Diocesano Informa março/abril 2025

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Esporte, disciplina e autocuidado para jovens mais saudáveis. Pág. 03

Primeiro semestre dá início ao ano letivo de 2025. Pág. 05

MOSSORÓ - março/abril de 2025 | Ano XXVIII | Nº 126 www.diocesanosantaluzia.com.br | cdslmossoro @diocesanosantaluzia | cdslmossoro

Diocesano Santa Luzia:

HÁ 124 ANOS CULTIVANDO UMA EDUCAÇÃO HUMANA

Em 2025, o Colégio Diocesano Santa Luzia celebra a marca de 124 anos de fundação. Com uma trajetória de cultura, humanidade e fé, transformou-se, ao longo de mais de um século, em um símbolo de educação, história e ética para Mossoró e para todo o estado do Rio Grande do Norte. Com a perspectiva de reimaginação de futuros em conjunto, em consonância com a UNESCO, o Diocesano faz da educação um ato de esperança e de afeto, como uma ação baseada em relações humanas para possibilitar uma formação integral, sensível e plena de cada indivíduo em todas as imprescindíveis fases da vida. PÁGINA 06

Editorial

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: “Coitado, até essa hora no serviço pesado”. Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo. (Adélia Prado)

No itinerário poético, as palavras têm o poder de transcender as limitações da linguagem comum e nos conduzir a lugares inexplorados da alma. Quanta alegria, principiarmos nossas palavras de boas-vindas deste ano letivo, com os versos da poeta mineira Adélia Prado. O poema escolhido para a epígrafe, percorre a vida cotidiana. A potência poética inundada de encantamento e humanização nos convida a pensar sobre a beleza das relações humanas existentes nos lugares de encontro e aqueles presentes nos gestos que tocam a humanidade dos outros.

Essa é a força de um gesto poético: tocar, despertar, acreditar. Percursos em favor de uma formação humana, estética, sensível e cognitiva do sujeito. Marcas potentes da proposta pedagógica do Colégio Diocesano Santa Luzia. No lastro de uma educação preocupada com o ser humano em sua inteireza, o ano de 2025 anuncia para todos nós um caminho pautado em esperanças que se renovam a cada dia. Esperança: substantivo feminino. Aqui, compreendemos a palavra como verbo, à revelia da gramática, mas profundamente como atitude para com a vida.

A construção do percurso formativo pensado para o ano de 2025 bebe na fonte do Jubileu da Esperança, proposto pelo Papa Francisco. O convite a peregrinar com esperança é fundamental em todos os ambientes, mas a educação deve ser, por excelência, seu lugar de cultivo e fomento, pois educar é um ato de esperança.

Nesse contexto, vivemos um tempo especial para todos os alunos, pais e professores que passaram por aqui. O Diocesano completa 124 anos de existência. Gaudete in Domino! Alegrai-vos no Senhor! Mais de um século de fundação e de história dedicado à educação de Mossoró e região. Uma história construída por sonhos e por amor à educação.

Ao longo de sua existência, não podemos olvidar o trabalho de pessoas

O que você indica?

que consagraram com zelo e empenho grande parte de sua história. Em destaque o querido Mestre Pe. Sátiro, por tanto que plantou, no esteio da pedagogia humanizadora de Jesus, a potência dos seus ensinamentos está impregnada na vida cotidiana do nosso “velho Santa Luzia” como gostava de chamar. Lições duradouras que atravessarão todos os tempos.

O dizer, o sentir dos percursos saboreados nesses 124 educando gerações. Marcas, memórias, afetos do sonhar e esperançar juntos expressos na matéria de capa da primeira edição de 2025, do Diocesano Informa.

Nesta centenária instituição de ensino lugar de descobertas para o futuro e novos sonhos temos vivido um itinerário de trabalho intenso, acerca da importante medida que impacta a educação das nossas crianças e adolescentes: a proibição do celular nas escolas. Nesse cenário, a campanha com os informativos sobre a Lei 15.100, de 2025, é pauta pertinente do nosso jornal. A matéria que aborda a socialização e ludicidade como estratégias para deixar a garotada longe das telas e a entrevista com o professor Idelfrânio Moreira sobre as mudanças a respeito da proibição dos aparelhos celulares na escola evidenciam o trabalho educativo de esclarecimento e conscientização, um movimento necessário, uma realidade nova a qual todos nós precisamos conhecer melhor.

Com os olhos banhados de contentamento, convido o leitor à leitura do Diocesano Informa, embalado pela matriz da esperança que é a mesma da educabilidade do ser humano. Tomando de empréstimo as sábias palavras do Papa Francisco, quando advoga: “Habita na educação a semente da esperança: uma esperança de paz e justiça; de beleza, de bondade; uma esperança de harmonia social”. Conclamo: É tempo de sonhar! É tempo de esperançar! Sigamos todos por essa longa e recompensadora caminhada.

O menino que descobriu o vento

EVANDILSON CARVALHO - Coordenação de Aprendizagem Anos finais

Assistir ao filme O Menino que Descobriu o Vento é uma oportunidade para refletir sobre temas como perseverança, inovação, superação e a importância da educação. O filme conta a história de William Kamkwamba, um jovem do Malawi que, enfrentando a pobreza e dificuldades em sua comunidade, usa seu conhecimento e criatividade para construir um moinho de vento e solucionar problemas relacionados à escassez de alimentos e à seca. O filme destaca como a curiosidade e a vontade de aprender podem transformar realidades, além de evidenciar a importância da educação e do apoio familiar. Ele também aborda questões de resiliência e a luta contra as adversidades, sendo uma inspiração para buscar soluções criativas diante de desafios.

Expediente

ARTIGO

A proibição dos aparelhos eletrônicos nas escolas

Oque é felicidade para você? Pense um pouco sobre essa pergunta e responda.

Provavelmente, sua resposta foi diferente da minha ou da de outras pessoas que possam estar lendo esse texto. Para mim, por exemplo, felicidade é aquele momento, aquele instante exato em que eu estou rindo até minha barriga doer com minhas pessoas favoritas e a única coisa em que eu consigo pensar é no quanto eu vou proteger essa memória para revisitá-la quando a realidade não for tão amistosa. Entretanto, mesmo que as noções de felicidade variem de pessoa para pessoa, e o que é felicidade para mim pode ser algo insignificante para você, a alegria inebriante é reconhecível em qualquer formato, e isso é possível pois, independentemente da forma, ela deriva da liberação de um mesmo hormônio: a dopamina.

Se você é um estudante do ensino médio, assim como eu, ou tem filhos que estão na escola, ou, ainda, simplesmente aprecia a biologia, com certeza já ouviu falar em dopanina. Também conhecida como “hormônio da felicidade”, é um composto neurotransmissor que atua nos nossos sistemas nervosos e está envolvido no circuito de recompensa do cérebro, ou seja, quando os neurônios desse sistema são ativados por algum estímulo, eles liberam a dopamina em regiões específicas do cérebro, causando o aumento da sensação de prazer e garantindo a motivação para realizar tais atividades. Pois bem, você pode estar lendo o texto até aqui e se perguntando sobre o porquê de eu estar contando isso, principalmente porque acredito que já saibam dos efeitos dessa substância maravilhosa. No entanto, minha intenção é falar sobre um processo cada vez mais presente nos dias atuais, e que não é tão comentado sobre. É o seguinte: se lembra do sistema de recompensa que eu falei no início do parágrafo? Então, acontece que, com o uso do celular, funciona mais ou menos assim, exceto que não é tão legal quanto parece. Imagine que seu cérebro esteja acostumado com um certo nível de dopamina e que ela experimente um aumento inesperado, que continua acontecendo frequentemente. Com o passar do tempo, esse novo nível hormonal se torna pouco, fazendo com que o corpo queira sempre mais e mais, ansiando por aquela sensação que o primeiro aumento inesperado causou. Essa sensação de insufi-

ciência gera um vício e, ao contrário do que muita gente pensa, não são apenas as drogas que viciam. Esse vício decorre do uso de celular causar essa liberação fácil de dopamina. A problemática é que, diferentemente dos exercícios físicos, que liberam grande quantidade do hormônio que se mantém durante o dia, a quantidade de dopamina proveniente dos estímulos dos aparelhos eletrônicos é muito baixa e diminui rapidamente. É por esse motivo que as pausas de 5 minutos, muitas vezes, resultam em horas no telefone, já que a quantidade de “hormônio da felicidade” que recebemos nunca é suficiente. Se você ainda não acredita em mim, é só observar o mecanismo de funcionamento de aplicativos como instagram e tiktok: vídeos curtos e um “feed” com uma sequência infindável de vídeos, mantendo os internautas presos em um loop de conteúdo sem fim. Como resultado direto dessa dependência , é cada vez maior a quantidade de jovens que não conseguem focar em uma atividade por muito tempo, não se concentram nas aulas ou tem prejuízos na assimilação de conteúdos. Segundo dados do site Jovem Pan, em um estudo relativamente recente, realizado em 2023, 1 em cada 3 alunos do estado de São Paulo tem dificuldade para se concentrar, e essa realidade perpetua em todo o país. Além desses problemas, há o uso indevido dos aparelhos durante a explicação de conteúdos, atrapalhando a logística da sala e a relação de respeito entre professor e aluno (lembrando que esse descontrole acontece por causa da vontade insaciável da dopamina, o vício!).

Por isso, apesar de brusca, essa lei é extremamente necessária. A tecnologia da forma como a conhecemos hoje é uma invenção do século XXI e seus efeitos na vida de jovens e adolescentes estão só agora entrando em pauta urgente na sociedade. Essa medida é uma chance, e talvez a última, de uma geração inteira recuperar sua destreza e pleno potencial. O ambiente escolar não atua somente como distribuidor de conteúdos, atua também, e ouso dizer principalmente, como agente socializador e de caráter formador de indivíduos. Não acredito que a lei 15.100/2025 seja a medida final, pois ainda creio que será possível conciliar as ferramentas tecnológicas com o ambiente socioeducacional, mas, por enquanto, é a coisa necessária a se fazer a fim de evitar uma geração de “alienados”.

Direção: Pe. Charles Lamartine | Textos: Pedro Vale, Laylla Carvalho, Ruan Nuto, Pe.

Revisão: Anna Paula Paiva, Janete Fernandes e Telma Nunes | Produção:

Projeto Gráfico e Diagramação: Canário Comunicação e Emmanoel Linhares |

TÉRCIA MARIANE FREIRE FERNANDES DE ALMEIDA - 3ª SÉRIE IV
ILUSTRAÇÃO 124 ANOS DIOCESANO SANTA LUZIA - CRIANÇAS DO GRUPO V
Isaías Costa
Jéssica Fernandes, Neto Damasceno e Pedro Vale
Impressão: Impressão

Esporte, disciplina e autocuidado para jovens mais saudáveis

UMA VIDA COM MAIS BEM-ESTAR É RESULTADO DE ESFORÇOS CONJUNTOS

Vivemos tempos de olhos baixos e fixos em telas que piscam incessantemente. Caminhamos com a cabeça curvada, não pelo cansaço do corpo, mas pelo peso da hiperconectividade. Consoante a isso, o psicólogo Jonathan Haidt, em seu livro A Geração Ansiosa, alerta sobre o aumento dos transtornos de ansiedade e depressão entre os jovens e aponta para uma crise que está diretamente ligada ao uso excessivo de telas. Na escola, o smartphone reduziu o tempo de interação social e brincadeiras ao ar livre. Quando nos descuidamos, o que antes eram brincadeiras de faz de conta, correria pelo pátio e chutes na bola transformou-se em dedos deslizando sobre as telas e olhares que se perdem nas notificações. Por um momento, estivemos em vias de perder os intervalos de pulmões seexpandindonascorridasejogosdebola, da euforia dos encontros e vitórias e dosaprendizadosquesóaexperiênciada convivência escolar consegue alcançar. Diante desse cenário, a Lei nº 15.100/2025 surge como um resgate. Não estamos apenas diante de uma regra, mas de um lembrete de que há vida para além das telas. Restringir o uso de celulares nas escolas é uma tentativa de reverter uma tendência de crise e estimular práticas mais saudáveis no am-

biente escolar. Mas, para tanto, estamos oferecendo alternativas para que os jovens substituam o tempo gasto nas telas por atividades que realmente promovam bem-estar? A nossa aposta é que, com a limitação dos celulares no ambiente escolar, promova-se um espaço para a redescoberta do corpo em movimento. Portanto, o esporte, a disciplina e o autocuidado podem ser respostas eficazes para essa transição e renovação. Dessa forma, a prática esportiva melhora o humor e ensina valores importantes como cuidado, disciplina, resiliência, o valor do esforço e o aprendizado da superação. Mais do que uma prática saudável, o esporte pode ser também uma ferramenta para fortalecer a autoestima e a socialização dos nossos jovens. Com a nova lei, as escolas têm a oportunidade de não apenas restringir o uso do celular, mas incentivar atividades que favoreçam a saúde mental dos nossos alunos. Assim, precisamos transformar os intervalos e as práticas esportivas em momentos ainda mais atrativos, os quais os estudantes possam se movimentar, interagir e desconectar. Afinal, um futuro saudável depende das escolhas que fazemos hoje.

E você, está pronto para desconectar e se movimentar?

“Fazei-os sentar” (Jo 6, 10)

Sim, mandou-nos sentar No campo, na vida, em qualquer lugar

“Chamou-nos a sentar, quando a fome incendiou a revolta, quando a angústia semeou o medo, a opressão subjugou-nos e nos fez cativos, quis nos acalmar, nos conceder esperança, nos permitir confiar. “Sentem-se, vamos partilhar.”

Fazes da vida uma mesa uma festa onde todos podem sentar onde ninguém sai com fome Todos estão sentados Todos estão famintos Todos serão saciados.

E nós? Sigamos o chamado. Sejamos receptivos às dores do outro. Chamemos para sentar, acolher, partilhar, desfazer o ciclo da indiferença e da injustiça. Fazei-os sentar.

Por Pe. Philipe em 27/07/2021 1 ANO DE SAUDADE

A prática esportiva estimula saúde para crianças e jovens

Exercícios físicos são boas respostas para combater transtornos entre os estudantes

Sem celular, o esporte é uma ótima alternativa

En tre vista

GERENTE DE ENSINO E INOVAÇÕES EDUCACIONAIS DO SAS – PLATAFORMA DE EDUCAÇÃO

Educação em um mundo exponencial

DIOCESANO INFORMA: Qual sua visão sobre os motivos que ocasionaram a chamada “Lei do Celular” e qual o impacto dela na dinâmica de sala de aula?

IDELFRÂNIO MOREIRA: Nos últimos anos, começou-se a ter muita ciência sobre os impactos do uso indiscriminado de rede social sobre o cérebro humano, notadamente, o de crianças e de adolescentes. Várias informações que antes eram sigilosas foram divulgadas, vários experimentos científicos que geraram muitos dados e suscitaram muitos relatórios. Então, a partir do momento em que se ganha esse conhecimento e, convenhamos, já tardio, isso passa a se tornar uma pauta em nível mundial, o que demanda algumas ações. Naturalmente, as ações mínimas partem dos adultos, pais e professores, primeiro no autoconhecimento e na reeducação e, posteriormente, para conseguir transmitir em formas de parâmetros para a educação dos filhos e dos alunos. Mas, dado o avançar do problema e o tamanho do nosso país, é necessária uma regulamentação que venha para contribuir com a efetivação desse trabalho. Para os pais conseguirem fazer em casa, para os professores conseguirem fazer na sala de aula, e para os próprios jovens conseguirem perceber. Desse modo, vem a necessidade de uma lei. Temos visto o relato de surpresa da maioria com a boa aceitação das crianças e jovens. Contudo, temos também relatos de reações ruins, tanto de alunos, quanto de pais. O aluno que não consegue se controlar e os pais que acham que não é o certo, porque não querem perder a comunicação com os filhos, alguns casos até de relatar que precisam saber tudo o que acontece na sala de aula, esquecendo um pouco, ou não conhecendo, o que é o real papel da escola. A família escolhe a escola para o seu filho, então há necessidade de uma confiança no fazer, e na expertise pedagógica de toda a equipe.

Eu acho que as duas coisas eram esperadas. São pessoas com vivências diferentes, e nós vivemos de fato numa época de muita informação, que traz a necessidade e a possibilidade de todo mundo se expressar. Assim, o consenso no mundo de abundância de informação vai ser sempre mais difícil, mas acredito que, se levamos anos construindo o problema, digamos assim, de forma inconsciente, vai levar um tempo para colocar tudo no lugar. Mas, eu acho que é uma tendência, uma descoberta de uma nova relação com a tecnologia.

DI: Como os professores podem, a partir de agora, engajar os estudantes no aprendizado, sem depender das ferramentas do celular?

IM: Primeiro, é necessário um resgate com essa geração atual de estudantes do que é o significado do estudo e do aprendizado. Então, por que eu vou à escola? Por que eu estudo esses componentes curriculares? Por que esses objetos do conhecimento são importantes? Qual é a realidade do mundo hoje? O que a neurociência do aprendizado diz sobre o que é estudar e o que é aprender? Compreendo que há um conhecimento inicial que é necessário, uma valorização da escola e do estudo, inclusive para os pais. Viemos de um século passado até onde o pensamento era adquirir conhecimento para passar nas provas. Hoje, entendemos que a questão não é o conhecimento acumulado, mas a capacidade cognitiva que ganhamos

quando se estuda e aprende qualquer coisa. No final das contas eu não vou usar o conteúdo em si, mas as sinapses que formei no meu cérebro quando eu estava me esforçando para entender aqueles conteúdos. Acredito que isso é um primeiro ponto que facilitaria muito o processo, porque é um trabalho de mão dupla, alunos se engajarem e o professor ajudar nesse processo. Passado isso, nós nunca tivemos uma geração de professores com tantas ferramentas para engajar. E aí eu acho que nesse ponto não é nem o celular, você tem boas práticas para a utilização dele. Você pode ter na sala, aí já é uma experiência muito minha, três ou quatro alunos com um aparelho, um celular que seja, para resolver um problema, para desenvolver uma atividade. Essa pode ser uma boa prática para deixar um exemplo bem específico.

DI: De que forma a educação científica e os Objetivos da Agenda 2030 podem dialogar com essa nova realidade escolar?

IM: Quando falamos da educação do século XXI, estamos falando de uma educação que não é para a aquisição de conteúdos, mas, sim, para que utilizemos objetos de conhecimento no desenvolvimento de habilidades e competências que nos permitam a capacidade de resolver problemas complexos. Definitivamente, vivemos em um tempo onde o mundo está dentro da sala de aula, não é uma coisa à parte. Eu não vou passar anos dentro da sala de aula me preparando para sair para o mundo, o mundo está aqui e agora.

Nesse sentido, não tem como trabalhar os objetivos do desenvolvimento sustentável, a chamada Agenda 2030, sem uma educação científica. Até no mundo corporativo falamos em carreiras T, ou seja, aquela

carreira onde você tem uma profundidade maior no que seria a sua expertise, mas existe a necessidade de um conhecimento geral em algumas outras áreas. Em um mundo conectado, isso não significa apenas estar ligado ao digital. Na realidade, esse adjetivo é muito mais amplo, para dizer que é um mundo onde todas as coisas se relacionam. Hoje, olhamos para uma coisa que é a realidade do mundo. Você tem as áreas de conhecimento que dão essa noção de amplitude e se relacionam quando falamos de atividades interdisciplinares. Acredito que as duas coisas podem funcionar dessa forma e elas são absolutamente cruciais para uma educação no mundo exponencial.

DI: Qual conselho você daria aos professores e gestores escolares para lidarem com essa mudança pedagógica no Brasil?

IM: É necessário entender a importância da aprendizagem socioemocional, o quanto experiências e traumas adversos na infância afetam a capacidade de aprendizado de um aluno, que não é só uma questão de disciplina, obediência e capacidade de execução, é preciso uma base emocional, uma base neuroquímica, que muitas vezes não existe. E eu não posso, como um dos professores, ser o único responsável por isso, mas eu posso facilitar em muitos casos. Então, a partir do momento em que eu tenho essa percepção, eu deixo de ser professor de conteúdo e passo a ser professor de gente.

Hoje, tem de vídeo a aulas diversas no YouTube, materiais digitais do sistema de ensino, até uma inteligência artificial, um LLM, um Chat GPT, para conversar e ajudar. E, segundo o efeito Flynn, lá da Psicologia, dos conscientes de inteligência, as gerações tendem a ter mais capacidade cognitiva do que a geração anterior. Então, por tudo isso, o aluno teria muito mais vantagem hoje, desde que ele estivesse pronto para estudar, para desenvolver a sua capacidade cognitiva, entender o mindset de crescimento para entender que vai estudar, para desenvolver sinapses, para se tornar mais capaz, para fazer aquilo que ele quiser fazer.

Talvez até hoje, o que vai mais ajudar a lidar com as dores que sentimos enquanto educadores é conseguir desenvolver dinâmicas escolares e pedagógicas que funcionem para os alunos e que não sejam uma dor. Então, eu não posso ser um professor que entende apenas de Física. Ter o meu conhecimento profundo da área em que eu ensino, isso é fato, não se pode abrir mão, mas é preciso entender de gente, dos contextos do mundo, das diferenças entre gerações, de tecnologia. Todas essas coisas contribuíram para os trabalhos que eu consegui desenvolver, tanto como professor, quanto como gestor. Então, acho que eu diria que essa é talvez a atitude, a ação mais importante para a gente conseguir ser efetivo como educador nessas mudanças pedagógicas que têm acontecido, não só no Brasil, mas no mundo, porque o contexto é bem mais amplo.

DI: Como você acredita que as famílias podem somar ao êxito desse processo?

IM: Acho tremendamente importante. Tudo bem, filho não vem com manual. Ser pai, ser família neste século XXI exige estudo e conhecimento. Se não entendermos desses contextos, não conseguiremos nem nos relacionar com a criança que temos hoje, porque qual que é a nossa referência? A criança que fomos um dia foi criada em um mundo que não existe mais, ela teve referências dos pais que hoje não funcionam nas aplicações, mas também tem uma coisa tremendamente importante: não podemos imaginar que temos que jogar tudo fora e fazermos tudo moderninho, é seguir a tendência. Entender a geração não significa ceder a geração, isso é uma coisa que eu repito sempre. Não podemos ser reféns de aluno, não podemos ser reféns de criança e de adolescente.

A importância é onde está, talvez, o segredo se fôssemos procurar e achar o equilíbrio entre o tudo que nós aprendemos e o que nós fizemos, porque, afinal de contas, nós construímos o mundo que está aqui, nós o trouxemos até aqui, mas também estar antenado com o que está acontecendo, quais são essas mudanças é importante. Hoje, falamos muito que fazemos parte de uma única geração, geração de transição entre o mundo linear que já foi e o mundo exponencial que é hoje, que é esse mundo que muda muito e muda o tempo todo e muda muito rápido.

Essas mudanças demandam que tenhamos conhecimentos. Inclusive, está criando espaços como esse aqui, espaços que já eram presenciais na escola, com os professores, com a família, para que sirvam de pontos de partida para a aprendizagem desses novos conhecimentos, para essas novas demandas. No final das contas, a lógica de ensinar é sempre aprender. Aprender mais para conseguir ensinar melhor. Isso faz com que nós, enquanto família, sejamos cada vez mais participativos e mais relevantes.

Diocesano dá início às atividades

letivas no primeiro semestre de 2025

COLÉGIO CELEBRA, JUNTO A ESTUDANTES E FAMÍLIAS, A CHEGADA DE MAIS UM ANO LETIVO

Cada início de ano representa um novo ciclo que se inicia no Colégio Diocesano Santa Luzia, cheio de desafios, mas também de muitas esperanças e celebrações. O fazer de um exercício pedagógico na escola está intimamente relacionado a variadas outras atividades culturais, sociais e esportivas que auxiliam o desenvolvimento educativo das crianças e jovens. O primeiro semestre letivo de 2025 não seria diferente, uma vez que diversos momentos importantes marcaram o cotidiano de todos que fazem parte da vida letiva.

Antes mesmo da volta às aulas, os preparativos já começam com a Jornada Pedagógica, cuja finalidade é desenvolver um calendário funcional e que ofere-

ça aos estudantes uma alta qualidade de ensino e aprendizagem. O evento tem o objetivo de planejar e oferecer formação permanente aos professores, trabalhando não apenas a questão da avaliação, reflexão e planejamento para todo o ano, mas, sobretudo, oportunizando o contato com alguns pesquisadores, teóricos e profissionais de áreas afins, para que se possa refletir sobre a educação e o seu poder transformador.

Com o início das aulas, o ano letivo efetivamente volta ao cotidiano de atividades e projetos com todo o corpo discente. Dentre as programações, destacam-se as celebrações e as ações culturais, pedagógicas e esportivas, envolvendo os quatro segmentos de ensino do colégio e demais coordenações. Bailes

de Carnaval, aniversário do Diocesano, festivais esportivos, Páscoa e Via Sacra, eventos literários, entre outros momentos marcantes que fazem o dia a dia escolar mais movimentado e prazeroso para os estudantes. Para as famílias, cronogramas de fóruns e escolas de pais auxiliam no fortalecimento da relação com o colégio, objetivando sempre o bem-estar das crianças e jovens.

O maior destaque no primeiro semestre, no entanto, dá-se em razão do mês de maio, também conhecido como Mês Mariano para a Igreja Católica. A exemplo de Maria, as mães são amplamente homenageadas por seus filhos e filhas em momentos de muito amor e carinho. Além disso, a cerimônia de Coroação de Nossa

Senhora reúne estudantes, famílias e funcionários como uma forma de louvor à Virgem Maria, com momentos de reflexão e oração para que todos possam continuar, a exemplo da mãe de Jesus, fiéis discípulos de Cristo em toda sua infinita fé e bondade. Que este primeiro semestre letivo, bem como todos os próximos meses, possa continuar proporcionando a toda a comunidade escolar excelentes momentos de ensino, aprendizagem e socialização, sempre com muita cultura, fé e humanidade. O ano de 2025 será, sem dúvidas, uma grande oportunidade para que se reimaginem futuros e trilhas em um processo de crescimento pela melhor qualidade de educação para todos!

Cotidiano escolar é construído por atividades culturais, sociais e esportivas
Equipe pedagógica do Diocesano renova compromisso com educação de qualidade

DIOCESANO SANTA LUZIA: HÁ 124 ANOS CULTIVANDO UMA EDUCAÇÃO HUMANA

COLÉGIO TRILHA TRAJETÓRIA PEDAGÓGICA PARA REIMAGINAR FUTUROS JUNTO ÀS FAMÍLIAS

Neste ano, o Colégio Diocesano Santa Luzia celebra a marca de 124 anos de fundação. Desde o dia 02 de março de 1901, a escola construiu uma trajetória de cultura, humanidade e fé em Mossoró, transformando-se, ao longo de mais de um século, em um símbolo de educação, história e ética para a cidade, assim como para todo o estado do Rio Grande do Norte, com gerações e gerações de famílias tendo crescido desde a pequena infância dentro de seus conhecidos muros azuis.

Com a pedagogia humana pautada como sua missão primordial, o Diocesano Santa Luzia reflete, a todo momento, os movimentos sociais do mundo e as diferentes necessidades educacionais que surgem para o desenvolvimento pleno e sadio de crianças e jovens. Uma constante atualização, bem como renovação das matrizes que compõem o exercício de ensino e aprendizagem do colégio, faz-se sempre essencial. Para o ano de 2025, a grande temática adotada pelo Diocesano se baseia, essencialmente, no novo contrato social do relatório da UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Reimaginar futuros juntos significa reforçar a inclusão, solidariedade e parceria para que se incentivem práticas colaborativas e se enfatizem aprendizados interculturais e interdisciplinares. Em um mundo que parece focado cada vez mais em aspectos tecnológicos e as interações parecem se construir sobretudo virtualmente, as relações humanas precisam estar sempre no centro das atenções a partir de visões sensíveis e éticas sobre o que significa educação e sobre como famílias e escolas desempenham papéis cruciais para avançar rumo a um futuro promissor.

Com essa perspectiva a guiar o seu exercício pedagógico, o Colégio Diocesano Santa Luzia chega a 2025 com o objetivo de continuar fazendo história frente às problemáticas do mundo, de modo a unir as pessoas, incluindo estudantes e pais, em prol de uma educação humanizadora para todos. Nesse cenário, a escola é fundamental para a promoção e desenvolvimento dessas competências, pois, além de ser um excelente ambiente social, é também um espaço de compartilhamen-

Diocesano tem histórico centenário de ensino, aprendizagem e socialização pautados em cultura, fé e humanidade

to, diferenciação, ricas experiências e aprendizado. O coletivo da sala de aula proporciona convivência, abre espaço para o diálogo sobre diferentes tópicos e cria oportunidade de aproximar o professor e a escola da realidade dos estudantes, favorecendo, dessa forma, uma educação integral.

Para marcar esta data tão importante e significativa, 124 anos de fundação, o Colégio Diocesano celebrou uma missa em ação de graças no simbólico Ginásio Carecão. A cerimônia, presidida pelo bispo da Diocese de Mossoró, Dom Francisco de Sales, comemorou também o aniversário de 15 anos da UniCatólica do Rio Grande do Norte, instituição irmã da escola de Santa Luzia.

Na ocasião, o poeta Antônio Francisco, em reconhecimento à sua contribuição para a educação e para a cultura da região potiguar e nordestina, recebeu a Medalha de Mérito Educacional Pe. Sátiro Cavalcanti Dantas, a mais alta honraria concedida pelo Diocesano e que recebe o nome do diretor emérito e ícone pedagógico. O evento ficou marcado, ainda, pela cerimônia de Provisão Canônica de Pe. Charles Lamartine, diretor de ambas as instituições de ensino homenageadas, como Vigário Episcopal para Educação e Cultura da Diocese de Mossoró, realizada também por Dom Francisco de Sales. Além disso, Pe. Isaías Costa foi oficialmente nomeado como Diretor Espiritual da centenária escola, de modo a reforçar a missão do colégio no desenvolvimento acadêmico e religioso de seus estudantes, crianças e jovens. Essas designações reafirmam o compromisso da Diocese com o fortalecimento da educação e da cultura na cidade e região.

Educar é um ato de esperança e de afeto. É também uma ação feita em conjunto para possibilitar uma formação integral, sensível e plena de cada indivíduo e em todas as imprescindíveis fases da vida. As relações humanas, construídas ao longo dos 124 anos do Diocesano, são indubitavelmente a força motriz que faz despertar o sonho do amor à educação em todas as suas possibilidades. Memórias e histórias se constroem no passado de toda essa jornada centenária, para que possamos vivenciar o presente e podermos reimaginar o futuro. Sempre juntos!

Diocesano é a escola particular de Mossoró que

mais aprova no SiSU pelo 9º ano consecutivo

COLÉGIO

ALCANÇA NÚMERO EXPRESSIVO DE APROVAÇÕES JÁ NA PRIMEIRA CHAMADA DA SELEÇÃO DE 2025

Em mais um ano repleto de grandes conquistas, o Colégio Diocesano Santa Luzia obteve excelentes resultados na aprovação de alunos no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) de 2025. Já na primeira chamada, 42 estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na edição de 2024, garantiram uma vaga em cursos de Ensino Superior. Com isso, o Diocesano chega ao 9º ano consecutivo sendo a escola que mais aprova no SiSU, dentre as instituições particulares de Mossoró. Dentre todas as aprovações, destacam-se três primeiros lugares, nos cursos de Direito, História e Rádio, TV e Internet, assim como segundos lugares para Direito, Jornalismo e Ciências Econômicas e um terceiro lugar para Biologia, todos selecionados para o ingresso na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) ou na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Além disso, muitos estudantes também lograram êxito em aprovações em universidades públicas federais e estaduais de todo o Brasil.

Um grande fator que contribuiu fundamentalmente para este expressivo resultado foi, sem dúvidas, o desempenho na redação do exame. A partir dos últimos microdados fornecidos pelo Ministério da Educação (MEC), constata-se que o Colégio Diocesano Santa Luzia tem a melhor média da cidade de Mossoró no segmento. Para a edição de 2024, válida para inscrições no SiSU de 2025, a escola obteve 56 notas acima de 800 pontos na redação do Enem, em um máximo de 1000. Ingressar em uma universidade e alcançar o Ensino Superior é um sonho de todos, sobretudo para os estudantes da 3ª série do Ensino Médio. Esse sonho vai sendo construído ano após ano de preparação e se intensifica no último ano de suas jornadas na Educação Básica. Mesmo com todas as dificuldades comuns a quem se prepara para dar um grande passo na vida e iniciar um novo ciclo profissional, os alunos e alunas do Colégio Diocesano

Santa Luzia se destacaram mais uma vez no Enem, mantendo, assim, a excelência nos resultados já conhecida por toda Mossoró.

Pe. Sátiro

PE.

CAMPANHA DA

FRATERNIDADE 2025

Ouçamos os apelos da Casa Comum! O chão que pisamos nos torna irmãos e responsáveis pelos cuidados do meio ambiente. Sentir o vento é ouvir canções de esperança. Banhar-se nas águas que dançam em rios e oceanos é sentir a força da vida. Todavia, vemos nossos biomas serem feridos pela ganância devastadora da humanidade. Sofremos com isso, secas, enchentes, aquecimento global, derretimento das geleiras, animais em extinções... Somos cobrados por nossas inconsequências e esquecemos que somos os primeiros guardiões de um lar que nos abriga e nos nutre. Ouvindo os apelos da nossa mãe natureza, a Campanha da Fraternidade 2025 nos impulsiona a olhar para a criação do nosso Deus com olhos de gratidão e compromisso. Fraternidade e Ecologia Integral –duas faces de um mesmo chamado: amar e cuidar. Cuidar da Terra é zelar pela vida e comprometer-se em cuidar daquilo que Deus criou; chegou a hora de respeitar a natureza, a nós mesmos e as futuras gerações. Que possamos selar um pacto para cuidar da Casa Comum e responder com gestos de amor! Que sejamos semeadores da mudança, cultivando um presente sustentá-

vel e um futuro fértil de esperança! O tempo de agir é agora. O planeta pede, a humanidade precisa, e Deus nos convida: vamos juntos transformar o mundo em um jardim de fraternidade!

JUBILEU DA ESPERANÇA É tempo de esperançar e reimaginar nossos caminhos juntos. O Jubileu da Esperança nos convida a lançar luzes onde se faz sobras . Nesse compromisso, recorda-nos o Papa Francisco, na bula Spes Non Confundit, que “a esperança não decepciona” (Rm 5,5). Ela é farol nas intemperes da vida, âncora nos mares revoltos de nossa existência. Como peregrinos da esperança, somos enviados ao encontro do outro. Com os pés a caminho, carregamos uma fé capaz de compartilhar gestos de amor. “Consolai, consolai o meu povo” (Is 40,1), eis o chamado do Senhor!

Que este jubileu “renove nossas forças, e nos dê asas como águia” (Cf. Is 40,31), assim estaremos fortalecidos na missão de sermos luzeiros da esperança! Que cada coração se torne morada da paz, e que cada vida reflita o brilho da graça divina.

A esperança nos move, sustenta-nos e nos une. Abramos as portas do coração e juntos reimaginemos uma educação humanizante.

As relações e implicâncias entre socialização, ludicidade e uso de telas

O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E JOVENS DE FORMA SAUDÁVEL E FELIZ

Asocialização e a ludicidade são fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças, especialmente entre 1 e 10 anos, uma fase crucial para o crescimento físico, cognitivo, emocional e social. Durante esse período, o cérebro das crianças está em plena formação, e a maneira como interagem com o ambiente ao seu redor terá um impacto duradouro em suas habilidades e comportamentos. A socialização, realizada por meio de interações com outras crianças e adultos, ensina importantes habilidades de comunicação, cooperação e empatia. Já a ludicidade, por meio do brincar, estimula a criatividade, a resolução de problemas e o desenvolvimento motor, ao mesmo tempo em que oferece momentos de prazer e aprendizado.

Infelizmente, a presença constante de telas – como televisão, computadores, tablets e celulares – tem afetado o tempo de interação social e de brincadeira das crianças. Embora esses dispositivos possam ter um valor educativo, especialmente quando usados com moderação, o uso excessivo pode prejudicar o desenvolvimento infantil. As telas, muitas vezes, criam experiências passivas, limitando a interação direta entre as crianças e os outros indivíduos. Isso reduz as oportunidades para que elas desenvolvam habilidades sociais importantes, como dividir, negociar e expressar emoções de maneira saudável.

O tempo excessivo diante das telas pode também interferir no desenvolvimento motor, uma vez que as crianças deixam de participar de atividades físicas e brincadeiras que exigem movimento, coordenação e interação física. Além disso, o uso prolongado de dispositivos pode afetar o sono, o que impacta diretamente no bem-estar e no desempenho escolar. Estudos mostram que o consumo

O exercício do brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças

Redução do uso de telas proporciona melhor aprendizado em sala de aula

excessivo de telas está relacionado ao aumento de comportamentos sedentários e a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.

Para ajudar a minimizar esses efeitos negativos e promover um desenvolvimento saudável, as famílias podem adotar algumas estratégias simples e

eficazes. Primeiramente, é essencial estabelecer limites claros para o tempo de tela. A Organização Mundial da Saúde recomenda que crianças de 2 a 5 anos não passem mais de uma hora por dia em frente a telas e que crianças menores de 2 anos não devem ter esse tipo de exposição. Para as crianças mais velhas, o ideal é que o tempo de tela seja equilibrado com atividades ao ar livre e momentos de interação social.

Outra dica importante é incentivar brincadeiras ativas e ao ar livre, que estimulem o movimento e a interação com a natureza. Caminhadas, esportes, atividades em grupo e até mesmo momentos de diversão simples como pega-pega ou esconde-esconde são excelentes opções. Além disso, promover brincadeiras em grupo ou com a família, como jogos de tabuleiro ou atividades manuais, também ajuda a fortalecer o vínculo social e a estimular a imaginação.

Os pais e responsáveis podem, ainda, tornar-se modelos de comportamento, limitando o tempo que passam nas telas e investindo em momentos de interação direta com as crianças. Isso pode incluir ler histórias, cozinhar juntos ou fazer artesanato, criando oportunidades de diálogo e aprendizado. As telas podem ser usadas como uma ferramenta educativa e de entretenimento, mas devem ser utilizadas de maneira consciente e equilibrada.

Por fim, é importante que os adultos se envolvam nas escolhas do conteúdo digital acessado pelas crianças, garantindo que sejam apropriadas para a faixa etária e que incentivem o aprendizado positivo. Ao oferecer uma abordagem equilibrada, onde a socialização e a ludicidade têm espaço para florescer, as famílias podem garantir que as crianças cresçam de maneira saudável, feliz e bem preparadas para enfrentar os desafios da vida.

A rotina das crianças e jovens deve incentivar dinamismo, socialização e ludicidade

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