
2 minute read
Jeanswear
by eba_pucpr
Nicho emprega 320 mil pessoas no país e gera R$ 7 bilhões
Victor Hugo Reis
Com certeza você tem alguma roupa em denim no seu guarda-roupa. O jeans atravessou décadas e hoje, com 141 anos, continua sendo peça versátil na moda e motivo de aposta econômica. “A geração Coca-Cola, que tinha o jeans como marca, hoje tem 70 anos”, comenta Marcelo Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), especializado em pesquisas e análises do setor têxtil e de vestuário.
O jeanswear (tudo o que é produzido a partir do jeans, incluindo-se, claro, calças, mas também biquínis, bolsas e bonés, por exemplo) emprega de forma direta 320 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Estudo do Mercado Potencial de Jeanswear no Brasil, feito pelo Iemi. Isso significa que o setor gera tantos empregos quanto todo o sistema cooperativista no Brasil. O valor da produção (a soma do valor de tudo o que é produzido por todos os elos da cadeia, mesmo o que fica estocado) do setor de jeanswear foi de R$ 7 bilhões em 2013, conforme o Iemi. Mas é difícil saber se isso é muito ou pouco. Então, pense que o jeanswear não é uma indústria inteira, mas apenas um segmento dentro da indústria do vestuário.
O jeanswear é o segmento que mais cresceu entre todos os artigos de vestuário (roupas em geral, meias e acessórios têxteis como bonés, luvas, lenços e echarpes) produzidos no país nos últimos anos, tanto no valor gerado como no número de peças. O segmento representou 8,1% do valor da produção da indústria de vestuário em 2013, índice que era de 6,2% em 2009. Enquanto o valor da produção do jeanswear teve uma evolução de 74,7% entre 2009 e 2013, o setor do vestuário como um todo aumentou 31,9%. No número de peças, o ritmo foi superior a 6% ao ano no período, o que gerou uma expansão acumulada de 29% entre 2009 e 2013. “Esse crescimento superou a expansão da produção de vestuário em geral no país, que registrou expansão acumulada de 3,9% em peças, ou 1% ao ano”, comentou Prado.
Mas essa evolução na produção é reflexo direto do comportamento do mercado interno. O consumo aparente (a produção mais importações menos as exportações, ou seja, tudo o que é ofertado internamente) aumentou 34,7% no número de peças comercializadas, que passou de 292,7 milhões para 394,2 milhões entre 2009 e 2013. Enquanto isso, o valor gerado por esse consumo aumentou 79,7%, chegando a R$ 8,1 bilhões. Esse aumento muito maior no valor do que no número de peças indica que houve um aumento no preço médio das peças. “O mercado brasileiro é um dos três maiores do mundo”, comentou o diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.
Para 2014, as estimativas para a produção de jeanswear são de crescimento de 3,7%, enquanto que para o vestuário em geral são de alta de 2,1%. Com isso, a participação desse produto no mix geral do segmento de vestuário deve passar de 4,8% das peças confeccionadas para 5,9%.