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Alessandra Sussmann Cohen
shalom aleichem: uma canção milenar criada no sÉculo 20
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alessandra sussmann cohen
Ao longo da história da música judaica, podese observar que as ondas musicais perpassam por todas as correntes do judaísmo, sem se importar com sua vertente específica e quebrando, então, os mitos das propriedades exclusivas. Sua permanência se dá em mérito de sua utilidade ou encantamento. A transformação, a releitura e a adaptação acontecem naturalmente, viabilizando, portanto, a existência de trocas e influências, tanto internas, quanto externas, típicas da nossa trajetória históricocultural.
Um importante elemento que permite essa quebra do preconceito em relação a uma melodia específica está relacionado ao conceito do “resgate”, muito explorado na música chassídica. Lidase, pois, com a canção por si só, apreciando a sua função e seu efeito, que são muito mais importantes do que uma aprovação de procedência. Como consequência, determinadas canções são tão incorporadas pela comunidade que chegam a se confundir com a “tradição”.
Como um excelente exemplo, vejase a clássica canção Shalom Aleichem, cantada por diferentes linhas religiosas judaicas espalhadas pelo mundo inteiro, desde os chassidim em volta da mesa de shabat de suas próprias casas, à rotina escolar cultivando e celebrando o shabat. Observase, ainda, que muitas das partituras, publicações ou coletâneas de Zemirot LeShabat (canções para shabat) classificamna como “tradicional” ou “chassídica”, justamente pelo desconhecimento de seu compositor.
Entretanto, ao realizar uma pesquisa simples é possível descobrir sua autoria, resultando, pois, numa desconfiança da veracidade dos fatos tão contraditórios e instigando a dúvida: será possível que a “tradicionalíssima e quase universal” Shalom Aleichem tenha sido composta somente no início do século passado por um rabino que nem chassídico era?
Dando continuidade a uma investigação mais profunda, a resposta à indagação é sim. Realmente a música Shalom Aleichem foi composta pelo rabino Israel Goldfarb em 1918, um rabino formado pela Jewish Theological Seminary em Nova York (1902), cuja linha é conservadora (e, portanto, não ortodoxa, muito menos chassídica), além de ser fundador da Escola de Música Sacra do Hebrew Union CollegeJewish Institute of Religion (1949), ou seja, o seminário rabínico reformista, comprovando, assim, como uma música de uma procedência particular é capaz de se articular, sem problemas, por todas as outras linhas.
Aliás, tanto o próprio rabinomúsico quanto seus familiares testemunharam e se surpreenderam com a velocidade na qual a canção se espalhou, necessitando, portanto, de seus relatos a respeito da composição em diferentes épocas.
Notase que este obscurantismo se mantém até hoje, podendo constatálo mediante as publicações coletadas pelo The Synagogue Journal, lançado em 2006 em caráter comemorativo aos 150 anos de aniversário da Kane Street Synagogue, a Congregation Baith Israel Anshei Emes do Brooklyn, Nova York. Duas foram as edições destinadas a este assunto, as de números 6 e 49, datadas de 10 de fevereiro e de 8 de dezembro respectivamente.
Na primeira, constam matérias interessantíssimas, tais como curiosidades a respeito de suas composições e relatos sobre a atuação do rabino na sua Congregação; um artigo escrito na página 5 pelo neto do rabino Israel Goldfarb, o rabino Henry D. Michelman, destinado à Enciclopédia Judaica, em que narra a biografia de Goldfarb e sua “Shalom Aleichem Goldfarb’s”, através do trecho de suma relevância1: “Ele compôs a melodia para o mundialmente famoso hino da tarde de sábado ‘Shalom Aleichem’ em 1918. Foi registrado e publicado pela primeira vez no final daquele ano em seu ‘Friday Evening Melodies’”; além de citar as palavras do próprio compositor a respeito da divulgação de sua música: “Muitos passaram a acreditar que esta música foi transmitida do Monte Sinai por Moisés”.
Na página 6 temse a oportunidade de ler a carta escrita pelo próprio Israel Goldfarb em 1963, esclarecendo a origem da popular e polêmica melodia a pedido do chazan Pinchas Spiro, que durante os anos de 1961
1966 serviu à comunidade do Temple Beth Am, em Los Angeles, para apresentar ao seu mentor Max Helfman, através do qual, e para seu espanto, pode observar a “Shalom Aleichem Goldfarb” descrita como uma melodia de origem chassídica no repertório de “Sabath Chants and Zmirot”, uma coleção compilada e harmonizada para “Brandeis Camp Institute of Santa Susanna”. Entretanto, o chazan não teve a oportunidade de mostrar esta carta a Helfman, que faleceu com a dúvida em 9 de agosto de 1963:2
Inquérito sobre a origem da melodia de Shalom Aleichem. A carta está na Ratner Center Library at JTS.
Querido Hazzan Pinchas Spiro,
Tenha certeza de que a melodia originou comigo mesmo e sozinho.
Eu compus a melodia há 45 anos (1918), enquanto estava sentado em um banco perto da estátua Alma Mater, em frente à Biblioteca da Columbia University, em Nova York. Comecei a cantarolar para mim mesmo, tirei uma folha de papel de música da minha pasta e anotei. Foi numa sexta-feira, que pode ser a razão pela qual a melodia e as palavras me vieram à mente simultaneamente. Além disso, eu estava trabalhando naquele momento na minha “Friday Evening Melodies” que foi publicada em 1918. A popularidade da melodia não só viajou por todo o país, mas por todo o mundo, de modo que muitas pessoas passaram a acreditar que a canção havia sido transmitida no Monte Sinai por Moisés.
Recebi inúmeros pedidos de rabinos, cantores e compositores para dar-lhes permissão para usar a melodia em suas coleções de música, e fui liberal ao conceder tal permissão. Alguns foram generosos o suficiente para reconhecer a autoria. Um grande número de editores, alguns em Israel, não sabendo a origem da melodia, simplesmente escreveu “Tradicional” ou “Chassídica”. Mas o fato é que eu sou o compositor, e a melodia foi registrada por mim e arquivada na Biblioteca do Congresso em 1918.
Eu escrevo isto para você, a fim de silenciar de uma vez por todas as muitas reivindicações ao contrário. Israel Goldefarb, 10 de maio de 1963.
Graças à valorização Algo novo para ensinar judaica à tradição oral, Shalom Aleichem Foi editada também, nesta mesma página, uma conversa com a filha do rabino, em 20 de junho de 2003, na qual ex
“viajou de volta ao punha o contexto em que a melodia foi Monte Sinai, por assim escrita: dizer: tornou-se tão Meu tio Samuel Goldfarb era naquele universalmente cantada tempo – eu não sei exatamente qual era o seu título –, mas naquela época havia uma que os judeus nos Bureau of Jewish Education na maior área Estados Unidos tinham de Nova York, e ele estava no comando do certeza que seus avós e departamento de música. Eu não sei exatabisavós haviam trazido mente quais foram as suas funções, mas ele a melodia de lugares estava em contato com todas as escolas da Grande Nova York. Eu acho que isso sigantigos e distantes para nificava Norte da New Jersey, toda a área. este país.” Um dia ele chamou meu pai e disse que iria ter uma reunião muito grande de todas as crianças judias no Madison Square Garden. Eu não sei se o programa estava relacionado com a Palestina. Houve reuniões coletivas de tantos em tantos anos e esta foi particularmente para as crianças. Naturalmente, as crianças da escola não poderiam vir sozinhas, então os pais estavam lá. Ele disse ao meu pai que queria algo novo para ensinar. Algo cativante e melódico que eles aprendessem com facilidade e que seriam capazes de cantar em uníssono quando chegassem a esse comício. Ele não lhe deu qualquer orientação, tanto quanto sei, apenas pediu algo apropriado para uma escola judaica. Meu pai estava em Columbia naquele tempo... ele estava lá com seu almoço, o ‘brown-bagging’ [marmita], sentado no campus durante a refeição. Ele estava procurando algo para escrever, e tudo que encontrou foi uma carta no bolso. Assim, ele tirou a carta e abriu o envelope e passou a lápis a escala musical e começou a cantarolar para si mesmo. E é assim que ele cantarolava através de Shalom Aleichem. E ele foi para casa. Ele não tocou no piano, ele costumava tocar com um dedo no ar e cantou isto. Ele chamou seu irmão e perguntou o que ele achava. Seu irmão adorou, então ele mandou para ele. E seu irmão tinha copiado e ele mandou-a para todas as escolas que estavam em sua jurisdição. E quando eles se reuniram no encontro, as crianças cantaram e os pais cantaram e com o passar do tempo virou um hit nacional. Bella Goldfarb Lehrman
Símbolo musical
A segunda edição do jornal foi dedicada exclusivamente ao rabino Israel Goldfarb, com um retrato seu de 1916; um esboço biográfico de 1940; seu Childrens Jewish Education de 30 de janeiro de 1938; as publicações de Goldfarb – Títulos e música; Mensagem do rabino em honra à Celebração do Centenário em 1955; um memorial em sua homenagem publicado em 4 de junho de 1967; a notícia de seu falecimento em 14 de fevereiro de 1967; além da esclarecedora “The Journey of a Hebrew Melody: rabbi Israel Goldfarb’s Shalom Aleichem”, redigida por seu neto, o rabino Henry D. Michelman, para o jornal Rayonot, uma publicação da Sinagoga Park Avenue, de Nova York.
Nessa matéria é possível perceber como esta canção se tornou um dos símbolos da música judaica. Michelman conta que tudo começou “de mesa em mesa”, através de convidados e de seus cinco irmãos e cinco irmãs apaixonados por música que compartilhavam juntos o shabat. É através de um relato de um convidado de uma dessas noites que se demonstra o “rumo de uma longa viagem musical”:
Jacob Lefkowitz recorda que quando era jovem estudava na Yeshiva Torah V’Daas no Brooklyn e que ele era um convidado regular para o shabat na casa de Nathaniel David, o pai de Israel Goldfarb. “Nossonl Dovid” ele mesmo era um compositor de melodias maravilhosas. À sua mesa Jacob Lefkowitz ouviu o Shalom Aleichem e muitas outras melodias para o z’mirot Shabat, as quais ele carregava consigo para a Young Israel de Cleveland. Ele me disse que a música viajou de Cleveland para Chicago, para Denver, dentro do movimento Jovem Israel, uma vez que, certamente e simultaneamente, entrou no mundo maior congregacional. O rabino David Lincoln aprendeu o Goldfarb Shalom Aleichem à mesa do shabat de seu pai, Ashe Lincoln, em Londres, e ele lembra seu avô Reuben cantando também. O rabino Lincoln me disse que ao longo de suas extensas viagens ao redor do mundo se podia contar sobre a audição de uma melodia e, de fato, em qualquer mesa de shabat cantava-se a Goldfarb Shalom Aleichem. Na verdade, os Goldfarbs e seus amigos ajudaram a reforçar o empenho do então recém-criado movimento Jovem Israel para o canto congregacional, uma prática não popular no século 19 ou no início do século 20. 3 Henry Michelman, pp.6768.
O “passo” seguinte foi decorrente de “Congregação para Congregação” tal como o rabino Henry descreve:
A melodia Shalom Aleichem de Goldfarb foi publicada pela primeira vez na Friday Evening Melodies (1918), The Jewish Songster (1919), e Song and Praise for Sabbath Eve (1920). Dezenas de milhares destes livros foram usados nas sinagogas e escolas em todo o país. Que continham
Ruggiero_S / iStockphoto.com Revista da Associação Religiosa Israelita-ARI | devarim | 47

canções melódicas, que eram fáceis de cantar e apelou para uma nova geração de judeus americanos. 4
De volta ao Monte Sinai
E, consequentemente e graças à valorização judaica à tradição oral, Shalom Aleichem “viajou de volta ao Monte Sinai, por assim dizer: tornouse tão universalmente cantada que os judeus nos Estados Unidos tinham certeza que seus avós e bisavós haviam trazido a melodia de lugares antigos e distantes para este país.” (Michelman, Henry D., p. 69). Tal como comprovado na narração abaixo:
Quase 50 anos atrás o rabino Morris Kertzer escreveu que, ao visitar a Índia, ouviu um judeu indiano cantando a Goldfarb Shalom Aleichem. Quando ele lhe perguntou onde ele tinha aprendido aquela melodia, o judeu indiano lhe disse que “desceu pela tradição de seus antepassados”. Membros da família viajaram para a Rodésia, na Palestina, e outros lugares distantes, onde ouviram o nosso Shalom Aleichem e trouxeram de volta relatórios semelhantes.
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Entretanto, vale ressaltar que essa jornada só foi possível em mérito do ideal que o conservador rabinochazan possuía em prol das composições melódicas simples destinadas aos membros da congregação não treinados, permitindolhes uma aprendizagem fácil e rápida, capaz de estimular o gosto pelo canto participativo nos serviços religiosos e em seus lares.6
Talvez devido a este conceito de um “judaísmo para o judeu simples” faz de “Shalom Aleichem Goldfarb” ser confundido com um nigun tradicional chassídico. Aliás, mesmo sabendo de toda sua origem e procedência, permitese afirmar que se trata sim de um nigun chassídico justamente pelos sentimentos despertados em quem o canta e pela preparação de um ambiente propício para o shabat. Uma canção sem dificuldades, com repetições e que, além de penetrar a mente, penetra a alma, conduzindoa ao Infinito, ou seja, uma melodia com raiz conservadora e frutos chassídicos.
Dispõese em quatro versos que, segundo o costume, deverão ser repetidos três vezes cada para reforçar e fortalecer as boasvindas aos anjos:7 O ponto comum de Shalom Aleichem, Malachei Hasharet, Matodos os nigunim é serem capazes de lachei Elyon, Mimelech Malchei Hamelachim, Hakadosh Baruch Hu (3x) Que a paz esteja convosco, anjos servidoresumir todo o seu res, anjos do Altíssimo, do supremo Rei grupo maior num dos reis, o Santo, bendito seja Ele. objetivo só: conduzir um judeu, qualquer que Boachem Leshalom, Malachei Hashalom, Malachei Elyon, Mimelech Malchei Hameseja a oportunidade, a lachim, Hakadosh Baruch Hu (3x) ter momentos de alegria Bemvindos, anjos da paz, anjos do Altíse exaltação resultantes simo, do supremo Rei dos reis, o Santo, de uma experiência bendito seja Ele. espiritual ímpar. Barchuni Leshalom, Malachei Hashalom, Malachei Elyon, Mimelech Malchei Hamelachim, Hakadosh Baruch Hu (3x) Abençoaime com paz, anjos da paz, anjos do Altíssimo, do supremo Rei dos reis, o Santo, bendito seja Ele Tsetchem Leshalom, Malachei Hashalom, Malachei Elyon, Mimelech Malchei Hamelachim, Hakadosh Baruch Hu (3x) Que vossa partida seja em paz, anjos da paz, anjos do Altíssimo, do supremo Rei dos reis, o Santo, bendito seja Ele.
Sentido místico
A letra é bastante antiga e não se sabe se, antes de Goldfarb, era cantada numa outra melodia ou simplesmente recitada. No livro Shabat Shalom, guia prático para desfrutar o shabat em casa, o rabino Avraham Tsvi Beuthner proporciona uma explicação bem clara a respeito da prática ritualística e analítica desta poesia: Ao retornar da sinagoga, na noite do shabat, os membros da casa cantam ou recitam esta canção, o “Shalom Aleichem”, de pé, cada um em seu lugar em volta da mesa, como parte das preparações para a cerimônia do kidush. “Shalom Aleichem” (Bem-vindos sejam!) é um cântico de louvor, composto há uns 450 anos por um desconhecido poeta cabalista, recitado na noite de shabat, dando boas-vindas aos anjos celestiais. Está baseado em um trecho do Talmud (Shabat 119b) onde consta que um anjo bom e outro mau acompanham às suas casas todos aqueles que voltam da sinagoga na sexta-feira à noite. Se eles encontram a casa preparada para o shabat, a mesa festivamente posta, com velas reluzentes e toda a família vestida em suas melhores roupas,

o anjo bom diz: “Que o próximo shabat seja como este!”, e o anjo mau responderá, mesmo contra a sua vontade: “Amém, que assim seja!” Caso contrário, acontecerá o inverso, e o anjo bom terá de dizer “Amém”.
Assim podemos entender melhor o profundo sentido místico desta canção: Primeiro nos dirigimos aos anjos chamando-os de “malache hasharet” – “anjos a serviço do Eterno” –, pois, como todo anjo, ele também tem a sua tarefa a cumprir: eles estão “investigando” o nosso shabat. Depois, ao ver o esplendor do shabat em nossa casa, os anjos deixam de se opor um ao outro e se unem, sendo então chamados de “malache hashalom” – “anjos da paz” –, e esta paz que o nosso shabat provocou entre eles acaba trazendo paz e benção para o nosso lar.
Rabino Avraham Tsvi Beuthner, p. 29.8
Na continuidade da recitação, no início das três estrofes seguintes, os anjos da paz são convidados a entrar (Boachem Leshalom), a abençoar a casa (Barchuni Leshalom) e, finalmente, a deixar em paz (Tzetchem Leshalom).9 Vejase a explicação de Rav Beuthner sobre a razão pela qual os anjos são solicitados a sair:
O curioso é que na última estrofe do “Shalom Aleichem” convidamos os anjos, educadamente, a ir embora. Por quê? Pois neste momento em que estamos prestes a iniciar a primeira refeição do Shabat não poderíamos convidar os anjos a compartilhar conosco desta refeição – pois os anjos não comem. Este é o motivo pelo qual nós os convidamos a se retirar, honrosamente, ainda antes do kidush. Rabino Avraham Tsvi Beuthner, p. 30.10
Destaque aos “coloridos
Apesar da existência dos quatro versos, a melodia foi composta em apenas duas partes, sendo a segunda mais aguda que a primeira.11 Durante a mesa de shabat, e como já observado, cada qual deve ser reproduzido três vezes. Ao que parece, a escolha do uso de uma parte ou outra para cada repetição depende da tradição ou rotina de cada oficiante, podendo, pois, cantar duas vezes a parte grave e uma vez a aguda, ciclicamente até completar todas as estrofes ou revezando entre a grave e a aguda até o final. Não estando no momento da refeição noturna do shabat, existe ainda a opção de se cantar de maneira resumida uma única vez cada verso, sendo neste caso, de maneira geral, seguida a alternância melódica. Cabe alertar que, originalmente na partitura, a sequência indicada seria grave, agu
do, agudo e grave. Sendo assim, concluise a irrelevância da série musical a ser adotada, dandose destaque aos “coloridos” contrastantes que surgem inesperada e, por fim, agradavelmente aos ouvidos.
Chegase, então, ao ponto comum de todos os nigunim de uma forma geral, capazes de resumir todo o seu grupo maior num objetivo só: conduzir um judeu, qualquer que seja a oportunidade, a ter momentos de alegria e exaltação resultantes de uma experiência espiritual ímpar.
Assim, fica fácil compreender o quão benéfica é a influência de uma música de forma ilimitada e desprovida de fronteira alguma, que, no caso, provém do chassidismo, mas que poderia ser de outra linha ou até mesmo de outra cultura qualquer, tal como já ocorreu tantas vezes e que, certamente, continuará acontecendo. E é desta forma, entre adaptações e trocas, que os judeus da diáspora vêm existindo, se mantendo e se transformando.
Notas
1. Todos os trechos retirados nesta pesquisa foram traduzidos para o português pela autora. 2. Apud Michelman, Henry D. The Journey of a Hebrew Melody: Rabbi Israel Goldfarb’s
Shalom Aleichem. In: Rayonot, In: The Journal of Synagogue, December 8 2006, Issue 49, p. 70. 3. Michelman, Henry D. The Journey of a Hebrew Melody: Rabbi Israel Goldfarb’s Shalom Aleichem. In: Rayonot, In: The Journal of Synagogue, December 8 2006, Issue 49. 4. Idem, p. 69. 5. Idem, pp. 6970. 6. The Journal of Synagogue, December 8 2006, Issue 49. In: Michelman, Henry D.
The Journey of a Hebrew Melody: Rabbi Israel Goldfarb’s Shalom Aleichem. In: Rayonot, p. 73. 7. http://www.headcoveringsbydevorah.com/ShalomAleykhem.html 8. Beuthner, Avraham Tsvi. Shabat Shalom, guia prático para desfrutar o shabat em casa, p. 29. 9. http://www.nationmaster.com/encyclopedia/Shalomaleichem 10. Beuthner, Avraham Tsvi. Shabat Shalom, guia prático para desfrutar o shabat em casa, p. 30. 11. Para se obter uma apreciação auditiva de Shalom Aleichem, de Israel Goldfarb, acesse o site http://www.youtube.com/watch?v=MfYk6hOkQ, interpretada por
Itzhak Perlman ao violino.
Alessandra Sussmann Cohen é professora de shirim (canções) na ARI e nas escolas A. Liessin e Eliezer-Max do Rio de Janeiro, além de proprietária da Bonarte Academia de Música. Ela é formada em Design gráfico e tem Licenciatura em Educação Musical pela UFRJ e duplamente pós-graduada em Estudos Judaicos pela PUC-RJ e pela Hebrew University of Jerusalem – The Melton Centre for Jewish Education.


