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Giz desprezado
by eba_pucpr
Giz
desprezado
Experiências ousadas como a construção de robôs já fazem parte da metodologia de escolas
Fernanda Bertonha e Mönica Seolim
Crédito: Hugo Nadolny
Giz em mãos, quadro negro rabiscado e alunos enfileirados. Essas são características presentes no ensino há anos, mas que já não se enquadram em todos os ambientes pedagógicos. Novos métodos tecnológicos estão sendo implantados nas escolas de Curitiba, e os alunos beneficiados começam a conhecer a prática com apenas 5 anos. Esse é o caso da perspectiva oferecida pelo professor e diretor da LA Robótica Educacional, Leandro Augusto, que ministra aulas de robótica para alunos de 5 a 11 anos.
Augusto explica que de nada adianta uma ideia revolucionária em mente, se for implantá-la com métodos arcaicos. “Devemos reconhecer o que é realmente novo e o que é faz de conta.” Augusto desenvolveu um método capaz de somar conceitos de planejamento, matemática, física, eletrônica, informática e
mecânica para crianças a partir de 5 anos, que, na realidade, só iriam conhecer no ensino médio. E a intenção é clara. “Queremos alunos que aprendam com a prática para fortalecer a teoria, e é dessa forma que fazemos com que eles estejam mais preparados para as universidades.”
Já o Colégio Internacional de Curitiba procurou métodos avançados no que diz respeito aos programas de Web 2.0 para computadores, programas de armazenamento em nuvem e outros específicos. Para a coordenadora de Tecnologia Instrucional, Joyce Lourenço Pereira, “com a tecnologia, tornamos o conteúdo mais vivo e dinâmico, deixando a aula mais cativante e interessante para os nossos alunos”. Além disso, o conteúdo cria uma “marca digital” muito forte, o que diferencia os estudantes tanto no meio acadêmico quanto no profissional. A aluna Luana Rocha Fiedler, de apenas 8 anos, conta que já ajudou a irmã, que está no ensino superior, a realizar uma apresentação de trabalho no Prezi, ferramenta de apresentação. “Ela precisava colocar um vídeo e se debateu com os comandos. Ai eu que acabei terminando para ela.” A coordenadora ainda ressalta que essa prática deve se expandir em pouco tempo. “Conforme os professores e alunos perceberem o valor da tecnologia na educação e aprendizagem, as ideias e possibilidades de como usá-la só irão aumentar”, afirma.

Infância
A psicóloga comportamental e mestre em Educação Rosana Angst faz um alerta para esse tipo de educação. De acordo com ela, existe um padrão de maturação que deve ser respeitado, ou seja, em cada faixa etária, a criança é capaz de absorver determinados conhecimentos. “Caso o aluno não consiga aprender os conceitos passados para ela, ele pode se sentir desconfortável e ter dificuldades de aprendizagem, se esse processo não for acompanhado de perto pelo professor”, comenta.
Outro fato é que as crianças estão sendo expostas a conhecimentos tecnológicos cada vez mais cedo e, segundo ela, isso “pode ser prejudicial quando aliena a criança e a retira do convívio social. Mas quando esse conhecimento é capaz de integrar os alunos, pode ser benéfico para o convívio entre eles”. “A infância é o momento de vida em que a criança está descobrindo o mundo”, afirma Rosana, e por esse motivo, a criança não pode ser privada das relações sociais e dos aprendizados próprios para sua idade. “Porém, se houver um equilíbrio entre os conhecimentos avançados que a criança é capaz de apreender e a possibilidade de ter o convívio social.