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Leila Danziger

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Paulo Geiger

Paulo Geiger

portais, amor e júbilo: um olHar artístico sobre a Ketubá

leila danziger

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Em 2007, a Fundação Adi Dermer, sediada em Jerusalém e dedicada a incentivar a produção artística contemporânea em contato com o judaísmo, organizou um seminário em torno da questão: Qual é a expressão judaica em arte e design? Artistas, historiadores da arte, escritores e rabinos tentaram responder à pergunta, gerando um conjunto de textos extremamente heterogêneo e significativo da complexidade da questão. O que há em comum a todas as respostas é apenas o vigoroso e livre embate com as tradições culturais e religiosas, numa perspectiva nada dogmática, sempre atenta aos desafios do presente, e voltada decididamente para a pluralidade.

Até meados do século 20, a pouca propensão do judaísmo para as artes visuais apresentava-se como uma verdade não contestada. A obediência ao segundo mandamento é ainda apontada por alguns como a causa de um suposto escasso desenvolvimento da visualidade na cultura judaica. No entanto, uma visão mais atenta e desconfiada de certas alegações nos ajuda a colocar em dúvida essa afirmação, mesmo antes do aparecimento da arte moderna, momento em que os artistas judeus inscrevem-se no panorama mais amplo da história da arte ocidental, sendo reconhecidos ao lado de artistas de outras origens culturais e nacionais.

Em um livro de título bastante provocativo – O judeu sem arte1 –, Kalman Bland afirma que a falta de representações de Deus não significa que a cultura judaica não praticasse várias modalidades de artes visuais, sempre relacionadas às práticas religiosas e comunitárias. O autor diz que a propalada ausência das As expressões artísticas judaicas guardam as marcas das migrações, da passagem pelas diversas culturas que acolheram os judeus, de modo mais ou menos feliz. Mantendo um eixo de valores tradicionais, as manifestações artísticas no judaísmo revelam um aspecto compósito, multifacetado, cuja vocação acentuada é o dinamismo, única forma de sobreviver em um mundo que lhe foi sempre hostil, em intensidades diversas, conforme o momento e o local.

Figura 1. Detalhe de uma Ketubá de Veneza, Itália, 1707, gravura colorida à mão sobre pergaminho.

artes visuais no judaísmo é uma construção recente, que passou a vigorar somente a partir do século 18. Aliás, basta uma visita aos museus judaicos espalhados pelo mundo para que se desfaça a confusão entre a pouca ênfase conferida à representação da figura humana no judaísmo e a ausência de criação plástica, claramente desenvolvida em objetos rituais, iluminuras e na arquitetura das sinagogas. Bland recusa a ideia, bastante difundida, de que os gregos desenvolveram a visão e os judeus a audição. Com ironia, afirma que os sentidos foram bem distribuídos por todos os povos e que essa distinção é o resultado de um etnocentrismo fora de moda, que simplifica imensamente particularidades culturais.

Uma das mais belas expressões artísticas judaicas é o contrato de casamento – a Ketubá –, cuja finalidade é regulamentar as obrigações do noivo em relação à noiva e fez surgir peças gráficas que escapam ao aspecto de mero documento. A qualidade visual destas obras não está apenas na valorização do alfabeto hebraico, dando origem a peças de beleza abstrata, o que já demonstraria o desenvolvimento de uma visualidade sofisticada e vigorosa. Nas Ketubot encontramos também a representação de diversos motivos e temas: estruturas arquitetônicas, cenas bíblicas, paisagens de Jerusalém, animais, guirlandas de flores, emblemas nacionais e, também, representações do júbilo e até da sensualidade dos noivos.

Uma leitura atenta de uma Ketubá – não apenas no que diz respeito aos termos do contrato, mas a todos os signos gráficos e citações bíblicas que compõem o documento – nos permite compreender boa parte das relações estabelecidas pelas comunidades judaicas com a tradição e também com a cultura do país em que se insere. Não há exage-

ro em afirmar que as Ketubot são verdadeiros compêndios de sociologia e história judaica, demonstrando o alto grau de influência do mundo exterior na cultura judaica e em seus hábitos. Contudo, gostaria de refletir apenas sobre alguns aspectos sensíveis que materializam as informações contidas nestas obras.

Portal

O motivo mais recorrente na Ketubá é o Portal, representado sob influências arquitetônicas diversas e emoldurando o texto do contrato propriamente dito. Vale lembrar a importância simbólica da porta no judaísmo, presente metaforicamente em diversas orações, e devendo ser efetivamente marcada pela palavra de Deus, contida na mezuzá. A atualidade simbólica e poética da porta na cultura judaica é encontrada em alguns poemas de Yehuda Amichaï, que nos oferece a experiência de um tempo adensado pela presença da tradição. A simples observação de um casal que bebe leite e mel na varanda de um café – situado estrategicamente na Porta de Jaffa – é o que basta para que aos olhos do poeta a vida prosaica adquira nova dimensão conectada a outros portais.2

Na Ketubá, o Portal pode evocar a entrada em uma era messiânica, mas significa, sobretudo, o ingresso em uma nova vida iniciada pelo casamento e pode ser visto como o elemento de ligação entre o espaço amplo da comunidade e o espaço mais íntimo da família, que é fundada naquele contrato. A representação do Portal torna-se especialmente popular nas comunidades judaicas da Itália, nos séculos 17 e 18, onde as Ketubot ilustradas adquiriram alto nível de qualidade artística, tendo sido amplamente impulsionadas pela presença dos refugiados judeus da Espanha3 . Estes introduzem na Ketubá italiana o arco arquitetônico mourisco, típico da Espanha medieval, desenvolvido, como sabemos, sob a presença islâmica na península ibérica. Contudo, a partir de 1589, no intervalo de uma geração, estes arcos modificam-se, passando a demonstrar forte influência do barroco italiano, sobretudo ao ser sustentado pela coluna em espiral ascendente (fig. 1). Estas colunas são chamadas salomônicas, pois se acreditava que eram assim as colunas do templo de Jerusalém, embora hoje saibamos

Em O judeu sem que essa forma espiralada tenha surgido arte, Kalman Bland afirma que a falta de em Bizâncio, sob Constantino, e se tornou célebre em meados do século 17, pela sua utilização por Gian Lorenzo Bernini, representações de na construção do baldaquino, instalado

Deus não significa no interior da Basílica de São Pedro, em que a cultura judaica Roma. Com a presença destas “colunas não praticasse várias salomônicas” em tendiam afirmar, Roma, os de forma católicos visível e preelomodalidades de quente, a continuidade entre a Bíblia e artes visuais, sempre o Novo Testamento. Percebemos então, relacionadas às a partir do motivo do Portal na Ketubá, práticas religiosas e uma complexa rede de transmissões entre comunitárias. judaísmo, Somos cristianismo e levados assim islamismo. a refletir sobre o Figura 2. Ketubá de Pádua, Itália, 1732, têmpera, pó de ouro, lápis e tinta sobre pergaminho.

Figura 3. Detalhe de uma Ketubá de Livorno, Itália, 1746, têmpera sobre pergaminho, 82 x 54 cm.

que me parece ser uma das maiores riquezas e singularidades do judaísmo: a capacidade de interagir produtivamente com diversas tradições no tempo e no espaço, assimilando aspectos de outras culturas e influenciando-as por sua vez. Vale lembrar que na célebre Encyclopédie de Diderot e D’Alembert (século 18), o verbete dedicado aos judeus destacava que, dispersos por entre todas as nações, eles eram de grande importância como elemento de ligação entre os povos.4

Sendo assim, é inevitável que as expressões artísticas judaicas guardem as marcas das migrações, da passagem pelas diversas culturas que acolheram os judeus, de modo mais ou menos feliz. Mantendo um eixo de valores tradicionais – apreendidos à luz da atualidade e voltados para a valorização da vida – as manifestações artísticas no judaísmo revelam um aspecto compósito, multifacetado, cuja vocação acentuada é o dinamismo, única forma de sobreviver em um mundo que lhe foi sempre hostil, em intensidades diversas, conforme o momento e o local.

Em meio às comunidades judaicas italianas em contato com a produção artística barroca, encontramos alguns dos mais interessantes exemplos dessa interação singular. Em uma Ketubá de Pádua, de 1732 (fig. 2), vemos a conjugação de vários motivos. Ao tema do Portal, somase um políptico com cenas bíblicas, os doze signos do zodíaco, guirlandas de flores, a benção dos Cohanim e uma vista de Jerusalém rodeada de montanhas, como manda o Salmo: “Assim como um colar de montanhas contorna Jerusalém, a proteção do Eterno envolve seu povo perpetuamente” (125: 2). É interessante notar que, apesar das várias apropriações estilísticas, as imagens e os textos integram-se de modo único, constituindo um tecido visual de extrema singularidade e coesão harmônica, tanto sob o ponto de vista formal quanto simbólico. Se os elementos isolados da obra revelam empréstimos, a soma das partes resulta em um conjunto que é inegavelmente identificado como pertencente à cultura judaica. Nas artes, o resultado de dois mais dois pode ser cinco, seis ou algo imensurável.

Ruth e Boaz

A presença da narrativa bíblica é notável nestes documentos, pois cabe ao texto investir a obra de seu sentido mais precioso, ao mesmo tempo em que integra seu espaço visual de forma única. Encontramos citações dos salmos reforçando a simbologia do portão como entrada na era messiânica – “Esta é a porta do Eterno, pela qual entrarão os justos” (118: 20). Contudo, mais significativo ainda me pare-

ce o fato de que a passagem mais recorrente, nas Ketubot do Ocidente e do Oriente, é retirada do Livro de Ruth, quando Boaz afirma seu compromisso perante ela – viúva e estrangeira – sob os olhos dos mais velhos e próximo ao portão da cidade, local onde aconteciam importantes fatos da vida comunitária (4:11-14).

Sabemos que, ao ficar viúva, Ruth deveria casar-se com seu cunhado, mas ele também havia morrido. O parente mais próximo deveria então assumir o compromisso. Para Boaz poder casar-se com ela, este parente deveria antes repudiá-la e é isto que ele o obriga a fazer na porta da cidade. Desse modo, encontramos no casal Ruth e Boaz interessante entrelaçamento entre o amor e a lei, pois a decisão de Boaz pelo compromisso com Ruth só acontece após uma cena de grande tensão e delicada sensualidade. Obedecendo ao conselho da sogra, certa noite Ruth procura Boaz, enquanto ele dorme, e pede: “Cobre-me com teu manto para ser meu redentor, já que és meu parente mais próximo.” Creio que, na sutileza do texto, percebemos o compromisso ético (a obrigação de oferecer amparo) e algo que poderíamos aproximar ao amor romântico, como se fossem mesmo juntos e inseparáveis. Boaz obedece a lei, mas também contempla a subjetividade de sua escolha, de seu desejo. Nada mais apropriado como ideal de um casamento que se inicia, ainda mais porque dessa união, três gerações mais tarde, surgirá o Rei David.

É importante ressaltar que Ruth inscreve-se nas três categorias de pessoas consideradas fragilizadas pela Torá, e que, portanto, devem ser amparadas – o estrangeiro, a viúva e o órfão. A orfandade de Ruth pode ser compreendida pelo fato de que, após perder o marido, ela decide que não retornará à sua família, o que seria mais seguro e aconselhável, preferindo ao invés disso permanecer próximo à sogra e continuar seguindo as leis judaicas. A valorização da figura de Ruth, em sua extrema fragilidade, nos lembra a incrível atualidade da visão social presente na Torá. Em entrevista recente, Zygmunt Bauman afirma sua convicção de que uma sociedade deve ser avaliada pela maneira como trata os desvalidos. “Se você olha a sociedade pelo lado de quem é favorecido, então o Egito Antigo era per-

Na Ketubá, o Portal feito e a França de Luis XVI também”5 , pode evocar a entrada em uma era messiânica, mas é o modo de discriminação e a te compreender e lidar com a opressão, a exclusão que nos permiavaliar verdadeiramente mas significa, os valores de determinado sistema social. sobretudo, o ingresso Dessa forma, a preferência pelo Livro de em uma nova vida Ruth, mencionado em diversas Ketubot, iniciada pelo casamento reafirma as complexas relações entre amor e ética e sua importância na construção da e pode ser visto como família e da sociedade. Além disso, Ruth o elemento de ligação é aquela que opta pela fé judaica, que entre o espaço amplo aceita a Torá, e esta escolha consciente é, da comunidade e o para Emmanuel Lévinas, um dos aspectos espaço mais íntimo da fundamentais do judaísmo, fo afirma: ninguém é judeu pois sem o filósosabê-lo, família, que é fundada o judaísmo é uma extrema consciência.6 naquele contrato. Figura 4. Ketubá de Jerusalém, 1807, aquarela sobre papel, 73 x 47 cm.

Figura 5. Ketubá caraíta, Kirk-Yer, Pensínsula Criméia, têmpera sobre pergaminho, 72 x 53 cm, 1719.

Embora a passagem bíblica que relata o casamento de Ruth e Boaz seja a mais citada, o casal mais representado é Adão e Eva. Na parte superior de uma Ketubá de Livorno, de 1746, vemos os dois deitados no Jardim do Éden, em frente à arvore da vida, protegidos pelos querubins e suas lâminas flamejantes (fig. 3). Observe-se que a imagem de Eva mostra a influência de diversas representações de Venus, realizadas no século 16 como a Venus de Urbino, de Ticiano (1538).

Enquanto na pintura italiana a nudez feminina é velada pela mão estrategicamente situada à frente do corpo, na Ketubá de Livorno, a guirlanda de flores possui esta função, o que não elimina a sedução da pose de Eva, estendida lateralmente, com os ombros elevados de modo a valorizar os seios. Nas ondas de seu cabelo e na delicada inclinação do rosto percebemos que o artista conhecia também a tão famosa Venus de Botticceli. O acesso às obras do Renascimento, Maneirismo e Barroco se torna possível, em toda a Europa e nos países do Oriente, a partir de reproduções feitas em gravura em cobre, amplamente difundidas nos séculos 17 e 18.

Júbilo e modernidade

Nosso olhar contemporâneo, treinado em mais de cem anos de arte moderna, permite valorizar algumas Ketubot que guardam o frescor de um gesto espontâneo e certa incompletude. Este é o caso de uma obra realizada em Jerusalém em 1807 (fig. 4). Pintada em aquarela sobre papel (e não sobre pergaminho como a maioria dos exemplares italianos), esta Ketubá me parece especialmente atual e distanciada da racionalidade predominante na arte ocidental desde o Renascimento até meados do século 19, período ao longo do qual o desenho (associado à razão) deve controlar a cor (associada à emoção). Luminosa e apropriando-se com desembaraço de motivos arquitetônicos e florais, possui qualidades que serão valorizadas apenas na modernidade – a liberdade do pincel que segue sem um traçado rígido antecedendo à execução. Acredito ser possível compará-la a alguns desenhos e pinturas de Henri Matisse, cuja trajetória começaria cerca de 80 anos depois.

A comparação com o pintor francês, cuja obra é plena de alegria e júbilo (coisa rara na arte do século 20), me parece significativa e de grande ajuda para entendermos o espírito da Ketubá, pois sua vocação mais autêntica é projetar a felicidade futura, associando a fundação da nova família à era messiânica – um continuum de paz, justiça e alegria. Mas o aspecto processual presente nesta obra de Jerusalém – que não parece ainda pronta, mas em execução – nos lembra a importância da ação, das escolhas individuais para preparar a chegada do Messias, que, como afirmou Kafka, “só virá quando não for mais necessário, só virá um dia após a sua chegada, não virá no último dia, mas depois do último dia”.7

A intensidade da cor submetendo-se com dificuldade ao traçado rígido preexistente é visível também nas Ketubot que testemunham interações com a arte dos países islâmicos, onde praticamente não encontramos representações da figura humana, e sim motivos florais (figs. 5 e 6). No Islã, o veto à representação (de modo mais rígido que no judaísmo, creio) e a proibição da impren-

sa faz com que a arte islâmica desenvolva formas de caligrafia especialmente ricas. Como observa Peter Burke, os impérios otomano, persa e mughal mantiveram-se como impérios manuscritos ou “Estados caligráficos” até cerca de 1800, quando então a imprensa é permitida.8 Assim, não é surpreendente que as Ketubot orientais desenvolvam sofisticados padrões geométricos e florais. Mas é também interessante lembrar que o motivo floral já aparece na descrição da menorá que Bezalel deve criar, segundo prescrições divinas, como encontramos no Êxodo (25: 31-40).

Ao acompanharmos o desenvolvimento da Ketubá ilustrada, percebemos que os artistas responderam às demandas da comunidade, mas estavam igualmente atentos às transformações artísticas de seu tempo, conectados ao que havia de mais contemporâneo em seu entorno cultural imediato. Notamos também que não há fixação em uma técnica artística específica, mas uma adaptação contínua à tecnologia dos diferentes momentos, pois existem Ketubot ilustradas à mão (utilizando aquarela, têmpera, pó de ouro, entre outros) como também impressas. Assim, creio que a arte da Ketubá enfrenta hoje desafios semelhantes aos que enfrentam os objetos rituais: como recusar a repetição de modelos cristalizados e estabelecer uma relação produtiva entre o passado e o presente? Como atualizar uma demanda artística que remonta a 2.500 anos, data do mais antigo fragmento de Ketubá encontrado na ilha de Elefantina, no Egito? O que cabe, portanto, aos atuais criadores de Ketubot é viver experiências significativas e vigorosas tanto com a tradição judaica quanto com a arte de seu tempo, em que a proliferação indiscriminada de imagens exige um trabalho rigoroso de qualificação e atribuição de sentido. Assim, quem sabe, a Ketubá continuará sendo um documento sensível, capaz de testemunhar as complexas relações entre o indivíduo, o casal, a família, a comunidade, Israel e o mundo.

A intensidade da cor submetendo-se com dificuldade ao traçado rígido preexistente é visível também nas Ketubot que testemunham interações com a arte dos países islâmicos, onde praticamente não encontramos representações da figura humana, e sim motivos florais.

Figura 6. Ketubá de Mosul, Iraque, aquarela e pó de ouro sobre papel, 63 x 45 cm, 1837.

Notas

1. Bland, Kalman P., The art less Jew: medieval and modern affirmations and denials of the visual, New Jersey, Princeton University Press, 2001. 2. Amichaï, Yehuda. La vielle Ville, in Poèmes de Jerusalèm. Paris, Ed. De l’Eclat, 2008. 3. Sabar, Shalom. Ketubbah: The art of the Jewish marriage Contract. Jerusalem, The

Israel Museum, 2000. 4. Encyclopédie ou Dictionnaire Raisonné des Sciences des Arts e des Métiers (articles choisis), vol. 2, Paris, Flammarion, 1986. 5. Citado por Jurandir Freire Costa, “A ética é sempre uma aposta arriscada”, in: Prosa & Verso, O Globo, 30/10/2010. 6. Lévinas, Emmanuel. Difficile Liberté. Paris, Albin Michel, 1984. 7. Löwy, Michäel. Redenção e Utopia: o Judaísmo libertário na Europa Central – um estudo de afinidade eletiva. São Paulo, Companhia das Letras, 1989. 8. Burke, Peter. O que é História Cultural?, Rio de Janeiro, Zahar, 2008.

Leila Danziger é artista plástica e professora dos cursos de graduação e pós-graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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