Comunicare 343

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Sistema Pentitenciário

Mulheres encarceradas sofrem com abandono da própria família Página 3

Segurança Pública

Esporte

Assaltos e furtos crescem no centro de Curitiba e preocupam comerciantes Página 4

Preconceito e falta de patrocínio prejudicam mulheres que praticam luta Página 9

Curitiba, 26 de Outubro de 2023 - Ano 26- Número 343 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Proíbe ou libera? Um projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa quer regulamentar o uso de telefones celulares em salas de aula de escolas e colégios públicos e privados do Paraná. A ideia é que os aparelhos fiquem dentro da mochila, em modo silencioso, sendo usados somente sob orientação de professores. Proposta permite que instituições criem regras mais rígidas, se preferirem.

Uma lei aprovada em 2014 proíbe os celulares em sala, mas não é respeitada nem mesmo conhecida por estudantes

Política | pag. 5

Projeto quer impedir casamento homoafetivo C

erca de 175 mil paranaenses podem ser afetados pelo Projeto de Lei nº 5167/09, que tramita em Brasília, e propõe a proibição do casamento homoafetivo. O projeto desvirtuou uma proposta anterior, que, originalmente, buscava legalizar uniões civis entre pessoas da comunidade LGBTQIA+. O Brasil não tem, atualmente, nenhuma lei que regulamente a questão: a prática é assegurada por uma resolução gerada

Beatriz Dias

por uma decisão de 2013 do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legalidade da prática e gerou jurisprudência, sendo seguida nacionalmente. Desde então, o Paraná se destaca no ranking nacional, contabilizando 3.536 casamentos homoafetivos.

Política | pag. 5

Entre janeiro e abril de 2023, foram registradas 80 mortes entre a população LGBTQIA+ no Brasil

Três filmes produzidos em Curitiba ganharam recencriando um cenário de recuperação, após os impactos Filmes temente prêmios nacionais e internacionais, sibmboli- gerados pela pandemia de Covid-19. zando o bom momento que a o setor audiovisual vive na premiados cidade. Os prêmios se somam a editais e novos festivais, Cultura | pag. 11


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Opinião

Até onde a Inteligência Artificial é ética? Carolina Senff 2º Período

Em 1936, o cientista britânico Alan Turing revolucionou a ciência com a Máquina de Turing, um modelo teórico de computação que serviu de base para o desenvolvimento dos computadores modernos e inspirou inúmeros cientistas ao longo da história a se aprofundarem no mundo da codificação. Mais de 80 anos depois, em pleno século XXI, não é novidade que os avanços tecnológicos se tornaram mais expressivos e rápidos, tornado real a Inteligência Artificial (IA), que, um dia, foi apenas uma ideia futurista vista em filmes de ficção científica. O grande debate que vem atormentando a sociedade é como usufruir dela de maneira segura, dado que não existe um código ético ao redor da invenção que, rapidamente, está se popularizando. A evolução da IA é tão veloz e segue um fluxo exponencial de crescimento que chega a ser assustador. Isso não anula o fato de que seu uso pode ser magnífico, trazendo melhorias na saúde, avanços na educação, mais eficiência energética e auxílio na tomada de decisões públicas

estratégicas, entre outros. Porém, o uso irresponsável dessa tecnologia pode ser letal. Para o físico e estudioso de Inteligência Artificial Max Tegmark, a ética na IA não é uma questão filosófica; mas, sim, uma necessidade real e prática. O cientista alega que essa inovação exige segurança, responsabilidade, e transparência. Seguindo o raciocínio de Tegmark, a abrangência das variadas Inteligências artificiais que estão presentes no mercado permite a manipulação de imagens com mais eficiência e aumento das disseminação de ideias preconceituosas, o que amplia a rede de abuso virtual. Além disso, há aumento da desinformação, através da produção em massa de fake news e deepfakes. Tendo em vista os riscos que a IA poderia trazer à sociedade, a Conferência Geral da Unesco aprovou, em 2021, a “Recomendação sobre a Ética da Inteligência Artificial”, o primeiro instrumento global de definição de normas sobre a IA. Ao longo do documento, é reforçada a necessidade de respeito aos direi-

tos humanos, justiça e equidade social, privacidade, proteção de dados, educação e desenvolvimento sustentável. Por mais que esse seja um importante passo dado na caminhada da regulamentação do uso da IA, não é o suficiente. A UNESCO não é capaz de elaborar leis, julgar crimes, estabelecer multas e ter uma aplicabilidade efetiva no cotidiano. Esse é um acordo e um modelo a ser seguido, mas não é 100% eficaz e não resolve os problemas que vêm sendo enfrentados. A pergunta que me faço é se não estamos criando um Frankenstein. O romance de Marry Shelly de 1818 conta a história de um Doutor que cria seu próprio humano de forma artificial, o famoso Frankenstein, mas esse se torna um monstro. Não estou dizendo que o avanço tecnológico é terrível, mas que esse pode sim ser problemático quando não controlado. Até onde sabemos Inteligências Artificiais são capazes de apreender apenas quando lhe oferecemos informações, mas com o avanço exponencial desse aprendizado é

nítida a existência de uma perda de controle que desorienta cientistas. Portanto não há como ser ético com um frankenstein perambulando em meio ao mundo virtual, pois não temos conhecimento que acompanhe seus avanços para saber controlalo e para enfim criarmos as normas éticas que necessitamos. É importante compreender que não estamos lidando com uma versão do Hall 9000, do filme 2001 Uma Odisseia no Espaço; estamos lidando com sistemas de computação capazes de mudar a vida como conhecemos. Lutar contra isso não é caminho: seria ignorante e inócuo tentar e evitar o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de fazer tantas melhorias em nosso modo de vida. Mas, para que isso ocorra, é preciso desenvolver um pensamento ético nos cidadãos de todo o mundo, criando códigos e leis que respeitem o processo de adaptação do ser humano em meio ao desconhecido. Não podemos deixar a IA se tornar uma “terra de ninguém”, onde o descontrole e desconhecimento liderem a vida humana.

Opinião

Ponte de Guaratuba, mais um capítulo Letícia Hamm 2º Período

Desde 1989, a construção da Ponte de Guaratuba, no litoral do Paraná, é um projeto proposto por vários governadores. A ponte, contudo, nunca saiu do papel. A esperança dos paranaenses em realizar a travessia entre Matinhos e Guaratuba por meio de uma ponte, sem precisar do serviço de ferry boat, já dura anos, e mais uma vez está sendo adiada.

pela qual irá receber, conforme o orçamento do contrato, R$ 386,9 milhões. Porém, novamente o sonho da Ponte de Guaratuba foi interrompido, já que a juíza Silva Brollo, da 11ª Vara Federal de Curitiba, suspendeu a licença prévia da construção, paralisando o andamento das obras. O Estado do Paraná busca, agora, a revogação da liminar que interrompeu as atividades de construção da ponte. Segundo uma pesquisa feita pelo IRG Pesquisa, cerca de 88% dos paranaenses são contra a suspensão realizada pela Justiça Federal sobre a construção da Ponte de Guaratuba. A facilidade que seria gerada com a travessia

O projeto mais recente é o do atual governador, Carlos Massa Ratinho Jr. (PSD), que, no fim de 2022, assinou o contrato para a construção da ponte com o Consórcio Nova Ponte. Pelo contrato, a empresa tem 32 meses para conclusão da obra,

Expediente REITOR Irmão Rogério Mateucci DECANA DA ESCOLA DE BELAS ARTES

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

Arthur Zablonsky Arthur Froes Beatriz Dias Beatriz Santos Breno Gallina Bruno Henrique Coelho Caio Stelmatchuk Camila de Oliveira Carolina Senff Davi Moreira Denise Manini Eduardo Pascnuki Emilly Alves Felipe de França Giovana Tirapelli

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

TRADUÇÃO

Suyanne Tolentino De Souza

redecomunicare@pucpr.br | http://www.portalcomunicare.com.br

Renan Colombo (DRT-5818-PR)

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO

Breno Zotis Gallina

FOTO DA CAPA Isadora Jacon

facilitar a vida dos moradores da região no deslocamento cotidiano, a obra também iria gerar benefícios aos turistas, durante a temporada de Verão. Ainda, a construção da ponte seria um marco para o Paraná,transformando-se em um ponto turístico mais atrativo para os visitantes, o que beneficia a economia e o turismo do Paraná. Assim, é de extrema importância a busca pelo entendimento com a Justiça para o início das obras, garantindo comodidade e segurança no direito de ir e vir do cidadão paranaense, e, finalmente, finalizando mais um capítulo na longa história que envolve os planos para a construção da Ponte.

Edição 343 - 2023 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR

Estudantes 2º Período de Jornalismo

Rafael Andrade

COORDENADORA EDITORIAL

A necessidade da construção da ponte ligando Matinhos e Guaratuba é óbvia. Os paranaenses necessitam dessa comodidade ao atravessar a região. Além de

COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL

Ângela Leitão

Suyanne Tolentino De Souza

da Baía de Guaratuba pela ponte está, como se vê, novamente sendo colocada em segundo plano. As grandes filas que se formam para uso do ferry boat, especialmente em períodos de temporada de Verão, e o preço pago para embarcar são pontos que aumentam a necessidade da construção da ponte, principalmente em momentos que deveriam ser de lazer, como feriados e fins de semana, e acabam se transformando em experiências negativas e frustrantes.

Giovanna Romanoff Gisele Kopf Gustavo Xavier Gustavo dos Santos Heloise de Almeida Henrique Cabral Henrique Jorge Hiago Machado Ingrid Poltl Isadora Jacon Jeferson Kolscheski Filho João PedroScremin João Victor Lourenço Julia Liça Júlia de Araújo Larissa Xavier Leonardo de Sousa Letícia Beatriz Hamm

Lorena Lima Lucas Lopes Ferreira Luiza Ferreira Marcelo Xavier Maria Eduarda Ciciliato Mariana Souza Milena Bilino Murilo Wiczick Nicole Salomon Pablo da Silva Pedro Leoni Neto Pedro Marques Raquel Wrege Ricardo Pereira Rodrigo Kuzma Junior Stephanie Carneiro Vinicius Sech


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Cidades

Detentas são abandonadas pela família em penitenciárias do Paraná Cerca de 80% das mulheres que são detidas no Paraná não recebem visitas regulares de familiares ou amigos, o que dificulta o processo de ressocialização Ingrid Poltl, Leonardo Chaves e Rodrigo Kuzma 2º período

E

stima-se que cerca de 80% das mulheres encarceradas no Paraná sejam abandonadas pela família. Isso torna a realidade das detentas ainda mais cruel do que a de homens na mesma situação, já que é recorrente que, a partir do instante em que se tornam presidiárias, eles sofram com a falta de visitas regulares. Isso contrasta com o cenário masculino, cujas penitenciárias têm intenso movimento em dia de visita, com mães, esposas e demais familiares reunidas para levar alimentos, encomendas e rever seus filhos, companheiros ou parentes que estão privados de liberdade. A pesquisadora do Instituto Terra Trabalho e Cidadania (ITTC), Débora Vasconcellos, analisa que o abandono se dá, essencialmente, por questões de gênero: enquanto mulheres tendem a seguir apoiando os parceiros detidos, o mesmo não acontece na situação oposta. Quando mulheres são presas, é comum serem abandonadas pelos seus

nalmente vulnerável, a falta de contato com família e amigos potencializa a sensação de abandono e de falta de compreensão. “O ambiente carcerário é um ambiente opressor e limitador. A autoestima não se refere apenas a estar bonita, com os cabelos arrumados, maquiada ou magra, diz também sobre o sentimento de pertença, o sentimento de poder e o sentimento de realização. No sistema carcerário, nenhum deles acontece”, analisa Simone.

Tráfico de drogas lidera crime entre mulheres

O encarceramento feminino obedece a padrões de criminalidade muito distintos se comparados aos do público masculino, de acordo com o advogado Manoel Francisco de Sousa Neto. Enquanto 25% dos crimes pelos quais os homens respondem estão relacionados ao tráfico, para as mulheres essa proporção chega a 68%. Atualmente, as mulheres estão sendo muito utilizadas pelos homens como

tação ou, dependendo do caso, até que a criança complete um ou dois anos. Após isso, as crianças ficam sob a guarda de alguma parente ou, então, são encaminhadas para abrigos. “A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)”, destaca o advogado Manoel.

Detentas fazem limpeza de colégios estaduais

O governo do Estado criou o programa Mãos Amigas, que visa reintegrar mulheres encarceradas na sociedade, através da limpeza em colégios estaduais na capital. Até o momento, 105 detentas, distribuídas em 17 equipes de 10 Núcleos Regionais e Educação (NRE), participam do programa.

“Quando mulheres são presas é

comum serem abandonadas pelos seus maridos e familiares” maridos, namorados e famílias, o que é diferente do que ocorre com os detentos masculinos. A psicóloga Simone Korkievic afirma que a privação de apoio emocional, em qualquer momento da vida, pode afetar a saúde mental, causando transtornos ansiosos ou depressivos. Simone também diz que, em um contexto no qual a mulher já está sendo privada de liberdade e em que se encontra emocio-

“mulas” para o tráfico, ou seja, agentes de transporte de drogas.

Lei garante direito de gestantes e puérperas

O Brasil conta com a terceira maior população carcerária mundial, sendo, na maior parte, constituída por mulheres negras, pardas e com baixa escolaridade. A maioria é a principal fonte de renda para a família. Elas podem ficar com os bebês até seis meses e o fim do período de amamen-

O Mãos Amigas completou 11 anos em outubro deste ano. Até outubro, o programa já ocorreu em 522 colégios, com 22 deles sendo na capital paranaense. O projeto reduz em 50% os gastos em reparos nesses locais, já que não é um emprego propriamente dito. Mas há o pagamento de uma parte do salário mínimo e redução na pena, além de outros benefícios, às detentas participantes. O programa está em expansão. Divulgação/ Agência Estadual de Notícias

Livros e filmes retratam o cárcere feminino Obras culturais, como filmes, séries, livros e documentários, retratam a solidão enfrentada pelas detentas femininas. “Presos que menstruam: A brutal vida das mulherestratadas como homens- nas prisões brasileiras” é um livro escrito pela jornalista Nana Queiroz e discute como as mulheres são tratadas por trás das grades: muitas vezes de maneira bruta. O intuito principal do livro é denunciar o que as detentas enfrentam, com restrições que podem chegar a ter necessidades básicas, como oferta de absorvente íntimo, negadas. Há relatos de presas que usam miolo de pão nos períodos de menstruação e realizam partos nos banheiros da cadeia, bem como o exame de Papanicolau. Já o filme “Olha pra Elas”, obra de Tatiana Sager e Renato Dornelles, narra o impacto da prisão de mulheres no âmbito familiar. A obra trata do aprisionamento feminino com foco na situação de abandono no cárcere e na desestruturação familiar. Por fim, o filme “Flores do Cárcere” conta a história de seis ex-detentas da cadeia feminina de Santos que retornam ao local e revisitam a antiga experiência. A obra aborda questões relacionadas à autoestima das internas e a reinserção na sociedade.

Leia mais Advogado Manoel Francisco de Sousa Neto sobre o encarceramento feminino portalcomunicare.com.br

Visita virtual é uma alternativa para redir a distância social entre presas e familiares.


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Cidades

Crescimento de furtos e roubos preocupa comerciantes de Curitiba Aumento de crimes contra estabelecimentos comerciais foi mais intenso no no Centro da cidade, onde houve alta de 28%, conforme dados do Governo Estadual Hiago Machado, Julia Liça e Marcelo Xavier 2º Período

C

Marcelo Xavier

uritiba registrou aumento de casos de assaltos e furtos contra estabelecimentos comerciais no primeiro semestre deste ano, mostram dados do Governo do Estado. O crescimento dos crimes contra comércios foi de cerca de 3,5%, com os casos passando de 2.354 (janeiro a julho de 2022) para 2.435 (janeiro a julho deste ano), Isso se traduz em uma média de praticamente 12 crimes por dia direcionados a estabelecimentos comerciais da cidade. A situação é ainda mais crítica no Centro da cidade, onde o aumento atingiu 28%, chegando à soma de 240 casos e deixando os proprietários de lojas preocupados e apreensivos com o futuro dos negócios. O comerciante local Adriano Arley, proprietário de uma lanchonete no Centro de Curitiba, relata estar muito preocupado com os desafios enfrentados pelos empresários da região.

Guarda Municipal no Centro de Curitiba eé uma das forças públicas que atua no combate à criminalidade

“Precisamos de mais policiamento nas ruas do centro. Vai afastar os criminosos e trazer segurança” “Invisto em sistemas de segurança, como câmeras, alarmes e até mesmo vigias durante a noite para conseguir proteger minha loja e clientes. Mas a gente precisa que medidas eficazes sejam tomadas para melhorar a segurança nas ruas aqui do Centro de Curitiba”. Arley comenta, também, que o lucro obtido tem diminuído nos últimos meses devido à insegurança dos clientes em circular pe-

las ruas do Centro. Os furtos têm se tornado rotineiros na região, e, mesmo com investimentos em sistemas de segurança, a sensação de vulnerabilidade persiste. “Precisamos de mais policiamento nas ruas do Centro. Isso vai afastar os criminosos e trazer a confiança dos clientes de volta, permitindo que nossos negócios prosperem novamente”, reflete o dono do estabelecimento. Marcelo Xavier

O relato de Adriano reflete a angústia dos comerciantes do Centro de Curitiba, que enfrentam desafios cada vez maiores para manterem os negócios abertos e, ao mesmo tempo, garantirem a segurança de clientes e funcionários.

Saiba os bairros mais perigosos de Curitiba Dados mostram que o Centro da cidade é a área mais afetada pela criminalidade, com 240 registros de assaltos no primeiro semestre de 2023. Na sequência, vêm os bairros Portão e Sitio Cercado, ambos registrando 100 casos. Cidade Industrial e Hauer também apresentam desafios na segurança pública, com 95 e 69 registros, respectivamente.

Pm diz que atua de forma preventiva e ostensiva Estando ciente dos desafios da criminalidade na cidade, a Polícia Militar (PM) divulgou uma nota oficial para esclarecer as ações e esforços que tem feito para enfrentar a situação. De acordo com a PM, a corporação está atuando de maneira proativa em todos os 75 bairros da cidade, adotando ações preventivas, ostensivas e repressivas para combater a criminalidade em toda a capital paranaense. Estabelecimentos como lanchonetes são vulneráveis à violência no Centro

Quanto à elevada incidência de crimes no Centro de Curitiba, a PM explicou que essa região é caracterizada pela intensa circulação de pessoas e estabelecimentos comerciais, o que naturalmente cria mais oportunidades para a ocorrência de crimes. No entanto, a PM diz que está comprometida em enfrentar esses desafios de segurança de maneira eficaz. Eles enfatizaram que realizam operações de saturação na região, intensificando o policiamento de acordo com a análise da criminalidade local. Essas operações buscam proporcionar maior segurança não apenas aos residentes, mas também aos visitantes da área. O objetivo principal é reduzir os índices de criminalidade e, assim, restaurar a sensação de segurança que é essencial para o bem-estar da comunidade e o desenvolvimento econômico da cidade. Também em resposta à situação, os vereadores de Curitiba dizem que têm procurado tomar medidas preventivas a esses crimes. Conscientes da necessidade de ações concretas, eles têm solicitado com recorrência um reforço no policiamento das áreas afetadas, com o objetivo de garantir a segurança dos cidadãos e a proteção dos estabelecimentos comerciais que são fundamentais para a economia local.

Leia mais Mapa mostra quis são os bairros mais perigosos de Curitiba. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Política

Projeto que proíbe casamento LGBTQIA+ afeta 175 mil paranaenses País não tem uma Lei que assegure a legalidade da união homoafetiva, que somente é reconhecida por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e de uma resolução que exige o respeito à prática Beatriz Dias Eduardo Pascnuki Giovanna Romanoff 2º Período

O

projeto de Lei que estabelece que nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode se equiparar ao casamento ou a entidade familiar, que tramita na Câmara dos Deputados, afetará cerca de 175 mil pessoas no Paraná, se for aprovado. Esse é o total de residentes homossexuais no estado e que, com uma eventual aprovação, ficariam impedidos de se casar. O projeto de Lei tem o número 5167/09 e teve o texto original alterado pelo deputado federal Paes de Lira (PTC-SP), chegando à formatação atual. O projeto foi originalmente apresentado em 2007, pelo então deputado federal Clodovil Hernandes (PTC-SP) e sob o

Beatriz Dias

O Paraná está entre um dos cinco estados com mais uniões homoafetivas no Brasil desde 2013 na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF).

com o texto “Não ao PL 5167/09”, seguida pela legenda “O Congresso não será palco de precon-

“A gente também quer ser feliz” nuúmero 580/2007, e pretendia permitir o casamento homoafetivo, A proposta não foi aprovada e, com o tempo, passou a sofrer alterações, até chegar ao texto atual, que vai em direção oposta à proposta de Hernandes e proíbe o casamento. Não existe, atualmente, nenhuma lei que assegure o casamento homoafetivo. O que há é uma jurisprudência derivada de uma votação feita em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece a legalidade da união homoafetiva e uma resolução (nº 175/2013) para que haja o cumprimento da norma. O Projeto que proíbe o casamento homoafetivo no Brasil não foi além da Mesa Diretora em 2019, ano em que foi apresentado. Agora, a proposta voltou a ser discutida e passa por tramitação

Em 19 de setembro, após um pedido conjunto de vista, a votação seria retomada na Comissão. O Paraná está entre um dos cinco estados com mais uniões homoafetivas no Brasil. Após 10 anos de legalidade, cresceu cinco vezes o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo no estado. Em abril de 2023, o Paraná contabilizou 3.536 casamentos desde que vigora a legalidade do casamento homoafetivo, informa a Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).

Deputados do Paraná se posicionam

Diversos deputados federais têm dado posicionamento sobre o Projeto de Lei, como é o caso de Carol Dartora (PT). Por meio da publicação de uma fotografia

ceito”, ela mostrou indignação com o projeto em seu perfil de Instagram. Ao jornal Comunicare, O Gabinete da deputada afirmou ser totalmente contra o Projeto de Lei. “As pessoas têm o direito de casar com quem elas quiserem”, disse uma de suas representantes em Brasília. A Assessoria Legislativa do deputado federal Vermelho (PL) afirmou, por telefone, que ele ainda não tem um posicionamento definido sobre o Projeto de Lei. Nas redes sociais, ele aparece ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o texto “Deus, Pátria e Família” em sua biografia. Membro do Conselho Municipal de Diversidade Social de Curitiba, Fernando Rhutes afirma que o órgão é contra o PL. “Somos contrários ao projeto de

lei 5167/09, por compreendermos que trata-se de um retrocesso no âmbito dos direitos humanos e um ataque aos direitos da população LGBTI+ e suas existências”.

Impacto em Curitiba

Para um casal homoafetivo que preferiu não se identificar, é visível o retrocesso que seria causado pela aprovação do projeto. Segundo elas, parece que os deputados estão fechando os olhos à homofobia e dando voz à intolerância. Elas afirmam que família é onde tem amor, não importa a forma de construção, e que o casamento vai continuar acontecendo, com ou sem lei. Uma delas ainda acredita na ideia de a proibição não mudar a vida de ninguém, apenas daqueles que querem ser felizes e criar uma família.

Leia mais Ensaio fotogáfico dá visibilidade à causa LGBTQIA+ portalcomunicare.com.br

Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo Há 14 anos, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA + do mundo. Eduardo Pascnuki

Entre janeiro e abril de 2023, foram registradas 80 mortes entre a população LGBTQIA+ no Brasil, de acordo com o Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil, Entre as vítimas, 50 eram travestis e mulheres trans, o que representa 62,50% das mortes. Em 2022, uma pessoa LGBTQIA+ foi assassinada a cada 32 horas, em média, no país. No total, 273 pessoas foram mortas entre janeiro e dezembro do ano passado. Dessas, 159, 58% das vítimas, eram travestis e mulheres trans. Ao todo, 96 homens gays morreram violentamente.

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Mortes violentas de LGBTI+ no Brasil: uma pessoa LGBTQIA+ morre a cada 32 horas, em média, no país


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Política

Projeto de lei cria regras para uso de celular em escolas do Paraná Lei atual, em vigor desde 2014 e que proíbe completamente o uso do celular em colégios e escolas, não é respeitada Caio Stelmachuck, Carolina Senff e Isadora Jacon 2º Período

U

Carolina Senff

m projeto de lei em

discussão na Assembleia Legislativa do Paraná quer regulamentar o uso de dispositivos eletrônicos, como telefones celulares, em colégios e escolas públicos e privados do estado. Registrado sob o número nº 682/2023 e de autoria do deputado estadual Evandro Araújo (PSD), o projeto estabelece que o celular deverá ser guardado dentro da mochila e em modo silencioso, sendo utilizado somente com autorização do professor e para fins de educação. O projeto revoga a Lei vigente, de 2014, que proíbe totalmente o uso de smartphones em escolas, mas não é cumprida. O projeto prevê exceção para alunos que possuem algum tipo de deficiência e cujo uso do aparelho celular é um aliado para o processo educacional e inclusivo. Nesse caso, é permitido uso mais amplo. A proposta, também, veta a utilização dos aparelhos para finalidade não educacional. O projeto se aplica a colégios e escolas públicos e privados do Paraná, tanto no ensino Básico quanto no Médio, e dá liberdade a cada colégio e escola para estabelecer normas próprias, o que assegura o cumprimento dos regulamentos internos de cada instituição. Com isso, se os diretores optarem por definir regras mais rígidas, podem fazê-lo. O objetivo da proposta, de acordo com o deputado, é permitir que profissionais da educação usem o telefone celular como um recurso extra para o desenvolvimento dos estudantes. Ela busca, ainda, melhorar a qualidade da educação ao impedir que estudantes se distraiam utilizando aparelhos eletrônicos em momentos indevidos.

permaneça, o Poder Judiciário deve ser contatado. Estados como Rio de Janeiro e São Paulo já têm Leis semelhantes à proposta pelo deputado. No Rio, a proibição está em vigor desde agosto deste ano e estabelece que, ao entrar na escola, o estudante deve deixar o celular guardado na mochila, só pode usá-lo quando autorizado pelo professor. Já em São Paulo, a utilização só é permitida para fins pedagógicos ou para alunos com deficiência ou problemas de saúde que precisem do aparelho.

Estudante ignoram Lei e usam celular sem intuíto pedagógico durante a saulas “Não estamos proibindo, mas disciplinando. A lei cumpre um propósito pedagógico, pois mostra que o celular pode ser um bom aliado quando o uso for correto e bem orientado”, diz.

sala. Ela disse que, por experiência própria, sabia apenas que os professores não compactuam com a utilização do aparelho.

“Não estamos proibindo, mas disciplinando.” A estudante Nathalia Pires Ribeiro entende que o telefone celular afeta negativamente o desempenho escolar dos alunos. “É claro que o celular, em diversas situações, ajuda na minha educação; mas, dentro da sala de aula, eu acho que ele me atrapalha mais do que ajuda”, comenta a jovem. Um dos fatores que explica a falta de efetividade da lei atual, que proíbe os dispositivos em sala, é que os próprios estudantes não a conhecem. Exemplo disso é uma aluna do Colégio Estadual do Paraná (CEP), que pediu para não ter a identidade revelada, que relatou não saber da existência de nenhuma lei proibindo o uso de celular em

Fiscalização caberá a professores

Quanto à fiscalização da lei, esse é um papel, em primeira instância, dos próprios professores que atuam em sala de aula, já que esses profissionais podem ter a atuação em sala prejudicada com o uso descabido dos dispositivos. “Outro a ser prejudicado é o colega em sala de aula. Se você está em uma aula e alguém está usando o celular indevidamente, isso pode atrapalhar o colega”, afirma o deputado. Se, mesmo com orientações dos profissionais de educação, a Lei não for cumprida , a escola deve denunciar os casos para o Ministério Público, para que medidas sejam tomadas. Caso o problema

Segundo o Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023 da Unesco, países como Bélgica, Espanha e Reino Unido já adotaram medidas similares e apresentaram uma melhora significativa nos ensinos público e privado. “Proibir até hoje não resolveu. Hoje a gente sabe que o celular também pode ser usado em alguns momentos para auxiliar como recurso tecnológico, então não faz sentido proibir, agora é preciso estabelecer uma regra”, declara o deputado. O político comenta que o ideal seria não precisar de uma lei para que os estudantes não utilizassem os celulares, mas, como isso não ocorre, é preciso o apoio da Legislação para orientar comportamentos e auxiliar profissionais da educação.

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Diretora de escola defende uso de celular, mas relata rejeição da ideia nas famílias dos estudantes Instituição promoveu neste ano uma série de palestras sobre como educar os filhos a terem experiência segurança no mundo virtual

A

diretora de um colégio particular de Curitiba, que optou por não ser identificada, acredita que o telefone celular pode ser uma grande ferramenta pedagógica, quando utilizada de forma correta e orientada. Ela afirma, porém, que há rejeição à ideia em muitas famílias. A diretora crê que uma educação mais moderna precisa usar recursos do dia a dia dos estudantes e diz, ainda, que cabe ao colégio, junto às famílias, orientar os jovens a como se comportar no mundo virtual.

A profissional ressalta que deve haver adaptação da metodologia de ensino ao mundo atual, e que, para que isso ocorra, é preciso um ambiente propício aos novos formatos da tecnologia. Além disso, é necessário haver disciplina e dedicação dos próprios estudantes para usarem os aparelhos tecnológicos com objetivos acadêmicos. Em relação aos professores, a diretora ressalta que esses profissionais devem ter mente aberta para se adaptarem ao mundo virtual e que, por mais

que haja um movimento institucional de sua escola a capacitar seus educadores a evoluir junto à tecnologia, entende que isso também é um movimento individual de cada educador.

bloqueio de sites que compreendem não apropriados para uso educacional.

Quanto às famílias, a diretora conta que existem tanto as que concordam com o uso dos celulaNa escola onde a diretora atua, res na escola, quanto as que são é proibido o uso de celulares em contra. A instituição promoveu sala de aula até o quinto ano. neste ano uma série de palestras A partir do sexto, o aparelho sobre como educar os filhos deve estar na mochila em modo a terem segurança no mundo silencioso e só pode ser usado virtual. As famílias que apoiam com autorização do professor compreendem que usar o celular que estiver em sala. Não há res- em sala de aula pode ser uma trições de uso no pátio e a rede nova maneira de aprender. de internet do colégio prevê


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Politics

New bill changes rules for cell phone usage in Paraná’s schools The current law, which has been enacted in 2014 and prohibits cell phone usage all together, isno longer followed Caio Stelmachuck, Carolina Senff e Isadora Jacon 2º Período

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bill which has been the topic of discussion in the legislative Assembly seeks to regulate the usage of electronic devices, such as cellphones, in both public and private schools of the (federative unit) state. Written by federal deputy Evandro Araujo (PSD) and marked as NO. 682/2023, the law establishes that the phone should be muted and stored in the student’s backpack until the teacher authorizes its use for educational purposes. Said bill would repeal the current law, promulgated in 2014, which bans the use of smartphones altogether and isn’t actually followed. The bill foresees exceptions for disabled students, as this usage of smartphones promotes a better and more inclusive education. In this case, its use is more ample. The proposal also prohibits the usage of said devices for non-educational purposes. The law applies to both private and public schools of the state, for both high school and middle school, and allows each school to create their own norms, which grants the capacity to stay within the institution’s own rules. So, should the director decide to establish stricter rules, they can do it. The proposal’s goal is, as stated by the deputy, to allow education professionals to use the cell phone as an asset for student development. It also seeks to improve education by stopping distractions caused by usage in inappropiate moments.“We are not prohibiting, just disciplining. The law follows a pedagogical purpose, for it shows that the cell phone can be a great ally

Carolina Senff

Students disregard law and continue to use cell phones during classes. when used correctly and well oriented”, the deputy points out. The student Nathalia Pires Ribeiro understands that the cell phone negatively affects

Teachers will be responsible for supervising As for the enforcement of said law, that is the work, at least in the first instance, of the teacher, as their main work can be

“We are not prohibiting, just disciplining.” academic performance among students. “It’s clear that the cell phone, in many situations, helps in my education; but, within the classroom, I do believe it is more harmful than good”, says the student. One of the main factors which explains the lack of compliance to the current law, which prohibits devices in class, is that most students don’t even know about it. A good example of this is a student from Paraná’s State School (CEP), who asked for anonymity, that reported simply not knowing about any laws which prohibit the use of cell phones in the classroom. She said that, personally, she only knew that the teachers didn’t approve the use of these devices.

impaired due to the misuse of these devices. “Another person who will be negatively affected is the classmate. If you’re in class and someone else is using the phone incorrectly, that can harm your mates”, states the deputy. If the law is not followed even with the correct orientation from professionals, the school has to report such cases to the public ministry, so that actions may be taken. Should the problem persist, the judicial power should be contacted.States such as Rio de Janeiro and São Paulo already have similar laws to this proposal. In Rio, the prohibition was enacted back in august, and establishes that, when

entering the school, the student should store the cell phone in their backpack and should only bring it out if authorized by the teacher. In São Paulo, its usage is only allowed for pedagogical purposes or for students with impairments or health issues that depend on the cell phone. According to UNESCO’s 2023 Global Education Monitoring Report, countries such as Belgium, Spain and the U.K. already adopted such practices and have shown significant improvement at both public and private education. “Prohibiting it all the way to today didn’t solve anything. Nowadays we know that the cell phone can also be used in some moments to help as a technological asset, and as so banning it doesn’t make sense, so now we should establish rules”, declared the deputy. The politician commented that it would be ideal if there wasn’t the need for a law to make students avoid using the cell phone, but since that just doesn’t happen, the help from the Legislation is needed to guide behavior and help education professionals.

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School’s directory advocated for the use of cell phones, but reported that the idea had been rejected by the students’ families An institution promoted a series of lectures this year about how to educate children into having a safe experience in the virtual world

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private school’s director from Curitiba, who chose to not be identified, believes that the cell phone can be a great pedagogical tool, when used accordingly. She stated that, even so, many families rejected the idea. The director believes that a modern education system should use daily resources that the students are used to, and says that it is the resposability of the school and the parents to teach the youth on how they should behave online. The professional highlighted that

there should be an adaptation of the teaching methodology to the modern world, and for it to happen, a proper enviroment to accommodate new technological formats is needed. Not only that, but dedication and discipline to use these new devices for educational purposes is also required from the students. In relation to the teachers, the director pointed out that these professionals should keep an open mind so that the mayadapt better to the virtual world and that, even though there may be institutional programs

to capacitate their workers to evolve alongside technology, she understands that this adaptation is a movement from the individual teacher. In the director’s school, it is strictly prohibitate the usage of cell phones all the way to the 5th grade. After that, on the 6th grade, the device should be stored muted in the student’s bag and can only be used when the present teacher authorizes it.There are no restrictions for its use outside of class and the local network automatically blocks the entrance to sites which have

been deemed inappropiate for educational use. As for the families, the director said that there exists both the ones that agree in cell phone usage in schools and those who are against its use. The institution promoted a series of lectures this year about how to educate students how to educate students on how to be safe online. The families who stand for its use comprehend that the smartphone can be a powerful new tool.


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Esportes

Dupla AthleTiba aposta em negócios com exterior para lucrar e se reforçar Clubes de Curitiba mudam perfil dos elencos com venda de jovens jogadores para a Europa e contratação de estrangeiros; Athletico aposta em jovens promissores e Coritiba, em jogadores reconhecidos Felipe Benato, Henrique Jorge e Lucas Lopes 2º Período

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Guilherme Griebler

os últimos 10 anos, o futebol paranaense vem realizando cada vez mais transações internacionais de compra e venda de jogadores. Prova disso é a chegada de jogadores como Islam Slimani ao Coritiba e de Agustín Cannobio ao Athletico. Já como exportadores de jogadores, os clubes locais se destacam vendendo jovens promessas por bons valores, como nos casos dos atacantes Vitor Roque, que deixará o Athlético para jogar pelo Barcelona, da Espanha; e de Igor Paixão, vendido pelo Coritiba, na temporada passada, para o Feyenoord, da Holanda. Com estratégias de compras e vendas distintas entre si, os dois times são considerados clubes formadores - têm categorias de base que revelam muitos jogadores com propósito de venda. O clube rubro-negro tem uma política bem definida para vender os jogadores, tendo o mercado externo como maior comprador. Assim, raramente o clube negocia atletas com outros times brasileiros. Já o Coxa entrou recentemente no mercado de vendas internacionais e ainda tem times nacionais como grandes compradores de seus jovens atletas. Na última década, os clubes têm se visto obrigados a negociar jogadores mais cedo. Isso se deve, principalmente, pela atuação de clubes estrangeiros, que procuram, por meio de olheiros, identificar jogadores jovens com potencial de crescimento e que se adequem às próprias necessidades. Por isso, tornou-se comum haver jogadores vendidos ainda nas categorias de base, antes mesmo de estrear pelo time profissional. O empresário de jogadores Israel Bobziack da Silva analisa que o futebol deixou de ser somente uma paixão para os torcedores e se consolidou como negócio. Ele explica que, para que clubes europeus consigam contratar jogadores talentosos, a melhor maneira é comprá-los o quanto antes. Nesse contexto, os clubes brasileiros, devido a anos de má gestão e de aumento de dívidas, se veem obrigados a vender os atletas.

Vendas: mercado árabe cresce Além do tradicional mercado europeu, têm crescido as negociações com clubes árabes, cujas ligas vêm crescendo. Na última janela internacional de transferências, esses times figuraram entre os maiores do mundo, adquirindo jogadores famosos diretamente da Europa e, também, buscando promessas da América Latina.

Victor Roque e Igor Paixão em treino pela seleção pré-olímpica De acordo com o especialista em gestão esportiva Rafael Leal Ribas, o crescimento desse mercado é fruto de um investimento dos países nas áreas de entretenimento e esportes, visando diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo, tradicional fonte de renda. Segundo Ribas, países como Emirados Árabes Unidos e Qatar tendem a buscar sediar mais eventos esportivos nos próximos anos para demonstrar uma abertura aos países ocidentais. Por conta da tradicional força do mercado europeu e do crescimento do mercado árabe, os clubes do Paraná encontram mais dificuldades em manter jovens jogadores, que cada vez mais cedo são comprados por clubes desses mercados, recebendo propostas milionárias consideradas irrecusáveis. Na última década, ambos os clubes da capital venderam diversos jogadores para o exterior. No Athletico, somando venda de jogadores profissionais e da base, o clube arrecadou cerca de R$ 716 milhões, tornando-se o clube brasileiro que mais lucra com negociações de jogadores. No caso do Furacão, nomes como Vitor Roque (R$ 394,8 milhões), Bruno Guimarães (R$ 93 milhões) e Renan Lodi (R$ 85 milhões) são exemplos de como o clube alcançou esse montante de arrecadação. No Coritiba, as vendas internacionais de atletas da base e do time profissional fizeram o clube arrecadar, nos últimos anos, cerca de R$ 95,1 milhões. Além da já citada venda de Igor Paixão, que trouxe aos cofres do Alviverde R$ 41,6 milhões por 80% do passe do jogador, também se destacam as transferências dos laterais Yan Couto (R$ 30 milhões) e Dodô (R$ 7,75 milhões).

Compras: reforços estrangeiros

Nas últimas temporadas, os clubes se viram necessitados de buscar alternativas de reforço

no mercado estrangeir. No caso do Athletico, a procura é por jovens jogadores com potencial de venda futura e que se encaixem no esquema tático do clube. Exemplo dessa atuação no mercado é o jogador Bruno Zapelli, contratado pelo clube junto ao Belgrano na última temporada. Já no Coritiba, a procura é por jogadores que tenham resultados imediatos e possam melhorar a atual situação da equipe. Entre esses reforços, vale ressaltar a contratação do recém-chegado colombiano Sebástian Gómez. Como se vê, a boa fase do Furacão permite uma estratégia de compra visando o longo prazo, trazendo promessas de clubes da América Latina com potencial de desenvolvimento e de venda. Já

cado paralelo surgiu entre os times brasileiros, que apostam na contratação de jogadores renomados vindos da Europa. Jogadores esses que dificilmente teriam mercado no Velho Continente e que, assim, procuram no Brasil uma forma de se manter em atividade. Nas últimas janelas de transferências, o Coritiba apostou todas as fichas em jogadores já consagrados, como o argelino Islam Slimani, o espanhol Jesé Rodriguez e o grego Andrea Samaris, todos vindos do futebol europeu com a missão de ajudar na recuperação do clube no Campeonato Brasileiro. Já o Athletico repatriou o volante Fernandinho, que estava jogando no Manchester City da Inglaterra.

“É imprescindívrel que se tenha uma nova abordagem de gestão que tenha governança e inovação como elementos centrais” no Coxa, por conta das más atuações nas últimas temporadas, a busca por jogadores de renome visando o curto prazo. O especialista em gestão esportiva Rafael Leal Ribasl avalia que essa movimentação no mercado latino é decorrente, principalmente, da estrutura e vitrine que os clubes paranaenses podem oferecer a esses jogadores. Mas ressalta que isso é algo que já ocorre há alguns anos no futebol brasileiro, podendo citar exemplos como Carlos Tévez e Javier Mascherano, contratados em 2005 pelo Corinthians. Além da busca por jogadores no mercado latino, um mer-

Mesmo que, de maneiras diferentes, é notável que os dois principais clubes do estado buscam fora do país alternativas para suprir as vendas dos jovens jogadores, vendidos para o exterior de maneira precoce, no intuito de manter as fianças do clube de maneira estável.

Leia mais Infográfico mostra estrangeiros que atuaram no Paraná na última década portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Falta de patrocínio prejudica mulheres nos esportes de luta Comportamentos misóginos, falta de visibilidade na mídia e presença reduzida de mulheres como dirigentes esportivas cria cenário de dificuldade para atletas que praticam lutas Heloise Claumann, Giovana Tirapelli, Larissa Croisfett e Lorena Domingues 2º Período

Esportes

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Lorena Domingues

falta de patrocínio financeiro é um problema que atinge diversas categorias do esporte no Brasil, com especial ênfase no caso das mulheres, sobretudo as que praticam esportes com pouca visibilidade, como artes marciais. A vertente esportiva de lutas (Muay Thai, Jiu Jitsu, Boxe, Karatê e Judô) ainda tem um público restrito, pois é popularmente conhecida por ser uma área tradicionalmente masculina. Além disso, as atletas desse setor sofrem com a falta de visibilidade de suas práticas e de apoio financeiro, o que prejudica a profissionalização. O problema foi ilustrado e evidenciado no Campeonato Pan-Americano de Judô de 2023, que ocorreu entre 15 a 17 de setembro, no Chile. Diversas atletas brasileiras participaram do evento, mas as principais transmissoras de TV do país não divulgaram a competição. Segundo a empresa Vivo, apenas 4% da mídia esportiva no mundo é destinada às modalidades femininas. Entre as diversas razões para a baixa visibilidade, está a defasagem de audiência que alguns esportes enfrentam, o que prejudica a busca por patrocinadores, já que, se não há público, não há retorno monetário. A judoca Natasha Ferreira, recentemente medalhista de bronze dos Jogos Pan-Americanos, confirma que uma das dificuldades de conseguir patrocínios é justamente a falta de valorização e visibilidade. A situação não é prejudicial apenas em torneios considerados pequenos, mas também em grandes competições. Participante das Olimpíadas de Tóquio, disputada em 2021, a jiujiteira e judoca brasileira Carolina Caldas, bicampeã pan-americana de judô, narra as dificuldades que teve para se tornar uma atleta de elite. Ela conta que participar da competição sempre foi um objetivo, e que participava de disputas oficiais desde os 8 anos. Nessa época, conta a esportista, os custos desses eventos eram

Thamires Ferreira Bueno, 28, pratica Muay Thai há cerca de um ano e meio pagos pelos pais, porém, mesmo crescendo no esporte, as dificuldades persistiam. “Mesmo com o aumento dos títulos, as ofertas de patrocínio continuaram poucas e quase nulas, tendo apenas auxílios estaduais ou federais, como Bolsa Atleta e Bolsa Talento”, conta Carolina. “O que mais influencia na falta de patrocínio é a falta de divulgação e organização. Hoje, o judô é o esporte que mais traz medalha olímpica para o Brasil, mas não há divulgação, e consequentemente, não há patrocinadores. Querendo ou não, o patrocinador busca visibilidade e credibilidade por parte do patrocinado, e isso não é o que os lutadores e suas respectivas confederações apresentam”, reflete.

Essa situação é similar à de Natasha, que conta que, em grande parte das viagens realizadas para competições, os custos são arcados pela família ou por “vaquinhas em suas redes”. Isso reverbera a falta de investimento por meio de empresas voltadas para esse meio; afinal, o aumento de conquistas também se torna aumento de gastos,

O preconceito afeta a vida das atletas de luta O machismo, que permanece enraizado na sociedade, tem reflexo nos esportes de luta, popularmente reconhecidos com uma prática masculina. Isso faz com que o público feminino sofra discriminação nesse ambiente. Apesar des o preconceito não ser interno - ou

“Eu acredito que o que mais influência a falta de patrocínio é a falta de divulgação e organização dos esportes.” Lorena Domingues

seja, entre os próprios profissionais-, a ideia inconsciente popular de que essas categorias esportivas são atividades designadas aos homens contribui para a baixa audiência das competições com atletas mulheres. Esse pré-julgamento pode ser visto não apenas diretamente em atletas, mas também em outros profissionais envolvidos com o esporte. A treinadora de Muay Thai Lize da Guarda diz que a discriminação é recorrente quando há procura pela aulas do esporte, já que marjoritariamente as pessoas preferem professores homens.

Renata Bataier é praticante de Muay Thai, modalide ppular entre mulheres

Renata Bataier, de 22 anos, faz Muay Thai há cerca de três meses

e também pratica dança. Ela relata que já recebeu diversos olhares de desaprovação quando comentava que praticava o esporte, e que as pessoas tendem a aceitar mais a dança do que a luta. Dessa forma, o ambiente esportista ainda é excludente com o público feminino. O Comitê Olímpico Internacional afirmava que, até 2005, deveria haver 25% de mulheres nos comitês executivos de cada país; entretanto, nessa época, o Comitê Olímpico Brasileiro tinha apenas 4% de presença feminina. Esses indicativos mostram como o meio esportivo continua no comando quase exclusivo de homens, o que dificulta a inserção de mulheres. O economista Luiz de Melo explica que, por conta dessa cultura misógina e uma gestão majoritariamente masculina, o esporte feminino recebe menos atenção. “Existem outras várias razões, além da cultural, que tornam essa área menos atraente para os patrocinadores. Elas vão desde o domínio masculino nas confederações e federações esportivas nacionais e internacionais, até o hábito da comparação entre o desempenho masculino e feminino, o receio masculino de ser suplantado pelas mulheres.” Na Olimpíada de Tóquio, foi estabelecida uma meta de inclusão mínima de 30% de mulheres, e apenas 11 das 39 federações internacionais olímpicas, com 10 de 34 brasileiras, atingiram essa meta. Isso demonstra que o problema ainda é grave e complexo.

Saiba mais Conheça o Programa de Incentivo e algumas lutadoras brasileiras. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Economia

Setor de eventos se recupera após prejuízos trazidos pela pandemia Com shows nacionais e internacionais presentes no calendário de Curitiba, o setor de eventos volta a gerar receita e encerra um longo período de cancelamentos e adaptações decorrentes da pandemia. Davi Guiarzi, Mariana Souza e Gustavo Xavier 2º Período

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“Calendário de eventos” criado pelo Instituto Municipal de Turismo mostra que Curitiba terá sedido, até o fim deste ano, 140 shows, número que representa cerca de 55% a mais comparado ao ano anterior. Eventos como o show do Post Malone, que aconteceu no começo de setembro; e mesmo o Festival de Orquídeas, que aconteceu na última semana do mês, ajudam o setor a se reerguer, após anos de pandemia. O período de restrição ocasionou danos imensos a quem produz eventos na cidade. A pandemia da Covid-19 afetou fortemente o setor (confir gráfico com o número de eventos que Curitiba recebeu a cada mês nos últimos cinco anos). Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Eventos do Paraná (Abeoc/PR), o setor de eventos foi o segundo mais afetado, deixando de arrecadar R$ 25 bilhões somente no Paraná. Dessa forma, muitas empresas tiveram de procurar se realocar no mercado e se adequar a um cenário atípico.epresentante da plataforma de venda de ingressos Cheers, Gabriel Russo conta que, com a pandemia, a empresa teve necessidade de digitalizar todos os processos de compra e contatos com as entidades parceiras, que são do setor universitário. Além disso, precisou ajustar a segurança para se protege dos riscos de fraude na compra on-line. A adaptação, ainda que emergencial, foi positiva e fez com que a empresa crescesse. Eventos envolvem uma cadeia de negócios que vai além de apenas organizadores e produtores, englobando empresas de áreas como marketing, patrocínio, colaboração, produção de imagens, contato com figuras de grande relevância etc. Na pandemia, nem todas as entidades conseguiram se adaptar da mesma forma, gerando um desemprego em massa nas mais diversas áreas do setor. Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos Paraná (Abeoc/PR), Fabio Skraba diz que, em 15 meses, cerca 3,5 mil eventos foram cancelados e 1,2 mil foram adiados em Curitiba, além de 10% dos eventos que foram realocados para a Região Metropolitana de Curitiba. Como também observado por Gabriel Russo, um dos resultados foi a euforia que o retorno dos eventos causou, gerou demanda fora do normal. Em 2021. a Câmara de Vereadores aprovou um projeto que visava uma reaplicação de R$ 2,7 milhões para o setor de

Número de eventos por mês em cinco anos em Curitiba 60 55 50 45

em Curitiba Confira os principais eventos presentes no calendário de Curitiba nos próximos meses.

40 35 30 25 20 15 10 5 0

Próximos eventos

• “Independente do evento a pessoa estava indo, demanda • reprimida enorme” • • • • • • • • • • Jan

Fev

Mar

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Abr

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2020

Jul

Ago

2021

Set

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2022

eventos e do turismo, além da lei Aldir Blanc, aprovada pelo Governo Federal, que previa um auxílio de R$ 3 bilhões ao estado. As medidas ajudaram o setor a se manter de pé. Após esses incentivos, Curitiba observa, agora, um aumento na atividade econômica do setor de turismo na cidade.

Festa da Uva Colombo

Alguns eventos sediados em Curitiba e Região:

Bienal de quadrinhos

Carnaval de Curitiba

A volta do Carnaval foi muito esperada pelos curitibanos. Com atrações diversificadas o evento, que ocorreu nos dias 18 e 19 de fevereiro, trouxe também bandas de rock, apresentação de blocos e desfiles das escolas de samba.

Zombie Walk

Ainda com o tema de Carnaval, também ocorreu a volta do famoso desfile alternativo de pessoas fantasiadas de zombies. O Zombie Walk ,que já existe há mais de 13 anos, leva as pessoas para o Calçadão da Rua XV de Novembro. Com a pandemia, o evento teve que ser interrompido. Neste ano, a atração voltou, sendo realizada em 19 de fevereiro.

Dez

2023

Após dois anos, Colombo retomou a realização da Festa da Uva, que celebra a influência italiana na cidade. A 56º edição do evento aconteceu entre os dias 2 e 5 de fevereiro, no Parque Municipal da Uvam e reuniu cerca de 20 mil pessoas em cada dia do evento.

Em setembro, a Bienal de Quadrinhos voltou a ser realizada no Museu Municipal de Arte, em Curitiba. O evento é um dos mais tradicionais do segmento no Brasil. Durante os quatro dias de evento, houve palestras, oficinas, debates e exposições,

Expo Fazenda Rio Grande

A segunda edição da Expo Fazenda, que ocorreu entre os dias 20 a 24 de setembro, movimentou muitos negócios. O evento recebeu aproximadamente 200 mil pessoas. O que atraiu esse público, além de atrações musicais como Luan Santana, Gustavo Mioto, Atitude 67 e Pedro Sampaio, foi a novidade dos ingressos gratuitos, que foram distribuídos mediante registro de cupom/nota fiscal que deveriam ser trocados.

Prefeitura de Fazenda Rio Grande

Luisa Sonza: 30 de setembro, no estacionamento do Estádio Dorival Britto e Silva. Iza: 06 de outubro, na Live Curitiba. Melim: 12 de outubro, no White Hall Jockey Eventos. Candlelight Concert: 19 de outubro, na Ópera de Arame. Glória Groove, Dennis DJ e Mc Carol: 21 de outubro, no Expotrade. Pitty: 01 de novembro, no Teatro Positivo. Van Gogh & Impressionistas: 05 de novembro. Racionais: 11 de novembro, na Live Curitiba. Red Hot Chilli Peppers: 13 de novembro, no Estádio Major Antônio Couto Pereira. Ludmilla: 25 de novembro, na Arena Jockey. Paul McCartney: 13 de dezembro, no estádio Couto Pereira. Péricles: 16 de dezmbro, no Teatro Positivo.

Leia mais Para mais notícias culturais e outras acesse:

A Expo Fazenda 2023 reuniu mais de 60mil pessoas

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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Cultura

Paraná tem quatro filmes premiados em festivais nacionais e estrangeiros Produção audiovisual cresce na cidade, com aumento de investimentos, lançamento de editais públicos voltados ao setor e aumento do circuito local de festivais Arthur C. Zablonsky Leticia Hamm Leticia Bonat Raquel Wrege 2º Período

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Paraná tem ocupado uma posição de destaque no cenário audiovisual internacional neste ano, com quatro filmes premiados em festivais nacionais e internacionais. O panorama demonstra consolidação de um bom momento para a área, levando em conta que, durante a pandemia, o setor ficou quase inativo. Os filmes premiados são Entrelinhas, Todos os inscritos de Ness, Midríase, e. Profissionais da área celebram a boa fase do cinema paranaense, mas revelam que ainda há dificuldades. O filme Entrelinhas, produzido pela produtora GP7 Cinema de Curitiba, foi o único representante do Paraná na Mostra Longa Metragem Nacional. A obra, dirigida por Guto Pasko, foi vencedora de cinco prêmios na 27ª edição do Festival Cine de Pernambuco, que aconteceu

Arthur Correia Zablonsky

Curitiba) entrou em funcionamento, com o intuito de impulsionar a produção cinematográfica na capital do Paraná. O projeto foi criado em 2012, pela Prefeitura de Curitiba, tendo como foco implementar políticas públicas para alavancar o mercado audiovisual e, consequentemente, gerar emprego e renda para artistas, técnicos e outros profissionais da área. A comissão passou a funcionar após a atualização do decreto que regula a atividade e a nomeação do comitê gestor, composto por seis representantes da Secretaria Municipal da Comunicação Social, do Instituto Municipal de Turismo e da Fundação Cultural de Curitiba. A atriz e dançarina Marrara de La Mara avalia que a área audiovisual no Paraná é muito fértil e

A Cinemateca de Curitiba preserva, documenta e exibe cinema paranaense Para impulsionar festivais existentes e fomentar novos eventos culturais, a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná lançou o Edital Paraná Festivais. A iniciativa integra a Lei Paulo Gustavo

“Nunca houve tanta oportunidade no setor audiovisual, e essas oportunidades só vão crescer” entre os dias 4 e 9 de setembro. As categorias em que o longa se destacou foram: direção, edição de som, montagem e direção de arte. Gabriela Freire, que atuou como protagonista, recebeu o prêmio de melhor atriz. A estreia de Entrelinhas no cinema para o público está prevista para o primeiro semestre de 2024.

Outras produções paranaenses também chamaram a atenção no âmbito cinematográfico, como Todos os inscritos de Ness, da diretora Bruna Steudel, que levou o prêmio de Melhor Curta-metragem Infantil Latino-americano no 29º Festival Internacional de Cinema de Valdivia, no Chile. Já Midríase, dirigido por Eduardo Monteiro, foi vencedor da categoria melhor filme no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Audiovisual no Paraná

O Paraná ocupa a quinta posição em número de empresas registradas na Agência Nacional do Cinema (Ancin) e é o quarto estado com mais Certificados de Produto Brasileiro (CDPs) concedidos a obras nesse âmbito. Além disso, o estado se encontra em segundo lugar no país em relação à quantidade de Certificados de Registro de Título ou Obra (CRTs), que garantem a autorização legal para comercializar e veicular produtos audiovisuais no Brasil. Em março deste ano, a “Curitiba Film Commission” (na tradução literal, Comissão de Filmes de

tem potencial para se transformar em um local de produções de larga escala, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Já o diretor Guto Pasko diz que, para o mercado audiovisual crescer no Paraná, é necessário ter profissionais qualificados, de modo que os executivos de plataformas de streaming tenham mais confiança para fazer investimentos em empresas locais. Além disso, Pasko destaca que o setor está em recorrente crescimento, e diz acreditar que os próximos três anos serão muito importantes e férteis para a área do audiovisual.

Cidade tem novos festivais

No último mês de setembro, ocorreu a primeira edição do Festival de Roteiro Audiovisual Curitibano, batizado de FRIACA. O evento aconteceu no Cine Passeio, de forma gratuita e com objetivo de ajudar as pessoas a aprenderem mais sobre como escrever roteiros de filmes e programas de TV. A programação contou com palestras, consultorias e debates. Ainda em 2023, o 12º Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba, realizado pela Grafo Audiovisual, aconteceu do dia 14 a 22 de junho, mesclando sessões presenciais em Curitiba e transmissões online em todo o Brasil. O festival aceitou inscrições de filmes de todos os tipos e gêneros, considerando curtas de até 49 minutos e longas com mais de 50 minutos.

e busca conceder o Selo Paraná Festivais a eventos produzidos por agentes culturais, com um montante total de R$ 4.520. Simultaneamente, outro edital destina R$ 4,5 mil para o apoio à manutenção e restauro de salas de cinema, visando preservar espaços para a exibição pública de obras audiovisuais.

Setor ainda tem desafios

O segmento audiovisual foi um dos mais afetados pela pandemia do Covid-19, ficando quase inativo. As medidas de prevenção contra a doença, sendo a principal o isolamento social, impediram a realização de diversas atividades culturais. Para a atriz Marrara de La Mara, os profissionais de atuação ficaram sem suporte por quase dois anos. Com a pausa no setor, muitos foram forçados a trabalhar em outras áreas. Ao longo de 2020 e 2021, alguns editais culturais emergenciais começaram a ser lançados, mas não focados na área de audiovisual. O roteirista e produtor Rafael Waltrick relembra do edital Lei Audir Blanc, criado pela Fundação Cultural de Curitiba, com o intuito de ajudar os profissionais do setor cultural que estavam sem trabalho, já que as produções pararam e o retorno delas era muito instável. Entrelinhas foi um dos filmes gravados durante o final da pandemia, com testes rápidos de Covid diários para assegurar, na medida do possível, a proteção dos envolvidos.

Durante o período de isolamento, a procura por entretenimento em diversos formatos aumentou significativamente. Segundo um estudo feito pela Plataforma Gente da Globo, 60% dos brasileiros aumentaram o consumo de séries e filmes durante a pandemia. Por esse motivo, Waltrick espera que o audiovisual seja mais valorizado, assim como os profissionais do ramo.

Expectativas e cenário atual

Mesmo com as dificuldades que o audiovisual tem passado, assim como toda a área da cultura, esse é um momento muito bom para o setor. O diretor e produtor Guto Pasko relembra o fundo setorial do audiovisual, uma taxa chamada Condecine, que é paga pelos profissionais da área, para funcionar como uma poupança para produções futuras. O edital da Lei Paulo Gustavo, que está em vigência neste ano, oferece ações destinadas ao setor, por conta dos efeitos econômicos e sociais da pandemia do Covid-19. Ela prevê o repasse de R$ 3,862 bilhões a estados, municípios e distritos. Apenas nessa Lei, estão previstas, em média, de 25 a 30 produções de longas e/ou séries de grande porte no Paraná. Além disso tudo, está em análise uma regulação em plataformas de streaming, para que exista uma cota de tempo destinada a produções audiovisuais brasileiras. Essa regulamentação já existe para TV Fechada desde 2011 e institui uma cota de 3h30/ semana exclusivas para produções audiovisuais brasileiras. Por conta dessa regulamentação, são produzidas em média 200 séries por ano.

Leia mais Entenda as funções de cada profissional no set de gravação portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 26 de Outubro de 2023

Ensaio

A pista que grita por atenção Localizada em Campo Largo, Paraná, a pista fica na área de lazer mais visitada da cidade, o Parque Newton Puppi. O lugar possui áreas excelentes de esporte, mas infelizmente deixa a desejar na pista de skate que segundo os praticantes foi mal projetada, e está com grandes rachaduras pela falta de reforma. Pablo Ryan 2º Período

Gabriel Guimarães mostra seu talento nas imperfeições do local.

Pablo Rein relata que os buracos e o percurso apertado são as maiores dificuldades.

Leonardo Marinho diz que o grande espaço do parque foi mal aproveitado.

Obstáculos providenciados pelos skatistas locais melhoram a prática na pista.

Rachaduras totalmente prejudiciais para os skatistas.


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