Versátil Magazine Edição 25

Page 8

Rodolfo Poppi

educação

O FUTURO DAS ESCOLAS OU A ESCOLA DO FUTURO? por Rodolfo Poppi á escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas”, é com essa afirmação de Rubem Alves (autor do livro A Escola Com Que Sempre Sonhei Sem Imaginar Que Pudesse Existir) que a Escola Desembargador Amorim Lima apresenta seus princípios educativos, inovando e criando um novo método de educar os seus alunos. Na escola o aluno se torna um pesquisador, criando seu próprio conhecimento. A partir do seu roteiro de trabalho do dia, ele pode optar por diversas maneiras de ser o protagonista da sua aprendizagem, podendo contar com o apoio dos colegas de grupo de estudo, com o professor, ou por pesquisas nos computadores. A criança tem autonomia para criar a própria estratégia de aprendizado. Há 43 anos, a então “Escola Agrupada Municipal da Vila Indiana” passou a ser conhecida como “Escola de Primeiro Grau Desembargador Lima. Nessa época a escola possuía grades nas janelas, era cercada por alambrados e arames farpados. No ano de 1996 a escola obteve seu regimento próprio, tornando-se a “Escola Municipal de Ensino Fundamental – EMEF - Desembargador Amorim Lima”, localizada no bairro do Butantã em São Paulo. Transformar o “jeito tradicional” de ensino em algo inovador e estimulante é o principal atrativo da escola. O projeto teve início em 2004 e hoje conta com 780 alunos. A nova maneira de ensino já surpreende quando nos deparamos com a ausência de paredes entre as salas de aula. Agora os alunos se encontram em um grande salão, separados em grupos de cinco crianças. 8

Eles formam grupos de estudo onde um colega ajuda o outro. Eles variam e se misturam em alunos que na “maneira tradicional” estariam no ensino fundamental, da quinta a oitava série. A ideia é tornar o salão em um grande centro de pesquisa denominado Tutoria. Se alguma dúvida surgir durante o estudo coletivo e os colegas de estudo não conseguirem sanar, o professor, aqui também denominado como tutor, os auxilia e esclarece as dúvidas. Nesse local de estudos, os alunos recebem os livros didáticos adodatos pela rede pública do país. “Todas as escolas têm o mesmo conteúdo, que é definido pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), mas a forma como trabalhamos o conteúdo é diferente”, explica Ana Elisa Siqueira, diretora da escola há 16 anos. No começo do ano letivo os alunos definem um roteiro de estudo, um projeto de pesquisa. Os alunos têm autonomia para decidirem suas tarefas dentro da escola. O aluno da 8ª série Matheus Bianco, 14 anos, estuda na escola desde a 1ª série. Ele conta que agora que chegou à última etapa da escola, está tendo que se esforçar um pouco mais. “Nós, os alunos do ciclo 2, que abrange a 7ª e 8ª série, temos uma espécie de treinamento de adaptação para que assim que concluirmos os estudos do ensino fundamental, possamos chegar ao ensino médio, em um outro colégio, no mesmo nível dos alunos de outras escolas. Para isso a escola disponibiliza aulas de reforço no período noturno e temos que realizar um trabalho de conclusão de curso, TCC,


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.