INFLAÇÃO
Preço alto dos imóveis afasta geração Z do sonho de ter casa própria
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RUA XV
É o ponto de atração cultural para quem passa pelo centro de Curitiba
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INFLAÇÃO
Preço alto dos imóveis afasta geração Z do sonho de ter casa própria
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RUA XV
É o ponto de atração cultural para quem passa pelo centro de Curitiba
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O centro cultural “Núcleo Periférico” foi despejado de sua principal sede no centro de Curitiba. O projeto tinha como objetivo ajudar e amparar moradores de rua ou pessoas de baixa renda, desde refeições até alfabetização. Mesmo após a ordem de despejo, o Núcleo Periférico continua parcialmente em funcionamento, incluindo abertura de novas sedes em outras cidades.
Política | pag. 06
Projeto que atendia 600 pessoas por dia com muitos cursos profissionalizantes
AUTOMOBILISMO
Falta de autódromo em Curitiba prejudica cenário de pilotos locais
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O programa Mão Amiga, que emprega detentos do regime semiaberto em serviços de manutenção e revitalização de escolas públicas, realizou 19 atendimentos em colégios estaduais de Curitiba no primeiro trimestre de 2025, o equivalente a 26% do total de ações realizadas na capital em todo o ano anterior. Em 2024, foram 1.320 atendimentos em todo o Paraná, sendo 73 deles em Curitiba. Criado em 2012 e transformado em lei estadual em 2023, o programa tem como foco a ressocialização dos presos por meio do trabalho. Atualmente, está presente em 14 das 32 Regionais de Educação do estado e conta com 23 equipes
ativas. Em 2025, passou por ampliação e regulamentação por meio do decreto 9.044, que estabeleceu diretrizes para garantir sua continuidade independente de gestões políticas. As atividades incluem serviços como roçada, pintura, jardinagem e reparos, sempre supervisionados por policiais penais e servidores da Secretaria de Educação. Os presos recebem 75% de um salário mínimo, têm direito a transporte, alimentação e remição de pena, um dia a menos a cada três trabalhados.
cidades | pag.09
Moradores em situação de rua de Curitiba sofrem com a possibilidade do projeto de lei contra a colocação de barracas e colchões na cidade, proposto por Eder Borges do PL, ser aprovado. Atualmente, a prefeitura tem
capacidade de atender apenas 44% dessa população em unidades da FAS e conveniados.
Cidades | pag.03
Afalta de valorização da cultura urbana contribui para o empobrecimento do ambiente das cidades. De acordo com o Atlas da Cultura Brasileira, mais de 80% dos municípios brasileiros não possuem teatros ou cinemas. Projetos culturais que poderiam transformar espaços públicos em centros de convivência e expressão recebem investimentos insuficientes. Em vez de promover a arte e a cultura como instrumentos de inclusão e reflexão, muitas administrações optam por políticas que priorizam a estética da ordem em detrimento da diversidade cultural.
Curitiba sempre foi apontada como cidade modelo: referência em urbanismo, transporte público e sustentabilidade. Porém, em um momento de profundas transformações sociais, econômicas e políticas é impossível
Nada melhor que o saudosismo — lembranças de pessoas, lugares e histórias que marcaram Curitiba. Esta coluna é pequena diante de tudo que já se viveu por aqui, mas tento resgatar memórias que, com o tempo, têm sido esquecidas. Quantos personagens passaram pela vida dos curitibanos, direta ou indiretamente? Como a senhora Teresinha Leonice Hevane dos Santos, pouco conhecida pelo nome, mas lembrada como
viver à sombra de uma reputação que já não se sustenta. O espírito crítico parece ter sido substituído por uma estranha indiferença. As ruas estão cheias de personalidades inteligentes, criativas e engajadas, mas muitas vezes, sem espaços reais de escuta e participação.
A perda do acesso à cultura é um reflexo de uma sociedade que naturaliza a desigualdade. O filósofo chinês Confúcio diz que a cultura está acima da diferença de condição social. Esse pensamento destaca a importância do acesso à manifestações intelectuais. A apatia diante das condições de vida precárias de muitos cidadãos são sintomas de uma cultura urbana que precisa ser repensada. Em termos psicológicos o contato com a cultura, como música, teatro, dança e artes visuais, estimula a criatividade e o pensamento crítico.
No campo cognitivo, o estímulo à cultura tem um papel significativo no desenvolvimento da capacidade de raciocínio e aprendizagem. Dessa forma, crianças expostas à cultura desde cedo apresentam melhores desempenhos escolares, o que impacta no futuro acadêmico e profissional. Segundo dados do IBGE, menos de 30% da população brasileira participa regularmente de atividades culturais.
A conquista do Oscar de Melhor Filme Internacional pelo longa brasileiro Ainda Estou Aqui representa um marco significativo na cultura nacional. Esse reconhecimento não apenas valoriza a produção cinematográfica brasileira, como também reafirma a importância das expressões culturais locais no cenário global. Quando filmes assim são usados nas escolas, eles ajudam os alunos a pensar
sobre temas importantes como identidade, história e sociedade. Por isso, essa conquista não é só um orgulho para o país, mas também a chance de aproximar a cultura da educação.
Diante desse cenário, é urgente resgatar o papel da cultura como direito e necessidade básica para o desenvolvimento humano e social. É preciso reconhecer seu potencial para formar indivíduos mais sensíveis e participativos. O fortalecimento da cultura urbana não depende apenas de grandes investimentos, mas da escuta ativa e da valorização das manifestações locais. A cultura não é apenas um meio de lazer, mas um instrumento de transformação social.
a “mulher da cobra” ou “Borboleta 13”, que vendia bilhetes na Rua XV. Ou o inesquecível Oil Man, com seu corpo coberto de óleo, de sunga e bicicleta, símbolo informal da cidade. E o músico Plá, com seu violão em frente ao Palácio Avenida ou na Feira do Largo da Ordem?
Lugares também fazem parte dessas memórias: a Boca Maldita, palco de conversas e momentos históricos como
o comício das Diretas Já. A Pedreira Paulo Leminski, com shows memoráveis, de Paul McCartney a Sandy & Junior. O lendário Aeroanta, que recebeu gigantes da música como Skank e Tim Maia. E o Estúdio 1250? Reduto da música eletrônica, que abrigou de Racionais MC’s ao grupo Dominó. Há ainda o Carnaval curitibano, com escolas como Colorado e Dom Pedro II — a primeira, um símbolo da luta racial na
cidade. E quem lembra da visita do Papa João Paulo II em 1980, reunindo 700 mil pessoas no Centro Cívico e sendo homenageado com o Bosque do Papa?
A verdade é que a memória coletiva parece cada vez mais distante. Estaríamos diante de um esquecimento? Ou seria apenas desleixo em reconhecer aqueles que vieram antes? Talvez. Mas uma coisa é certa: nossa história não pode ser deixada para trás.
COORDENADOR
Proposta foi apresentada pelo vereador Eder Borges (PL) e dispõe sobre a proibição da instalação de barracas, colchões e similares em vias públicas da cidade
Millena Lechtchechen
3º Período
P essoas em situação de rua de Curitiba ouvidas pelo Comunicare temem a possibilidade do projeto de lei que visa proibir a construção de abrigos provisórios em vias públicas ser aprovado na câmara municipal. Em sua proposta apresentada no começo de janeiro, o vereador Eder Borges (PL) afirma que a prefeitura oferta abrigos com estrutura e competência o suficiente para a população necessitada.
Segundo dados do CadÚnico, existem atualmente cerca de 4.057 pessoas em situação de rua em Curitiba, enquanto a equipe da FAS e conveniados contam com 1.790 vagas disponíveis, divididas em 33 unidades. Ou seja, a Prefeitura tem capacidade para atender apenas 44% da demanda. Além disso, a FAS não tem estrutura para suprir a necessidade de todas as pessoas, como donos de carrinhos de reciclagem.
Leonildo Monteiro Filho, Presidente do instituto nacional de direitos humanos da população de rua (INRua) e ex-morador em situação de rua, afirma que o vereador desconhece a real situação da população. “A gente
Pessoas em situação de rua se estabelecem proximos ao Prato Solidário.
Para o morador em situação de rua, Wiliam Hernandez, a experiência não foi diferente. Ele faz uso diariamente dos sistemas de acolhimento e reclama sobre os maus tratos que sofre. “O pessoal maltrata a gente, trata a gente como lixo”.
De acordo com a FAS, nos centros POP de atendimento o público é atendido e orientado sobre maneiras de reinserção no mercado de trabalho e autonomia. Porém, de acordo com o
cerca de 47% das pessoas em situação de rua não está em posse dos documentos de identificação e mais de um terço informou à Defensoria Pública que não recebe o Bolsa Família e outros benefícios por meio de cadastro no CadÚnico. Isso indica a possibilidade de o número de pessoas em situação de rua ser ainda maior do que os números oficiais.
Existem ainda casais em situação de rua que acabam separados durante o acolhimento. Esse é o
“Levaram o colchão da minha amiga(...) agora ela só tem um cobertor”
sabe que tem mais de cem carrinheiros na cidade de Curitiba, dormindo dentro do carrinho”.
O presidente do INRua ressalta que o péssimo tratamento que os moradores sofrem nas casas de acolhimento é um problema a ser enfrentado na atualidade, assim como as pragas decorrentes da falta de higiene nos ambientes. “O que a gente luta com o movimento é por moradia, para tirar as pessoas da rua tem que ter uma política de moradia que o município não tem”.
site da prefeitura, os Centros Pops contam com apenas 220 vagas, divididas em 3 unidades.
Everson De Carvalho, 21 anos, é morador em situação de rua desde os 8 anos. Ele afirma que apesar das promessas, a FAS nunca conseguiu ajudá-lo a encontrar um emprego. ”Por que eu to em situação de rua ainda? Porque a FAS não ajuda em nada”.
Um relatório do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH) de 2024, apontou que
caso de Ezequiel Dias, 43 anos, morador em situação de rua natural de Apucarana que veio para Curitiba em busca de uma vida melhor com a esposa. Na única vez que foi encaminhado para a FAS, Ezequiel afirmou ter ficado em um abrigo separado da esposa durante todo o período de acolhimento. Caso a lei seja aprovada, ele pretende continuar nas ruas de Curitiba. “Se eles me derem uma casa pra mim morar, aí eu vou pra casa, mas pra abrigo eu não vou não.”
Pessoas em situação de rua que possuem animais também sofrem com a separação forçada nos abrigos. A FAS é equipada com 23 Vans para abordagem social e todas possuem caixas para transporte de pets.
Os tutores que aceitam acolhimento são levados para a Praça Solidariedade, onde está localizado o canil e são recebidos no Centro POP Solidariedade ou na Casa de Passagem Padre Pio. A medida foi implementada para evitar que tutores se negassem a receber atendimento, porém não cobre donos de animais de grande porte que necessitam de acolhimento, ou aqueles que têm dificuldade para sair e voltar do abrigo.
Os “Cata-treco” são equipes de limpeza que passam recolhendo os itens de moradores em espaços públicos. A moradora do Sítio Cercado Lucilene Branco relata sobre o que presenciou enquanto acompanhava o marido cuidando de carros no centro da cidade. “Levaram o colchão da minha amiga, uma senhora de 60 anos sem família, agora ela só tem um cobertor”. A FAS nega qualquer tipo de envolvimento com o caso.
Rafaella Riesemberg, vice-coordenadora do Projeto Mãos Invisíveis, afirma que o projeto não vai fazer com que a população de rua suma, apenas vai tornar essas pessoas ainda mais vulneráveis. Mesmo que a quantidade de pessoas em situação de rua supere as vagas ofertadas, elas não estão todas ocupadas. “Um hotel que nunca chega na ocupação máxima, o problema é do cliente que não está indo hotel ou do hotel que não está dando condições para os clientes?” diz.
Rafaella explica que, dependendo da casa de passagem, ainda é preciso pegar senha. É necessário chegar muito antes e normalmente é no horário em que as pessoas estão pegando uma marmita, então grande parte prefere comer do que ficar na fila para ter o acolhimento. Além disso, muitas pessoas têm locais fixos em que fazem atividades informais, como cuidador de carro, ou aqueles que trabalham vendendo balas.
Segundo a FAS, as pessoas portando carrinhos de recicláveis podem ser atendidas em apenas duas regionais: Matriz e Boqueirão. Então não faz sentido para grande parte dessas pessoas sair para ter que voltar.
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Embaixadora da Academia de Cabelos Crespos e Cacheados e cabeleireira especializada incentivam movimento de valorização das raízes africanas na capital paranaense
A primeira Academia de Cabelos Crespos e Cacheados de Curitiba completará, em maio, um ano de formação. Fundada pela profissional Milania Santana, o espaço tem como objetivo resgatar a autenticidade da comunidade preta, a fim de promover a resistência e o empoderamento por meio da valorização das raízes culturais.
Além de oferecer cursos, workshops e atendimentos personalizados voltados para a educação dos cabelos naturais, o salão também se tornou um espaço de empoderamento para quem deseja se libertar de padrões estéticos que historicamente marginalizam as texturas naturais até atualmente.
Segundo dados do Google Trends, as buscas por cabelos cacheados e crespos dobraram desde 2017. Foi nesse ano que, pela primeira vez, o interesse
Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 24% da população se autodeclara preta ou parda. Em contrapartida, a falta de salões especializados fazia com que muitas dessas pessoas precisassem se deslocar para cidades metropolitanas em busca de atendimento adequado para seus cabelos com diferentes curvaturas e volume.
que compreendesse as particularidades de cada pessoa.
Por muito tempo, a indústria da beleza priorizou padrões estéticos eurocêntricos. Isso fez com que muitas pessoas recorressem a alisamentos ou tivessem dificuldade em encontrar um atendimento adequado e produtos apropriados.
“Devemos valorizar o que cada fio representa nas nossas histórias”
Assim, com a necessidade do serviço, estabelecimentos voltados para cabelos crespos e cacheados começaram a surgir na cidade, impulsionados pela
por esses tipos de cabelo superou o de cabelos lisos, registrando um aumento de 232% e 309%, respectivamente. No Paraná, a tendência também se refletiu: nos últimos cinco anos, as buscas por cabelos cacheados marcaram 83%, enquanto as de cabelos lisos chegaram a 17%.
Em Curitiba, dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de
valorização da estética natural. Foi nesse cenário que Milania decidiu abrir sua academia e oferecer um atendimento acessível para a necessidade dessa parcela da população.
Milania é cabeleireira e experiente em cabelos crespos há mais de 10 anos. Sua dedicação a essa área surgiu da vontade de proporcionar um atendimento
Com experiência em transição capilar, a profissional revela que foram suas próprias clientes que a inspiraram a embarcar nesse processo. Até então, ela ainda não havia aceitado completamente seu cabelo natural.
Por acompanhar a jornada delas, decidiu reconectar-se com suas raízes. “Foi por meio dessa coragem das minhas clientes que percebi que, para verdadeiramente ajudar os outros a se aceitarem, eu também precisava me aceitar primeiro”, conta.
A estudante Larissa Fernandes procurou a cabeleireira devido à dificuldade de lidar com seus cachos. O interesse em entender melhor a formação da curvatura do cabelo e descobrir os tratamentos mais indicados melhorou sua própria relação. “Procurar o lugar certo me fez perceber que eu não precisava esconder meu cabelo, mas sim aprender a cuidar dele.”
A cabeleireira Stephanie Brito, especializada em curvaturas, trabalha há três anos na área. Assim como Milania, ela passou por um processo de transição capilar em 2017, que transformou sua relação com a sua identidade. “O processo de
transição capilar não foi fácil, principalmente por eu ter passado no meio da gravidez. Durante muito tempo, lutei contra a minha essência, pensando que meu cabelo não era bonito ou adequado para certos ambientes”, diz.
Foi essa mudança de perspectiva, junto à observação do trabalho dos profissionais no salão em que era cliente, que a fez se interessar pela área. Ela passou a se questionar sobre as lacunas no mercado e a importância de profissionais qualificados para atender essa demanda.
Stephanie também ressalta que, atualmente, apesar do número de mulheres que aceitam seus fios naturais ter crescido, a química de alisamento ainda predomina no padrão estético de Curitiba. Ter cabelos ondulados, cacheados ou crespos na cidade muitas vezes é visto como um ato de rebeldia ou até mesmo revolucionário.
Hoje, ela compartilha sua experiência com outras pessoas, principalmente em Curitiba. Oferece consultoria e orientação para quem deseja cuidar dos cachos ou passar pela transição capilar, e aborda temas como hidratação, finalizações de curvaturas e autoestima.
Ao encontrarem esses lugares, as mulheres se sentem mais seguras para abraçar e cuidar da sua identidade capilar.
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Descubra como funciona o processo de uma transição capilar
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Segundo levantamento, quase 70% das pessoas com o Espectro Autista ainda não possuem a carteira de identificação da Pessoa Com Espectro Autista (CIPTEA)
O aumento no número de diagnósticos de pessoas com Transtorno do Espectro Autista tem levado a novas políticas públicas para acessibilidade dessa população. Uma das principais em Curitiba é a (CIPTEA), que completa cinco anos em 2025.
ção já foram emitidas em todo o estado do Paraná. Em contrapartida, aproximadamente 73 mil pessoas que estão inseridas no espectro autista ainda não possuem a carteira, que resulta em 108 mil pessoas com o diagnóstico.
Pâmela avalia que a acessibilidade é essencial para o desenvolvimento de uma criança com autismo. Isso garante melhor qualidade de vida não só de quem está no espectro, mas também aqueles que convivem todo dia com o transtorno - sejam pais, avós, ou responsáveis.
“A carteira tornou mais visíveis os direitos humanos para quem está no espectro”
O ex-deputado federal Ney Leprevost foi o responsável pela implementação da carteira de identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA).
A lei que criou a CIPTEA foi assinada e implementada em 2020. A carteira garante a prioridade no atendimento em serviços públicos, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social e também
A influenciadora Luciana do Rocio Mallon, 50 anos, está inserida dentro do Espectro, e conta que desde muito nova sofre com a falta de acessibilidade. A profissional afirma que não possui a carteira de identificação do Espectro Autista e que para os autistas nível 1 de suporte é muito difícil adquiri-lá. “O nível 1 de Autismo era conhecido como Síndrome de Asperger e tinha o apelido de: ‘autista que pode
privados - como farmácias, supermercados e bancos, dentre outros. A iniciativa fez com que o estado do Paraná fosse um dos primeiros a implementar a política.
Segundo o último levantamento da Celepar, empresa responsável pela emissão da CIPTEA, mais de 35 mil carteiras de identifica-
trabalhar’”, explica. A psicóloga Pâmela de Castro Nogueira, especialista em Análise do Comportamento Aplicada, defende a importância da CIPTEA para pessoas inseridas no espectro autista. “A carteira tornou mais visíveis os direitos humanos para quem está no espectro e facilitou por vias legais a inclusão dentro de instituições”.
Mais acessibilidades
Outras iniciativas buscam ampliar a acessibilidade para pessoas dentro do espectro autista nas cidades. É o caso da lei que torna obrigatória a previsão de espaços multissensoriais em aeroportos e oferece estímulos visuais, táteis e auditivos para os mais de 200 mil autistas que viajam pelo Brasil mensalmente. Na grande Curitiba, o Aeroporto Internacional Afonso Pena ainda não possui a sala adaptada, que preza garantir mais acessibilidade a passageiros autistas.
Outra iniciativa é a lei que prevê que toda pessoa com TEA deve ter acesso ao cinema. O problema é que apenas 2% das sessões são inclusivas. Em Curitiba, cinemas como Cinesystem e a Cinemateca têm sessões adaptadas. Uma vez ao mês essas redes proporcionam sessões com um som mais baixo e com menos estímulos luminosos.
O Museu Oscar Niemeyer (MON) tem uma sala multissensorial, criada pelo Núcleo de Acesso e Participação, e também pelo projeto MON Para Todos, criado em 2022. No ambiente, ocorrem estímulos sensoriais que buscam reduzir os sons externos, como as músicas e outros visitantes do MON. De modo a evitar que possa influenciar a experiência.
Veja o passo a passo para conseguir a Carteira de identificação da Pessoa com Transtorno do espectro Autista
• Online
• Acesse o Portal CipTEA
• Faça o cadastro
• Anexe o relatório médico e uma foto de rosto
• Quando aprovada, a Ciptea estará disponível para download e impressão
• Presencial
• Dirija-se a um posto do Poupatempo
• Faça o cadastro e anexe o relatório médico e uma foto de rosto
• Quando aprovada, a Ciptea será emitida gratuitamente
• Informações adicionais
• O formulário pode ser preenchido pelo solicitante, que pode ser a pessoa autista ou seu representante legal
• O prazo máximo para emissão da Ciptea é de 45 dias a partir da data de solicitação
• Os postos do Poupatempo têm salas sensoriais
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Veja a entrevista com a influenciadora Luaciana do Rocio Mallon
Projeto social destinado a moradores de rua fecha a sede em Curitiba, mas continua em atividade
Letícia Coelho
3º Período
Criado em 2013 pelo deputado estadual Renato Freitas, o Centro Cultural Núcleo Periférico sofreu ordem de despejo após três anos de sede no centro de Curitiba. O espaço oferecia majoritariamente atendimento à população de rua, dependentes químicos, pessoas marginalizadas, imigrantes e pessoas em vulnerabilidade no geral, proporcionando atividades e profissionalização.
Em outubro de 2024, o projeto recebeu uma ordem de desocupação, mesmo com os pagamentos em dia. A imobiliária responsável impôs 30 dias para desabrigar o local. Desde então, o núcleo deixou de preparar refeições diárias e ajudar na regularização de imigrantes na capital paranaense.
Renato Freitas, criador do projeto, afirma que lojistas locais
Coordenaodres e participantes do Núcleo Periférico no centro de Curitiba.
para pessoas marginalizadas, com objetivo de lutar por moradia e fim de despejos na Vila Joanita. Após uma manifestação, a COHAB (Companhia de Habitação Popular) visitou a região, o que interrompeu os despejos.
eram atendidas 600 pessoas por dia, com café da manhã, almoço e jantar no inverno.
Além disso, cursos de corte e costura, padaria, aulas de capoeira são algumas das atividades
“Mudaram a minha vida através desse projeto. Sei que não só a minha, mas a de muita gente”
fizeram um abaixo-assinado para fechar o espaço, liderado pelo dono de uma loja de couros localizada na rua em que era o centro cultural. Apesar da acusação, o empresário não quis se manifestar quando procurado pela reportagem. O deputado ainda afirma que era de interesse político o fechamento do Núcleo Periférico.
História O núcleo periférico surgiu em meio a manifestações sociais que ocorreram em 2013 voltadas
Esse movimento estabeleceu oficialmente o projeto. “Levamos a mesma lógica das manifestações que ocorriam no centro para a periferia com objetivos mais concretos e populares, e assim nasceu o núcleo periférico”, relembra Freitas.
A primeira sede foi aberta em 2019 na Vila Leonice, com atividades voltadas para jovens, como xadrez, boxe e reforço escolar. A sede foi fechada e só abriu novamente em 2022, porém no Centro de Curitiba. Nesse novo espaço, no seu auge,
que eram oferecidas à população vulnerável com objetivo de profissionalização e inserção dos indivíduos na sociedade.
O trabalhador informal Peter Pereira morou na rua antes de conhecer o Núcleo Periférico. Ele ressalta a importância do núcleo na recuperação de pessoas em situação de rua. “Eu recuperei a autoestima. O Núcleo Periférico me levantou, me tirou da rua e me ajudou a arrumar um trabalho. Eles mudaram a minha vida através desse projeto. Sei que não só a
minha, mas também a de muita gente. As pessoas acham que a causa morreu porque a sede fechou, mas não morreu.”
Renato Freitas afirma que eram únicos no que faziam e nunca tiveram apoio da prefeitura. “Não fizemos ‘come e vaza’. Era diferente. A pessoa chegava às 8h da manhã no nosso projeto e saía às 19h. Dormiam, comiam, faziam aula de capoeira, consultavam com o jurídico, tinham acompanhamento com psicólogo e a assistente social ajudava a encaminhar pessoas para os trabalhos.” Ele define o projeto como um programa de permanência e convívio. “Mudamos a vida das pessoas.”
A organização do Centro Cultural Núcleo Periférico, apesar de estar sem sede, continua parcialmente em funcionamento, recebendo e doando alimentos, oferecendo aulas de cinema e curso de corte e costura, que acontecem na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. No local, são confeccionadas camisetas do projeto que são vendidas pelo instagram para arrecadação de fundos, assim como o site do núcleo “apoia-se” em que são feitas doações.
Os coordenadores do núcleo estão na procura de um novo local para a sede principal. Em Cascavel e Londrina está programada a inauguração de dois Centros Culturais Núcleo Periférico no meio do ano de 2025. Apesar de estarem sem sede principal em Curitiba, no bairro CIC começará a ser construída um novo núcleo para atender a vila local.
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Entenda como ajudar o Centro Cultural Núcleo Periférico
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Social program designated for homeless people closes Curitiba’s headquarters, but keeps working
Letícia Coelho
3rd semester
F
ounded in 2013, by the state deputy Renato Freitas, “Centro Cultural Nucleo Periferico” received an eviction notice after three years being located in Downtown Curitiba. O espace mostly provided support for homeless people, people with substance addiction, marginalized individuals, immigrants, and generally vulnerable people, offering activities and professionalization.
In October 2024, the project received an eviction notice, despite all the bills paid up to date. The real estate company in charge gave 30 days to vacate the premises. Since then, the project stopped preparing daily meals and helping on the immigrant regularization in Paraná’s capital, Curitiba.
Cordinators and members
of fighting for housing and the end of evictions in Vila Joanita. After a protest, COHAB (Housing and Urban Development Company) visited the area, after
Curitiba.
people were fed each day, with breakfast, lunch and dinner during winter.
“They changed my life through this project. I know that not only my life, but also many other lives”
Renato Freitas, founder of the community program, says that the local shopkeepers organized a petition to shut down the space, led by the owner of a leather goods store located on the same street as the cultural center. Despite the accusation, the man declined to comment when contacted by the press.
The deputy also claims that the closure of the Núcleo Periférico was politically motivated.
History
Núcleo Periférico emerged amid social protests that took place in 2013, aimed at marginalized people, with the goal
that, the evictions were temporarily stopped. This action officially established the project.
“We took the same logic of the protests that were happening in the city center to the periphery, with more concrete and popular goals, and that’s how the Núcleo Periférico was born,” recalls Renato Freitas.
The first headquarters was opened in 2019 in Vila Leonice, with activities aimed at young people, such as chess, boxing, and academic support. The headquarters was closed and only reopened in 2022, but this time in downtown Curitiba. In this new space, at its peak, 600
In addition, courses in sewing, bakery, and capoeira classes were some of the activities offered to the vulnerable population with the goal of professionalization and social inclusion.
The informal worker Peter Pereira lived on the streets before he came to know the Núcleo Periférico. He emphasizes the importance of the center in the recovery of people experiencing homelessness. “I regained my self-esteem. The Núcleo Periférico lifted me up, got me off the streets, and helped me find a job. They changed my life through this project. I know that not
only my life, but also many other people’s lives. People think that the cause died because the headquarters closed, but it didn’t.”
Renato Freitas states that they were unique in what they did and never received support from the city hall. “We didn’t do ‘eat and leave.’ It was different. People would arrive at our project at 8 a.m. and leave at 7 p.m. They slept, ate, took capoeira classes, consulted with the legal team, had sessions with a psychologist, and the social worker helped direct people to job opportunities.” He defines the project as a program of permanence and coexistence. “We changed people’s lives.”
The organization of the Centro Cultural Núcleo Periférico, despite not having a headquarters at the moment, keeps operating partially, receiving and donating food, offering film classes, and a sewing course, which take place at the Church of Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. At the location, t-shirts from the project are made and sold through Instagram to raise funds, as well as the Núcleo’s “apoia-se” website, where donations are made.
The coordinators of the Núcleo are looking for a new location for the main headquarters. In Cascavel and Londrina, the inauguration of the two Núcleo Periférico Cultural Centers is scheduled for mid-2025. Despite being without a main headquarters in Curitiba, a new center will begin construction in the CIC neighborhood to serve the local community.
Cultural Periférico”
Com alta do preço médio de residências para compra na capital do Paraná, o objetivo da casa própria vira apenas um sonho para a Geração Z
Ana Maria Marques 3º Período
O valor médio do metro quadrado em Curitiba atualmente corresponde a R$10.831/ m². Essa quantia representa uma variação anual de 16,68% de acordo com um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas em parceria com a ZAP (FipeZAP).
Ou seja, um imóvel de 60 m² que em fevereiro de 2024 custava em média R$556.380 hoje pode chegar a R$649.860. Essa valorização somada com o alto custo de vida diminui o poder de compra da população mais jovem, que enfrenta desafios para garantir a independência financeira.
Um estudo divulgado pela Pew Research Center em janeiro deste ano afirma que pessoas nascidas entre 1997 e 2010 (Geração Z) recebem salários mais altos do que jovens da década de 1990. Porém, o aumento salarial não acompanha a valorização imobiliária, o que dificulta a conquista da independência habitacional dessa geração.
A despachante e correspondente bancária da Caixa Econômica Federal Geisiane Carneiro, especialista no processo de documentação para compra e venda de imóveis, aponta que o mercado imobiliário tende a ter uma valorização periódica, o que torna o setor mais concorrido e inacessível para alguns públicos. “É consequência um imóvel que ano passado uma determinada pessoa conseguiria comprar, com a valorização, já não consiga mais. Até porque o salário mínimo não aumenta na mesma proporção. Ou seja, a valorização acontece de acordo com a procura, então quando acontecer é melhor já ter comprado e se beneficiar disso”, aponta a especialista.
Com a projeção de aumento da taxa de juros básica (Selic) podendo chegar em até 15,25% em 2025, dado do Boletim Focus publicado pelo Banco Central, o encarecimento de recursos comuns do cotidiano impulsionados por essa taxa também desmotiva a compra de imóveis por parte de jovens adultos. De acordo com Geisiane, o alto
custo básico de vida pode ser um fator de impedimento para a conquista da casa própria. “A inflação torna ainda mais difícil do indivíduo guardar algum dinheiro para a entrada e documentação do imóvel, pois além
conquistar essa independência. Esta é a realidade da auxiliar administrativa Alany Benato, 20 anos, que acredita que a combinação de baixa renda com o alto custo de vida é desmotivador para a compra da casa própria
“São muitos fatores que tornam esse sonho cada vez mais distante”
de não conseguir guardar, gasta mais com produtos do seu dia a dia, isso quando não acaba se endividando.”
Para a atendente de comércio Isabela Canabarro, 28 anos, a consulta de preços de imóveis pela cidade não contribuiu para que ela encontrasse um meio viável de conquistar a casa própria. Ela relata que, durante sua procura, notou os preços muito acima do que esperava e com pouco a oferecer. “Hoje, os valores estão bem absurdos e as possibilidades de compras estão menores, com juros altíssimos e formas de pagamento difíceis”. Isabela consultou valores no bairro Fazendinha e na região metropolitana, e os preços de imóveis entre 65 m² e 70 m² chegavam a R$350 mil.
ou até mesmo aluguel. Ela, que mora com a mãe, descreve que custos básicos do cotidiano a desencorajam a sair de casa. “Só a compra do mês dificilmente sai por menos de R$500, fora o custo de aluguel ou mesmo parcela de entrada de um imóvel próprio. São muitos fatores que tornam esse sonho cada vez mais distante.”
Preço Médio de imóveis em Curitiba por m² (FipeZAP)
Em alguns casos, muitos jovens ainda não veem perspectivas em
Venda
Jovens passam em frente a um condomínio próximo da praça Osório, região movimentada no centro de Curitiba. moradia, minha alimentação, transporte e tudo o que envolve a vida de morar sozinho”, diz ele, que por enquanto trabalha como estagiário. Preço
Para o estudante de Educação Física Lucas Matos, 20 anos, o parâmetro salarial fornecido para um jovem adulto não acompanha o custo básico de vida atual, o que compromete a busca pela independência financeira. Natural de São Paulo, ele mora sozinho em Curitiba há dois anos, e aponta que só consegue se manter com a ajuda financeira dos pais. “Se dependesse só de mim e dos meus ganhos, eu teria sim bastante dificuldade de manter minha
O que é Selic?
A Selic é a taxa básica de juros da economia, e o principal instrumento de política monetária, utilizado pelo Banco Central e regulado pelo Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.
Para a definição da Selic, é levado em consideração o comportamento da inflação, nível de atividades economicas, comportamento dos agentes econômicos, entre outros fatores. Desse modo, a Selic serve como instrumento de controle inflacionário e estímulo à economia.
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O programa Mãos Amigas que ressocializa presos na sociedade completa 13 anos em 2025
Vitoria de Oliveira Santin
3º Período
OPrograma Mãos Amigas, que utiliza mão de obra de presidiários para manutenções e restaurações em colégios estaduais em Curitiba, realizou 19 atendimentos na capital durante o primeiro trimestre de 2025, equivalente a 26% das ações realizadas no ano anterior. Em 2024, o programa executou 1.320 atendimentos no Paraná, dos quais, 73 em instituições de ensino em Curitiba, prestando serviços de roçada, jardinagem, consertos, pinturas e limpeza. O projeto que visa a ressocialização e reinserção social dos presos na sociedade está implantado em 14 das 32 Regionais de Educação do Paraná, contando com 23 equipes de trabalho pelo estado.
O Colégio Estadual Integral Paula Gomes, localizado no bairro Santa Quitéria, em Curitiba, é um dos beneficiados pelo programa. A revitalização da quadra poliesportiva, entregue em março, retoma a parceria realizada pelo Mãos Amigas na instituição, que já havia recebido manutenções em anos anteriores. As atividades foram realizadas em dias de aula, porém, sem o contato entre Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs) com alunos e funcionários, apenas com a equipe diretiva e o coordenador responsável pelos detentos. Rosemary Carneiro de Souza, diretora do colégio afirma que a revitalização ajudou a compor a valorização e cuidado dos estudantes no espaço. “Dá uma autoestima para eles. Eles têm vontade de estar nesse ambiente”.
A seleção das escolas participantes se inicia com a solicitação online da coordenação da unidade escolar. O pedido é avaliado pela Coordenação do Programa Mãos Amigas e, caso seja aceita, é realizada a análise do ambiente, projetando os recursos necessários para sua execução. O serviço só é executado após a atribuição dos materiais pela instituição de ensino, o programa entra somente com a mão de obra para as manutenções.
Serviço
de roçada no Colégio
Comunidade
A revitalização foi celebrada por estudantes e funcionários do Colégio Estadual Paula Gomes,
para
em
profissional, práticas educacionais, e culturais e de lazer.
pelo programa Mãos Amigas. Mãos Amigas, afirma que o projeto traz impactos positivos diante dos desafios, considerando a capacitação e agilidade que
“Há a percepção de que as PPLs trabalham, e são agentes de transformação e produção”
e o programa foi bem recebido pela comunidade escolar. A assistente social Inês Aparecida da Silva Batista Furman, mãe de um estudante do colégio, acredita que a parceria com o programa é positiva para todos os envolvidos, sobretudo para reinserção dos detentos à vida social e ao mercado de trabalho.
“Ressignifica a estadia deles na prisão, mostrando como eles podem estar ajudando. Ela (essa pessoa) pode estar lá por um problema que não tenha tido controle na época, mas que agora, ela pode ressignificar isso e fazer diferente.”
Ressocialização
A reinserção social para apenados está prevista na Lei de Execução Penal (LEP) nº 7.210, de 11 de julho de 1984. A Lei visa a reintegração do presidiário ao convívio social por meios de mecanismos de ressocialização, como: programas de capacitação
O Programa Mãos Amigas permite que penitenciários sejam inseridos no processo de reinserção social, uma vez que, recebem 75% de um salário mínimo e tem remição de pena de um dia a cada três trabalhados, de acordo com a LEP. As atividades são supervisionadas e coordenadas por policiais penais pertencentes ao Quadro Próprio da Polícia Penal e servidores públicos da SEED.
Ao dia trabalhado, os presos têm direito a transporte, uniformes, alimentação, equipamentos de proteção individual (EPIs), e equipamentos para a realização das atividades.
A Polícia Penal esclarece que a seleção dos presidiários do regime semiaberto aptos para o programa ocorre a partir de uma avaliação realizada pela Comissão Técnica da Polícia Penal.
O grupo é composto por uma equipe multidisciplinar, com a Direção da Unidade, psicólogo, assistente social, chefe de segurança e responsáveis pela laborterapia. Ali são avaliados diferentes critérios, como aptidão, qualificação profissional, disciplina, entre outros.
O processo pelo qual os detentos são preparados para retornar a sociedade é necessário, uma vez que, ajuda a evitar a reincidência criminal, a promover a cidadania e a justiça social. Apesar disso, a reinserção dos detentos no Brasil é marcada por desafios como a falta de estrutura educacional e profissional e os estigmas da sociedade. Claus Giovani Andrade Marchiori, Gerente Estadual do Programa
o programa oferece na execução de serviços e reparos. “Além da percepção positiva da intervenção realizada no espaço físico, também há a percepção de que as PPLs trabalham, e são agentes de transformação e produção.”
Institucionalização da Lei Iniciado em 2012, o programa foi promulgado em 2023 como a Lei Estadual nº 21.815, após 11 anos de atuação. Em 2025, a Lei passou por processo de ampliação e regulamentação pelo decreto 9.044/2025. A ampliação define diretrizes e responsabilidades entre os parceiros do programa, e tem o intuito de ampliar o projeto para mais unidades escolares no Estado.
“A Lei vem a assegurar a perpetuação do Programa independente de gestão/mandato eletivo, isto é extremamente importante para garantir que uma política pública de relevância social permaneça operante.”, afirma Claus Marchiori.
O programa é realizado pelo Governo do Estado do Paraná em parceira com a Polícia Penal do Paraná, FUNDEPAR, SEED, SESP e Paranaeducação.
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Mapa: Regiões onde o Programa Mãos Amigas atua no Paraná
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Artistas da Rua XV de Novembro encantam quem passa pelo centro de Curitiba
Quem passa pelo calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba, principalmente no trecho entre a Rua XV e a Praça Osório, tem o privilégio de apreciar, e talvez até dar boas risadas, com as apresentações e espetáculos de arte de rua. Numa manhã de sábado, pelo menos meia dúzia deles decoram a via, entre estátuas vivas, músicos e dançarinos e palhaços. Esses espetáculos criam uma identidade cultural para a cidade, transformando o ponto turístico em um palco ao ar livre. Conhecida como Rua das Flores, o calçadão da XV é um dos principais cartões postais da capital paranaense. Palco de discussões importantes como o movimento “Diretas Já” e “Caras-pintadas”, foi o primeiro calçadão exclusivo para pedestres do Brasil, inaugurado em 1972. Estima-se que mais de 140 mil pessoas circulam
Gabriel, de 7 anos, toca bateria. A família se apresenta junta todo fim de semana, nos últimos 5 anos, buscando compartilhar mensagens positivas para todos que passam pelo calçadão, ao mesmo tempo em que complementam a renda familiar.
“
e a mensagem da música são realmente tocantes. É impressionante como mesmo na rua eles conseguem transmitir tanta paz e emoção.” Ela também contribui quando pode. “Acho importante apoiar o que faz bem para nós. Algo que seja positivo.”
Meu objetivo é ajudar as crianças. Todo o valor vai para o projeto”
“A música, para mim, é uma forma de conectar as pessoas e transmitir o que as palavras não conseguem expressar. Cada vez que a gente se apresenta e alguém se junta a nós para cantar, é como se criássemos uma conexão. A música tem esse
por ela diariamente, incluindo turistas, trabalhadores e estudantes. Para os artistas de rua, é um espaço de visibilidade e sustento, funcionando como um grande palco onde qualquer um pode se apresentar e interagir com o público.
É em frente à Boca Maldita que Lucas Santos Oliveira e Tais Souza, um casal de músicos curitibanos, se apresentam com o filho Gabriel, tocando música gospel à tarde. Ele toca saxofone, enquanto ela canta e toca violão.
poder incrível de transformar o ambiente, de unir as pessoas, e eu amo isso”, revelou Taís ao Comunicare. Os transeuntes que passam não deixam de parar para apreciar o show e aproveitar a cantoria.
A espectadora Simone Gelamo, que trabalha a mais de 10 anos na Galeria Ritz da Rua XV, comenta que sempre que pode se vê parando para assistir às apresentações. “Não é a primeira vez que eu paro para assistir eles cantando, mas a energia
Segundo a Fundação Cultural de Curitiba, mais de 500 artistas de rua atuam em Curitiba, incluindo músicos, palhaços, dançarinos, malabaristas e atores.
A Prefeitura regulamentou as apresentações públicas com a Lei nº 14.701/2015, permitindo performances em praças e vias públicas entre 8h e 22h, conforme a Lei do Silêncio. Além disso, a legislação foi atualizada em 2018 com o Decreto nº 1422, criando regras para o cadastramento dos artistas e limitando o número de apresentações em determinados locais. Essas medidas buscam organizar as atividades, beneficiando tanto os artistas quanto o público.
Arte e Solidariedade
Entre aqueles que buscam conquistar a atenção do público está Tom Atiensen, um artista de rua que circula pelo calçadão equilibrado em suas pernas de pau. Com figurino colorido e carisma cativante, ele alegra crianças e adultos com suas performances. Por trás da diversão, há também um propósito solidário: todo o dinheiro arrecadado com suas apresentações é destinado a um projeto social que leva doces para crianças da Vila Capanema. “Meu objetivo é ajudar as crianças. Todo o valor vai para o projeto”, revela. “Mesmo que eu não ganhe muito, de pouco em pouco a gente consegue fazer a diferença”.
Como se apresentar legalmente nas ruas da cidade de Curitiba
Em Curitiba, artistas de rua têm o direito de se apresentar em espaços públicos sem a necessidade de autorização prévia, conforme a Lei Municipal nº 14.701/2015. A legislação assegura a liberdade de expressão artística, permitindo apresentações musicais, teatrais, circenses e outras manifestações culturais. No entanto, algumas regras devem ser seguidas. O uso de equipamentos sonoros deve respeitar os limites de volume estabelecidos pela legislação ambiental, e as apresentações não podem obstruir a circulação de pedestres ou veículos. Caso o artista deseje vender produtos, como CDs ou artesanato, é necessário um cadastro na prefeitura. A lei também proíbe abordagens invasivas ao público, garantindo que a contribuição financeira seja espontânea. Dessa forma, Curitiba busca equilibrar o incentivo à cultura com a organização dos espaços urbanos. O artista, além disso, deve se atentar ao horário das apresentações, respeitando o direito ao descanso dos moradores locais. Importante destacar que, em alguns pontos turísticos da cidade, há áreas específicas delimitadas para as apresentações, buscando um melhor aproveitamento.
Artistas de rua podem se apresentar livremente em Curitiba, desde que respeitem o espaço público e a circulação de pedestres. Locais como a Rua XV de Novembro e o Largo da Ordem são pontos tradicionais para performances, mas é importante evitar bloqueios e manter o volume do som em um nível adequado.
Para apresentações nesses e em outros espaços movimentados, pode ser útil consultar a prefeitura sobre eventuais regulamentações. A prática de receber contribuições do público é permitida, desde que não haja abordagem direta ou insistente.
Inexistência de um circuito adequado complicou prática esportiva, que passou a exigir deslocamentos mais frequentes para outras cidades e gerou perda de patrocínios locais
D esde 2021, Curitiba não possui infraestrutura para sediar competições de automobilismo. Isso tem causado impacto direto na carreira de pilotos locais, que acabam por buscar alternativas fora da capital paranaense como forma de se manter no esporte.
Inaugurado em 1967, no município de Pinhais, o Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) ou Circuito Raul Boesel passou por períodos difíceis. Em virtude da falta de manutenção adequada de sua infraestrutura, o AIC chegou a ser excluído do calendário de campeonatos da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e da Federação Paranaense de Automobilismo (FPRA) em 1975.
Após obras de revitalização e modernização em 1997, Curitiba voltou a ser um dos pólos do
à destruição do autódromo. Com a desativação do circuito, o cenário do esporte e da cultura curitibana sofreu um impacto significativo, como afirma a integrante da Comissão Feminina de Automobilismo (CFA), Bruna Frazão. “Sabemos que várias equipes tinham sede em Curitiba e acabaram fechando
As consequências da perda do autódromo também foram sentidas no desenvolvimento de novos atletas, visto que, junto com ele, foi perdido um kartódromo renomado que fazia parte do mesmo complexo. “A falta de um autódromo em Curitiba com certeza afeta novos talentos, hoje a gente tem muitas poucas
“As consequências da perda do autódromo foram sentidas ”
as portas. Acho que cada autódromo tem sua história e conta um pedacinho da história de cada cultura local”, comenta a integrante da CFA.
automobilismo nacional, movimentando a população e amantes do esporte. O autódromo foi palco de diversas categorias, como Fórmula Truck, Fórmula 3, Brasileiro de Arrancada, Campeonato Paranaense de Automobilismo, Fórmula Ford e Stock Car. Esta última, que ocorreu 68 vezes no AIC antes de seu fechamento, sendo o 3° circuito que mais sediou provas da categoria.
O projeto do PARC Autódromo – novo bairro de Pinhais – levou
Receber em março o “Red Bull Showrun”, despertou nos entusiastas do esporte uma certa frustração com a falta do incentivo ao automobilismo por parte do poder público. “Eles não estão preocupados com o automobilismo, eles estão preocupados com o ‘pão e circo’, com o voto”, diz Fernando de Andrade, fundador da Business Network e amante do esporte. “A falta de um autódromo é um fator que acaba atrapalhando muito o crescimento do automobilismo”, complementa.
crianças começando no Kart por não ter uma base boa de pista”, conta Zezinho Muggiati, piloto curitibano da Stock Car que já conquistou diversos títulos, incluindo o de campeão da Stock Light em 2023.
A inexistência de um circuito adequado complicou a trajetória dos pilotos, que passaram a necessitar de deslocamentos mais frequentes para outras cidades e perderam patrocínios significativos de empresários locais. O vencedor curitibano da Stock Light reforça que o patrocínio é de grande importância, pois o esporte tem custo elevado e sua carreira não teria sido a mesma sem o AIC.
Segundo o presidente da FPRA, Rubens Gatti, existem alguns projetos para a construção de um substituto do Circuito Raul Boesel, mas não há nada concreto. Conseguir licenças ambientais, disponibilidade de terreno, legislações específicas e o alinhamento do setor público com o privado exige um grande interesse por parte dos políticos e empresários. A paixão do curitibano pelo automobilismo demonstrada no evento da Red Bull, que contou com um público de 100 mil pessoas, ajuda a entender a movimentação da população quando se trata do esporte a motor e pode, talvez, despertar esse interesse.
Confira os endereços e preços dos circuitos de kart presentes em Curitiba
Kart Cwb
• Park Shopping Boulevard
• Corrida de 15 minutos: R$80,00
• Corrida de 25 minutos: R$100,00
Mônaco Kart-indoor
• Shopping Ventura
• Corrida de 20 minutos: R$95,00
• Corrida de 30 minutos: R$105,00
S2 Kart Racing
• Jockey Plaza
• Corrida de 25 minutos: R$110,00
KartGT
• Rua Nova Esperança, 665 - Emiliano Perneta, Pinhais
• Corrida de 20 minutos: R$100,00
• Corrida de 25 minutos: R$120,00
RA Kart Curitiba
• BR 116, 15560 - XaximCuritiba
• Corrida de 25 minutos indoor: R$75,00
• Corrida de 25 minutos outdoor: R$90,00
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Veja imagens do antes e depois do AIC e mapa com locais de kart
A Casa do Estudante Universitário (CEU), em Curitiba, negociou seu potencial construtivo em 2007 para viabilizar reformas no prédio. Duas empresas contratadas abandonaram a obra, que permanece inacabada. Mesmo após decisão judicial em 2020 para liberação de recursos, a Prefeitura não concluiu os reparos.
Beatriz Agustini Carpes