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Lembranças de um País que não existe mais – Clementine Pinto
LEMBRANÇAS DE UM PAÍS QUE NÃO EXISTE MAIS
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As fotos que ilustram este texto são da cidade de Alexandria, Egito.
Clementine Pinto
“The past is never dead. It’s not even past.” [O passado nunca morre. Nem passado é.] William Faulkner, 1897-1962
Apresença dos judeus no Egito data dos tempos dos Patriarcas. Séculos após o Êxodo, voltou a formar-se uma comunidade no país que cresceu a partir da fundação de Alexandria no século IV aec. Essa comunidade legou monumentos de sabedoria, como a tradução do Tanach para o grego, a famosa Septuaginta e as obras de Fílon de Alexandria. A presença judaica continuou significativa após a conquista muçulmana do Egito no século VII ec. Maimônides passou seus últimos anos de vida no Cairo e o mais importante repositório de documentos sobre a vida judaica na Idade Média foi encontrado na Guenizá daquela cidade. Pode-se dizer que tanto os judeus como os coptas, cristãos cuja língua litúrgica descende do egípcio antigo (a língua dos hieróglifos), representam uma presença no Egito bem anterior à conversão do país ao Islã.
Eu nasci em Alexandria na primeira metade do século XX, quando praticamente não se fazia diferença entre os judeus – vários deles instalados havia várias gerações – e os outros estrangeiros. Um judeu, por exemplo, ganhou do Rei um título de nobreza; eles prosperaram, apreciando sua liberdade de culto, várias escolas e sinagogas foram construídas. O Hospital Israelita era famoso pelo alto nível de sua equipe, suas instalações e equipamentos ultramodernos. Essa prosperidade não impedia que houvesse também judeus pobres, alguns dos quais contavam fortemente com a assistência caridosa da comunidade.
Os judeus podiam manter emprego público, e vários tinham seus próprios negócios, alguns grandes. Nas escolas não judias não se marcavam provas nos dias de chag para não prejudicar alunos judeus. Muçulmanos, católicos, ortodoxos, protestantes, armênios e judeus viviam em harmonia. Éramos convidados para o Natal pelos católicos, pelos muçulmanos para o Sham el Nessim; convidávamos os não judeus para o Seder, etc. Evidentemente, dependendo dos diferentes governos, haviam períodos melhores e outros piores. Não foi sempre um mar de rosas, mas, em geral, a vida era agradável. A população do Egito não atormentava os judeus... até um certo momento.
O início da deterioração
Os momentos piores começaram com a partilha da Palestina e com os países árabes declarando guerra ao novo Estado de Israel. Os primeiros sinais de discriminação começaram com a vitória de Israel nesta guerra. Vários judeus perderam seu emprego; no Cairo, cidade menos ocidentalizada que Alexandria, houve até tiroteios na rua e incêndios criminosos. Prenderam inúmeros jovens com a “vaga suspeita” de que eram sionistas. Eles sofreram nas prisões egípcias: maus tratos, cuspe na comida, humilhações, etc.
Famílias foram forçadas a partir e as que permaneceram eram vigiadas e questionadas regularmente. Algumas pessoas foram confinadas em campos de internamento de onde saíam diretamente para um navio que os conduziria Deus sabe aonde...
A situação, paradoxalmente, acabou empurrando alguns judeus para a militância sionista. Porém, a imensa maioria dos judeus no Egito tinha profundo apego pelo seu país, alguns chegando até mesmo a militar em movimentos comunistas, movidos pelas desigualdades sociais.
Pouco a pouco a situação se acalmou, mas o Rei Farouk era fútil e egoísta a ponto de ser derrubado pelo exército em 1952, praticamente sem derramamento de sangue. A situação para os judeus parecia dar sinais de melhora, mas o medo nos acompanhava sempre. Agora era o exército que comandava, primeiro sob o comando do moderado Mohamed Naguib, pouco depois deposto por Gamal Abdel Nasser. Eram ambos ocidentalizados, inimigos ferrenhos da irmandade muçulmana. Nasser era impulsivo e ambicioso, queria ser o líder de todo o mundo árabe. Houve tumulto e, também desta vez, judeus foram presos e permaneceram detidos durante vários anos, sendo trocados posteriormente por Israel.
Em seguida a uma série de desentendimentos diplomáticos com os EUA e os países ocidentais sobre aquisição de armamentos e financiamento da construção da grande represa de Aswan, Nasser acabou nacionalizando o Canal de Suez, em 1956. Nasser contava com o faturamento do canal para financiar a construção das obras da represa.
Evidentemente, essa situação prejudicava os ingleses e os franceses (antigos sócios do Canal), bem como os israelenses, a quem foi negado o acesso ao Canal. Os três se uniram e aconteceu a chamada Guerra de Suez. O Egito estava perdendo a guerra, mas como, simultaneamente, a URSS estava invadindo Budapeste, os americanos concordaram que, desde que cessassem as hostilidades de um lado, o armistício seria conseguido do outro. E, assim, as hostilidades foram interrompidas e o período negro começou, principalmente por causa da indescritível humilhação sofrida por Nasser.
Quem tivesse passaporte francês ou inglês foi intimado a partir, alguns em 48 horas, outros em uma semana, não havia critério; podiam levar pertences pessoais, mas sem valores, e somente 20 libras egípcias por adulto e 10 por criança. Os que partiram deixaram para trás apartamentos, móveis, contas bancárias, joias, lojas, escritórios, uma vida inteira. Imaginem o desespero. Era isso ou a morte. Ou um campo de concentração. Conheço pessoas que foram parar num desses campos e os descreveram como um verdadeiro inferno.
Os judeus que se encontravam numa famosa lista negra, que ninguém sabe como foi elaborada, também tiveram o mesmo tratamento. Expulsão, morte ou campo de concentração. E o pior é que as famílias eram divididas. Todos tinham o coração partido. Não havia uma pessoa que se encontrasse na rua e que não contasse sua dor, a separação da família, o confisco dos bens.
Ninguém podia retirar mais do que uma pequena quantia do banco. Houve quem conseguisse esconder joias ou dinheiro dentro de suas roupas; mas as que eram pegas eram embarcadas sem um tostão. Os judeus viviam numa insegurança total. Ninguém sabia se estava na lista negra ou não. Meu pai, que tinha negócios próprios, nunca se meteu em política; nós, suas filhas, tampouco, mas ninguém sabia de nada. Em que é que os egípcios se basea-
vam? Durante vários meses, meu pai continuou indo ao escritório, mas minha mãe havia preparado uma malinha com roupa de inverno caso batessem à nossa porta no meio da noite. Imagine se alguém conseguia dormir!
Nesse meio tempo, eu me inscrevi num curso de secretária executiva, com correspondência comercial em inglês e francês, datilografia e estenografia, para poder trabalhar no país onde iríamos parar... se é que sobreviveríamos.
A maioria dos judeus foi expulsa. Quem não foi expulso diretamente, sofreu tantos vexames que se viu obrigado a partir. Filas se formavam diante das embaixadas e consulados estrangeiros para obter visto de entrada. O Brasil de Juscelino Kubitschek foi particularmente generoso. Só foi exigido um exame de vista (o tracoma, comum no Egito, era altamente contagioso) e um certificado garantindo que seu titular trabalharia com determinada firma, desempenhando determinada função.
Enquanto isso, minha família se encontrava sem proteção nenhuma. O consulado suíço tomava conta dos franceses e ingleses, e os defendia, caso necessário. De uma hora para outra, sem direito à nacionalidade egípcia ou a qualquer outra, nossa vida pacata se transformou. E assim durou dois anos, pois, durante este tempo, meu pai, descendente de judeus marroquinos, tentava – em vão – conseguir a nacionalidade francesa. Por fim, decidimos partir. Meu pai tinha várias ofertas de trabalho na Suíça, Itália, França e Espanha, das firmas que ele representava. Decidiu tirar o visto para o Brasil, que estava no auge naquela época (São Paulo era a metrópole que mais crescia no mundo), e ficar alguns meses na Europa tentando obter o famoso permis de séjour indispensável para conseguir a carteira profissional.
Havia judeus em todas as classes sociais. Os mais carentes foram talvez os menos prejudicados com a saída forçada de sua terra natal pois, acolhidos por Israel, ganharam uma educação para os filhos e um modo de vida decente. Mesmo assim, não se deve romantizar sua trajetória: eram geralmente pouco educados e sofreram discriminações e
dificuldades em sua inserção na sociedade israelense, além, claro, dos sofrimentos com as guerras. Os mais abastados, por sua vez, sofreram, além dos prejuízos materiais, a perda de sua identidade. Ouvimos falar de muitos chefes de família que morreram de enfarte fulminante ou de derrame. Outros perderam o juízo.
Nunca se cogitou dar qualquer indenização ou compensação pelos danos materiais sofridos pelos judeus egípcios. Quanto aos danos morais, infelizmente, estes não podem ser compensados.
Viagem e chegada ao Brasil
Uma judia egípcia italiana, Carolina Delburgo, escreveu o livro: Come Ladri nella Notte (Como ladrões na noite). Este título descreve perfeitamente o que aconteceu com a maioria de nós. Em 1957, aconteceu o Grande Êxodo, nas piores circunstâncias possíveis. Ao final de 1959, a situação era ligeiramente diferente, mas bastava que alguém acusasse um judeu, com ou sem fundamento, de algum desvio ou contravenção, e o chefe de família era preso, maltratado até confessar (confessar o quê? ninguém sabia). Por esse motivo, três meses antes de partirmos, colocamos o nosso apartamento em leilão: meu querido piano, móveis antigos, estatuetas, itens comprados em lojas de antiguidades, etc. Aos nossos vizinhos árabes, sinceramente consternados, que perguntavam o motivo da venda, nossa versão era que meu pai havia decidido mudar-se para o interior, pois os negócios em Alexandria iam periclitando.
Fomos morar num apartamento mobiliado, e, de lá, como ninguém nos conhecia, meu pai deixou todas as contas pagas, fechou a porta do apartamento, entregou a chave do escritório ao seu empregado árabe, egípcio, leal até a última hora, e disse: “Tudo isso é seu. Só lhe peço esperar dez dias até desembarcarmos na Itália”. Partimos, portanto, come ladri nella notte...
Apátridas que éramos, partimos sem passaporte, munidos apenas de um laissez-passer com a inscrição “aller définitif sans retour” (partida definitiva, sem direito a retorno). Além de nos sentirmos muito vulneráveis, sem qual-

quer proteção diplomática, ainda passamos por várias humilhações: cada vez que uma autoridade europeia examinava nossos documentos levantava os olhos, olhava feio e perguntava: “O que foi que vocês fizeram para seu país não lhes permitir o retorno?” Como explicar? Era mais um vexame naquela época tão difícil.
Desembarcamos em Gênova e viajamos até Paris. Lá morava o irmão do meu pai, ainda alojado, dois anos depois de sua chegada, num hotel modesto. Instalamo-nos no mesmo hotel, enquanto meu pai ia de prefeitura em prefeitura, em Paris, Milão, Bruxelas, Madri, Zurique, tentar conseguir o permis de séjour. Enquanto esperava pela resposta, trabalhava em empresas cujos donos tinham certeza de que as suas providências seriam bem sucedidas. Infelizmente, não foi aceito em nenhum lugar. Acumulou decepção atrás de decepção. Meu pai tinha um cliente kuaitiano, dono de vários grandes magazines em seu país e na Arábia Saudita, que, falando apenas árabe, precisava de meu pai para ajudá-lo a adquirir mercadorias para suas lojas. Foi com esse dinheiro ganho na Europa que conseguimos nos manter em Paris.
Finalmente, uma semana antes do nosso visto brasileiro vencer, retornamos a Gênova, de onde embarcamos – com a valiosa assistência da Hebrew Immigrant Aid Society, a famosa HIAS – para nossa terra prometida: Brasil, País do Futuro, e Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa. Tentávamos continuamente substituir o desânimo pelo entusiasmo! Durante esse tempo, quem conseguia nos dar força foi minha mãe que sempre repetia: “Tivemos a vida salva, estamos vivos, vejam o que aconteceu aos nossos irmãos europeus!”
Ao chegar ao Brasil, em janeiro de 1960, percebemos que o idioma que havíamos aprendido nos livros, em sua variante de Portugal, de pouco nos servia. A HIAS nos levou, como a outras famílias egípcias, a um hotelzinho da Rua Correia Dutra, no bairro do Catete. A grande emigração egípcia ocorreu em 1957 e estes refugiados haviam sido abrigados num hotel da Praça Onze; agora, dois anos depois, já moravam em apartamentos, haviam encontrado trabalho, e falavam razoavelmente o português. O Grande Desespero deles tinha dado lugar à Grande Esperança, mas para nós, tudo começava. Após a Guerra do Suez, Felizmente, dois irmãos de minha mãe durante vários meses, já haviam se estabelecido no Rio de Jameu pai continuou indo neiro e lhe proporcionaram um pouco do aconchego familiar que havia perdido ao escritório, mas minha quando da emigração. mãe havia preparado uma Eu tive a sorte de achar um emprego malinha com roupa de imediatamente. Isto é, chegamos numa inverno caso batessem à nossa porta no meio da segunda-feira e na quinta-feira já estava trabalhando no escritório da Mesbla, a grande loja de departamentos que marnoite. Imagine se alguém cou gerações de cariocas. Porém, mal eu conseguia dormir! abria a boca um auxiliar de escritório começava a rir. Fazer o quê? Levar na esportiva! As outras colegas, gentilíssimas, me corrigiam e devo a elas ter aprendido a conjugar os verbos e a formular frases corretas. Era muito difícil para meus pais, ambos com 50 anos de idade, manter o bom humor e a esperança, apesar de terem encontrado aqui alguns conhecidos. Meu pai levou um mês para achar um trabalho, muito abaixo de suas qualificações, num escritório onde o chefe era arrogante e inexperiente. No entanto, um ano após a nossa chegada, havíamos conseguido juntar algum dinheiro para reembolsar a HIAS. Acomodamo-nos como pudemos. O bom era ter saído do hotel. As humilhações que o chefe impunha ao meu pai pouco a pouco foram cedendo lugar ao respeito e à consideração. O propósito dele era trabalhar representando no Brasil as mesmas firmas com que já trabalhara no Egito; mas ele buscava primeiro, porém, entender as peculiaridades do mercado brasileiro, o que acabou acontecendo com sucesso alguns anos mais tarde. Nos seis primeiros meses, meu pai e eu nos encontrávamos para almoçar juntos. Almoço? Um salgadinho e um suco de laranja. Aos poucos nosso almoço foi melhorando: dois salgadinhos e um suco de laranja! Não havia vale-refeição nos anos 1960. A HIAS antecipava-se a todas as nossas dificuldades e meu pai fez a si mesmo a promessa de que, assim que fosse possível, não somente reembolsaria integralmente toda a generosidade recebida como continuaria colaborando para ajudar outras pessoas. Promessa cumprida. Eu, com 20 anos de idade, tive bem menos dificuldades que meus pais para me adaptar à nova vida: encontrei alguns amigos de Alexandria com quem, no sábado à noite, ia ao cinema e na saída saboreávamos um cachorro
quente e um milk shake no Bob’s. Meus colegas de trabalho me apreciavam e meu chefe me valorizava. Seis meses mais tarde, tendo adaptado minha estenografia para o português, consegui um emprego melhor. Quem muito sofreu foi minha irmã que chegou ao Rio com 11 anos, no início da adolescência. As escolas judaicas tinham oferecido um ano de bolsa aos filhos dos imigrantes e refugiados judeus egípcios (diga-se de passagem que o colégio Max Nordau não aceitou o reembolso que meu pai ofereceu um ano mais tarde). As roupas dela ficaram pequenas, e cadê dinheiro para comprar outras? Por outro lado, acostumada a ser excelente aluna, tropeçava com algumas palavras. Nunca é fácil a integração, e talvez menos ainda nesse período já difícil da adolescência.
Contratempos
Minha família sofreu bastante no que diz respeito à saúde. Depois de todo mundo estabelecido, eu e meu pai ganhando razoavelmente bem, minha mãe, que no meio tempo havia perdido 15 quilos, teve o que hoje é chamado “depressão pós-traumática”, algo meio desconhecido na época. Não conseguia sair da cama. Não conseguia levantar o braço para se alimentar. Nenhum médico descobria a doença que a afligia, até que conhecemos um jovem psiquiatra, recém-formado, que nem consultório ainda tinha e, maravilha das maravilhas, entendia o francês. Foi depois dessas sessões de terapia que minha mãe começou a melhorar e retornar a uma vida praticamente normal, cumprindo todas as suas obrigações e até levando uma vida social modesta.
No meio tempo eu me casei e, no início de meu casamento, meu marido foi vítima de um erro médico que lhe custou a vista de um olho. Alguns anos mais tarde, vítima de outro erro médico, meu pai teve parte da face mutilada! E para encerrar, minha mãe foi atropelada por um ônibus. Sobreviveu, conseguia caminhar, mas nunca mais meus pais tornaram a sorrir, a não ser para os netos. Minha mãe acabou falecendo de uma infecção hospitalar.
A HIAS antecipava- Se não fossem esses transtornos, pose a todas as nossas deria dizer, sem exagero algum, que, de dificuldades e meu todos os países para onde os judeus egípcios emigraram, o Brasil foi o mais acopai fez a si mesmo a lhedor. O povo, longe de ser ressentido promessa de que, assim com os recém-chegados, nos ajudava em que fosse possível, não nossa integração. somente reembolsaria integralmente toda a Em 1989, trinta anos após minha partida, meu marido e eu, acompanhados do nosso filho mais velho, visitamos generosidade recebida Alexandria e o Cairo. Apesar da gentilecomo continuaria za das pessoas, e da oportunidade de rever colaborando para ajudar tantos pontos turísticos, o retorno deixou outras pessoas. claro para mim que, como o título do livro de memórias de Albert Oudiz, Je viens d’un pays qui n’existe plus, venho de um país que não existe mais. Tivemos o alívio de ver sinagogas em excelente estado, e conhecer os últimos judeus, todos bem idosos, que ainda lá viviam. Mas o país estava quase que irreconhecível. Naquele momento, dei-me conta que nossa partida, por dolorosa que fosse, acabou poupando-nos de contrariedades e amarguras ainda maiores. Continuo, no entanto, a sentir um carinho profundo e a desejar o melhor ao Egito, que foi terra de oportunidades para a família do meu marido e de refúgio para a minha. Que venha a paz plena, e que todo o Oriente Médio realize seu potencial na harmonia e na prosperidade. Para nós, judeus egípcios, o passado continua sempre vivo, como escreveu tão bem William Faulkner. Que esse e tantos outros depoimentos contribuam para trazer ao conhecimento das novas gerações uma bonita época da história judaica moderna, assim como os egiptólogos, com suas escavações, ressuscitaram uma civilização que havia sido quase esquecida sob as areias do deserto. Agora, podemos dar um grande “Muito obrigado” a Nasser. Só lamento profundamente o sofrimento dos mais velhos, mas, sabendo do sucesso de seus filhos e netos, posso assegurar que diriam “valeu a pena”. (Rio de Janeiro, junho de 2014) O texto, gentilmente cedido à Devarim, é uma redução e adaptação das memórias completas de Clementine Pinto. Quem se interessar por receber o texto completo deve encaminhar um mail com o pedido para danielpintobrazil@gmail.com.




