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Nos encruzilhamentos entre o passado e o futuro: a Casa do Benin em trânsitos presentes

1986|88

Histórico endividamento da Prefeitura Municipal de Salvador.

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1987

Viagem de Gil e Flora ao Benin [Caravana Baiana].

1988

Inauguração do Centro Cultural - Casa do Benin.

1988

6 de maio: exposição Bahia - Benin na Casa do Benin

1992

Projeto de Requalificação do Pelourinho [Reforma ACM].

2006

12 de julho: Reinauguração da Casa do Benin durante a II Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora (CIAD).

1987

7 de janeiro: Posse de Gilberto Gil na presidência da Fundação Gregório de Matos. Intensificação das relações culturais entre Bahia e África.

1987|1988

Memorial descritivo e gerenciamento da restauração da Casa do Benin por Lina Bo Bardi.

1988

11|05 - 26|06: África negra - exposição no Museu de Arte Moderna em São Paulo.

2014

03 de dezembro: Reabertura da Casa do Benin

2019

Projeto de Investigação artística Fluxos - acervos do Atlântico Sul

Em 2019, entre os projetos desenvolvidos pelo Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia, podemos destacar a parceria com o Intervalo Fórum de Arte, no âmbito do projeto FLUXOS - ACERVOS DO ATLÂNTICO SUL, que possibilitou diálogos com docentes pesquisadores e jovens artistas, também envolvidos com investigações e reflexões sobre o seu processo criativo.

Ao aceitar o convite da equipe coordenadora do projeto, demos início a um diálogo que, ao longo de meses, provocou encontros individuais e coletivos, marcados pela reflexão relativa ao acervo e sua formação, sobre a história da instituição e atividades do passado e do presente.

No âmbito das ações empreendidas, merece destaque a residência artística, que foi de extrema importância para a instituição, pois possibilitou olhares renovados sobre a exposição e seus discursos. Conectando a equipe do museu, notadamente o pessoal da reserva técnica e os mediadores, a um processo criativo que toma como referência o acervo com o qual trabalham. Processos como esse permitem ampliar a percepção sobre as várias possibilidades interpretativas do patrimônio e sua utilização.

Várias foram as formas de envolvimento, por parte dos artistas residentes, alguns se limitaram a visitas e participação nas rodas de conversa que ocorreram, enquanto outros, estiveram mais organicamente envolvidos, prospectando reserva técnica, acervo exposto e depositado em reserva.

O envolvimento em maior ou menor intensidade esteve relacionado ao processo criativo empreendido por cada artista, que culminou com a exposição Nkaringana - objetos e histórias em trânsito, realizada na sala de exposições temporárias do MAFRO, em concomitância com mostra realizada na Casa do Benin, de novembro a dezembro de 2019.

MAFRO E INTERVALO FÓRUM DE ARTE – UMA RELAÇÃO SENSÍVEL

As obras apresentadas revelaram diálogos estéticos, conceituais, propositivos, com os objetos de arte, rituais e do cotidiano, do universo africano e afro-brasileiro, em exposição e reserva técnica do Museu. Algumas delas resultaram como citação direta ao acervo, como as obras Totem a um museu afro-brasileiro I, II e III, de Isabela Seifarth, Vestíveis de Memória, de Marcos Rocha Sá, ou ainda as intervenções em fotografias do acervo, realizadas por Aislane Nobre e Pedro Silveira.

Marcelo Cunha

Professor do Departamento de Museologia e Coordenador do Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia

CRONOLOGIA

1959

Fundação do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

1962

Exposição Arte Africana, em parceria com o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), com o apoio de intelectuais como Lina Bo Bardi, Pierre Verger e Vivaldo da Costa Lima no contexto do I Colóquio África-Brasil.

1967-1970

Primeira Gestão de Antônio Carlos Magalhães na prefeitura de Salvador.

MUSEU AFRO-BRASILEIRO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (MAFRO)

1961|62

Doação de doze cópias em gesso ao CEAO/ UFBA pelo Museu Real da África Central (MRAC) localizado em Tervuren, Bélgica.

1962

Vinda do presidente Leopold Senghor ao Brasil.

1966

Pierre Verger defende sua tese “Fluxos e refluxos”; I FESTAC.

1970’s

Surgimento dos primeiros blocos afros.