Comunicare 349

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Inflação

Alimentos devem ficar mais caros por conta de queimadas e estiagem

Página 3

Protesto

Moradores se mobilizam contra corte de árvores na Av. Arthur Bernardes Página 4

Inclusão

Centro de Referência Paralímpico busca novos atletas em Curitiba

Página 11

Eleição para todos

As urnas eletrônicas usadas neste ano contam com novos recursos de acessibilidade para eleitores com deficiência visual ou auditiva. O destaque é a ferramenta “Letícia”, que oferece instruções de voz para manuseio da urna eletrônica e permite que pessoas com baixa visão ou cegas possam usar de modo autônomo a cabina de votação, sem necessidade de companhia

Política | pag. 6 e 7

O Paraná tem 94.478 eleitores com deficiência. O número representa 1,1% do eleitorado do estado e indica um aumento de 12,46% em relação a 2022.

Crimes eleitorais disparam

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) recebeu, até a semana do primeiro turno das eleições, 5.612 denúncias de crimes eleitorais em todo o estado. Esse número representa mais de 90% do volume total de crimes registrado nas eleições municipais anteriores, em 2020. Isso significa que, mantido o ritmo de denúncias, o índice vai superar o de quatro anos atrás. Somente nos primeiros dias de outubro, que antecederam a votação de primeiro turno, houve um acréscimo de mais de mil ocorrências. As cidades onde as denúncias mais acontecem são Curitiba, Guarapuava e Foz do Iguaçu.

Prejuízo nos ônibus

Especialistas explicam que, desde o período de isolamento social gerado pela pandemia de Covid-19, as campanhas eleitorais passaram a ocorrer majoritariamente em ambiente digital, que é onde os crimes mais acontecem. Cerca de 24% das denúncias feitas nestas eleições, no Paraná, foram registradas na Internet, conforme dados do aplicativo Pardal, ferramenta que permite o envio de denúncias com indícios de práticas indevidas ou ilegais.

Política | pag. 5

Os dias de votação costumam amanhecer com panfletos eleitorais espalhados pelas ruas

O transporte coletivo de Curitiba sofre um prejuízo anual estimado em R$ 5,5 milhões com a infração de entrar nos ônibus sem pagar a passagem, chamada de “fura-catraca”. Até 3,5 mil pessoas cometem o crime

diariamente, sobretudo adolescentes. Para inibir a prática, a Guarda Municipal realiza ações de fiscalização.

Cidades | pag. 3

Curitiba, 26 de Outubro de 2024 - Ano 27 - Número 349 - Curso de Jornalismo da PUCPR
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Rovena Rosa/Agência Brasil

A meritocracia no Brasil é uma farsa legitimada

N os últimos anos, as redes sociais se tornaram palco de promessas rápidas de sucesso. Nesse ambiente digital, que valoriza produtividade e otimismo exagerado, o “coach motivacional” ganhou destaque. Esses influenciadores simplificam questões sociais e econômicas complexas, propagando a ideia de que “garra, foco e fé” são suficientes para o sucesso. Ao fazer isso, mantêm a falsa noção de que vivemos em uma meritocracia plena.

A meritocracia prega que o sucesso depende do mérito individual; ou seja, do esforço e da competência. Porém, sua aplicação ampla ignora as desigualdades sociais e econômicas. No Brasil, essa narrativa é ainda mais problemática, pois, segundo o relatório Global Wealth Report 2023, quase metade da riqueza do país (48,4%) está concentrada nas mãos de apenas 1% da

população. Acreditar que todos têm as mesmas oportunidades de sucesso apenas com esforço pessoal é ilusório.

A figura dos “coaches motivacionais” alimenta essa falácia, oferecendo soluções simplistas para problemas estruturais. Um exemplo é Thiago Nigro, o “Primo Rico”, que, em 2022, afirmou que “qualquer um pode ser milionário” com as estratégias certas. Contudo, ele desconsidera que grande parte da população parte de um ponto de desvantagem. Nigro, por exemplo, cresceu em uma família de classe média alta, com privilégios inacessíveis à maioria dos brasileiros.

O sociólogo José Antonio Segatto, na obra “A Formação da Classe Operária no Brasil” (1987), contribui para o entendimento de como a exclusão social é um processo histórico e estrutural. Segatto mostra

que as desigualdades são mantidas não só por fatores econômicos, mas, também, por relações sociais profundamente enraizadas. Esse tipo de análise desmente a visão dos coaches, que costumam sugerir que a pobreza é resultado de falta de esforço.

Além disso, muitos jovens empreendedores de sucesso nas redes sociais não chegaram lá apenas por mérito. Segundo a Forbes, nenhum dos 15 multimilionários com menos de 30 anos começou do zero; todos herdaram fortunas ou receberam significativo apoio familiar. Quando influenciadores dizem que basta “garra, foco e fé”, escondem o fato de que as oportunidades não são iguais para todos. Se esses discursos começarem a definir a maneira como moldamos a sociedade, corremos o risco de ver o aumento de líderes carismáticos que priorizam o

Opinião Comunitiras

A tragédia deixa lições

Orecente acidente com o ônibus do Coritiba Crocodiles, que se dirigia ao Rio de Janeiro, trouxe à tona questões alarmantes sobre a segurança e o investimento no esporte no Brasil. A tragédia não é apenas uma lamentável perda de vidas, mas também um indicativo da negligência que permeia modalidades que não têm a mesma visibilidade que o futebol. Na última quarta-feira, o perfil de instagram Coletivo Coritibano fez a publicação da hashtag #CoxaAjudaOCrcoco, levando a público esta discussão.

Em primeiro lugar, é crucial destacar que a falta de investimentos em infraestrutura e segurança afeta diretamente a vida dos atletas. O ônibus, que transportava jogadores e membros da equipe, não possuía as condições adequadas para garantir uma viagem segura. Essa situação não é uma exceção, mas parte de uma realidade em que as equipes de esportes menos populares

enfrentam constantes desafios financeiros. Esportes como o futebol americano dependem de doações e iniciativas voluntárias para se manter, o que limita drasticamente as condições de operação. Em maio deste ano, o Globo Esporte publicou o balaço feito pelo Coritiba Foot Ball Club, que ressaltou a disparidade de investimento entre os times das diferentes modalidades. Levando em consideração tais valores e a condição da SAF, é importante questionar as razões de não serem aplicados maiores investimentos no time de futebol americano.

Por fim, o acidente deve servir como um chamado à ação. A segurança dos atletas deve estar em primeiro lugar. Investir em infraestrutura e apoio a todas as modalidades é um passo essencial para evitar que tragédias como a do Coritiba Crocodiles se repitam. A mudança começa agora, com um compromisso coletivo de transformar a realidade do esporte no Brasil.

COORDENADORA

Suyanne

espetáculo, propondo soluções encantadoras, mas ineficazes. Nesse cenário, a busca por resultados efetivos será ofuscada pelos discursos vazios que manipulam emoções e desviam o foco dos problemas que demandam real atenção.

Essa narrativa também naturaliza as desigualdades. Ao dizer que “quem quer, consegue”, de maneira perversa, culpam os pobres por sua condição atual, ignorando fatores estruturais como o acesso desigual à educação e as condições de trabalho precárias. A disseminação irrefletida do discurso meritocrático pelos coaches tem um impacto negativo na construção de uma sociedade mais igualitária, pois desconsidera o papel das políticas públicas e das instituições na promoção da igualdade de oportunidades.

COORDENADOR

COORDENADOR

Anna Amabille

Queimadas devem aumentar preço de alimentos no Paraná

Última alta de preços nos alimentos, para esta época do ano, havia sido registrada em 2021, durante a pandemia de Covid-19

A pós quedas em junho (-1,29%) e agosto (-0,60%), o preço médio dos alimentos no Paraná devem voltar a subir, em razão das queimadas e do período extenso de estiagem. Alimen-

de 18% em função da estiagem, ao passo que a safra de trigo terá recuo de cerca de 17% em função da seca e também das geadas. As estimativas são do Departamento de Economia Rural do Paraná

alta de preços registrada nesse mês aconteceu em 2021, quando os alimentos subiram 1,19%, em um contexto de disparada dos preços gerada pela pandemia de Covid-19.

“Seguimos com orientação aos nossos produtores para não efetuar queimadas em quaisquer áreas”

tos como carne bovina, cana de açúcar e derivados do leite devem apresentar as maiores altas. Grãos como milho e trigo, que são vastamente plantados nas lavouras do Paraná, já foram afetados pela crise climática.

A segunda safra de milho, recém-colhida, registrou perdas

(Deral), que é ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do estado.

O cenário contrasta com os últimos dois anos, quando a inflação de alimentos consumidos em casa fechou o mês de setembro com deflação: -1,02% em 2023 e -0,86% em 2022. A última

as perenes quanto as anuais, como a aveia.

Nos pastos, o clima seco torna mais escassa a oferta de animais criados nesses territórios, fazendo com que os pecuaristas utilizem a criação por confinamento, que é um método mais caro. Isso pode afetar os produtores de carne e leite, gerando aumento de custos de produção e alta nos valores dos produtos praticados junto ao consumidor.

O agrônomo Carlos Hugo Godinho ressalta que as plantações de cana-de-açúcar são regiões onde as queimadas têm sido mais frequentes, e tem afetado as culturas de maneira mais significativa, podendo gerar impactos também no preço do açúcar nos mercados do estado.

O produtor rural Aldair Souza, de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, diz ter observado queda na qualidade de alguns de seus produtos, como brócolis e couve flor, devido às estiagens. Ele acrescenta que está buscando manter cuidados em relação ao plantio neste período. “Seguimos sempre com orientação aos nossos produtores parceiros em não efetuar queimadas em quaisquer áreas que sejam para conservação do solo e mais danos ambientais”.

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Leia o QR Code ao lado para ler a matéria completa ou acesse:

As condições climáticas neste ano têm feito com que a produção agrícola do estado venha sendo impactada de diferentes formas. Diretor do Deral, Marcelo Garrido destaca que o déficit hídrico tem prejudicado de maneira significativa a produção de silagens e a oferta de massa verde das pastagens, portalcomunicare.com.br

Queimadas empobrecem solo

Paraná registrou, entre janeiro e agosto deste ano, mais de 10 mil focos de incêndio, segundo o Corpo de Bombeiros siste no uso do fogo de forma planejada e controlada em áreas específicas, com determinado fim) para atividades agrossilvopastoris no Paraná, incluindo o método usado para a despalha de cana-de-açúcar. A medida busca amenizar a ocorrência de incêndios florestais em todo o Estado.

Além dos prejuízos econômicos, as queimadas também causam impactos no solo, podendo interferir nos atributos químicos, físicos e biológicos da terra. Isso tem como consequência o empobrecimento das terras de plantio. Além da perda de nutrientes pela queima (carbono, nitrogênio e outros), o fogo altera as populações de microrganismos do solo, favorecendo os processos erosivos, devido à menor quantidade de resíduo vegetal de cobertura.

Com a diminuição dos resíduos vegetais e da matéria orgânica, o processo de infiltração e armazenamento de água fica comprometido, influenciando na produtividade e resiliência dos sistemas produtivos.

Nos últimos anos, têm sido recorrentes os casos de estiagem e secas, com chuvas muito concentradas em curtos períodos, seguido de longos ciclos sem chuva. O Paraná registrou mais de 10 mil focos de incêndio entre janeiro e agosto de 2024, sendo a região norte do estado a mais afetada, segundo dados do Corpo de Bombeiros. A expectativa era de que em setembro a chuva acumulada fosse 38% menor do que a média histórica para o período.

Haver menos precipitação é normal no inverno, mas muitos municípios chegaram a registrar 40 dias sem precipitações, especialmente no Norte e Noroeste do Paraná. Isso se associa a temperaturas relativamente

altas para o período. A atual onda de calor que vem atingindo o País é a mais intensa da história, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem). Além disso, a ocorrência de geadas favorece a formação de material seco, o que tem levado a uma propensão maior a queimadas em todo estado nos últimos meses.

Combate às queimadas A situação atual fez com que o governo estadual decretasse situação de emergência desde o dia 4 de setembro. Cinco dias depois, o Instituto Água e Terra (IAT) suspendeu pelo período de 90 dias as chamadas queimas controladas (técnica que con-

O Deral afirmou que, desde 17 de setembro, dois modelos de aviões estão reforçando o combate a incêndios florestais de grandes dimensões nas áreas de proteção, conservação e parques estaduais do Paraná. A medida integra um pacote de R$ 24 milhões anunciado pelo governo estadual para o enfrentamento à estiagem, que prevê ainda a capacitação de 500 brigadistas.

Manoela Pereira, Maria Eduarda Honorio, Nicole Duarte 2º Período
Produtores rurais já relaram impactos do período de estiagem na qualidade dos produtos cultivados
Maria Eduarda Honorio tanto

Plano para corte de árvores revolta moradores da Av. Arthur Bernardes

Retirada das árvores faz parte de projeto da Prefeitura de Curitiba para melhorias no transporte público da cidade

N os últimos meses, moradores da região da Avenida Arthur Bernardes, em Curitiba, têm se mobilizado para protestar contra um projeto da Prefeitura de Curitiba que prevê o corte de 237 árvores no local. A retirada das árvores é parte do plano de obras da implementação do Projeto de Ampliação da Capacidade e Velocidade da Linha Direta Inter 2, que pretende melhorar o transporte coletivo na cidade.

Os habitantes da região se mobilizaram e criaram um movimento chamado SOS Arthur Bernardes, cuja manifestação mais recente se deu no fim de setembro, ante a continuação das obras, mesmo após uma suspensão de 30 dias ser aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores.

Os parlamentares solicitaram a revisão do projeto durante uma audiência pública, após a causa ganhar visibilidade, devido aos protestos na região. Assim, a preposição nº 205.00384.2024 foi encaminhada pela Câmara à Prefeitura requerendo a interrupção das obras. A principal justificativa apresentada foi a de que a preservação das árvores é “menos prejudicial à população e ao comércio local”.

O projeto, iniciado em novembro do ano passado, está previsto para ser concluído em maio de 2025. Contudo, com as paralisações e protestos de moradores e políticos, é possível que as obras demorem mais do que o previsto para serem concluídas. Elas podem, ainda, ser redesenhadas para acomodar os pedidos da população.

Durante o protesto de setembro, realizado no Dia da Árvore, diversas ações foram promovidas para gerar envolvimento da comunidade local, como plantio de árvores e oficinas educativas. O ato também contou com a presença de candidatos à Prefeitura e à Câmara Municipal, que assinaram cartas de compromisso de preservação das árvores.

Bióloga e moradora da região, Ionete Hasse integra o movimento SOS Arthur Bernardes e tem participado dos protestos. “Um dos maiores problemas do projeto é considerar a Avenida Arthur Bernardes como rua, e não como um parque linear”, explica.

o aumento da poluição e da temperatura média da região, prejudica a biodiversidade local e o solo e aumenta os impactos de enchentes.

Buente acrescenta que, em projetos de expansão urbana ou mobilidade, é necessário

“Um dos maiores problemas é considerar a Avenida Arthur Bernardes como rua, e não como parque linear”

Ela também afirma que a promessa da Prefeitura de plantar mais árvores, compensando os cortes, pode não ser completamente verdadeira, já que a porcentagem de sobrevivência das árvores não é igual ao número de mudas plantadas. Além disso, em conjunto com os cortes realizados, outras árvores serão prejudicadas pelo afunilamento da avenida em 3,5 metros de cada lado.

O engenheiro ambiental Thiago Barros Buente destaca a importância da preservação de árvores no ambiente urbano: “É crucial, para manter benefícios ecológicos e sociais”. Ele explica que o corte de árvores envolve

muito planejamento para que o ecossistema não seja prejudicado. “O planejamento sustentável inclui a substituição de árvores removidas, o transplante de árvores, o uso de tecnologias para proteger as raízes durante obras e a integração de vegetação em novos projetos”.

A Prefeitura de Curitiba explica que o projeto está direcionado à eletromobilidade e é um dos pilares do Programa de Mobilidade Sustentável da cidade. Ele recebeu US$ 106,7 milhões em recursos, disponibilizados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A administração municipal afirma, também, que o projeto irá aprimorar o nível de operação das rotas de ônibus (Linha Direta Inter 2 e linha paradora do Interbairros II), as quais possuem o maior fluxo de passageiros em Curitiba.

Em nota oficial, a Prefeitura esclarece que as obras que englobam a Avenida Arthur Bernardes se estendem por mais 14 mil metros e compreendem quatro bairros, totalizando cerca de 25 ruas em obras. Além disso, o órgão garante o plantio do dobro de árvores que serão retiradas dessas ruas, totalizando uma revitalização com 5 mil novas árvores.

Linha do tempo das obras Inter 2

• Novembro de 2023: começam as obras para reforma do Inter 2.

• Maio de 2024: 40 árvores são cortadas na Rua Victor Ferreira do Amaral.

• 13 de agosto de 2024: audiência pública discute o projeto na Câmara Municipal de Vereadores.

• 14 de agosto de 2024: abaixo-assinado com mais de 7 mil assinaturas, de moradores e ambientalistas, é entregue à Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e Tecnologias da Informação da Câmara Municipal de Vereadores.

• 5 de setembro de 2024: movimento SOS Arthur Bernardes protesta contra o corte de árvores em Curitiba.

• 10 de setembro de 2024: as obras são suspensas por 30 dias, por conta dos protestos.

• 17 de setembro de 2024: é autorizada a retomada do corte das 237 árvores.

• 21 de setembro de 2024: moviemento SOS Arthur Bernardes realiza novo protesto, no Dia da Árvore.

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Para mais informações, acesse a matéria completa no site.

O projeto da Prefeitura busca melhorar o transporte público da cidade
Moradores tem feito protestos frequentes na Avenida Arthur Bernardes
Reprodução Prefeirura de Curitiba
Laura Kaiser
Beatriz Stempinhaki, Jeniffer
Carvalho e Laura Kaiser
2º Período

Paraná tem mais de mil denúncias de crimes eleitorais por semana

Dados indicam aumento de ocorrências nas eleições municipais deste ano, sobretudo com crimes cometidos na Internet

O número de denúncias de crimes eleitorais registrado ainda antes do primeiro turno no Paraná representou mais de 90% da quantidade total registrada nas eleições municipais anteriores, em 2020.

Foram registradas 5.612 denúncias de crimes eleitorais por todo o estado, de acordo com estatísticas divulgadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que abrangem até a primeira semana de outubro. Isso indica uma média de mais de mil denúncias por semana.

Somente nos primeiros dias de outubro, houve um acréscimo de mais de mil ocorrências. Ainda em setembro, até o dia 23, o número era de 4.134 denúncias, o que já representava mais de 70% da quantidade total de casos para as eleições de 2020, quando houve 5.951 denúncias.

Especialista em Direito Eleitoral e Político , Juliano Pietzack afirma que a previsão é de que, caso a proporção de aumento prevaleça, a quantidade de denúncias de 2020 seja superada, já que a escala do pleito municipal é muito maior do que a nacional.

Curitiba lidera o ranking de cidades com a maior quantidade de registros no Paraná, com 291 denúncias. A capital é seguida por Guarapuava, com 208; e Foz do Iguaçu, com 202.

Segundo dados do aplicativo Pardal, ferramenta que permite o envio de denúncias com indícios de práticas indevidas ou ilegais, 24% das irregularidades denunciadas até agora foram registradas na internet.

Campanha digital

A pandemia de Covid-19, em um contexto de isolamento

social, mudou o cenário político brasileiro, por meio da popularização de campanhas eleitorais digitais. Isso fez necessária a implementação de regras que refletissem a prática das redes sociais e dos meios digitais de divulgação. “A ascensão das redes sociais e a radicalização política tornou o assédio ao eleitor mais sútil, porém tão violento quanto antes. Com as

determina que a campanha deva ser divulgada apenas nos perfis do próprio candidato ou de seu partido. Além disso, proíbe fazer campanha eleitoral paga na Internet, salvo a utilização do próprio algoritmo para impulsionar o alcance das postagens. O conjunto dessas duas regras limita a ação dos influenciadores digitais em período eleitoral, já que, no caso de material

Nosso papel como cidadãos é estar atento”

redes sociais eu posso mandar um Whats[App], um direct [mensagem individual], ou outro tipo de mensagem diretamente ao eleitor, pedindo seu voto”, explica Pietzack, A resolução nº 23.732/2024, atualizada neste ano pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE),

veiculado em perfis que não pertençam a candidatos, a publicidade deve obrigatoriamente ser gratuita e sinalizada como tal. Não é permitido, ainda, o anonimato, já que a livre manifestação do pensamento só é assegurada pela legislação durante as eleições se a pessoa puder ser

identificada. Ressalta-se que, no dia da eleição, todas as propagandas eleitorais digitais devem ter a circulação suspensa, tendo como pena para o infringimento dessa regra a detenção de seis meses a um ano.

Apesar das perspectivas pessimistas, Pietzack confia que, aos poucos, a democracia está se consolidando no País. “Com muita confusão, um tanto de violência e vários abusos; mas, a cada pleito, estamos mais aptos a combater tais atitudes”, diz. Ele acrescenta: “Nosso papel como cidadãos é estar atento”.

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Confira outras estatísticas sobre crimes eleitorais no estado.

portalcomunicare.com.br

cidades figuram entre

Saiba como denunciar crimes eleitorais

Entende-se por crime eleitoral toda atitude ilícita que fere a democracia e que tem como objetivo corromper o processo de eleições. Como consequência da infração da Lei Eleitoral, pode haver penalização e multa e, em alguns casos, até a cassação de candidaturas e mandatos.

Confira as formas mais comuns de crime eleitoral, a partir de informações do Ministério Público do Paraná.

Boca de urna:

No dia da eleição, é vetada a utilização de alto-falantes e amplificadores de som ou a pro-

moção de comício ou carreata; a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna; a divulgação de qualquer forma de propaganda de partidos políticos ou de candidatos; a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nos meios digitais de que trata o artigo 57-B da Lei 9.504/1997.

Derrame ou chuva de “santinhos: Espalhar material político indevido em grandes quantidades nos locais de votação ou em suas proximidades.

Compra de votos:

Ofertar bens materiais ou vantagens, tal qual vagas de emprego, favorecimento comercial ou até mesmo atendimento médico visando garantir a obtenção de votos.

Violência Política de Gênero

Crime eleitoral de violência política de gênero, previsto no art. 326-B do Código Eleitoral, é designado pelo assédio, constrangimento, humilhação, perseguição ou ameaça, em ambiente virtual ou não, contra candidatas ou políticas ocupantes de cargos eletivos, a fim de impedir ou dificultar a sua

campanha ou seu mandato, por meio de menosprezo ou discriminação a respeito de gênero, cor, raça ou etnia.

De acordo com o site do Ministério, dos casos ajuizados por tal, a maioria decorre de denúncias de cidadãos.

Canais de denúncia

Pardal: Aplicativo disponível para Andoid e IOS.

Portal MPF Denúncias: disponível em www.mpf.mp.br/mpfservicos/denuncia

Quatro
as líderes de denúncias eleitorais nas campanhas eleitorais municipais de 2020 e 2024
Anna Amabille Basso, Giovana kais, Júlia Camargo e Victória Ouyama 2º período

Urnas eletrônicas ganham novos recursos de acessibilidade

Equipamentos têm tecnologias que aumetam a autonomia de eleitores com deficiência visual ou auditiva

Com o aumento de eleitores autodeclarados deficientes, a ferramenta de voz “Letícia” é o novo recurso adotado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência visual no uso das urnas eletrônicas neste ano. Deficientes auditivos também têm novos recursos à disposição no pleito deste ano.

Dados fornecidos pelo TSE indicam que 94.478 dos eleitores do Paraná, o que corresponde a 1,1% do total, declararam ter algum tipo de deficiência. O dado representa um aumento significativo, de 12,46%, em relação às eleições de 2022. Entre os eleitores com deficiência, 14.433 (13.77%) são pessoas com deficiência visual, o que reforça a importância das medidas de acessibilidade.

Para ter sucesso na votação do primeiro turno, que aconteceu em 6 de outubro, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) fez uma parceria com o Instituto Paranaense dos Cegos e testou, nas semanas que antecederam o pleito, a ferramenta “Letícia”. A ideia foi avaliar a eficácia da nova tecnlogia, que se volta a garantir uma experiência de votação mais inclusiva.

A “Letícia” é uma ferramenta de sintetização de voz disponível a pessoas cegas ou com baixa visão. Além de oferecer instruções básicas para dar início ao processo de manuseio da urna eletrônica, a voz também

O eleitor Henry Xavier é deficiente visual e foi uma das pessoas que testaram a nova ferramenta.

“Essa tecnologia é importante,

Deficientes auditivos Para auxiliar eleitoras e eleitores com deficiência auditiva, as urnas eletrônica contam com a imagem de um intérprete de língua brasileira de sinais (Libras) na

Outra novidade, nestas eleições municipais, são os recursos que permitem aumentar ou diminuir o volume das urnas. Também é possível acelerar ou reduzir a velocidade da fala. O recurso já

“A pessoa tem a autonomia de votar em quem ela quer e a mesma condição de exercer o direito de cidadania”

porque muitas pessoas que são deficientes visuais não conhecem e não entendem o braille. Por isso, é tão importante a implementação do sistema de voz”, disse.

tela, que informa os cargos que estão em votação no momento.

Segundo o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente, o áudio será habilitado automaticamente

informa o cargo para o qual os eleitores estão votando, os números digitados no teclado da urna e o nome do(a) candidato(a) escolhido(a).

A tecnologia visa gerar mais autonomia e segurança ao processo eleitoral, reduzindo a necessidade de assistência de terceiros e aumentando a confiança no sigilo do voto.

Ele complementa: “Com isso, a pessoa tem a autonomia de votar em quem ela quer e a mesma condição de exercer o direito de cidadania”.

Além desse recurso, as urnas eletrônicas contam com o Sistema Braille e a identificação da tecla “5” (de forma similar ao teclado do telefone).

na urna para pessoas cegas que já informaram essa condição à Justiça Eleitoral até o fechamento do cadastro eleitoral no mês de maio. “Se não houve essa comunicação prévia, no dia da eleição, quando for votar, basta manifestar o desejo de utilizar um fone de ouvido, e o mesário tem a possibilidade de liberar o áudio”, explica.

estava presente nas eleições de 2020, mas esta será a primeira vez deles em eleições municipais.

Além dessas medidas, o TRE-PR iniciou uma campanha para convidar as pessoas com deficiência a participar das Eleições de 2024 como mesárias e colaboradoras. A 177ª Zona Eleitoral de Curitiba realizou um treinamento inclusivo para mesários com deficiência visual, física, nanismo, autismo, neurodivergência e síndrome de Tourette no início de setembro, como preparação para as eleições em outubro. A capacitação contou com recursos de acessibilidade como intérprete de Libras e audiodescrição.

Informar à Justiça Eleitoral Eleitores com deficiências podem informar sua condição à Justiça Eleitoral a qualquer momento, permitindo que sejam providenciados os recursos adequados para a seção eleitoral. A comunicação pode ser feita presencialmente nos Cartórios Eleitorais ou pelos canais digitais do órgão, como e-mail e WhatsApp.

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Entrevista completa com o presidente do TRE-PR e a embaixadora de acessibilidade.

portalcomunicare.com.br

Os novos recursos de acessibilidade das urnas foram testados pelo TRE-PR antes do primeiro turno
Caio Zelak, Pedro Fernandes e
Yudi Hiroki 2º Período
Com os novos recursos, eleitores com deficiência visual ou auditiva têm autonomia para usar sozinhos a cabina de votação
Yudi Hiroki
Yudi Hiroki

Electronic voting machines get new accessibility resources

Machines are equipped with technologies that are able to increase the autonomy of voters with visual or hearing impairments

With the increase of self-proclaimed disabled voters, the voice assistant “Letícia” is the newest resource adopted by the Superior Electoral Court (TSE) to improve the accessibility of people with visual impairments in the usage of electronic voting machines this year. Hearing impaired voters also have new resources available in this year’s elections.

Data provided by the TSE shows that 94,478 of the electors from Paraná, which corresponds to 1.1% of the total, declared to have some kind of impairment. The data represents a significant increase, of 12.46%, if compared to the 2022 elections. Among the impaired electors, 14,433 (13.77%) are visually impaired, which reinforces the importance of accessibility measures.

Aiming success in the first round of voting, which took place on October 6, the Superior Electoral Court of Paraná (TSE-PR) established a partnership with the Paraná Institute for the Blind and tested, in the weeks that prefaced the litigation, the tool of “Letícia”. The idea was to evaluate the new technology’s efficiency, whose goal is to guarantee a more inclusive voting experience.

"Letícia” is a voice synthesizer tool available to blind or hard of seeing people. In addition to offering basic instructions to begin the handling process of the electronic voting machine,

The elector Henry Xavier is visually impaired and was one of the people to try out the new tool.

“This is an important technology because a lot of visually impai-

impaired electors, the electronic voting machines are equipped with the image of a Brazilian Sign Language (Libras) interpreter on the screen who informs the positions that are being

Another innovation for these municipal elections are resources that allow the volume of the machines to be turned up or down. It is also possible to increase or decrease the talking

“The person is given the autonomy to vote for whoever they want and the same condition to exercise their citizenship”

red people don’t know and don’t understand braille. That’s why the employment of the voice system is so important”, he said.

He adds: “With that, the person is given the autonomy to vote

voted for at the moment.

According to the Information Technology secretary for the TSE, Júlio Valente, the audio will already be automatically enabled in the machine for

the voice also informs the position for which the electors are voting, the numbers typed in the machine and the name of the chosen candidate.

The technology aims to generate better autonomy and safety in the electoral process, reducing the need of assistance from third parties and increasing the trust in the secrecy of the vote.

for whoever they want and the same condition to exercise their citizenship”.

In addition to this resource, the electronic voting machines also employ the Braille System and the identification of the “5” key (similar to a phone’s keyboard).

Hearing impaired

In order to assist hearing

blind people who have informed the Electoral Justice about the impairment until the closing of the electoral registration in May. "In case this communication has not been already established, on the election day, when voting, it suffices to inform the need to use an earphone, and the staff will be able to set up the audio", he explains.

speed. These resources were already available for the 2020 general elections, but this will be their first time being used in municipal elections.

Beyond these measures, the TRE-PR kickstarted a campaign to invite disabled people to participate in the 2024 elections as staff. The 177th Electoral Zone of Curitiba held an inclusive training for collaborators with visual or physical impairments, as well as dwarfism, neurodivergences and Tourettes, in the beginning of September in preparation for the elections in October. The practice included accessibility resources such as Libras interpreters and audio descriptions.

Inform the Electoral Justice Disabled electors can let the Electoral Justice know about their condition at any time, which will allow proper resources to be provided to the electoral section. The communication can be established in person, at the registries, or by digital channels, such as e-mail and Whatsapp.

Read more Interview with the president of the TRE-PR and the ambassador for accessibility.

The new accessibility resources were tested by the TRE-PR before the first round of the elections
Caio Zelak, Pedro Fernandes e Yudi Hiroki 2nd Semester
With the new resources, visually or hearing impaired electors have the ability to vote by themselves
Yudi Hiroki
Yudi Hiroki

Mudanças no transporte público pautam debate eleitoral em Curitiba

Capital paranaense enfrenta crise no transporte público, com queda de passageiros e déficit crescente.

Vencimento da licitação do setor, no ano que vem, impulsiona os debates sobre o tema

O sistema de transporte público tem sido um dos principais temas das campanhas eleitorais dos candidatos à Prefeitura de Curitiba em 2024. A concessão das empresas que administram o sistema termina no próximo ano e precisará ser renovada. Além disso, há desafios significativos, como o preço da passagem, que é um dos mais altos do Brasil, atualmente em R$ 6.

A concessão do transporte público em Curitiba é um ponto crucial, que fomenta a discussão entre os candidatos. A administração atual enfrenta críticas sobre a eficiência do serviço e a qualidade do atendimento. A licitação para a nova concessão deve considerar não apenas a continuidade do serviço, mas, também, a implementação de melhorias na infraestrutura e na experiência dos usuários, buscando atender às crescentes demandas da população.

Em outubro de 2024, a Prefeitura de Curitiba firmou um contrato de R$ 10 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para desenvolver

uma nova rede de linhas e um modelo de concessão para o transporte público da cidade. O atual contrato de concessão, que expira em 2025, não será renovado, e a licitação para o novo sistema está prevista para o mesmo ano.

que se tornou justificativa para o preço elevado da passagem. A tarifa é contestada pela população, que clama por um serviço de qualidade que justifique o valor pago.

A situação, então, tornou-se um tema central nas propostas dos

Caroline ressalta algumas virtude do serviço, como a facilidade de pagamento através de cartões de transporte, mas critica o alto preço da passagem em relação ao serviço oferecido. “Gosto da possibilidade de pagar com cartão de crédito ou débito e das várias linhas de

“O preço é muito alto e muitos veículos estão em mau estado, mesmo com algumas frotas tendo sido renovadas”

O novo modelo de concessão, elaborado com apoio do BNDES desde 2023, prevê a modernização do sistema de transporte coletivo e a redução gradual das emissões de poluentes.

Outro aspecto preocupante é o aumento da tarifa, que tem gerado descontentamento entre os curitibanos. Segundo o jornal Plural, desde 2014, a cidade observou uma queda de 13 milhões de usuários no transporte coletivo. Com isso, o déficit mensal de arrecadação saltou de R$ 4 milhões para R$ 12 milhões, o

candidatos, estando presente em sabatinas e em debates. Os postulantes ao cargo buscam soluções para aliviar o impacto financeiro sobre os usuários e melhorar o sistema. Além disso, iniciativas como o Cartão Curitiba +, que prometia viagens ilimitadas fora dos horários de pico, não conseguiram atrair o número esperado de passageiros. A atual estrutura tarifária e a separação entre tarifa social e técnica exacerbam o problema, com a Prefeitura subsidiando uma parte crescente dos custos, sem que isso se reflita em mudança no valor pago pelos usuários.

Usuária frequente do transporte público da cidade, a estudante Caroline Schneider relata uma série de problemas observados em seu cotidiano. “Acho que alguns dos principais problemas foram a demissão de muitos colaboradores e a retirada da forma de pagamento em dinheiro fora dos terminais”. Ela também menciona a falta de segurança, causada pela falha na pontualidade das linhas, especialmente à noite.

ônibus, mas o preço é muito alto e muitos veículos estão em mau estado, mesmo com algumas frotas tendo sido renovadas.”

O urbanista André Turbay avalia que a expansão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Curitiba é viável e sustentável a longo prazo, mas ressalta a necessidade de integrá-lo à rede existente, apesar do alto custo inicial. Quanto às tarifas, Turbay alerta que promessas de redução e tarifa zero dependem de subsídios estaduais e federais. Ele vê a volta da chamada tarifa “domingueira” como uma medida viável, que ampliaria o acesso ao transporte para famílias de baixa renda nos finais de semana.

Leia mais

Confira uma análise com a urbanista Mariana Furlan

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Propostas dos candidatos sobre o tema

Sugestões variam desde a redução de tarifas até a implementação de novas modalidades de transporte coletivo

Andrea Caldas (PSOL): Propõe a tarifa gratuita como meta a médio prazo e defende a expansão da integração metropolitana, facilitando o deslocamento entre Curitiba e cidades do entorno. Para estudantes e desempregados, ela sugere um passe mensal de R$ 50.

Cristina Graeml (PMB): Propõe a modernização do sistema com a implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), integrado ao atual sistema de ônibus, ciclovias e terminais. Sugere, também, um estudo sobre o uso de monotrilho para

conectar bairros afastados ao centro.

Eduardo Pimentel (PSD): Propõe tarifa zero para pessoas em busca de emprego e redução de 50% na tarifa aos domingos e feriados. Defende, ainda, a criação de um VLT ligando Curitiba ao Aeroporto Internacional Afonso Pena.

Luciano Ducci (PSB): Busca o retorno da chamada tarifa domingueira e propõe estudos para a viabilidade de um metrô em Curitiba, que já é discutido há anos.

Luizão Goulart (Solidariedade): Propõe redução imediata da tarifa para R$ 4 e estudos para implementar VLT e metrô de superfície, além de revisão do contrato de concessão do transporte público.

Maria Victoria (PP): Sugere tarifa de R$ 1 para estudantes, trabalhadores de baixa renda e idosos, além de R$ 1 nos finais de semana e congelamento da tarifa por tempo indeterminado.

Ney Leprevost (União Brasil): Defende a volta da tarifa de R$ 1 aos domingos, com o objetivo de

chegar à tarifa zero gradativamente, e sugere a criação de um BRT subterrâneo.

Roberto Requião (Mobiliza): Propõe a estatização do transporte público, com modernização e ampliação da frota, e transferência da gestão para o controle público.

Samuel de Mattos (PSTU): Defende a estatização total do sistema e a implementação imediata de tarifa zero para toda a população.

Passageiros se queixam do valor da tarifa e da qualidade do serviço
Geórgia Cintra
Gabriele Aguiar, Georgia Cintra e Joana Bueno 2° período

“Fura-catraca” gera prejuízo de R$ 5,5 milhões por ano em Curitiba

A prática de não pagar a tarifa de ônibus é frequente: cerca de 3,5 mil pessoas por dia entram ilicitamente nos ônibus da cidade de Curitiba

Letícia Nogueira, Lorena Loiola e Vitoria Santin

2º Período

Aprática de entrar nos ônibus de Curitiba sem pagar passagem gera um prejuízo aproximado de R$ 5,5 milhões por anos à Urbs, empresa que administra o sistema de transporte coletivo no município, conforme estimativa do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp). Para combater esse tipo de infração, a Guarda Municipal realiza a chamada “Operação Fura-Catraca”, que apreende passageiros que ingressaram nos ônibus sem pagar a tarifa. A ação de fiscalização mais recente aconteceu no fim de agosto e apreendeu 20 adolescentes no bairro Portão, em Curitiba.

O prejuízo que as infrações geram à Urbs tem como consequências a perda de receita pela empresa, a diminuição da segurança durante as viagens e possíveis danos à integridade dos equipamentos. Além disso, pode haver impacto no valor da tarifa, já que a perda de receitas, devido à evasão, tende a gerar mais demanda por subsídios financeiros para o sistema seguir em funcionamento.

A passagem de ônibus em Curitiba custa R$ 6 e é considerada a mais cara entre as capitais do Brasil. Ela tem como base de cálculo itens como custos dependentes, pessoal de operação

lamenta que o movimento não tenha conseguido alcançar seu objetivo na cidade. Ele destaca que houve muita mobilização com manifestações, debates e ações em grêmios estudantis, escolas e universidades,

O Movimento Passe Livre (MPL) foi marcado por várias mobilizações em todo o Brasil, lutando contra o aumento da tarifa de ônibus no país. O passe livre para estudantes era a principal pauta do movimento social.

Em 2005, na cidade de Porto Alegre, houve a realização de uma Plenária Nacional pelo Passe Livre. Nesse mesmo período,

“Precisamos reverter a lógica e garantir que o transporte público seja cada vez mais vantajoso para o passageiro”

Operações dessa natureza ocorrem de forma contínua desde 2019, com objetivo de inibir a prática desse ato, que é frequente. A Urbs estima que o número de fura-catracas chegue a 3,5 mil por dia, em um universo de 600 mil passageiros.

A prática, descrita no artigo 176 do Código Penal, estabelece como fraude o ato de utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos necessários para efetuar o pagamento. Devido ao aumento dessas infrações, é recomendado que os passageiros que flagrarem pessoas burlando o pagamento façam uma denúncia, via telefone 156.

e de administração, encargos e benefícios, custo de administração, amortização, rentabilidade justa, impostos e taxas.

Movimento Passe Livre Enquanto o ato de entrar nos ônibus em pagar a tarifa é infração, o Movimento Passe Livre (MPL) é a forma política legal de lutar por transporte público gratuito e de qualidade no país. Em Curitiba, o movimento está desarticulado desde 2013, sendo, atualmente, quase inexistente.

Um dos fundadores do MPL em Curitiba, Thiago Bagatin, que hoje é professor de Psicologia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS),

o MPL ganhou força em Curitiba. O movimento na capital foi marcado por se articular não apenas dentro das universidades, já que era composto por estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por grêmios estudantis e, até, por um grupo anarquista.

Para Eloy Jacintho, apoiador do movimento, o passe livre é essencial para a garantia de direitos de moradores da periferia, jovens e trabalhadores. “Precisamos reverter a lógica e garantir que o transporte público seja cada vez mais vantajoso para o curitibano e para a curitibana. Se não, a cidade vai rumar para um caos cada vez maior no trânsito e na produção de CO2”, afirma.

Propostas dos candidatos à Prefeitura de Curitiba

Cinco dos 10 candidatos à Prefeitura de Curitiba têm, no plano de governo, alguma proposta da “tarifa zero” para o transporte coletivo na cidade: Andrea Caldas (Psol), Eduardo Pimentel (PSD), Felipe Bombardelli (PCO), Ney Leprevost (União) e Samuel de Mattos (PSTU).

Sete dos 10 candidatos dizem que é possível a redução do valor atual da tarifa: Andrea Caldas (Psol), Eduardo Pimentel (PSD), Luciano Ducci (PSB), Luizão Goulart (SD), Maria Victoria (PP), Ney Leprevost (União) e Samuel de Mattos (PSTU).

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Lorena Loiola
A tarifa de transporte da cidade, de R$ 6, é considerada a mais alta entre as capitais brasileiras

Projetos sociais oferecem esporte a crianças e jovens de baixa renda

Intuito do trabalho, oferecido por entidades públicas e privadas é impactar positivamente a saúde física e metal dos alunos

C uritiba conta com projetos sociais, públicos e privados, que oferecem atividades esportivas de forma gratuita a crianças e adolescentes de baixa renda. Dois projetos de destaque são o Instituto Ícaro, que promove aulas de tênis; e o Curitiba em Movimento, que oferece prática de mais de 30 esportes. A intenção dos projetos sociais é cuidar tanto da saúde mental como da saúde física dos jovens, inserindo-os em um ambiente saudável e com boa perspectiva de futuro.

O projeto social do Instituto Ícaro atua há mais de 20 anos proporcionando o tênis de campo. O Instituto tem três sedes, em que as aulas são oferecidas de forma privada, atendendo ao longo de sua história mais de cinco mil crianças e adolescentes. Em paralelo, o local também oferece aulas de forma gratuita, levando o esporte a escolas públicas e impactando, assim, mais de 15 mil pessoas. O objetivo principal é promover a educação complementar da criança e do adolescente, com

começando com duas vezes na semana até treinar todos os dias. Aos 14 anos, Lima alcançou, até então, sua melhor marca, a de tenista número um no Brasil na sua categoria. Mesmo com o início da pandemia de Covid-10, o tenista não deixou de treinar: ele seguia praticando o esporte com uso máscara, na casa de amigos e conciliando o esporte

Cidadania, Centros de Esporte e Lazer, Clubes da Gente, Centros da Juventude e Centros de Iniciação ao Esporte.

Para se inscrever na atividade é necessário entrar no portal da Prefeitura, liberado permanentemente, e acessar a aba do Curitiba em Movimento. Nela, deve-se ir à área do aluno e

Agora eu estou investindo meu tempo em coisa boa”

com os estudos. A partir desse momento, foi se classificando para campeonatos internacionais e, atualmente, estuda e treina nos Estados Unidos, com bolsa de 100%.

Projeto social da Prefeitura A Prefeitura de Curitiba, em

ênfase no aspecto formativo, difundindo os valores inerentes da prática esportiva com destaque no aspecto educativo.

O adolescente Matheus Lima iniciou sua jornada no projeto com apenas cinco anos. Foi convidado para jogar enquanto assistia à aula do irmão mais velho. Desde então, começou a treinar com mais frequência,

parceria com o Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) e a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), fundou o projeto Curitiba em Movimento, um programa gratuito para a prática de esportes e lazer que conta com mais de 20 mil inscritos até julho de 2024. As aulas são oferecidas nas unidades de esporte e lazer da Prefeitura, como Ruas da

efetuar o cadastro. Ao ser efetivado, é necessário se inscrever na modalidade de livre escolha e apresentar atestado médico de aptidão física em uma das unidades regionais. A faixa etária dos alunos é de 6 a 17 anos. As aulas dos alunos de 6 a 9 anos são de iniciação esportiva; quando completados 10 anos, eles escolhem fazer apenas um dos esportes.

Treinador do projeto Curitiba em Movimento, Adilsom Stival diz que os alunos chegam ao projeto por interesse próprio. “Se você quer, você tem que correr atrás; essa é a ideia”, diz.

A Rua da Cidadania do Pinheirinho, por exemplo, conta com esportes como vôlei e futsal. Atualmente, neste centro esportivo existem quatro turmas de 30 alunos, em que uma turma é feminina, uma masculina e duas turmas mistas. O estudante Enzo Pelepio Seni conta que a motivação para ingressar no projeto foi o desejo de ser um profissional de Educação Física. “Antes, eu era mais gordinho. Agora dei, uma boa emagrecida e fiquei mais ágil. Eu era bem sedentário; então, agora, estou fazendo alguma coisa de útil, estou investindo meu tempo em coisa boa“.

Professor de iniciação esportiva da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Claudio Marcelo explica que os projetos sociais possibilitam o acesso de pessoas com baixa renda a esportes elitistas, como o tênis. Com isso, as crianças e adolescentes aprendem a seguir regras, o que forma um traço de personalidade que ajuda no controle de comportamento no futuro, trazendo aspectos de resiliência e força para a vida adulta.

Inscreva-se

Saiba como se inscrever para o projeto Curitiba em Movimento

Cadastre-se na plataforma Curitiba em Movimento, via site da Prefeitura, indicando o esporte de interesse. Confira os requisitos:

• Ter endereço em Curitiba

• Ter cadastro no portal e-cidadão

• Acessar a área do aluno no portal do Curtiba em movimento

• Escolher a modalidade esportiva preferida para se inscrever

Antes de iniciar as aulas, é necessário apresentar um atestado médico comprovando aptidão para a prática de exercícios físicos.

As aulas são fornecidas de segunda a sábado, entre 7h e 21h, conforme a faixa etária do praticante.

Leia mais
Veja fotos dos projetos sociais focados em esporte de Curitiba
O Instituto Ícaro
Treinos de vôlei do Curitiba em Movimento acontecem duas vezes por semana
Emilly Costa
Emilly Costa
Clara Martins, Emilly Costa e Julia Cazubek
2º Período

UFPR busca novos paratletas mirando grandes competições

Centro de Referência

Paralímpico de Curitiba conta com modalidades como atletismo, tênis de mesa e parabadminton

O Centro de Referência

Paralímpico de Curitiba, que funciona no câmpus de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), está em busca de novos atletas para treinamento. O foco está em criaçasn e jovens de 7 a 17 anos. O projeto conta com 30 paratletas no atletismo, 11 no badminton e 2 no tênis de mesa, totalizando 43 praticantes.

Maringá foi a primeira cidade que recebeu um centro de referência desse formato no Paraná. Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba, Foz do Iguaçu, Ivaiporã, Londrina, Ponta Grossa e Telêmaco Borba são outras cidades que também possuem centros de referência paralímpico.

Exemplos de atletas que treinam nesses espaços e que têm se destacado são as irmãs gêmeas Débora e Beatriz Carneiro. Ambas competiram nas Paralimpíadas de Paris 2024 e conquistaram

tudo”, conta Beatriz. Ela acrescenta: ”Quando estávamos lá, fechamos os olhos e lembramos de todas as dificuldades que superamos”.

Já Débora conta que conquistar uma medalha nos jogos foi uma experiência única, especialmente por compartilhar uma conquista tão importante com a irmã.

Após a conquista, Ana diz ter expectativa de ver o paradesporto crescer, tanto em questão de estrutura para treinamento quanto de reconhecimento.

A coordenadora e professora doutora Ana Claudia Vecchi Osiecki afirma que, no centro de treinamento de Curitiba, também há foco em ganho de qualidade de vida entre pessoas com deficiência. “Temos vários exemplos de pessoas que voltaram à vida e se inseriram como seres humanos dignos, de respeito, que têm seus valores e a

contra o etarismo e em defesa da dignidade humana.

Foco nas Paralimpíadas

A coordenadora do projeto, Ana

“Temos exemplos de pessoas que voltaram à vida e se inseriram na sociedade com respeito e dignidade”

medalhas de prata e bronze nos 100m peito SB14, respectivamente. As duas fazem parte do Centro de Referência Paralímpico de Maringá.

As irmãs, atualmente, vivem do esporte e almejam estar nos Mundiais e nas próximas Paralimpíadas, que serão disputadas em Los Angeles, em 2028. “A trajetória da medalha foi muito difícil. Até chegar nesse pódio que conquistamos juntas, passamos por muitos treinos complicados. Mas, conseguimos, apesar de

sua adequação na sociedade. Então, o esporte favorece esse tipo de coisa”, afirma a professora.

Ana também explica que, por estar no início, o projeto atualmente oferece treinamento em três modalidades. No entanto, à medida que o número de atletas e o apoio aumentarem, o leque de modalidades e de profissionais tende a se expandir. O centro conta com a colaboração de escolas e clubes para os treinamentos e dispõe do apoio de médicos e de um psicólogo.

Claudia Vecchi Osiecki, afirma ter expectativa de ver paratletas do centro disputando os próximos Jogos Paralímpicos. Ela também diz que a idade não é um problema. “Focamos em pessoas de 7 a 17 anos, mas pessoas mais velhas são bem-vindas também. A atleta de atletismo Beth Gomes tem 59 anos e estava nas Paralimpíadas de Paris”, exemplifica.

A professora afirma que a luta política não é apenas em favor do paradesporto, mas também

Sobre patrocínios, Ana Claudia afirma que é possível que os paratletas vivam do esporte, pois existem programas que os ajudam com financiamento, além dos patrocínios que eles recebem. O programa Geração Olímpica e Paralímpica, criado pelo Governo do Estado em 2011, é o maior programa de incentivo ao esporte no formato bolsa-atleta e conta com o patrocínio exclusivo da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Neste ano, o programa investiu R$ 5,2 milhões, segundo a Agência Estadual de Notícias do Paraná.

Segundo os dados divulgados pela Rede Globo, as Olimpíadas de 2024, realizadas em Paris, alcançaram uma audiência média de 140,4 milhões de telespectadores no Brasil. Em contraste, as Paralimpíadas de 2024 registraram uma audiência média de 68 milhões de pessoas, somando as transmissões da TV Globo e do SporTV2.

Embora haja um crescimento na cobertura e interesse pelas competições paralímpicas, a diferença de audiência em relação aos Jogos Olímpicos reflete um padrão de longo prazo na percepção e visibilidade das duas categorias de eventos esportivos no Brasil. Além disso, as Olimpíadas ocuparam todos os canais do SporTV e foram cobertas pela Cazé TV, enquanto as Paralimpíadas foram transmitidas apenas em um canal.

Leia mais

Confira o vídeo visitando o Centro de Referência de Curitiba.

Gabriela Amorim, Letícia Coelho e Marina Marciniak 2º período
Ana Claudia Osiecki
Gabriela Amorim
O projeto é coordenado pela profeesora Ana Claudia Vecchi Osiecki

Nova edição da Oktoberfest celebra cultura alemã em Curitiba

Evento, que chega a Curitiba pelo segundo ano seguido, valoriza da cultura alẽma e sua diversidade na música, gastronomia, danças e consumo de cervejas artesanais.

Ana Maria Marques

Grupo folclórico alemão Original Einigkeit Tanzgeuppe se apresentou na festa
Banda tradicional alemã Sonatas se apresentou no evento
A decoração da Oktober inclui bandeira decorativa alemã
Pamela Galvão, Ana Paula Weigert e Salete Nadolny estão entre as integrantes do grupo de dança
Dançarinos de dança folclórica alemã usam trajes germânicos típicos

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