Comunicare 354

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Heróis

Incêndio do Bloco Azul mobilizou três batalhões de bombeiros contra o fogo Página 3

Legado

Ex-alunos relembram memórias vividas dentro do prédio Página 5

Memórias vivem

Casa da Escola de Belas Artes, o Bloco Azul da PUCPR marcou gerações como símbolo de criação, afeto e aprendizado. Cenário de memórias compartilhadas por professores dos cursos de Comunicação, Arquitetura, Design e Artes. Com salas em estilo ateliê e o Teatro Universitário TUCA, o prédio favorecia a troca de experiências, a criação artística e a formação afetiva dos estudantes.

Memórias | pag.06

Professores compartilham memórias e sentimentos em relação ao espaço, que carrega um legado para as futuras gerações

Excelência

Escola de Belas Artes da PUCPR é referência no ensino e indústria criativa Página 11

Passo para o futuro

Onovo Bloco Azul será concebido dentro dos critérios do selo LIED, com foco em práticas sustentáveis como reaproveitamento de água, eficiência energética, climatização inteligente e melhor organização do fluxo de pessoas. Também está prevista a criação de ambientes multifuncionais, mais adequados aos modelos híbridos e colaborativos de aprendizado. A reestruturação vai além da arquitetura. Ex-alunos, centros acadêmicos e representantes de projetos de extensão da universidade se colocaram à disposição para contribuir com o processo. Para Angela Leitão Sallem, decana da Escola de Belas

Artes, esse momento revelou a força simbólica do espaço e o senso de pertencimento da comunidade. “A gente forma uma comunidade invisível, construída pelo afeto. Quando você tem essa ligação com o aprendizado, cria uma memória de casa, de lugar”, destacou.

A decana também afirmou que o novo edifício deve refletir esse sentimento coletivo. “A escola é uma comunidade feita de pessoas. Somos muito fortes, muito potentes, e agora o novo bloco terá que expressar isso no espaço físico.”

Reconstrução | pag.10

O incêndio atingiu o Bloco Azul da PUCPR no dia 15 de abril, durante um evento estudantil. A evacuação ocorreu de forma eficiente, graças ao trabalho conjunto dos brigadistas e demais funcionários. O treinamento

oficial do grupo ocorre anualmente e as simulações são bimestrais. O cuidado inclui outros treinos que complementam essa prática.

Operação | pag.4

Curitiba, 13 de Agosto de 2025 - Ano 28 - Número 354- Curso de Jornalismo da PUCPR
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Gabriele Aguiar
Decana da Escola de Belas Artes afirma que a proposta é criar ambiente contemporâneo e inspirador.

O Bloco Azul continua em nós

Oincêndio que atingiu o Bloco Azul deixou marcas visíveis. Foram 174 turmas realocadas, equipamentos se perderam, espaços históricos viraram ruínas. Mas, entre tudo o que se apagou no fogo, o que mais doeu foi a perda simbólica: aquele prédio era mais do que salas e laboratórios. Era um ponto de encontro de toda a Universidade. Era pertencimento.

Ali, milhares de alunos cruzaram os mesmos corredores, especialmente os dos cursos de Jornalismo, Cinema e Audiovisual, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Design, Arquitetura, Artes Visuais, Teatro e Produção Musical. Todos compartilhavam o mesmo espaço,

Voz da Comunidade

SO Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, o Irmão Rogério Renato Mateucci, foi um dos primeiros a chegar na frente do Bloco Azul no dia 15 de abril. Ao Comunicare, ele relata um pouco dessa experiência e conta quais são os planos para o futuro do espaço.

O que o incêndio do Bloco Azul revelou sobre a nossa comunidade?

os mesmos bancos da praça de alimentação, os mesmos risos que ecoavam entre uma aula e outra. O Bloco Azul era o coração pulsante da convivência, da criação e da cultura no campus.

Também era ali que ficava o Tuca, teatro com mais de 600 lugares, palco de formaturas, peças, premiações, celebrações. Parte da história da PUCPR foi escrita naquele palco. Porém, com o incêndio, apagaram-se apenas luzes cênicas. Isso porque as experiências únicas vividas por gerações de estudantes continuam acesas e intensas.

O pertencimento resistiu. Com as turmas espalhadas, o que

antes era um ponto fixo virou um sentimento em movimento. As lembranças continuam vivas em quem passou por ali e a esperança também: a universidade planeja voltar a utilizar o espaço de forma integral até o fim do ano.

O Bloco Azul, afinal, continua a existir. Por ora, em forma de memória, saudade e união. Quando as portas se abrirem de novo, não será apenas um prédio recuperado, será a prova de que, mesmo sem teto, o que realmente nos une é a experiência de estar junto. E isso felizmente não pega fogo.

A tragédia do fogo fez com que a gente encontrasse a força da nossa comunidade da nossa universidade entre professores e estudantes. Trouxe respostas para aquelas perguntas que a gente não tinha resposta: somos uma comunidade que se movimenta apesar dos seus grandes desafios. O fogo não nos paralisou. Não ficou como uma marca de uma universidade que não soube que fazer depois disso. Muito pelo contrário.

Soubemos o que fazer. Encontramos caminhos entre professores, estudantes, colaboradores e toda nossa comunidade. Encontramos a força do que nos une, nos adaptamos e enfrentamos os desafios desse novo momento.

O dia 15 de abril também revelou que a instituição estava muito preparada para lidar com um incêndio daquela proporção.

O que a gente sempre fez com os treinamentos se intensifica. A brigada de incêndio foi crucial no momento da evacuação do prédio. Eu conversei com um reitor de outra universidade que não têm o protocolo de treinamento a cada semestre como nós fazemos e ele disse: “nós vamos iniciar”. Nosso teatro tinha passado por uma grande reforma alguns anos atrás e nossa equipe é bastante comprometida com a manutenção. A própria seguradora faz, a cada semestre, uma vistoria. Acho que o que a gente aprende é que esses processos se tornam cada vez mais importantes, cada vez mais cruciais.

O que mais marcou o senhor no dia do incêndio?

No momento do incêndio, eu estava parado na frente do prédio e vendo o que estava acontecendo. Ao mesmo tempo em que eu via o

incêndio, eu via muita gente, colaboradores, corpo de bombeiros e autoridades. Todos preocupados, atentos e querendo oferecer o melhor. Era uma situação de heroísmo, de dedicação e de trabalho duro. Aquele momento mostrou também a solidariedade do entorno da universidade. Recebi várias ligações de autoridades como [o ex-prefeito] Rafael Greca, [o prefeito] Eduardo Pimentel e o Governador [Ratinho Jr.]. Também recebi ligações de gente que se preocupa com a nossa casa, como o presidente da Associação Vila Torres, que queria vir aqui com um grupo de pessoas da vila para nos ajudar.

E como estão os planos para reconstrução?

Montamos um comitê de reconstrução. Estamos nos reunindo a cada semana. A professora Angela Leitão, Decana da Escola de Belas Artes, faz parte desse comitê para trazer todas as ideias e acompanhar os processos. Precisamos tirar todos os escombros antes de retornar, o que é um processo delicado e complexo. Essas reuniões são muito propositivas e de boas ideias, para projetar o futuro com disposição e criatividade. Queremos um prédio ainda melhor para a vida dos estudantes e para a vida acadêmica.

COORDENADOR

O reitor da universidade, Irmão Rogério Renato Mateucci.
Pedro Bucko
Laura Lunedo Barros

Incêndio no Bloco Azul mobilizou bombeiros em operação de 7 horas

Três batalhões do corpo de bombeiros foram acionados no dia 15 de abril para o combate ao incêndio instalado na PUCPR campus Curitiba

Emilly Vieira, Letícia Nogueira e Marina Marciniak 3º Período

O incêndio do Bloco Azul teve início por volta das 18h30 do dia 15 de abril no 3° andar, onde os bombeiros de três batalhões distintos iniciaram o combate ao fogo. Não se sabe ao certo a origem do fogo. A última informação dada pelo corpo de bombeiros é de que houve falha no sistema de ar condicionado.

O combate ao fogo teve duração de sete horas, seguido por mais 14 horas de rescaldo, etapa em que é necessário mais atenção por parte das equipes. Durante esse processo, os bombeiros atuaram de forma manual em meio aos escombros do prédio, com o objetivo de extinguir possíveis focos remanescentes do incêndio.

“Um incêndio fora do que chamaríamos de comum. ”

No dia do ocorrido, parte do efetivo já estava em casa, já que o expediente na terça-feira encerrou às 18h. O 3° Sargento Gapski conta que as primeiras informa-

Junto ao posto de comando, 9 caminhões, 1 carreta, 6 caminhonetes, 15 viaturas leves (atp) e 2 viaturas aéreas - escada e plataforma mecânica que reali-

ções do incêndio chegaram pelo Whatsapp de forma superficial e minutos depois se intensificaram. A partir desse momento, os chamados oficiais tiveram início, exigindo apoio no local.

“A estrutura que estava lá em chamas é uma estrutura complexa e volumosa, havia o risco dessas chamas se alastrarem por outros blocos”, relembra.

“Um incêndio fora do que chamaríamos de comum”, enfatiza o bombeiro Gapski.

zam o combate por cima - foram movimentados. “Tiveram em torno de 84 militares, considerando tanto o pessoal de serviço, quanto bombeiros voluntários que estavam na folga e que foram acionados para ir pra lá”, relata o tenente Sean Felipake.

Muitos combatentes que participaram na ação são estudantes da PUC e auxiliaram na luta contra o incêndio, como Paulo Henrique Ribas que trabalha no corpo de bombeiros e é estu-

dante do eixo de Engenharia. O soldado Ribas estava em período de aula e assim que se retirou da sala para averiguar a situação, viu alguns professores assustados e quando chegou no Bloco Azul já haviam dois caminhões Auto Bomba Tanque (ABT) e um caminhão de suporte.

“Fui para o quartel, peguei meu EPI de combate ao incêndio e retornei para a faculdade”, diz o soldado Ribas.

Durante o combate, foram utilizados aproximadamente 220 mil litros de água e o sistema de energia do bloco precisou ser totalmente desligado para a segurança dos combatentes. As equipes presentes no local adentravam o prédio com cilindros de oxigênio que tinham autonomia de 25 a 30 minutos. Bombeiros se posicionavam estrategicamente dentro do prédio, revezavam entre si e recebiam apoio de grupos auxiliares - que forneciam água e alimento - fora do edifício.

Dificuldades foram enfrentadas ao longo da operação, desde o acesso ao bloco até a comunicação entre os membros da equipe.O incêndio teve início no 3º andar do prédio, o que fez com que o revestimento cedesse e dificultasse a passagem dos combatentes até o foco do fogo. Devido ao comprometimento da estrutura, os bombeiros se depararam com um risco elevado, mas sem danos pessoais. Já em relação a comunicação, o tenente comenta que, por ter muitas pessoas em operação, nem todos os combatentes possuíam rádio para a troca de informações.

Segundo Filipe José Ignês, diretor de Operações de Negócios da PUCPR, o TUCA foi evacuado em 90 segundos, o Bloco Azul em 5 minutos e o campus em 25 minutos. Apesar da complexidade da situação, os bombeiros se impressionaram com a forma como todos presentes na universidade souberam lidar com o ocorrido e agir rapidamente. “Não teve aquele negócio de ‘vou fechar aqui antes pra que

ninguém roube nada’. Deu o incêndio e a ocorrência e todo mundo saiu”, comenta o Tenente Felipake.

“Tudo aconteceu bem naquele dia e isso foi um choque para os bombeiros que tem experiência em incêndio”, enfatiza Filipe José Ignês.

Contatos de emergência

Em caso de necessidade, entrar em contato pelos seguintes números

Corpo de Bombeiros

• Disque 193 em casos de incêncio, acidente de trânsito, afogamento, busca e salvamento, atendimento pré-hospitalar, desastres naturais, educação e pânico

Polícia Militar

• Disque 190, em casos de patrulhamento, fiscalização de trânsito, intervênção em conflitos e controle de manifestações

SAMU

• Disque 192, em casos de atendimento de urgência e emergência, transporte, acidentes e traumas, engasgo e afogamento, queimaduras graves, urgências psiquiátricas e infarto e AVC

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Confira os áudios de relatos dos bombeiros e fotos do combate.
Parte da equipe do CMBPR que atuou no combate ao incêndio do dia 15 de abril.
CBMPR
CBMPR

Brigadistas foram cruciais na evacuação do Bloco Azul

Ação rápida e eficiente das brigadas locais de incêndio no bloco azul da PUCPR colaborou para que o incêndio ocorrido no início da noite do dia 15 de abril não tivesse nenhum ferido

V aldete Inocência, brigadista e funcionária da secretaria do Bloco Azul, estava na secretaria com uma colega quando o alarme de incêndio disparou. Inicialmente, pensou se tratar de um alarme falso, como já havia ocorrido em outras ocasiões, especialmente em períodos de prova quando os alunos soam o alarme como brincadeira. No entanto, percebeu a gravidade da situação ao ver um funcionário que acompanhava eventos correndo pelo corredor e logo em seguida, outro funcionário apareceu alertando que se tratava de um incêndio real. “Corre, corre! Que lá vem incêndio!”.

Imediatamente, Valdete e sua colega iniciaram a evacuação das salas, seguindo o protocolo aprendido nos treinamentos da brigada, indo de sala em sala pedindo para que todos evacuem o local com rapidez e segurança. Por ser início das aulas, o prédio

Estrutura

ainda não estava tão cheio, o que facilitou a retirada rápida e segura das pessoas.

“Temos que destacar a atuação da brigada de emergência da própria PUC, que teve um papel fundamental na retirada das pessoas. Não foi necessário retirar ninguém, as alas do prédio estavam completamente evacuadas”, detalhou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Hiller à Gazeta do Povo.

O incêndio atingiu o Bloco Azul da PUCPR no dia 15 de abril, durante um evento estudantil. A evacuação ocorreu de forma eficiente, graças ao trabalho conjunto dos brigadistas e demais funcionários. Valdete reconheceu que a situação foi extremamente preocupante, mas ressaltou a importância dos treinamentos realizados anualmente pela universidade, que preparam os colaboradores para lidar com

emergências. “A gente sempre pensa que nunca vai acontecer, mas quando acontece, é um susto tão grande”. Ela destacou também que a maioria dos funcionários do Bloco Azul integra a brigada e participa das capacitações oferecidas pela PUCPR, o que proporciona maior segurança em situações como essa.

Letícia Barbosa Rodrigues era a outra brigadista que estava presente no momento do incêndio. E ela conta que no período da tarde já estava sentindo um cheiro fraco de queimado, porém pensou que o cheiro estava vindo fora da PUCPR. No momento do episódio, ela relata que viu um homem às pressas gritando fogo logo após o alarme de incêndio disparar. Rapidamente, ela se juntou a Valdete para direcionar as pessoas que estavam presentes no bloco. A brigadista conta que a maior parte dos estudantes que estavam no bloco acharam

que era apenas um treinamento, e não um incêndio.

O treinamento oficial de brigadistas da universidade ocorre anualmente e as simulações são bimestrais. O cuidado inclui outros treinos que complementam essa prática. Nessas formações, os participantes aprendem a diferenciar os extintores de incêndio, além de receberem instruções para usar cada tipo. Também são abordados Primeiros Socorros e como agir na retirada segura de pessoas durante emergências.

Veja como agir corretamente em caso de incêndio.

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Bastidores técnicos do TUCA revelam infraestrutura segura e adaptada

O Teatro TUCA foi planejado e estruturado para prevenir incêndios, adotando sistemas e materiais que retardam a propagação do fogo e garantem a segurança de seus frequentadores em situações de emergência

A

reforma do TUCA, concluída em 2021, incluiu a instalação de cortinas antichamas e cadeiras com materiais menos inflamáveis. Um dos pontos centrais da modernização foi a implementação de portas corta-fogo do tipo P-90, projetadas para resistir ao fogo por até 90 minutos. Essas portas são equipadas com sistemas de fechamento automático e vedação termo expansiva, elementos essenciais para prevenir a disseminação de chamas e fumaça entre os diferentes espaços do teatro. Estrategicamente posicionadas em acessos ao palco, coxias e rotas de fuga, as portas asseguram a proteção dos ocupantes e facilitam a evacuação em situações de emergência. Além disso, hidrantes, saídas de emergência e demais itens de segurança são rotineiramente vistoriados pelo Corpo de Bombeiros, órgão responsável pela emissão das licenças de funcionamento.

Segundo Filipe José Ignes, o Diretor de Operações de Negócios da PUCPR, mesmo com a impossibilidade de ter estofados e tecidos totalmente não inflamáveis, os materiais utilizados na reforma conduzem o fogo em velocidade baixa, o que permite tempo suficiente para a evacuação do público. A estrutura do teatro, portanto, não evita incêndios, mas retarda a propagação das chamas, crucial para a segurança.

O arquiteto Antônio Abrão, responsável por diversas obras no campus da PUCPR, afirmou que o projeto completo de prevenção contra incêndio seguiu todas as exigências do Corpo de Bombeiros. O planejamento incluiu o dimensionamento das circulações, portas, rotas de fuga, e a instalação de hidrantes, extintores e cortinas corta-fogo na boca de cena. Todo o Projeto de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) foi elaborado por um profissional com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e aprovado pelo Corpo de Bombeiros, garantindo o alvará de funcionamento do espaço.

O teatro atendia aos critérios do Decreto Estadual nº 1.692/2007, que estabelece as normas de segurança contra incêndio e pânico no Paraná. A legislação exige que construções com mais de 100 ocupantes possuam salvaguardas, sinalizações luminosas, dispositivos de combate a incêndio e compartimentos com portas corta-fogo em áreas de perigo.

A plateia, antes em rampa única, foi reformulada com a criação de patamares para melhor disposição das poltronas e maior conforto, mantendo rampas apenas nos corredores de circulação para facilitar o acesso. A infraestrutura técnica também

foi modernizada, incluindo a renovação da cabine de comando, passarelas e urdimentos, além da instalação de novas varas para luz e cenários, cortinas, sistemas de som e iluminação, camarins individuais e coletivos, plataforma de acessibilidade ao palco, novo piso em madeira freijó e cortinas de veludo.

Projetado em 1995 pelo arquiteto Manoel Coelho, o Teatro TUCA consolidou-se como um dos principais espaços culturais da PUCPR, abrigando palestras, formaturas, peças teatrais, apresentações musicais, corais, espetáculos de dança e sessões de cinema.

A eficácia das medidas de segurança implementadas na reforma de 2021 foi evidenciada, na contenção do incêndio no Bloco Azul, quando as prevenções reagiram conforme o planejado, direcionando as queimadas para o último andar e o telhado, minimizando a proporção dos danos.

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Infográfico de orientações em possivéis incêndios.

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Allison Eskudlarke, Eduardo Bertolli, Felipe Augusto e Felipe da Luz 3º Período
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Geórgia Cintra e Joana Bueno 3º Período
João Sarturi, reprodução do site Antonio Abrão Arquitetura
Teatro TUCA antes do incêndio que ocasionou sua destruição.

Bloco Azul vira símbolo da memória preservada por ex-alunos

Antigos estudantes, referências no mercado profissional, relembram memórias vividas dentro do prédio

A agitação nas salas e corredores marcava diariamente a rotina e a memória dos estudantes no Bloco Azul antes do incêndio. Há 49 anos, o espaço revelava grandes personalidades da universidade para o mundo, profissionais que contribuem com excelência e originalidade para suas profissões em Curitiba e internacionalmente, carregando com orgulho o título de serem filhos da PUCPR.

O arquiteto Flávio Appel Schiavon ingressou na universidade em 1976, ano de conclusão da construção do bloco. Participou da primeira turma de arquitetura da universidade, considerada o primeiro grupo prodígio de talentos de Curitiba, e acompanhou de perto a construção do prédio. Anos mais tarde voltou à PUCPR como professor, cargo que ocupou durante dez anos. Para ele, o bloco não era restrito apenas à vida acadêmica, mas marcou sua vivência para além do aprendizado. “É um exercício de relacionamentos e por isso mesmo uma experiência completa. No Bloco Azul conheci a mulher da minha vida, com quem estou casado há 35 anos”.

Atualmente, o arquiteto é sócio-fundador da Baggio Schiavon Arquitetura, escritório referência no cenário da arquitetura nacional, com projetos que implementam tecnologias avançadas e práticas sustentáveis, com soluções que reduzem o impacto ambiental para a cidade.

Quase 25 anos depois, Juliana Medeiros trilhou um caminho parecido. A arquiteta apaixonada por transmitir experiências e histórias por meio de seus projetos, entrou na universidade no ano 2000. Além das salas de aula, o bloco também era modelo de seus desenhos de observação, atividades de campo que realizava para aprender a desenhar a mão livre, e que a marcaram com carinho e nostalgia. “Lembro-me como se fosse ontem, ficando até tarde no corredor do segundo andar do bloco desenhando cada detalhe desse espaço. Parece que posso sentir o geladinho do piso em que ficávamos sentados, enfileirados desenhando.”

Nos anos seguintes à sua formação, Juliana procurou se especializar em cursos de extensão que complementassem seu conhecimento, como a antropologia, neurociência do comportamento e a cenografia. Assim, tornou-se referência em Arquitetura Emocional, uma abordagem que se preocupa com as emoções e sensações, gerando conexão entre a sensação humana e o espaço físico.

Com as notícias do incêndio, a arquiteta foi tomada por recordações de seu período universitário,

e acredita que não foram apenas os bens físicos perdidos. A memória viva também foi prejudicada com o incidente. “As memórias, claro, ficam com a gente, elas ajudam a abrir sorrisos lembrando do que vivemos nesse espaço, do que aprendemos, do que significou para cada um de nós.”

O bloco conhecido pelas pranchetas e maquetes do curso de Arquitetura, também dividia os corredores com o curso de Design. Maurício Noronha, designer e co-fundador da Furf, um estúdio de design industrial renomado internacionalmente, iniciou sua jornada universitária em Design de Produtos, em 2007. Ele acredita que estudar na PUCPR foi a materialização de uma transição da sua vida, e relembra os quatro anos do curso, quando passou por todos os andares do bloco. “É quase como um filme, um flash de centenas

que empreenderam cedo e sem imaginar onde poderiam chegar. Com a criação de produtos para as mais variadas áreas, atualmente os projetos estão espalhados em mais de 35 países, desenvolvidos com inclusão, inovação e sustentabilidade. Nesse tempo, a Furf ganhou os maiores prêmios mundiais do design, como o Red Dot, IF Design Award e Cannes.

O empreendimento fez o designer ser reconhecido pela lista da Forbes Under 30, para profissionais com menos de 30 anos que se destacam em sua área de atuação. Além de ser nomeado, junto com Rodrigo Brenner, instrutor da UNIDO, o Departamento de Desenvolvimento Industrial da ONU.

Além de Arquitetura e Design, outros cursos também já passaram pelo edifício. Na década de 90, o Bloco Azul abrigava o

Hoje em dia, Ricardo é coordenador dos cursos de Engenharia Elétrica, Eletrônica e Biomédica, além de ser coordenador da Academia Cisco-PUCPR, e de cursos de especialização ofertados na universidade. Ainda atua como docente, e estava ministrando aula na sala John Von Neumann, no Bloco Azul, no momento em que o incêndio começou. Mas com a evacuação rápida dos brigadistas, ninguém ficou ferido. “Perdemos um local que guardava não apenas equipamentos, mas o patrimônio intelectual e afetivo de gerações de profissionais que ali foram formados e que, como eu, tinham o Bloco 2 como um dos principais espaços de trabalho e convivência”, reconhece.

A partir de 2020, com a formação da Escola de Belas Artes, outros universitários passaram a colecionar momentos marcantes no Bloco Azul, a transição do

“As memórias, claro, ficam com a gente, elas ajudam a abrir sorrisos lembrando do que vivemos nesse espaço.”

de memórias de uma vez. Entrando em sala de aula, apresentando o projeto no saguão, comendo uma pizza ali na praça de alimentação, encontrando o professor no corredor e aprendendo os primeiros softwares nos computadores. Então, acho que o Bloco Azul é a maior parte da memória que eu tenho da PUC”.

Foi dentro do Bloco Azul que a Furf foi idealizada e apresentada pela primeira vez. A empresa, que completa 14 anos em 2025, surgiu como um projeto entre dois amigos, Maurício e Rodrigo Brenner,

Centro de Ciências Exatas e da Tecnologia (CCET). Foi lá que o engenheiro Ricardo Cassiano Nabhen iniciou sua jornada como docente, em fevereiro de 1991. Ricardo teve a oportunidade de se tornar filho da PUCPR, quando realizou mestrado e doutorado no bloco, e logo em seguida passou a ministrar aulas por ali mesmo. “Aquele prédio foi o cenário não apenas do início da minha jornada como docente no ensino superior, mas da consolidação de uma forte comunidade acadêmica.”

bloco de Arquitetura e Design para Belas Artes acolheu os alunos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Música, Teatro, Artes Visuais, Cinema e Audiovisual no edifício.

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Leia o QR Code para acessar a linha do tempo das memórias.

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Acervo pessoal/Ricardo Nabhen
Coordenadores de cursos de exatas em cerimônia de formatura, na área interna do TUCA em fevereiro de 2025.
Lorena Loiola, Maria Honorio, Nicole Duarte e Vitoria Santin
3º Período

“A vivência está impregnada na gente”: o bloco dos professores

Berço dos cursos da Escola de Belas Artes, espaço transcende a materialidade do edifício e vive nas histórias e nos aprendizados de gerações de professores

A partir da fusão dos cursos de Comunicação, Arquitetura, Design e Artes, o Bloco Azul se tornou a casa de momentos e memórias de estudantes e colaboradores. Durante a construção de uma identidade própria para a recém formada Escola de Belas Artes, o corpo docente da universidade, agora realocado, teve espaço para a criação de instantes e lembranças afetivas do bloco azul e do Teatro Universitário Católico da PUCPR (TUCA).

Fernando Antonio Fontoura Bini foi um dos precursores do curso de Design no Paraná. Com mais de 50 anos dedicados à instituição, sua trajetória se entrelaça com a própria fundação da universidade. Membro da primeira turma do Colégio Marista Paranaense, Bini presenciou a inauguração da universidade em 1959.

tragédia. O professor Bini preferiu não retornar à universidade após o incêndio. “Eu acho que é triste, você saber que parte da sua memória se foi, virou cinza”,

ércio Ruffa. O professor foi uma figura fundamental no renascimento do curso de Teatro da PUCPR. Fundado nos anos 80, mas extinto poucos anos depois,

“O que existe é a vivencia que tá impregnado na gente, de ter vivido lá todo esse tempo e ter aproveitado.”

Anos mais tarde, já como professor, Bini acompanhou a construção do Bloco Azul, tornando-se um dos primeiros a inaugurar o espaço. Em 1976, diante da expansão do curso de Design, que superou a capacidade do então Bloco Amarelo, a migração para o novo edifício se fez necessária. Foi nesse período que o professor, ao lado de outros colegas, deu vida às novas salas. Essa vivência, permeada por aulas, projetos e interações, deixou uma marca que ia além dos limites do bloco.

Com a emoção de quem testemunhou décadas de história, o professor Bini compartilha a sua conexão com o local. “Tive pelo menos 40 anos de convívio diário com o Bloco Azul”. Ele relembra a dedicação e o apego que o ligavam ao espaço: “Por 40 anos eu abri e fechei o bloco”.

A recente aposentadoria, contudo, não diminuiu o impacto da

lamenta, expressando a dor da perda. A lembrança mais vívida, e talvez a mais dolorosa, é de seu refúgio pessoal e profissional. “O que eu mais sinto é a minha salinha, sempre atendi aos alunos ali. Às vezes fugiam da aula para ir para lá”.

Mesmo diante da perda física, a essência do que foi vivido permanece. “O que existe é a vivência que está impregnada na gente, de ter vivido lá todo esse tempo e ter aproveitado”, reforça o professor Bini. Essa é a própria alma do bloco, que transcende a materialidade do edifício e se perpetua nas histórias, nos aprendizados e nas relações humanas ali construídas.

Tanahora

A professora adjunta do eixo multiartes da PUCPR, Silvia Monteiro era amiga próxima do diretor teatral e ex-coordenador do curso de teatro da PUCPR La-

o curso foi reaberto em 2010 com a coordenação do diretor e a busca por artistas para ocuparem os cargos de professores. De acordo com Monteiro, Laércio acreditava que um curso de artes precisa de artistas para ensinar.

Laércio foi diretor do Tanahora, grupo de teatro universitário, durante 25 anos e se destacou como uma grande voz no teatro e na cultura da PUCPR. Para Silvia, não há nenhum acontecimento no curso que não lembre a figura de Ruffa. “A gente batizou a nossa caixa-preta, o nosso teatro que é o nosso laboratório no LabCom, de Teatro Laboratório Laércio Ruffa. Tinha que ser, porque o Laércio faz as coisas acontecerem, sempre fez.”

Para Monteiro, a perda do teatro enquanto espaço físico não significa que a essência do teatro foi perdida. “A palavra teatro não é um lugar. É o ponto de onde se vê, é o encontro de olhares, então a gente nunca foi um prédio, a gente é onde há o encontro de olhares.” A atriz e professora também acredita que a própria essência da arte pode contribuir para a reconstrução física e simbólica do TUCA.

A visita ao teatro universitário com as turmas de calouros de cada ano é um momento marcante e memorável para Silvia. Além do palco e da plateia, os estudantes também podiam ver as estruturas por cima do teatro,

enxergando as vigas por trás do glamour. “É muito lindo que os alunos sempre ficam todos espalhados e olhando o teatro por dentro das veias. Eles veem as veias e os músculos daquele prédio.” As visitas ao teatro contribuem para a percepção dos estudantes em relação ao curso e as artes, abrindo portas para uma interpretação do teatro não só como espaço. “É disso que se trata, né? É uma coisa que não dá pra explicar, é físico mas não é.”

O arquiteto e professor da PUC-PR a mais de 45 anos Leonardo Oba diz que o diferencial das aulas de arquitetura sediadas no Bloco Azul eram as salas em estilo atelier, que proporcionavam aos alunos uma experiência prática de troca de conhecimento com os professores e colegas de classe. “São ambientes de trocas de informações e experiências. Um espaço para aprender a ver, ouvir, criar, se expor, ser criticado, aceitar ou discutir opiniões conflitantes”.

Segundo Oba, o que faz o bloco ser especial são as pessoas, que por meio de suas interações um com o outro e com o ambiente, constroem uma história significativa. O arquiteto diz que cada geração de alunos que passa pelo bloco há de ter sua própria memória afetiva, mas que se tratando do Bloco Azul, a lembrança que habita firme nas memórias é a do espaço repleto de alunos sentados no chão esboçando seus primeiros projetos. “Os longos corredores do Bloco Azul certamente ficaram marcados na memória de gerações de estudantes”, diz.

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Confira videocast exclusivo com o professor Rafael Camargo.

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Alunos de arquitetura fazendo seus primeiros esboços no segundo andar do Bloco Azul.
William Sade Jr
William Sade Jr
Alunos de Arquitetura explorando o segundo andar do Bloco Azul.
“The

experience is embedded in us”: the professors’ building

Birthplace of the School of Fine Arts programs, the space transcends the materiality of the building and lives on in the stories and learning of generations of professors

3º Período

Following the merging of the Communication, Architecture, Design, and Arts programs, the Blue Building (Bloco Azul) became home to countless moments and memories for students and staff. During the formation of a unique identity for the newly established School of Fine Arts, the university’s faculty—now relocated—found space to create shared experiences and emotional connections to the Blue Building and to PUCPR’s Catholic University Theater (TUCA).

Fernando Antonio Fontoura Bini was one of the pioneers of the Design program in Paraná. With over 50 years dedicated to the institution, his journey is intertwined with the very foundation of the university. A member of the first class at

His recent retirement has not softened the impact of the tragedy. Professor Bini has chosen not to return to the university

program, Laércio Ruffa. Ruffa played a vital role in reviving PUCPR’s Theater program. Originally founded in the 1980s but

“What remains is the lived experience that’s embedded in us, from having been there all that time and enjoying it.”

Colégio Marista Paranaense, Bini witnessed the university’s inauguration in 1959.

Years later, as a professor, Bini followed the construction of the Blue Building and was among the first to inaugurate the space. In 1976, with the expansion of the Design program surpassing the capacity of the then Yellow Building, the move to the new facility became necessary. During that time, Bini and his colleagues brought the new classrooms to life. This experience, marked by classes, projects, and human interaction, left a lasting impression that extended beyond the building’s walls.

With the emotion of someone who has witnessed decades of history, Professor Bini shares his deep connection to the place. “I spent at least 40 years in daily contact with the Blue Building.” He recalls the dedication and attachment he had to the space: “For 40 years, I was the one who opened and closed the building.”

after the fire. “I think it’s sad to know that part of your memory is gone, turned to ashes,” he laments, expressing the pain of loss. His most vivid—and perhaps most painful—memory is of his small personal and professional refuge. “What I miss the most is my little room. I always met students there. Sometimes they skipped class just to come.”

Despite the physical loss, the essence of what was experienced endures. “What remains is the lived experience that’s embedded in us, from having been there all that time and enjoying it,” Professor Bini emphasizes. This is the soul of the building— one that transcends its material form and lives on through stories, learning, and human relationships.

Tanahora Silvia Monteiro, associate professor in PUCPR’s Multi-Arts program, was a close friend of theater director and former coordinator of the PUCPR Theater

later discontinued, the program was relaunched in 2010 under Ruffa’s leadership, as he recruited artists to join the faculty. According to Monteiro, Laércio believed that an arts program must be taught by artists.

Laércio directed the Tanahora university theater group for 25 years and became a prominent voice in PUCPR’s theater and cultural scene. For Silvia, no moment in the program can be remembered without evoking Ruffa. “We named our black box theater—our lab space in LabCom—after him: Teatro Laboratório Laércio Ruffa. It had to be. Laércio made things happen—he always did.”

To Monteiro, the loss of the theater as a physical space doesn’t mean the essence of theater is gone. “The word theater doesn’t mean a building. It’s the point from which you see—it’s the meeting of gazes. So, we were never just a building; we are wherever that meeting of gazes happens.” The actress and professor also believes the very essence of art can contribute to the physical and symbolic reconstruction of TUCA.

For Silvia, the annual visit to the university theater with first-year students is a memorable ritual. Beyond the stage and the audience, students were also shown the inner structure above the theater, where beams and the backstage mechanics were visible. “It’s beautiful how students always spread out and

stare at the theater from the inside, seeing its veins. They see the veins and muscles of that building.” These visits help shape students’ perception of their program and the arts, opening the door to understanding theater as more than just a space. “That’s what it’s about, right? It’s something you can’t quite explain—it’s physical, but it’s not.”

The architect’s memory Leonardo Oba, architect and professor at PUCPR for over 45 years, says that what made the architecture classes in the Blue Building special were the studio-style classrooms, which provided students with a hands-on environment of knowledge exchange between professors and classmates. “They were spaces for exchanging information and experiences. A place to learn how to see, listen, create, expose yourself, be criticized, and accept—or debate—conflicting ideas.”

According to Oba, what makes the building special is the people who, through their interactions with each other and the space, build meaningful stories. He notes that each generation of students who passed through the building has its own emotional memories. But when it comes to the Blue Building, one collective memory stands out: students sitting on the floor, sketching their first projects. “The long corridors of the Blue Building will surely remain etched in the memories of generations of students,” he says.

Read more Watch an exclusive videocast with Professor Rafael Camargo.

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Architecture students sketching their first drafts on the second floor of the Blue Building.
William Sade Jr
William Sade Jr
Architecture students exploring the second floor of the Blue Building.
Ana Maria Marques, Isabela Borges e Millena Lechtchechen

Clubes de alunos da PUCPR recordam momentos especiais no Bloco Azul

Após o incêndio, grupos de RPG e cosplay seguem reunidos e relembram como o espaço se tornou símbolo de pertencimento e amizade

O incêndio que destruiu o Bloco Azul da PUCPR deixou marcas profundas na paisagem do campus, mas não apagou as lembranças de quem fez daquele espaço um refúgio criativo e afetivo. Nos corredores consumidos pelo fogo, sobreviveram histórias, encontros e laços. Entre os 11 grupos que mantinham atividades no bloco, estavam coletivos de jogos, cosplay, RPG, fotografia e outros que fizeram do espaço um lar para jogos, fantasias e amizades.

“O Bloco Azul não se resume ao espaço, ele vai sempre viver nas nossas memórias como algo bom.”

– Helloisa Gomes

Helloisa Gomes Dubyna, 21 anos, é aluna de Design no sé-

“Se você esteve lá uma vez, ou vinte, saiba que fez parte disso tudo. Essa história também é sua.”

timo período da PUCPR. Desde 2023, é presidente do Clube de Cosplay, criado com amigos e que ela considera uma das melhores decisões da sua trajetória universitária.

Antes de entrar na faculdade, já conhecia os espaços da PUCPR por eventos de cultura pop. Mas foi ao ingressar que sentiu um acolhimento inesperado. “Me senti muito bem com toda a atmosfera artística: as exposições, os alunos com os trabalhos... Isso me deu a certeza de que eu estava no lugar certo”, contou.

A criação do Clube de Cosplay marcou essa jornada. “Foi uma das melhores ideias, porque conheci pessoas incríveis, que hoje são tudo para mim.” Para ela, mais que um grupo de interesses, o clube representa um espaço de pertencimento. Os encontros ocorriam às quintas à tarde no Bloco Azul. “Era sempre um momento de distração no meio do cotidia-

no caótico da faculdade.” Na semana anterior ao incêndio, o grupo fez um dia temático com fantasias e sessão de fotos. “Foi super legal. Ninguém imaginava o que viria depois.”

Apesar de tudo, o grupo foi realojado e as atividades continuam. “A gente não precisa lembrar só com tristeza”, diz Helloisa.

“As memórias felizes são bem maiores do que a tristeza. A tristeza é uma; as felizes são milhares, milhões.” – João Pedro

João Pedro, 22 anos, é presidente do Clube de RPG desde 2022. Ele lidera um dos grupos mais antigos, criado antes de 2019, que reúne participantes em encontros marcados por histórias, personagens e amizades.

O clube também é um porto seguro para quem se sentia deslocado. “É para pessoas

introvertidas, desse nicho nerd, que sofreram bullying.

Quando entram achando que isso ia continuar, descobrem um espaço só daquilo que antes era zoado”, explica. “Ninguém julga, porque todo mundo está na mesma. Considero eles uma família.”

Foi no clube que João conheceu a namorada, Júlia, convidada por um amigo em comum. “Tenho certeza de que não somos os únicos. Conheço vários casais que se conheceram jogando.”

O incêndio foi um choque. João não pôde ir ao último encontro por estar doente. “Pensei: ‘semana que vem vou compensar’. E aí aconteceu. Nem deu tempo de dizer tchau”. “É triste pensar que vai chegar sexta e eu não vou pro Bloco Azul jogar. Mas as memórias felizes são bem maiores.”

Para ele, o mais importante é o espírito que permanece. “Mesmo com o incêndio, a memória está viva enquanto ninguém esquecer. Ver as janelas ainda é triste, mas o clube continua. E eu continuo lá.”

“Cada partida trazia consigo uma narrativa única. A D14 era o nosso lar.” – Artur Mittelbach

Para Artur Mittelbach, mestre em design de jogos e professor na PUCPR desde 2011, o Bloco Azul era mais que uma construção: era cenário de uma vivência de mais de uma década. Desde 2012, ele e estudantes se reuniam semanalmente na sala D14, ao lado da secretaria do

bloco, para sessões de jogos de tabuleiro — mais de 150 ao todo.

“Entre cartas, dados e risadas, fizemos amizades além da sala e dos cursos. Tinha gente de Design, Computação, Biologia, Medicina, Arquitetura, Educação Física… até de fora da PUC. Era um grupo diverso, conectado de forma única.”

A D14 foi berço de projetos criativos, trocas profundas e trajetórias compartilhadas. “O que começava como um rabisco virava jogo. A galera saía cheia de ideias, conexões e vontade de criar.”

Com o tempo, os frutos daquele espaço se multiplicaram: ex-alunos fundando empresas, jogos premiados, pesquisas com abordagem lúdica e reconhecimento dentro e fora do Brasil.

Hoje, os encontros ocorrem na Biblioteca Central, que abriga o mesmo espírito. “A D14 não acabou. Ela vive em tudo o que inspirou. Esse é o tipo de legado que temos orgulho de carregar”, revela. “Se você esteve lá uma vez ou vinte, fez parte disso tudo. Essa história também é sua.”

Para Artur Mittelbach, mestre em design de jogos e professor na PUCPR desde 2011, diz que o Bloco Azul era mais do que uma construção: era cenário de uma vivência que atravessou mais de uma década. Desde 2012, ele e um grupo diverso de estudantes se reuniam semanalmente na sala D14, localizada ao lado.

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Quiz com perguntas sobre curiosidades e fatos do Bloco Azul.

Grupo Pinhão de Tabuleiro realizando atividades no Bloco Azul.
Artur Mittelbach
Antonio Eduardo, Caio Zelak
e Pedro Fernandes
3º Período
Clube de RPG do Bloco Azul em encontro semanal.
João Pedro

Prática de docentes do Bloco Azul mantém tradição em novos espaços

Aproximadamente 127 professores adaptaram suas metodologias para preservar o ensino dos alunos afetados pelo incêndio

O incêndio no Bloco Azul impactou diretamente mais de 1.000 estudantes da Escola de Belas Artes, comprometendo laboratórios, salas de aula e espaços culturais. Apesar das perdas materiais, a comunidade acadêmica mostrou união e resiliência, sustentada por uma tradição pedagógica de mais de 60 anos, baseada na colaboração entre professores e alunos.

ção criativa e consistente, mesmo em meio às dificuldades.

O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, Humberto Medeiros, comparou a situação a um reinício forçado. “Foi como se tivéssemos abortado um semestre e começado do zero. Porém, em menos de 10 dias, estava todo mundo realocado em novos espaços”.

de laboratórios de informática. Embora o terceiro andar, onde ocorriam muitas aulas de Arquitetura, tenha sido destruído, os estudantes mantêm o ritmo, adaptando-se a novos ambientes, mesmo com mesas e pranchetas improvisadas.

Materiais importantes, como maquetes e acervos, foram parcialmente perdidos, e professo-

“A tradição de ensino do curso vai além da infraestrutura física.”

Os docentes tiveram que adaptar suas práticas pedagógicas, utilizando suas experiências para superar a falta de materiais e garantir a continuidade do ensino. A singularidade dessas práticas se mostrou mais importante que a infraestrutura física, para manter uma forma-

O Bloco Azul, além de abrigar o curso de Arquitetura, era ponto central para outros nove cursos da Escola de Belas Artes.

Os alunos foram remanejados para os blocos Amarelo, Laranja e Cinza, e receberam computadores para compensar a perda

res utilizam outras alternativas enquanto aguardam a criação de novos espaços para armazenamento. O professor Paulo Zaniol, do curso de Design, ressaltou que, apesar das perdas físicas, o espírito e a didática do curso não foram abalados, pois são construídos por pessoas.

O Bloco Azul era reconhecido como um local de convivência, troca de ideias e projetos colaborativos entre alunos de diferentes áreas, reforçando uma cultura acadêmica integrada. Atualmente, o planejamento para a reconstrução do espaço está em andamento, com a reforma prevista para começar em breve, visando resgatar e ampliar essa dinâmica de ensino e criatividade.

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Ensaio de fotos das maquetes resgatadas no Bloco Azul. portalcomunicare.com.br

Bloco Azul resiste em memórias como Coração Cultural da PUCPR

Prédio era peça essencial no desenvolvimento e compartilhamento de cultura dentro dos muros da PUCPR e, algumas vezes, até mesmo fora

N o Bloco Azul da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) muitas gerações de estudantes já se emocionaram no palco do Teatro da Universidade Católica (TUCA), onde vozes ecoaram em apresentações teatrais e musicais, debates fervorosos, cerimônias e festivais que englobaram e extrapolaram a vida acadêmica. O cheiro de café no intervalo se misturava às risadas no corredor, às conversas sobre arte, cultura, política e também aos passos apressados de quem corria para não perder o próximo ensaio, a próxima aula ou a próxima ideia que surgiria ali.

Além de um espaço físico, o prédio era um ponto de encontro de alunos dos cursos das áreas de Comunicação, Design, Arquitetura e Artes. Seus corredores concentravam mais do que apenas salas de aula, também abrigavam locais de criação, expressão cultural e convivência, fundamentais para a vida cultural da universidade.

Por décadas, o Bloco Azul foi cenário principal de cerimônias importantes, como a entrega de jalecos dos futuros médicos, Congressos de Medicina e apresentações culturais que uniam comunidade interna e externa. É o caso de Revele Seu Talento,

que é um dos festivais universitários de música mais consolidados do Brasil, em que alunos da PUCPR, ex-alunos (Alumni), colaboradores ou professores poderiam mostrar o seu talento para o mundo e ainda concorrer a premiações em bolsas de estudos e produtos PUCPR. Além de receber encontros acadêmicos como o Seminário de Iniciação Científica (SEMIC), que acontece desde 1992 e é espaço para estudantes apresentarem os resultados das suas jornadas científicas e das suas pesquisas desenvolvidas durante os programas de pesquisa da PUCPR. Exposições como Street of Styles, um encontro internacional de grafite que aconteceu em Curitiba em 2018 e chegou ao Câmpus Prado Velho, juntando artistas nacionais e internacionais que pintaram oito murais dentro da universidade, entre os blocos amarelo e azul. Assim como eventos como o Novembro Negro e musicais como Festival Universitário.

Foi dessa maneira que o que era para ser apenas mais um bloco de universidade se transformou, ao longo dos anos, em uma espécie de coração cultural da PUCPR. No dia 19 de junho de 2023, a PUC Game Show tomou conta do hall do Bloco Azul e se tornou um dos acontecimentos mais

Spirit no

importantes da vida universitária de uma artista independente, que apresentou um dos seus primeiros jogos criados durante o primeiro período do curso de Jogos Digitais. Cryslane Silva diz que o evento trouxe uma visão mais ampla do mercado, pois percebeu a valorização e o espaço dado à profissão.

em 2022 contou com atrações para o público nerd. sonhos na área”.

Hoje, mesmo entre escombros, a comunidade se une para manter viva a memória do Bloco Azul. As chamas levaram paredes, mas jamais levarão as histórias que nasceram ali.

Para Silva, o Bloco virou parte de sua trajetória acadêmica e pessoal, portanto ela recorda do espaço com uma grande memória afetiva. “E, para mim, aquele não era só um prédio... foi onde fiz minhas melhores amizades, vivi momentos inesquecíveis e onde comecei a construir meus

pelo Bloco Azul.

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Linha do Tempo com principais eventos sediados
Beatriz Stempinhaki, Jeniffer Carvalho e Kauany Barbieri
Período
Shinobi
Bloco Azul
Equipe Shinobi Spirit
Gabriela Amorim e
Letícia Coelho
3º Período

Reconstrução

Estabelecimentos do Bloco Azul procuram alternativas após incêndio

Apesar de o acidente não ter comprometido a praça de alimentação, trouxe danos com a perda de equipamentos, estoque e o fechamento por tempo indeterminado do bloco

Quase quatro meses após o incêndio, os 8 restaurantes e 2 lojas que funcionavam na praça de alimentação e no pátio do térreo do Bloco Azul da PUCPR foram realocados em outras áreas da universidade. O objetivo é contornar os prejuízos causados pelo fogo, enquanto esperam pela reabertura do bloco para voltar às atividades.“Fomos pegos de surpresa porque foi bem na época que estávamos voltando. Fazia praticamente 60 dias que as aulas tinham começado”, conta André Tissot, gerente do Angra, um dos restaurantes afetados.

Os donos dos estabelecimentos não foram autorizados pela perícia a entrar no bloco após o incêndio para retirar os seus pertences e equipamentos. Por conta disso, freezers, chapas, fritadeiras, e o estoque inteiro foram perdidos. Segundo informações apuradas pelo Comunicare, o seguro contra terceiros da PUCPR irá cobrir os gastos e prejuízos que os estabelecimentos tiveram com o acidente.

A universidade está trabalhando para amenizar os danos

Reconstrução

causados. O diretor de negócios da universidade, Filipe Ignes, afirma que entraram em contato com todos os estabelecimentos que foram rapidamente realocados para tentar diminuir os prejuízos dos proprietários o máximo possível. A universidade disponibilizou espaços novos para alguns estabelecimentos que estavam localizados no bloco. Além disso, áreas de estoque, cozinhas e instalações elétricas também foram fornecidos.

Comprometidos pela falta do maior bloco da universidade, a loja da Cacau Show e a Papelaria DCE que se encontravam no pátio, atualmente estão no térreo do bloco amarelo, e o Tropical Banana agora se encontra no bloco vermelho de Direito. Já os restaurantes Angra e o The Honest Burguer optaram pela utilização de food trucks. A hamburgueria está localizada entre os blocos amarelo e azul, e o restaurante entre os blocos verde e azul. Ignês afirmou que mais dois restaurantes estão em negociação para atenderem também em foods trucks.

O plano inicial é priorizar a reabertura do térreo e da praça de alimentação, por serem os principais pontos de circulação dos estudantes. Segundo Ignes, existe uma estimativa de três meses para continuarem atendendo de maneira remota, pois não podem voltar a atuar no bloco até estabelecidas condições mínimas de uso. Após este prazo, a PUCPR pretende ter uma nova conversa com os estabelecimentos para debater o futuro, ainda incerto.

O Bloco Azul passará por uma reforma de grande porte, semelhante a do Centro de Realidade

Estendida, com tecnologia de ponta. O diretor de negócios afirma que a obra pode custar cerca de R$ 50 milhões e afirma que “tudo voltará ao normal e melhor do que era antes.”

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Mapa e vídeo de onde estão os restaurantes agora realocados.

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PUCPR planeja construção de bloco sustentável e altamente tecnológico

Espaço que abrigava a Escola de Belas Artes foi danificado e desativado após chamas atingirem a instituição

Pedro Bucko, João Quadros, João Bonat e Leticia Bonat 3º Período

A pós os danos estruturais sofridos pelo Bloco Azul da PUCPR, a universidade mobilizou rapidamente sua comunidade e iniciou um amplo processo de realocação de turmas e reconstrução do espaço. Em apenas cinco dias, cerca de 170 turmas, somando mais de 3.500 alunos, foram transferidas para outros ambientes do campus. A operação envolveu mais de 200 pessoas, entre técnicos, professores, equipe de infraestrutura e logística, em um esforço coletivo para garantir a continuidade das aulas com o mínimo de impacto na rotina acadêmica.

Segundo Filipe José Ignês, diretor de Operações de Negócios da PUCPR, a situação inesperada acelerou a execução do plano diretor de infraestrutura da universidade, que já previa transformações profundas no Bloco Azul. “A ideia agora é antecipar o que já estava planejado e criar um espaço mais eficiente, sustentável e alinhado às novas formas de ensino”, afirmou.

O novo prédio será concebido dentro dos critérios do selo LIED, com foco em práticas

sustentáveis como reaproveitamento de água, eficiência energética, climatização inteligente e melhor organização do fluxo de pessoas. Também está prevista a criação de ambientes multifuncionais, mais adequados aos modelos híbridos e colaborativos de aprendizado.

A reestruturação vai além da arquitetura. Ex-alunos, centros acadêmicos e representantes de projetos de extensão da universidade se colocaram à disposição para contribuir com o processo. Para Angela Leitão Sallem, decana da Escola de Belas Artes, esse momento revelou a força simbólica do espaço e o senso de pertencimento da comunidade. “A gente forma uma comunidade invisível, construída pelo afeto. Quando você tem essa ligação com o aprendizado, cria uma memória de casa, de lugar”, destacou.

A decana também afirmou que o novo edifício deve refletir esse sentimento coletivo. “A escola é uma comunidade feita de pessoas. Somos muito fortes, muito potentes, e agora o novo bloco terá que expressar isso no espaço

físico.” A proposta, segundo ela, não é apenas reconstruir, mas criar algo melhor: um ambiente contemporâneo, funcional, flexível e inspirador.

A próxima etapa da revitalização já começou com a análise estrutural do prédio e a remoção técnica dos escombros, especialmente do último andar, quase totalmente destruído. Essa fase exige cuidado e precisão, pois envolve risco de desabamento de paredes internas, ainda que não haja

ameaça de colapso estrutural. A expectativa é de que esse processo leve até três meses.

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Entrevista com diretora de Marketing, Cristina Aguiar . portalcomunicare.com.br

Início da revitalização do Bloco Azul.
João Quadros
Beatriz
Eduardo Bruscagin
Hamburgueria The Honest Burguer localizada entre os blocos azul e amarelo.

PUCPR resgata história da Belas Artes e fortalece vínculos entre gerações

Com mais de duas décadas de história, a Escola de Belas Artes da PUCPR se consolidou como referência no ensino de Comunicação, Artes, Design, Arquitetura e indústria criativa

3º Período

O Bloco Azul da Pontifícia Universidade Católica do Paraná impulsiona a Escola de Belas Artes (EBA), um espaço onde o tempo se conecta e as gerações se entrelaçam. Fundada oficialmente em 2020, a EBA carrega uma tradição que remonta a décadas, com cursos históricos que já celebram importantes marcos: o Jornalismo completa 70 anos, enquanto o Design comemora seus 50 anos de formação.

A essência da escola aposta nas metodologias ativas de ensino e aprendizagem. O estudante deixa de ser espectador e assume um papel protagonista em sua própria formação. Desta forma, a metodologia por projetos está presente em toda a vida acadêmica, garantindo um vínculo constante entre teoria e prática.

“Se a gente pegar hoje os estudantes que se formam em Jornalismo, eles atuam de algu-

ma maneira colados nas relações públicas, que atuam colados na parte do audiovisual, que está colado na parte da publicidade. Então, entender as conexões das profissões e começar a conectar ainda na academia. Isso é o Multicom”, conta a professora Angela Leitão, Decana da EBA.

Com cinco anos de existência formal, a Escola de Belas Artes é muito mais que um prédio: é um território de experimentação, liberdade e transformação. Ela abriga hoje cursos como Arquitetura e Urbanismo, Design, Jornalismo, Teatro, Música e Produção Musical, formando profissionais para um mercado dinâmico e conectado. Para Ângela, essa visão integrada prepara os estudantes para um mundo profissional em constante transformação. “O que a gente tenta fazer é mostrar que não tem mais fronteiras rígidas entre as áreas, que o mercado é híbrido.

Essa mistura é o que faz o estudante se destacar”. A metodologia por projetos, o ensino ativo, o protagonismo são essenciais para que eles vivam essa experiência desde o começo.” Essa integração se materializa em projetos e eventos que permeiam a vida acadêmica e fortalecem o vínculo entre teoria e prática. Entre eles, a Semana +Arte, que celebra as diversas linguagens artísticas com oficinas, exposições, instalações e performances, envolvendo os cursos de Produção Musical, Licenciatura em Música, Artes Visuais e Teatro.

O LabConnect reúne música e conhecimento em uma sintonia que atravessa cursos e gera novas conexões. O Exchange Day prepara estudantes para desafios internacionais, enquanto congressos como o XVIII Congresso Abrapcorp trazem debates essenciais para as áreas de comunicação e cultura.

No campo da Arquitetura e Urbanismo, a escola promove eventos que aproximam estudantes e profissionais, fomentando um rico ambiente de networking e inserção no mercado.

Além disso, a Biblioteca da PUCPR oferece uma programação contínua de oficinas e encontros culturais, complementando o ecossistema artístico da instituição.

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Entrevista completa em áudio com a Decana da EBA.

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Reconstrução

Ampla operação garantiu realocação de turmas e continuidade das aulas

Com 51 anos de história, Bloco Azul da PUCPR enfrenta novo capítulo após incêndio e reorganização das aulas

Clara Iorhana, Mariana Bonete e Thiago Gura 3º Período

P or consequência da perda do Bloco Azul, mais de 150 turmas foram realocadas para os outros blocos da universidade num período extremamente curto. Entre os dias 15 e 22 de abril, no meio do feriado de Páscoa, a coordenação das Belas Artes e a reitoria da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) se uniram prezando pela continuidade das aulas, sem afetar a grade curricular.

O Reitor da PUCPR, Irmão Rogério Renato Mateucci, explica a complexidade do planejamento do ensalamento, pois foi intensa a corrida para inserir uma escola inteira em novos ambientes no campus. Foi necessário analisar o tamanho dos espaços disponíveis, o tamanho das turmas e construir o ensalamento pensando nos professores que precisam se deslocar de um ponto para o outro em pouco tempo.

Parte desse remanejamento foi elaborado durante o feriado de Tiradentes e da Páscoa por coordenadores de curso, pelos analistas de operações acadêmicas e a própria decana Angela Leitão. “Eu acho que esse é um grande gesto de uma comunidade preocupada em tirar do desafio uma possibilidade.”

Sheyla Cristina, Analista de Operações Acadêmicas e uma das colaboradoras do remanejamento, relatou a dor da notícia do incêndio e a necessidade de manterem a calma até terem a certeza de que todos estavam bem.

Os momentos seguintes foram acompanhados de uma série de reuniões com os maiores impactados e colocando em prática uma ação de remanejamento. “Conseguimos isso graças à equipe responsável pelo horário e ensalamento da graduação da PUCPR, em que todos se prontificaram a rever seus ensalamentos e disponibilizar ambientes para os impactados.”

Segundo ela, todos os analistas das escolas (cursos da PUCPR), infraestrutura, as coordenações, os decanatos e a gerência direta estavam sobre aviso e atuando 24 horas por dia em ambas as frentes, planejamento e execução. Os analistas fazem o horário dos cursos e já possuem expertise para tal ação.

Nenhum horário de aula foi alterado e o alinhamento foi feito em parceria com os coordenadores, que souberam conduzir a mensagem junto aos alunos e professores. Não houve confusão, pois todos estavam sensi-

bilizados e compreensíveis. A comunicação foi realizada pelos meios da PUCPR, através das ferramentas já utilizadas pelos estudantes e docentes, gerando segurança e assertividade.

A estudante do terceiro período de Arquitetura Julia Engell foi uma das alunas remanejadas. Ao Comunicare, ela comentou sobre as dificuldades da adaptação, deslocada do Bloco azul que oferecia os materiais necessários, como mesas, espaços de estudo para o desenvolvimento de projetos e todos os trabalhos para pesquisa. As salas do bloco 10 não conseguem atender essas

necessidades, já que as salas das Belas Artes eram projetadas especialmente para esses cursos. Contudo, mesmo com os desafios, nenhum horário foi alterado e não houveram pendências no cronograma do curso.

Linha do Tempo com principais eventos sediados pelo Bloco Azul .

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Alunos da universidade contornam o Bloco Azul interditado.
Mariana Bonete

Fundamentos do conhecimento: A construção do Bloco Azul

Mais do que uma estrutura física, o Bloco Azul da PUCPR, inaugurado em 1979, representa o início de uma nova fase na trajetória da universidade, sendo um dos primeiros passos na consolidação do campus atual. Este ensaio fotográfico revisita momentos durante a sua construção, registrando a memória arquitetônica que moldou parte importante da identidade acadêmica e cultural da PUCPR

Acervo Centro de Memória PUCPR

A base do Bloco Azul começa a ser construída e acimentada.
Pilares e vigas de concreto começam a dar vida ao esqueleto do novo bloco.
Bloco Azul foi entregue no dia 15 de fevereiro de 1979, e inaugurado no dia 5 de março do mesmo ano.
Concretagem da laje do bloco em andamento.
Em fase final de construção, o segundo andar do Bloco Azul começa a tomar forma.
Equipe de construção na montagem das estruturas.

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Comunicare 354 by eba_pucpr - Issuu