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Gastronomia na nostra terra

Com potencial turístico e econômico, Circuito Italiano em Colombo, na grande Curitiba, recebe investimentos

Texto: Everton Lima Fotos: Franceslly Catozzo

O empresário José Arnaldo Pavin, 55 anos, apresentando os vinhos de sua vinícola.

Cachos de uva enfeitam loja que vende vinhos produzidosem Colombo.

pera de Arame, Jardim Botânico, Parque Tanguá. Enfim, quando se pensa em turismo, a capital do Paraná parece ser um bom destino, mas, engana-se quem pensa que a Região Metropolitana de Curitiba não tem bons atrativos para oferecer. A história do município de Colombo é, sem dúvida, sua maior atração. Colonizada por imigrantes italianos, seus descendentes carregam, até hoje, o sobrenome dos antigos moradores da cidade. Strapasson e Gasparin, entre outros, são os nomes das famílias italianas que fugiram de uma Europa em que o futuro era incerto rumo ao Brasil, nação que há muito tempo carrega o título de país do futuro. Ao chegar às terras frias do Paraná, férteis e ideais para a agricultura, os imigrantes perceberam que o solo paranaense seria ideal para que uma importante tradição, e atividade econômica, fosse preservada: a produção de vinho. O Circuito Italiano de Colombo possui nove vinícolas e situa-se no centro da cidade, com fácil acesso para quem vai de carro, com locais para estacionar, inclusive. Mas ainda apresenta dificuldades para o turista que usa o transporte coletivo. O viajante tem que pegar o ônibus Curitiba- Colombo (Via Rodovia da Uva), no terminal do Guadalupe, no centro de Curitiba. A passagem custa os mesmos R$ 3,30 da capital, mas não há integração. A equipe da CDM encontrou dificuldade para encontrar restaurantes abertos na hora do almoço. Uma agradável padaria foi o local

Óescolhido para fazer a refeição. Um pouco frustrante para quem esperava comer uma comida típica italiana. Nesse ponto, o Caminho do Vinho de São José dos Pinhais se mostra mais completo. O vinho é, de fato, o grande protagonista do passeio. É possível degustar os vários tipos da bebida: tinto (cabernet), rosé, porto, entre outros. Em todas as vinícolas, alguns premiados, como é o caso da Vinícola Strapasson. Na vinícola Paladar, há uma grande variedade de frios, como queijos artesanais. Para quem quiser relaxar, o circuito oferece pesque-pague e “colhe-pague”, quando o visitante colhe as próprias uvas. Obviamente, é necessário se atentar para a época de colheita da fruta, normalmente em fevereiro.

O parque Gruta do Bacaetava possui espaços para caminhadas e pesca.

Seu Adázio é frequentador do parque.

Parque

Outra atração do circuito, talvez a principal, é o Parque Municipal Gruta do Bacaetava. Uma grande área verde, com trilha, churrasqueiras e um grande lago, onde é possível pescar.

O aposentado Adamázio Ferreira, de 65 anos, diz que “toda semana vai até o bosque”. Para ele, o principal motivo que o leva ao local é a possibilidade de estar perto da natureza. “Eu gosto muito de ficar perto desses ‘pinheirão’ que têm mais de cem anos”, conta. Humilde, ele evita as histórias de pescador e diz que a pescaria no local rende pouco “Aqui pega cará, carpa, mas eu venho mais para passear mesmo”, revela.

Quando questionado sobre a qualidade do vinho da cidade ele responde com um arrastado “É bom”, e finaliza com uma gargalhada, sinal de quem aparenta ter boas recordações com a bebida.

A prefeitura de Colombo divulgou investimentos no parque. No total, R$ 649 mil. Algumas obras, porém estão paradas. De acordo com a prefeitura o motivo são as condições climáticas.

Outra obra importante, essa de responsabilidade do governo do Paraná, está fora do cronograma inicial. Segundo dados da assessoria de imprensa da prefeitura de Colombo, o motivo do atraso seria uma dívida do governo com empreiteira responsável pela obra, um valor de aproximadamente R$ 13 milhões. Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), o repasse já foi realizado, um valor de R$ 8,2 milhões, e um novo cronograma, com uma nova data de entrega da obra, seria divulgado.

Negócio

Segundo a prefeitura de Colombo apenas, 65% dos produtores que fazem parte do Circuito têm CNPJ, ou seja, recolhem impostos.

Os produtores mais antigos realizam investimentos altos em seus negócios. É o caso da vinícola Cavalli, que trocou seus toneis de carvalho por tonéis de inox, atendendo a uma regulamentação da vigilância sanitária e de órgãos que atestam a qualidade do vinho ofertado aos clientes. Cada novo tonel custa cerca de R$ 30 mil. A vinícola trocou, até o momento, mais de cinco toneis.

Ào todo, as vinícolas geram em torno de 140 empregos diretos. Na época da colheita da uva, esse número cresce com a criação de vagas de trabalho indireto.

Não há dados sobre quanto essa atividade econômica gera de recursos para a cidade e, os vinicultores não possuem um órgão que os represente. Mas em uma coisa todos concordam: com uma ajuda do governo para melhorar a infraestrutura, todos sairão ganhando, desde produtores até aqueles que são apreciadores de um bom vinho. Empresários investem na melhoria da produção de vinho.

Todo processo de produção do vinho é feito em Colombo, gerando empregos diretos e indiretos.

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