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David Breakstone
a visão de herzl, o nosso desafio
Uma entrevista com o fundador de Israel
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“Tudo o que cultivarem não terá qualquer valor e seus campos voltarão a ser estéreis, caso não cultivem também a liberdade de pensamento e expressão, a generosidade de espírito e o amor pela humanidade. São estas as coisas que devem ser amadas e protegidas.” (Theodor Herzl)
david Breakstone
Criei o ritual de visitar o túmulo de Herzl todos os anos por ocasião do aniversário dele, quando Israel celebra oficialmente a vida e os feitos de seu fundador. Vou me deixando ficar por ali depois que a multidão se dispersa ao final da cerimônia na esperança de vislumbrar este nosso herói da moderna autodeterminação judaica e talvez de poder trocar algumas palavras com ele. Este ano, dei sorte. Concordou em conceder-me uma entrevista completa, por estar preocupado com o atual estado de coisas no Estado de Israel.
DB: Já se passaram 64 anos do nascimento do Estado judaico dos seus sonhos. Dado que...
Herzl: Desculpe-me, mas preciso corrigir o que disse. Este não é o Estado judaico dos meus sonhos.
DB: Como assim?
Herzl: Há mais de um século eu declarei no Congresso Sionista: “Todos aqueles que hoje estão preparados para arriscar suas vidas pela causa se arrependerão de terem levantado um simples dedinho caso não sejamos capazes de organizar nada além de um novo sistema social, ao invés de um que seja mais íntegro”.
DB: E não foi isto que fizemos?
Herzl: Por onde gostaria que eu começasse? Pelas 400.000 famílias que sofrem de “insegurança nutricional”, o eufemismo para “fome” na sua Israel? Segundo o último relatório do Instituto Nacional de Seguros, 24% dos cidadãos e uma de cada três crianças vivem abaixo da linha de pobreza. Ou quem sabe
As fotografias deste artigo são da inauguração da ala audiovisual do Museu e Centro Educacional Herzl, localizado no Monte Herzl, em Jerusalém, Israel.
pelas crianças que não são cidadãs? Existem centenas, filhas de trabalhadores estrangeiros, correndo risco de serem deportadas.
DB: Mas entraram aqui ilegalmente...
Herzl: E o que dizer das crianças árabes que não são ilegais, são cidadãs do país e, portanto, têm total igualdade de direitos garantida por lei? Como é que você me explica que elas frequentem um número menor de horas escolares que as crianças judias da mesma idade, em salas de aula com um número muito maior de alunos, o que leva a uma evasão escolar proporcionalmente muito mais alta que a média nacional?
DB: Mas elas vêm de uma cultura diferente, com necessidades diferentes...
Herzl: Tenho conhecimento destas necessidades. Mas e quanto ao fato de que vocês gastam per capita nos serviços sociais para crianças árabes a metade do que gastam para crianças judias? Vocês estão muito distantes de criar o tipo de sociedade no qual um ministro árabe no governo israelense poderia fazer um pronunciamento semelhante ao de Reishid Bey, o ministro árabe que eu criei no meu livro Altneuland¹: “Os judeus nos enriqueceram. Por que deveríamos ter raiva deles? Vivem entre nós como irmãos. Por que não deveríamos amá-los?” Entendo que existem razões para as desigualdades e seria muita presunção da minha parte sugerir como vocês poderiam resolver todos esses problemas, mas nem por isto vou deixar de dizer o que estou vendo e nem vou hesitar em lembrar a vocês quais foram as instruções explícitas que formaram o meu legado: “O povo judeu, ao recuperar a sua antiga terra pátria, deverá estender direitos civis, humanos, sociais e políticos ao povo que ali já se encontrar”. Eu, de verdade, reconheço e aprecio muito o que vocês incluíram em sua Declaração de Independência a este respeito, afirmando que o Estado de Israel “assegurará completa igualdade de direitos sociais e políticos a todos os seus habitantes, qualquer que seja sua religião, raça ou sexo”, mas eu não estaria sendo honesto se não lhe dissesse que fico perturbado ao ver o abismo existente entre as suas proclamações e a realidade que salta aos olhos.
DB: Mas é que esta realidade é tão complexa. Nós...
Herzl: Longe de mim tecer julgamentos, mas preciso dizer-lhe que não é só a minoria árabe que se sente privada de seus direitos civis. Observe o que está acontecendo neste exato momento em alguns dos bairros mais pobres de suas cidades. Os refugiados e ilegais que chegam do Sudão e da Eritréia têm medo de sair de suas casas. Eu me solidarizo com os problemas que a presença deles causa a vocês, mas não posso perdoar o preconceito que veio à tona. Mais de um século atrás deleguei ao povo judeu a seguinte tarefa: “Formem o seu Estado de tal maneira que o estrangeiro se sinta confortável entre vocês”. Não foi isto o que vocês fizeram. Já era bastante ruim quando estes migrantes vinham sendo explorados por empreiteiros inescrupulosos, mas agora eles também enfrentam discriminação virulenta e até violência nas mãos dos seus vizinhos judeus. Vocês ainda têm muito trabalho pela frente antes que possamos dizer que alcançaram os padrões fundamentais da nossa tradição. Meu sonho nada mais era do que uma articulação contemporânea do antiquíssimo decreto de Levítico: “Quando um estrangeiro residir contigo em tua terra, não o prejudicarás. O estrangeiro que reside contigo será para ti como um dos teus cidadãos”.
DB: Mas preste atenção no que conseguimos fazer. As inovações tecnológicas, os notáveis avanços médicos, os progressos na agricultura, a transformação do deserto em...
Herzl: Eu me orgulho tanto quanto você de todas estas conquistas, mas a mensagem que a minha visão idealizara para os habitantes da Nova Sociedade era bem explícita: “Tudo o que cultivarem não terá qualquer valor e seus campos voltarão a ser estéreis, caso não cultivem também a liberdade de pensamento e expressão, a generosidade de espírito e o amor pela humanidade. São estas as coisas que

devem ser amadas e protegidas”. Eu acreditava nisto naquela época e ainda acredito nisto agora.
DB: Eu pensava que a sua preocupação fosse que nós simplesmente estabelecêssemos um lugar seguro para os judeus viverem...
Herzl: Não, não, não! Realmente isto era parte do meu plano, mas só uma parte. O sonho era muito maior do que isto. Uma das últimas coisas que escrevi antes de falecer foi que “verdadeiramente creio que, mesmo depois de tomarmos posse de nossa terra, o sionismo não deixará de ser um ideal, pois o sionismo engloba não só o desejo de um pedaço de terra prometida legalmente adquirida para o nosso povo exausto como também o desejo de realização ética e espiritual”. Confesso que esperava muito mais de vocês.
DB: Está sugerindo que o sionismo falhou e que deveríamos abandonar o esforço?
Herzl: Deus nos livre! Posso estar desapontado, mas não sou derrotista. Agora não é o momento de abandonar o ideal e sim de abraçá-lo, de inspirar a próxima geração para que assuma a tarefa de seus antepassados. Eu já disse isto antes e vou repetir: “Uma comunidade precisa ter um ideal, porque é isto que nos impulsiona. O ideal está para a comunidade como o pão e a água estão para o indivíduo. E o nosso sionismo, que nos trouxe até aqui e vai continuar nos levando até alturas desconhecidas, nada mais é que um ideal, infinito e interminável”.
DB: Acha que temos a capacidade de trazer de volta este sentido de sonho?
Herzl: Os líderes da Organização Sionista Mundial já fizeram isto. Quero lembrá-lo que por ocasião do centésimo aniversário da minha morte foi adotado um novo Programa de Jerusalém, uma revisão contemporânea do manifesto sionista publicado no primeiro Congresso Sionista, em 1897. O ponto principal é que lutemos pelo “fortalecimento de Israel como um Estado judaico, sionista e democrático, e o formemos como uma sociedade exemplar, dotada de um caráter moral e espiritual singular, marcado pelo respeito mútuo diante do multifacetado povo judeu, enraizado na visão dos profetas, lutando pela paz e contribuindo para que o mundo se torne melhor”. Isto não é visão?
“O povo judeu, ao recuperar a sua antiga terra pátria, deverá DB: Fantasia descreve melhor. Acha que estender direitos civis, estamos à altura do desafio? humanos, sociais e Herzl: “Todos os feitos do homem políticos ao povo que ali começaram com um sonho, e sonhos torjá se encontrar.” nar-se-ão”. (Theodor Herzl) DB: Perdão. Isto foi uma resposta à minha pergunta? Herzl: Olhe à sua volta, veja todas estas realizações de que você tanto se orgulha. São uma transposição colorida e vibrante do meu sonho em branco e preto. Mas como realizações acabarão sendo coisa alguma se não se transformarem na base dos novos sonhos de vocês. DB: Nós temos sonhos sim senhor, só que não são do tipo que você está descrevendo. Os nossos estão mais para pesadelos, cheios de escândalos e corrupção. No momento temos um ex-presidente preso por estupro, um ex-primeiro ministro sendo julgado por uso inapropriado de fundos públicos, dois ex-ministros na cadeia por roubo e abuso da confiança pública, e quem sabe quantos outros membros do Knesset sendo investigados. Conseguiram que toda a próxima geração ficasse cínica. Sexo. Dinheiro. Poder. Eu me sinto como se estivesse no palco de uma novela ruim, mais do que nas páginas de um romance utópico. Nossos políticos... Herzl: Ah, políticos. Eis aí o problema de vocês. No Estado judaico cuja existência eu imaginei eu poderia dizer: “A política não é um negócio e nem uma profissão. Nós conseguimos nos manter livres das manchas desta praga. As pessoas que tentam viver à custa de vomitar suas opiniões ao invés de viver do seu trabalho são rapidamente reconhecidas pelo que são. São desprezadas e acabam sem chance de fazer o mal. Nossos tribunais repetidamente sentenciam em processos de calúnia e difamação nos quais a expressão ‘político profissional’ é um insulto...” DB: Antes que você me faça ficar ainda mais deprimido permita-me mudar um pouco de assunto. Algum conselho com referência a Jerusalém? Herzl: Evidentemente. Comece lendo o meu diário, onde eu escrevi: ”Se algum dia Jerusalém viesse a nos per-
tencer”, eu escrevi, “começaria fazendo uma faxina”. Mas em meus sonhos eu fui muito além disto e sugeriria ao seu prefeito que ele fizesse o mesmo. Na minha Cidade Velha de Jerusalém “todas as edificações eram dedicadas a propósitos religiosos e de beneficência. Instituições assistenciais muçulmanas, judaicas e cristãs, hospitais e clínicas estariam umas ao lado das outras. E no centro de uma grande praça encontrava-se o esplêndido Palácio da Paz, onde aconteceriam congressos internacionais de cientistas e amantes da paz, já que então Jerusalém seria o centro de todos os melhores esforços do espírito humano: pela Fé, Amor, Conhecimento”.
DB: Um tanto universalístico, não lhe parece?
Herzl: Com toda certeza. Mas também muito judaico. Considero muito importantes a tradição e o sentido de pertinência judaicos. “O sionismo é a volta ao rebanho judaico antes até de ser uma volta à terra judaica”, declarei por ocasião do 1º Congresso Sionista, acrescentando que “é verdade que aspiramos por uma volta à nossa antiga terra, mas o que queremos ver naquela terra é um novo florescer do espírito judaico”.
DB: Receio vê-lo desapontado com o que aconteceu em vez disto. Tem alguma ideia do que está acontecendo no seu assim chamado Estado Judeu? Mulheres que se recusam a sentar na parte de trás dos ônibus sofrendo abusos por parte dos ultraortodoxos, os mesmos ultraor-


todoxos atacando fisicamente meninas que, segundo eles, não estão vestidas com a devida modéstia para irem à escola, as cortes rabínicas recusando-se a converter centenas de milhares de imigrantes russos que desejam desesperadamente fazer parte do povo judeu, a continuada negação da legitimidade do judaísmo liberal e conservador praticado pela vasta maioria dos judeus da Diáspora...
Herzl: Vocês deveriam ter seguido meus conselhos. Na primeira vez que abordei por escrito o assunto de um Estado Judeu, eu preveni sobre este problema que já estava prevendo em um horizonte distante. “Será que vamos acabar tendo uma teocracia?”, perguntava eu. “Não, de jeito nenhum. A fé nos une, e o conhecimento nos dá a liberdade. Portanto, impediremos quaisquer tendências teocráticas por parte de nosso rabinato de virem à tona. Manteremos nossos rabinos dentro dos limites de suas sinagogas da mesma maneira que manteremos nosso exército profissional dentro dos limites de suas casernas. Exército e rabinato receberão as altas honras que suas funções valorosas merecem. Mas não devem interferir na administração do Estado que lhes confere tais distinções, sob pena de causarem dificuldades internas e externas.”
DB: Então o que dizem a seu respeito é verdade, você realmente não queria um Estado judaico, e sim um Estado para os judeus.
Herzl: Não, é muito mais complicado do que isto. Concedo-te que Der Judenstaat², o manifesto sionista que eu escrevi, traz ambos os significados, contudo, muito mais importante do que entender o que eu realmente queria é tratar de entender o que vocês realmente querem. Nunca percam de vista que, em Altneuland, bem ao

lado do Palácio da Paz que descrevo, eu também reconstruo o Templo em toda a sua glória – e até me asseguro de que ele seja bem frequentado. E o que experimentou o protagonista de minha novela na primeira sexta-feira que passou aqui? “As ruas que ao meio dia estavam vivas e cheias de movimento agora estavam subitamente paralisadas. Muito poucos carros podiam ser vistos e todas as lojas estavam fechadas. Lenta e pacificamente o shabat foi descendo sobre a movimentada cidade. Multidões de fieis buscavam o seu caminho até o Templo e até às muitas sinagogas da Cidade Velha e da Cidade Nova, onde rezariam ao Deus cuja bandeira Israel carregou pelo mundo por milhares de anos.”
DB: Então a sua Jerusalém permaneceu unida.
Herzl: Unida, sim. Mas eu também estava preparado para internacionalizá-la assegurando a sua estatura e conseguindo que o Estado judeu fosse aceito dentro da família das nações.
DB: Esta seria a solução recomendável hoje em dia?
Herzl: As soluções que propus foram aquelas que acreditei serem as adequadas para o meu tempo. Cabe a vocês a proposta de soluções adequadas para agora.
DB: Que me diz de outras áreas? Algum conselho para o nosso primeiro-ministro?
Herzl: Ele precisa aumentar a prioridade dada à agenda social. A minha Altneuland deveria se tornar o modelo para a sua Tel Aviv que, como você talvez saiba, foi a maneira brilhante como Nahum Sokolov traduziu o nome do meu romance. Consideremos a saúde pública como um exemplo. Na sociedade que eu criei “deveríamos ter vergonha de mandar um paciente de um hospital para outro como se costumava fazer nos velhos tempos. Se não houvesse vaga em um hospital, uma ambulância saindo do seu próprio pátio levaria imediatamente o paciente para um outro onde houvesse disponibilidade de leitos”.
DB: Será que estamos fazendo ao menos alguma coisa certa?
Herzl: Bem, a decisão do seu ministro da Educação de
exigir uniformes escolares foi certamente um passo na direção certa – saiu direto do Altneuland. Eu escrevi que “não recompensaremos e nem puniremos nossas crianças pelas transações e negócios de seus pais. Cada geração recebe um novo começo. Assim, todas as nossas instituições educacionais são gratuitas, do ensino elementar até a Universidade Sion. Todos os alunos devem usar o mesmo tipo de roupa simples... Consideramos pouco ético identificar as crianças de acordo com a posição social ou financeira de seus pais. Seria prejudicial para todos. As crianças de famílias mais privilegiadas se tornariam preguiçosas e arrogantes, e as outras amarguradas”.
DB: Mas, olhando o quadro total, será que ainda seria possível consertarmos as coisas?
Herzl: Claro que sim. Vocês já fizeram coisas ótimas, e têm o potencial de fazer muito mais. “Porém”, citando as palavras que usei para terminar o meu romance e que vou usar para fechar esta entrevista, “se não houver a vontade da realização, tudo o que acabo de descrever é e continuará sendo uma lenda”.
E aqui Herzl teve que ir-se, e assim eu não pude pedir-lhe uma recomendação sobre como deveríamos proceder, mas imagino a continuação da nossa conversa assim: DB: Então que caminho seguimos daqui para frente?
Herzl: O primeiro passo é verdadeiramente querer criar aquela sociedade exemplar cuja existência eu imaginei.
“No centro de uma Herzl: Eu iria um passo à frente grande praça encontrava-se o esplêndido disto e viraria a sua pergunta de cabeça para baixo. Considerando-se a trapalhada em que vocês se meteram, como
Palácio da Paz, onde poderiam eles ser bons sionistas se não aconteceriam congressos criticassem? internacionais de cientistas e amantes DB: Nenhum limite? Herzl: Não foi isto que eu disse. É da paz, já que então preciso que eles sigam aquilo que eu chaJerusalém seria o centro mo de o A, B, C da crítica responsável. de todos os melhores “A” vem de afirmação. O crítico precisa esforços do espírito afirmar constantemente o direito que Ishumano: pela Fé, Amor, rael tem de existir e proclamar orgulhosamente a legitimidade fundamental da
Conhecimento.” ideia sionista. ”B” é de balanceamento. (Theodor Herzl) Não é aceitável criticar Israel sem reconhecer suas realizações extraordinárias, o idealismo que permeia a sociedade e a sua pertinaz busca da democracia. Temos dois “C”. O primeiro vem de contexto. É preciso que se veja e julgue Israel à luz das circunstâncias extraordinariamente difíceis em que nasceu e com as quais teve que lidar através de sua existência, assim como com referência à situação geográfica na qual sempre teve que lutar para sobreviver. O segundo “C” vem de construtivo. Criticar Israel só por criticar não é aceitável. Quaisquer acusações lançadas devem emanar de um desejo de melhorar as coisas, não de piorá-las. Sigam estas regras e quem sabe no ano que vem, quando nos encontrarmos, Israel vai estar um pouquinho mais perto de ter se tornado aquele Estado judeu com o qual eu sonhei, e pelo qual você estava me perguntando lá no começo.
Notas
DB: E o segundo?
Herzl: Não ter medo das críticas daquilo que vocês criaram no lugar daquela sociedade exemplar. Vocês só vão conseguir resolver os seus problemas depois que conseguirem reconhecê-los.
DB: Então você acha que os judeus da Diáspora têm direito legítimo de expressar sua desaprovação quanto ao que vem ocorrendo em Israel? Eles têm o direito de agir assim e continuar considerando-se bons sionistas?
1. Altneuland – Velha Nova Terra. 2. Der Judestaat – O Estado Judeu.
David Breakstone é vice-presidente da Organização Sionista Mundial e diretor fundador do Museu e Centro Educacional Herzl em Jerusalém. As opiniões aqui expressas são pessoais suas – e também de Theodor Herzl, de cujas obras as citações neste artigo foram extraídas.
Traduzido por Teresa Roth
