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A busca da independência
by eba_pucpr
Jovens saem de suas cidades para buscar novas oportunidades em Curitiba
Bianca Caroline Carolina Rodelli Juliana Reis Mariana Therézio
decisão de ir em busca de novos horizontes faz parte da vida de muitos jovens que procuram independência e lutam para concretizar seus sonhos. Porém, no decorrer da vida acadêmica, essa opção pode não ser uma das mais fáceis de serem tomadas. É preciso deixar tudo para trás: família, amigos, grandes amores, velhas e boas histórias para aos poucos, construir uma nova vida com novos amigos, novas experiências, e acima de tudo, ter um preparo pessoal para enfrentar os desafios do trabalho, e superar uma fase que está por vir. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) recebe semestralmente estudantes oriundos de todas as partes do Brasil, por ter em seu processo o Sistema de Seleção Unificada (SISU). Sendo assim, uma equipe formada por psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, odontólogos e técnicos-administrativos, tem a responsabilidade de dar suporte aos alunos com acompanhamento e desempenho acadêmico durante o decorrer do ano letivo. A universidade conta, também, com programas de auxílio estudantil, como bolsas de moradia e alimentação. Todo esse processo de mudança exige ainda, maturidade e adaptação, como explica o psicólogo da UTFPR, Allan Martins Mohr. “Atualmente, com a entrada na universidade, temos percebido muitas
Aquestões acerca da mudança de vida e da novidade em morar fora de casa. Mas é difícil falar de um comparativo quando pensamos em psicologia, uma vez que cada pessoa tem suas questões e dificuldades particulares”, aponta. O psicólogo ressalta que, quando se percebe que o aluno não está em uma condição positiva, tanto acadêmica quanto pessoal, é importante a participação dos pais do jovem e dos professores. “O acompanhamento psicológico pode iniciar de diversas formas; tanto pela orientação e encaminhamento de um professor que perceba dificuldades do aluno no âmbito acadêmico ou pessoal, assim como pela solicitação de pais, ou pela própria vontade do aluno”, afirma o profissional.
“Minha família me incentiva na busca de realizações pessoais. Se estou feliz e correndo atrás do que gosto, eles me apoiam”. - Eliana Rodrigues, estudante de Design Gráfico na UTFPR A DECISÃO Natural de Brasília (DF), Eliana Rodrigues cursa Design Gráfico na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), mas antes morava em Goiânia onde estudou por três anos. Ao perceber que não estava realizada, resolveu mudar-se para Curitiba. “Quando vi que a faculdade não estava acrescentando conhecimento e que eu não conseguia emprego, me mudei para Curitiba, onde o curso é mais completo e o

mercado de trabalho é promissor”, explica. A jovem conta que a família apoiou muito em sua decisão e, para conseguir driblar a dificuldade de ficar longe de casa, mantem o foco e pensa no seu futuro. “Estou plantando agora para colher no futuro. Mudar o foco do problema, se eu pensar que tudo o que faço está agregando valor ao meu futuro, fica mais fácil para aguentar as dificuldades de sair de casa. Minha família me incentiva na busca de
realizações pessoais. Se estou feliz e correndo atrás do que gosto, eles me apoiam”. Para a mãe de Eliana, Márcia Rodrigues, o apoio foi dado desde de o início, sempre alertando das dificuldades que poderia encontrar no futuro. “Conversarmos abertamente com a Eliana sobre sua decisão e demos todo o suporte possível, porém deixamos bem claro as facilidades e as dificuldades que teria enfrentar sozinha. Estar longe da família pela primeira vez é difícil, mas quando se tem o apoio da família, a experiência se torna mais fácil”, finaliza.

“Saí de Roseira interior de São Paulo, porque estava sem perspectivas e planos. Vim para Curitiba em busca de estudo de qualidade, novas amizades e por que não um grande amor? A parte de convencer minha mãe foi a mais difícil, sempre tem aquela preocupação de mãe. Desde o início, tive apoio da minha madrinha, das minhas irmãs, dos meus amigos e por fim, da minha mãe. Malas prontas e rumo ao futuro. Chegando em Curitiba fui morar junto com uma amiga, consegui um emprego e logo comecei a fazer cursinho para o vestibular. Hoje já estou no último ano de Engenharia Civil pela UTFPR e estou estagiando na área. Ao longo dessa trajetória, passei por momentos difíceis, saudades da família e dos amigos, mas aqui também tive o privilégio de conhecer pessoas espetaculares e encontrei um grande amor. Tem sido uma experiência incrível. ” “Quando vim para Curitiba, a vida não foi deixada para trás. Vejo como a continuação de tudo que vivi. Tudo fez e ainda faz parte do meu sonho. É difícil se distanciar de tudo, mas sei que valerá a pena. Acho que qualquer mudança traz insegurança, medo e ansiedade. A gente não sabe o que nos espera. Pessoas diferentes, a cidade, cultura, ritmo de vida, tudo isso me dava medo. Meus pais sempre me apoiaram e me passaram segurança. O papel da universidade para com os jovens que estão chegando, é de integração. Isto é fundamental. Ainda não estou realizada. Só estarei quando alcançar o objetivo que tracei e até lá eu sei que não será fácil. Posso dizer que estou feliz, mesmo longe de casa, mas realizada, não. ”

Maria Porfirio, de Roseira (SP). Estudante de Engenharia Civil UTFPR Lua Ferreira, de Monte Sião (MG). Estudante de Arquitetura e Urbanismo pela UTFPR “Minha família relutou um pouco no início, queriam que estudasse perto de casa, mas no fundo sabiam que era o melhor para mim. O crescimento pessoal foi e é muito grande, a capacidade de assumir as responsabilidades e resolver problemas aumentou muito, além do aprendizado obtido pelo convívio com pessoas com culturas e opiniões diferentes. Parece assustador no começo, mas a rotina torna tudo normal. O que mais senti dificuldade no início foi a saudade e a falta da presença da família, mas que diminui com o tempo. Mas também questões financeiras, que são organizadas pelas bolsas cedidas pela faculdade. ”

Débora Guimarães, de Goiás. Estudante de Arquitetura e Urbanismo UTFPR