Política
Vereadora de esquerda sofre processo de cassação por debate sobre drogas
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Bebidas
Curitiba e interior têm mortes por bebidas contaminadas com metanol
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Política
Vereadora de esquerda sofre processo de cassação por debate sobre drogas
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Bebidas
Curitiba e interior têm mortes por bebidas contaminadas com metanol
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A alta de 9,2% nos aluguéis em 2025 fez o valor médio superar R$ 2 mil, restringindo o acesso à moradia no centro de Curitiba. Classificado como “gentrificação silenciosa”, o fenômeno empurra pessoas de baixa renda para regiões periféricas, com infraestrutura limitada. O reflexo da falta de moradia própria está na fila da COHAB, que tem 43 mil famílias à espera de uma casa.
Editoria | pag.6
CULTURA
Curitiba tem aulas gratuitas de dança no CIC, São Francisco e Tatuquara
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Cidade teve alta de 40% no número de novas construções, mas os lançamentos não são acessíveis à maior parte da população

A alta no preço dos livros físicos, somada às mudanças de hábitos dos leitores, tem feito o mercado industrial crescer a partir da venda de livros digitais. Esses produtos são mais baratos que os de versão física e representam uma alternativa à escalada de preços dos exemplares impressos.
Os livros de papel acumulam um aumento de preço superior a 20% nos últimos
cinco anos, reflexo dos custos de produção, transporte e distribuição. Com isso, livros físicos que costumavam custar até R$ 20 passaram a ser vendidos por preços acima de R$ 30, chegando até a R$ 45. Em contrapartida, o segmento digital cresceu quase 39%, com aumento real de 33% no faturamento das editoras, e é cada vez mais popular.
Editoria | pag.11

Para estimular as vendas, livrarias criam promoções exclusivas com brindes e benefícios para leitores.
Coletivos femininos ganham espaço na cidade promovendo atividades esportivas e de bem-estar, como yoga, cerâmica, pintura, skate e circo. A participação nos eventos favorece a criação e o fortalecimento de amizades. Espe-
cialista avalia que os grupos funcionam como resposta à sobrecarga e fragmentação social feminina na sociedade.
Esporte | pag. 8
N o dia 28 de Outubro ocorreu a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, sendo comemorada por uns e lamentada por outros. Ganhando repercussão internacional e dividindo opiniões acerca de um tema que está na sociedade brasileira há tempos, sobre quais são os limites do uso da força policial.
A “Operação Contenção”, ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro,e tinha como objetivo cumprir 100 mandados de prisão de membros do Comando Vermelho,movendo 2,5 mil agentes em um confronto que durou horas e deixou o total de 121 mortos, número maior do que no Carandiru em 1992. A ação policial teve a aprovação de 64% por parte da população do Rio de Janeiro, mesmo com 17 dos mortos da operação não tendo nenhum histórico criminal.
Segundo o Anuário de Segurança Brasileira de 2025, entre 2014 e 2024 foram 60.394 vítimas de letalidade policial. Neste mesmo documento é datado que 82% das vítimas de letalidade policial são negros, e o risco de uma pessoa negra ser morta pela Polícia é 3,5 vezes maior do que de uma pessoa branca. Tendo em vista esses dados, podemos olhar que o treinamento da polícia brasileira, prende o agente em uma narrativa que coloca uma camada específica da sociedade como inimiga, sendo que na realidade os verdadeiros chefes dessas organizações criminosas são as que têm todos os privilégios sociais e também, são as mais poderosas no nosso cenário político.
O filme “ Tropa de Elite 2” se conecta com a realidade brasileira neste ponto. No longa é retratado como até mesmo as
Otema da redação do Enem foi “perspectivas acerca do envelhecimento da sociedade brasileira“. A discussão não é recente. Na década de 1980, houve alargamento na faixa intermediária da pirâmide etária (os adultos). Os censos do IBGE dos anos 2000, 2010 e 2022 confirmaram a tendência de envelhecimento, com aumento significativo de idosos.
Segundo projeções do IBGE, o país poderá ter 75,3 milhões de pessoas idosas em 2070 — o equivalente a 37,8% da população. No Paraná, 1,9 milhão de habitantes têm 60 anos ou mais, o dobro do registrado há duas décadas. O crescimento é acompanhado pela redução da taxa de fecundidade e pelo aumento da expectativa de vida, o que redesenha o perfil social e econômico do país. Trata-se de um processo inevitável; mas, nem por isso, negativo.
O envelhecimento populacional
tende a pressionar sistemas previdenciários e de saúde, mas também inaugura novas dinâmicas econômicas. A chamada economia prateada, que movimenta setores como o turismo, o mercado imobiliário e os serviços especializados em bem-estar, começa a ganhar força. No entanto, o potencial desse fenômeno depende menos da idade e mais da forma como a sociedade enxerga o envelhecer.
Ainda predomina uma visão que associa a velhice à inatividade, o que limita políticas e práticas inclusivas. Enquanto o Japão e União Europeia transformam o envelhecimento em vetor de inovação e produtividade, o Brasil segue preso à lógica de exclusão etária. O desafio, portanto, não está apenas nos números do IBGE, mas na capacidade de adaptar instituições, trabalho e consumo a uma sociedade que, inevitavelmente, será mais velha — e, se bem compreendida, também mais diversa e dinâmica.
instituições que deveriam nos proteger do crime organizado, estão filiados a ele, com militares de alta patente, deputados e governadores sendo diretamente ligados a estas organizações criminosas, sendo parte de uma estrutura articulada que faz o crime continuar existindo.
É fato que a violência causada pela guerra das drogas está cada dia mais brutal, porém também é mais normalizada pela sociedade, chegando até a ser celebrada, caso do próprio Governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que disse publicamente - “ A operação foi um sucesso “.
Comemorar ocorridos como esses apenas alimenta o lema “Bandido bom, é bandido morto” que por sua vez, serve para fortalecer um discurso que defende que os próprios agentes
do Estado atuem com mais violência perante as massas marginalizadas, reforçando e comunicando para a população o estigma de que certas vidas valem menos na nossa sociedade.
Quando esse tipo de mensagem se espalha pelas comunidades perféricas, ela alimenta o sentimento de abandono e descrença nas instituições, e da continuedade a um ciclo que se diz combater.
Enquanto o Estado investir em mais fuzis do que em educação de qualidade, continuará derramando mais sangue e dando seguimento a uma guerra cada vez mais violenta. A segurança não se constrói com mais sangue, mas sim com educação e justiça.

REITOR
Ir. Rogério Renato Mateucci
Ângela Leitão
COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO
Suyanne Tolentino De Souza
COORDENADORA EDITORIAL
Suyanne Tolentino De Souza
COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL
Renan Colombo (DRT-5818-PR)
COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO
Rafael Andrade
TRADUÇÃO
Natália Prezutti
FOTO DA CAPA Helena Coppieters
Parlamentar discutiu a política de redução de danos de enfrentar o problema do consumo de drogas e foi acusada, por colegas, de quebra de docoro
A vereadora Professora Ângela (PSOL), de Curitiba, é mais uma parlamentar municipal de esquerda a enfrentar processo de cassação na atual legislatura, devido a uma palestra sobre saúde e política de drogas. Processos semelhantes foram enfrentados pela vereadora Brisa Bracchi (PT), de Natal/RN; e pelo vereador de Hamilton de Assis (PSOL), de Salvador/BA.
A assessoria da vereadora informa que o tema da audiência pública que deu origem à denúncia contra ela foi “Segurança Pública, Saúde e Política de Drogas na cidade de Curitiba”, na qual se debateu como a guerra às drogas violenta comunidades e não soluciona o problema do tráfico. Também foi discutida a política de redução de danos como estratégia e forma de garantir autonomia aos usuários.
A denúncia ocorreu por conta de cartilhas preparadas e distribuídas, durante a audiência, para profissionais de redução de danos, da saúde e para usuários de substâncias químicas, com a intenção de informar e educar. A vereadora acredita que o material foi tirado de contexto ao ser publicado em redes sociais, uma vez que os próprios vereadores que protocolaram o pedido de cassação do seu mandato têm ciência da política de redução de danos.
“E, mesmo assim, deram seguimento à perseguição contra nós”, disse a professora, protestando contra a tentativa de silenciamento de quem ousa falar sobre política de drogas, enfocando a autonomia e o cuidado com os usuários.
Denúncia e encaminhamento
A denúncia foi feita pelos vereadores Bruno Secco (PMB) e Da Costa (União Brasil), junto ao Ministério Público do Paraná. O órgão disse não identificar crime algum na cartilha distribuída, solicitando arquivamento
do caso, por entender que a vereadora tem imunidade parlamentar e realizou debate de interesse de saúde pública.
O caso também foi levado à Corregedoria da Câmara. Na investigação prévia, o corregedor Sidnei Toaldo (PRD) concluiu
Já Da Costa comenta que a denúncia foi feita para proteger a imagem da Câmara Municipal de Curitiba, que, segundo ele, foi prejudicada pela repercussão negativa do caso. Ele também citou que a cartilha distribuída poderia ser facilmente associada a algo inofensivo por crianças
Vereadora diz que material foi tirado de contexto ao ser publicado nas redes
que havia indícios de descumprimento do Código de Ética e Decoro Parlamentar. Em razão da gravidade do enquadramento dado pela Corregedoria, o caso não foi levado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Nessa situação, a abertura de uma Comissão Processante foi submetida ao plenário, que decidiu pela abertura da investigação, por 29 a 6 votos. A CP é formada por Renan Ceschin (Pode), presidente; Olimpio Araujo Junior (PL), relator; e Zezinho Sabará (PSD).
Em 26 de setembro, os vereadores Da Costa e Bruno Secco se apresentaram para depor, à própria Câmara, sobre o caso. Segundo Secco, a audiência pública feita pela vereadora foi um meio para fazer a distribuição da cartilha, cujo teor, segundo ele, tinha incentivo ao uso de substâncias ilícitas, extrapolando o caráter informativo, como dito pela vereadora. Ele afirmou que frases do material impresso, com o logotipo do mandato da parlamentar, não se limitam a reduzir danos, mas sugerem uma iniciação consciente ao uso.
e adolescentes, o que, em sua avaliação, aumenta a gravidade do caso, pelo seu formato lúdico e colorido. Da Costa também comentou sobre o posicionamento do Ministério Público do Paraná: ele disse que, embora respeite a decisão do órgão, considera que a cartilha contém trechos que configuram indícios de apologia às drogas.
Defesa da vereadora
parlamentar também acredita na mobilização e no apoio de populares, personalidades e organizações que trabalham com redução de danos, para que assim possa continuar a fomentar o debate sobre novas políticas de drogas no Brasil.
O que é cassação
A cassação de um mandato é a perda do cargo eletivo por parte de um titular de mandato, em decorrência de infrações político-administrativas. A cassação de um vereador pode ocorrer de diversas formas, primeiramente se o vereador usar seu mandato para cometer atos corruptos, demonstrando desvio de conduta e quebra de confiança pública. Em segundo lugar, pode ocorrer se o vereador fixar sua moradia fora do município que representa, criando uma desconexão com os interesses locais. Por fim, pode ser fruto de uma conduta incompatível com o decoro da Câmara ou falta de decoro na conduta pública do vereador.
Leia mais
Gráfico mostra casos de cassação de vereadores ao longo dos anos
A defesa da vereadora Professora Ângela cumpriu todas as etapas do processo de cassação e aguarda o voto do relator. A portalcomunicare.com.br

O caso da vereadora professora Ângela não é o primeiro caso de processos de cassação contra vereadores de esquerda. Brisa Bracchi (PT) e Hamilton de Assis (PSOL) também já enfrentaram a situação.
Vereadora Brisa Bracchi (PT – Natal)
Vereadora Brisa Bracchi e vereador Hamilton de Assis já passaram pelo mesmo processo emfrentado pela professora. tação do projeto que tratava do reajuste salarial do funcionalismo público, indicando uma quebra de decoro parlamentar. O caso foi analisado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que arquivou o caso no dia 22 de outubro. Hamilton comemorou o encerramento do processo e reafirmou seu compromisso com as lutas populares e com a defesa dos trabalhadores.
A vereadora de Natal Brisa Bracchi (PT) foi denunciada pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil), que a acusa de uso de emendas parlamentares para “autopromoção e questões políticas”. O caso em questão envolve a festa ‘Rolê Vermelho’, divulgada pela vereadora desde o dia 18 de julho, data em que a Polícia Federal fez uma operação contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Faustino alega que os banners do evento levavam no subtítulo a frase “Bolsonaro na cadeia”, configurando como uma festa político-partidária. O caso em questão ainda está em anda-
mento, aguardando a análise da Comissão Especial da Câmara Municipal de Natal para poder seguir à votação no plenário.
Vereador Hamilton de Assis (PSOL – Salvador) O vereador de Salvador Hamilton de Assis (PSOL) é outro que teve de enfrentar pedido de cassação. Ele foi acusado de participar da invasão dos servidores e professores no plenário da Câmara de Salvador durante a vo-
Projeto, que foi aprovado por uninamidade na Câmara dos Deputados, afetará a vida de 1,1 milhão de paranaenses
Álvaro Fischer Xavier, Felipe Grupenmacher , Rômulo Mazur
2º Período
A aprovação do Projeto de Lei 1087/25, que isenta do pagamento de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, deve gerar impacto no cenário político do Paraná, especialmente no contexto eleitoral. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no começo de outubro, em votação unânime, e deve isentar os impostos de 846 mil paranaenses. Cerca de 347 mil cidadãos do estado devem receber descontos progressivos, por estarem incluídos na faixa na renda entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês.
Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma postagem em 2022, a isenção de impostos era uma das propostas de seu governo. “É preciso de

“É uma política que visa reduzir a injustiça fiscal. Os tributos são caros para quem está nessa faixa de renda. Enquanto isso, quem arrecada mais têm mecanismos
para a candidatura à Presidência. Considerado um partido de centro, o PSD não teve representantes no cargo de Presidente da República desde a refundação, em 2011.
“Quem arrecada mais têm mecanismos para proteção de seus tributos, de forma que pagam minimamente, se comparado a outros países.”
uma política tributária progressiva. Quem ganha mais, paga mais. Por isso, estamos propondo isenção do imposto de renda de até R$5 mil”, afirmou o então candidato.
A reforma tributária segue sendo uma das prioridades do governo de Lula, com a isenção de impostos sendo um dos projetos apresentados na atual fase de regulamentação. Segundo o plano do governo, a reforma simplificaria e reduziria a tributação do consumo. Tais promessas e ideais se relacionam com o prospecto positivo de Lula para as eleições de 2026.
Segundo o economista político Daniel Rodrigues Poit, a decisão tem impacto sobre o atual clima político do Brasil, envolvendo as eleições de 2026. “Decisões como esta certamente têm cunho político e eleitoral. O projeto volta os olhos para uma população maior. O político conta os votos e faz aquilo que beneficia a maioria”, afirma.

para proteção de seus tributos, de forma que pagam minimamente se comparado a outros países”, complementa.
Poit também afirma que tais propostas têm lados positivos, mas não resolvem problemas intrínsecos da economia brasileira. “Existe um lado positivo, que insere essas pessoas no mercado de consumo. Mas a situação se complica quando este auxílio não tem data de validade. Oportunidades de trabalho e desenvolvimento de uma renda fixa para estas populações poderiam ser exploradas pelos governos atuais, mas são substituídas por favorecimentos paternalistas, sem contrapartida em termos de resultado prático para a sociedade.”
Segundo a Quaest, a desaprovação ao mandato do presidente Lula no Paraná chegou a 64% em agosto de 2025. Nacionalmente, 47% da população brasileira aprova o atual governo e 49% desaprova, de acordo com dados do Instituto Paraná Pesquisas do fim de outubro.
Ratinho Jr. e eleições
O atual governador do estado do Paraná, Ratinho Jr (PSD), é um dos políticos cotados para ser candidato à Presidência da República em 2026, pelo PSD, cuja bancada votou unanimemente a favor do Projeto de Lei 1087/25.
Segundo dados da Quaest em agosto de 2025, 84% da população paranaense aprova o governo de Ratinho Jr, com uma taxa de 71% considerando-o positivo. Considerado o maior partido do Brasil em número de votantes (37 milhões em 891 cidades), o PSD pode investir no atual governador como sua aposta
Impacto econômico no Brasil Um estudo realizado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda aponta que a proposta do PL 1087/25 tende a tornar o sistema mais progressivo, reduzindo a desigualdade de renda e aumentando a carga efetiva dos contribuintes mais ricos.
O estudo indica que, no modelo atual, o 0,01% mais rico paga apenas 5,67% de imposto efetivo. Sob a reforma completa, essa porcentagem subiria para aproximadamente 9%, enquanto trabalhadores que recebem menos de 5 mil poderiam ser dispensados. Representando um avanço na justiça tributária, com o índice de Gini caindo de 0,539 para 0,524.
Entretanto, a própria pesquisa indica que o benefício social da proposta depende de sua aplicação integral. Caso apenas a faixa de isenção seja ampliada, sem contrapartida na tributação das rendas altas, a desigualdade pode até aumentar, e o custo fiscal seria absorvido pelo orçamento público sem retorno distributivo.
Impacto econômico no Paraná Segundo a presidente do Instituto de Direito Tributário do Paraná, Carolina Chaves Hauer, o Projeto de Lei 1087/25 deve afetar economicamente o estado do Paraná, pois, embora o Imposto de Renda seja federal, parte do que é arrecadado vai para estados e municípios, por meio dos fundos constitucionais (FPE e FPM). “Se a arrecadação do IR cair, esses repasses também diminuem, o que pode afetar as finanças do Paraná e das prefeituras, caso o governo
federal não adote medidas para compensar essa redução”, explica Carolina.
Na visão da presidente do IDTPR, é uma medida positiva, porque reduz a carga para quem ganha menos e reforça a tributação sobre quem ganha mais. No entanto, ela alerta sobre outros impostos que são pagos pelos brasileiros de forma indireta, no consumo principalmente, o que quer dizer que a isenção dada no IR não abrange esses impostos. Então, ninguém ficará sem pagar imposto.
Para Carolina, a proposta é um alívio real para trabalhadores de baixa e média renda. Segundo estimativas do governo, o desconto pode chegar a cerca de R$ 312 por mês para quem ganha até R$ 5 mil; e até R$978 para quem recebe até R$ 7.350. Ou seja, quem hoje paga algo entre R$ 300 e R$ 400 de imposto por mês poderá deixar de pagar. “Esse dinheiro volta para o orçamento da família e ajuda a pagar contas, fazer compras e movimenta a economia local”, completa.
Neste momento, a proposta segue para o Senado. A compensação para arrecadação de Imposto de Renda virá de cerca de 141,4 mil contribuintes considerados de alta renda; ou seja, com rendimento tributário de até R$600 mil por ano. Segundo a Quaest, 60% da população com renda de mais de cinco salários mínimos desaprova o governo Lula, de acordo com dados de agosto de 2025.
Ratinho Junior foi, em seu governo, responsável por medidas de isenção de IPVA de motocicletas de até 170 mil cilindradas em 2024; e pela redução da alíquota do imposto de 3,5% para 1,9% sobre o valor venal dos veículo, no ano seguinte.
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Isenção de Imposto deve afetar cenário político estadual
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Substância altamente tóxica, o metanol é praticamente impossível de ser identificado pelo gosto ou cheiro, tornando a fiscalização e a conscientização da população essenciais para evitar novos acidentes
O debate sobre a falsificação de bebidas e a intoxicação por metanol ganhou destaque no Brasil nas últimas semanas. Em 20 de outubro, o Paraná confirmou o primeiro óbito por intoxicação de metanol no estado: um homem de 55 anos, residente de Foz do Iguaçu, deu entrada em uma UPA após ter ingerido bebida alcoólica um dia antes. Mais duas mortes foram confirmadas poucos dias depois, a de uma mulher de 44 anos, em Curitiba; e a de um homem de 43 anos, em Almirante Tamandaré.
O aumento expressivo das ocorrências tem causado preocupação, já que, segundo a DataFolha, 49% dos brasileiros com 18 anos ou mais consomem bebidas alcoólicas.
Nos últimos anos, episódios de intoxicação por metanol, que é álcool metílico altamente tóxico,
tural para o etanol é a ausência de um átomo de carbono, é altamente tóxico.
Odorico explica que, embora o metanol possa surgir naturalmente em pequenas quantidades durante a fermentação de frutas ricas em pectina, o verdadeiro perigo está na adulteração
garantam segurança, além da possibilidade de adulteração intencional da bebida, fatores que aumentam significativamente o risco para o consumidor.
De acordo com o Odorico, não há método caseiro capaz de identificar o metanol em uma bebida, já que a substância é
“Bebidas adulteradas com metanol provocam mortes recentes.”
e na destilação inadequada, comuns em produções ilegais. Nesses casos, a falta de controle técnico e a possível adição de solventes industriais elevam

têm sido associados ao consumo de bebidas adulteradas ou produzidas de forma clandestina. Segundo o professor Rafael Odorico Vieira, docente de Química do Colégio Medianeira, o metanol é diferente do etanol presente nas bebidas comuns e, quando metabolizado pelo organismo, gera formaldeído e ácido fórmico, compostos que afetam o nervo óptico e podem causar cegueira ou até morte. A professora Michelle Budke, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o metanol, um álcool cuja diferença estru-
significativamente o risco de contaminação.
Sintomas e Buscas
A contaminação ocorre, geralmente, quando bebidas são produzidas de forma artesanal ou clandestina, sem fiscalização nem controle de qualidade; em indústrias licenciadas, o metanol é separado durante o processo de destilação, o que reduz o risco. A produção clandestina sofre com equipamentos inadequados, ausência de conformidade com normas técnicas e falta de análises laboratoriais que
incolor e praticamente indistinguível do etanol pelo gosto ou pelo cheiro.
Ele destaca ainda que os sintomas de intoxicação podem demorar a aparecer, o que torna essencial procurar atendimento médico imediato em casos suspeitos. Para o professor, a conscientização da população e a fiscalização sanitária são as medidas mais eficazes para evitar tragédias.
A diretora do Hospital Santa Casa, Mirella Massolo, orienta que a população procure atendimento médico caso apresente sintomas entre 6 e 72 horas após ingerir bebidas destiladas.
Entre os sintomas relatados estão náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaléia , confusão mental, vertigem e visão borrada. Nessas unidades de saúde, são realizadas avaliações e administrados medicamentos até que os resultados dos exames confirmem ou descartem a contaminação.
Todos os casos suspeitos devem ser comunicados à Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba. Mirella destaca, ainda, que o consumo de bebidas deve ser evitado até que a situação envolvendo a falsificação de destilados esteja totalmente sob controle.

saúde, são realizadas avaliações e administrados medicamentos até que os resultados dos exames confirmem ou descartem a contaminação.
Todos os casos suspeitos devem ser comunicados à Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba. Mirella alerta ainda que o consumo de bebidas deve ser evitado até que a situação envolvendo a falsificação de destilados esteja totalmente sob controle.
Os casos recentes evidenciam que a intoxicação por metanol continua sendo uma ameaça real à saúde pública. A falta de fiscalização e a produção clandestina de bebidas aumentam significativamente o risco para os consumidores, tornando essencial a atuação conjunta de autoridades sanitárias, pesquisadores e do setor privado para prevenir novas tragédias.
A conscientização da população sobre os perigos do consumo de bebidas adulteradas e a busca imediata por atendimento médico em casos suspeitos são medidas cruciais para reduzir o número de vítimas. Enquanto soluções inovadoras, como o canudo detector de metanol, ainda não estão amplamente disponíveis, a prevenção e a informação permanecem como as ferramentas mais eficazes para proteger a saúde da comunidade.
O Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade Federal do Paraná (LabRMN-UFPR) está realizando análise de bebidas alcoólicas para detectar a presença de metanol. Recentemente, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) fechou um acordo com o laboratório, com o fim de disponibilizar bebidas para teste. Foram mais de 300 garrafas testadas, todas com resultados negativos.
Cresce alerta sobre metanol em bebidas adulteradas
Com os aluguéis chegando aos R$ 2 mil, morar no Centro de Curitiba se tornou um luxo, empurrando moradores para as periferias
E m fevereiro de 2025, o valor médio do aluguel em Curitiba ultrapassou os R$ 2 mil, segundo o Inpespar e o Secovi-PR, e chegou a R$ 2.050 no mês seguinte. A alta de 9,2% em relação a março de 2024, acima da inflação, reflete a valorização contínua do mercado imobiliário na capital. De acordo com o FipeZAP, o preço médio do metro quadrado atingiu R$ 43,00/m², consolidando uma tendência de aumento que vem tornando o centro da cidade cada vez mais caro para morar.
Para quem vive ou vivia nas regiões centrais, o impacto é sentido de forma direta. A cada reajuste, o custo de permanecer perto do trabalho e dos serviços públicos cresce, e morar no centro se torna um privilégio para poucos.
A gentrificação silenciosa
Segundo a urbanista e pesquisadora da UFPR Madianita Nunes da Silva, o processo vivido por Curitiba é um exemplo de “gentrificação silenciosa”, quando o aumento gradual dos preços expulsa antigos moradores sem que haja uma mudança abrupta ou planejada. “O centro se torna inviável para quem sempre morou lá. A cidade vai empurrando os cidadãos para cada vez mais longe”, explica.
Além da pressão financeira, a pesquisadora destaca a perda de diversidade social e cultural. “O centro deixa de ser um espaço de convivência de diferentes grupos e passa a refletir apenas uma parcela mais rica da população”, afirma. Essa transformação muda a dinâmica da cidade, reduz o comércio local e esvazia as ruas fora do horário comercial.
“O direito à cidade é também o direito de se manter e permanecer nela.”
Com os aluguéis em alta, famílias de baixa e média renda acabam deixando o centro em busca de bairros mais acessíveis, onde o transporte público é a principal alternativa de locomoção. Ao mesmo tempo, novas construções e empreendimentos surgem nas áreas valorizadas, reforçando a desigualdade urbana e transformando o perfil dos bairros.
Quando o aluguel pesa demais
A experiência da estudante Ester Figueiredo ilustra esse cenário. Ela morava em um apartamento próximo à Rua XV de Novembro, mas viu o custo de viver no centro se tornar insustentável.
“Apenas o aluguel era pouco mais de R$ 1.000, e o condomínio variava entre R$ 720 e R$ 750. No total, chegava perto dos R$ 3.000”, conta. Para equilibrar as contas, dividia o apartamento com uma amiga.
Mesmo assim, decidiu se mudar para um bairro mais afastado, onde as despesas são menores.
“Mesmo com o gasto a mais com ônibus, ainda pago menos do que antes. No fim das contas, compensou bastante”, afirma.
A cidade que empurra para longe Histórias como a de Ester se multiplicam. Para a urbanista Madianita Nunes da Silva, o
fenômeno reflete um processo de “gentrificação silenciosa”. Com o aumento dos preços, famílias de baixa renda deixam o centro e ocupam regiões mais afastadas, onde a infraestrutura é precária e o transporte público é a única alternativa de locomoção. Enquanto isso, novas construções surgem nas áreas mais valorizadas, reforçando a desigualdade urbana.
Curitiba, antes referência em planejamento urbano, agora enfrenta o desafio de equilibrar crescimento e inclusão. Entre o progresso e o pertencimento, a cidade se redesenha, mas nem todos conseguem permanecer no mapa.

Com mais de 90 mil moradias em déficit e aluguéis em alta, Curitiba enfrenta o desafio de garantir o direito de permanecer na cidade enquanto o mercado imobiliário avança sobre as áreas centrais.
Segundo a Cohapar, Curitiba tem um déficit habitacional de mais de 90 mil moradias. A fila da COHAB já soma cerca de 43 mil famílias à espera de um lar, número que cresceu após o lançamento do programa Casa Curitiba, criado em parceria entre o município e o governo estadual.
Subsídios e esperança
De acordo com a COHAB, o programa busca facilitar o acesso à casa própria por meio de subsídios: R$ 10 mil concedidos pela prefeitura e R$ 20 mil pelo governo do Paraná, podendo chegar a R$ 90 mil no caso de idosos. O aumento nas inscrições, segundo o órgão, é visto como sinal de confiança.
“As pessoas voltaram a acreditar que podem conseguir uma moradia”, afirmou a companhia.
Mesmo assim, a COHAB destaca que não atua no mercado de aluguel, que é de responsabilidade da iniciativa privada.
“Quem paga aluguel no centro normalmente não é o nosso público. Nosso foco são famílias de baixa renda interessadas na casa própria”, explicou o órgão.
Construções em alta, moradias inacessíveis
Enquanto isso, o setor imobiliário segue aquecido. Dados do Sinduscon-PR indicam que o número de novas construções cresceu 40% em 2024, com pre-
visão de gerar 4,5 mil empregos em 2025. Porém, o avanço não tem se refletido em moradias acessíveis.
Em bairros como Batel e Água Verde, os aluguéis subiram mais de 30% desde dezembro de 2024, ampliando o contraste entre as áreas nobres e as regiões periféricas.
Retrofits e regularização fundiária
Para reduzir essa desigualdade, a prefeitura aposta em retrofits, reformas de prédios antigos transformados em moradias populares, e em programas de regularização fundiária, como o da Vila Tiradentes, no bairro CIC, que já beneficiou cerca de
390 famílias, segundo a Procuradoria-Geral do Estado.
Um desafio que persiste Mesmo com essas iniciativas, o desafio permanece grande. O custo de vida cresce mais rápido que a renda média, e morar próximo ao centro continua fora do alcance de boa parte da população curitibana.
Leia mais
Veja o gráfico como o aluguel no centro de Curitibadisparou nos últimos anos.
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As the rent prices get closer to R$2 thousand, living in the city center of Curitiba is getting harder, pushing residents away to the suburbs
The continuous increase of the rent prices in the center of Curitiba, whose increase exceeds inflation, is pushing the population to the suburbs. The phenomenon is known as gentrification and, although it’s not new, it has accelerated in recent years.
The average value of rent in Curitiba exceeded R$2 thousand in february of this year, according to Inpespar and Secovi-PR. The index reached R$2.050 by the next month. This increase represents a rise of 9,2% compared to march of 2024 and, is therefore above inflation. According to FipeZap, the average price per square meter reached R$43/m², consolidating this trend.
Silent Gentrification:
The process experienced by Curitiba is an example of “silent gentrification”, according to urban planner and researcher Madianita Nunes da Silva from UFPR. She explains that the gradual increase in prices drives out long-time residents without a plan of moving. “The city center becomes unviable for those who have always lived there. The city pushes citizens further and further away,” she says.
In addition to financial pressure, the researcher highlights the effect of loss of social and cultural diversity. “The city center ceases to be a space for coexistence of different groups and begins to reflect only a wealthier segment of the population,” she adds. This transformation changes the dynamics of the
“The right to the city is also the right to remain in it.”
city, reduces local commerce and empties the streets outside of business hours.
With high rents, low and middle income families end up leaving the city center in search of more affordable neighborhoods, where public transports are the main alternative for getting around. At the same time, new constructions and developments emerge in the valued areas, reinforcing urban inequality and transforming the profile of the neighborhoods.
When rent becomes too much:
The experience of student Ester Figueiredo illustrates this scenario. She lived in an apartment
near Rua XV de Novembro, but found the cost of living downtown to become unsustainable.
“The rent alone was just over R$1 thousand, and the condominium fees ranged between R$720 and R$750. In total, it came close to R$3 thousand,” she says. To balance the budget, she shared the apartment with a friend.
Even so, she decided to move to a more distant neighborhood, where expenses are lower. “Even with the extra cost of public transport, I still pay less than before. In the end, it was well worth it,” she says.
The city that pushes people away Stories like Ester’s are multiplying. For urban planner Madianita Nunes da Silva, the phenomenon reflects a process of “silent gentrification.” With rising prices, low-income families leave the city center and move to more distant areas, where infrastructure is poor and public transportation is the only mobility option. Meanwhile, new developments appear in more valuable areas, reinforcing urban inequality.
Curitiba, once a reference in urban planning, now faces the challenge of balancing growth and inclusion. Between progress and belonging, the city is reshaping itself — but not everyone is able to remain on the map.

With more than 90,000 housing units in deficit and rents on the rise, Curitiba faces the challenge of ensuring the right to remain in the city while the real estate market expands over central areas.
Curitiba has a housing deficit of over 90 thousand homes, according to Cohapar. The COHAB waiting list already includes approximately 43 thousand families waiting for a home, a number that has grown since the launch of the Casa Curitiba program, created in partnership between the municipality and the state government.
Subsidies and hope:
According to COHAB, the program seeks to facilitate access to homeownership through subsidies: R$10 thousand granted by the city hall and R$20 thousand by the Paraná state government, which can reach R$90 thousand in the case of senior citizens.
The increase in registrations, according to the agency, is seen
as a sign of confidence.
“People have started to believe again that they can get a home,” the company states.
Even so, COHAB emphasizes that it does not operate in the rental market, which is the responsibility of the private sector.
“Those who pay rent in the city center are usually not our target audience. Our focus is on low-income families interested in owning their own home,” the agency explains.
Construction booming, housing unaffordable: Meanwhile, the real estate sector remains strong. Data from Sinduscon-PR indicates that the number of new constructions
grew by 40% in 2024, with a forecast of generating 4,5 thousand jobs in 2025. However, this growth has not been reflected in affordable housing.
In neighborhoods like Batel and Água Verde, rents have risen by more than 30% since December 2024, widening the contrast between upscale areas and peripheral regions.
Retrofits and land regularization
To reduce this inequality, the city government is investing in retrofits—renovations of old buildings transformed into affordable housing—and in land regularization programs, such as the initiative in Vila Tiradentes, in the CIC district, which has already benefited around
390 families, according to the State Attorney General’s Office.
A persistent challenge
Even with these initiatives, the challenge remains considerable. The cost of living is rising faster than average incomes, and living near the city center continues to be out of reach for a large portion of Curitiba’s population.
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See the chart of rent prices in downtown Curitiba in recent years.
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Projeto Curitiba Delas, criado por Nicolly D’Ávila e Mariana Ramos, reúne participantes em encontros semanais com atividades físicas e oficinas coletivas, oferecendo um espaço de convivência, troca e bemestar na cidade
Curitiba vem registrando crescimento no interesse de mulheres em participar de atividades coletivas esportivas e de bem-estar, que promovem a criação e o fortalecimento de amizades. Um dos projetos que se destaca nesse movimento é o Curitiba Delas, fundado por Nicolly D’Ávila e Mariana Ramos.
Criado em fevereiro deste ano, o programa Curitiba Delas surgiu para aproximar mulheres que buscam fazer novas amizades e promover seu bem-estar por meio do movimento.
Os encontros, que ocorrem todas as semanas, reúnem dezenas de participantes em experiências que vão de yoga a aulas de skate, circo, cerâmica e pintura, sempre guiadas pela ideia de sair da rotina e criar conexões genuínas, o que facilitou o reconhecimento da iniciativa por diversas mulheres da cidade. Segundo Nicolly D’Ávila, a ideia surgiu de uma dor do universo feminino de não conseguir cultivar amizades principalmente após os 20 anos. “A gente pensou em criar o projeto no sentido de trazer uma oportunidade de nos conectarmos com outras mulheres. Nosso objetivo principal é nos juntarmos em um mesmo lugar para fazermos coisas diferentes, sairmos da mesmice e nos abrirmos a conexões e novas experiências, enquanto cultivamos o bem-estar e o movimento”, pontua.
Atividades diversas
As atividades físicas praticadas pelo grupo contemplam yoga, treinos funcionais, trilha, aulas de skate e de circo, corrida, pintura em tela e aulas de cerâmica. As criadoras afirmam que essas práticas são escolhidas com base no que as próprias participantes pedem: “Nós sempre abrimos oportunidades delas nos darem mais sugestões. Nós fazemos,
além disso, uma pesquisa de mercado para entendermos o que pode agradar o nosso público”.
tras mulheres. A proposta não se limita à prática esportiva; é também sobre criar um ambiente seguro, onde cada uma
“A convivência nesses grupos é fundamental porque transforma amizades em redes de apoio resilientes.”
“A gente tenta colocar no nosso calendário tudo o que está em alta e que tem uma certa procura dentro do universo feminino, para que consigamos agradar todos os gostos”, acrescenta Nicolly.
Público de todos os tipos
Como dito por Nicolly D’Ávila, o Curitiba Delas nasce como um espaço pensado para mulheres de todas as idades, corpos, níveis de preparo físico, histórias e rotinas, que encontram ali um ponto em comum: o desejo de se movimentar e estar entre ou -
se sinta acolhida para começar, recomeçar ou continuar seu próprio percurso, sem comparações, pressões ou expectativas externas.
Como se inscrever
As atividades possuem um número limitado de ingressos, mas as participantes interessadas têm acesso aos ingressos e à programação mensal da organização por meio do canal Curitiba Delas no Whatsapp divulgado em seu perfil do Instagram @curitiba.delas.

Larissa
O projeto A Boa também está ganhando fama entre as mulheres curitibanas. Criado inicialmente por Vitória Coraça e atualmente dirigido também por Polyana Venâncio e Denize Lara, o grupo tem como objetivo encontrar mulheres que tenham vontade de se conectar e aproveitar as diversas opções que Curitiba oferece para o lazer.
O grupo se divide em outros grupos menores, para que a vontade de todas seja atendida.
Atividades vão desde festas até treinos de beach tennis e são
promovidos pelo programa para conectar mulheres com o propósito de descobrir grupos mais acolhedores e seguros para se conectarem.
Uma das atividades promovidas foi o Desafio Vida Boa, em que as participantes foram acompanhadas durante 21 dias por duas nutricionistas e uma psicóloga na tentativa da criação de novos hábitos e de ter uma vida mais ativa. Essa iniciativa foi muito bem encarada por todas as envolvidas, que demonstraram sua felicidade nas redes sociais
A antropóloga Ana Julia Vaz, mestranda pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), afirma que o crescimento desses grupos de mulheres que unem socialização e atividade física funciona como uma resposta estratégica e consciente à sobrecarga feminina e à fragmentação social em que vivem. Segundo a antropóloga, culturalmente, a mulher ainda carrega a maior parte da carga mental e emocional de seus afazeres, e esses projetos são uma forma de reivindicarem esse tempo para o autocuidado. “Curitiba tem uma reputação de ser socialmente fechada. Esses grupos são uma reação cultural a essa rigidez. Eles usam os espaços públicos para criar calor humano de forma intencional”, conclui Ana Julia. Leia mais
Confira registros dos encontros do programa Curitiba Delas.
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no final do desafio ao ganharem prêmios pelo comprometimento no decorrer das atividades.
Outro projeto que demonstra essa relação de acolhimento com atividades físicas entre mulheres é o Yoga com Jana, uma iniciativa da professora, formada em Hatha Yoga, que apresenta a prática para um público que acredita que a atividade impõe limitações físicas e que não pode ser executada por todos. Para isso, além de um estúdio com horários de aulas coletivas, o projeto dispõe de uma plata-
forma online completa. O site oferece aulas gravadas e ao vivo, permitindo que cada participante pratique no seu próprio ritmo, em qualquer horário e lugar. Jana também disponibiliza suporte para tirar dúvidas e auxiliar na correção das posturas, garantindo que a experiência seja segura e personalizada.
A plataforma conta com diferentes planos de assinatura que variam entre R$ 60 e R$ 90. O projeto já reúne uma comunidade ativa nas redes sociais, com mais de 2 mil seguidores.
Eventos realizados na cidade também discutem pautas da comunidade LGBTQIA +, à qual a arte drag pertence
A arte Drag Queen vem ganhando espaços maiores no cenário cultural de Curitiba. Eventos especiais que ocorreram entre os meses de outubro e dezembro, além de espetáculos permanentes na cidade, fortalecem artistas Drag locais e as expressões culturais da comunidade LGBTQIA+.
“
O Drag Fest Curitiba - O Flashback, acontecerá no dia 13 de dezembro no Espaço Central, com o objetivo de exaltar e relembrar artistas Drag Queen que têm carreira consagrada na cidade, como Tinna Simpsom, que atua há 30 anos. “Nosso objetivo é abrir portas para todas as Drags”, afirma a descrição do evento.
contou com uma plateia cheia e apresentações de 20 artistas Drags e burlescas. Durante as apresentações, elas comemoraram a arte e declararam: “A arte Drag resiste.”
A engenheira de software Giulia Costa é uma admiradora da arte
“Sofremos por conta das nossas roupas, nossa linguagem, nosso estilo”, acrescentou Daniel, em uma conversa com outras artistas Drag no “Debatão”, terceiro dia do evento Combo Drag Week, que ocorreu dentro do prédio histórico da UFPR.
Queremos abrir portas para todas as Drags”
Drag Queen e estava presente na plateia do evento. “É um estilo de performance muito bonito”, diz. Para ela, eventos como esses têm importância na agenda cultural curitibana, representando o fortalecimento da comunidade LGBTQIA+ na cidade.
No último mês, o Combo Drag Week marcou Curitiba com a arte Drag e Burlesca em sua oitava edição, que foi comemora-
Tinna Simpsom e Juana Profunda reforçam a importância desses eventos para fortalecer e

tiva dos dez anos de carreira da dona do evento, Juana Profunda, interpretada por Daniel Valenzuela. “É o projeto da minha vida”, diz. A semana do evento contou com 50 artistas Drag Queen e burlescas, vindas de diferentes lugares da América Latina. Segundo Valenzuela, a diversidade de artistas convidadas para o festival é um dos fatores que enriquece o evento. “Cada uma traz sua individualidade”, detalha.
O primeiro dia do evento, que ocorreu no Clube Dom Pedro II,
exaltar a arte Drag, dando mais espaços para elas na cidade. “Quanto mais, melhor” afirma Valenzuela.
Desafios da arte Drag Neste ano, o Combo Drag Week não recebeu nenhum patrocinador oficial, segundo Daniel Valenzuela. O motivo, na opinião dele, é o preconceito com as artistas Drag, que não são reconhecidas como artistas legítimas. “O preconceito com shows de Drag Queens ainda é uma questão”, aponta.
Na ocasião, Valenzuela e outras artistas Drag Queen brasileiras debateram sobre dificuldades que enfrentam como artistas da área. “É exaustivo lutar pelo que já é nosso”, relatam as artistas. Para Valenzuela, o Debatão ocorrer na UFPR é algo simbólico, já que, em anos anteriores, a universidade não se mostrou totalmente aberta para o evento. “Estamos ocupando os nossos espaços”, avalia.
Conquistas das artistas em Curitiba Apenas no ano passado foi criado o primeiro registro profissional, via Delegacia Regional do Trabalho (DRT), para artistas Drag Queen no Paraná, feita pelo SATED/PR (Sindicato dos Artistas e Técnicos das Artes Cênicas e Audiovisual do Paraná).
A chamada DRT é um registro que profissionaliza artistas, garantindo seus direitos como profissionais. Para Valenzuela, ter a DRT para artistas Drag Queen traz mais segurança, sendo um passo importante que foi conquistado para profissionalizar essas artistas.
Ele acrescenta que a própria Combo Drag Week ser aprovada por editais públicos já é uma conquista para as artistas, e acrescenta: “O Combo Drag Week é uma forma de resistir.”
Tinna Simpsom reafirma a importância da DRT para artistas Drag e diz ver a arte Drag crescendo cada vez mais.

Em 2024, foram registradas 291 mortes por LGBTfobia no Brasil, contabilizando uma morte a cada 34 horas, sendo em maior número travestis e mulheres trans (61,74% dos casos), logo acima dos homens gays (25,65% dos casos).
Após uma pesquisa de 2023, o Brasil foi considerado o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Reforçando que a pauta sobre a segurança de pessoas dessa comunidade ainda é uma questão dentro do país.
Mesmo diante do cenário hostil, parlamentares propuseram cerca de 4 leis pró LGBTQIA+ por mês entre 2019 e 2023. Os 4 temas mais recorrentes são: estatísticas ( para plantar mecanismos de banco de informações ), combate à violência, penalidades jurídicas para esses e datas e celebrações oficiais (para instituir no calendário nacional).
Em Curitiba, a comunidade LGBTQIA+ ;é acolhida pelo Grupo Dignidade - o primeiro grupo organizado no Paraná a atuar na área da promoção dos direitos de LGBTs. O grupo atua na defesa dos direitos humanos da comunidade e de sua saúde.
Cidade incentiva o acesso da população à cultura ao oferecer oficinas gratuitas de danças urbanas no Teatro da Vila, na Casa Hoffmann e na Rua da Cidadania do Tatuquara
Francisco
Soares, Ana C. Kleink, Anne de Alencar
2º Período
C uritiba tem, ao menos, três grandes projetos que ensinam dança gratuitamente na cidade, oferecidos no Teatro da Vila, na Casa Hoffmann e na Rua da Cidadania do Tatuquara. A cidade proporciona esses eventos diversos para aprimorar a manutenção da cultura local e ampliar o acesso dos curitibanos a essas atividades.
Há opções gratuitas de dança para públicos diversos, como o projeto Fundação Cultural de Curitiba, que acontece na Rua da Cidadania do Tatuquara, com encontros gratuitos de danças urbanas, reunindo mulheres com mais de 60 anos, a cada terça-feira. No bairro São Francisco, a Casa Hoffmann abriu inscrições para uma oficina chamada “A Linguagem das Danças Urbanas” voltada para crianças, adolescentes e adultos,

A
idade dos alunos no Teatro da Vila é variada, com crianças e adultos presentes nas aulas.
melhorando o condicionamento físico, a agilidade, a capacidade cardiorrespiratória e o domínio corporal. No campo cognitivo, a prática funciona como um desafio constante que exige assimi-
frequentar a Casa Hoffman, outro ponto de oficina de dança gratuita na cidade, no ano de 2022. Segundo ela, “A dança é uma forma de comunicação, uma comunicação corporal, do movimento. Ter
“A dança contribui significativamente para o desenvolvimento motor, estimulando o raciocínio lógico e criativo”
com ênfase em breaking, popping, voguing e outros estilos do hip-hop. Essas iniciativas reforçam o papel da dança como ferramenta de acesso à cultura.
O projeto do Teatro da Vila busca aproximar a comunidade das expressões artísticas e incentivar a ocupação dos espaços públicos por meio da arte e do movimento que ocorre toda quarta-feira, das 15h às 16h.
Para o professor do Teatro Raphael Fernandes, a modalidade tem um duplo benefício, tanto no aspecto físico quanto no cognitivo e emocional. “A dança contribui significativamente para o desenvolvimento motor,
lação, compreensão e execução de movimentos, estimulando o raciocínio lógico e criativo”, diz o profissional.
Fernandes relata que as danças urbanas se destacam como “uma poderosa ferramenta de transformação”, que permite a manifestação de emoções, pensamentos e visões de mundo, promovendo a expressão individual e coletiva. O coreógrafo também afirma a importância que os aparelhos culturais da cidade ofereçam atividades gratuitas à população, já que promove o bem-estar coletivo.
Vanessa Vieira, que dança desde os 7 anos de idade, começou a
acesso a aulas de dança é conseguir exercitar outras formas de expressão e comunicação com o mundo.” Além disso, acredita que esses espaços de aulas gratuitas proporcionam momentos de cuidado, saúde e lazer.
A Fundação Cultural de Curitiba criada em 1973, surgiu durante um período de transformações urbanas com o propósito preservar a cultura e a história da cidade. Segundo a instituição, o objetivo de promover as aulas gratuitas é democratizar o acesso e possibilitar o desenvolvimento sociocultural e artístico da comunidade.

Informações, local e data das aulas de danças gratuitas em Curitiba.
• Teatro da Vila: Rua Davi Xavier da Silva, 451. Toda quarta-feira, das 15h às 16h30. Não é necessário inscrição prévia para participar da aula. No dia 6 e 13 de dezembro, às 14h, haverá apresentação com uma coreografia especial.
• Regional Tatuquara: Rua Olivardo Konoroski Bueno. Toda terça-feira, das 14h às 16h. Não é necessário inscrição prévia para participar da aula.
• Casa Hoffmann: Rua Dr. Claudino dos Santos, 58. Programação é postada no perfil de Instagram do espaço (@ casahoffmann.curitiba). Há oficinas gratuitas e pagas.
Editoras brasileiras
apresentam queda de 8% nas vendas
C om o preço dos livros em alta, livrarias enfrentam queda nas vendas e leitores buscam alternativas mais acessíveis.
Nos últimos anos o preço dos livros no Brasil vem crescendo de forma constante, em cenário onde as redes sociais incentivam o hábito de ler, especialmente para os mais jovens, onde o custo elevado se torna um grande obstáculo para o novo público.
cenário de desaceleração. Especialistas apontam que a alta de preços e a concorrência com o formato digital têm afetado muito o desempenho das livrarias físicas, que enfrentam margens cada vez menores para competir com as grandes plataformas online.
Embora os livros físicos continuem no mercado de trabalho, o formato digital vem ganhando cada vez mais espaço.
“As pessoas vão sempre optar por comer, vestir e ter um teto sob suas cabeças do que comprar um livro.”
O aumento dos livros tem origem em muitos fatores. Como o preço do papel, a alta nos custos de impressão e os reajustes provocados pela inflação que pressionaram o setor desde a pandemia. Segundo o IBGE, os livros acumulam um aumento superior a 20% nos últimos cinco anos, reflexo direto dos custos de produção, transporte e distribuição. Essa pressão de custos se reflete muito nas livrarias físicas, com livros que antes custavam R$15 ou R$20 passando facilmente para a faixa de R$30 a R$45.
Desde a pandemia, o mercado de livros físicos vem enfrentando uma diminuição significativa. Segundo a pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro (CBL/SNEL, Nielsen BookData), as vendas das editoras caíram 8% em 2023 em relação ao ano anterior. Mesmo considerando a inflação de 4,62%, o faturamento real do setor diminuiu 5,1%, fechando o ano com cerca de R$ 4 bilhões. A comercialização de exemplares também caiu pelo segundo ano seguido, reforçando um
Impulsionado pela mudança de hábitos e pela busca por alternativas mais acessíveis, o segmento digital cresceu quase 39% em 2023, com aumento real de 33% no faturamento das editoras. Plataformas educacionais e bibliotecas virtuais lideram esse avanço, registrando altas de até 68%. Assim como a leitura, a compra online também é priorizada pela comunidade atual, apresentando a Amazon como uma grande potência da venda deste produto.
Uma pesquisa realizada pela Nielsen BookData e disponibilizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) apontou dados de que os livros são a terceira categoria mais consumida no Brasil atualmente.
Para muitos leitores, a alta nos preços representa mais do que uma simples dificuldade financeira, pode ser um afastamento de um hábito que serve como lazer, conhecimento e refúgio. Clubes de leitura, grupos em redes sociais e eventos literários têm se tornado espaços para compartilhar dicas de acesso a


digital
livros mais baratos ou gratuitos, mantendo viva a paixão pela leitura mesmo diante das barreiras econômicas. Entre os leitores, a insatisfação com o preço dos livros é quase unânime. A criadora de conteúdo Jéssica Barbieri, que acompanha de perto o comportamento do público nas redes, observa que muitos têm migrado para os formatos digitais como alternativa. “O pessoal comenta muito sobre isso e tem optado mais por livros digitais. Infelizmente, o livro está se tornando um produto menos acessível. As pessoas acabam priorizando outras despesas e, às vezes, recorrem até à pirataria”, lamenta. Ainda assim, ela enxerga nas redes sociais um papel fundamental para manter a leitura viva.
Plataformas como o BookTok, por exemplo, têm um duplo efeito: ao mesmo tempo em que estimulam o consumo, também ajudam os leitores a encontrarem promoções, versões digitais mais baratas ou até indicações de acervos gratuitos.
Ao mesmo tempo, cresce a sensação de que ler tem se tornado um privilégio. Para muitos brasileiros, o hábito de comprar livros físicos já não é mais uma opção viável. Leitores de baixa renda, que antes conseguiam encontrar títulos a preços populares, hoje se veem cada vez mais distantes das prateleiras.
Mesmo assim, a paixão pela leitura persiste, em grupos online, em trocas de exemplares e nas bibliotecas virtuais como uma forma de resistir ao encarecimento e de provar que, mesmo quando os preços sobem, o amor pelos livros continua sendo uma das formas mais bonitas de liberdade.
Digital ganha força e muda o costume dos leitores no Brasil
• O aumento do consumo de livros digitais no Brasil muda hábitos de leitura.
• A variedade de formatos disponíveis impulsiona a busca por opções mais acessíveis
• Plataformas de assinatura e o menor custo dos e-books, favorecem essa migração.
• A praticidade de acessar obras em qualquer lugar contribui para o crescimento digital
• Fenômenos como a popularização das “Book Redes” nos ambientes digitais amplia o contato com a leitura por meio de e-books.
• Esse movimento atrai novos leitores e conquista quem já consumia literatura em formato físico.
Leia mais
Saiba mais sobre a migração dos leitores para o digital.
Fundada em 1972, a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba abriga 150 animais disponíveis para adoção em unidades em Colombo e Almirante Tamandaré. Mantida apenas por doações e renda da Clínica Veterinária, a SPAC é formada por voluntários e há 53 anos proclama seu lema: “Não maltrate. Não abandone.Não ignore. Proteja!”




