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Parklets

Mini praças instaladas em vagas de estacionamento são a nova tendência em urbanismo

Amanda Ribeiro, Crislaine Franco, Jeslayne Valente e Victor Hugo Reis

Para quem vive em grandes centros urbanos, a escassez do verde das árvores e a ausência de parques próximos da população é notável. E quando existem, enfrentar o trânsito para chegar até esses locais de sossego torna-se um sacrifício.

Tendo em vista essa lacuna deixada pelo mau planejamento urbano, e para romper com a totalidade do cinza do concreto e oferecer um ponto de encontro para a população, os parklets sugerem uma nova forma de reapropriação dos espaços públicos pela população.

O trocadilho “parklets”, que mescla o ato de estacionar (“parking”, em inglês) com parques (“parks”), revela a sugestão: construir miniparques em espaços pequenos que podem ser uma vaga de estacionamento na rua ou no fim de um beco sem saída.

E, à primeira vista, de uma maneira bem simples: distribuir bancos, mesas e plantas em um deck de madeira, formando uma mini praça para, desse modo, destinar áreas originalmente concebidas para automóveis a pessoas.

Ao que tudo indica, essa solução urbana importada da América do Norte promete tomar conta de Curitiba, assim como cresce gradativamente em São Paulo, cidade pioneira no incentivo e desenvolvimento desse modelo de espaço urbano no Brasil.

De longa data

por aqui, nos Estados Unidos e Canadá, essas mini praças existem desde 2004. Por lá, há espaços apenas com bancos para descanso, outros com aparelhos de ginástica e, alguns, com wi-fi livre para os passantes.

Projetos similares já ocorrem em grandes cidades brasileiras como no Dia Mundial sem Carro, comemorado em 22 de setembro, quando vagas nas ruas são transformadas em áreas de lazer.

No Brasil, a primeira implantação de um parklet ocorreu em São Paulo, em 2013, por meio de um grupo composto por arquitetos, designers e ONGs. Com boa avaliação da população, a Prefeitura de São Paulo transformou o que era um projeto temporário em política pública de ocupação

Divulgação Instituto Mobilidade Verde

dos espaços públicos da cidade. Tornando a capital paulista a quarta cidade do mundo a ter uma política específica para parklets.

Quero um parklet na minha rua!

No caso de os órgãos públicos não tomarem iniciativa, é possível uma pessoa física ou jurídica instala-lo, fornecendo um “ A implantação de parklets está espaço agradável de convivência aos moradores em estudo, mas já estão definidas imediações. Mas, para isso, é necessário das tipologias a serem explorapermissão da prefeitura, além de um bocado das e os visuais deles.” – Ippuc. de dinheiro. Por isso, grande parte do parklets estão localizados em áreas comerciais. Já que os custos referentes à instalação e manutenção ficam entre R$ 25 mil e R$ 40 mil. Segundo um levantamento do Instituto Mobilidade Verde, entre os atrativos para tamanho sucesso com empresários estão os 14% de aumento nas vendas de um estabelecimento próximo a um parklet. Além das cerca de 300 pessoas diariamente que podem passar pelo local.

Engatinhando

Na capital paranaense, segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a implantação de parklets está em estudo, mas já estão definidas tipologias a serem exploradas e os visuais deles. Além de alguns lugares para a instalação dos mesmos.

Por enquanto, deverão ser módulos de 2 x 5 metros e 2 x 10 metros. Para tal, o Serviço Nacional da Indústria (Senai) desenvolveu um protótipo funcional que deverá ser utilizado em futuros testes.

Com eles, a intenção da prefeitura do município é tornar mais amigável e integrado o centro da cidade como os centros dos bairros, proporcionando o encontro de pessoas, o descanso e o lazer.

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