrio - Alessandro Oliva CoelhoYoshihiro Hakamada - Bedson Bezerra de Oliveira - Lucicleiton Cirino da Rocha - Hilies de Oliveira - Durval Ferreira Filho - Vilson Mateus

Brusamarello - Valter Dala Valle - Florindo Cavalli

Neto - Herminio Pitão - Severino José da Fonseca

- Antonio Gisuatto - Edson Bastos - Romeu

Barbosa de Souza - Hudson Amorim de Oliveira

MEMBROS DO CONSELHO FISCAL

Efetivos: Jefferson Doretto de SouzaHenrique Mitsuo Vargas Ezoe - Telma Menezes de Araújo - Suplentes: Jesus Cleto TavaresDeny Meirelles Nociti - Fábio Carvalho Macedo

MEMBROS DO CONSELHO DE REPRESENTANTES (CNA)

Efetivo: Marcelo Bertoni - Mauricio Koji Saito

- Suplentes: José Vanil de Oliveira GuerraAntonio Ferreira dos Reis

SENAR/MS - Administração Regional do Estado de Mato Grosso do Sul - Conselho

Administrativo - Dirigente: Marcelo Bertoni

| Membros titulares: José Pereira da Silva |

Marcio Margatto Nunes | Valdinir Nobre de Oliveira | Daniel Kluppel Carrara | Suplentes:

Mauricio Koji Saito | Janes Bernardino | Honório

Lyrio | Thaís Carbonaro Faleiros Zenatti | Maria

Helena dos Santos Dourado Neves | Luciano

Muzzi Mendes | Conselho Fiscal: Paulo César

Bózoli | João Batista da Silva | José Martins da Silva | Suplentes: Rafael Nunes Gratão

| Moacir Reis | Orélio Maciel Gonçalves | Superintendência: Lucas Duriguetto Galvan

REVISTA FAMASUL

Gerente de Comunicação, Marketing e Eventos: Anahi Gurgel | Coordenação de Comunicação: Camilla Jovê | Coordenação de Marketing: Flávio Gutierrez | Coordenação de Eventos: Larissa Siufi | Equipe de Comunicação: Vitor Ilis | João Carlos

Castro | Leandro Abreu | José Pereira |

Michelle Machado Artes: Eduardo Medeiros

| Rodrigo Scalabrini (Dep. de Marketing)

Redação, revisão, projeto gráfico, edição e diagramação: A2L Comunicação | Fotos da edição: Assessoria de Comunicação do Sistema

Famasul | Freepik | Foto da capa: João Carlos

Castro

Casa Rural: Sede da Famasul e do Senar/MS

Rua Marcino dos Santos, 401 - Cachoeira IICampo Grande/MS

Famasul - Tel.: (67) 3320-9700

Site: portal.sistemafamasul.com.br

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Site: senarms.org.br

Sumário/
Famasul em
Ação
Doc
38 Agro
Entrevista com o presidente da OCB/MS, Celso Régis
IC ONS & SOCIAL MEDIA L OGOS FOR BUSINESS C ARD /SistemaFamasul IC ONS & SOCIAL MEDIA L OGOS FOR BUSINESS C ARD IC ONS & SOCIAL MEDIA L OGOS FOR BUSINESS /sistemafamasul /sistemafamasul
4 • REVISTA FAMASUL • DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024

MS reduz área de pastagem com degradação severa em 1 milhão de hectares

MS reduz área de pastagem com degradação severa em 1 milhão de hectares

Mato Grosso do Sul reduziu em 1 milhão de hectares as áreas de pastagem com degradação severa em 20 anos, entre 2001 e 2021. Segundo o Lapig (Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento) da UFG (Universidade Federal de Goiás), a retração foi de 24,65%, passando de 4,050 milhões de hectares para 3,052 milhões de hectares.

A recuperação proporciona uma série de benefícios, incluindo aumento de produtividade, pastagens mais nutritivas e a redução do tempo de abate dos animais. Além disso, contribui para a sustentabilidade da atividade, garantindo maior fixação de carbono no solo e diminuindo a emissão de gases de efeito estufa.

Para auxiliar os produtores, o Sistema Famasul, por meio do Senar/MS, oferece atendimento via ATeG (Assistência Técnica e Gerencial) em Bovinocultura de Corte, além dos cursos de Recuperação de Pastagem Degradada, Manejo de Pastagens e Sistema de ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta).

Fabiano Pessatti, coordenador da ATeG Bovinocultura de Corte, destaca que o serviço orienta sobre as melhores práticas de manejo e conservação das pastagens, incluindo a renovação quando necessário. O trabalho abrange desde o diagnóstico de cada propriedade até o planejamento voltado para o aumento de produtividade com sustentabilidade.

Pessatti atribui os resultados alcançados no estado a uma colaboração entre os produtores, que demonstram conscientização e investimento; às instituições de ensino e pesquisa, responsáveis pelo desenvolvimento de novas tecnologias; e às entidades do setor produtivo, que difundem esses conhecimentos.

Outra iniciativa em Mato Grosso do Sul é o Plano Estadual de Manejo e Conservação do Solo e Água (Prossolo), implementado pela Semadesc (Secretaria

Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Esse programa promove ações para a recuperação e conservação de recursos naturais, como o solo, capacitando técnicos para orientar sobre práticas modernas no campo.

Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico da Semadesc, destaca a importância da orientação e assistência, pois uma má conservação pode levar à degradação do solo.

O governo federal também lançou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de PNCPD (Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis), que está em implantação. Este programa deve facilitar o acesso a financiamentos externos (sem subvenção) ou a iniciativas já existentes, com a condição da conversão dessas áreas em sistemas de produção sustentáveis.

Agronews
DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 5

Inova Agro

CASAMENTO PERFEITO

A aliança genética que transformou Mato Grosso do Sul em potência agropecuária

Na virada das décadas de 1970 e 1980, os produtores rurais sul-mato-grossenses começavam a vislumbrar nas culturas de grãos, especialmente soja e milho, uma promissora oportunidade de negócio. Contudo, as propriedades careciam da parceria ideal, do “casamento perfeito”.

O impulso para produções mais robustas, controle de pragas e aumento da produtividade desencadeou discussões sobre o “casamento perfeito” nos laboratórios, empresas e universidades em todo o Brasil. Em Mato Grosso do Sul, essa aliança entre grãos e melhoramento genético emergiu como fator crucial, elevando o estado a uma das maiores potências do agronegócio nacional.

Para além do desenvolvimento tecnológico da soja e do milho, instituições como a Famasul desempenharam papel crucial, disseminando conhecimentos teóricos aos empresários rurais. Com enfoque no desenvolvimento sustentável do agronegócio do estado, a produção atingiu níveis expressivos, saltando de 3,7 milhões de toneladas na safra 90/91 para 28 milhões de toneladas na safra 22/23.

6 • REVISTA FAMASUL • DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024

Lenon Henrique Love ra, consultor técnico do Sistema Famasul, destaca que o melhoramento genético proporcionou ganhos em produtividade, qualidade nutricional, resistência a pragas e doenças, adaptação em diferen tes regiões e climas, resultando em alimentos de maior qualidade nutricional para o consumidor final.

Dentro das fronteiras do estado, o melhoramento genético continuou a frutificar, tornando-se uma miscelânea de variedades adaptadas aos diversos solos arenosos, ácidos e com alto teor de alumínio. Paulo Evaristo, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, ressalta a importância de selecionar sementes com altos tetos produtivos, resistência a pragas e doenças, maturação rápida, tolerância à seca e foco regional.

O avanço tecnológico, tanto nas

variedades quanto nas práticas de manejo, trouxe melhorias significativas para a oferta ambiental e estabilidade de produção. Carlos Arrabal, especialista em soja da Embrapa, destaca o impacto positivo dessas tecnologias na resiliência dos solos brasileiros, beneficiando especialmente o Mato Grosso do Sul.

A Aprosoja/MS (Associação de

Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), presidida por Jorge Michelc, destaca-se como um dos benfeitores desse “casamento perfeito”, propagando os benefícios do melhoramento genético e trabalhando incansavelmente para atender aos interesses técnicos, ambientais, econômicos e políticos dos produtores rurais do estado.

Assim, no campo sul-mato-grossense, o “casamento perfeito” entre grãos e melhoramento genético continua a ser uma história de sucesso, transformando desafios em oportunidades e consolidando o estado como um verdadeiro ícone no cenário agropecuário nacional.

DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 7
Lenon Henrique Lovera, consultor técnico do Sistema Famasul

Inova Agro

MS JÁ PRODUZ AGROENERGIA SUFICIENTE PARA ATENDER TODO O SEU CONSUMO RESIDENCIAL

MS JÁ PRODUZ AGROENERGIA SUFICIENTE PARA ATENDER TODO O SEU CONSUMO RESIDENCIAL

Mato Grosso do Sul possui uma potência outorgada para a produção de energia elétrica de 7.235 MW. Desse total, 92%, equivalentes a 6.658 MW, provêm de fontes renováveis (biomassa, hídrica e solar), segundo a Aneel (Agência Na cional de Energia Elétrica). Sua matriz energética é uma das mais limpas e sustentáveis do país, tendo no setor agropecuário um componente fundamental.

A geração de eletricidade a partir dos subprodutos das agroindústrias de etanol (como o bagaço de cana e milho) e de celulose (cavaco, tocos de madeira e licor negro), denominada agroenergia, tem uma potência de produção autorizada de 1.856 MW, corres pondendo a um quarto de toda a potência outorgada. Essa quantidade é suficiente para atender ao consumo residencial do estado (1.248 MW, conforme a concessionária).

gia na matriz energética do estado deve crescer significativamente a médio e longo prazo com a implementação de novos projetos no setor. Atualmente, 58,99% da potência outorgada de agroenergia no estado provêm das agroindústrias de produção de etanol, que possuem um parque industrial com 18 unidades. Todas produzem eletricidade para o consumo próprio, e 12 exportam o excedente para o grid nacional.

Érico Paredes, diretor-executivo da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do estado), destaca que o setor sucroenergético se consolidou como um dos principais segmentos agroindustriais, não apenas em termos de produção, mas também como um importante pilar de práticas sustentáveis, que alia produção e preservação dos recursos naturais, além de considerar aspectos sociais e econômicos.

Para Clóvis Tolentino, consultor técnico do Sistema Famasul, esses números indicam que Mato Grosso do Sul otimiza ao máximo seus recursos, aproveitando sua vocação para o agronegócio, além de contar com o estado da arte tecnológico nas agroindústrias. Ele destaca que a busca pela sustentabilidade é irreversível e que a agroenergia representa uma oportunidade para os produtores rurais contribuírem para a transição energética e para um estado mais sustentável. Para os consumidores, representa a segurança de utilizar um serviço essencial, a energia elétrica, produzida segundo boas práticas.

Tolentino aponta que a participação da agroener-

Além das agroindústrias de etanol, as plantas de processamento de celulose também têm uma contribuição importante na produção de energia com biomassa. Elas cogeram para atender ao consumo interno e disponibilizam o excedente na rede pública, reforçando o caixa com mais uma fonte de renda. Um dos empreendimentos inovadores é a usina Onça Pintada, da Eldorado Brasil, que utiliza tocos deixados no campo após a colheita do eucalipto, além de resíduos como galhos e folhas, como insumos. Com esse processamento, além de assegurar o aproveitamento integral da matéria-prima que produz, a usina gera energia limpa e obtém uma nova fonte de renda.

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Clóvis Tolentino, consultor técnico do Sistema Famasul Érico Paredes, diretorexecutivo da Biosul

Meio Ambiente

cop 28

OCNA MOSTRA AO MUNDO QUE O BRASIL É POTÊNCIA AGROAMBIENTAL ENERGÉTICA

setor agropecuário é um dos mais afetados pelos eventos climáticos extremos, como recordes de temperaturas, estiagem prolongada e chuvas excessivas, que têm impactado diversas regiões do planeta e alterado o cenário global da produção de alimentos a cada temporada. Isso tem gerado preocupação entre produtores, governos e a população.

Nesse contexto, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) participou da COP-28 (Conferência da ONU sobre o clima) em Dubai, nos Emirados Árabes, e evidenciou ao mundo a significativa contribuição do produtor rural brasileiro para enfrentar questões climáticas e garantir a segurança alimentar.

“A participação foi extremamente positiva, principalmente devido à intensa atuação em diversas agendas na conferência. Demonstramos ao mundo que o Brasil é uma potência agroambiental energética e parte da solução para as mudanças climáticas e o desafio da segurança alimentar. Nosso país produz alimentos para um bilhão de pessoas e, cada vez mais, adota técnicas que conciliam produção e preservação

ambiental. Mostramos que, no Brasil, sustentabilidade ambiental e segurança alimentar caminham juntas”, destacou o presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA e da FAEA (Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço Silva Júnior.

Ele detalhou ainda que houve uma grande interação dos represen tantes da entidade com negociadores brasileiros antes e durante o evento, em debates sobre os interesses do país nas sessões plenárias com temas relativos ao setor.

produtores rurais em todo o país”, destacou.

Entre os grandes exemplos de ações implementadas no país, Muni citou o notável avanço da própria agropecuária. A atividade cresceu nos últimos 50 anos de forma verticalizada, com a incorporação de novas tecnologias e o aumento da produtividade. “Também evidenciamos o exitoso Plano ABC+, referência no agro brasileiro com tecnologias de baixo carbono, que vem sendo adotado progressivamente por

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA, entretanto, destaca como ponto alto da participação da instituição na COP28 o “Dia do Agro”. “Foi um dia de atividades promovido pela entidade, com vários painéis contando com a participação de autoridades científicas de renome mundial e representantes do setor privado do agro brasileiro e de outros países. A tônica dos debates e conclusões foi principalmente que o Brasil soube construir um admirável exemplo de produção rural em bases sustentáveis e que o país tem todas as condições de ampliar essa condição, tanto como produtor de alimentos para uma parcela significativa da população mundial, quanto contribuindo com a questão climática, mantendo sua trajetória de um agro baseado em inovação e eficiência tecnológica”.

DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 9
Muni Lourenço Silva Júnior, pres.da Comissão de Meio Ambiente da CNA WENDERSON ARAUJO/TRILUX / DANIELA LUQUINI/CNA WENDERSON ARAUJO/TRILUX / DANIELA LUQUINI/CNA

INSUMOS BIOLÓGICOS

A nova fronteira para a sanidade das lavouras

Os insumos biológicos representam uma inovação no cenário agroindustrial, consistindo em produtos ou processos desenvolvidos a partir de enzimas, extratos de plantas, microrganismos e feromônios, visando o controle biológico de pragas e doenças no campo. Ao contrário dos defensivos agrícolas convencionais, que utilizam composições químicas sintéticas, esses derivados biológicos específicos, atuando como ativos nutricionais, demonstram um impacto positivo no crescimento das plantas.

Marco Antonio Nogueira, pesquisador e secretário executivo do portfólio de Insumos Biológicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Soja, destaca que o Brasil lidera o uso desses ativos, atribuindo tal êxito à disseminação promovida pelos

produtores. Dados apresentados pelo pesquisador revelam um crescimento global de mais de 15% no mercado de insumos biológicos nos últimos anos, sendo que no Brasil esse percentual ultrapassa o dobro, indicando uma forte tendência de adoção desses produtos.

Em 2011, apenas 16 estabelecimentos produtores de bioinsumos estavam registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária. Em 2023, esse número saltou para 171. No controle de pragas, mais de 500 produtos estavam registrados em 2022 para ação em cerca de 200 alvos biológicos. Consultorias especializadas estimam que o mercado de bioinsumos atingirá cerca de R$ 17 bilhões em 2030.

Todas as ações de pesquisa estão alinhadas aos princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sus -

Meio
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Ambiente

tentável estabelecidos na Agenda 2030 pela ONU (Organização das Nações Unidas). A pasta responsável desenvolve estudos visando aumentar a participação de insumos biológicos no controle de pragas, promover o crescimento, suprir nutrientes, substituir antibióticos e aplicar agroindustrial em sistemas de produção convencional e de base ecológica.

Com aproximadamente 100 projetos em execução, o portfólio de Insumos Biológicos da Embrapa busca substituir materiais sintéticos por ativos biológicos, superando limitações produtivas em diversas commodities do país. Segundo Nogueira, boa parte desses projetos visa desenvolver ativos para o controle biológico de pragas e doenças, promovendo o crescimento de plantas com maior eficiência no uso de nutrientes.

O pesquisador destaca as vantagens dos insumos biológicos, que proporcionam menor impacto ambiental e contribuem para a diminuição dos riscos de resistência e contaminação

do solo, ar e água. Uma pesquisa internacional indica que os agricultores brasileiros são os mais dispostos a utilizar bioinsumos, superando produtores de outros paí ses. Isso reflete o com prometimento dos produtores brasileiros com o uso de ferramentas biológicas, justificando o expressivo crescimento desse mercado.

José Pádua, gerente-técnico do Sistema Fama sul, ressalta a impor tância da compreensão do potencial dos insumos biológicos nas propriedades rurais. Ele destaca o papel da Federação na divulgação de novas tecnologias por meio de feiras e do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que atende mais de 9 mil produtores no estado.

lógicos são uma opção adicional para os produtores, cuja utilização tem aumentado ao longo dos anos devido ao aprimoramento e adaptação às diversas culturas e situações do Brasil. Em algumas circunstâncias, esses insumos apresentam vantagens, como preços competitivos, menor pressão de pragas e resistência de doenças, além de tratamentos preventivos no controle de pragas.

Pádua destaca que os insumos bio-

Ele ressalta, entretanto, em casos de surtos de doenças e pragas, que os tratamentos convencionais são mais recomendados pela rapidez no controle dessas enfermidades. Pádua conclui que os produtos biológicos e convencionais coexistem, contribuindo para a melhoria sanitária das lavouras.

José Pádua, gerentetécnico do Sistema Famasul

Roda de Tereré

“Avalorização do trabalho do homem e da mulher no campo e a forma como a dedicação deles é apresentada em sala de aula”: é assim que Isabelli Benitez Nunes, de 15 anos, aluna do 1º ano do ensino médio da escola municipal Cívico Militar Cláudio de Oliveira, em Porto Murtinho, define o que mais gosta no Agrinho.

O Agrinho é o maior programa de responsabilidade social do Sistema Famasul e Senar/MS e completa, em 2024, 10 anos de atividade em Mato Grosso do Sul. Mais do que levar conhecimento sobre o agro e a conexão do campo com a cidade a alunos do 1º ao 9º ano de escolas públicas e privadas, a iniciativa desperta a consciência de toda a comunidade - estudantes, professores, trabalhadores administrativos, pais, responsáveis, irmãos e amigos - sobre cidadania e sustentabilidade.

Com uma proposta pedagógica baseada na interdisciplinaridade, que mostra como o agro está presente em todos os aspectos da vida humana, da alimentação à cultura, e também na pedagogia da pesquisa, o programa desenvolve a autonomia e a capaci-

10 AGRINHO ANOS

Programa ensina a conexão do campo com a cidade e conscientiza sobre cidadania e sustentabilidade

dade de alunos e professores produzirem novos conhecimentos. Para isso, conta com um material com conteúdo exclusivo, especialmente desenvolvido para a realidade de Mato Grosso do Sul, e com a capacitação dos educadores, para que aproveitem ao máximo o potencial do assunto e as ferramentas didáticas disponíveis.

Isabelli participou do programa pela primeira vez em 2023, quando era aluna do 9º ano do ensino fundamental e, inclusive, venceu o Concurso Agrinho, na categoria Reportagem. Seu trabalho foi sobre o impacto da construção da ponte da Bioceânica - estrutura que vai ligar Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai, viabilizando a Rota Bioceânica – e a exportação de grãos do estado.

A estudante diz que se surpreendeu com a vitória. “Fiquei muito feliz com a premiação, mas também surpresa, pela qualidade dos trabalhos que estavam concorrendo com o meu”, disse, lembrando que, para a elaboração da reportagem, aprendeu muito sobre a agricultura e a pecuária do estado e a importância do setor para a economia do país.

12 • REVISTA FAMASUL • DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024

A professora Rosa Maria Gonçalves Mongelos lembra como foi a orientação de Isabelli para a elaboração do trabalho. “O objetivo do projeto foi incentivar o cumprimento da função social da escola, como formadora de pessoas conscientes, críticas e capazes de compreenderem o mundo em que estão inseridos. A partir daí, compreenderem as oportunidades que a construção da ponte trará para a comunidade local, desde a geração de emprego, escolha de profissões e empreendedorismo. Os alunos produziram textos no gênero reportagem com variados tópicos, como a produção de leite, criação do gado, turismo de observação de aves do local, pesca e produção e escoamento da soja e do milho, que foi o vencedor da premiação, com ela”.

A educadora revelou que trabalhou pela primeira vez com o Agrinho no ano passado e ficou maravilhada com o material didático. “O programa me surpreendeu desde a apresentação da cartilha. Trata-se de um material rico em informações e adequado para os alunos. O agro é tão corriqueiro na vida das pessoas que esquecemos da importância dele no cotidiano. Por meio da iniciativa, pude perceber que Porto Murtinho não apenas vivencia a relação do campo e da cidade, mas também que quase todo o processo de produção do país passará pelo local. E com isso, eu e meus alunos aprendemos como funcionará a logística do transporte e sobre o senso de res -

ponsabilidade ambiental muito forte no meio do agro”.

Rosa Maria também elogiou a capacitação oferecida aos professores para a implementação do programa. “Sem sombras de dúvidas, essa capacitação é um fator essencial que impulsiona e incentiva os educadores. Com ela, sentimos que não estamos sozinhos na caminhada”.

Outra aluna premiada no Concurso Agrinho do ano passado e que destaca a importância do programa é Izabela Britez Beraldo, de 9 anos, do 4º ano da Escola Municipal Professora Izaura Pinto Guimarães, em Bonito. Ela conquistou o terceiro lugar na categoria Redação Poema, com os versos de “A Sementinha”.

“Nunca tinha participado. Fiquei muito feliz em ser premiada. Não esperava”, comentou, completando que, graças ao Agrinho, descobriu como o agro é funda-

mental para a economia do Brasil e ainda como alimentos cultivados no país são exportados para todo o mundo, gerando empregos e renda.

A professora de Izabela, Adriane Belgara da Silva, explica que a elaboração desse trabalho demandou uma ação transversal com os alunos. “O projeto começou em julho do ano passado, ensinando as crianças a elaborar poemas. Elas não tinham noção de rima e que poema tinha que ter sentido, complemento, começo, meio e fim do mesmo assunto. A partir daí nós trabalhamos na disciplina de história e geografia. Durante dois meses falamos sobre as plantações, comércio e os produtos, apontando de onde vinham e como chegavam à nossa mesa. Com esse conteúdo apresentado, orientamos as crianças a elaborarem um poema sobre o setor”.

Adriane destacou como um dos principais aspectos do Agrinho a oportunidade de trabalhar com seus alunos sobre a questão da agricultura familiar. “Esse é um assunto de grande relevância para Bonito e para Mato Grosso do Sul, pois trata do sustento diário de muitas famílias. Com esse e outros conteúdos, o programa se mostra fundamental como instrumento de ensino para crianças e jovens, fornecendo a oportunidade de ao mesmo tempo ensiná-los e conscientizá-los”, concluiu a professora.

DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 13

AGRINHO: TEMA DA EDIÇÃO 2024 MOSTRA CORRELAÇÃO DA EDUCAÇÃO COM A CIDADANIA

Aedição de 2024 do Agrinho, quando o programa completa 10 anos, já tem assunto definido. O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, anunciou que neste ano a iniciativa terá como tema: “Semeando educação, colhendo cidadania”.

“O Agrinho demonstra todo o nosso comprometimento com a educação. Com o programa, conseguimos conectar o campo à cidade, levando conhecimento e mostrando às crianças o que o homem do campo faz para levar o alimento até sua mesa”, analisa Bertoni.

A temática escolhida para este ano, conforme a analista educacional e coordenadora do programa, Andreia Rodrigueiro, está alinhada com o objetivo principal do Agrinho, que é incentivar o conhecimento sobre o agro e promover os pilares da cidadania e sustentabilidade em crianças e jovens matriculados em escolas públicas e privadas.

Andreia comenta que o programa vem promovendo uma transformação

no modo como as crianças e jovens que participam veem e se relacionam com o agro. “Observamos um notável aumento na cons cientização dos alunos sobre a relevância do setor agropecuário em suas vidas cotidianas. Essa percepção é evidenciada nos trabalhos apresentados por alunos de todos os anos, refletindo o cuidado com que muitos destacam a importância do campo na produção dos alimentos que chegam às mesas urbanas”.

Ela destaca que esse reconhecimento abrange desde a compreensão do processo de produção dos alimentos até a valorização da sustentabilidade agrícola e a apreciação da contribuição do setor para a economia do estado e do país.

A coordenadora revela que em 2023,

o Sistema Famasul, por meio do Senar/ MS e em parceria com os municípios e sindicatos rurais, promoveram uma grande ampliação do alcance do Agrinho. “Ultrapassamos o número de escolas aderentes registrado em 2019. Contamos com a participação de mais de 500 escolas, abrangendo 76 municípios e impactando positivamente a vida de mais de 7.500 professores e impressionantes 134.000 alunos”.

Para este ano, quando é celebrada a primeira década do programa, Andreia aponta que a meta é superar as 550 escolas participantes, o que vai levar também a um recorde no número de educadores e de alunos. “Além disso, ainda temos várias novidades que estamos preparando e que vamos revelar ao longo do ano”.

Roda de Tereré 14 • REVISTA FAMASUL • DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024
Andreia Rodrigueiro, coordenadora do Agrinho

Mercado

agro:

MOTOR DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL EM MATO GROSSO DO SUL

Os maiores produtores de soja elevam os Índices de Desenvolvimento Humano

Um ditado popular se encaixa perfeitamente para descrever o cenário da produção de soja em Mato Grosso do Sul: contra fatos não há argumentos. O estado ocupa a quarta posição entre os maiores produtores do grão no Brasil, segundo dados da safra 2022/2023 divulgados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A soja lidera como principal produto da agropecuária estadual, correspondendo a 54% do VBP (Valor Bruto da Produção) do setor primário.

No entanto, indo além das fronteiras do campo e dos benefícios para os produtores rurais, a cultura tem impactado positivamente a população de diversas cidades. Estudos técnicos da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) destacam o papel fundamental da soja e como essa commodity tem elevado os IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) de vários municípios. As informações coletadas pela instituição são animadoras e revelam um cenário já consolidado.

“Além da importância econômica para o agro de MS, a cultura da soja vem afetando positivamente a questão social do estado. Ao correlacionar os municípios com maior produção de soja no MS com o IDH, numa escala entre 0 e 1, é possível constatar uma correlação de 0,739062. Essa verificação evidencia uma significativa correlação entre produção de soja e IDH. Em outras palavras, os principais municípios produtores de grãos coincidem com os maiores IDHs do Estado”, explica o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni.

A raiz do agro brotou desenvolvimento. Ao relacionar as cidades com as maiores produções de soja e o IDH, os técnicos da Famasul identificaram que os principais municípios produtores do grão apresentam os maiores IDHs do estado. As populações mais beneficiadas estão na região Centro-Sul.

Mais produção, novos empregos, capacitação, educação, saúde. Tudo está interligado. O crescimento da produção agropecuária nas 10 cidades citadas alavanca ainda mais a qualidade de vida da população. Com isso, a economia gira, o município arrecada mais recursos e o benefício é sentido por todos da sociedade. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que os setores de lavouras temporárias, moagem de soja e fabricação de óleo a partir do grão contratam 3,3 mil empregados formalmente. Indiretamente, esse número é três vezes maior.

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“Os empregos gerados pelo setor de grãos proporcionam maior distribuição de renda. Esta condição favorece o fortalecimento das diversas cadeias produtivas de empreendimentos do município, fazendo a economia local girar. Desta forma, o ganho local é sentido nos pequenos e grandes empreendedores. A maioria das propriedades rurais da oleaginosa busca crédito dos bancos e cooperativas, aplicando os recursos dentro da porteira. No momento da venda da produção, a situação se repete, e toda a receita com a produção tende a permanecer no município, em especial na utilização de serviços diversos e no comércio local”, contextualiza Bertoni.

A produção de soja em Mato Grosso do Sul vai além do benefício único ao produtor rural. Atualmente, o significado é social, comercial e de serviços. O titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, comemora os dados positivos e o desenvolvimento proporcionado pela cultura da soja.

iniciativas governamentais e privadas, os produtores de soja do estado só tendem a crescer e alçar voos ainda maiores, na visão de Verruck.

“A agropecuária é o setor com maior saldo na geração de empregos formais no estado em 2022, foram 7.257 novos postos de trabalhos formais. Essa situação transborda em aumento da renda da população, desenvolvimento de infraestrutura e investimentos, levando assim a ciclo virtuoso com um ambiente propício para o desenvolvimento e a melhoria de indicadores sociais, como o IDH”. Com olhos atentos e a visão mirada no futuro, o secretário acredita em transformações estruturais, que vão impulsionar os produtores de soja do Mato Grosso do Sul ainda mais adiante. Atrelando conhecimento de base, capacitação e

“Nosso objetivo é posicionar Mato Grosso do Sul como um território de oportunidades para investimentos, e a agricultura e pecuária se destacam nesse sentido. Além desses setores tradicionais, enxergamos potenciais significativos em áreas como turismo ecológico, expansão industrial, pesquisa e inovação. A localização estratégica do estado, próximo a importantes polos econômicos como São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, assim como sua proximidade com o Paraguai e a Bolívia, fortalece ainda mais seu apelo como um ambiente propício para uma variedade de investimentos. Ao coordenar essas iniciativas de maneira sustentável, Mato Grosso do Sul tem a oportunidade de consolidar sua posição como um território de oportunidades, promovendo um futuro mais próspero para sua população em geral”, vislumbra em um futuro bem próximo, Verruck.

Municípios com as maiores produções do grão e melhor IDH:

• Maracaju

• Ponta Porã

• Sidrolândia

• Dourados

• Rio Brilhante

• São Gabriel do Oeste

• Aral Moreira

• Campo Grande

• Chapadão do Sul

• Laguna Carapã

Marcelo Bertoni, presidente do Sistema Famasul
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Mercado CONEXÃO EMPRESA-ALUNO

Funar quer ampliar em mais de 35% o número de estudantes encaminhados para estágio em 2024

AFunar (Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural), do Sistema Famasul, encaminhou 111 estudantes para estágio em empresas do agronegócio de Mato Grosso do Sul em 2023. Para 2024, a entidade tem como meta ampliar esse número em 35%, elevando a quantidade de beneficiados para pelo menos 150 e fomentando a empregabilidade no setor.

Esse trabalho é feito por meio do Programa Estágio Funar, que foca no direcionamento de alunos do nível médio, técnico e superior ao mercado de trabalho, além de auxiliar na assessoria e consultoria as empresas no processo de seleção.

A fundação tem o foco no compartilhamento de informações técnicas e científicas, voltadas ao agro, e agora estamos indo além. Com a agência, ofereceremos a oportunidade para que jovens entrem nas empresas e tenham a vivência prática do conteúdo adquirido em sala de aula. É o primeiro grande passo para uma longa jornada profissional”, explica o superintendente da Funar e do Senar/MS, Lucas Galvan.

O coordenador de operações da Funar, Everton Ferraz, explica que o trabalho desenvolvido com a agência tem obtido resultados muito positivos. “Atingimos nosso grande objetivo, que é conectar, ser o elo, entre os estudantes que querem ter uma vivência no setor, com as empresas que atuam no agro”.

Entre os beneficiados com um estágio intermediado pela agência está Ana Livia de Souza Siqueira, de 19 anos, estudante do quinto semestre de Agronomia, em Campo Grande. “Vi a vaga através do grupo Rede Famasul Jovem e no dia 13 de novembro do ano passado fiz o cadastro na plataforma. Foi tudo muito simples, o site tem um acesso fácil. Catorze dias depois, no dia 27 de novembro, já fui contatada sobre a vaga”.

Ana Livia conta que se surpreendeu com a rapidez com que conseguiu a colocação. “O curto período de tempo para obter a vaga me deixou admirada”, revelou, completando que está estagiando na empresa Tendência Agronegócios, especializada na produção e comercialização de sementes de pastagens.

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Como as empresas podem participar?

• Para contratar estagiários e abrir oportunidades de estágio, basta acessar a página da Funar no site da Famasul e fazer o cadastro. Com isso, será possível inserir informações de vagas disponíveis, características e atuação na empresa, período, valores, benefícios e critérios de seleção.

A estagiária conta que tem aprendido muito na empresa. “Estou me familiarizando sobre como funciona uma indústria de sementes de pastagem, desde o primeiro processo até a área comercial. Esse aprendizado inclui ainda o entendimento sobre como são feitas as análises de sementes e tudo que ocorre dentro de um laboratório, PMS, Homogenização, Pureza, estufa e canteiros de experimentos, além de plantios de teste e outras práticas que ocorrem em um laboratório de sementes”.

Ela conta que essas vivências práticas estão complementando os conteúdos que tinha visto na teoria no curso

Como os estudantes podem participar?

• Para se candidatar e cadastrar seu currículo, o estudante deve ter 16 anos ou mais, estar matriculado em curso de nível médio, técnico ou superior e frequentando as aulas. O cadastro dos alunos e acesso às oportunidades podem ser feitos na página da Funar.

de Agronomia. “O estágio está agregando positivamente em minha carreira acadêmica e profissional. Consigo assimilar muitos conteúdos aprendidos em sala com a prática no dia a dia da empresa”.

A partir da experiência do estágio, Ana Livia revela que já consegue projetar seu futuro profissional. “Quero cres-

Everton Ferraz , coordenador de operações da Funar

Mais informações:

cer e me desenvolver profissionalmente. Pretendo seguir no caminho em que estou, na área das sementes, mas pode ser que um dia acabe conhecendo outras áreas e me interessando também. O mais importante é que sei que todo o aprendizado que estou tendo agora vai me levar para muito além do que imagino um dia. Com meu esforço e dedicação, pretendo ser uma excelente agrônoma e desenvolver ótimos trabalhos na minha área de atuação!”, concluiu.

Para 2024, além de aumentar o número de atendimentos, o coordenador de operações da Funar revela que a entidade pretende, ainda no primeiro semestre, ampliar sua rede de contatos e suas parcerias, de modo a oferecer mais oportunidades aos estudantes.

• https://portal.sistemafamasul.com.br/agencia-de-estagios

• E-mail: funar@funar.org.br

• Telefone: (67) 3320-9705

Tendências de Mercado

Os analistas técnicos do Sistema Famasul retratam o panorama atual de produtos do agro e as tendências baseadas nos principais indicadores e propensões de mercado.

PECUÁRIA DE CORTE - A pecuária de corte vivenciou uma retração em 2023. Houve queda de 16,31% no preço da arroba do boi gordo em relação ao ano anterior (de R$ 286,04 para R$ 239,40), diminuição de 0,42% nos abates (de 3,60 milhões de cabeças para 3,59 milhões) e recuo de 16,82% na receita com as exportações (de US$ 1,10 bilhão para US$ 915,6 milhões). Em contrapartida, o número de fêmeas cresceu 4,64% e correspondeu a 51,30% dos animais abatidos.

SUINOCULTURA - A atividade registrou números positivos em 2023 em relação a 2022. O preço médio do quilo do suíno gordo aumentou 1,21% (de R$ 5,25 para R$ 5,32), o abate foi ampliado em 6,82% (de 3,02 milhões de animais para 3,22 milhões) e as exportações cresceram 9,09% em volume (de 16,78 mil toneladas para 18,30 mil toneladas) e 4,21% em receita. Os embarques para Hong Kong (principal comprador) caíram, mas foram compensados pelo aumento nas vendas para Singapura e o Uruguai.

SOJA - A safra 2023/2024 teve aumento de 6,5% na área plantada, com uma produtividade estimada em 54 sacas por hectare. O estado deve colher 13,818 milhões de toneladas do grão. Em 2023, o estado bateu o recorde de exportações da oleaginosa. As vendas internacionais foram impulsionadas pela grande disponibilidade do produto devido ao aumento de produção e a demanda externa aquecida. Foram 7,6 milhões de toneladas embarcadas, 114,3% a mais que no ano anterior.

SUCROENERGÉTICO - Mato Grosso do Sul tem 18 usinas sucroenergéticas, sendo 17 que usam a cana-de-açúcar para fazer etanol (todas) e açúcar (7), e uma que utiliza milho, também para fabricar o biocombustível. Com uma área cultivada de 903 mil hectares, a cana está presente em 43 municípios. O setor registrou um ano promissor em 2023, com aumento de 4% no preço médio acumulado do ATR e exportações de US$ 768 milhões em produtos: açúcar (97,01% do total) e etanol (os outros 2,71%).

AVICULTURA - O preço médio do quilo do frango sofreu uma desvalorização no estado de 8,49% em 2023 em comparação com 2022 (de R$ 10,53 para R$ 9,64). A atividade também enfrentou um decréscimo de 1,82% nos abates (de 176,55 mil para 173,34 mil) e de 7,16% na quantidade vendida para o mercado externo, totalizando 161,8 mil toneladas. A China, principal parceiro, comprou 25,59% a mais; entretanto, houve retração nos embarques para o Japão, Países Baixos e Emirados Árabes.

PECUÁRIA DE LEITE - As indústrias de Mato Grosso do Sul inscritas no Serviço de Inspeção Federal (SIF) captaram em 2023, 170,2 milhões de litros de leite. O volume é 8,98% superior ao de 2022, que foi de 156,1 milhões de litros. A maior quantidade e o aumento expressivo das importações brasileiras de lácteos fragilizaram o mercado. Essas condições contribuíram para depreciar o preço do leite, que ao longo do ano caiu 4,32% em relação ao ano anterior (de R$ 2,2761 para R$ 2,1771).

MILHO - A segunda safra de milho teve uma área cultivada de 2,355 milhões de hectares, uma produtividade média de 100,6 sacas por hectare e uma produção de 13,220 milhões de toneladas. O estado, quarto maior exportador do cereal, teve uma participação de 7,29% nas vendas do país, tendo como principais compradores do grão a China (29,81%), o Japão (26,10%), o Vietnã (13,87%) e a Coreia do Sul (8,29%).

FLORESTAS PLANTADAS - Na silvicultura, as duas principais atividades no estado são o cultivo de eucalipto (1,28 milhão de hectares em 72 municípios, com maciço concentrado na região leste) e de seringueira (22,6 mil hectares em 29 cidades, principalmente do nordeste sul-mato-grossense). As exportações de produtos florestais registraram alta de 0,78% em 2023 ante 2022 (de US$ 877,3 milhões para US$ 884,2 milhões), com a China sendo destino de mais da metade das vendas.

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Dedo de Prosa

CELSO RAMOS RÉGIS, PRESIDENTE DA OCB/MS COOPERATIVISMO ESTÁ NO DNA DO CAMPO!

Celso Ramos Régis, administrador e produtor rural, é o atual presidente do Sindicato e (OCB/ MS (Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul) e do Conselho de Administração do Sicredi União MS/TO (Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento União dos Estados de Mato Grosso do Sul, Tocantins e Oeste da Bahia). Com mais de 35 anos à frente do cooperativismo sul-mato-grossense, uma de suas principais conquistas foi a expansão e o reconhecimento do setor como uma das formas econômicas mais robustas e dinâmicas do estado.

Nesta entrevista à Revista Famasul, Celso fala sobre a presença do cooperativismo no agronegócio, a capacitação dos produtores para integrar esse sistema produtivo, as atividades em destaque no segmento e a parceria com as instituições que representam a agropecuária sul-mato-grossense na busca pelo desenvolvimento local.

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Dedo de Prosa

Como o cooperativismo está presente no agro sul-mato-grossense?

Celso - A maior concentração do cooperativismo no estado ocorre no agronegócio, a principal matriz econômica sul-mato-grossense. Este setor permeia outras áreas importantes, como crédito, transporte, saúde, eletrificação rural e infraestrutura. A organização dos produtores pelo sistema cooperativista desempenha um papel fundamental na economia estadual, representando aproximadamente 15% do PIB (Produto Interno Bruto) e contribuindo significativamente para o crescimento, oportunidades de emprego e desenvolvimento.

E qual a dimensão dessa presença em termos de números?

Celso - Em Mato Grosso do Sul, há 136 cooperativas registradas, totalizando 350 unidades no estado. Mais de 18% da população sul-mato-grossense, equivalente a 500 mil pessoas, são associadas a alguma cooperativa, e o setor emprega mais de 13,5 mil pessoas, destacando-se como um dos principais empregadores. Cerca de 60% desses números estão diretamente relacionados ao agronegócio.

Existe uma mudança de mentalidade quando o produtor ingressa em uma cooperativa?

Celso - O agronegócio tem muito a

ver com o cooperativismo. A própria natureza do meio rural pressupõe que as pessoas sejam parceiras, trabalhem juntas. Isso ocorre, por exemplo, no mutirão para colher uma lavoura, para construir uma ponte ou arrumar uma estrada. Uma pessoa precisa da outra, e essa cultura já está impregnada no dia a dia dos trabalhadores e produtores rurais. O cooperativismo está no DNA do campo. O que fazemos é, por meio do nosso braço no sistema S, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, Sescoop, capacitar quem está ingressando em uma cooperativa para que ela entenda que, por meio da cooperação e do trabalho coletivo, o avanço é muito maior e os resultados são obtidos de forma mais rápida, ao contrário do que ocorre quando se mantém aquela visão individualista. Também mostramos que o cooperativismo não é assistencialismo. O sistema auxilia sim as pessoas, mas a cooperativa é uma empresa, na qual todos os associados são seus donos. Então, tem que ter resultado positivo e gestão profissional, para que dê lucros e esses resultados sejam distribuídos entre todos. E esse trabalho nós temos feito com muito sucesso em todas as cooperativas sul-mato-grossenses, de todos os setores.

Além da capacitação para quem ingressa no sistema, também existe

“POR MEIO DA COOPERAÇÃO E DO TRABALHO COLETIVO, O AVANÇO É MUITO MAIOR E OS RESULTADOS SÃO OBTIDOS DE FORMA MAIS RÁPIDA ”

preparação para os gestores e a formação de novas lideranças?

Celso - Sim, temos um trabalho muito forte nessa área também com o Sescoop, para capacitar e treinar quem já está dentro do sistema cooperativista, desde o colaborador até os dirigentes e associados. Contamos com programas para todos os níveis. No estado, temos cooperativas de todos os portes, desde as grandes, que são players em seu mercado de atuação, até as pequenas que estão se organizando agora para possibilitar a melhoria de renda de seus associados. Então, temos de oferecer capacitações para todos esses públicos. No nosso portfólio estão, por exemplo, capacitações com algumas das principais referências de mercado oferecidas por instituições renomadas como a Fundação Dom Cabral, FGV (Fundação Getúlio Vargas) e USP (Universidade de São Paulo). Outro ponto importante é que esses treinamentos não são voltados somente para o universo cooperativista, também abrangem o mundo empresarial, para que essas lideranças, esses dirigentes, tenham uma perspectiva mais abrangente do segmento em que atuam.

O sistema tem sido um grande indutor de desenvolvimento no estado. Demonstra isso o número de investimentos realizados recentemente. Po -

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demos dizer que Mato Grosso do Sul é a bola da vez para o cooperativismo no agro?

Celso - Esse panorama não é de agora. Entretanto, nos últimos 10 anos, ganhou um grande impulso. Isso se deve, primeiro, ao ambiente favorável que foi criado no estado, especialmente para o agronegócio, com estímulo a diversas atividades e processo de industrialização de nossas matérias-primas, o que está agregando valor aos nossos produtos e gerando novas oportunidades de negócio, emprego e renda. Além disso, temos as próprias características de solo e clima do estado, que reiteram a vocação natural para o agro e também a resiliência e empreendedorismo de nossos produtores rurais. Eles, cada vez mais, têm dado mostras de como produzir mais, com maior qualidade, com sustentabilidade e com a preocupação de impactar positivamente as comunidades onde vivem. Como esse panorama vivenciamos um fenômeno chamado pelo governador [Eduardo Riedel], de “derramamento” de cooperativas. Além da consolidação e abertura de novas cooperativas em Mato Grosso do Sul, temos muitas cooperativas que escolhem nosso estado para instalar novas unidades e ampliar sua produção. Isso nos deixa muito satisfeitos, da qualidade do trabalho que vem sendo feito pela OCB/MS e entidades do agro no fomento ao setor. Tanto que, fora a agroindústria da celulose, o segmento que mais investe em Mato Grosso do Sul é o cooperativo.

Nesse contexto, tem algum ou alguns setores que vão se destacar ainda mais a médio e longo prazo?

Celso - Tem três atividades que já estão no estado atualmente e que devem ampliar muito sua participação na economia local. A suinocultura, por exemplo, com a ampliação e implantação de novas unidades utilizando a mais avançada tecnologia. Outro ramo que deve crescer bastante é o de grãos. Cooperativas do estado e outras vindas de outras unidades da federação, como o Paraná, estão investindo em estruturas modernas para ampliar o recebimento, armazenamento e comercialização de nossa produção de soja e milho. Temos ainda o segmento de fia-

ção do algodão. Novas unidades estão sendo instaladas na região de Naviraí para processar nossa produção.

E temos novos segmentos do agro que estão chegando ou podem se incorporar ao sistema cooperativista do estado?

Celso - Tem um setor que já está vindo para cá. Vai inaugurar este ano a primeira unidade. É uma cooperativa que vai industrializar o amendoim, em Bataguassu, com um investimento de mais de R$ 115 milhões. As características da região são propícias à cultura e nós do sistema cooperativista estamos abraçando esse projeto, junto com o poder público, para diversificar ainda mais nosso agro e estimular o surgimento de uma nova cadeia produtiva. Acredito que outro setor que deve embarcar no cooperativismo nos próximos anos é o da bovinocultura de

corte. Está ocorrendo uma mudança no sistema produtivo, em que as áreas disponíveis para a atividade estão sendo reduzidas e o produtor tem buscado alternativas para melhorar a rentabilidade. Uma dessas ferramentas deve ser o uso do DDG, um dos produtos resultantes do processamento de milho nas indústrias de etanol a partir do cereal. Contando com esse insumo em grande quantidade e por um preço competitivo no estado em razão do crescimento da produção de etanol de milho, o produtor vai precisar cada vez de uma área menor e vai poder intensificar sua produção, tendo um controle ainda melhor da qualidade e da sanidade do seu rebanho. Estamos esperando que os produtores se organizem da melhor forma possível, para que a partir dessa quebra de paradigma que vai ocorrer no setor, passem a atuar de forma cooperativista nessa cadeia. Já existe muito interesse

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Dedo de Prosa ”

“QUANDO UMA DAS ENTIDADES PARCEIRAS VAI PROMOVER UM CURSO OU TREINAMENTO EM UMA COMUNIDADE OU MUNICÍPIO, AS OUTRAS APOIAM A INICIATIVA”

demonstrado por entidades e sindicatos rurais nesse sentido, e, com certeza, isso vai trazer muito desenvolvimento para a cadeia da carne sul-mato-grossense nos próximos anos.

Além desse processo de agroindustrialização que segue em ritmo acelerado, o estado nos próximos anos deve passar por um novo ciclo de desenvolvimento alavancado pelos avanços de sua logística, com projetos como o da Rota Bioceânica. Como o sistema cooperativista pode auxiliar não somente o agro e outros setores da economia local a aproveitarem as possibilidades que vão se desenhar?

Celso - O setor cooperativista acompanha de perto esses projetos sobre a logística do estado, até porque a questão da infraestrutura é um grande desafio para o desenvolvimento do estado. Entendemos que o estado tem de explorar todo o seu potencial logístico, nos vários modais: rodoviário, ferroviário e hidroviário, para

assegurar competitividade, em especial das cooperativas que são grandes exportadoras de diversos tipos de produtos para outros estados e países. A superação desse desafio vai ser em ato cooperativo. Juntos com outras entidades do agro e do setor produtivo, além do poder público, vamos discutir a situação, apontar demandas e sugerir soluções. Um exemplo foi a expedição da Rila (Rota da Integração Latino-Americana), que foi testar a estrutura da Rota Bioceânica, de Mato Grosso do Sul até os portos do Chile. Estivemos com várias cooperativas participando, verificando a potencialidade que o corredor rodoviário oferece para o setor.

Como é a interação do sistema cooperativista com outras entidades do agro, como o Sistema Famasul, por exemplo?

Celso - O agro é nosso principal parceiro, tanto que 60% da matriz do cooperativismo sul-mato-grossense é do setor. Então, logicamente, existe uma grande proximidade do cooperativismo com as

entidades do agro, isso, sem demérito algum para outros segmentos. Como a Famasul tem a liderança do setor, existe, então, logicamente uma afinidade ainda maior. Graças a essa condição diferenciada temos uma espécie de tratado, não somente com a federação, mas também com as outras instituições do agro para não sombrear nossas ações. Desse modo, quando uma das entidades parceiras vai promover um curso ou treinamento em uma comunidade ou município, as outras apoiam a iniciativa. Como são instituições de objetivos similares, as ações acabam convergindo. Um bom exemplo é a Fundação MS, uma das principais instituições de pesquisa do agro sul-mato-grossense e que conta com os principais mantenedores, a OCB/MS, a Famasul e a Aprosoja/MS. Se o nosso agro fosse um barco, a Famasul estaria no leme e nós seríamos os remadores. A entidade vai nos conduzindo pela sua representação no estado e no país e pela luta aguerrida em defesa do produtor rural.

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diversificação

Assistência Técnica e Gerencial diversificação

MS tem vasto mercado e condições ideais para o desenvolvimento da fruticultura

MS tem vasto mercado e condições ideais para o desenvolvimento da fruticultura

OBrasil figura como o terceiro maior produtor mundial de frutas, ficando atrás somente da China e da Índia. Para impulsionar o desenvolvimento da fruticultura no estado, o Senar/MS dedica-se a capacitar e orientar os produtores desde o campo até a gôndola, por meio de cursos, treinamentos e da ATeG (Assistência Técnica e Gerencial).

Desde 2022, o ATeG Fruticultura concentra seus esforços no atendimento de grupos específicos da cadeia produtiva. Atualmente, 52 produtores nos municípios de Campo Grande, Terenos, Itaquiraí, Rochedo e Naviraí são beneficiados. Dentre as frutas cultivadas no estado, destacam-se goiaba, abacaxi, limão, banana, laranja, melancia, maracujá, melão, laranja, coco e manga.

Nivaldo Passos, coordenador da ATeG, explica que a fruticultura é um setor agrícola em constante crescimento, representando uma oportunidade significativa para o desenvolvimento econômico e o reconhecimento do estado no mercado internacional. “A fruticultura pode ser realizada em pequenas propriedades ou até em escala

industrial, pois não exige extensas áreas para ser uma atividade viável. Além disso, é facilmente integrada com outras atividades, muitas vezes utilizando maquinários e mão de obra. Nosso principal objetivo é proporcionar aos produtores uma nova fonte de receita e reduzir a dependência de importações de frutas para o estado.”

CLIMA E SOLO FAVORÁVEIS

O coordenador destaca que Mato Grosso do Sul possui terra, solo e clima propícios para o desenvolvimento da fruticultura. “O estado importa grande parte das frutas consumidas, e esse abastecimento pode ser suprido por produtores locais, visto que temos solo, clima e condições sanitárias favoráveis para a produção de frutos”, esclarece.

Nivaldo explica que, embora Mato Grosso do Sul ainda não esteja entre os estados produtores de destaque na fruticultura, cada vez mais produtores têm demonstrado interesse na cadeia produtiva. Além disso, identifica-se a migração de produtores de outros estados para Mato Grosso do Sul, o que deve impulsionar a produção. O Se-

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nar/MS atua no desenvolvimento da cadeia produtiva por meio de cursos de Formação Profissional Rural, Promoção Social, participação em comissões nacionais e estaduais, Assistência Técnica e Gerencial, além de eventos técnicos, dias de campo, vitrines tecnológicas, entre outros.

A ATeG planeja, executa e controla os processos da cadeia produtiva de frutas, contribuindo para o diagnóstico, planejamento estratégico e operacional da produção.

DO CAMPO PARA A MESA

Valdeci Feltrin, aos 70 anos, é um dos milhares de produtores do estado que experimentaram um crescimento significativo em sua propriedade após a parceria com o Senar/MS. Há mais de dois anos, o produtor recebe Assistência Técnica e Gerencial, colhendo resultados positivos em sua produção.

Após adquirir uma propriedade na MS-040, em Campo Grande, Valdeci iniciou com a pecuária de leite, passou para a pecuária de corte e, atualmente, inclui o cultivo de frutas como uma das atividades. Com a chegada da ATeG, o produtor implementou ações que resultaram em pés de hortifruti

mais saudáveis e resistentes. Valdeci exporta toda a produção, composta por 15 mil plantas de abacaxi, 300 plantas de limão taiti e 90 plantas de goiaba, distribuídas por 60 hectares.

“No início, visitamos propriedades que recebiam assistência do Senar. Fui fazendo as mudanças necessárias, e as coisas aconteceram de ma neira espetacular. Recebo assistência para pecuária e também para a fruticultura. Tenho um rebanho ainda pequeno, com 70 animais, e trabalho com abacaxi, goiaba e li mão.”

nar tem resultados constantes e satisfatórios, não há erro. A assistência técnica foi um divisor de águas na minha propriedade. Se não fosse por ela, eu não teria aprendido sobre poda e plantação de limão, e não saberia que dava para colher goiaba todos os dias.”

Valdeci destaca que, desde o início do programa ATeG, adotou práticas mais sustentáveis, como irrigação por gotejamento e fertirrigação, e viu seu lucro duplicar. Os frutos cultivados em sua propriedade abastecem a população de Campo Grande.

“Quem segue as orientações do Se-

O produtor ressalta o potencial de desenvolvimento da cadeia produtiva em Mato Grosso do Sul. “A fruticultura já acontece no estado, mas ainda em baixa escala. Eu tenho outras fontes de renda, mas tenho total clareza de que a fruticultura é uma alternativa viável para ter renda constante e rápida, principalmente para o pequeno produtor. Temos solo e condições climáticas favoráveis para sermos referência no setor.”

Os produtores rurais interessados em conhecer e participar da ATeG devem procurar o Sindicato Rural de seu município e solicitar o serviço.

DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 27
Nivaldo Passos, coordenador do Departamento de ATeG do Senar/MS

Projetos Especiais

APRENDIZADO NA PRÁTICA

Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte diversifica portfólio e se consolida como referência no país

OCentro de Excelência em Bovinocultura de Corte do Senar/MS, em Campo Grande, completa em 2024 seis anos de atividade. Com infraestrutura moderna, tecnologia de última geração e profissionais capacitados, tornou-se referência em educação profissional e tecnológica no agronegócio.

A escolha de Mato Grosso do Sul para receber a unidade foi estratégica, sendo o segundo centro desse tipo implantado no país. Com o quarto maior rebanho do Brasil, modelo de qualidade e tecnificação, e ampla inserção no mercado nacional e internacional, o estado enfrenta uma demanda crescente por mão de obra capacitada, atendida pela instituição de ensino.

Dos 937 alunos formados desde a

primeira turma (709 no formato presencial e 228 no híbrido), 88% encerraram o curso já empregados. “Nosso objetivo é oferecer ao mercado técnicos de excelência. Os resultados mostram que estamos no caminho certo, o que é motivo de muita alegria e satisfação”, aponta o diretor do Centro de Excelência, Gustavo Cavalca.

Um dos destaques da unidade é sua localização dentro da Embrapa Gado de Corte. Além de amplas salas de aula, conta com uma rede de laboratórios de informática, multiuso e de agricultura de precisão. Dispõe ainda de uma moderna e atualizada biblioteca.

O centro oferece aos alunos o Campo de Excelência, uma área dedicada a atividades práticas, estudos, pesquisa, ensino e extensão. O espaço possibilita

a oferta de cursos sobre as cadeias de fruticultura, piscicultura e horticultura, permitindo aos alunos vivenciarem conhecimentos sobre mecanização, normas de saúde e segurança no trabalho, além de técnicas de preparo do solo, plantio, adubação, irrigação, manejo de pastagem e reprodução vegetal.

Cavalca destaca que o portfólio do centro é amplo, oferecendo cursos presenciais em técnico em agropecuária e técnico em florestas, e semipresenciais em técnico em agronegócio, técnico em fruticultura e técnico em zootecnia, além da Especialização Técnica de nível médio em Sistemas de Produção de Animais Ruminantes. Ele anuncia que para este ano a instituição tem novidades: oferecerá o Curso Técnico em Agricultura.

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“O centro foi idealizado para suprir uma necessidade dos produtores. O agronegócio está a cada dia mais moderno, tecnificado e tecnológico. É preciso profissionais capacitados e atualizados, contribuindo para a melhor produtividade, lucratividade e, claro, sempre preservando o meio ambiente.”

APRENDER NA PRÁTICA

Ana Beatriz Soares de Queiroz, de 24 anos, soube da existência do Centro de Excelência por meio de uma amiga, que é veterinária e técnica do Senar/ MS. “Eu trabalhava em um pet e falei sobre o sonho de fazer Zootecnia. Ela [Márcia] me disse que seria uma excelente porta de entrada para o agronegócio. Fiz a inscrição e fui aprovada. No ano passado encerrei o módulo de agricultura e agora começo o da pecuária”, detalha.

Com a capacitação, os alunos têm a possibilidade de estagiar na área. Ana Beatriz, por exemplo, passou no processo seletivo de estágio da ATeG (Assistência Técnica e Gerencial). “Atuo no Campo de Excelência e no estágio, tenho contato direto principalmente com fruticultura e olericultura, além da piscicultura e ovinocultura. O que torna tudo ainda mais especial é aprender na teoria e depois colocar em prática dentro da escola.”

NOVAS OPORTUNIDADES

A produtora rural e leiloeira Nilza Oliveira, de 34 anos, cresceu no meio do agronegócio, mas foi ao participar de um curso no Centro de Excelência que ela decidiu dar uma guinada na vida profissional. “Foi um divisor de águas porque mudei da bovinocultura para a ovinocultura por intermédio dos meus instrutores, que são pessoas extremamente capacitadas e dispostas a auxiliar.”

Em busca de conhecimento para abrir o próprio negócio, Roberto Patric Moreira Salomão, de 33 anos, também enxerga no aprendizado na unidade a oportunidade de mudar de vida. Trabalhando atualmente como coordenador de programação, ele concluiu o segundo semestre do curso e já planeja tornar-se um produtor rural.

“Há um tempo, virou uma chave na cabeça que preciso ter algo para o meu futuro e sonho em ter uma pro -

priedade rural. Para isso, preciso de dinheiro e conhecimento. O dinheiro é mais difícil e o que está ao meu al cance no momento é o conhecimento. Estou me preparando para entrar no ramo do agronegócio em administração e estratégias.”

COMO PARTICIPAR?

Para se inscrever no processo seletivo, é preciso ter concluído o ensino médio, aces -

sar o site do Senar/MS, preencher a inscrição no processo seletivo e anexar o histórico escolar. Cavalca reitera que produtores rurais, filhos de produtores ou colaboradores rurais têm prioridade no processo de seleção. Todas as informações sobre os editais, as inscrições e demais notícias sobre os processos seletivos podem ser obtidas através do site: senarms.org.br/processoseletivo.

DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 29
Gustavo Cavalca , diretor do Centro de Excelência

Saúde do Homem e da Mulher realizou 347 procedimentos em Figueirão

O programa Saúde do Homem e da Mulher Rural do Senar/MS atingiu a sua 137ª edição em Figueirão, em novembro de 2023. Foram realizados no município 347 procedimentos, com um total de 191 pacientes atendidos. O presidente do Sistema Famasul e Senar/MS, Marcelo Bertoni, participou da abertura. A iniciativa proporcionou a prevenção ao câncer, oferecendo exames e consultas gratuitas nas especialidades de ginecologia, urologia, dermatologia, oftalmologia e pediatria.

“Com muita satisfação chegamos à 137ª edição desse programa importante, que promove a prevenção ao câncer de pele, mama e próstata. Essas são doenças que, quando diagnosticadas precocemente, têm um tratamento muito mais tranquilo. Portanto, quero parabenizar todos vocês que vieram se cuidar”, comentou Bertoni.

O presidente do Sindicato Rural de Figueirão, Antonio Azevedo Nabhan, destacou a relevância do evento para a população do campo. “Quero agradecer ao presidente do Sistema Famasul por

não medir esforços para estar aqui e agradecer a toda a equipe do Senar/MS pelo empenho em fazer essa ação acontecer, levando saúde aos homens e mulheres do campo”, disse.

Várias outras autoridades do município também prestigiaram o evento, incluindo a presidente da Câmara Municipal de Figueirão, vereadora Flávia Bravo; a secretária municipal de Educação, Luciane Aimi; e a diretora da Unidade Básica de Saúde, Aparecida Roseli.

Agro Agenda
FIGUEIRÃO
Em parceria com governo do Estado, Sindicato Rural de Corumbá reforma tatersal

Em parceria com o governo do estado, o Sindicato Rural de Corumbá vai reformar o tatersal no Parque de Exposições Belmiro Maciel de Barros. O convênio foi assinado em novembro do ano passado, durante a Feapan (Feira Agropecuária do Pantanal).

A expectativa, segundo o presidente da entidade, Gilson de Barros, é que até a próxima edição da feira, a estrutura com nova cobertura esteja pronta. Ele explica que o espaço será multiuso pois, além de leilões, vai abrigar outros eventos do sindicato, como cursos, congressos, palestras e shows, com capacidade para receber até 300 pessoas.

Conforme Gilson de Barros, a nova estrutura vai substituir a antiga, de madeira, que já estava comprometida. O curral, com capacidade para mil reses, já havia sido reformado anteriormente pela entidade.

O projeto prevê a reconstrução do tatersal, com cozinha moderna, churrasqueira, banheiros anexos

com acessibilidade, piso, rampa na entrada, cobertura, climatizadores e espaço interno com capacidade para 200 pessoas sentadas, além da área para exposição dos animais e dos leiloeiros.

Enquanto não conta com o novo local, o Sindicato Rural de Corumbá promove em março o primeiro leilão do ano. Serão ofertados via Leiloboi 130 reprodutores Nelore PO com exame andrológico completo no certame realizado pela Nelore Di Gênio.

CORUMBÁ

Sindicato Rural de Três Lagoas vai aumentar número de salas para atender a alta demanda por cursos

O Sindicato Rural de Três Lagoas pretende ampliar o número de salas de aula e aprimorar a estrutura nos espaços já existentes para atender aos alunos dos cursos técnicos presenciais e semipresenciais oferecidos em parceria com o Senar/MS. O presidente da instituição, Bruno Ribeiro, explica que Três Lagoas é um polo nacional no setor florestal, impulsionado pelas empresas de produção de celulose que atuam no município, além de possuir uma agropecuária robusta em diversas atividades, demandando mão de obra altamente qualificada.

“Sempre que abrimos inscrições para um novo curso, há uma ‘chuva de candidatos’, mas com nossa estrutura atual conseguimos comportar apenas duas turmas. A ampliação é o compromisso principal e objetivo de toda a nossa diretoria”, destaca Bruno.

A diretoria, presidida por Bruno, tomou posse em novembro do ano passado. Completam o quadro de dirigentes: Marcos Ribeiro (vice-presidente), Silvio Miura (1º secretário), Joana Arantes (2º secretário), Kennides Filho (1º tesoureiro), Ruy

Filho (2º tesoureiro), Thiago David (conselheiro fiscal), Leda Garcia de Souza (conselheira fiscal) e Oracilda Freitas (conselheira fiscal), Stéphanie Gobato (delegada representante), Laerte Junior (diretor suplente), Marcelo Oliveira (diretor suplente), Éverton Ottoni (diretor suplente), Getúlio Falco (diretor suplente), Joaquim Sanches (conselheiro fiscal suplente), Angelo Tibery (conselheiro fiscal suplente) e João Vitor Vasconcellos (conselheiro fiscal suplente).

Agenda
Agro
TRÊS LAGOAS
Sindicato de Angélica planeja reformas na estrutura e já tem 185 cursos confirmados para 2024

O presidente do Sindicato Rural de Angélica, Giancarlo Gisuatto, revela que tem vários projetos em vista para 2024, como reformas, com a ampliação de espaços na sede da instituição, além da aquisição de móveis novos para a cozinha. Giancarlo assumiu a direção da entidade no ano passado, a partir do falecimento do seu pai, Antônio Gisuatto, então presidente do sindicato. Com isso, surgiu o convite para assumir os projetos do pai e lutar pelo agronegócio do município.

“No começo eu não queria. Mas conversei com minha esposa e resolvi aceitar o convite para honrar o que o meu pai fez pela cidade durante mais de 15 anos. O Sindicato Rural era a paixão dele. Até então, não entendia. Mas hoje, isso é claro para mim. O quão importante e gratificante é o nosso papel”, completa.

Além da melhoria da infraestrutura, Giancarlo revela que, para este ano, já tem 185 cursos confirmados em parceria com o Senar/MS. “É muito bonito ver o papel do Senar/MS e da Famasul para

a população do campo. Sinto um orgulho muito grande em poder participar e viver tudo isso. Sei que meu pai está contente como eu estou exercendo essa função tão importante como outros presidentes do estado”, comenta.

Outra iniciativa importante da gestão foi a organização da feira agropecuária do município, que aconteceu em dezembro de 2023.

ANGÉLICA
Terenos recebeu a 140ª edição do programa Saúde do Homem e da Mulher Rural

A última edição do programa Saúde do Homem e da Mulher em 2023 foi realizada em Terenos. A 140ª edição apresentou números muito positivos, com 229 procedimentos realizados e 187 pacientes atendidos, segundo o balanço do Sistema Famasul e Senar/MS.

“É um prazer estar em Terenos pela primeira vez com o programa Saúde do Homem e da Mulher Rural. Este programa é muito importante para nós. Parabéns a todos que vieram para cuidar de sua saúde”, destacou o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, na abertura.

O presidente do Sindicato Rural de Terenos, Lucicleiton da Rocha, agradeceu a parceria da Famasul e da prefeitura do município na realização da ação. “Ficamos muito felizes em trazer o programa para Terenos. Quero agradecer ao Marcelo Bertoni, nosso presidente da Famasul, e ao prefeito Henrique pela parceria de sempre”, comentou.

A ação proporcionou exames e consultas gratuitas nas especialidades de ginecologia, urologia, pediatria, oftalmologia e dermatologia.

“Esta é a primeira ação que estamos realizando com o Senar, mas a porta fica aberta para as próximas. Algumas dessas especialidades que teremos no evento não estão disponíveis em Terenos. Agradecemos por lembrarem da nossa cidade”, disse o prefeito Henrique Wancura Budke.

O programa encerrou o ano com 10 mil procedimentos e 7,5 mil pacientes atendidos. Desde 2016, quando foi criado, o Saúde do Homem e da Mulher Rural contabiliza 46 mil procedimentos e beneficia 33,8 mil pessoas.

TERENOS

Famasul em Ação

Presidente da Famasul e governador Eduardo Riedel na entrega da Lei do Pantanal na Alems

Diretor-tesoureiro da Famasul, Frederico Stella, no lançamento do Asumas de Sustentabilidade

Superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan, na convenção anual da entidade

Diretoria da Famasul comemorou decisão do governo de MS em manter alíquota de ICMS

Bertoni e comando da PM planejam ações para combater incêndios florestais

Bertoni em reunião com deputado Coronel David e presidente da Acrissul, Guilherme Bumlai

Diretoria da Famasul em agenda com sup. do Banco do Brasil, Omar Vasconcelos

Sistema Famasul promoveu em 2023 o primeiro Encontro Mulheres em Campo

36 • REVISTA FAMASUL • DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024
Marcelo Bertoni nas comemorações dos 25 anos da Assoc. Novilho Precoce Frederico Stella participou das discussões do VI Fórum PNEFA-MS

Presidentes da Famasul e da Acrissul com a secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza

Presidente do Sistema Famasul em reunião com titular da Deleagro, Mateus Zampieri

Sistema Famasul participou de audiência pública sobre invasões em Guaíra, no Paraná

No Sebrae/MS, Bertoni e Riedel lançam o MS Empreende Mais

Debate sobre as perspectivas para o Brasil e o futuro do setor no MS Agro 2023

Rudy Ferraz e presidente do Sistema Famasul na Conferência Estadual da Advocacia

Diretoria da Famasul recebe a visita do cônsul de Luxemburgo, André Bezerril

DEZEMBRO A FEVEREIRO 2024 • REVISTA FAMASUL • 37
Premiação do Concurso Agrinho marcou encerramento das atividades do programa em 2023 Bertoni, Galvan e senadora Tereza Cristina no Prêmio CNA AgroBrasil 2023 Bertoni com governador Riedel e ministras Simone Tebet e Marina Silva na assinatura da Lei do Pantanal

Agro Doc

Créditos: 1) Leandro Abreu - comunicação Sistema Famasul - em Água Clara; 2) Camila Isabela Dionisio Santos, cirurgiã dentista do Programa Sorrindo no Campo; 3) Produtor de Arroz - Marcus Deleao - técnico de campo do Senar/MS; 4) Stéfani Yumi Brasil Kurose - analista;
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5) Coxim - Regiane Miranda - Detec - Sistema Famasul em Coxim
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