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Punhobol

Equipe brasileira de Punhobol

O nome parece estranho, mas o punhobol é muito parecido com o vôlei e tem ganhado muitos adeptos no Brasil. No Sul, esse esporte é mais conhecido do que nas demais regiões, devido à colonização alemã (a prática tem grande força na Alemanha, de onde foi trazida).

PUNHOBOL

O nome parece estranho, mas o punhobol é muito parecido com o vôlei e tem ganhado muitos adeptos no Brasil. No Sul, esse esporte é mais conhecido do que nas demais regiões, devido à colonização alemã (a prática tem grande força na Alemanha, de onde foi trazida).

crédito: Manfred Lindorf C hamado em seu país de origem de faustball, é um dos esportes mais antigos, pois surgiu no século 18. No entanto, apenas em 1895 suas regras foram oficializadas.O primeiro campeonato alemão masculino foi realizado no ano de 1913, enquanto o feminino aconteceria apenas em 1921, dentro da Gymnaestrada Alemã, o maior evento de ginástica não competitiva do mundo. No Brasil, sua primeira referência data de 1911, quando a Sociedade Ginástica Porto Alegre (Sogipa) criou o Departamento de Punhobol. Hoje, a prática conta com 3 mil praticantes e cerca de cem equipes. O esporte tem crescido tanto que, embora poucos saibam, o Brasil foi campeão mundial da modalidade feminina, em 2010, e medalha de ouro no World Games de 2009 (campeonato que reúne esportes não olímpicos), na categoria masculina. Os brasileiros disputam os campeonatos Sul-Americano de Seleções e Mundial de Seleções e, em 2015, irá participar do Panamericano. Embora o punhobol seja mais conhecido na Alemanha, Áustria e Suíça, milhares de praticantes estão espalhados pelo globo, principalmente por Brasil, Itália, Argentina, Dinamarca, Uruguai, República Tcheca, Chile, Paraguai, Namíbia e Austrália.

O jogo

Assim como o próprio nome diz, o punhobol tem como principal característica o jogo com os punhos e com a mão fechada. Semelhante ao vôlei, são permitidos três toques a cada jogada, com a diferença de que a bola pode ou não quicar uma vez no chão. Cada equipe é composta por cinco jogadores em um campo de 50m x 20m, dividido por uma rede de dois metros de altura. O saque também é parecido com o voleibol, sendo efetuado da linha dos três metros, por cima da rede.

Vencedora Vôlei

Tatiane Schneider, 26, é uma das melhores atletas de punhobol do Brasil, tendo conquistado dez campeonatos brasileiros, três mundiais interclubes, sete vezes campeã sul-americana pela seleção brasileira, além de ser escolhida como jogadores destaque em 2010 no mundial de seleções. Um currículo a ser invejado por muitos esportistas. Ela começou aos 13 anos e, desde então, é atleta de destaque por sua altura e habilidade. Começou no vôlei, mas, nas frequentes tardes que passava no clube, acabou se interessando pelo punhobol. Graças a muito treinamento e dedicação, é responsável por muitas vitórias de seu time, o Duque de Caxias. “O esporte é amador, então o esforço é dobrado”, declara a jogadora. Apesar de todas as conquistas, ainda existe uma grande dificuldade em relação aos campeonatos disputados. “Sem dinheiro, sem incentivo, sem

patrocínio. Na maioria das vezes, bancamos tudo do próprio bolso. Quando há um investidor é porque nós, atletas, corremos muito para conseguir a ajuda”, desabafa Tatiane. Assim como Tatiane, Jayme Andrioli, 20, também conheceu o esporte por meio do vôlei. Com apenas 8 anos, conciliou seu tempo de lazer entre o voleibol e o punhobol e, aos 16, teve que escolher apenas um. “Muitos me perguntam por que não optei pelo vôlei, que hoje é um esporte com mídia e dinheiro. Respondo que o punhobol é especial, a dinâmica e a habilidade que podem se desenvolver tornam o esporte apaixonante”, conta Andrioli. Hoje, ele joga pelo Clube Mercês, do bairro Santa Felicidade e já acumula diversos títulos, entre eles o tetracampeonato brasileiro sub-18, o do sul-americano de clubes sub-18, de seleções sub-18 e sub-21, e ainda os tricampeonatos brasileiro sub-21 e sul-americano sub-21.

INCENTIVO

Apesar de todas as conquistas, ainda existe uma grande dificuldade em relação aos campeonatos disputados.

“Sem dinheiro, sem incentivo, sem patrocínio. Na maioria das vezes, bancamos tudo do próprio bolso. Quando há um investidor é porque nós, atletas, corremos muito para conseguir a ajuda”, conta Tatiane. Em relação ao auxílio do governo fedederal, existe o

“É uma opção muito fácil de prática e divertida...”

O esporte é muito parecido com o vôlei

programa Bolsa Atleta, dentro do qual os atletas do punhobol podem receber um valor de aproximadamente R$ 21 mil, divididos em 12 parcelas durante um ano. Porém, o pré-requisito é estar no pódio de competições internacionais. Segundo Schneider, “para renovar a bolsa atleta, precisamos estar todo ano no topo internacional, o que nem sempre é possível”. De acordo com a esportista, para ter uma maior visibilidade é fundamental difundir o esporte. “Isso só conseguiríamos com um maior incentivo e divulgação nas mídias sociais e esportivas. Praticamos um esporte no qual o Brasil é campeão e tem um destaque enorme fora do país. Porem, aqui ainda não somos valorizados”, desabafa.

Para Andrioli, a melhor maneira de reverter essa situação é a inserção do esporte no currículo escolar. “É uma opção muito fácil de prática e divertida, saindo um pouco dos esportes normais que estão sempre nas aulas de Educação Física e dando mais opções para os alunos”, declara o atleta.

Competições

Nos dias dia 11 e 12 de outubro, irá acontecer a primeira etapa do Campeonato Brasileiro, em Curitiba. A segunda será nos dias 29 e 30 de novembro, em Tupandi, no Rio Grande do Sul. “A preparação está a todo vapor, estamos a quatro semanas da primeira fase onde participam todas as equipes do Brasil e classificam apenas seis para a fase posterior”, conta Andrioli.

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